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Relatório de Gestão 2016 2
Índice
Introdução .............................................................................................................................................. 3
I. Projetos ........................................................................................................................................... 5
Fórum para a Governação Integrada (GovInt).............................................................................. 5
“O nosso Km2” ............................................................................................................................... 5
Ubuntu no Bairro ........................................................................................................................... 5
Frente Atlântica ............................................................................................................................. 5
Plataforma de Apoio aos Refugiados ............................................................................................ 6
Formação em "Governação Integrada Territorial" ...................................................................... 6
Academia Ubuntu .......................................................................................................................... 6
Academia Ubuntu Rugby ............................................................................................................... 6
Grupos de Entreajuda para a Procura de Emprego (GEPE) .......................................................... 7
Maior Empregabilidade ................................................................................................................. 7
Justiça para Tod@s ........................................................................................................................ 7
Vidas Ubuntu ................................................................................................................................. 8
Governação Integrada na Guiné-Bissau ........................................................................................ 8
Live2Work ...................................................................................................................................... 8
II. Estrutura Orgânica ........................................................................................................................ 9
III. Órgãos Sociais ................................................................................................................................ 9
ANEXOS ................................................................................................................................................. 10
Relatório de Gestão 2016 3
Introdução
Dando continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido, o IPAV continuou em 2016 a procurar dar o
seu contributo, com novas ideias e novos projetos, procurando com a sua atividade responder aos desafios
sociais em agenda e em linha com a sua missão.
Nos últimos anos o IPAV tem desenvolvido a sua atividade em torno projetos que se distinguem por estarem
associados a dois conceitos essenciais e inovadores: Ubuntu e Governação Integrada. Estes dois conceitos são
a chave para a estratégia que se definiu a partir da segunda metade do ano 2016 e que se prolongará pelos
próximos anos.
No mundo complexo e fragmentado que vivemos, são as violações da Dignidade Humana, nas suas múltiplas
formas e aparências, que se perfilam como problema central que o IPAV, através da sua missão, pretende
combater. De uma forma muito concreta surgem duas respostas concretas e claras: a Colaboração, enquanto
forma primordial de corresponder a uma realidade quase sempre complexa, e a Unidade na Diversidade
como saída possível e desejável para a fragmentação social que se acentua. Ora, o IPAV tem precisamente no
Ubuntu e no Govint, duas propostas metodológicas para desenvolver uma e outra resposta, seja no que
respeita às relações pessoais ou organizacionais.
O esquema que se apresenta em baixo, representa este modelo de ação e enquadra os projetos do IPAV
nesta perspetiva.
Visão / Estratégia IPAV
Relatório de Gestão 2016 4
Como consequência deste alinhamento estratégico definido, o IPAV consolidou os seus projetos com base
nesta orientação.
O ano de 2016 representou também o ano da consolidação da internacionalização do IPAV, com o arranque
do projeto de Governação Integrada para a Guiné-Bissau, que estendeu a atividade da organização a novas
regiões e daquele país e muito tem contribuído para a afirmação do IPAV como organização de referência
com trabalho consistente e relevante para o desenvolvimento daquele país, capaz de criar redes de pessoas e
organizações da sociedade civil na construção de uma sociedade melhor.
Também a PAR, na sua estratégia de ajuda aos países da Linha da Frente, definiu como prioridade a presença
permanente de duas missões na Grécia – em Lesbos e em Atenas – com a participação de voluntário no apoio
a organizações que no terreno ajudam diariamente os refugiados. Esta ação permitiu, nomeadamente, o
desenvolvimento da Academia Ubuntu como atividade junto dos jovens refugiados em Lesbos e em Atenas.
Neste capítulo, foi também muito relevante o processo de seleção do Presidente do IPAV para fellow da
Ashoka, organização mundial especializada e reconhecida pela identificação e apoio a empreendedores
sociais em todo o mundo. À data da redação deste relatório é já conhecido publicamente o resultado positivo
deste processo e a designação do Presidente do IPAV como Ashoka Fellow, com o projeto da Academia
Ubuntu.
Finalmente, a partir da participação num projeto Erasmus+ para parcerias estratégicas na área da
empregabilidade (Live2Work), a convite da Santa Casa da misericórdia, o IPAV teve a oportunidade de
desenvolver um conjunto de contactos com pessoas e organização em toda a Europa.
Também importa destacar o projeto Ubuntu no Bairro, iniciado no último trimestre do ano, com o
financiamento da Câmara Municipal de Lisboa, através do programa BIP-ZIP, um produto Ubuntu específico
pensado e desenhado já como resposta a um problema social complexo localizado. Neste caso, procurando
desta maneira trabalhar as dinâmicas da Liderança Servidora no contexto do Bairro do Rego, numa
abordagem que parte da escola para as famílias e para toda a comunidade.
