13
RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO DA: PREGOEIRA E EQUIPE DE APOIO PARA: SUPERINTENDENTE DE NEGÓCIOS EM VAREJO AEROPORTUÁRIO ASSUNTO: INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO REFERENTE: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 259/LALI-2/SEDE/2017 OBJETO: CONCESSÃO DE USO DE ÁREAS DESTINADAS A EXPLORAÇÃO COMERCIAL DE BOMBONIERE NOS AEROPORTOS DA REDE INFRAERO . RECORRENTE: GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI CNPJ 24.419.149/0001-78 RECORRIDA: PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELLI - ME - CNPJ Nº 20.817.931/0001-94 Senhor Superintendente, 1. Versa o presente relatório sobre recurso administrativo interposto pela licitante GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI CNPJ nº 24.419.149/0001-78, doravante denominada GSS, contra a decisão da Pregoeira e Equipe de Apoio quanto a habilitação da PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELLI ME no certame supracitado. 2. Delineamos, ao longo deste Relatório, as arguições apresentadas pela Recorrente, as contrarrazões da Recorrida e apreciação dos argumentos de acordo com as condições esculpidas no instrumento convocatório, na Lei e na jurisprudência quanto à matéria. A. DA TEMPESTIVIDADE 3. O recurso apresentado foi recebido e conhecido pela Administração, nos termos do subitem 12.2 do Edital. 4. Sendo assim, esta Pregoeira e Equipe de Apoio decidem pelo CONHECIMENTO DE OFÍCIO dos recursos ora interpostos e da respectiva contrarrazão de recursos, as quais foram protocolizadas no prazo legal do Edital.

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RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

DA: PREGOEIRA E EQUIPE DE APOIO

PARA: SUPERINTENDENTE DE NEGÓCIOS EM VAREJO AEROPORTUÁRIO

ASSUNTO: INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

REFERENTE: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 259/LALI-2/SEDE/2017

OBJETO: CONCESSÃO DE USO DE ÁREAS DESTINADAS A EXPLORAÇÃO

COMERCIAL DE BOMBONIERE NOS AEROPORTOS DA REDE

INFRAERO .

RECORRENTE: GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI – CNPJ Nº

24.419.149/0001-78

RECORRIDA: PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELLI - ME - CNPJ Nº

20.817.931/0001-94

Senhor Superintendente,

1. Versa o presente relatório sobre recurso administrativo interposto pela licitante GSS

EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI – CNPJ nº 24.419.149/0001-78, doravante

denominada GSS, contra a decisão da Pregoeira e Equipe de Apoio quanto a habilitação da

PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELLI – ME no certame supracitado.

2. Delineamos, ao longo deste Relatório, as arguições apresentadas pela Recorrente, as

contrarrazões da Recorrida e apreciação dos argumentos de acordo com as condições esculpidas no

instrumento convocatório, na Lei e na jurisprudência quanto à matéria.

A. DA TEMPESTIVIDADE

3. O recurso apresentado foi recebido e conhecido pela Administração, nos termos do

subitem 12.2 do Edital.

4. Sendo assim, esta Pregoeira e Equipe de Apoio decidem pelo CONHECIMENTO

DE OFÍCIO dos recursos ora interpostos e da respectiva contrarrazão de recursos, as quais foram

protocolizadas no prazo legal do Edital.

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(Continuação do Relatório de Recurso Administrativo – PG-e nº 259/LALI-2/SEDE/2017)

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B. DOS FATOS

5. O processo licitatório em tela foi publicado no DOU e Jornal Gazeta de São Paulo

em 06/09/2017 e disponibilizado nos sites: www.licitacoes-e.com.br (ID 687666) e

www.infraero.gov.br, com data de abertura prevista para o dia 26/09/2017.

6. Na data de abertura da licitação foram constatadas 3 (três) propostas cadastradas sítio

de licitações do Banco do Brasil, sendo todas classificadas para a fase de lances.

7. Assim, sendo, após o processamento da disputa de lances, as empresas partícipes do

certame foram assim classificadas, conforme maiores ofertas:

1 PIPOCA MAGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI - ME ME* R$ 58.999,08

2 GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTICIOS EIRELI ME* R$ 56.190,00

3 AEROMIX CONVENIENCIAS LTDA OE* R$ 47.000,00

8. Após convocação e análise da documentação da empresa PIPOCA MÁGICA

COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI – ME, a Pregoeira, juntamente com a Equipe de Apoio,

divulgou o resultado favorável à habilitação da empresa em 06/10/2017.

