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INFRAERO Página 1 RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DO RECURSO DA: PREGOEIRA E EQUIPE DE APOIO PARA: GERÊNCIA DE SEGURANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES - TISG ASSUNTO: INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO REFERENTE: PREGÃO Nº 110/DALC/SEDE/2011 OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA FORNECIMENTO DE SOLUÇÕES DE SEGURANÇA DE REDES DO TIPO FIREWALL, COMPOSTA DE EQUIPAMENTOS DO TIPO APPLIANCE, INCLUINDO SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO, TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (TREINAMENTO) E GARANTIA (SUPORTE TÉCNICO, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E MANUTENÇÃO) RECORRENTE: GLOBAL IP TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA Senhor Gerente, Trata-se de instrução de recurso administrativo contra a decisão do Pregoeiro, apresentado pela empresa Global IP Tecnologia da Informação Ltda, referente à sua INABILITAÇÃO no certame. Delineamos, ao longo deste relatório, o histórico, as argumentações apresentadas pela RECORRENTE, bem como, o exame e apreciação dos fatos pela Pregoeira e Equipe de Apoio, amparada por Parecer da Superintendência de Consultoria Jurídica, à luz das condições esculpidas no instrumento convocatório. I. HISTÓRICO Preliminarmente, cabe registrar que a Pregoeira e Equipe de Apoio realizaram o julgamento das propostas recepcionadas pelo sistema eletrônico de acordo com as premissas estabelecidas e em estrita obediência ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Quanto à natureza vinculada do ato convocatório, ensina Marçal Justen Filho: "O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra do art. 41 com aquela do art. 4º, pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto aquelas de procedimento. Sob um certo ângulo, o edital é o fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na acepção que a desconformidade entre o edital e os atos administrativos praticados no curso da licitação se resolve pela invalidade destes últimos. Ao descumprir normas constantes do edital, a Administração Pública

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RELATÓRIO DE INSTRUÇÃO DO RECURSO

DA: PREGOEIRA E EQUIPE DE APOIO

PARA: GERÊNCIA DE SEGURANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES - TISG

ASSUNTO: INSTRUÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

REFERENTE: PREGÃO Nº 110/DALC/SEDE/2011

OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA FORNECIMENTO DE SOLUÇÕES DE

SEGURANÇA DE REDES DO TIPO FIREWALL, COMPOSTA DE EQUIPAMENTOS DO TIPO APPLIANCE, INCLUINDO SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO, TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

(TREINAMENTO) E GARANTIA (SUPORTE TÉCNICO, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E MANUTENÇÃO)

RECORRENTE: GLOBAL IP TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA

Senhor Gerente,

Trata-se de instrução de recurso administrativo contra a decisão do Pregoeiro,

apresentado pela empresa Global IP Tecnologia da Informação Ltda, referente à sua INABILITAÇÃO no certame.

Delineamos, ao longo deste relatório, o histórico, as argumentações apresentadas

pela RECORRENTE, bem como, o exame e apreciação dos fatos pela Pregoeira e Equipe de Apoio, amparada por

Parecer da Superintendência de Consultoria Jurídica, à luz das condições esculpidas no instrumento convocatório.

I. HISTÓRICO

Preliminarmente, cabe registrar que a Pregoeira e Equipe de Apoio realizaram o

julgamento das propostas recepcionadas pelo sistema eletrônico de acordo com as premissas estabelecidas e em

estrita obediência ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

Quanto à natureza vinculada do ato convocatório, ensina Marçal Justen Filho:

"O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra do art. 41 com aquela do art. 4º, pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto aquelas de procedimento. Sob um certo ângulo, o edital é o fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na acepção que a desconformidade entre o edital e os atos administrativos praticados no curso da licitação se resolve pela invalidade destes últimos. Ao descumprir normas constantes do edital, a Administração Pública

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frustra a própria razão de ser da licitação. Viola os princípios norteadores da atividade administrativa, tais como a legalidade, a moralidade, a isonomia. (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos,11ª Edição, pág. 401/402)"

Feitas estas ponderações, passamos a delinear as informações necessárias a compreensão dos fatos.

O Edital estabelecia a seguinte condição para a Habilitação da vencedora da etapa

de lances, vejamos:

O PREGOEIRO, após atendimento aos procedimentos constantes do item 9 deste Edital, procederá como segue: a) solicitação à(s) licitante(s) vencedora(s) da etapa de lances - Arrematante(s), por meio do sistema eletrônico, o atendimento do que segue: b.1) (...) b.2) prova de conceito da solução para fins de segurança de redes do tipo Firewall para fins de comprovação de atendimento das especificações e requisitos, conforme item 10 do Termo de Referência (Anexo II).

O item 10 do Termo de Referência definia como a referida prova seria realizada,

vejamos:

10 PROVA DE CONCEITO 10.1 Será solicitada prova de conceito à empresa classificada (somente

soluções de outros fabricantes), antes da adjudicação, com o objetivo de realizar testes de comprovação de atendimento às especificações e requisitos exigidos neste Termo de Referência;

10.2 Para a realização da prova de conceito da solução corporativa de solução de Firewall de Alta Performance, a LICITANTE deverá disponibilizar e instalar todos os softwares e appliances ofertados, nas instalações da SEDE da INFRAERO, exigidos neste Termo de Referência, na Gerência de Segurança de Tecnologia da Informação – TISG, localizada no Setor Comercial Sul – Quadra 04 – Bloco “A”, Número 58 – Edifício INFRAERO – 2º Andar, CEP 70304-902, Brasília – DF, em dias úteis, no horário administrativo, de 8h às 12h e de 13:00h às 17:00h, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados a partir da data de convocação da INFRAERO para a realização da prova de conceito;

10.3 A INFRAERO, a seu critério, poderá prorrogar a duração da prova de conceito por mais 02 (dois) dias úteis;

10.4 Para a avaliação da prova de conceito, o sistema deverá ser instalado pela LICITANTE, na versão a ser fornecida na contratação, em ambiente de homologação da INFRAERO, com o acompanhamento de representantes da área gestora e da TI da INFRAERO;

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10.5 A prova de conceito utilizará como base as especificações técnicas constantes neste Termo de Referência;

10.6 Será rejeitada a prova de conceito que apresentar quaisquer divergências da solução da CONTRATADA em relação às especificações técnicas do Termo de Referência;

10.7 Não será aceita a proposta da LICITANTE que tiver a prova de conceito rejeitada ou não entregue no prazo estabelecido;

10.8 Nesse caso, a proposta subsequente será examinada e, assim, sucessivamente, na ordem de classificação, até a aprovação de uma prova de conceito.

Assim, consubstanciada no Despacho nº 101/TISG/2011, de 20 de dezembro de

2011 e Atas da Prova de Conceito - Documentos Anexos - com fulcro no item 11.5 do Edital e 10.6 e 10.7 do

Termo de Referência, procedeu-se com a Inabilitação da RECORRENTE, assim como convocou-se a 2ª colocada

para que apresentasse os Documentos de Habilitação para avaliação da Equipe de Apoio da Pregoeira.

II - TEMPESTIVIDADE

Ciente do resultado de julgamento para o Pregão supra, o qual proferido,

conforme registros efetivados no sistema eletrônico em 27/12/2011, 09:08:22h, a recorrente demonstrou sua

irresignação à INFRAERO, protocolizando o expediente, sob o registro de nº 26, em 02/01/2012, no Protocolo

Geral da INFRAERO.

No entanto, deixou de observar a condição para interposição de recurso prevista

no art. 26 do Decreto nº 5.450/2005, de 31/05/2005:

“Art 26

Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contrarrazões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses”.

Ora, a fase recursal no Pregão Eletrônico é composta de duas etapas: A primeira

delas ocorre logo após a DECLARAÇÃO DO VENCEDOR, quando o licitante poderá apresentar uma ‘‘intenção de

recurso’’ mediante registro no sistema, de forma sucinta, identificando o ato impugnado e o motivo de seu

descontentamento. A falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do

direito ao recurso e o Pregoeiro já poderá adjudicar o objeto da licitação ao vencedor. A segunda etapa

refere-se ao período para a apresentação das razões de recurso por escrito, em face da intenção que foi

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manifestada. Trata-se do momento em que o licitante trará para o processo, toda a argumentação que dará base

ao seu inconformismo, podendo juntar outros documentos, provas, laudos etc. No entanto, a RECORRENTE

apresentou suas alegações antes da Declaração do Vencedor, porém considerando o direito ao contraditório e

ampla defesa esta Pregoeira amparada nos Princípios da Legalidade e Impessoalidade conhece “de ofício” as

razões ora pleiteadas.

