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Relatório de Sustentabilidade 2008

Relatório de Sustentabilidade 2008 - Vale.com · vida das pessoas. Por exemplo, o ... Transformar recursos minerais em riqueza e ... parceiros os resultados obtidos em 2008, renovando

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Relatório de Sustentabilidade 2008

www.vale.com

Relatório d

e Susten

tabilid

ade 2008

Créditos

Coordenação GeralDepartamento de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável

Apoio EditorialDepartamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

TextoReport Comunicação

Projeto Gráfico e DiagramaçãoReport Design

IlustraçãoFelix Reiners

Fotografia

Anna Carolina Negri / Valor / Folha Imagem pág. 4;

Acervo Vale págs. 14, 36, 44, 58, 61, 95, 96;

Acervo Vale Inco págs. 18, 52, 62, 72, 74, 86, 97, 98;

Daniel Rosa / Vale / fotos Diretoria Executiva pág. 8;

GettyImages pág. 6;

Leonardo Silva Tavares / Vale pág. 67;

Lucas Lenci / Vale págs. 17, 20, 28, 39, 41, 57, 70, 80, 85, 88;

Luis Carlos Soares / Ponto de Vista / foto Roger Agnelli pág. 8;

Maurilo Clareto / Editora Globo pág. 6;

Ricardo Corrêa / Vale págs. 76 e 77;

ImpressãoStilgraf Tiragem2.000 exemplares em português 1.000 exemplares em inglês

Este relatório possui um formulário de avaliação disponível em www.vale.com

Informações Corporativas SEDE MUNDIAL

BRASILAvenida Graça Aranha, 26 20030-900 Rio de Janeiro RJ Brasil Tel: 55 21 3814-4477

Para informações sobre os demais escritórios da Vale, acesse www.vale.com

Atuamos para construir um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos.

Capa: foto 1 – Valmir Oliveira Pereira Filho, programador de transporte ferroviário da Estrada de Ferro Carajás (fotógrafo Lucas Lenci).

foto 2 – Reserva Natural Vale, em Linhares – Espírito Santo, Brasil (fotógrafo Lucas Lenci).

foto 3 – Vitor Gomes Leite, participante do Programa Vale Música em Corumbá – Mato Grosso do Sul, Brasil (fotógrafa Luciana Tancredo).

Produto impresso em papel certificado FSC

1

PerfiL .................................................................................................................. 2

MensageM do ConseLho de adMinistração .................4

MensageM do Presidente .................................................................6

diretoria exeCutiva da vaLe ..........................................................8

introdução e ProCesso de reLato .........................................9

estratégia de sustentabiLidade .............................................10

OperadOr SuStentável ................................................ 14

deseMPenho dos negóCios.........................................................16

governança CorPorativa ............................................................19

reCursos huManos ............................................................................29

saúde e segurança .............................................................................38

Meio aMbiente ..........................................................................................45

CataliSadOr dO deSenvOlvimentO lOCal ........... 58

desenvoLviMento LoCaL ................................................................60

Cadeia de vaLor ......................................................................................68

agente glObal de SuStentabilidade ..................... 74

Mudanças CLiMátiCas ......................................................................76

biodiversidade ........................................................................................85

direitos huManos ................................................................................93

esCoPo do reLatório (LiMite) .................................................. 100

verifiCação externa ....................................................................... 102

níveL de aPLiCação gri .................................................................. 103

CorreLação de PrátiCas da vaLeCoM PaCto gLobaL ............................................................................ 104

PrinCíPios iCMM .................................................................................... 105

índiCe reMissivo gri e CorreLação CoM PaCto gLobaL e iCMM ......................................................... 106

