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RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos RIMA - 1 de 63 R R I I M M A A R R E E L L A A T T O O R R I I O O D D E E I I M M P P A A C C T T O O A A M M B B I I E E N N T T A A L L UNIDADE DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RESÍDUOS DE SAÚDE Outubro de 2008

RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - cprh.pe.gov.br · RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos RIMA - 3 de 63 Figura 1. Localização do …

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UUnniiddaaddee ddee TTrraattaammeennttoo TTéérrmmiiccoo ddee RReessíídduuooss

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RRIIMMAA

RREELLAATTOORRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL

UNIDADE DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

Outubro de 2008

RREELLAATTOORRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL -- RRIIMMAA

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AApprreesseennttaaççããoo

A AMS Consultoria e Assessoria Ltda apresenta o presente estudo denominado RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - Da Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos de Saúde do Grupo Atento, que pretende ser instalado no município de Moreno na Região Metropolitana de Recife.

O documento RIMA, é um resumo não técnico do estudo, ou seja, deve ser escrito em uma linguagem menos técnica que o EIA, de forma a permitir o entendimento de leitores não familiarizados com o assunto. Espera-se ter cumprido com esse objetivo, e que as informações consignadas neste documento sejam facilmente assimiláveis pelos interessados no tema.

O empreendimento está sendo proposto para ser implantado na margem direita da BR-232 (km 21) no município de Moreno, 500m após a entrada para Matriz da Luz.

OO GGrruuppoo AAtteennttoo nnããoo éé ddaa áárreeaa ddee sseegguurraannççaa?? Na verdade, a vocação do Grupo Atento é a prestação de serviços através de investimentos em diversos campos, dentre os quais o segmento de segurança é o mais conhecido.

A empresa entrou no tema da gestão ambientalmente correta de resíduos de saúde perante o panorama do Estado e do Nordeste, no qual, face á crescente demanda só existe uma empresa prestadora de serviço licenciada pelo órgão ambiental.

Desde esse ponto de vista a iniciativa do Grupo Atento e do mesmo empreendimento é clara. A concorrência de mercado é saudável, abre as portas para uma melhoria na qualidade de prestação do serviço, abre o leque de possibilidades para os geradores deste tipo de resíduo, podendo mesmo desencadear uma diminuição da política tarifária com benefícios para as prefeituras e geradores particulares, facilitando o enquadramento dos geradores dentro da legislação ambiental em vigor.

Visto assim, fica evidente que a ATENTO Soluções Ambientais vem somar esforços por melhorar a qualidade ambiental do Estado de Pernambuco, disponibilizando tecnologia de ponta e preços competitivos.

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Figura 1. Localização do empreendimento na margem direita da BR-232 (km 21) no município de Moreno, 500m após a entrada para Matriz da Luz.

Constituem-se em objetivos do empreendimento:

Disponibilizar no mercado uma alternativa de tratamento de RSS com tecnologia de ponta a preços de mercado competitivos;

Auxiliar no enquadramento dos geradores de RSS aos preceitos da proteção ambiental;

Impulsionar um aumento na quantidade de RSS que são tratados adequadamente no Estado de Pernambuco;

Prestar um serviço de qualidade e de interação permanente com o órgão ambiental;

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OO QQuuee eexxaaccttaammeennttee éé oo ttrraattaammeennttoo ttéérrmmiiccoo ddee RReessíídduuooss?? A resolução CONAMA nº 283/01 define um sistema de tratamento de Resíduos de Saúde como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas e biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente.

O Tratamento Térmico de resíduos mais conhecido como Incineração, é um desses tratamentos e consiste tecnicamente em destruir os resíduos (biológicos e químicos) mediante um processo de combustão no qual estes são reduzidos a cinzas.

QQuueeiimmaarr rreessíídduuooss éé iigguuaall qquuee iinncciinneerraarr??

De forma alguma. A queima normal de qualquer substancia em uma fogueira, por exemplo, produz uma combustão incompleta, ou seja, as condições de temperatura, oxigênio e de controle mesmo do processo são insuficientes para impedir que vários poluentes sejam lançados para a atmosfera junto com a fumaça.

Foto 1 - Queima de resíduos em lixão

Já a incineração é uma tecnologia que vem sendo estudada desde há mais de 40 anos, apresentando uma evolução tecnológica notória.

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Os incineradores modernos são equipados com duas câmaras de combustão (primária e secundária) providas de queimadores capazes de alcançar a combustão completa dos resíduos e uma ampla destruição das substâncias químicas nocivas e tóxicas (dioxinas, furanos, etc.). Na câmara de combustão secundária se alcançam temperaturas em torno de 1.100ºC, adicionalmente se opera com um tempo de permanência suficiente para permitir a destruição total dos poluentes. Para tratar o fluxo de gases e as partículas arrastadas, antes de serem liberadas na atmosfera, são agregadas torres de lavagem química, ciclones, filtros, etc.

IInncciinneerraarr ooss rreessíídduuooss éé oobbrriiggaattóórriioo ?? Não. Obrigatório é o tratamento antes da disposição final no meio ambiente, no entanto, existem vários procedimentos de tratamento dos RSS, estando estes associados aos diversos grupos de resíduos conforme apresentado na tabela a seguir:

Tabela 1 – Tratamento adequado para cada grupo de RSS

GRUPOS DE RSS Tipo de

Tratamento Grupo A

Risco Biológico Grupo B

Risco Químico Grupo C

Risco Radioativo Incineração Autoclave Tratamento Químico Microondas Ionização Decaimento Fonte: Gerenciamento de RSS- Ministério de Saúde – REFORSUS,2001

Dos métodos de tratamento listados na tabela acima, apenas dois se constituem em verdadeiras alternativas tecnológicas para tratamento de resíduos no estado de Pernambuco: a incineração e a autoclavagem.

A autoclavagem ou esterilização a vapor, amplamente utilizado em laboratórios consiste na eliminação dos microrganismos patogênicos, através da exposição da massa de resíduos ao vapor saturado, por um período de tempo pré-determinado em condições controladas de temperatura e pressão.

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PPoorr qquuee ffooii eessccoollhhiiddoo oo pprroocceessssoo ddee iinncciinneerraaççããoo ?? A incineração apresenta varias vantagens, a principal delas refere-se ao fato de poder tratar todas as classes de resíduos gerados em centros de saúde, a diferença de outros processos que tem aplicabilidade limitada.

A tabela a seguir compara as duas tecnologias em termos das suas vantagens e desvantagens.

Tabela 2 – Comparativo das tecnologias de Incineração

Alto custo de implantação, operação e manutenção, incluindo as análises das

emissões gasosas.

Não há redução de volume e nem descaracterização dos resíduos

tratados

Potencial emissão atmosférica de compostos perigosos. Baixa capacidade de tratamento

Des

vant

agen

s (-

)

Possível presença de metais pesados no produto resultante da incineração, as cinzas.

Limitação quanto aos tipos de resíduos a serem tratados

Incineração Autoclavagem Alto poder de redução do volume dos

resíduos (em torno de 90%), conseqüentemente menor volume de

resíduos a ser disposto em solo, ampliando a vida útil do aterro sanitário.

Facilidade de operação

Elevada capacidade de tratamento. Baixo custo de operação e manutenção

Eficácia na descaracterização física dos resíduos.

Pequena área física necessária a implantação do sistema

Vant

agen

s (

)

OO eemmpprreeeennddiimmeennttoo vvaaii aatteennddeerr ssóó oo mmuunniiccííppiioo ddee MMoorreennoo ?? Não, o empreendimento terá uma abrangência regional. Dentro da gestão de resíduos sólidos como um todo, as unidades de tratamento de resíduos de saúde são diferenciadas, tendo em vista que não objetivam o atendimento de um único município, o que seria inviável economicamente. Muito pelo contrário, os incineradores são equipamentos de alto custo que para serem viabilizados precisam abranger um grande volume de resíduos proveniente de uma área de influência que, em alguns casos, pode ter abrangência mais do que regional.

A Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos do Grupo Atento tem uma expectativa inicial nessa linha de abrangência. A sua localização estratégica na

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BR-232 deixa visualizar uma clara possibilidade de captar uma parcela do mercado crescente da cidade do Recife e da RMR em geral, bem como da zona da mata e a região do Agreste.

Antecipando um pouco o que será a descrição do empreendimento, menciona-se que o projeto considera a instalação de dois (2) incineradores com capacidade total do sistema de 220 kg/hora, funcionando 16 horas por dia, ou seja, com capacidade de atender 3,5 t/dia de resíduos RSS.

Para adquirir uma ordem de grandeza sobre a capacidade de incineração da unidade, observa-se o caso do município de Moreno, sede do empreendimento. A geração de resíduos de saúde está na faixa de 263,0 kg/dia, dos quais 66,0 kg/dia correspondem à parcela perigosa encaminhada para incineração. Por sua vez, os dois equipamentos do Grupo Atento, possuem capacidade para atender uma demanda de 3.500 kg/dia, 13 vezes maior que a produção de Moreno.

QQuuaall ffooii oo ccrriittéérriioo qquuee ddeetteerrmmiinnoouu aa eessccoollhhaa ddaa áárreeaa??

Vários foram os critérios que levaram a propor a referida área como sede do empreendimento. Sem dúvida nenhuma a localização estratégica na BR-232 aproxima o empreendimento do Agreste, da Mata Sul, da RMR, dos novos empreendimentos como a SADIA de Vitória, do Porto de Suape que ficará ainda mais accessível com a construção da chamada Perimetral Oeste, eixo viário planejado que ligará a BR-408 com a BR-101.

A área escolhida é ideal em termos topográficos uma vez que abrange cotas elevadas e contornos de vegetação de mata atlântica que a deixam praticamente imperceptível para quem transita pela BR-232.

Pesou também na escolha o fato da área pertencer ao grupo desde há mais de 15 anos, ou seja, antes de ter interesse no negocio do tratamento de resíduos. Com efeito, a área de 2,012 hectares faz parte de um terreno de aproximadamente 17,0 hectares que foi desmembrado em 7 chácaras. A Chácara F de 2,012 hectares pertence ao GRUPO ATENTO Soluções Ambientais Ltda. O título de propriedade está registrado no cartório, Livro n° 84 folhas 7 registro R- 4 -3634 Livro. 2– t. folhas Quat. 20 Matricula sob n° 3634. Registros de imóvel. N°14287.

No entanto, isso foi uma situação meramente ocasional, não tendo sido o critério definitivo para a tomada da decisão.

Todo o processo de análise de alternativas foi conduzido tecnicamente sendo evidente a dificuldade por se encontrar um terreno que não apresentasse

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algum tipo de restrição, especialmente no concernente à oposição das comunidades.

Cabe anotar que o temor das comunidades vem motivado, em parte, pelo desconhecimento e desinformação dos processos desenvolvidos neste tipo de empreendimentos. No imaginário popular a conotação de estar-se trabalhando com resíduos considerados perigosos pelo seu risco de contaminação biológica, além do impacto cultural e até religioso do manuseio de partes humanas, induz à comunidade a imaginar um cenário de altíssimo risco, o que hoje em dia, não pode ser considerado como certo.