Com o final do ano 2016 chegou também o final do projeto O Nosso Km2, da Fundação Calouste Gulbenkian,
Câmara Municipal de Lisboa, Gebalis e Santa Casa da Misericórdia, que o IPAV geria no território e que
abraçou desde o início (2012) criando uma rede de confiança e de trabalho de Governação integrada
exemplar para resolver os problemas complexos de um território específico. As entidades promotoras não
reuniram as condições para que o IPAV continuasse a poder desempenhar o seu papel com a qualidade e
eficácia habituais.
Os laços de confiança e as redes criadas no território não permitem, no entanto, uma saída abrupta do
bairro, pelo que o projeto Ubuntu no Bairro mantém a presença e trabalho do IPAV no território que não se
pretende abandonar pelo que feito um esforço de continuidade do projeto e desenvolvimento de novos
projetos para o trabalho com aquela comunidade.
Relatório de Gestão 2016 5
I. Projetos
Fórum para a Governação Integrada (GovInt)
Conta com a Fundação Montepio, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, as Câmaras Municipais de Lisboa,
Braga e Odemira, a CNPDPCJ e a CIG, tem vindo, desde 2014, a desenvolver um conjunto de iniciativas que
podem contribuir para mobilizar as instituições portuguesas, a vários níveis, para a governação integrada. A
sua ação tem incluído conferências, estudos, projetos-piloto, formação avançada e, acima de tudo, uma rede
de atores institucionais mobilizados para que possam ser dados passos para a mudança de cultura
organizacional necessária.
“O nosso Km2”
Projeto de desenvolvimento comunitário que procura soluções integradas, para responder a problemas
sociais complexos. Focado na Freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa, o projeto tem como missão
contribuir para promover uma comunidade inclusiva, dialogante, proactiva e solidária, agindo nas temáticas
desemprego jovem e feminino, insucesso e abandono escolar, isolamento dos idosos e conflitualidade
interétnica/inter-religiosa. É promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, pela Câmara Municipal de
Lisboa, GEBALIS, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa sendo o IPAV como entidade gestora.
Ubuntu no Bairro
Ubuntu no Bairro é um projeto que vai buscar inspiração à Filosofia Ubuntu – Eu Sou porque Tu És – tendo o
seu foco na Família. Através de um trabalho muito próximo das Pessoas e das Instituições que com elas
trabalham, queremos ajudar a criar uma nova forma de viver o bairro com todas as suas realidades e
desafios. Todos (filhos, pais e avós) são convidados porque todos têm lugar, capacidade e responsabilidade
na construção de um Bairro Melhor e com ele de um Mundo Melhor.
O projeto insere-se no programa BIP/ZIP da Câmara Municipal de Lisboa.
Frente Atlântica
Candidatura apresentada a DLBC Urbano ao abrigo do Portugal 2020 para parceria, liderada pelo IPAV, que tem por objetivo a concertação estratégica e operacional entre os parceiros para dar resposta aos problemas de pobreza, de exclusão social e de abandono escolar, com ênfase em medidas de inovação e empreendedorismo social em territórios urbanos desfavorecidos através dos seguintes eixos estratégicos: a) Apoio integrado a crianças jovens com problemas de abandono, insucesso e absentismo escolar; b) Apoio integrado a pessoas com um perfil de empregabilidade muito difícil, ou inempregáveis; c) Apoio integrado a pessoas desempregadas, ou inativas, com dificuldades de acesso a meios de produção e outros recursos necessários para poderem tirar partido das suas competências profissionais; d) Apoio integrado a pessoas com iniciativa empresarial que precisam de apoio para a concretizarem.
Relatório de Gestão 2016 6
Plataforma de Apoio aos Refugiados
Projeto de promoção de uma cultura de acolhimento e de integração de famílias de refugiados na sociedade portuguesa, bem como apoiar o trabalho de organizações internacionais com os refugiados e deslocados nos países de origem. A ação da PAR assenta em dois eixos, designadamente a “PAR – Famílias” e a “PAR – Linha da Frente”. O primeiro direciona-se para o acolhimento e a integração de crianças refugiadas e de suas famílias pelo território português, através de Instituições Anfitriãs (entidades públicas, empresas e da organizações da economia social) e com o envolvimento da comunidade local (atores individuais e organizacionais dos diferentes sectores de atividade e, portanto, com ou sem fins lucrativos, de natureza pública ou privada). O segundo eixo, o "PAR-Linha da Frente", consiste no apoio ao trabalho desenvolvido por organizações que estão no terreno a trabalhar para os refugiados (Cáritas e Serviço Jesuíta aos Refugiados). Para além de uma campanha nacional de recolha de fundos para projetos que estas instituições desenvolvem no Líbano, a PAR- Linha da Frente tem assegurado desde Março 2016, duas equipas de voluntários em Lesbos e Atenas, com vários projetos na área da educação não formal. Formação em "Governação Integrada Territorial"
Programa de desenvolvimento de competências de governação integrada que tem como principais destinatários as Diretoras e o Diretor das UDIP da SCML e um conjunto de técnicos, usando uma metodologia mista de sessões plenárias e de sessões individuais. Tem por objetivo reforçar os mecanismos de governação integrada de proximidade que permita potenciar as sinergias locais ao nível das UDIP.