Relatório de SustentabilidadeVale 2008

2 Relatório de Sustentabilidade 2008

AMÉRICAS

1. BRASIL - SEDE MUNDIAL DA VALE

2. COLÔMBIA

3. CHILE

4. ARGENTINA

5. PERU

6. CANADÁ

7. ESTADOS UNIDOS

8. BARBADOS

EUROPA

9. FRANÇA

10. NORUEGA

11. ALEMANHA

12. SUÍÇA

13. REINO UNIDO

ÁFRICA

14. ANGOLA

15. ZÂMBIA

16. MOÇAMBIQUE

17. GUINÉ

18. ÁFRICA DO SUL

19. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

20. GABÃO

ÁSIA

21. ÍNDIA

22. CHINA

23. MONGÓLIA

24. OMÃ

25. CAZAQUISTÃO

26. JAPÃO

27. COREIA DO SUL

28. TAIWAN

29. FILIPINAS

30. TAILÂNDIA

31. CINGAPURA

32. INDONÉSIA

OCEANIA

33. AUSTRÁLIA

34. NOVA CALEDÔNIA

Pesquisamos, produzimos e comercializamos minério de ferro e pelotas, níquel, cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês, ferro-ligas, cobalto, metais do grupo de platina e metais preciosos. Além disso, atuamos nos segmentos de logística, energia e siderurgia. O resultado de nosso trabalho pode ser visto todos os dias na vida das pessoas. Por exemplo, o minério de ferro, o carvão e o manganês integram o aço usado nos automóveis e nos prédios; o níquel, utilizado na produção de aço inoxidável, é encontrado também nos equipamentos eletrônicos e médico-hospitalares; o cobre está presente em televisores e aparelhos celulares. As indústrias de embalagem, de automóveis e de aviões utilizam o alumínio, e a agricultura usa o potássio na produção de alimentos. Já o caulim é empregado principalmente na fabricação de papel e nas indústrias cerâmica e farmacêutica.

Perfi l

Queremos nos integrar cada vez mais às comunidades locais por meio de nossos relacionamentos e do equilíbrio entre os resultados econômicos, sociais e ambientais

2

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Operação escritório

Joint venture

exploração mineral

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Copyright © esri

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nome Vale

razão social Vale S.A.

natureza jurídica Sociedade por ações de capital aberto

Papéis negociados nas bolsas de valores

Bovespa (VALE3 e VALE5)Bolsa de Valores de Nova York (VALE e VALE.P) Euronext Paris (VALE3 e VALE5 – desde 18 de julho de 2008)Latibex (XVALO e XVALP)

sede mundial Rio de Janeiro, Brasil

investimentos socioambientais em 2008

US$ 909 milhões

número de empregados (dez. 2008)

145,7 mil (empregados próprios: 62,5 mil e terceiros: 83,2 mil)

Classificação de investment grade

Rating Baa2 pela Moody’s Investors Service BBB+ pela Standard & Poor’s Ratings Services BBB pela Fitch Ratings BBB (high) pela Dominion Bond Rating Service

reconhecimentos e premiações

- Mineradora com a melhor avaliação no indicador de emissões de carbono por receita (CDP – Carbon Disclosure Project)

- Única empresa da América Latina listada no Carbon Disclosure Leadership Index

- Relatório de Sustentabilidade 2007 reconhecido como Comunicação de Progresso Notável (COP) pelo Pacto Global

- Entre as cinco empresas mais bem posicionadas na avaliação realizada pela Goldman Sachs, no relatório GS Sustain – 2008 para os setores de metais industriais, metais preciosos, siderurgia e químicos

- Vencedora em nove categorias da premiação Companhias com Melhor Gestão na América Latina (Best Managed Companies in Latin America), concedida pela revista Euromoney

- Vencedora de sete prêmios na edição 2008 do IR Magazine Awards, entre eles o Gran Prix de melhor programa de relações com investidores do Brasil

- Quarta empresa brasileira mais bem colocada no ranking mundial do Reputation Institute

infOrmaçõeS COrpOrativaS

nOSSa miSSãO

Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável

3

4 Relatório de Sustentabilidade 2008

Mensagem do Conselho de Administração

Em 2008, a Vale manteve sua estratégia de desenvolvimento sustentável e reiterou seu compromisso com a ética e a transparência

no ano em que a vale realizou investimentos superiores a us$ 10 bilhões, o maior volume de investimentos de sua história, excluindo aquisições, também alcançou um recorde na distribuição de dividendos. foram distribuídos us$ 2,8 bilhões, o equivalente a 0,52 por ação, 52% superior ao valor de 2007. a empresa manteve ainda sólida posição financeira, apoiada em uma expressiva posição de caixa de us$ 12,6 bilhões, disponibilidade de significativas linhas de crédito de médio e longo prazos e endividamento de baixo risco.