9. A empresa GSS registrou no portal de licitações a intenção quanto a interposição de

recurso administrativo, conforme informações do quadro a seguir, bem como encaminhou sua peça

recursal, cujas razões serão tratadas a partir do item 12 deste relatório.

09/10/2017

09:51:27

GSS

EMPREENDIMENTOS

ALIMENTICIOS EIRELI

Com fundamento no item 12.2 do edital, a licitante

manifesta de forma tempestiva, sua intenção de recurso

por considerar que o vencedor se utilizou indevidamente

de tratamento diferenciado para ME.

C. DAS RAZÕES RECURSAIS

C.1. Das razões recursais da empresa GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS

EIRELI1

10. A empresa GSS alega em sua peça recursal os argumentos abaixo transcritos, em

resumo e in verbis:

1 O texto completo da petição recursal da GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI encontra-se disponibilizado no sítio (link):

https://www.licitacoes-e.com.br/aop/consultar-detalhes-licitacao.aop?opcao=consultarDetalhesLicitacao&numeroLicitacao=687666

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(Continuação do Relatório de Recurso Administrativo – PG-e nº 259/LALI-2/SEDE/2017)

Página 3

“I – DA SÓCIA CAMILE MURICY CAJAZEIRA SOUTO

Registra-se que a PIPOCA MAGICA teve a data de abertura em

11/08/2014 e na mesma data foi registrado DECLARAÇÃO DE

ENQUADRAMENTO – ME porem da análise das empresas em nome

da Sra. Camile Muricy Cajazeiras Souto se verifica que a mesma se no

que prevê o § 4º do artigo 3º da Lei 123/2006 prevê vedações quanto

ao enquadramento como EPPs e MEs que, por conseguinte, não fará

jus da fruição dos benefícios concedidos às pequenas empresas,

vejamos:

“§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico

diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o

regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para

nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:

[...]

III – de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita

como empresário ou seja sócia de outra empresa que

receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta

Lei Complementar, desde que a receita bruta global

ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste

artigo;

IV – cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez

por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por

esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global

ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste

artigo;

V – cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado

de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a

receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso

II do caput deste artigo; ”

A Sra. Camile foi sócia da COLORADO LOGISTICA E

ARMAZENAGEM LTDA (Atual Razão Social da VR LOCAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS LTDA) até 12/09/2017 conforme CERTIDÃO

INTEIRO TEORDIGITAL da 4° Alteração e Consolidação da

Sociedade da mesma empresa registrada em 12/09/2017 (Anexo I)

Sendo assim, considerando que a empresa COLORADO LOGISTICA E

ARMAZENAGEM LTDA é uma empresa não beneficiada pela Lei

Complementar nº 123 é possível constatar que a PIPOCA MAGICA por

ter a Sra. Camile como sócia era vedada a se enquadrar como ME/EPP

desde a sua data de abertura e entrega de DECLARAÇÃO DE

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(Continuação do Relatório de Recurso Administrativo – PG-e nº 259/LALI-2/SEDE/2017)

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ENQUADRAMENTO – ME conforme prevê o § 4º do artigo 3° da Lei

123/2006 já citado.

Cabe citar, que hoje a Sra. Camile não consta mais no QSA da

COLORADO LOGISTICA conforme cartão CNPJ emitido em

09/10/2017 (Anexo 02) porém esta situação ocorreu após a data de

referência da licitação, a saber 05/06/2017.

Ponto critico, as notas apresentadas pela Pipoca Magica para

comprovação da atividade foram emitidas em 04/08/2017 NF192,

11/08/2017 NF195 e NF196, ou seja, dentro do período no qual a

empresa se encontrava vedada a se enquadrar como ME. Segue o que

consta no campo DADOS ADICIONAIS das referidas Notas Fiscais:

“NF196 ...

DADOS ADICIONAIS

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Valor Aproximado dos Tributos R$252,60. Fonte: IBPT. EMPRESA

OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL” Grifo nosso.