III - DO RECURSO

3.1 Das Razões de Recurso Interposto (em síntese)

3.1.1 Impedimento e suspeição

Cita a Lei Federal 9.784/99 para afirmar que vincula à Infraero sobre os impedimentos e suspeições, nos seguintes termos:

“Pois bem, o servidor Wilson Júnior de Brito Amador, quem assinou o documento que recomendou a desclassificação da ora recorrente é ex-empregado da

concorrente NCT Informática, fazendo parte de sua equipe quando tal empresa contratou com a Infraero. Essa mesma empresa é beneficiada direta da

desclassificação da proposta da recorrente. É a atual prestadora dos serviços e

provavelmente – se nenhuma providência não for tomada – será a contratada na presente licitação.

(...) A sua suspeição foi arguida pela ora recorrente e sobre tal incidente a Infraero não

se pronunciou. Na ocasião, a recorrente não se incomodou apenas com esse fato,

mas com a postura parcial do referido servidor, ao criar toda ordem de dificuldades à recorrente, inclusive para demonstrar a prova de eficiência e qualidade da sua

proposta. Essa falta de imparcialidade se reflete em diversas exigências constantes do termo de referência por ele elaborado, que constituem a descrição completo do

produto da Fortinet, justamente o oferecido pela NCT”. (...)

3.1.2 Das restrições ilegais e abusivas que motivaram a desclassificação

Alega que a Infraero tirou do certame a solução tecnologicamente mais avançada e com preço infinitamente inferior e afirma que está fazendo isto para contratar proposta de empresa com fortes

indícios de superfaturamento.

Afirma que o objetivo deveria ser contratar pelo menor preço a melhor solução,

nos seguintes termos: “(...) Mas se prende a características – algumas já ultrapassadas – que não são nem serão úteis ao serviço, mas servem para alijar a proposta tecnologicamente mais avançada e de muito menor preço, para contratar outra com fortes indícios de superfaturamento. (...)

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Como dito, o objeto do certame não é a contratação de equipamentos e programas, mas a solução na comunicação segura de dados por um sistema capaz de executar um conjunto de tarefas”. Cita um quadro comparativo de performance no qual compara o item exigido no

Edital com o CP21400 apresentando observações sobre o mesmo.

“Como se vê, a solução ofertada possui todos os números de performance superiores ao exigido. Lembrando que a performance máxima do equipamento exigido ficará por volta de 5 Gbps (máximo com IPS ativado), a recorrente está ofertando um equipamento com performance de IPS de 21 Gbps. Portanto, a solução ofertada, que perfaz 50 Gbps de firewall, irá processar, no máximo, 21 Gbps com a funcionalidade de IPS ativado, contra 5Gbps exigido (marca concorrente a quem o certame se dirige)”.

Cita a tabela:

Características Especificado

Superioridade Observação FG200B CP4600

Conexões Concorrentes

512.000 1.200.000 Mais de 100% superior

Sessões por Segundo

15.000 50.000 Mais de 300% superior

Performance Firewall (Gbps)

5 9 Quase 100% superior

Performance VPN 2,5 1,5(*) Este item não conseguimos testes, a Checkpoint testa seus equipamentos com o protocolo AES-128 mais seguro, (HTTP://en.wikipedia.org/wiki/AES-128) Em pesquisa feita pela Universidade de Washington, podemos ver, nas tabelas 8 e , que o tempo para transferência de arquivos com 20MB, o protocolo AES-128 gasta 16 segundos, contra 6 segundos do 3DES. Levando em consideração a diferença entre os dois, chegamos ao índice 2,66. Multiplicando esse índice

pela performance de VPN com AES-128, chegamos a 3,99 Gbps de performance. Portanto, superior ao exigido. (HTTP://www.cs.wustl.edu/~jain/cse567-06/ftp/encryption_perf/index.html)

O protocolo AES-128, é cerca de mil vezes mais seguro. O AES é o protocolo utilizado como padrão pelo Governo americano.

E contra argumenta:

“Veja-se que a tabela acima descreve o equipamento em uso atualmente pela Infraero, o qual atinge a performance máxima de Firewall de 5 Gbps, e apenas 0,650 Gbps de processamento de IPS. O oferecido pela recorrente atinge 4 Gbps de processamento de IPS. Conclusão: O equipamento ofertado pela Global IP/Checkpoint possui índices de performance muito superior ao exigido no edital e por conseguinte, muito além da capacidade atual da Infraero.”

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Argumenta que com relação a performance exigida de Antivirus entende que não deverá ser ativada no firewall, uma vez, na sua opinião, que a Infraero já dispõe de solução com esta finalidade e

a funcionalidade limita a performance do firewall (máximo de 1 Gbps de Antivirus).

Para o Firewall 2 afirma que se desconsiderar o antivirus, a performance do

firewall com IPS ativado será de 0,650Gbps e que neste caso a marca oferecida atinge a 4 Gbps de processamento de IPS.

Prossegue:

“Em ambientes normais, com número razoável de regras e com a necessidade processamento mais inteligente que o tráfego de rede para rede, o poder do Processador passa a ter um peso importante na solução. O número de performance Firewall ofertado possui performance superior a 150% ao número exigido, e em performance de IPS (considerado mais importante) a recorrente tem superioridade em mais de 400%. Além disso, o nosso equipamento recebeu selo de aprovação do instituto NSS LABS, conceituado laboratório americano que efetua testes de performance em produtos de segurança da informação”. (...)

“O Equipamento que serve de VPN para todo o tráfego de importação e exportação (SISCOMEX), possui performance de VPN de 650Mbps. No certame da Infraero está sendo exigido 17 Gbps, um número, muito maior do que o que é normalmente exigido na maioria dos certames, e provavelmente, bem superior a real necessidade desta Empresa Pública. O maior link de comunicação de dados comercializado pela Embratel (consultado via 0800-721-2109), no dia 19/12/2011 é de 622Mbps.”

3.1.3 Comparativo de Funcionalidades

Alega que o firewall ofertado trabalha com gerência centralizada, de fácil utilização

e com diversas funcionalidades que podem ser agregadas e facilmente licenciadas onde facilitaria o controle do

firewall.

Cita como vantagens da solução Checkpoint a utilização de objetos ao invés da utilização de regras envolvendo interfaces e redes, funções de auditoria, controle de execução das regras

(workflow) e correlacionamento de eventos (SIEM).

Comenta as exigências editalícias de protocolos PPTP e L2TP, para afirmar que o

protocolo L2TP é uma evolução do protocolo PPTP.

Insiste afirmando que no edital é exigido a camada 2 de rede e que no protocolo VPN está sendo exigido protocolo que não suporta a camada 2 (PPTP).

Argumenta que para que os pontos remotos possam acessar os serviços em mainframe, somente o protocolo L2TP deve ser utilizado em detrimento ao PPTP.

Alega que a Checkpoint descontinuou o suporte ao PPTP por considerá-lo obsoleto

e desnecessário, uma vez que a própria Microsoft usa o L2TP de forma nativa.

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Cita O IPS afirmando que a solução é premiada e indicada pelo laboratório NSS Labs. Argumenta que entre todas as soluções de IPS testadas, a Checkpoint ficou em segundo lugar nos testes de

eficácia.

3.1.4 Aderência ao processo licitatório

Cita o art. 12 da Lei 8.666/93 para comentar:

“Rogamos pelo princípio da razoabilidade, uma vez que a nossa solução não é a mesma em uso atualmente e que o processo licitatório permitia a utilização de uma solução alternativa. Estamos ofertando uma solução superior ao indicado. Ademais, a proposta da recorrente envolve os quatro equipamentos mais a substituição de todas as localidades indicadas por um preço inferior ao da concorrente, sendo, portanto, mais vantajosa ao serviço público”

IV - ANÁLISE DAS ARGUMENTAÇÕES DO RECURSO

Antes de qualquer análise, impende destacar que a Norma Interna da INFRAERO –

NI – 6.01/E (LCT), de 01/09/2011 que tem por finalidade regulamentar os procedimentos licitatórios no âmbito da

Empresa, estabelece que o órgão interessado na licitação, obrigatoriamente, deverá apresentar os elementos

indispensáveis para a instauração do certame, entre os quais, destacamos:

“XI – DOS PROCEDIMENTOS GERAIS

11 – A instauração da licitação será iniciada mediante a abertura do Processo Administrativo,

devidamente protocolado e numerado pela área de licitações, compreendendo cinco fases:

a) planejamento;

b) (...)