Pelo terceiro ano consecutivo, a vale obteve a certificação de controles internos previstos pela Lei sarbanes-oxley, o que demonstra a consolidação das práticas de transparência e governança, conforme exigido de empresas de capital aberto com adrs (american depositary receipts) listadas na bolsa de nova York. a vale pauta-se por um comportamento ético e transparente e adota outros instrumentos para esse fim, tais como Códigos de Conduta ética e Canal de denúncias direcionado ao presidente do Conselho de administração.

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vivenciamos, em 2008, um período de turbulência no sistema financeiro global. desde setembro, com o agravamento dos problemas enfrentados, houve uma considerável mudança no ritmo da atividade econômica no mundo, que afetou diferentes mercados e regiões.

a retração da demanda por minerais e metais implicou um moderado desempenho operacional e financeiro da vale no último trimestre de 2008. no entanto, mesmo diante do novo cenário econômico, a vale demonstrou solidez e flexibilidade. a receita bruta de 2008 alcançou us$ 38,5 bilhões, valor 16,3% superior ao registrado no ano anterior, enquanto o lucro líquido foi de us$ 13,2 bilhões.

no momento de turbulência no mercado financeiro internacional, a empresa manteve sua estratégia de desenvolvimento sustentável e reiterou seu compromisso com a transparência, não apenas de resultados financeiros, mas também de seu desempenho socioambiental, conforme demonstrado neste relatório de sustentabilidade, que segue as diretrizes da global reporting initiative (gri), padrão adotado internacionalmente. Mais recentemente, a vale conquistou importantes reconhecimentos, como o Prêmio transparência em sustentabilidade, concedido pelo instituto brasileiro de relações com investidores (ibri), para as empresas listadas na bovespa. essa premiação atesta seu compromisso com a sustentabilidade e seu alinhamento às expectativas de investidores que pautam suas decisões pelos Princípios para o investimento responsável (Pri).

tenho, portanto, orgulho de apresentar este Relatório de Sustentabilidade de 2008. as informações aqui divulgadas trazem, além dos resultados e práticas da vale, também os desafios na busca contínua do desenvolvimento sustentável. a vale permanece atenta à evolução dos temas críticos do nosso tempo e comprometida com o engajamento com os setores público e privado e com a sociedade civil na busca de soluções para os desafios que a empresa enfrenta.

em nome dos acionistas da vale, agradeço à diretoria executiva, aos empregados e parceiros os resultados obtidos em 2008, renovando nossa confiança e certeza na capacidade que temos de avançar ainda mais no cumprimento de nossa Missão.

Sérgio rosa – Presidente do Conselho de administração

6 Relatório de Sustentabilidade 2008

Mensagem do Presidente

Reafirmamos nosso compromisso de conciliar os objetivos de crescimento e de geração de valor para nossos acionistas com a construção de um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos

Pelo segundo ano consecutivo, tenho satisfação em apresentar o relatório de sustentabilidade da vale, elaborado de acordo com as diretrizes da global reporting initiative (gri). Com essa publicação, reafirmamos o nosso compromisso com a transparência de nossas atividades e com o aprimoramento da gestão interna de sustentabilidade. em 2008, fomos reconhecidos como empresa comprometida com a comunicação transparente, uma vez que nosso Relatório de Sustentabilidade 2007 foi destacado como Publicação de Comunicação de Progresso notável pelo Pacto global das nações unidas (onu), o que aponta que estamos no caminho certo.

no ano de 2008, atingimos recordes de produção em diferentes produtos, além de oito produtos terem registrado as maiores vendas na história da vale: minério de ferro, níquel, cobre, alumina, cobalto, metais preciosos, metais do grupo da platina e carvão. Porém, a partir de setembro de 2008, nos deparamos com um período de forte crise no sistema financeiro global, sem que nenhuma região ou país ficasse imune aos seus efeitos recessivos, ocasionando elevados níveis de incerteza e a consequente retração da demanda por minerais e metais.