EExxiissttee aallgguummaa rreessttrriiççããoo lleeggaall ppaarraa aa iimmppllaannttaaççããoo ddoo eemmpprreeeennddiimmeennttoo nnaa áárreeaa aappoonnttaaddaa??

Não, porém, dois fatores devem ser ressaltados:

De acordo com o Plano Diretor Participativo do Moreno Lei nº 343/06 a localidade da área do empreendimento denomina-se de zona urbana 3 (ZU-3) dentro da macrozona urbana, pois a mesma encontra-se na faixa de 700 metros da rodovia federal BR-232, área esta que deve ter sua ocupação controlada, potencializando sua utilização de forma condizente com a qualificação desejada para esse eixo viário estruturador. Não estão inseridos na ZU-3 o loteamento Nossa Senhora das Graças e os núcleos urbanos de Bonança e da Sede e os assentamentos rurais.

A lei 9860/86 que delimita as áreas necessárias à proteção dos mananciais coloca grande parte do município de Moreno (cerca de 70% de sua área) como Área de Proteção de Manancial, estando o empreendimento inserido dentro deste perímetro.

Assim, a área do empreendimento é considerada ao mesmo tempo como urbana e como de proteção de mananciais.

Estes dois aspectos foram profundamente analizados no EIA por jurista especializado, e demonstrado à luz da legislação que não se constituem em impedimento para a instalação do empreendimento.

Já em termos de criterios técnicos ou normas reguladoras que definam restrições para a instalação deste tipo de empreendimentos, destaca-se a resolução CONAMA 316 de 2002, quiçá o único regulamento que cita algum tipo de critério de localização do empreendimento. O artigo 9° da citada Resolução menciona que incineradores de resíduos hospitalares não poderão ser instalados em áreas residenciais.

A área escolhida para implantação do empreendimento não é residencial, embora esteja inserida dentro do perímetro urbano do município de Moreno.

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O uso do solo atual é predominantemente Rural, ainda com um amplo remanescente de mata atlântica que contorna o terreno do Grupo Atento pelos lados norte e oeste e leste em menor proporção.

Verifica-se ainda um uso misto de pequenas chácaras, equipamentos de lazer, cultivo de cana de açúcar e inclusive outros empreendimentos comerciais. Este confinamento com mata é certamente uma potencialidade da área.

A ocupação humana residencial verifica-se em sentido sudeste com o loteamento Nossa Senhora das Graças, localizado aproximadamente a 600m do empreendimento do outro lado da BR-232, sendo a relativa proximidade desta comunidade a principal restrição da área.

Tabela 3 – Resumo do uso e ocupação do solo dentro da AID

Uso (ha) (%) Agua 2,90 0,93 Cana 3,41 1,10 Capoeira 32,08 10,32 Constr Rural 2,80 0,90 Estradas 4,73 1,52 Industria 0,49 0,16 Mata 108,12 34,80 Pasto 148,12 47,67 Solo Exposto 8,06 2,59 Total 310,69 100,00

PPoorr qquuee nnããoo nnoo DDiissttrriittoo IInndduussttrriiaall ddee MMoorreennoo??

Este citado distrito consiste de um recorte de terreno de 26,0 hectares localizado a uma distância de 3km do empreendimento na margem norte da BR-232, que, outrossim, ocupa a Faixa de domínio da BR-232.

A alternativa de implantar o empreendimento neste setor do município, embora seu caráter industrial, apresenta varias incertezas, senão vejamos:

1. O distrito industrial corresponde a uma “Ilha” de 26 hectares, mergulhada em uma grande mancha definida como perímetro urbano, deixando-o igualmente suscetível a ser abraçado pela ocupação urbana.

2. O Vetor de crescimento de Moreno aponta justamente na direção do Distrito Industrial, já que este avança em faixas paralelas à BR-232, assim, a possibilidade de em um futuro próximo a comunidade ocupar a margem da BR-232 aproximando-se do empreendimento é grande.

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3. Verificam-se grandes industrias de produção de ovos do lado norte e noroeste do distrito industrial, o que de fato seria um empecilho para a instalação nas proximidades de um empreendimento das características do proposto, muito embora, a tecnologia adotada pelo empreendedor garante as emissões das chaminés dentro dos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 316.

4. A topografia abrupta do Distrito Industrial vem sendo um empecilho para a instalação de novos empreendimentos, tanto é que neste momento só comporta duas indústrias.

5. O Distrito Industrial faz vizinhança com a Mata do Engenho Moreninha, decretada como Reserva Ecológica pela Lei Estadual N° 9989/87.

As considerações acima citadas não são novidade para a Prefeitura de Moreno, muito pelo contrario, atualmente se pleiteia junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco uma mudança do Distrito Industrial. A área proposta para sediar o novo Distrito Industrial, situa-se às margens da BR-232 nas proximidades do Distrito de Matriz da Luz, no município vizinho de São Lourenço da Mata, em terras do Engenho Pocinho.

Grupo Atento

Distrito IndustrialInd. Ovos

Ind. Ovos

Distrito Industrial

Figura 2. Localização do distrito Industrial e Vetor de Crescimento

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AA PPRROOPPOOSSTTAA DDOO GGRRUUPPOO AATTEENNTTOO !!

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OO llaayy--oouutt ddoo pprroojjeettoo..

O projeto consiste na instalação de uma Unidade de tratamento por destruição térmica de Resíduos de Serviços de Saúde, utilizando para isso dois (2) incineradores novos de alta tecnologia com capacidade para incinerar resíduos sólidos e semi-sólidos resultantes de atividades de saúde.

A capacidade instalada total, somando-se os dois incineradores é de 220 kg/hora (3,52 t/dia) no regime de trabalho de 16 horas por dia, das 07:00h às 23:00h, seis dias por semana.

A área a ser ocupada com a unidade de incineração e seus periféricos totaliza 9.352m², sendo que os restantes 10.648m² que complementam o terreno do Grupo Atento ficarão como reserva, uma vez que estão ocupados, ora com remanescente de Mata Atlântica, ora com gramíneas.

A distribuição de unidades dentro do terreno a ser ocupado pode ser observada no quadro a seguir.

Guarita de controle de acesso

Prédio de alvenaria de aproximadamente 25,0m² composto por uma sala e um banheiro onde será realizado o controle de entrada e saída de veículos.

Bloco administrativo

Prédio de alvenaria de 195,0m² com dimensões de 5,0 x 13,0m composto por 3 salas administrativas, 2 salas de diretoria (uma com banheiro), 1 sala de reunião, 2 banheiros, recepção, depósito e copa.

Bloco de serviços

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Prédio de alvenaria de 116,0m² composto por vestiários, refeitório, cozinha, depósito e salão de jogos.

Bloco de banheiros para funcionários

Bloco de alvenaria de 3,90 x 3,00m com 2 sanitários masculinos e 2 sanitários femininos.

Galpões de Incineração

Dois (2) galpões de Incineração com dimensões de 38,0 x 16,0 perfazendo uma área coberta de 608,0 m². construídos em estrutura metálica com pé direito de 6,0m, cobertura de zinco a duas águas e paredes de alvenaria levantadas só a uma altura de 1,80m para permitir uma grande circulação de ar.

Cada galpão estará composto pelos seguintes setores:

Área de descarga de resíduos

Com dimensões aproximadas de 3,85 x 2,75 será construída em concreto e elevada do nível da rua para facilitar o descarrego das bombonas. Toda a unidade estará contornada por valetas de concreto com grades para evitar vazamentos da porção líquida dos RSS. Ditos efluentes serão descarregados no reservatório de lavagem de gases que trabalha em circuito fechado com reaproveitamento de água.

Depósito de resíduos

Cada galpão estará dotado de dois depósitos de resíduos consistentes em plataformas de 4,35 x 2,75m com piso e mureta lateral revestidos em cerâmica conformando uma bacia de contenção, onde os resíduos descarregados em bombonas, serão re-acondicionados em bombonas de volumetria adequada à capacidade de alimentação do incinerador.

Cada bacia terá uma única saída de drenagem que conduzirá os efluentes para o sistema de tratamento.

Área para depósito de bombonas

Uma faixa lateral do galpão será utilizada para a estocagem de bombonas vazias.

Área de Incineração

A área de incineração terá aproximadamente 300 m² com capacidade para receber 2 incineradores e um lavador de gases.

Salienta-se novamente que nesta primeira etapa de licenciamento só está prevista a instalação de um único incinerador.

Área de Circulação

Os galpões foram dimensionados para terem áreas de circulação e escape que atendam as normas de segurança do trabalho.

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DDeemmaannddaa ddee MMããoo ddee OObbrraa

Durante operação do empreendimento, trabalhar-se-á em dois turnos, com funcionários distribuídos nas seguintes funções:

Qtde Descrição

Quadro Administrativo

01 Gerente da unidade 01 Secretaria 04 Assistente administrativo

Turno 1 (7:00 – 14:30hr)

01 Vigias 01 Supervisor de turno 02 Recepção de resíduos 01 Limpeza de bombonas 02 Incineração de Resíduos 01 Serviços Gerais

Turno 2 (14:30hr – 22:00 hr)

01 Vigias 01 Supervisor de turno 02 Recepção de resíduos 01 Limpeza de bombonas 02 Incineração de Resíduos

Total empregos diretos: 21

DDeemmaannddaa ddee sseerrvviiççooss ppúúbblliiccooss

A área de implantação é atendida com rede elétrica da CELPE, coleta de lixo e acesso através da BR-232.

Destaca-se a não existência do serviço de água da COMPESA. Os moradores do entorno relatam a utilização de carros pipas. Água de poço não é comum na região em função das características hidrogeológicas.

CCaarraacctteerrííssttiiccaass ddooss eeqquuiippaammeennttooss ddee iinncciinneerraaççããoo

Dois incineradores novos de tecnologia avançada e fornecidos por empresas reconhecidas no mercado trabalharão de forma paralela:

o Incinerador de autocombustão marca LUFTECH com capacidade de incineração de 100kg/hora. (Informações adicionais do equipamento no site: http://www.luftech.com.br/).

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o Incinerador alimentado com gás natural da empresa ENGEAPLIC com capacidade de incineração de 120 kg/hora. (Informações adicionais do equipamento podem ser consultadas no site http://www.engeaplic.com.br).

Cada uma das unidades estará composta por:

(i) Incinerador multicâmeras propriamente dito;

(ii) Lavadores de Gases para controle da poluição ambiental.