11.1 – O planejamento seguirá os seguintes procedimentos:

11.1.1 Encaminhamento dos elementos e informações indispensáveis à instauração da contratação pelo

Órgão Interessado ou Requisitante para o Órgão de Licitações da Sede ou da Regional, devendo

ser observado, obrigatoriamente, o que se segue:

(...)

n) elementos técnicos: termo de referência com a composição detalhada dos custos da contratação ou

projeto básico e/ou executivo, com respectivo orçamento detalhado em planilhas com controle de

revisões, identificação e matrícula e assinatura do autor do projeto, do responsável por sua

validação e da autoridade responsável por sua aprovação, memorial descritivo, desenho, licença

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de meio ambiente, necessidade de inspeção e ensaios no recebimento e amostras, conforme o

caso;

o)[...]”. (grifo nosso)

A norma mencionada preceitua ainda, alínea “b” do item 1 do subitem 11.3, que o

julgamento dos documentos de habilitação ou de qualificação da licitante será efetuado com base no parecer

dos membros técnicos, a saber:

“11.3 – A habilitação compreende:

a) (...)

b) A comprovação da habilitação jurídica, da qualificação técnica, da qualificação econômico-

financeira e da regularidade fiscal das licitantes;

1. o julgamento dos documentos de habilitação ou de qualificação da empresa licitante, cabe a

Comissão de Licitação ou ao Pregoeiro e Equipe de Apoio, com base no parecer dos membros

técnicos, tornando público o resultado conforme previsto no edital ou convite”. (grifo nosso)

E mais, no seu subitem 11.4 a NI 6.01/E estabelece as condições para julgamento

de propostas:

“11.4 – O julgamento de propostas compreende:

a) análise das propostas, realizada pelo Órgão Interessado ou Requisitante, com emissão de

parecer fundamentado, contemplando os seguintes dados:

1. (...)

2. comentário técnico de cada proposta, com suas respectivas notas técnicas, quando for o

caso, inclusive suas desconformidades, se houver, de forma clara e objetiva;

3. (...)

4. (...)

5. conclusão, opinando pela classificação ou desclassificação de proposta, conforme

critérios estabelecidos no edital, inclusive quanto à exeqüibilidade ou inexequibilidade de

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preços, sendo que, neste caso de preço inexequível, só será emitida após concessão de

oportunidade para a licitante interessada se manifestar previamente.. (grifo nosso)

b) classificação ou desclassificação das propostas, pela Comissão de Licitação ou pelo Pregoeiro e

Equipe de Apoio, com base no parecer técnico do Órgão Interessado ou Requisitante ou do

membro técnico, tornando público o resultado conforme previsto no Edital.

O normatizador interno, a nosso ver, foi de nobre sensatez, pois não é

desarrazoável concluir que a Unidade Organizacional requisitante detenha todas as informações necessárias ao

mais variados objetos pretendidos. Assim, a explanação sobre as competências se fez necessária para a correta

percepção do efetivo papel dos agentes que praticam os Atos Administrativos no presente processo.

Pois bem, registros feitos vamos ao exame dos argumentos presente na peça

recursal.

a) Do impedimento/suspeição do Membro Técnico Wilson Júnior de Brito Amador.

Considerando os motivos explanados na peça recursal da Recorrente, após

solicitação de manifestação requerida pela Pregoeira, a área requisitante solicitou parecer jurídico sugerindo a

avaliação da Legalidade do referido procedimento. A Superintendência de Consultoria Jurídica da Infraero

manifestou-se nos seguintes termos:

Parecer nº 81/DJCN/2012, de 17 de janeiro de 2012, fls. 573/577, o qual

reproduzimos o inteiro teor:

“Consultora Jurídica Adjunta substituta, I – Relatório Trata-se de análise quanto ao teor, em parte, do recurso administrativo interposto pela empresa Global IP Tecnologia da Informação Ltda (fls. 553/568), desclassificada tecnicamente do Pregão Eletrônico nº 110/DALC/SEDE/2011 (fls. 51/99), cujo objeto é o “fornecimento de soluções de segurança de redes do tipo firewall, composta de equipamentos do tipo appliance, incluindo serviços instalação, transferência de tecnologia (treinamento) e garantia (suporte técnico, assistência técnica e manutenção)”, tipo de licitação menor preço, regime de empreitada por serviço global, publicado no D.O.U. no dia 21 de outubro de 2011. Desclassificada em 28/12/2011, a recorrente apresentou Recurso Administrativo, no dia 02/01/2012, questionando, dentre outros diversos apontamentos, a existência de

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desvio de finalidade do objeto da licitação, assim como de “incidente de impedimento e suspeição” referente à participação no processo licitatório do empregado Wilson Júnior de Brito Amador, analista de sistemas, admitido em 12/04/2010 na empresa Infraero, pois este fazia parte da equipe da NCT Informática, atual detentora do contrato e ora vencedora do Pregão em análise. Ao final, afirma que a sua proposta, similar a da empresa ora vencedora, é “tecnologicamente melhor e mais eficiente e mais barata que a da atual executora” e solicita a “reavaliação técnica de sua proposta técnica por pessoa ou empresa idônea no que diz respeito à isenção de ânimo”. A LCIC, por sua vez, no Despacho nº 011/LCIC(LCIC-1)/2011 (fls. 569/570), submeteu o processo à TISG, a qual encaminhou os autos à DJCN, pelo Despacho nº 1/TISG/2012 (fl. 572), para análise quanto à legalidade da participação do empregado no certame e, ainda, questionou se o processo licitatório deveria ser revogado. Foram juntados à PEC os seguintes documentos da empresa GLOBAL IP: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (fl. 293); Certificado de Regularidade Fiscal (fl. 298); Certidões de débitos relativos às contribuições previdenciárias e às de terceiros (fl. 297); g) Certidão conjunta de débitos relativos aos tributos federais e à dívida ativa da União (fl. 296); Certidão Negativa de Débitos (fl. 299); Certidão de Falência e Concordata (fl. 295); Planilha de Preços (fls. 232; 262/263); Carta de Apresentação de Documentos (fl. 260); Declaração de Elaboração Independente de Proposta (fl. 261); Atestado de Capacidade Técnica (fls. 235/237; 291/292). É a síntese do relatório. II - Fundamentação Cumpre salientar que o presente parecer trata apenas da questão da legalidade da participação do empregado Wilson Júnior de Brito Amador no certame, e não sobre a inabilitação técnica da recorrente, cuja análise é incumbência da área técnica requisitante. Feita essa ponderação, passaremos a analisar o que dispõe a lei de Licitações sobre a alegação formulada pela recorrente Global IP Tecnologia da Informação Ltda, no tocante ao “impedimento legal” do membro técnico da equipe de pregoeiro, instituída pelo Ato Administrativo nº 2316/DALC(LCLI)/2011. O artigo 9º da Lei 8.666/93 dispõe o seguinte: “Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. § 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