Academia Ubuntu
Programa de educação não formal para capacitação de jovens com elevado potencial de liderança,
provenientes de contextos de exclusão social e/ou com o intuito de trabalhar neles, com o objetivo que
possam vir a desenvolver projetos de empreendedorismo social ao serviço da comunidade. Com um ciclo de
formação bianual, o método Ubuntu assenta na pedagogia de educação não-formal contando com uma
equipa de formação fixa e convidados e de uma proposta assente em lideres-modelo, ferramentas de
liderança, experiências e desafios. Programa financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e em parceria
com a Fundação Calouste Gulbenkian, Everis, Lipor, Universidade Católica Portuguesa, Fundação Serralves e
União Distrital das IPSS.
Academia Ubuntu Rugby
A partir da época 2013/14 o IPAV acolheu, no âmbito da Academia Ubuntu, a equipa de rugby do antigo
Clube de Rugby Kellerman, que se passou a designar Academia Ubuntu Rugby.
A coincidência de valores entre o projeto original e a Academia Ubuntu permitiu a fusão de intenções neste
novo projeto, que tem como objetivo formar e transformar jovens as zonas suburbanas de Lisboa através do
rugby e da sua filosofia desportiva assente em valores. Assenta na convicção de que o rugby é uma forma de
criação de valores essenciais para a vida e não pode ser considerado apenas na sua forma competitiva. Para
além da saudável prática desportiva, o rugby é generosidade, entrega, trabalho em equipa, coragem, honra e
sacrifício. É, por isso, um terreno propício para a formação de líderes servidores ao serviço da comunidade.
Relatório de Gestão 2016 7
Este projeto tem contado com o apoio e envolvimento da Câmara Municipal de Sintra e de outras entidades
locais.
Grupos de Entreajuda para a Procura de Emprego (GEPE)
Grupos informais de pessoas desempregadas que se reúnem semanalmente com o objetivo da procura ativa
de emprego ou da criação do próprio emprego. Através da dinâmica de entreajuda em grupo, procura-se
ultrapassar a desmotivação e o isolamento que o desemprego frequentemente cria e estabelecer novas
estratégias de abordagem ao mercado de trabalho.
Nos últimos anos de trabalho desenvolvido, com o apoio da Fundação Montepio e do Ministério da
Solidariedade e da Segurança Social, este projeto consolidou-se a nível nacional com a criação de 176 grupos,
envolvendo 2.235 pessoas em situação de desemprego, mais de 100 instituições e cerca de 400 animadores
voluntários. Durante os vários ciclos de existência de grupos GEPE (cada ciclo tem a duração de 1 ano) 790
pessoas regressaram ao mercado de trabalho, resultando numa taxa de empregabilidade de 35,4%.
Maior Empregabilidade
Projeto de promoção da empregabilidade, de igualdade de oportunidades e de inclusão social através do
reforço das competências transversais (soft skils) e literacia digital; do incentivo à construção precoce do CV,
com o que o mercado de trabalho valoriza; do apoio à inserção de jovens no mercado de trabalho, através de
ações que deem a conhecer a vida das empresas, experiência de jovens trabalhadores, adaptação ao trabalho
ou promoção do empreendedorismo. Promoção de atitude pró-activa e solidária na procura de emprego.
Projeto em parceria com o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos, Associação Nacional de Escolas
Profissionais e Forum Estudante, com o apoio do Programa Cidadania Ativa /EEGrants.
O projeto concluir-se-á a 31 de março de 2016.
Justiça para Tod@s
Projeto de promoção dos valores democráticos colocando a Educação para a Justiça e o Direito (em especial
os Direitos Humanos, direitos das minorias e não discriminação) como ferramenta cívica fundamental num
Estado-de-Direito. Vocacionado para jovens. Em parceria com o Programa Escolhas e a Direção-geral de
Reinserção e Serviços Prisionais e com o apoio do Programa Cidadania Ativa /EEGrants.