AA.. UUnniiddaaddee ddee aauuttooccoommbbuussttããoo ddaa EEmmpprreessaa LLuufftteecchh

aa.. IInncciinneerraaddoorr

O equipamento de incineração a ser utilizado é o modelo RGL 350 SE de Autocombustão tecnologia alemã da empresa LUFTECH, multi-câmaras, com capacidade de incineração de 100 kg/hora gerando energia em torno de 350 kw (300.000 Kcal/h), com alimentação semi- automática por bateladas com acionamento pneumático.

bb.. LLaavvaaddoorr ddee ggaasseess

Composto de: Resfriador adiabático, sistema de exaustão, lavador venturi, lavador separador hidrodinâmico, tanque decantador, tanque de água de processo, bombas, filtro, torre de resfriamento de água, vaso para mistura e dosagem de reagentes, chaminé e equipamento de monitoramento contínuo.

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T1 °C 800 T2 °C 1.000 T3 °C 600 T4 °C 80 T5 °C 60 Q1 Nm3/h 1.400 Q1 m3/h 1.800

Câmara Primária

Câmara Secundaria Ciclone

Lavador Venturi

1

Lavador Venturi

2

T1 T2 T3

T5

T4

Q1

Descarrego deResíduos

Cinza Cinza

Solução Alcalina

Água

EmissãoAtmosférica

Lodo

Figura 3. Esquema de funcionamento do incinerador LUFTECH

BB.. IInncciinneerraaddoorr MMOODDEELLOO IIEENN--112200..RRHH((WWMM))--LLGG ddaa EEmmpprreessaa EENNGGEEAAPPLLIICC

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aa.. IInncciinneerraaddoorr ((TTiippoo RReettoorrttaa))

Forno incinerador para resíduos institucionais e hospitalares com capacidade de 120 kg/hora, projetado e construído de acordo com as exigências e regulamentações da Lei 997, Legislação federal do CONAMA 5 e CONAMA 316 e conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde.

O incinerador utiliza a tecnologia tipo retorta câmeras múltiplas ou câmaras em “U”, apropriados a unidades de tratamento de resíduos de pequeno e médio porte.

A construção do equipamento é em estrutura de perfis de Aço Carbono laminados e fechamento em chapas de aço compondo um conjunto que é transportável montado pronto, depois de refratado.

O incinerador possui 4 câmaras , cada uma cumprindo um objetivo específico, obtendo - se ao final uma incineração isenta de poluentes , resultando gases inertes no chaminé, dentro dos padrões dos Orgãos de Controle Ambiental.

bb.. LLaavvaaddoorr ddee ggaasseess

O sistema lavador é instalado imediatamente após o flange de saída do forno incinerador, na passagem entre o forno e a chaminé. Dessa forma a corrente de gases saídos do incinerador, sofre a ação da grade liquida formada, com conseqüente retenção dos particulados no espelho de água do lavador.

O equipamento permite através de portas de limpeza, retirar a lama ou lodo eventualmente formado depois de determinado tempo de operação, e que por sua vez é novamente incinerada, nas câmaras do forno incinerador.

A água necessária é constantemente renovada para repor a parte evaporada, e o sistema não apresenta portanto resíduos líquidos.

É um sistema de circuito fechado; a água deverá ser tratada de forma a neutralizar a sua acidez pela alteração do pH, periodicamente verificado.

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T1 °C 800 T2 °C 1.000 T3 °C 500T4 °C 80 Q1 Nm3/h 1.900 -2.300

Câmara Primária

Câmara Secundaria

Câmara de Extensão

(Asegura o tempo dos

gases em alta temperatura)

Lavador de gases

T1 T2

T4

T3

Q1

Descarrego deResíduos

Água

EmissãoAtmosférica

Lodo

Queimador Q1 Queimador Q2

Início da Combustão

Pós Combustão

Reposição e Correção de pH

Gás Natu

ral

Gás Natu

ral

Figura 4. Esquema de funcionamento do incinerador ENGE-APLIC

OOss SSuubb--PPrroodduuttooss ddoo PPrroocceessssoo ddee IInncciinneerraaççããoo

AA.. EEmmiissssõõeess GGaassoossaass

As especificações dos incineradores adquiridos pelo Grupo Atento mencionam uma liberação de emissões atmosféricas da ordem de 1.400 Nm³/hora para o caso da unidade da LUFTECH e de 1900 Nm³/hora para o caso do equipamento da ENGEAPLIC.

Conforme os fabricantes os padrões de lançamento de poluentes do equipamento com o lavador de gases são inferiores aos máximos especificados na Resolução CONAMA conforme apresentado na Tabela 4.

RREELLAATTOORRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL -- RRIIMMAA

UUnniiddaaddee ddee TTrraattaammeennttoo TTéérrmmiiccoo ddee RReessíídduuooss

RIMA - 19 de 63

Tabela 4 – Padrões de Emissão dos Incineradores Adquiridos

Parâmetro Unidade CONAMA LUFTECH ENGEAPLIC

CO ppm 100 10,1 0,05

SO2 mg/Nm3 208 1,4 39,5

NOx mg/Nm3 560 56,8 72,1

MP mg/Nm3 70 40 68,53

HCI mg/Nm3 80 14,4 72,73

HF mg/Nm3 5 n.m. 4,66

Dioxinas e Furanos Ng/Nm3 TEQ 0,5 0,033 -

Metais Classe 1 mg/Nm3 0,28 0,002137 -

Metais Classe 2 mg/Nm3 1,4 0,002773 -

Metais Classe 3 mg/Nm3 7 0,049192 - Fonte: Empresas LUFTECH e ENGEAPLIC, fabricantes dos equipamentos.

BB.. EEfflluueenntteess ddoo ssiisstteemmaa ddee llaavvaaggeemm ddee ggaasseess

Os efluentes resultantes da lavagem de gases nos dois incineradores, que em essência correspondem a uma água ácida, serão recirculados em sistema fechado, não tendo descarte para o meio ambiente.

A água de lavagem de bombonas, estimada em 1720 litros/dia, será armazenada e encaminhada para o sistema de lavagem de gases, tampouco prevendo-se descarte deste efluente, que outrossim, apresenta uma melhor qualidade que o proveniente da lavagem de gases.

CC.. GGeerraaççããoo ddee RReessíídduuooss SSóólliiddooss

O processo de incineração reduzirá em torno de 90% o volume dos resíduos que adentram o local, assim estima-se que serão geradas durante operação a capacidade plena da unidade da ordem de 350 litros de cinzas diariamente.

O material será acondicionado em contêiner metálico de 6m³ protegido com lona e a destinação final será um Aterro Sanitário com licença de operação vigente.

Salienta-se que a bibliografia especializada registra que as análises de classificação efetuadas sobre amostras de cinza denotam não periculosidade do material, ou seja, enquadramento como resíduo Classe IIA da NBR 10.004/04, contudo, o empreendedor deverá caracterizar o resíduo para dar-lhe destinação final conforme legislação.

O sistema de lavagem de gases sedimentará partículas em um tanque decantador, sendo requerida a remoção periódica do material como parte do programa de manutenção da unidade.

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Deverão ser executados ensaios de classificação (NBR 10.005 – lixiviação e NBR 10.006 solubilização) sobre o resíduo para confirmar a classe do mesmo. De ser classificado como Classe I – perigoso, poderá ser incinerado no mesmo local, após aprovação da CPRH e após secagem.

AA OOppeerraaççããoo ddaa UUnniiddaaddee

bb.. TTrraannssppoorrttee

A equipe de coleta deve receber treinamento adequado e ser submetida a exames médicos pré-admissionais e periódicos, de acordo com o estabelecido na Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

O veículo coletor deve atender aos seguintes critérios:

a. não permitir vazamento de líquido, e ser provido de ventilação adequada;

b. o veículo coletor deve contar com os seguintes equipamentos auxiliares: pá, rodo, saco plástico (ver NBR 9190) de reserva, solução desinfetante;

c. devem constar em local visível o nome da municipalidade, o nome da empresa coletora (endereço e telefone), a especificação dos resíduos transportáveis, com o número ou código estabelecido na NBR 10004, e número do veículo coletor;

d. ser de cor branca;

e. ostentar a simbologia para o transporte rodoviário (ver NBR 7500), procedendo-se de acordo com a NBR 8286.

Os veículos utilizados para a coleta e transporte dos resíduos poderão ser:

Bombonas de 200 litros: Caminhão tipo baú;

Bombonas de 50 e 20 litros: Furgonete;

cc.. RReecceeppççããoo ee aaccoonnddiicciioonnaammeennttoo

Na chegada à unidade os veículos da empresa serão direcionados para a plataforma de descarrego correspondente. O pessoal que manuseará as bombonas estará devidamente treinado munido das EPI’s adequadas para lidarem com segurança com resíduos de saúde.

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As bombonas descarregadas na unidade de tratamento serão pesadas e catalogadas, sendo preenchido formulário de cadeia de custodia do material, que deverá vir relacionando a origem e os detalhes de coleta de cada bombona.

As bombonas serão esvaziadas nos setores de depósito de resíduos para alimentação de cada um dos incineradores em função do tipo e umidade do resíduo contido.

dd.. AAlliimmeennttaaççããoo ddooss iinncciinneerraaddoorreess

A alimentação dos incineradores será manual em um primeiro momento, aproveitando as características de segurança que oferece o equipamento. Os gases são removidos por ventiladores que os enviam para o reator de oxidação, desta forma o modulo de alimentação opera com pressão negativa, evitando a fuga de gases, protegendo a saúde do operador.

ee.. MMaanneejjoo ddee bboommbboonnaass

O manejo de bombonas será o mais asséptico possível evitando ao máximo o contato dos operadores com os RSS.

O número de bombonas na unidade varia em função da capacidade volumétrica das mesmas. Uma análise de sensibilidade mostra que se fossem utilizadas somente bombonas de 50 litros a quantidade diária seria de 64. Já no caso da utilização só de bombonas de 200 litros o número cai para 16.

As bombonas depois de esvaziadas serão lavadas com jato de água a pressão e desinfetante, evitando o contato com o operador.

Depois de limpas serão submetidas a secagem natural ou com jato de ar, ensacamento e estocadas na área correspondente do galpão de incineração.

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AA ÁÁrreeaa ddee IImmppllaannttaaççããoo ee sseeuu EEnnttoorrnnoo !!

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AAss áárreeaass ddee IInnfflluuêênncciiaa

O empreendimento ficará localizado ao norte do município de Moreno em limites com São Lourenço da Mata, em terras do Engenho Pocinho.

As áreas de influência definidas para o estudo podem ser observadas na Figura ao lado.

AADDAA –– ÁÁrreeaa ddiirreettaammeennttee AAffeettaaddaa

Correspondente aos dois (2) hectares que compõem a propriedade.

AAIIDD –– ÁÁrreeaa IInnfflluuêênncciiaa DDiirreettaa

Definiu-se um raio de 1km do entorno do empreendimento, abrangendo assim a comunidade de Nossa Senhora das Graças e uma Parcela do Reservatório Duas Unas.

AAIIII –– ÁÁrreeaa IInnfflluuêênncciiaa IInnddiirreettaa

Considerou-se para os meios físico – biótico o reservatório de Duas Unas, enquanto que para o meio socioeconômico os limites foram ampliados para o Município de Moreno.