Sendo assim é flagrante o uso indevido de benefício concedido a micro

empresas, no caso a opção pelo Regime Especial Unificado de

Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresa

e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional sem condições

necessárias para tal, ou seja, de acordo com a norma legal a sua

emissão as Notas Fiscais juntadas ao processo SÃO IRREGULARES, E

PORTANTO, NÃO PODEM SOB QUALQUER ARGUMENTO SER

ADMITIDAS PARA O FIM DE COMPROVAÇÃO QUE EXERCE

ATIVIDADE PERTINENTE

Por ter omitido tais informações no processo licitatório, praticou a

sócia da empresa Pipoca Magica o crime de falsidade ideológica, e a

INFRAERO não pode ser conivente com práticas delitivas em seus

certames licitatório, devendo até o mesmo denunciar tal situação as

autoridades competentes!

I – DO FATURAMENTO DA PIPOCA MAGICA

Em primeiro, parece mesmo estranho que uma empresa com oito filiais,

das quais duas em Aeroporto e cinco em shopping’s, não exceda o

máximo previsto para continuar a caracterizar-se como empresa de

Pequeno Porte, quiçá Micro Empresa, como se declara a recorrida.

Segue lista de filiais da Pipoca Mágica (Anexo 02):

-20.817.931/0001-94 - Edif. Memorial Carmem Freitas Sala 104

-20.817.931/0002-26 – Salvador Shopping Piso L1 Quiosq. 115

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-20.817.931/0003-56 – Salvador Norte Shopping Piso L1 Quiosq. 101

-20.817.931/0004-37 – Shopping Bella Vista, 2 Piso, Quiosq. 10ª

-20.817.931/0006-07 – Shopping Center Iguatemi Loja 008

-20.817.931/0007-80 – Shopping Bela Vista 1 Piso Quiosq. 27.1

-20.817.931/0008-60 – Aeroporto Salvador, 1 Piso da Praça de

Alimentação

-20.817.931/0009-41 – Aeroporto Salvador, 1 Piso Saguão de

Embarque Domestico

[...]

Outro sim, cabe destacar, que o faturamento considerando para fim do

que trata o §4º do artigo 3º da Lei 123/2006 é o faturamento global

das empresas das quais participa a sócia. Segue Empresas as quais a

Sra Camile possui participação até a data base da licitação (Anexo

03):

-20.817.931/0001-94 – PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI ME;

-20.249.789/0001-26 – PATRIMONIAL JAQUEIRA LTDA ME;

-06.219.754/0001-13 – COLORADO LOGÍSTICA E ARMAZENAGEM

LTDA.

[...]

Isso posto, a empresa PIPOCA MAGICA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI – ME se encontra vedada a se enquadra como

ME conforme prevê a o item III, VI e V da § 4º do artigo 3º da Lei

123/2006, podendo-se afirmar que a mesma se utilizou indevidamente

do tratamento diferenciado nas contratações públicas sem reunir as

condições necessárias para tal.

[...]

Cabe citar, novamente, que a PIPOCA MAGICA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI – ME já se encontra vedada a se enquadrar como

ME desde a data de abertura em 11/08/2014.

[...]

IV – DO USO INDEVIDO DE BENEFICIO DESTINADO A

EMPRESAS ME E EPP NO PREGÃO

A Recorrida se utiliza do beneficio previsto para ME/EPP ao a não ser

constatado o empate fixo entre o lance da Recorrida e o lance ofertado

pela Recorrente que é Micro Empresa por força do que determina o

Art. 45 III §2° da Lei 123 de 2006.

[...]

V – Por todo exposto, é a presente para requerer a V. As. Que seja

refeita a análise dos documentos apresentados pela Recorrida afim de

se verificar sua regularidade e pelo compromisso com a legalidade e

demais princípios aos quais a Administração Pública está sujeita,

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mesmo que tal verificação não faça parte das atribuições rotineiras do

Pregoeiro...requer-se que sejam feitas as diligencias necessárias afim

de se comprovar que a PIPOCA MAGICA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI – ME é vedada a se enquadra como Micro

Empresa/Empresa de Pequeno Porte e , por fim, declarar inabilitação

da RECORRIDA.

Presentes as situações acima e por todo o exposto, requer que seu

recurso seja recebido, conhecido e provido afim de REFORMAR a

decisão que Classificou e Habilitou a Licitante PIPOCA MAGICA

COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI – ME, para que esta seja

excluída do certame, DESCLASSIFICADA e INABILITADA. “

D. DAS CONTRARRAZÕES DA RECORRIDA – PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI – ME

11. Recebidas as peças recursais, a empresa RECORRIDA foi comunicada do prazo para

apresentação de contrarrazões de recurso por meio do Ofício nº 10756/LALI-2/2017, tendo

apresentado sua defesa nos termos delineados a seguir.