diante desse cenário, a vale agiu proativamente, realizando cortes na produção, prioritariamente em unidades operacionais de alto custo, e implementando novas prioridades estratégicas, tais como minimização de custos, flexibilidade operacional e financeira e combinação entre preservação de caixa e busca por rentáveis opções de crescimento. nosso orçamento de investimento para 2009 é de us$ 9 bilhões, focado principalmente em crescimento orgânico. adotamos, também, diferentes iniciativas para a retenção de nossos empregados, como a negociação com sindicatos no brasil, onde atuam cerca de 80% dos nossos profissionais, e a concessão de licenças remuneradas e cursos de requalificação profissional, visando minimizar o inevitável impacto da crise em nossa força de trabalho.

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apesar da volatilidade dos preços de ações observada desde o último trimestre de 2008, a distribuição de dividendos aos nossos acionistas, em 2008, foi mais de 50% superior ao valor pago no ano anterior. Mantivemos, também, nossa liderança na criação de valor para o acionista entre as grandes empresas globais de mineração nos últimos cinco anos, com retorno total de 23,1% ao ano, em dólares.

neste momento reafirmamos o compromisso da vale com o desenvolvimento sustentável. sabemos que ele se traduz numa busca permanente pelo aprimoramento. nessa busca concentramos nosso empenho porque acreditamos ser a rota que nos conduzirá à liderança global como mineradora diversificada. a partir da definição de nossa Missão – "transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável" –, desenhamos um caminho claro para o nosso crescimento, em conjunto com a sociedade. um exemplo de nosso empenho é que hoje somos uma empresa com área recuperada ou plantada equivalente àquela utilizada para nossas atividades de mineração, ou seja, zeramos nosso footprint florestal. ajudamos a manter de pé cerca de 3 bilhões de árvores, o que significa uma árvore para cada dois habitantes do planeta.

o volume de recursos destinados pela vale a investimentos socioambientais também é uma demonstração de nosso compromisso. em 2008, investimos us$ 909 milhões, valor 32,6% superior ao investido em 2007. além de realizar investimentos consistentes em projetos socioambientais, elaboramos a Política de desenvolvimento sustentável, documento global que estabelece nossos objetivos, diretrizes e princípios, fundamentada em três pilares: operador sustentável, Catalisador do desenvolvimento Local e agente global de sustentabilidade. as ações realizadas com base em cada um desses pilares visam garantir o alinhamento entre nossa estratégia de sustentabilidade e o planejamento de nossos negócios, com os objetivos comuns de superar os desafios

locais e globais e de construir, assim, um legado para toda a sociedade.

é importante ressaltar que continuamos determinados a desenvolver práticas que estimulem o valor “respeito à vida”, o qual consideramos essencial. infelizmente, mesmo diante de tantos esforços realizados e avanços obtidos, como a redução da taxa de acidentes, registramos, em 2008, com grande pesar, a perda de nove valiosas vidas em acidentes com empregados da vale e de empresas prestadoras de serviços. além de redobrar nosso empenho na investigação de cada acidente, mantemos nossa meta de promover uma transformação cultural, voltada à prevenção, à gestão dos riscos e ao controle das causas de acidentes.

a Política de desenvolvimento sustentável também reforça nossos compromissos com as iniciativas globais de sustentabilidade das quais participamos, como o Pacto global das nações unidas, o Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM), fórum global de sustentabilidade da indústria de mineração e o global business Coalition on hiv/aids, tuberculosis and Malaria (gbC).

temos dado importantes passos no caminho do desenvolvimento sustentável. Continuamente investimos no aprimoramento de nossos processos produtivos, em busca da ecoeficiência, por exemplo, com programas de eficiência energética e de redução de emissões e do consumo de água através de reúso. um marco importante foi o fato de, em 2008, termos sido a única empresa da américa Latina listada no Carbon disclosure Leadership index, do CdP (Carbon disclosure Project), e a mineradora mais bem avaliada no indicador de emissões de carbono por receita.