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CCaarraacctteerrííssttiiccaass ddaa AADDAA

A área proposta para implantação do empreendimento apresenta uma conformação retangular com dimensões médias de 376,50 x 55,0m perfazendo uma área em projeção horizontal de 20.946 m².

Figura 5. Uso do solo na área do empreendimento Morfologicamente, o terreno corresponde a um pequeno morro de aproximadamente 20,0m de altura que foi cortado pelo seu lado sul quando da construção da BR-232, gerando um talude viário de pouca altura. No perímetro imediato, bem como no interior da área, não foi verificada nenhuma ocupação humana. A presença humana começa a se insinuar em um raio de 300m, com chácaras e fazendas isoladas.

Nos 2,012 hectares podem ser identificadas três tipologias de cobertura vegetal. Do lado sul da área que limita com a BR-232, a cobertura remanescente evidencia que a Mata foi suprimida dando origem a uma vegetação rasa com arbustos esparsos.

Ao que tudo indica, a terraplenagem realizada na área foi realizada neste setor “A.

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O setor “B” da área está ocupado com remanescente de mata atlântica, enquanto que o setor “C” tem sua superfície coberta com gramíneas.

CCaarraacctteerrííssttiiccaass ddaa AAIIII AA.. AAssppeeccttooss FFííssiiccooss

De acordo com a classificação de Köppen, o clima da área em estudo é quente e úmido, com os tipos Ams´ e As, predominando o primeiro, com chuvas concentradas nos meses de março a julho.

A precipitação media anual no município segundo dois (2) postos pluviométricos localizados em Vitória de Santo Antão, um da SUDENE (1920 – 1991) e outro do IPA (1952-1999), registram valores em torno de 1000 mm, sendo que de março a julho se concentra 70% da precipitação anual conforme pode ser apreciado na Figura a seguir.

No tocante à temperatura, observam-se temperaturas máximas de cerca de 30 ºC nos meses de novembro a abril; as mínimas, próximas de 20 ºC, nos meses de julho a setembro. A temperatura média ao longo dos anos ficou em torno de 25 ºC.

Para a caracterização da variável vento, principal elemento climatológico para análise do empreendimento em termos de dispersão de poluentes, foram obtidos dados dos relatórios do INMET. Segundo dito órgão, predominam na região os ventos S e SE nos meses de maio a setembro, e E e SE, nos meses de outubro a abril. Em todo o período, são registrados ventos com velocidade variável entre 2 e 3 m/s, 38 % do tempo, ventos com velocidades entre 3 e 4 m/s; e, apenas 7 % do tempo, ventos com velocidades acima de 4m/s. No período de dez anos, conforme dados, a direção predominante do vento de Sudeste (SE) foi de 84 %, variação em média entre 5 e 11% nas direções Leste (E) e Sul (S) respectivamente.

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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Já a umidade relativa do ar revela média superior a 80 %, com intervalo de variação de 72-86% correspondente aos meses de janeiro e junho respectivamente.

A área de estudo apresenta um relevo dominado por serras, morros, e colinas expressos por formas topográficas bem definidas. As formas de relevo, dentro desses domínios, resultaram de uma série de acontecimentos geológicos, relacionados às atividades tectônicas e ao comportamento diferencial das rochas.

Foto 2 - Panorâmica do Local de Implantação

No entorno da área o relevo pode ser considerado como ondulado, estando conformado por uma seqüência de morros arredondados tabulares contornados por vertentes de declividade moderada.

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Foto 3 – Solo avermelhado na terraplenagem da área

Esta conformação morfológica é governada pelo contexto geológico, uma vez que as áreas de influência encontram-se inseridas na Província da Borborema que segundo Almeida et alli (1977) coincide com a Região de Dobramento Nordeste, desenvolvida durante o Ciclo Brasiliano. A Província da Borborema, possui uma superfície de cerca de 380.000 km2. Trata-se de um cinturão orogenético meso/neoproterozóico que se estende por grande parte do nordeste.

Mais especificamente, as áreas estão encaixadas no contexto litológico do Maciço Pernambuco-Alagoas, como parte de um complexo migmatítico-granítico (Correia, 1979). Isso significa a presença marcante de maciços graníticos constituídos pelos minerais essenciais quartzo, feldspatos potássicos e biotita, além de alguns minerais acessórios, que resultam sob as condições climáticas locais, em solos areno-argilosos a argilo-arenosos.

Justamente essa foi a situação detectada com a sondagem de 25m executada na parte alta do terreno, que evidenciou um horizonte profundo de solo de alteração descrito como um silte arenoso cor avermelhado de pouco a medianamente compacto com valores de N (ensaio de SPT) variando em torno dos 10 golpes. Os ensaios granulométricos indicam um solo fino com 65% dos seus grãos passando através da peneira 200, com condutividade hidráulica natural na faixa de 3,80 x 10-7 m/s, confirma de se tratar de um material siltoso de permeabilidade moderada a baixa.

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Este espesso manto de alteração diminui a infiltração da água, resultando em um baixo potencial hidrogeológico no entorno. De fato, um estudo geofísico preliminar executado na área para avaliar a possibilidade de construir um poço artesiano, trouxe um resultado negativo.

Foto 4 – Açude dentro da AID

Já em termos de recursos hídricos superficiais, A AII do projeto está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Jaboatão, cujo tributário o Rio Duas Unas, abrange a AID.

No entorno do empreendimento não foi detectado nenhum outro corpo hídrico, mas somente pequenos barreiros construídos nas chácaras do entorno com alimentação de água de chuva.

Dados sobre o monitoramento e avaliação da qualidade do ar no município de Moreno, não existem. A Estação mais próxima de monitoramento instalada e operada pela Companhia Pernambucana de Meio Ambiente –CPRH, localizada no município de Jaboatão dos Guararapes (em frente a Prefeitura Municipal) foi desativada , desde o ano de 2001 e ainda os dados anteriores a esta data , referem-se somente a Material Particulado Total (PTS), Dióxido de enxofre (SO2) , Óxidos de nitrogênio (NOx). Desse modo, não há como caracterizar a qualidade do ar na área e definir o incremento de determinado poluente , considerando a existência de outras fontes na área e os limites máximos exigidos pela Legislação.

No entanto, as observações levantadas no entorno da área, indicam que a principal fonte de poluição é a proveniente dos veículos que transitam pela BR-232. Igualmente as atividades de cana desenvolvidas no entorno lançam uma enorme quantidade de material particulado para a atmosfera afetando os moradores mais próximos.

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Foto 5 – Material Particulado na AID

BB.. AAssppeeccttooss BBiióóttiiccooss

O cenário que apresenta a AID em termos de cobertura vegetal não é muito diferente do cenário verificado em toda a Zona da Mata de Pernambuco, onde a exuberante cobertura vegetal de Mata Atlântica vem sendo totalmente devastada desde o século XVI, quando da introdução da monocultura da cana-de-açúcar, avançando inclusive sobre as encostas, ocupando inteiramente as colinas, e deixando somente remanescentes de bosques no topo das elevações.

Hoje dentro da AID a paisagem remanescente destas agressões conforma um mosaico de fragmentos remanescentes de mata atlântica mergulhados entre cultivos de cana e de pasto.

O remanescente de vegetação de 8 hectares que contorna a área de implantação e inclusive cobre uma parte da área de 2,012 hectares de propriedade do Grupo Atento, bem como outros fragmentos remanescentes dentro da AID, apresentam duas situações díspares: do lado do norte e do poente existe um remanescente da mata nativa de outrora, como se vê pela lista de espécies encontradas, enquanto do lado do sul e do nascente as obras de construção da rodovia do passado e da atual BR-232, que a ela se veio sobrepor, alteraram nesse passado algo remoto a cobertura vegetal anterior.

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Pode-se considerar, portanto, como área antropizada, apresentando raras evidências da mata do passado remoto que, certamente, era também do tipo da mata atlântica.

Figura 6. Remanescente de 8 hectares no entorno do empreendimento

Foto 6 – Remanescente de Mata na encosta do lado sul (Lado oposto da BR-232)

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As vistorias efetuadas no local mostram que se trata de mata ombrófila perenifólia, algo perturbada pelo corte eventual e furtivo de algumas árvores, o que não se nota, no entanto, a uma inspeção através de imagens aéreas ou de incursões superficiais pela sua periferia.

Penetrando nesses trechos de mata algo preservada, foi possível identificar árvores e arbustos típicos da chamada “mata atlântica”. Ao todo foram identificadas, 29 espécies típicas da mata ombrófila perenifólia, além de espécies botânicas de palmeiras, de ervas e pteridófitas herbáceas.

Curiosidades, como a presença de árvore australiana do gênero Acacia, com folhas jovens do seedling compostas e pequeninas, e folhas adultas reduzidas apenas aos filódios que imitam folhas simples é notável na área, e essas árvores exóticas se reproduzem bem, como se já adaptadas ao local, sendo surpreendente a presença aqui dessa espécie australiana.

Foto 7 – Bico-de-osso (Cacicus solitarius), nidificando na orla da mata, sobre o açude. Foto arquivo Galileu Coelho.

O padrão faunístico observado na área, em especial no que diz respeito aos ambientes preferidos pelas espécies de vertebrados terrestres, possibilita a classificação ecológica da vegetação em três categorias principais, quais sejam: formações abertas, nas quais a maior parte da luz solar atinge o solo, representadas pela vegetação de pequeno porte e arbustivas; formações fechadas, representadas por pequenos trechos de mata mais alta, com árvores agregadas, sob a forma de capoeiras e capoeirões; e a vegetação ribeirinha, compreendendo áreas alagadas ou encharcadas, geralmente com vegetação herbácea, composta principalmente por gramíneas e ciperáceas.

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Na AID, por conta da ação antrópica (desmatamento, terraplenagens e apanha de animais), grande parte das espécies da fauna de vertebrados encontra-se hoje distribuída principalmente nos diversos tipos de ambientes abertos. Tais formações, bastante variegadas, são predominantes, e fazem limites com aglomerados de árvores mais altas. Algumas espécies animais acham-se também restritas às áreas de vegetação ribeirinha e aquática.

Por conta da necessidade de se utilizar espécies ou grupos de animais que possam representar bem as condições dos ambientais em que vivem, deu-se ênfase a classe das aves, grupo reconhecidamente bioindicador (WORLD BIRDWATCH, 1999; VIELLIARD, 2000).

A presença de trechos florestados, em estágio médio de degradação, localizados nas proximidades da área diretamente afetada (ADA) do empreendimento certamente explica a presença, especialmente no período noturno, de exemplares de médio porte, particularmente de mamíferos, provenientes das mesmas e que esporadicamente são registrados nas áreas contíguas à área do projeto.

Além dessas áreas cobertas por pequenos fragmentos de Mata Atlântica, o padrão faunístico observado é semelhante àquele verificado em outros sítios periurbanos, nos quais se instalou uma vegetação variegada, aberta, com muitas plantas ruderais, resultantes das ações antrópicas na cobertura vegetal primitiva.