D.1. Das contrarrazões acerca do recurso interposto pela GSS EMPREENDIMENTOS

ALIMENTÍCIOS EIRELI

12. No que diz respeito às contrarrazões apresentadas quanto ao recurso interposto da

empresa GSS, a RECORRIDA se manifestou conforme transcrições abaixo resumidas:

“II. DA SINTESE DO RECURSO INTERPOSTO

O referido certame contou com a participação de algumas empresas,

entre as quais, a ora Recorrente e a Recorrida, tendo sido a PIPOCA

MÁGICA declarada vencedora, uma vez que ofertou a melhor proposta

de preço em favor da Infraero e atendeu a todas as exigências

editalícias, consoante averiguado e decidido pela i. Pregoeira.

Incontente [sic] com o resultado da disputa, a Recorrente interpôs o

presente recurso administrativo, impugnando a habilitação da

Recorrida, aduzindo os pontos a seguir sintetizados:

a) não poderia, a Recorrida, se valido dos benefícios previstos na

Lei Complementar 123/2006, uma vez que, supostamente, incorre nas

vedações contidas no parágrafo 4o, do artigo 3o, da referida Lei, na

medida em que a sócia da Recorrida também figura no quadro

societário da empresa Colorado Logística e Armazenamento Ltda., o

que a impediria de optar pelo Simples Nacional e se valer do

tratamento diferenciado outorgado às microempresas;

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b) por supostamente possuir oito filiais, segundo narra, a

Recorrente presume e acusa que o faturamento da Recorrida extrapola

o limite estabelecido em lei para enquadrá-la como Micro Empresa ou

Empresa de Pequena Porte;

c) segundo alega, em face de supostamente a sócia da Recorrida

também figurar como sócia da empresa Patrimonial Jaqueira Ltda.,

que também é uma micro empresa, tal situação societária importaria

na impossibilidade de a Recorrida estar enquadrada como micro

empresa e se beneficiar das Pois bem. Com base nestes argumentos, a

Recorrente sustenta que a Recorrida agiu com má-fé, praticou crime e

fraude no processo licitatório em curso. E, na sua lógica, não sendo, de

fato, a Recorrida uma micro empresa, não poderia se socorrer do

tratamento diferenciado previsto na Lei Complementar 123/2006,

excluindo acesso ao benefício do empate ficto, que, como alardeado,

teria causado prejuízo à Recorrente.

Consoante será desvendado, nenhuma das alegações promovidas pela

Recorrente merece prosperar. Em verdade, revelam, isto sim, uma

tentativa malsucedida de impedir que a administração pública contrate

a empresa devidamente habilitada, que ofertou a melhor proposta,

valendo-se de factoides e imputações levianas, totalmente desprovidas

de veracidade.

Importante registrar, desde logo, que a Recorrida repudia, de forma

veemente, todas as acusações e imputações de prática de crimes

irresponsavelmente acusadas pela Recorrente, que, ao fim deste

processo, provocarão a adoção das medidas cabíveis para reparar a

honra da Recorrida e sua sócia.

II – DO MÉRITO

Doravante, a Recorrida cuidará de abordar e impugnar cada

argumento engendrado pela Recorrente, a fim de desvendar o quanto

são absurdos e absolutamente improcedentes, devendo ser rechaçados,

por completo.

De logo, a Recorrida adverte que não prestou qualquer informação

falsa ou se valeu de qualquer circunstância ou benefício indevido.

Muito ao revés. A Recorrida declarou ser uma micro empresa porque

é! Conforme é possível certificar junto à Receita Federal, a Recorrida

está enquadrada legalmente como micro empresa, motivo pelo qual

informou a sua condição no processo licitatório.

[...]

A leitura e interpretação do dispositivo legal supratranscrito permite

concluir que a pessoa jurídica não poderá gozar dos benefícios

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previstos na LC 123/2006 se tiver um sócio que participe de outras

sociedades que também recebam tratamento jurídico diferenciado

previsto na referida LC, DESDE QUE A RECEITA BRUTA GLOBAL

ULTRAPASSE O VALOR ESTABELECIDO NO INCISO II DO

ARTIGO 3°, qual seja, R$ 3.600.000,00.