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§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração. § 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação.” (ênfase acrescida) Verifica-se que o transcrito dispositivo visa proteger o princípio da isonomia e da moralidade administrativa. Nesse ponto, a lei intenciona configurar uma espécie de impedimento à participação de determinadas pessoas na licitação. Ocorre que o rol do art. 9º da Lei nº 8.666/93 deve ser interpretado restritivamente, não podendo, pois, ser ampliado pelo intérprete da lei (art. 37, XXI, da CF/88). Assim, qualquer interpretação tendente a restringir a participação de interessados em hipótese não prevista em lei restará inadequada, por afrontar o princípio da isonomia e o postulado da legalidade, consagrado no inciso II, art. 5º, da Carta Magna1. Pelo § 4º depreende-se que somente há impedimento quando a participação indireta do servidor se dá através da existência de vínculo da natureza comercial, técnica, econômica, financeira ou trabalhista entre si e a empresa licitante. Não há qualquer dispositivo nas Leis regentes, Normas Internas ou Estatuto que preveja algum tipo de vedação à participação do ex empregado, ou até mesmo um período de quarentena, para que se abstenha de atuar no processo licitatório. Logo, o preceito discutido deve ser analisado com cuidado, aplicando-o nas situações expressamente previstas, pois o fato de um dos participantes da comissão, atualmente servidor do órgão licitador, ter tido vínculo com uma das empresas licitantes, não gera um impedimento legal de participação no certame, ainda que tenha elaborado o Termo de Referência. Dessa forma, não se pode corroborar com o entendimento da recorrente. Para tanto, invoca-se o princípio basilar da licitação, qual seja: o princípio do julgamento objetivo. Esse princípio significa que o Administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o julgamento das propostas, afastando a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em benefício da própria Administração. Em suma, o fato de um dos integrantes da comissão de licitação ser ex empregado de uma das licitantes, por si só, não pode servir de supedâneo para justificar a “revogação de todos os atos respectivos por ele vinculados” (fl. 572) nem impedimento de sua participação no certame licitatório, visto que: a) não há previsão expressa em lei quanto ao impedimento de participação de pessoa física que possuiu vínculo empregatício com uma das empresas licitantes; b) não se pode presumir, sem qualquer ato ou fato objetivamente provado, a existência de vício no certame

1 “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".

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resultante de hipotética influência decorrente de uma relação passada; c) os atos realizados pelo servidor foram: i) acompanhados por outro técnico da Infraero; ii) chancelados pela equipe pregoeira (AA nº 2316/DALC(LCLI)/2011; e iii) fiscalizados e ratificados pelo seu superior hierárquico. Evidentemente, em qualquer certame licitatório o princípio da moralidade precisa ser obervado, devendo ser reprimidos quaisquer atos tendentes a afetar a igualdade de condições entre os concorrentes. Não obstante, tal repressão deve se pautar na existência concreta de lesão a tais primados, tais como a adoção de critérios subjetivos que, ilegalmente, elidam o princípio da igualdade entre os participantes. Não se pode, pois, presumir, sem qualquer ato ou fato objetivamente provado, a existência de vício no certame, resultante de hipotética influência decorrente de uma relação empregatícia pretérita, que já não mais existia quando deflagrado o processo licitatório. Assinala-se que as decisões tomadas no âmbito do processo licitatório - tanto a aprovação do Termo de Referência (fls. 8/36), como a proposta de inabilitação da recorrente, constante do Despacho nº 101/TISG/2011 (fls. 401/406), ao ser analisada a sua Prova de Conceito - POC -, envolvem a chancela de um órgão colegiado, a saber: da Gerência de Tecnologia de Informação e Telecomunicações – TISG e da Equipe do Pregão, formada pelo Pregoeiro, pela equipe de Apoio Técnico, pelo Membro Administrativo e seus respectivos suplentes, consoante o AA nº 2316/DALC(LCLI)/2011. Ademais, verifica-se que o Termo de Referência foi validado por outro analista da área e aprovado pela sua Gerência (fl. 08), a qual, posteriormente, proferiu o seu “de acordo” (fl. 406) à sugestão de inabilitação da empresa recorrente. Também constata-se, pelas Atas de Reunião, às fls. 330/331, 382 e 387, que na Prova de POC houve a participação de outro analista técnico. Sobre a equipe do pregoeiro, o Tribunal de Contas assim se manifestou: “Acórdão 206/2007 Plenário (Sumário) A aprovação, por órgão colegiado, de edital de licitação eivado de irregularidade implica na responsabilização de todos os membros que não tenham manifestamente registrado sua discordância a deliberação. Acórdão 5276/2009 Segunda Câmara Abstenha de realizar licitações nas quais haja quaisquer relações entre os participantes e aqueles que detenham o poder de decisão no processo licitatório, ou qualquer outra situação em que se verifique prejuízo ao atendimento dos princípios da igualdade e da moralidade administrativa.” No Manual “Licitações e Contratos - Orientações e Jurisprudência do TCU”, determina o seguinte: “Licitações realizadas na modalidade pregão serão conduzidas por pregoeiro com auxilio de equipe de apoio, designados pela autoridade competente dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação.

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Equipe de apoio deve ser integrada, na maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração Pública, de preferência do quadro permanente do órgão ou entidade que promover a licitação. Deve possuir conhecimento técnico sobre o objeto licitado, de modo a prestar assistência necessária ao pregoeiro. (...) Cabe ao pregoeiro a condução do pregão e à equipe de apoio auxiliá-lo em todas as fases do processo licitatório. Dentre as atribuições do pregoeiro e da equipe de apoio, destacam-se: recebimento das propostas e lances, respectiva análise de aceitabilidade e classificação; habilitação e adjudicação do objeto da licitação ao proponente vencedor do certame.” O ilustre Marçal Justen Filho prescreve a questão no sentido de que: “No pregão, a Comissão de Licitação é substituída por um único servidor, a quem incumbe conduzir formalmente o certame. Essa opção legislativa deve ser interpretada em termos. Afigura-se como indispensável que o pregoeiro seja assessorado por outros servidores, inclusive para fornecer subsídios e informações relevantes. Mas os atos administrativos serão formalmente imputados ao pregoeiro, ao qual incumbirá formalizar as decisões e por elas responder. (...) Foi atribuída ampla competência ao pregoeiro para condução do certame. Incumbem a ele as tarefas reservadas, na Lei nº 8.666, à Comissão de Licitação. Isso significa competir ao pregoeiro: a) presidir a sessão de recebimento dos envelopes; b) decidir sobre a habilitação preliminar; c) promover a abertura das propostas; d) decidir sobre a admissibilidade e classificação das propostas; e) conduzir os lances e apura o vencedor; f) promover a abertura dos envelopes de habilitação e julgar os documentos; g) promover a classificação definitiva; h) processar os recursos; i) adjudicar o objeto ao vencedor. As peculiaridades do pregão impedem afirmar que a competência do pregoeiro é idêntica à das comissões de licitação. Não se trata de uma espécie de "comissão unipessoal". A competência do pregoeiro é mais ampla do que a de uma comissão de licitação, justamente porque o procedimento do pregão é distinto e mais complexo. (...) Nesse rumo, imperioso ressaltar, ainda, que todos os atos do empregado Wilson Júnior de Brito Amador estão sujeitos à responsabilidade do Gerente e do Superintendente de Tecnologia da Informação e Telecomunicações – TISG, a quem compete avaliar, julgar e fiscalizar as suas atitudes. Portanto, as razões apresentadas pela recorrente, no tocante à participação do empregado como membro titular da Equipe de Apoio do Pregão não se afiguram argumento idôneo para, per si, reformar o julgamento da proposta classificada da licitante NCT Informática, já que seus atos são realizados conjuntamente com os seus superiores hierárquicos e validados pelo Pregoeiro. Por fim, diante dos esclarecimentos prestados pela área técnica requisitante, em face da especificidade da matéria, e tendo por base os princípios basilares da legitimidade, da fidelidade e da veracidade das informações, verifica-se que, analisado o presente caso quanto aos seus aspectos jurídicos, não existe vedação legal para a participação do empregado Wilson Júnior de Brito Amador.

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III – CONCLUSÃO

Ante o exposto, esta Consultoria Jurídica conclui que não há óbice jurídico para a participação do empregado Wilson Júnior de Brito Amador no referido processo licitatório, pois que: a) não há previsão expressa em lei quanto ao impedimento de participação de pessoa física que possuiu vínculo empregatício com uma das empresas licitantes; b) não se pode presumir, sem qualquer ato ou fato objetivamente provado, a existência de vício no certame resultante de hipotética influência decorrente de uma relação passada; c) os atos realizados pelo servidor foram: i) acompanhados por outro técnico da Infraero; ii) chancelados pela equipe pregoeira (AA nº 2316/DALC(LCLI)/2011; e iii) fiscalizados e ratificados pelo seu superior hierárquico. Este é o entendimento. À consideração superior, sub censura.