Dentre aquelas espécies animais que são comumente observadas, nos diversos ambientes acima descritos, destacamos as seguintes:

Foto 8 - Cascudo (Hypostomus sp) comum nas lagoase barragens. Foto arquivo Galileu Coelho, 2007.

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Foto 9 - Teju (Tupinambis merianae) freqüenta formações abertas e fechadas. Foto: Arquivo Galileu Coelho.

Foto 10 - Cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena sp), espécie de atividade noturna, no sobosque de uma formação fechada. Foto: Arquivo Galileu Coelho.

Foto 11 - Guriatã (Euphonia violacea), comum nas copas da mata e nas áreas abertas.

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Dentre os vertebrados terrestres, aparentemente é também uma classe bem representada na área da Unidade de Tratamento Térmico de Resíduos.

O tembu ou cassaco (Didelphis cf. albiventris), espécie frugívora, é freqüente nas edificações e nas árvores frutíferas; a raposa (Cerdocyon thous), noturna, que aparece esporadicamente, em especial por entre a vegetação arbustiva, muito provavelmente advinda de fragmentos florestados maiores localizados nas proximidades. Dentre os mamíferos, juntamente com o sagui é a espécie mais comum e abundante (MONTEIRO DE CRUZ et alli, 1998).

O rato-de-casa (Rattus rattus), bem adaptado ao meio antrópico, e o morcego-de-telhado (Molossus molossus), são comuns nas habitações próximas ao ambiente prospectado, enquanto outros (Artibeus sp; Carollia sp), têm ocorrência ocasional nas copas das árvores frutíferas. Todas essas espécies têm hábito noturno. O preá (Galea spixii) (MONTEIRO DA CRUZ et al., 1998), é freqüentemente avistado na região (juntamente com o teju), sendo comum a presença de locais onde se abrigam: pequenas áreas de solo varrido, por entre a vegetação arbustiva, protegidas do sol, com alguma quantidade de fezes, características da espécie, no seu entorno.

Cutias (Dasyprocta prymnolopha) e preguiças (Bradypus variegatus) são de ocorrência ocasional nas matas, sendo a cutia mais comum. Duas preguiças foram recentemente introduzidas na área por moradores.

Um mateiro, e antigo caçador, nos mostrou vestígios da presença de pacas (Agouti paca), em áreas onde se alimentaram com frutos do dendê. É espécie de hábito noturno e vive nas proximidades da água, local onde se refugia quando acossada. É das mais perseguidas pelos caçadores, devido ao valor de sua carne.

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CC.. AAssppeeccttooss ssóócciioo--eeccoonnôômmiiccooss

A Lei Estadual nº 1.931 de 11 de setembro de 1928, criou o município de Moreno, desmembrado de Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão, tendo sido instalado de 01 de janeiro de 1929.

O Município ocupa 191,3 Km² de superfície territorial, sendo que 178,7 Km² (93,4% do total) são de área rural, enquanto que 12,4 Km² (6,6% do total) são de área urbana. Dispõe da rodovia BR- 232 (federal) e da PE- 07 (estadual) como vias de acesso.

A economia formal do município de Moreno se compõe basicamente da indústria de transformação, gerando 214 empregos em 15 estabelecimentos, da construção civil gerando 11 empregos em 03 estabelecimentos, do setor de serviços, com 556 empregos em 41 estabelecimentos, do setor de comércio que gera 276 empregos em 67 estabelecimentos, do setor de Administração Pública, com 711 empregos em 05 estabelecimento e os setores de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, que geram 965 empregos em 34 estabelecimentos.

CCoonntteexxttoo hhiissttóórriiccoo ee ppooppuullaacciioonnaall

A origem de Moreno remonta ao ano de 1616, mas foi no início do século XX que obteve sua emancipação através da Lei 1.931 de 11 de setembro de 1928. A ocupação do territorial do Moreno teve como característica a economia açucareira e têxtil.

RREELLAATTOORRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL -- RRIIMMAA

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De acordo com o Censo do IBGE (2000), Moreno possui uma população de 49.205 habitantes, sendo 38.294 residentes em área urbana (77,8% do total) e 10.911 em área rural (22,2% do total), distribuída pelo seu Distrito de Bonança e pelos núcleos urbanos de Massaranduba e Nossa Senhora das Graças (Inab), perfazendo uma taxa de urbanização de 77,8% (FIDEM, 2000).

A densidade demográfica do Moreno é de aproximadamente 236,8 hab/km2 e a taxa de crescimento no período de 1991/2000 foi de 2,68% ao ano.

Verifica-se que nos últimos trinta anos a população urbana do município cresceu linearmente com uma taxa média aproximada de 1,7%, um pouco inferior à registrada na RMR de 1,85%.

AAssppeeccttooss SSoocciiooeeccoonnôômmiiccooss

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH-M em Moreno é de 0,693, considerada de médio desenvolvimento humano, encontrando-se em 22° lugar no ranking estadual. Neste requisito, apresenta valor considerável, quando comparado ao índice da média do Estado de Pernambuco, igual a 0,705. Entretanto, verifica-se que ocupa o 12° lugar entre os Municípios da Região Metropolitana do Recife (FIDEM, 2000).

A agropecuária, administração pública, serviços e comércio são os setores que se destacam em Moreno como atividades produtivas. Além, de possuir vocação turística no segmento do agro-ecoturismo, devido ao potencial das reservas, através de trilhas e dos assentamentos de agricultura familiar.

Outra oportunidade consiste em instalações de empreendimentos, pois as condições de acesso ao município e sua localização em relação à Recife facilitam a implantação de indústrias e empresas.

No tocante à distribuição de renda, as estatísticas de 2000 do IBGE e da FIDEM retratam a seguinte realidade: a renda per capita mensal, no Município, é de aproximadamente R$ 100,34. Os chefes de famílias que possuem renda, 52,09% têm rendimentos até 1 um salário mínimo e 47,91% têm renda acima de 01 salário mínimo. Por outro lado 12,73% do total de chefes de família, não possui rendimentos. A renda média de um chefe de família é de 2,88 salários mínimos.

AA ooccuuppaaççããoo ddee MMoorreennoo

A ocupação urbana de Moreno apresenta duas características quanto a densidade, áreas com alta ou baixa densidade. As áreas de alta densidade são constituídas por lotes que têm em média 250m², mas possuem uma elevada taxa de ocupação, em muitos casos um lote é ocupado por mais de uma

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edificação. São exemplos os bairros de João Paulo II, Vila Liberdade, Alto da Liberdade, Alto da Maternidade, Alto de Sto. Antônio, Nossa Senhora de Fátima. Nas áreas de baixa densidade formada pelos bairros, Mangueira, Pedreiras, Parque dos Eucaliptos e Cercado Grande, os terrenos variam entre 250m² a 500m² apresentando recuos frontais e laterais e áreas verdes.

Por ser uma cidade que se originou de um latifúndio urbano, Moreno suporta uma escassez de ofertas de terras, principalmente no que diz respeito a lotes destinados a moradia popular, gerando um grande déficit habitacional que por sua vez, acelera a ocupação desordenada em áreas públicas, formando os assentamentos subnormais, com baixa qualidade de vida e moradia precária, além de degradar o espaço urbano. Atualmente, a cidade possui 13 áreas de ocupação irregular, com grande parte das moradias construídas em taipa, em alguns casos estão em áreas de riscos.

AA ooccuuppaaççããoo nnaa AAIIDD

A AID do empreendimento possui como característica uma ambiência rural e comercial. Nas ocupações do seu entorno predominam: granjas de lazer; granjas com culturas agrícolas e pecuárias; terrenos e empreendimentos comerciais, além de um Assentamento Rural do Cotonifício Moreno.

Figura 7. Uso do solo no entorno do empreendimento

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Não constam informações no Plano Diretor nem na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – SEDEMA do município do Moreno referente a aprovação de projetos de novos loteamentos, fábricas e estradas no local ou próximo a área em análise.

A ocupação da área pode ser considerada de baixa densidade, pois as edificações encontram-se dispersas, caracterizando uma população predominante de granjeiros, com ressalva do bairro de Nossa Senhora das Graças (INAB) que dista aproximadamente 0,66 km da área do empreendimento, que possui duas escolas de ensino fundamental – Escola Municipal João de Souza Veras e Escola Assembléia de Deus, um posto de saúde (PSF- Nossa Senhora das Graças) e uma estimativa de 100 residências.

Cabe destacar, também, o Assentamento Rural do Cotonifício Moreno que localiza-se por trás das granjas e do Bairro de Nossa Senhora das Graças, que possui características semelhantes, mas é considerada área rural.

Observa-se que na área em frente, na BR 232 existe a Granja São José onde predomina a criação de bovino com presença de eqüídeos, pastagem e exploração de cana-de-açúcar e granjas de lazer com cultivo de banana, coco e milho, tendo árvores frutíferas de manga, jambo, jaca, caju, acerola, entre outras.

Foto 12 – Panorâmica da Granja São João

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Do lado oeste da BR-232 verificam-se as ocupações mais próximas, porém, em cotas mais baixas, sendo inicialmente a industria Ki-kaldo de empacotamento de Feijão localizada aproximadamente a 500m e posteriormente o denominado Ecoparque Pocinho, empreendimento privado que promove o turismo ecológico com trilhas, açudes, pescaria, e outras atividades.

Foto 13 – Eco Parque Pocinho

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DD.. PPaattrriimmôônniioo HHiissttóórriiccoo ee CCuullttuurraall

Capela Eng Pocinho

A história do município de Moreno está intimamente vinculada com o contexto histórico do litoral, tanto do sul como do norte do estado de Pernambuco. Esta história, especialmente ligada à zona da mata, relaciona-se ao ciclo econômico da cana-de-açúcar, iniciada no litoral sul a partir da segunda metade do século XVI, período em que a implantação dos engenhos era realizada nas terras baixas e nas áreas de várzeas. Verifica-se que os núcleos urbanos nesta área sugiram de diversas formas através de portos fluviais localizados em fundo de estuário, nos locais onde os rios deixavam de ser navegáveis; das edificações religiosas, em alguns casos, erigidas em sede de engenho; dos engenhos; das fazendas de coco; das vilas de pescadores e dos portos litorâneos (FIAM, 1982).

Na cidade é possível resgatar a história do Estado através das construções seculares. Encontram-se 39 (trinta e nove) engenhos que revelam e representam a ascensão e a decadência da cultura canavieira pernambucana, tendo como destaque o Casarão do Engenho Moreno que em 1859 serviu de hospedagem para o Imperador D. Pedro II.

AA PPeessqquuiissaa AArrqquueeoollóóggiiccaa nnaa AADDAA

O levantamento de possíveis indicadores de registro arqueológico, através da inspeção visual de superfície, abrangeu a Área Diretamente Afetada - ADA do empreendimento. Contemplou assim todos os compartimentos ambientais da

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área a ser implantada, conforme preconiza o Art 2º da Portaria IPHAN nº 230, de 17 de dezembro de 2002, publicada no D.O.U. de 18/12/02.