Ademais, também não poderá receber tratamento jurídico diferenciado

a sociedade enquadrada como micro empresa cuja sócia detenha em

outra pessoa jurídica não beneficiária da LC n.º 123/2006 mais de.

10% de participação, DESDE QUE A RECEITA BRUTA GLOBAL

ULTRAPASSE O VALOR ESTABELECIDO NO INCISO II DO

ARTIGO 3º, qual seja, R$ 3.600.000,00.

A Recorrida não incorre em nenhuma das vedações acima destacadas.

Em primeiro lugar, a Recorrida está enquadrada como micro empresa

porque, no ano calendário passado, a sua receita bruta, não

ultrapassou o montante de R$ 360.000,00, consoante comprova o

documento anexo (doc. 01), emitido pela Receita Federal, permitindo,

legitimamente, a aplicação do inciso I, do artigo 3o, da Lei

Complementar 123/2006.

Em segundo lugar, o fato da sócia da Recorrida ter sido sócia da

Colorado Logística e Armazenagem Ltda. não importa na perda do

enquadramento de micro empresa e, consequentemente, vedação aos

benefícios previstos na LC, uma vez que a receita bruta global não

ultrapassa o valor de R$ 3.600.000,00, previsto no inciso II, do artigo

3º, da Lei.

[...]

Logo, é totalmente improcedente a alegação da Recorrente.

De igual forma, a alegação feita pela Recorrente de que, por

supostamente a Recorrida possuir oito filiais, presume-se que o seu

faturamento extrapola o limite estabelecido em lei para enquadrá-la

como Micro Empresa ou Empresa de Pequena Porte, não merece

prosperar.

O documento anteriormente referido e acostado às presentes

contrarrazões (doc. 01) provam, de forma irrefutável, que a receita

bruta da Recorrida no último ano-calendário não ultrapassa o valor de

R$ 360.000,00, previsto no inciso I, do artigo 3º, da Lei Complementar

123/2006.

O referido documento oficial elimina todo e qualquer cenário criado

pela Recorrente de especulação e suspeita sobre o atendimento, pela

Recorrida, do requisito objetivo estabelecido para enquadramento em

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micro empresa, o que lhe garante o tratamento diferenciado garantido

na Lei Complementar 123/2006, sendo irrelevante a quantidade de

filiais que a Recorrida supostamente possua.

Melhor sorte não assiste ao terceiro e último argumento levantado pela

Recorrente, que tem por premissa a alegação de que a sócia da

recorrida também figura como sócia da empresa Patrimonial Jaqueira

Ltda., que também é uma micro empresa, o que a impossibilitaria de

ser enquadrada como micro empresa, de acordo com as vedações da

Lei Complementar 123/2006.

Sucede que a sócia da Recorrida NÃO é sócia da Patrimonial Jaqueira

Ltda., consoante é possível verificar no QSA da Receita Federal (dos.

02), ao contrário do que sustentado pela Recorrente, o que faz cair por

terra toda o seu ilegítimo esforço de imputar acusações e prática de

crimes à Recorrida, conforme posto nas razões recursais.

Mas, ainda que fosse sócia, de igual forma, tal condição por si só não

seria capaz de vedar o enquadramento da Recorrida como micro

empresa, bem assim se valer dos benefícios previstos na LC 123/2006,

pois, como disciplina o inciso Ml, do parágrafo 4o, do artigo 3o, da

referida LC, haveria que ultrapassar a receita bruta global, no valor de

R$ 3.600.000,00, o que não ocorre.

Sem falar que tal fiscalização é de competência da Receita Federal e,

pela sua forte e incessante atuação, o desenquadramento da Recorrida

já teria ocorrido.

Nota-se, portanto, que todas as tentativas da Recorrente são vazias,

desguarnecidas de substância e incapazes de afastar a Recorrida do

certame, pelo que a contratação da Recorrida representa a garantia de

pactuar com empresa totalmente apta para cumprir o contrato licitado.

III – DA CONCLUSÃO

Diante do quadro fático relatado, pugna esta Recorrida seja o presente

Recurso Administrativo Hierárquico totalmente improvido, para que

seja confirmada vencedora do certame, ocasionando a contratação da

PIPOCA MÁGICA COMERCIO DE AUMENTOS EIRELI - ME.”