Verifica-se pela análise realizada pela Consultoria Jurídica da Infraero que não

há impedimentos para que o membro Wilson Júnior de Brito Amador tenha participado do processo. Em análise ao

processo percebe-se que toda a Prova de Conceito realizada, assim como a avaliação dos Documentos de

Habilitação apresentados pela empresa Global IP foram devidamente acompanhada e ratificada pela Autoridade

Competente deste Certame, Sr. Aldemari Gomes Borges. Em consulta à Ata de Reunião consta a participação,

ainda, do funcionário orgânico da Infraero, Sr, Ricardo Leite Santos Medeiros que acompanhou juntamente com o

Sr. Wilson Júnior de Brito Amador as etapas da Prova de Conceito, realizada em 09/12/2011 (fls. 387/389).

Ainda sobre o tema a área requisitante assim se manifestou:

Despacho nº 26/TISG/2012 “Em relação aos impedimentos e suspeições, houve manifestação da Consultoria Jurídica da Infraero, por meio do PARECER nº 81/DJCN/2012, de 17/01/2012, que concluiu o seguinte: “Ante o exposto, esta Consultoria Jurídica conclui que não há óbice jurídico para a participação do empregado Wilson Júnior de Brito Amador no referido processo licitatório, pois que: a) não há previsão expressa em lei quanto ao impedimento de participação de pessoa física que possuiu vínculo empregatício com uma das empresas licitantes; b) não se pode presumir, sem qualquer ato ou fato objetivamente provado, a existência de vício no certame resultante de hipotética influência decorrente de uma relação passada; c) os atos realizados pelo servidor foram: i) acompanhados por outro técnico da Infraero; ii) chancelados pela equipe pregoeira (AA nº 2316/DALC(LCLI)/2011; e iii) fiscalizados e ratificados pelo seu superior hierárquico.” Entende-se que não há impedimentos legais, para a participação do servidor no processo licitatório. Além disso, as acusações da recorrente são desfundamentadas, enganosas e caluniosas, uma vez que todos os atos foram acompanhados por outros técnicos e registrados ao processo, como veremos adiante.

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A recorrente alega que o citado servidor criou “toda ordem de dificuldades” para o início do projeto e demonstração da prova de eficiência de sua proposta. De acordo com os documentos registrados no processo, verificamos que essa afirmação não é verídica, pois em: 29/11/2011, foi encaminhada Carta Formal nº 1819-A/TISG/2011, à recorrente convocando-a para a realização de Prova de Conceito – POC, a partir do dia 01/12/2011 com data provável de término em 07/12/2011 (PEC 23322/02, fl. 317); 01/12/2011, primeiro dia para a POC, a recorrente não compareceu; 02/12/2011, a recorrente compareceu na Infraero às 10h, porém não trouxe nenhum equipamento para efetuar os testes (PEC 23322/02, fl. 331); 05/12/2011, a recorrente não compareceu; 06/12/2011, a recorrente somente compareceu às 16:30h, sem equipamentos, apenas para esclarecer a realização dos testes e solicitou prorrogação da POC (PEC 23322/02, fls. 362 e 376); 07/12/2011, último dia oficial para a POC, a recorrente compareceu na Infraero às 11:15h, para instalação dos equipamentos e a realização dos testes referentes a POC (PEC 23322/02, fl. 379). Os equipamentos trazidos pela recorrente não eram os mesmos ofertados, o que está em desacordo ao item 10.2 do Edital (Anexo 1 – Imagens do equipamento). A Infraero, no ato de boa fé, aceitou iniciar a POC nos equipamentos, mesmo estando em desacordo com o Edital. POC foi iniciada às 14h; 08/12/2011, foi encaminhada à recorrente Carta Formal nº 30228/TISG/2011, concedendo a prorrogação de mais 02 (dois) dias de prazo para a POC, com o término de prazo em 09/12/2011 (PEC 23322/02, fl. 381); 08/12/2011, a recorrente compareceu na Infraero às 09:45h, para dar continuidade aos testes da POC (PEC 23322/02, fls. 382-383); 09/12/2011, a recorrente encaminhou o Ofício 03/2011 à Infraero, solicitando novamente que o prazo da POC se estendesse até o dia 13/12/2011(PEC 23322/02, fl. 384); 09/12/2011, a recorrente compareceu na Infraero às 09:40 h, dando continuidade a POC (PEC 23322/02, fls. 387-388); 15/12/2011, foi encaminhada Carta Formal nº 30913/LCLI-1/2011 à recorrente concedendo mais 02 (dois) dias de prazo para a conclusão da POC, com início em 16/12/2011 e finalização em 19/12/2011 (PEC 23322/02 fl. 432). A recorrente, por motivos desconhecidos, não utilizou o novo prazo concedido. Como se vê pelo histórico, a Infraero concedeu todos os prazos destinados a demonstração e testes da solução. Cabe destacar que a recorrente, ciente do termo do Edital que exige que a licitante disponibilize e instale todos os softwares e appliances ofertados para a “Prova de Conceito” (item 10.2 do Termo de Referência), apenas compareceu para iniciar as demonstrações no último dia do prazo legal, portando equipamentos diferentes dos que estavam sendo ofertados. A Infraero, ainda assim, autorizou o início da POC e concedeu, a seu critério, conforme item 10.3 do Termo de Referência, mais 02 (dois) dias de prorrogação para continuidade da demonstração e testes. A recorrente, não satisfeita, solicitou outra prorrogação de prazo à pregoeira para continuidade da comprovação de atendimento às especificações e requisitos exigidos no Edital. Esse prazo foi concedido, porém a recorrente não o utilizou e nem compareceu com os equipamentos originais que deveriam ser utilizados para a demonstração e testes. Portanto, não há fundamentos nas alegações da recorrente.

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b) Das restrições ilegais e abusivas que motivaram a desclassificação

Considerando que as alegações tem o cunho eminentemente técnico a área

técnica manifestou-se nos seguintes termos:

“Despacho nº 26/TISG/2012

Pode-se perceber que em nenhum momento a recorrente nega que tenha deixado de atender certos

itens do Edital. Trata esses itens como “pormenores” e “irrelevantes”, e que, segundo parece,

deveriam ser desconsiderados pelas autoridades da licitação, tendo em vista evitar aquilo que chamou

de “desvio de finalidade”. Entretanto, agir dessa maneira é ilegal, pois o parâmetro de conformidade

dos produtos com o edital é a especificação técnica. Ela traça requisitos para que se possa avaliar a

aceitabilidade e a adequação de uma proposta e, uma vez fixadas, apenas as propostas que

respeitem a todas as exigências poderão ser consideradas aptas a atender a demanda administrativa.

Se um item foi exigido, constou no Edital e este não foi impugnado pelas licitantes, a Administração

entende que os requisitos foram claros e por esse motivo devem ser atendidos pela proposta que

pretenda vencer a licitação.

A partir do momento em que o Edital foi publicado, vige o princípio da vinculação ao Edital (art. 41 da

Lei nº 8.666/93) e dele não se pode afastar. Os atos da licitação são atos vinculados, com conteúdo

previamente especificado pelo Edital.

Não consta nos autos, entretanto, nenhuma impugnação ao Edital em que a recorrente tenha

questionado as exigências ou demonstrado a sua menor importância, ou dito por quais razões elas

direcionavam a licitação. Ela não impugnou e, assim, concordou com as regras técnicas, participou da

licitação, venceu nos lances, apresentou solução para teste e, apenas agora, quando teve a solução

reprovada, apontou vícios.

Sendo assim, a recorrente descumpriu cláusulas técnicas do Edital, não restando outra

conduta senão a desclassificação da proposta.

COMPARATIVO DAS SOLUÇÕES

2.1 PERFORMANCE

Quanto ao item 1 - Comparativo de Performance dos Equipamentos 1 e 2 retratado pela

recorrente, este apresenta apenas alguns dos itens exigidos em Edital. Mesmo que alguns itens

apresentem índices superiores aos mínimos exigidos, não são suficientes para que a proposta seja

habilitada, uma vez que existe a obrigação legal que todos os itens sejam atendidos.

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É importante registrar que a recorrente, ou qualquer outra empresa, não

poderá ser premiada por oferecer a mais, e sim ser desclassificada por oferecer a menos

do especificado em Edital. É exatamente esse o caso. O que importa é que as regras fixadas no

edital sejam atendidas.