A área foi percorrida a pé pela equipe nas áreas possíveis de realizar prospecção de superfície. Em alguns trechos da área do empreendimento a visibilidade da superfície do terreno foi dificultada pela vegetação existente.

Durante a prospecção de superfície a área foi georreferenciada e fotografada. Cada compartimentação geomorfológica foi vistoriada e em cada uma delas foram assinalados pontos que foram documentados fotograficamente.

Figura 8. Nuvem de pontos da pesquisa arqueológica

A prospecção realizada nesta primeira etapa não evidenciou a presença de material arqueológico em superfície.

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AA PPeessqquuiissaa HHiissttóórriiccaa nnaa AAIIDD

Dentro do raio de 1km definido como AID, verifica-se a presença do Engenho Pocinho, localizado a aproximadamente 500m do empreendimento na direção norte (Coordenadas Geográficas (UTM): 25L 270003, 942 / 9105211, 194). A pesquisa neste engenho envolveu depoimentos orais e registro fotográfico

Atualmente o Engenho encontra-se desativado, existindo apenas a Capela e a Casa-Grande. Em ambos os lados da Casa existem várias outras construções mais recentes. A capela data do ano de 1840, data esta contida em sua fachada seguida pelo ano de 1990 ou 1920 (não se sabe ao certo). A capela é dedicada a São Vicente Férrer. Seu frontão é triangular e rodeado por pináculos. A torre localiza-se ao lado do corpo da capela, nela encontra-se um sino de bronze com a seguinte inscrição em relevo: “1838 JOZE”. Na igreja existem várias lápides com restos mortais dos proprietários. A fachada da casa-grande contém a inscrição do ano de 1905. Trata-se de uma casa de base retangular com varandas estreitas rodeando 3 lados da casa e telhado de duas águas. Na varanda da casa, que se encontra desativada, existe uma pilha de vários tijolos batidos com dimensões de 30X15cm. O piso da varanda é de tijoleira quadrada. A capela encontra-se em bom estado de conservação e a casa-grande em estado regular.

Foto 14 – Sino do Engenho Pocinho

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OOSS PPOOTTEENNCCIIAAIISS IIMMPPAACCTTOOSS AAMMBBIIEENNTTAAIISS

H

ventos

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Área com baixa alteração

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Área com baixa alteração

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OO FFuuttuurroo ddaa áárreeaa ee sseeuu eennttoorrnnoo ccoomm oo eemmpprreeeennddiimmeennttoo..

O empreendimento vai prejudicar à comunidade? Vou adoecer? Vai ter fumaça? Alguém vai monitorar? Será que as áreas vizinhas vão ser invadidas? Meu terreno vai perder valor comercial? Vai ter emprego para mim? Vai feder?

Todos esses questionamentos são só alguns dos que podem surgir para um leitor interessado no assunto. Infelizmente nem todas essas respostas podem ser fornecidas por um EIA/RIMA.

Esse exercício mental de pensar como será o futuro com o empreendimento denomina-se prognóstico ambiental.

Agora, a criação de um cenário ambiental que consiga representar a realidade de um território em um tempo futuro é uma tarefa complexa, intimamente vinculada com experiências de projetos similares já implantados e monitorados. A construção de um prognostico será tanto mais complexa, como sensível for a área de implantação e mais singular for o projeto a ser implantado.

Neste caso em particular da Unidade de Incineração do Grupo Atento, observa-se um projeto relativamente simples em termos de infra-estrutura instalada e até de operação rotineira, porém, altamente complexo nas suas interações com o componente socioeconômico do meio ambiente.

Assim, as análises da equipe técnica e as conclusões do estudo, têm que estar baseadas em fatos ou em técnicas de prognóstico reconhecidas, como modelos matemáticos, curvas de tendências, experiências de projetos similares com uso da mesma tecnologia.

Em se tratando este documento de um resumo não técnico, se direcionará a discussão diretamente para os aspectos chaves do empreendimento: As emissões atmosféricas e o uso futuro do solo.

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Todos os demais impactos podem ser considerados como menos relevantes. Em termos da implantação das obras, destaca-se que o terreno já está escavado e não haverá supressão de vegetação. As árvores que foram afetadas no contato com a mata serão compensadas com um reflorestamento com espécies nativas na parte norte do terreno, hoje ocupada com gramíneas. Impactos do canteiro de obra relacionados com o lançamento de esgoto, lixo, queimadas dentre outras, podem ser relativamente simples de controlar, inclusive foi recomendado á CPRH a exigência do relatório de controle de obra, com o registro da destinação final de resíduos como requisito para obtenção da LO.

Foto 15 – Cruzamento de Gasoduto no Acesso ao empreendimento

O acesso ao empreendimento cita-se como aspecto a ser considerado durante a etapa de implantação pelo fato da presença do gasoduto que passa paralelo à BR – 232.

O empreendedor deverá tomar as medidas e fazer as consultas cabíveis para efetuar as escavações do aceso, tendentes a garantir a circulação de veículos sobre a tubulação sem danificá-la.

AA.. AA rreejjeeiiççããoo ddoo eemmpprreeeennddiimmeennttoo

O anuncio da instalação de um empreendimento destas características, associado no imaginário popular a um alto risco biológico, é natural que cause rejeição e incertezas nas comunidades do entorno, mais ainda quando paralelamente uma segunda empresa anuncia a instalação de mais um equipamento de incineração de resíduos hospitalares no mesmo setor, como vem acontecendo nas proximidades da comunidade de Nossa Senhora das Graças com as empresas ATENTO e SANEAPE.

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Este tipo de problema, muito comum na gestão de resíduos sólidos gerado pela falta de informação adequada, é o chamado fenômeno NIMBY - Not In My Backyard (não no meu quintal), quando se propõe a instalação de um equipamento de tratamento de resíduos sólidos o qual é rejeitado pela sociedade, ainda que este venha a trazer benefícios à maioria (SANTOS, 2007).

Neste caso, torna-se muito evidente a necessidade de divulgar o projeto na comunidade, inseri-la no processo, criar se for o casso uma liderança que acompanhe o processo, que cobre do empreendedor, da prefeitura e dos órgãos de controle ambiental como a CPRH e o ministério público.

Da transparência com que seja apresentado o projeto e das garantias que se dêem de que a operação será conduzida dentro dos mais altos padrões de qualidade dependerá a permanência do equipamento no local escolhido.

Um aspecto que deve ser aqui ressaltado refere-se à necessidade do nivelamento e compatibilidade entre as duas empresas empreendedoras que esperam instalar-se em Moreno. O plano de informação para a comunidade e em geral qualquer ação de monitoramento e acompanhamento que seja empreendido deverá ser feito em completa concordância entre ambas empresas, tendo em vista que em termos de impactos a proximidade entre as duas equivale em termos práticos a uma única empresa com capacidade instalada sendo a soma das duas.

BB.. OO UUssoo ddoo SSoolloo FFuuttuurroo

Como será o futuro da área em termos do uso do solo?

Este é um dos aspectos que só pode ser analisado com base na tendência atual.

A situação atual mostra uma indefinição do uso do solo na faixa de terreno aferente à BR-232, especialmente na margem direita, onde se aprecia um uso misto entre lazer, turismo, industria de cana de açúcar e atividade industrial propriamente dita. Por outro lado, ressaltou-se como importante a localização inadequada do distrito industrial com rebatimento no cenário tendencial, que mostra uma iniciativa de transferência do parque industrial para terras do Engenho Pocinho, justamente onde se localiza o incinerador do Grupo Atento.

Neste cenário tendencial teriam que ser também incorporadas as potencialidades e restrições da área.

Como potencialidades destaca-se o fato de estar contornada por vegetação de mata atlântica nos seus lados leste, norte e oeste, o que de por si lhe garanta um cordão de isolamento que dificilmente será removido por algum

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loteamento ou projeto urbanístico. Da mesma forma a condição topográfica do entorno imediato, dominada por vertentes de declividade acentuada é um fator que inibe uma ocupação formal. Em termos de uma possível ocupação informal, caberá ao empreendedor agir no controle urbano do entorno, alertando a prefeitura e aos órgãos de controle, ao menor indício de ocupação de áreas de forma irregular no entorno do empreendimento.

A principal restrição da área está na frente sul que faz limite com a BR-232. Com efeito, toda a encosta do terreno, frontal ao empreendimento na margem esquerda da BR é susceptível de ser ocupada, mesmo apresentando ainda fragmentos de mata. Uma eventual comunidade ficaria de frente com o empreendimento a uma distancia menor ainda que Nossa Senhora das Graças.

O empreendedor não tem nenhum controle por essa situação, caberia à Prefeitura de Moreno, rigor no seu controle urbano, mais ainda quando é ciente das restrições de uso do solo no entorno de um sistema de tratamento de RSS por incineração.

Mais uma vez salienta-se aqui a importância de cada ator envolvido conhecer suas responsabilidades no processo.

Destaque-se que esta encosta às margens da BR-232 não está inserida dentro do vetor de crescimento da cidade, como nenhuma área no entorno do empreendimento.

CC.. EEmmiissssõõeess AAttmmoossfféérriiccaass

Emissões Atmosféricas são inevitáveis em um processo de incineração e não será diferente no caso da unidade do grupo atento, sendo aqui pertinente esclarecer um ponto. A tecnologia de ponta proposta pelo empreendedor garanta que as emissões terão concentrações de poluentes abaixo do permitido pela legislação ambiental, porém, isto não significa que não existirá saída de gases pelas chaminés, muito pelo contrario, esta será permanente e contínua.

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Ditos gases terão diversos poluentes na sua composição, embora abaixo do padrão, destacando-se os cinco que significam mais de 90% dos problemas da contaminação atmosférica advindos de qualquer fonte:

1. Monoxidos de carbono (CO);

2. Óxidos de nitrogênio (NOx);

3. Hidrocarbonetos (HC);

4. Óxidos de enxofre (Sox);

5. Material Particulado.

As emissões atmosféricas de resíduos hospitalares estão completamente desassociadas da condição patogênica ou infectante dos resíduos que se incineram. Com efeito, a patogenicidade vem de micro-organismos como

bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos e alguns tipos de vermes, ou seja, de seres vivos que como tal, são destruídos completamente no processo de incineração a temperaturas inferiores às máximas atingidas pelo processo de incineração.

O maior risco das emissões atmosféricas provindas de incineradores está na formação de sub-produtos da família dos organo-clorados, notadamente as dioxinas e furanos.

A dioxina é um poluente encontrado naturalmente no ambiente, porém, o aumento nas concentrações e a exposição prolongada é causadora de uma série de graves adversidades na saúde, aplicando isto para seres humanos e animais.

A dioxina não é produzida deliberadamente. Entretanto é um subproduto não intencional de processos industriais em que se verifica cloro, matéria orgânica e oxigênio em determinadas condições de temperatura como pode chegar a ser o caso de um incinerador de resíduo hospitalar mal operado.