E. DA ANÁLISE DAS ARGUMENTAÇÕES CONSTANTES DAS PEÇAS RECURSAIS

13. Tendo esta Pregoeira Titular e sua Equipe de Apoio, assim como a INFRAERO, o

compromisso com a legalidade, com a correção dos atos e com os princípios aos quais a

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Administração Pública está sujeita, passamos a examinar os argumentos despendidos pela

Recorrente e Recorridas.

14. Em breve análise introdutória, vale destacar que, no exame das razões recursais

apresentadas pela recorrente, a Pregoeira e sua Equipe de Apoio baseou-se nos critérios conforme

mandamento do instrumento convocatório, o qual foi e continua sendo o principal, senão o único,

alicerce. Portanto, o julgamento foi feito em estrita conformidade com os princípios da Legalidade,

da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, Eficiência, da Probidade Administrativa, da

Vinculação ao Instrumento Convocatório, e, inclusive, observados os princípios da Razoabilidade,

Competitividade e Proporcionalidade, conforme disposições do art. 5º do Decreto nº 5.450/2005.

Art. 5º A licitação na modalidade de pregão é condicionada aos

princípios básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade,

igualdade, publicidade, eficiência, probidade administrativa,

vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, bem

como aos princípios correlatos da razoabilidade, competitividade e

proporcionalidade.

Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre

interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados,

desde que não comprometam o interesse da administração, o princípio

da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação.

15. Ademais, a jurisprudência do judiciário brasileiro potencializa o Princípio da

Vinculação ao Instrumento Convocatório em seus julgados, o qual será evidenciado nesta instrução

administrativa, levando-se em consideração, por óbvio, os princípios da legalidade, da isonomia, da

razoabilidade e da proporcionalidade inerentes à seara licitatória.

16. Passando-se a uma análise didática da peça recursal. No que diz respeito aos

argumentos da GSS, temos que a peça recursal apresentada se trata basicamente suposta

participação indevida no certame na condição de microempresa – ME, onde a RECORRIDA teria

inobservado as determinações previstas na Lei Complementar 123/2006, que trata do tratamento

diferenciado concedido às microempresas e empresas de pequeno porte - ME/EPP, em especial, as

vedações previstas nos incisos III, IV e V, § 4º, artigo 3º.

17. Inicialmente, cumpre-nos registrar que a verificação do enquadramento da empresa

RECORRIDA se deu por meio da Declaração de Enquadramento deferida pela Junta Comercial do

Estado da Bahia apresentada pela licitante, onde consta:

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18. Nota-se, portanto, que ao verificar que em documento emitido pela Junta Comercial

do Estado da Bahia – JUCEB havia menção que a empresa estava registrada como enquadrada

como microempresa, entendeu, a Pregoeira e Equipe de Apoio, naquela oportunidade que, de fato, a

RECORRIDA enquadrava-se como empresa de pequeno porte – EPP, nos termos do inciso II, art.

3º, da Lei Complementar 123/2006.

19. No tocante ao SICAF da RECORRIDA, o cadastramento das informações é de

responsabilidade da Unidade Cadastradora, a qual recebe a documentação da interessada, dentre

eles a relativa à qualificação econômico-financeira, e os registra na base de dados do sistema. Desse

modo, as informações constantes do SICAF possuem fé pública e são válidos para todos os efeitos,

exceto prova em contrário, o que não se observa nos arrazoados apresentados pela RECORRENTE

20. A Recorrida relata ainda enquadramento como microempresa porque, no ano

calendário de 2016, a sua receita bruta, não ultrapassou o montante de R$ 360.000,00, ainda que

constasse como sócia de outra empresa beneficiária do tratamento diferenciado – neste caso, a

empresa Colorado Logística e Armazenagem Ltda – permitindo, legitimamente, a aplicação do

inciso I, do artigo 3º, da Lei Complementar 123/2006. Esclareceu ainda que mesmo com suas filiais,

a sua receita bruta da Recorrida no último ano-calendário não ultrapassa o valor de R$ 360.000,00,

previsto no inciso I, do artigo 3º, da Lei Complementar 123/2006, o que lhe garante o tratamento

diferenciado garantido na Lei Complementar 123/2006.