O § 2º, art. 44, da lei nº 8.666 impede que a autoridade julgadora considere qualquer

vantagem não prevista no Edital para fins de julgamento de proposta, como se vê:

“Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.”

Ressalta-se que o objeto de licitação foi um alinhamento entre as áreas de segurança da

informação (TISG) e infraestrutura de TI (TIST) da Infraero para a utilização da rede 10G, não sendo

este exclusivo para utilização de interface de internet.

Em relação ao item que trata de Firewall 1, verificamos que a recorrente tenta relacionar

a performance de throughput do firewall e/ou VPN exclusivamente com largura de banda de link de

internet. No entanto, o throughput também é calculado utilizando a quantidade de dados processados

em determinado espaço de tempo, principalmente entre seguimentos da rede internet e DMZ’s

(DeMilitarized Zone ou "zona desmilitarizada”). Portanto não há fundamento nas alegações da

recorrente.

Throughput (ou taxa de transferência) é a quantidade de dados transferidos de um

lugar a outro, ou a quantidade de dados processados em um determinado espaço de tempo, pode-se

usar o termo throughput para referir-se a quantidade de dados transferidos em discos rígidos ou em

uma rede, por exemplo; tendo como unidades básicas de medidas o Kbps, o Mbps e o Gbps. O

throughput pode ser traduzido como a taxa de transferência efetiva de um sistema. A taxa de

transferência efetiva de um determinado sistema (uma rede de roteadores, por exemplo) pode ser

menor que a taxa de entrada devido às perdas e atrasos no sistema. Throughput é diferente da

largura de banda nominal (Fonte: http://pt.wikipedia. org/wiki/Throughput9).

Quanto à solução de Antivírus, não cabe a recorrente definir quais funcionalidades serão

ou não ativadas no firewall da Infraero. O antivírus, uma vez ativado no firewall, não elimina a

necessidade de uma proteção de endpoint (nome de ferramentas de segurança para desktop), visto

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que se trata de um antivírus de borda, ou seja, o tratamento da ameaça é realizado exclusivamente

no tráfego de dados entre redes interneconectadas no equipamento.

A respeito do Firewall 2 (solução de firewall existente a ser substituída), este deverá

possuir configuração e recursos iguais ou superiores aos atuais em todos os quesitos, conforme item

5.2.5, do Edital (PEC 23322/01, fl. 15):

“Caso a solução da CONTRATADA não seja compatível com os equipamentos mencionados no item acima (FortiManager e FortiAnalyzer), a mesma deverá substituir todo o parque existente, por equipamentos equivalentes (configuração igual ou superior a existente)...”

Reitera-se que não haverá qualquer vantagem a recorrente, ou empresa, por apresentar

apenas alguns dos recursos/funcionalidades superiores aos especificados em Edital, tais como:

conexões concorrentes, sessões por segundo, protocolos, VPN e firewall.

2.2 FUNCIONALIDADE

Em relação ao item 2 – Comparativo de Funcionalidade de Firewall, a recorrente cita

supostas vantagens da solução CheckPoint que não são exigidas no Edital, e ainda apontam

opiniões particulares e subjetivas sobre a administração da solução de firewall ofertada.

Quanto ao assunto de funcionalidade de VPN, a recorrente informa que a solução

CheckPoint descontinuou o suporte ao protocolo PPTP, considerando-o obsoleto e desnecessário,

porém no Edital é exigido, conforme item 6.3.2.9, do Edital (PEC 23322/01, fl. 20):

“6.3.2.9 Deverá suportar a VPN do tipo PPTP, L2TP;”

A respeito da funcionalidade de IPS informamos que premiações não foram exigidas

em Edital. Além disso, é possível verificar no site do Instituto NSS Labs (http://www.nsslabs.com) que

a intenção da bateria de testes e metodologias adotadas visam orientar os clientes na tomada de

decisão a respeito da aquisição de solução de Segurança de Tecnologia da Informação, e não elencar

uma solução campeã. Analisando os testes realizados e disponibilizados até o momento para a Check

Point e Palo Alto, é possível observar, por exemplo, que na categoria Security Effectiveness (Eficácia

de Segurança) as duas soluções obtém o status PASS ou 100% (cem porcento).

Destacamos que o edital é elemento fundamental do procedimento licitatório. Ele é que

fixa as condições de realização da licitação, determina o seu objeto, discrimina as garantias e os

deveres de ambas as partes, regulando todo o certame público.

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Ainda a respeito das normas e condições do Edital, segundo a Lei nº 8.666, art. 41, de

21 de Junho de 1993:

“Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113 .

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração o licitante que, tendo-os aceito sem objeção, venha a apontar, depois da abertura dos envelopes de habilitação, falhas ou irregularidades que o viciariam, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883 , de 1994)

§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subsequentes.”

Isto posto, a recorrente ao participar da licitação concordou com todos os itens exigidos

do Edital, conforme, Anexo 1 - Carta de Apresentação dos Documentos de Habilitação (PEC 23322/01,

fl. 212).

Se o recorrente, ciente das normas editalícias, não apresentou em época oportuna

qualquer impugnação, ao deixar de atendê-las incorreu no risco e na possibilidade de sua

desclassificação, como de fato aconteceu.

2.3 ADERÊNCIA AO PROCESSO LICITATÓRIO

Reiteramos que após a classificação das licitantes no certame, a recorrente, primeira

classificada, foi convocada para a fase de habilitação dos documentos, onde apresentou inicialmente

a proposta no valor de R$ 3.499.999,00 (três milhões, quatrocentos e noventa e nove mil e

novecentos e noventa e nove reais), mas em negociação com a Infraero, reduziu o valor para R$

3.495.000,00 (três milhões, quatrocentos e noventa e cinco mil reais), ou seja, economia de R$

4.999,00 (quatro mil, novecentos e noventa e nove reais), comprometendo-se a fornecer os

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produtos/serviços estipulados nas condições expressas do Termo de Referência, inclusive de substituir

os equipamentos existentes, por equipamentos equivalentes (configuração igual ou superior a

existente). Mas como solução ofertada pela recorrente foi da Marca: CheckPoint – Modelo: CheckPoint

Appliance 4610, ou seja, diferente da solução atual, esta deverá atender ao Item 5.2.5, do Termo de

Referência (PEC 23322/01, fl. 232).

Reiteramos também que com a desclassificação da recorrente, a Infraero convocou a

empresa NCT, segunda classificada, para a fase de habilitação dos documentos, onde esta

apresentou o valor inicial de R$ 3.500.000,00 (três milhões, quatrocentos e cinquenta mil reais), mas

em negociação, esta reduziu o valor para R$ 3.450.000,00 (três milhões, quatrocentos e cinquenta mil

reais), ou seja, economia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) (PEC 23322/02, fl. 447),

comprometendo-se a fornecer os produtos/serviços estipulados nas condições expressas do Termo de

Referência. Ressalta-se que a empresa NCT ofereceu a solução do fabricante FORTINET, ou seja,

solução já utilizada parque computacional da Infraero.

É importante registrar que a empresa NCT, durante a fase de habilitação dos documentos,

ofertou a solução para o certame com uma diferença de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em

relação a recorrente, gerando economicidade aos cofres da INFRAERO. Portanto, a acusação de

superfaturamento é descabida.

Ressalta-se que independente de qual for a solução ofertada, esta deverá atender todas

as exigências do Edital.

Em relação ao processo de Prova de Conceito – POC, os subitens 10.6 e 10.7, do Termo

de Referência, são claros ao citar que:

“10.6 Será rejeitada a prova de conceito que apresentar quaisquer divergências da solução da CONTRATADA em relação às especificações técnicas do Termo de Referência;

10.7 Não será aceita a proposta da LICITANTE que tiver a prova de conceito rejeitada ou não entregue no prazo estabelecido;”

Ratifico que a recorrente está em desacordo com os seguintes itens do Edital,

conforme planilha abaixo:

ITENS DO EDITAL DESACORDO COM O EDITAL REFERÊNCIA

6.3.2.9 Suporte a VPN do tipo

PPTP, L2TP

Não atende ao protocolo PPTP PEC 23322/02, fl. 331

6.3.1.11 Deverá permitir controle

de acesso à internet por tempo de

conexão consumido por usuário

A solução ofertada somente

permite o controle de acesso

por tempo definido

PEC 23322/02, fl. 387

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ou grupo de usuários. estaticamente, ou seja, com

hora de início e término.