A relevância de mencionar, mesmo que brevemente, os poluentes presentes nas emissões advindas do processo de incineração, é deixar clara a importância da correta operação dos equipamentos como principal medida mitigadora para prevenir impactos na saúde da população em decorrência da formação de Dioxinas e Furanos no processo. Esta transparência de informar os riscos existentes é uma obrigação do EIA, mas também é a atitude que vem adotando os fabricantes de incineradores como o caso da LUFTECH, que

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no seu site reserva um espaço para informar sobre o tema das dioxinas de forma clara e realista.

A LUFTECH menciona fatos importantes, como é que a incineração de resíduos é geradora de dioxinas e furanos, mas também menciona um aspecto incontestável. A tecnologia de incineração evoluiu muito, e hoje as emissões dos equipamentos se enquadram com folga dentro dos limites máximos estabelecidos nas legislações mais restritivas.

AA RReegguullaammeennttaaççããoo ddaa QQuuaalliiddaaddee ddoo AArr nnoo BBrraassiill

No Brasil a qualidade do ar foi regulamentada pelo Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar – PRONAR, através da Resolução CONAMA nº 05/89, com o objetivo de definir estratégias para controlar, preservar e recuperar a qualidade do ar, em todo território nacional, estabelecendo definições e critérios para gerenciamento.A Resolução CONAMA nº 03/90, de 08/06/90, estabelece as concentrações máximas de poluentes no ar (padrão de imissão), que,se excedidas, podem afetar a saúde, a segurança e o bem estar da população , bem como causar danos à flora , a fauna e aos materiais em geral.

AA AAvvaalliiaaççããoo ddoo IImmppaaccttoo

O critério para avaliar os impactos para atmosfera das emissões da chaminé dos incineradores , consiste na comparação das concentrações estimadas pelo Modelo de Dispersão e os Padrões de Qualidade do Ar estabelecidos pela legislação (Resolução CONAMA N0 03/90).

Para avaliar esses impactos é necessário estimar como as emissões na chaminé e/ou a dispersão da pluma gasosa ocorre devido aos efeitos operacionais do equipamento e das condições meteorológica locais.

Os dados para aplicação dos modelos matemáticos de dispersão incluem:

o Condições meteorológicas locais;

o Parâmetros operacionais – temperatura dos gases na chaminé;

o Altura da chaminé;

o Diâmetro da chaminé;

o Velocidade dos gases na chaminé;

o Temperatura ambiente;

o Topografia do terreno;

o Emissão do poluente na chaminé em g/s.

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O modelo de dispersão atmosférica recomendado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América – EPA – SCREEN 3 foi usado para avaliação dos impactos sobre a qualidade devido à operação do incinerador na área de influência direta do empreendimento num raio de 3 km.

O modelo permite ainda examinar a faixa completa de variações metereológicas, incluindo todas as classes de estabilidade, e velocidade do vento ao nível do solo. Examina também as piores condições metereológicas resultantes da condição de velocidade do vento e estabilidade atmosférica, indicando o máximo de concentração de poluente ao nível do solo.

PPoonnttooss ddee iinntteerreessssee aannaalliissaaddooss

Como dados de entrada do modelo foi feito um levantamento dos potenciais receptores do entorno, identificando a distancia, cota do terreno e orientação em função da posição do empreendimento.

Ditos receptores discretos aparecem relacionados na Tabela a seguir.

Tabela 5 – Receptores Difusos Considerados

Nº Receptor Discreto

Localização em torno do

empreendimentoDistância km Cota m

1 Ki-Caldo Oeste 0,35 98,0

2 Granja São João S 44º O 0,26 95,0

3 Loteamento Nsa Sra. Das Graças S 88º E 0,66 110,0

4 Moreno sede S 16º E 2,39 100,0

5 Espelho de água Duas Unas N 37º E 1,14 90,0

6 Loteamentos N 56º O 1,00 100,0

6 Ovos Santo Antônio S 78º O 2,6 100,0

SSeeqqüüêênncciiaa ddaa eemmiissssããoo

A seqüência do processo se relaciona a seguir:

1. O processo de incineração deve gerar um volume de gases com uma vazão em torno de 2.800 Nm³/hora.

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2. Na saída da chaminé a concentração de poluentes já estaria abaixo dos padrões especificados na Resolução do CONAMA 316/2002, segundo dados fornecidos pelos mesmos fabricantes conforme se relaciona na Tabela 4.

3. Os gases emitidos pela chaminé seriam transportados pelo vento formando uma pluma que se dispersaria obedecendo uma tendência gaussiana (conforme modelo matemático adotado), ou seja, maiores concentrações no centro e menores nas laterais.

4. A pluma atingiria a comunidade de Nossa Senhora das Graças e outros receptores difusos com uma concentração de poluentes inferior à verificada na chaminé por efeitos da dispersão.

5. Os resultados da modelagem têm como conclusão principal a confirmação que as emissões geradas serão de baixo porte e não representarão riscos para a saúde da população, tendo em vista que os valores obtidos de aporte de poluentes estão muito abaixo dos mínimos estabelecidos pela Resolução do CONAMA Nº 03/90.

6. A concentração de poluentes é baixa, quase inexistente no entorno imediato do empreendimento, tendo em vista que o lançamento efeito em uma cota alta descrevendo uma trajetória de cone, ou seja, precisa avançar horizontalmente para poder ganhar em diâmetro e atingir o solo.

7. O modelo apontou que a uma distancia de 511m se verifica a maior concentração de poluentes, mas que mesmo assim, estes estão dentro do padrão.

DDiissccuussssããoo ddee RReessuullttaaddooss

Os resultados obtidos podem ser Observados na Tabela 6 a seguir:

Tabela 6 – Emissão Total na área de influência direta devido aos Incineradores

da Luftech e ENGE – APLIC

Parâmetro

Incinerador Imissão em ug/m3 (24h)

Emissão Total

Luftech ENGE-APLIC MP 0,069 0,0089 0,0779 NOx 0,56 0,088 (1) 0,6480 HF 0,0032 0,0006 0,0038 HCl 0,008 0,092 0,1000 SOx 0,008 0,0049 0,0570 CO 0,024 0,062 (2) 0,0860

Dióxinas/ Furano 0,53 x 10-10 - 0,53 x 10-10

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Os resultados mostram que que as concentrações de poluentes no ar são insignificantes, e que contribuem com menos de 0,1 mg/Nm3 de incremento para os poluentes com período de dispersão de 24 horas (MP, SOx, ) e de menos 0,6 μg/Nm3 para os poluentes com período de dispersão de 1 hora (NOx e CO).

Em termos da emissão de dioxinas e furanos a abordagem de análise foi feita através de uma análise de risco.

Um incremento de concentração no ar correspondente a dióxinas e furanos de 1 g/Nm3 /ano , corresponde a um risco de um individuo contrair câncer de um para um milhão (risco 10-6) durante um período de vida de 70 anos constantemente exposto a essa concentração.

A concentração de dioxina no ar definida pela aplicação do Modelo de Dispersão foi de 0,532 x 10-10 g/Nm3 em 24 horas ou 0,12 x10-10 g/ano , correspondente a um risco de 1,21 x 10-17 valor significantemente menor do que o risco aceitável de 1 /1.000.000 (um indivíduo em um milhão) durante 70 anos de exposição constante a essa concentração no ar.

Portanto, considerando que as emissões mais críticas correspondem a metais e dióxinas , não se constata nenhum efeito adverso durante a vida útil de operação do incinerador ao meio ambiente e a saúde dos indivíduos exposto no mesmo período, desde que seguidas as recomendações de operação dos equipamentos.

O modelo apontou que a uma distância de 511m verifica-se a máxima concentração de poluentes, crescendo a partir da fonte e decrescendo a partir deste ponto, significando que o incremento das concentrações de poluentes sobre a qualidade do ar (a jusante ou a montante) é menor do que o valor de 1 g/Nm3 , para qualquer receptor difuso e principalmente sobre o espelho de água da barragem de Duas Unas, (a jusante) e portanto impacto considerado desprezível, sobre a qualidade da água do reservatório.

O efeito topográfico influencia nos resultados. Receptores discretos localizados muito próximos do empreendimento e em uma cota notadamente menor como são A Granja São João, Ki-caldo, Engenho Pocinho terão uma alteração na qualidade do ar ainda menor por efeitos da operação rotineira.

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511,0m

Figura 9. Efeito topográfico na dispersão de poluentes

Nenhum receptor localizado nessa área sofrerá influência negativa da operação do incinerador, tendo em vista, sua posição geográfica em relação a fonte; elevação da base da chaminé acima da cota dos receptores ; concentração máxima num raio de 511 m da fonte, incremento de concentração na qualidade do ar na área, menor do que 1 g/Nm3 .

Em Nossa Senhora das Graças ainda caberia ressaltar mais um efeito topográfico. A comunidade está resguardada por um morro distanciado curiosamente 500m da emissão, que se antepõe entre ela e o empreendimento, o que de certa forma aporta um Fator de segurança adicional a um cenário que já se apresentava favorável segundo a abordagem teórica. Mais uma vez ressalta-se aqui a importância de controle do uso do solo futuro no entorno do empreendimento. A ocupação da referida encosta deve ser evitada para evitar ficar de frente ao empreendimento.

Foto 16 – Barreira topográfica entre o empreendimento e Nossa Sra das Graças

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SSee oo eemmpprreeeennddiimmeennttoo nnããoo ffoorr ccoonnssttrruuííddoo,, ccoommoo sseerráá oo ffuuttuurroo ddaa áárreeaa ee sseeuu eennttoorrnnoo ??

Para todo EIA/RIMA é exigido comparar a situação futura considerando o empreendimento com a situação futura na hipótese de não implantação. Como será a Área de Influência Direta (AID) daqui a 1 ano, daqui a 5 anos a 10 anos se o empreendimento não for construído?.

Isso é uma questão relativamente simples de responder. Se não acontecer nada extraordinário, a área continuará transformando-se lentamente, de forma imperceptível para curtos períodos de tempo. A ocupação de chácaras e casas de lazer se intensificará, a extração de madeira nos remanescentes de mata também continuará e a exploração da faixa da BR-232 possivelmente continue atraindo industrias de transformação e de serviços.

O que seria um fato extraordinário? Para entender isso é preciso entender o passado da área, quando foi submetida a intensas transformações, que hoje estabilizadas, parecem normais, parte integrante da paisagem e do dia a dia. Com efeito, na bacia do Rio Duas Unas podem ser observadas profundas modificações da paisagem ocorridas no passado, iniciando de fato pela característica mais marcante que corresponde à devastação da Mata Atlântica e sua substituição pela monocultura da Cana de Açúcar. Da mesma forma, caberia destacar o represamento do rio Duas Unas que formou o reservatório homônimo, modificado o uso do solo, eliminando a vegetação ciliar que por ventura existisse nas margens do curso de água. Uma terceira modificação da paisagem na área corresponde ao eixo viário da BR-232. Dito corredor secionou a paisagem eliminando a ligação entre os diversos remanescentes vegetais de Mata Atlântica.