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(Continuação do Relatório de Recurso Administrativo – PG-e nº 259/LALI-2/SEDE/2017)

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21. A recorrida comprovou também, por intermédio de consulta ao QSA da Receita

Federal, que já se retirou do quadro societário da Patrimonial Jaqueira Ltda, mas, ainda que fosse

sócia, de igual forma, tal condição por si só não seria capaz de vedar o enquadramento da Recorrida

como microempresa, bem assim se valer dos benefícios previstos na LC 123/2006, já que sua

receita bruta global não ultrapassa R$ 3.600.000,00.

22. Considerando que a Recorrente declarou que a soma de sua receita bruta e de outras

empresas, das quais já se retirou da sociedade, não ultrapassa o limite para utilização do direito de

preferência da LC 123/2006, entendemos que a matéria extrapola a competência desta Pregoeira,

por se tratar de assunto afeto aos órgãos de fiscalização. A decisão administrativa só pode estar

embasada nos documentos e declarações constantes no processo licitatório.

23. Para tal constatação, utilizando-se da prerrogativa constante do instrumento

convocatório, a Pregoeira encaminhou mensagem eletrônica (fls. 264-265), requisitando o

encaminhamento das demonstrações contábeis das empresas a seguir relacionadas, em face da

alegação constante do recurso da GSS de que as demais empresas onde a sócia, Sra Camile, também

atua a excluem do tratamento diferenciado para as microempresas:

- 20.249.789/0001-26 – PATRIMONIAL JAQUEIRA LTDA ME;

- 06.219.754/0001-13 – COLORADO LOGÍSTICA E ARMAZENAGEM LTDA.

24. Em face da diligência, a RECORRIDA apresentou a documentação constante das fls.

266-27, cujas informações se juntaram às demonstrações contábeis de suas filiais já apresentadas

em suas contrarrazões de recurso (fls. 260-263).

Empresa Receita Bruta

Pipoca Mágica – CNPJ: 20.817.931/0001-94, juntamente com as filiais:

20.817.931/0002-75; 20.817.931/0003-56; 20.817.931/0004-37;

20.817.931/0005-18; 20.817.931/0006-07 (fls. 260)

R$ 31.494,17

Patrimonial Jaqueira – CNPJ: 20.249.789/0001-26 (fls. 270) R$ 1.274.799,57

Colorado Logística e Armazenagem – CNPJ: 06.219.754/0001-13 (fls.

272-276)

Empresa Inativa nos

últimos 7 anos

Total de Receita R$ 1.306.293,74

25. Conforme informações trazidas no bojo das contrarrazões e nos documentos

apresentados em sede de diligência por parte da RECORRIDA, temos que os somatórios das

receitas brutas das empresas citadas estão inferiores ao montante constante do inciso II do artigo 3º

da Lei Complementar 123/2006 de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

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(Continuação do Relatório de Recurso Administrativo – PG-e nº 259/LALI-2/SEDE/2017)

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F. CONCLUSÃO

26. Ante o exposto, esta Pregoeira e a Equipe de Apoio, consubstanciados nos fatos

relatados neste relatório de instrução, decidem manter a decisão outrora proferida que declarou a

empresa PIPOCA MAGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI – ME vencedora do certame,

em face da constatação de enquadramento como beneficiária do tratamento diferenciado constante

da Lei Complementar nº 123/2006.

27. Diante de todo o exposto, e de acordo com os princípios constitucionais e

administrativos, bem como, consubstanciado nos fatos relatados neste compêndio e, de acordo com

o inciso I do Art. 5º do Ato Normativo nº 122/PRESI/DF/DJ/2017, de 31 de janeiro de 2017

(alterado pelo Ato Normativo nº 140/PRESI/DG/DJ/2017, de 30 de junho de 2017), submetemos o

assunto à elevada consideração de V.Sa. com a sugestão pelo IMPROVIMENTO do recurso

interposto pela licitante GSS EMPREENDIMENTOS ALIMENTÍCIOS EIRELI, com o fito a

ratificar a decisão de reconsideração da decisão outrora proferida que declarou a empresa PIPOCA

MAGICA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI –ME vencedora do certame, se não for outra

decisão de Vossa Senhoria.

Brasília, 14 de dezembro de 2017.

ANDREIA E SILVA HEIDMANN

Pregoeira Suplente

Ato Adm. nº 1428/LALI(LALI-2)/2017

GEORGE DA SILVA LOMEU ALVES

Equipe de Apoio/VAPR

Ato Adm. nº 1428/LALI(LALI-2)/2017