Nos dois anos de projeto (2014-2015), no trabalho desenvolvido a nível nacional com jovens através das
escolas, dos projetos do Programa Escolhas, dos Lares de infância e Juventude e dos Centros Educativos,
foram envolvidos profissionais da Justiça (magistrados, advogados, etc.), da Educação (professores e
educadores) e da Intervenção (reinserção e serviço social, animação sociocultural, educação social).
O projeto chegou a 6674 jovens participantes através da realização de 287 simulações nos tribunais
Portugueses.
O projeto teve continuidade para 2016/2017 através do apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e
do apoio institucional do Ministério da Justiça e da Direção Geral de Educação.
Relatório de Gestão 2016 8
Vidas Ubuntu
Programa de estruturação e apresentação, na primeira pessoa, de histórias de vida de jovens (14-25 anos)
com particular atenção aos provenientes de contextos vulneráveis. Tem como objetivos a valorização das
raízes sociais/culturais dos jovens dando sentido à sua identidade; o reforço da autoestima/autoconfiança; a
promoção do autoconhecimento, incentivando uma leitura integrada dos trajetos de vida; a capacitar para a
comunicação oral e em suporte multimédia; e a capacitação para o desenvolvimento de um projeto
(apresentação histórias de vida) que exige conceção, planeamento, apresentação e avaliação. Em parceria
com o Programa Escolhas, Associação Aprender e Agir e a Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais e
com o apoio do Programa Cidadania Ativa /EEGrants.
O projeto teve continuidade para 2016/2017 através do apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e
do apoio institucional do Ministério da Justiça e da Direção Geral de Educação.
Governação Integrada na Guiné-Bissau
Com um horizonte temporal de dois anos (Março de 2016 até Março de 2018), o projeto é promovido pelo
IPAV, em parceria com a Universidade Jean Piaget Guiné-Bissau, e cofinanciado pela União Europeia e pelo
Camões, I.P.
O GovInt GB pretende contribuir, ao nível do fortalecimento das OSC e das políticas públicas, para a
promoção da Governação Integrada enquanto modelo de Boa Governação, adequado à compreensão e
resolução de problemas sociais complexos. Para o efeito, sustenta-se em quatro eixos de atuação,
designadamente:
Eixo 1 – "Capacitação das OSC para a governação integrada";
Eixo 2 – "Disseminação de boas práticas de governação integrada das OSC";
Eixo 3 – "Participação e influência de políticas públicas através da constituição de um Fórum de Governação
Integrada";
Eixo 4 – "Concertação entre OSC, Estado e comunidades (experiência-piloto)". Este eixo consiste na
implementação de um projeto-piloto de governação integrada local, sob a modalidade de Grupo Comunitário
(GC).
Live2Work
Projeto Erasmus+ promovido pela Santa Casa da misericórdia de Lisboa em parceria com a Universidade
Católica, o IPAV e mais 5 instituições parceiras de França, Dinamarca e República Checa. Tem a duração de 30
meses e o foco no desenvolvimento de competência específicas para o mercado de trabalho na europa, a
partir da realização de u conjunto de manuais e ferramentas que possam ser utilizadas por técnicos das várias
instituições de tipologias distintas, que trabalham com pessoas em situação de desemprego.
Relatório de Gestão 2016 9
II. Estrutura Orgânica
A estrutura orgânica do IPAV é a constante dos Estatutos:
Assembleia Geral
Direcção
Conselho Fiscal Durante o ano de 2016, não foram constituídos quaisquer outros órgãos de carácter permanente ou não permanente. A gestão administrativa e financeira do IPAV está centralizada na Delegação de Lisboa. Durante o ano de 2016 o IPAV contou com a colaboração de 22 pessoas com quem celebrou contratos de trabalho para funções de coordenação de projetos, acompanhamento técnico, assessoria e outros serviços.
III. Órgãos Sociais
Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Pedro Miguel Lima das Neves Pais de Almeida
Secretário: Pedro Ramada Curto Salgueiro Costa
Secretário: Vicente Rato Barradas Mendes Godinho
Direção
Presidente: Rui Manuel Pereira Marques
Vogal: Margarida Maria Sancho da Silva Gonçalves Neto
Vogal: Luís Manuel Martins Correia de Sousa
Vogal: Gonçalo Nuno Cavaca Gil
Vogal: Pedro Menezes Moreira Mira Vaz
Conselho Fiscal
Presidente: Joaquim Pedro Formigal Cardoso da Costa
Vogal: José Carlos da Costa Ramos
Vogal: Pedro Manuel Rodrigues da Silva Madeira e Góis