O rebatimento no cenário atual dessas transformações profundas se observa nitidamente no território de estudo pela carência de uma vocação plenamente definida. Com efeito, hoje o uso do solo da bacia do Rio Duas Unas a montante da barragem apresenta uma interação de varias atividades e potencialidades nenhuma delas profundamente explorada. No entorno do reservatório verifica-se hoje uma tentativa de explorar o turismo ecológico com chácaras e segundas moradias para turistas. Esta atividade que ainda é incipiente se mistura com as extensas áreas de cultivo da cana de açúcar verificadas na região, mistura-se também com projetos que pretendem explorar o turismo ecológico aproveitando os remanescentes de Mata Atlântica. A estes usos múltiplos do solo acrescenta-se mais uma variável representada pela faixa lateral da BR-232 definida como parte do perímetro urbano do município de Moreno. Nesta faixa de terreno observa-se um uso difuso e incipiente, na margem direita, a atividade industrial e de serviços

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como postos de combustível e galpões vem se consolidando e poderia ser considerada como uma tendência.

A introdução de um evento extraordinário causará uma perturbação no cenário futuro. Este evento não precisa ser tão drástico como os que já enfrentou a área, bastaria, por exemplo, uma mudança no plano diretor de Moreno, a Transferência do Distrito Industrial para o Engenho Pocinho, a instalação de uma outra empresa no setor por citar algumas.

Nessa linha de raciocínio é possível comparar os dois cenários. O cenário de implantação do empreendimento representa a introdução de uma variável que causa uma perturbação no equilíbrio atual do território, em um curto período de tempo e atuando em uma área circular com raio de 1km. Por outro lado, o cenário tendencial caracteriza uma área muito maior, onde as perturbações relevantes já aconteceram e as mudanças adicionais ainda verificadas estão acontecendo com velocidades mínimas e quase imperceptíveis em curtos períodos de tempo.

Em um período de um (1) ano os dois cenários são completamente divergentes, enquanto que em um cenário de não implantação isto significa permanecer igual, no cenário de implantação significa a ocorrência da maioria dos impactos referidos no Estudo.

Já considerando um horizonte de 10 anos, por exemplo, os dois cenários se aproximam. No cenário de implantação, o efeito da perturbação estará dissipado e uma nova realidade existirá na AID. Uma nova realidade onde as mudanças são imperceptíveis em curtos períodos de tempo, como será o caso também do cenário tendencial.

RReeccoommeennddaaççõõeess ddoo EEssttuuddoo

Para cada um dos 17 impactos negativos identificados para o estudo foi proposta uma medida mitigadora ou compensadora, das quais destacamos as seguintes:

AA.. IInnffoorrmmaaççããoo ààss CCoommuunniiddaaddeess

Elaboração de um folder explicativo e uma abordagem porta a porta nas

granjas próximas, e principalmente, no loteamento Nossa Senhora das Graças para explicar do que se trata o empreendimento e entregar o folder.

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O folder deve ser redigido com linguagem simples e uso de figuras para facilitar a compreensão do funcionamento do empreendimento, assim como informar que não haverá prejuízos para a saúde da população.

Criação de uma comissão de moradores que se encarregaria de efetuar os contatos com o empreendedor, cobrar o atendimento dos compromissos ambientais, receber os relatórios de monitoramento dentre outras atribuições.

BB.. AArrqquueeoollooggiiaa

Implantação de um Programa de Resgate Arqueológico, em atendimento às exigências do IPHAN para acompanhar o que resta de obra de implantação, além do reflorestamento projetado.

CC.. EEmmiissssõõeess AAttmmoossfféérriiccaass

Os níveis de emissões e as concentrações na comunidade deverão ser confirmados na escala real antes do equipamento entrar em funcionamento de forma comercial.

Para isso, deverá atender a Resolução CONAMA 316/02, no sentido de apresentar e executar:

I - Análise de Risco;

II - Plano do Teste de Queima;

III - Plano de Contingência;

IV - Plano de Emergência.

Outras medidas Recomendadas são:

Plano de Monitoramento, prevendo a medição contínua de O2 , CO, CO2 , NOx , Cloro, HCl, Material particulado, SOx. Adicionalmente deve-se garantir a medição no mínimo anual de Dioxinas & Furanos, bem como de Metais pesados. Recomenda-se que o empreendedor crie uma cartilha orientadora para os centros geradores de resíduos que fechem negocio com o grupo Atento, de forma a orientar sobre os procedimentos de separação de resíduos na fonte e principalmente na identificação daqueles resíduos que mesmo perigosos não são recomendados para incinerar por efeitos da sua composição química.

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A cartilha deverá ir acompanhada de um treinamento fornecido pelo setor técnico do Grupo Atento.

A correta capacitação dos operários que trabalharão diariamente na unidade deve ficar registrada, sendo apresentado à CPRH o plano de capacitação com a carga horária e metodologia a ser aplicada. Isso como requisito de obtenção da LO.

DD.. RReeccoommppoossiiççããoo ppaaiissaaggííssttiiccaa

Elaborar e implantar um programa de reflorestamento com espécies nativas no setor norte da área.

PPBBAAss PPrrooppoossttooss

A maior parte das medidas mitigadoras de controle foram agrupadas em Programas de forma a torná-las mais eficientes. Assim, foram considerados como necessários os seguintes PBAs a serem elaborados pelo empreendedor como requisito da obtenção da LO.

PBA de Gestão Ambiental;

PBA de Comunicação Social;

PBA Monitoramento de Emissões Atmosféricas;

PBA de Gerenciamento e Operação da Unidade;

PBA de Capacitação de Operários e Clientes;

PBA de Reflorestamento;

PBA de Monitoramento e Resgate Arqueológico;

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CCoonncclluussõõeess ddoo EEssttuuddoo

DDoo PPrroojjeettoo ddee EEnnggeennhhaarriiaa ee ddooss EEqquuiippaammeennttooss PPrreevviissttooss

As unidades previstas serão fornecidas por empresas reconhecidas no mercado, com mais de 40 anos de serviço. Os equipamentos adquiridos são novos, de última tecnologia, dispõem de sistemas de controle da poluição.

DDaa AAvvaalliiaaççããoo ddee IImmppaaccttooss AAmmbbiieennttaaiiss ee ssuuaass LLiimmiittaaççõõeess

Os resultados modelados, mesmo considerando a situação mais crítica, ou seja, a não utilização de equipamentos de controle da poluição, notadamente os lavadores de gases, mostram que as emissões de todos os poluentes apresentam concentrações muito abaixo das máximas permitidas para qualquer um dos receptores discretos considerados no estudo.

Adicionalmente observou-se que as emissões não apresentam nenhum tipo de risco patogênico, biológico, tendo em vista que os microorganismos são totalmente destruídos no processo de incineração.

DDaass CCoonnssiiddeerraaççõõeess FFiinnaaiiss

A equipe elaboradora do EIA, baseada na análise multidisciplinar de todos os documentos que compõem o processo, com ênfase principal nos pontos resgatados nos parágrafos acima, considera:

▪ Que o empreendimento se insere dentro da categoria de equipamentos que visam a proteção do meio ambiente, tão requisitada no Estado especialmente no tocante a resíduos sólidos hospitalares.

▪ Que a existência de uma segunda empresa no mercado trará alternativas de mercado, livre concorrência e possivelmente diminuição de custos para prefeituras e empresas privadas do ramo da saúde.

▪ Que o tratamento adequado de resíduos hospitalares traz inegáveis benefícios ao meio ambiente, soma nos esforços de proteção da saúde e a qualidade de vida do coletivo.

▪ Que os resultados teóricos obtidos da modelagem em condições mais adversas que as esperadas para operação, registram um cenário tolerável de baixo risco para a população.

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▪ Que o empreendimento, ao igual que o processo de licenciamento, vem atendendo as normas ambientais Federais, Estaduais e Municipais em vigor, não havendo sido detectado nenhum impedimento intransponível que inviabilize a implantação do projeto.

▪ Que se a operação do empreendimento é feita de forma rigorosa, atendendo as recomendações dos fabricantes dos equipamentos, manutenção, reposição e atualização contínua de tecnologia e ainda são observadas as medidas mitigadoras, compensatórias, assim como os Planos Ambientais propostos, nos prazos certos e de maneira oportuna, os impactos ambientais que viessem a ocorrer teriam uma intensidade tolerável e compatível com as características do meio ambiente do entorno.

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AA EEqquuiippee EEllaabboorraaddoorraa !!

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

UNIDADE DE TRATAMENTO TÉRMICO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

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AAss EEmmpprreessaass EEnnvvoollvviiddaass

EEmmpprreeeennddeeddoorr

a) Razão Social ATENTO Soluções Ambientais

b) Atividade Incineração e Destinação Final de Resíduos de serviços de Saúde

c) Telefone (81) 3428-5237/ 8773-0221

d) CNPJ / M.F 00.812.377/0001-45

e) Endereço Comercial Rua Mirandópolis n° 82, Ilha de Joana Bezerra Bairro de São José Recife-PE

f) Endereço do projeto RDV. BR 232 KM 21,5 CEP 54.800-000

g) Representante Legal João Carlos Marques

EEmmpprreessaa rreessppoonnssáávveell ppeellaa eellaabboorraaççããoo ddoo EEIIAA//RRIIMMAA

a) Razão Social AMS - Assessoria e Consultoria Ltda b) Atividade Consultoria Ambiental

c) Telefone (81) 3222.2915

d) CNPJ / M.F 00539464/0001-70

e) Endereço Comercial Avenida Agamenon Magalhães, 2936, sl 1101 e 1102, Espinheiro (Recife)

g) Responsável Técnico José Anchieta dos Santos

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AA EEqquuiippee TTééccnniiccaa ddoo EEIIAA

Coordenação Geral José de Anchieta dos Santos Engenheiro Elétrico CREA: 032827-D

Aspectos Jurídicos Tiago Andrade Lima Advogado OAB/PE: 21596-D

Geologia / Geotecnia / Hidrogeologia

Marcílio Augusto Duque Pacheco Geólogo CREA: 14.132 D

Aspectos Bióticos (Fauna) Artur Galileu de Miranda Coelho Biólogo CRBio: 2774-5

Aspectos Bióticos (Flora)

Sergio Tavares Engenheiro Agrônomo Doutorado em Zoologia e Botânica Tecnológicas CREA: 2992 - D/PE

Aspectos Socioeconômicos Anastásia Brandão de Melo Santos Veterinária – Zootecnia CRMV – 0439-Z

Planos Co-localizados Ana Paula Francelino Lira Arquiteta – Urbanista CREA: 030889 D

Cartografia e Geoprocesamento

Sandro Barbosa Figueira Engenheiro Agrônomo CREA: 034404 D/PE

Gustavo Sobral da Silva Engenheiro Florestal CREA: 037822 D/PE

Arqueologia

Marcos Albuquerque. Arqueólogo Veleda Lucena. Arqueólogo Rúbia Nogueira. Arqueólogo