6.2.3.1 Deverá possuir capacidade

de desempenho mínimo 17

(dezessete) Gbps de VPN 3DES.

O produto ofertado (CheckPoint

21412) possui somente 7 Gbps

(AES-128).

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.2.6 Deverá possuir hardware

acelerador criptográfico para

incrementar o desempenho da

VPN.

O Site da fabricante informa que

o acelerador criptográfico para

incrementar o desempenho VPN

estará disponível apenas em

2012, mas sem data de

previsão.

PEC 23322/02, fls. 387 e 388

6.2.3.2 Deverá suportar, no

mínimo, 30.000 (trinta mil) túneis

site-to-site simultâneos e/ou

clientes remotos.

A recorrente mostrou apenas as

sessões concorrentes e as

conexões por segundo e

informou que isso garante os

30.000 (trinta mil) túneis site-

to-site simultâneos. Há que se

registrar ainda que, conforme

demonstrado pela GLOBALIP,

para se alcançar esse número é

necessário realizar aumento de

memória e software que

somente estará disponível em

2012, mas sem data de

previsão.

PEC 23322/02, fl. 388

6.2.4.1 Deverá possuir

desempenho de, no mínimo, 01

(um) Gbps de

Antivírus/Antimalware

O desempenho não foi

demonstrado. A recorrente

alega que o número do

desempenho de antivírus não é

divulgado pelo fabricante do

produto.

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.3.8.8 Proteção contra ataques

a FTP, SSH, Telnet e rlogin.

O equipamento da recorrente

não atende a proteção contra

ataques de rlogin.

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.3.13 Deverá permitir a criação

de assinaturas customizadas

A documentação apresenta a

engine utilizada pela solução,

porém não foi demostrada a

ferramenta para a criação da

PEC 23322/02, fl. 388

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INFRAERO Página 22

assinatura customizada.

6.3.3.19 Deverá suportar

verificação de tráfego em tempo

real, via aceleração de hardware.

Item não atendido, o fabricante

promete a funcionalidade para o

ano de 2012, mas sem data de

previsão.

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.5.2 Deverá possuir antivírus

em tempo real, para ambientes de

gateway internet integrado a

plataforma de segurança para os

seguintes protocolos: HTTP,

SMTP, IMAP, POP3 e FTP.

O protocolo IMAP não é

suportado pela solução

ofertada. A recorrente informou

que faz o controle do protocolo

IMAP através do IPS.

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.5.3 Deverá possuir verificação

de vírus para aplicativos de

mensagens instantâneas (AIM,

MSN, Yahoo Messenger, ICQ).

A documentação apresentada

pela recorrente não foi

suficiente.

PEC 23322/02, fl. 388

6.3.1.16 Deverá ser capaz de

trabalhar com Alta Disponibilidade

transparente, do tipo: ativo-ativo,

ativo-passivo, ou seja, sem perda

de conexões em caso de falha em

uma dos nós.

O item foi demonstrado apenas

através da console do produto.

Não foram realizados testes com

montagem do HA e análise da

conexão em caso de falha em

um dos nós.

PEC 23322/02, fl. 388

6.2.1.7 Deverá suportar, no

mínimo, 10 (dez) instâncias

virtuais.

Não foi demonstrada nos testes

a funcionalidade de

virtualização. A recorrente

informou que esta

funcionalidade só poderá ser

demonstrada com os

equipamentos idênticos aos que

estão sendo ofertados.

PEC 23322/02, fl. 388

Observa-se que o equipamento apresentado pela recorrente no dia 07/12/2011, para a

realização da POC foi um Servidor da marca: Superserver 6015B que está em desacordo com os

produtos ofertados (Anexo 1 – Imagens do equipamento), pois conforme o subitem 10.2, Anexo II do

Edital - Termo de Referência, que diz (PEC 23322/02, fls. 32 e 379):

“10.2 Para a realização da prova de conceito da solução corporativa de solução de Firewall de Alta Performance, a LICITANTE deverá disponibilizar e instalar todos os softwares e appliances ofertados ...”

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A recorrente não apresentou em momento algum na Prova de Conceito – POC a

solução completa (ofertada em proposta) para a realização dos testes de conformidade em

obediência ao subitem 10.2, Anexo II do Edital - Termo de Referência, supracitado.

Ratifico ainda, conforme Despacho 101/TISG/2011, de 20/12/2011, quanto a POC que:

a) As diligências e Prova de Conceito constante às folhas 314 a 389 da PEC Nº 23322/02 apresentaram os seguintes resultados:

1) A empresa GLOBAL IP apresentou-se para a realização da Prova de Conceito com softwares, mas hardware diferente do que foi ofertado em sua proposta comercial do PGE Nº 110/DALC/SEDE/2011. O item 10.2 do Anexo II do Edital informa que: “... a LICITANTE deverá disponibilizar e instalar todos os softwares e appliances ofertados...”. Conforme registrado em Ata, fl. 379 da PEC Nº 23322/02, inicialmente não foi aprovada a realização da POC por estar em desconformidade com o previsto em Edital, mas após negociações com representantes da licitante, iniciamos a prova testando apenas os softwares;

2) Informo que a POC teve o prazo prorrogado duas vezes a pedido da licitante, e mesmo assim a GLOBAL IP não trouxe os hardwares ofertados em sua proposta, para a realização dos testes de conformidade;

3) Os equipamentos de otimização WAN Exinda da GLOBAL IP, que estão contemplados a partir da segunda proposta enviada e que compõem a solução fornecida pela licitante, não serão entregues para as localidades constantes no subitem 5.2.5 do Anexo II do Edital – Termo de Referência. Esse item diz: “Caso a solução contratada não seja compatível com os equipamentos mencionados no item acima (FortiManager e FortiAnalyzer), a mesma deverá substituir todo o parque existente, por equipamentos (configuração igual ou superior a existente)...”. Os equipamentos da Infraero que deverão ser substituídos possuem a funcionalidade de otimização WAN (Anexo I), e os que serão fornecidos pela licitante (Anexo II) não possuem esta funcionalidade. Consta em ATA na folha 330 da PEC Nº 23322/02 e também em ofício da própria empresa, folha 320 da PEC Nº 23322/02 a confirmação que os equipamentos não possuem tal funcionalidade e que não serão entregues equipamentos a parte que farão a otimização WAN para estas localidades;

4) Os equipamentos FortiAnalyzer e FortiManager, que são equipamentos tipo appliance (equipamento específico com software específico e para fim específico), conforme pode ser verificado em documento público do fabricante constante na Internet (Anexo III), descritos na tabela do subitem 5.2.5 do Anexo II do Edital – Termo de Referência, seriam substituídos por solução apenas de Software, segundo pode ser constatado na ATA de Reunião, folha 331 da PEC Nº 23322/02, e também descrito em ofício enviado pela licitante, folha 321 da PEC Nº 23322/02. Além de ofertado na proposta enviada ao pregão, fls. 262 e 263 da PEC Nº 23322/01. Estando totalmente em desacordo com o escrito e definido no subitem 5.2.5 do anexo II do Edital – Termo de Referência;

5) Os equipamentos CheckPoint 4610 ofertados que substituiriam os equipamentos Fortigate 200B, possuem apenas 8 interfaces de rede, tipo RJ-45, de configuração padrão, podendo chegar a 12 interfaces ao máximo de sua capacidade (Anexo II), contra 16 interfaces de rede do equipamento a ser substituído (Anexo I). Foi questionada a empresa com quantas portas viriam os equipamentos a serem ofertados (fl. 324 da PEC Nº 23322/02), mas não houve resposta objetiva, conforme consta no ofício enviado pela empresa, fl. 326 da PEC Nº 23322/02. Estando em desacordo com o item 5.2.5 do Anexo II do Edital, Termo de Referência, que define que a configuração a ser ofertada deverá ser igual ou superior ao atual equipamento a ser substituído;

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6) Os equipamentos Checkpoint 21412 e Checkpoint 4610 apenas fornecem 5 conexões de SSL VPN simultâneas cada um, conforme ofício enviado pela licitante, que pode ser conferido nas fls. 320 e 321 da PEC Nº 23322/02, ou mesmo na proposta apresentada pela licitante (fls. 267 e 271 da PEC Nº 23322/01). Fizemos questionamentos objetivos sobre quantos usuários simultâneos de SSL VPN (fl. 323 da PEC Nº 23322/02), mas a resposta não foi objetiva ou não relacionada (fl. 326 da PEC Nº 23322/02). A Global IP alegou em ATA (fl. 387 da PEC Nº 23322/02) que os equipamentos da SEDE e Brasília teriam licença ilimitada. No entanto, tal alegação não consta na proposta da licitante. Informou ainda que os equipamentos menores que substituirão os das outras localidades terão apenas 5 licenças, constatado na ATA de Reunião (fl. 387 da PEC Nº 23322/02). Os equipamentos FortiGate 200B (Anexo I) das outras localidades da INFRAERO fornecem até 200 conexões de SSL VPN simultâneas, então a proposta da GLOBAL IP está em desacordo com o item 5.2.5 do Anexo II do Edital, que define que a configuração ofertada deverá ser igual ou superior ao atual equipamento a ser substituído;

EQUIPAMENTO - GLOBAL IP

Descrição: SuperServer 6015B

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c) Da manifestação para acompanhamento da Prova de Conceito

Histórico de mensagens

Data - Hora Emitente Descrição

28/12/2011-11:36:22 PREGOEIRO O processo está disponível nesta data para vistas à empresa

Global IP.

27/12/2011-16:40:03 GLOBAL IP TECNOLOGIA DA INFORMACAO LTDA

Manifestamos nosso interesse em acompanhar a PROVA de CONCEITO da solução da empresa NCT Informática.

Tendo em vista a intenção da RECORRENTE em acompanhar a prova de

conceito realizada pela a empresa Arrematante cabe registrar as regras definidas no Termo de Referência de

amplo conhecimento de todas as participantes no período de publicidade deste certame, vejamos:

Será solicitada prova de conceito à empresa classificada (somente soluções de outros fabricantes), antes da adjudicação, com o objetivo de realizar testes de comprovação de atendimento às especificações e requisitos exigidos neste Termo de Referência;

Sobre o tema colacionamos lição do Profº Marçal Justen Filho: (grifos nossos)

“(...)

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A proposta, em seu conteúdo, também poderá apresentar defeitos que

impeçam sua apreciação. Os requisitos materiais para classificação da

proposta podem ser classificados em genéricos e específicos. (...)

Os requisitos materiais específicos dependem do caso concreto. Cada licitação

deverá prever, segundo as particularidades do objeto licitado, características a

serem observadas na formulação da proposta. A extensão das exigências

variará conforme o tipo de licitação. Assim, em uma licitação técnica e preço,

existirão requisitos mais específicos e rigorosos do que em uma licitação de

menor preço. Os requisitos materiais específicos abrangem a

identidade do objeto licitado e a satisfatoriedade da prestação

proposta pelo licitante.

A identidade do objeto licitado envolve a descrição formulada pelo licitante

para a prestação que se propõe a executar. Essa proposta deve ser

conforme o contido no ato convocatório. Assim, se o ato alude à

aquisição de cavalos, será desclassificada a proposta de vacas. A identidade

do objeto licitado visa a excluir a proposta de prestação diversa daquela

desejada pela Administração Pública.” (Comentários à Lei de Licitações e

Contratos Administrativos, fl. 450/451, 11ª edição, Marçal Justen Filho).

Assim, a Administração Pública tem o condão de buscar a proposta mais

vantajosa. A proposta mais vantajosa não necessariamente visa o menor preço, mas selecionar a proposta que

atenda os requisitos exigidos no edital em termos técnicos e também econômicos. Aos interessados cabe

apresentar os bens/serviços de acordo com o exigido no Edital, sem com isto ferir os direitos e garantias

individuais dos interessados. Vejamos os ensinamentos do Prof. Marcal sobre o tema: (grifos nossos)

“A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para a

Administração Pública (com observância do princípio da isonomia). A

vantagem caracteriza-se como a adequação e satisfação do interesse coletivo

por via da execução do contrato. A maior vantagem possível configura-se pela

conjugação de dos aspectos complementares. Um dos ângulos relaciona-se

com a prestação a ser executada por parte da Administração; o outro se

vincula à prestação a cargo do particular. A maior vantagem apresenta-se

quando a Administração assumir o dever de realizar a prestação menos

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onerosa e o particular se obrigar a realizar a melhor e mais completa

prestação. Configura-se, portanto, uma relação custo-benefício. A maior

vantagem corresponde à situação de menor custo e maior benefício para a

Administração.

(...)

De modo geral, a vantagem buscada pela Administração deriva da

conjugação dos aspectos da qualidade e da onerosidade. Significa dizer que

a Administração busca a maior qualidade da prestação e o maior

benefício econômico. As circunstâncias determinam a preponderância de

um ou outro aspecto. No entanto, sempre estão ambos presentes. Como se

verá nos comentários ao art. 45, mesmo as licitações de menor preço

envolvem requisitos mínimos de qualidade”. (Comentários à Lei de Licitações

e Contratos Administrativos, fl. 42/43, 11ª edição, Marçal Justen Filho).

Quanto a Corte de Contas, esta se posicionou a respeito em duas ocasiões,

vejamos:

“O licitante que, por qualquer motivo, descumpre regra expressa fixada no

edital do certame, fica sujeito as cominações nele previstas, inclusive a

desclassificação, a serem aplicadas pela Administração, que também esta estritamente vinculada aquele instrumento. (TCU - Acórdão 950/2007 Plenário

(Sumário)).

abstenha-se de aceitar propostas de bens com características diferentes das especificadas em edital, em respeito ao princípio de vinculação ao instrumento convocatório, consoante o art. 3º da Lei nº 8.666/93 (TCU – Acórdão 930/2008 Plenário).

O Superior Tribunal de Justiça em análise a um caso concreto assim decidiu:

ROMS. LICITAÇÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. DESCLASSIFICAÇÃO. NÃO OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO EDITAL PELA EMPRESA RECORRENTE. DECISÃO ADMINISTRATIVA PROFERIDA SOB O CRIVO DA LEGALIDADE. I - O edital é elemento fundamental do procedimento licitatório. Ele é que fixa as condições de realização da licitação, determina o seu objeto, discrimina as garantias e os deveres de ambas as partes, regulando todo o certame público.

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II - Se o Recorrente, ciente das normas editalícias, não apresentou em época oportuna qualquer impugnação, ao deixar de atendê-las incorreu no risco e na possibilidade de sua desclassificação, como de fato aconteceu. III - Recurso desprovido (RMS 10847 MA 1999/0038424-5 2ª Turma STJ - DJ 18.02.2002 p. 279)

Por fim, cabe registrar que a atual arrematante NCT Informática Ltda finalizou

a proposta de preços para o certame em referência com um valor inferior ao ofertado pela empresa Global IP

Tecnologia da Informação Ltda, alcançado o valor final de R$ 3.450.000,00 (três milhões, quatrocentos e

cinquenta mil reais) o que perfaz uma economia sobre a proposta da Global IP de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco

mil reais).

VI - CONCLUSÃO

Portanto, em obediência ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório,

previsto no Art. 3º da Lei 8.666/93 e no Art. 4º do Decreto 3.555/2000, opinamos pela mantença do ato decisório

que desclassificou a proposta apresentada pela empresa RECORRENTE no Pregão Eletrônico n.º

110/DALC/SEDE/2011, posto que não atendeu às condições esculpidas no Edital.

Consubstanciado em todo o exposto neste compêndio, submetemos o assunto à

elevada consideração de V.Sa. com o parecer pelo NÃO PROVIMENTO do recurso interposto pela licitante

GLOBAL IP TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, pois tal decisão encontrar-se-á em consonância com os

dispositivos inseridos na Carta Constitucional de 1988, bem como na Lei Geral e na Lei do Pregão.

Brasília-(DF), 20 de junho de 2012.

MILANE SANTA CRUZ OLIVEIRA Pregoeira – Ato Adm. nº 2316/DALC(LCLI)/2011

ANTÔNIO NUNES EDUARDO JUNIOR ALESSANDRO MIGUEL FERREIRA SILVA

Membro Técnico/TISG Membro Administrativo/LCIC