outro ponto que merece destaque é a nossa intensificação no uso de biocombustíveis, o que está em linha com as nossas diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e

roger agnelli – diretor-Presidente

Carbono, lançadas em 2008. recentemente, firmamos um consórcio para produzir óleo de palma, matéria-prima do biodiesel, no norte do estado do Pará, brasil. a produção permitirá, a partir de 2014, abastecer nossas locomotivas, bem como parte de nossas máquinas e equipamentos de grande porte, do sistema norte. o consórcio irá gerar cerca de 6 mil empregos, beneficiando cerca de 2 mil famílias de pequenos produtores, numa região que possui um dos menores índices de desenvolvimento humano (idh) do país. Proporcionará, ainda, a redução de cerca de 12 milhões de toneladas de Co2 equivalente na atmosfera em 25 anos, em relação às emissões do diesel comum, desconsideradas as emissões relativas à cadeia produtiva do biodiesel.

Lançamos também, em outubro de 2008, o Programa estação Conhecimento, desenvolvido pela fundação vale. ele consiste na construção de núcleos de desenvolvimento humano e econômico em regiões onde operamos. os núcleos desempenham papel de agente articulador de redes sociais para o desenvolvimento local, com gestão compartilhada entre a vale, o poder público e a sociedade. nossa meta é construir 15 unidades até 2015, beneficiando aproximadamente 30 mil crianças e jovens.

reafirmamos nosso compromisso de conciliar os objetivos de crescimento e geração de valor para nossos acionistas com a construção de um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos. Para tanto, permanecemos abertos ao diálogo, promovendo ações voluntárias e parcerias com governos, empresas e sociedade civil.

Por fim, gostaria de estender meu agradecimento àqueles que colaboraram para traduzir, neste relatório, as práticas de sustentabilidade da vale em nossos diferentes negócios e localidades, incluindo vale inco e vale australia. espero que a publicação possibilite a todos um maior conhecimento de nossas ações no caminho do desenvolvimento sustentável.

8 Relatório de Sustentabilidade 2008

roger agnelli

Diretor-Presidente

José Carlos martins

eduardo de Salles bartolomeo

Diretor Executivo de Logística, Gestão de Projetos e Sustentabilidade

fabio de Oliveira barbosa

Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores

tito botelho martins

Diretor Executivo de Não Ferrosos

Carla grasso

Diretora Executiva de Recursos Humanos e Serviços Corporativos

Diretor Executivo de Ferrosos

Diretoria Executiva da Vale

8 Relatório de Sustentabilidade 2008

9

pacto global e iCmm – nossa atuação, reportada neste relatório, está alinhada aos princípios do Pacto global e do Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM, na sigla em inglês), iniciativas internacionais das quais somos signatários. os índices apresentados nas páginas 104-108 orientam a localização das informações que respondem aos princípios desses compromissos.

período – o Relatório de Sustentabilidade 2007, nosso primeiro relato, apresentou informações sobre o período de 2005 a 2007, com o objetivo de demonstrar a evolução do desempenho da empresa. o esforço de coleta de dados retroativos resultou em um panorama complexo das nossas operações e nos preparou para o processo de melhoria da gestão e aprendizado contínuo de questões relacionadas à sustentabilidade. esta edição, que cobre o período de 2006 a 2008, traz avanços na estrutura, no conteúdo, na abordagem e na abrangência.

estrutura – a forma de elaboração dos capítulos permite o acompanhamento dos resultados alcançados pela vale nas suas três principais linhas de atuação, explicitadas em nossa Política de desenvolvimento sustentável: operador sustentável,

diretrizes gri – Pelo segundo ano consecutivo, publicamos nosso relatório de sustentabilidade de acordo com as diretrizes da global reporting initiative (gri), versão g3, incluindo o suplemento setorial de Mineração e Metais.

Catalisador de desenvolvimento Local e agente global de sustentabilidade. Mais do que um novo formato, essa estrutura reafirma nosso compromisso de atuar de maneira a conciliar aspectos econômicos, sociais e ambientais.

materialidade – a determinação da materialidade dos temas tratados em nosso relatório teve como base oficinas de partes interessadas realizadas no processo de elaboração da edição de 2007. também foram levadas em consideração avaliações externas sobre nosso relato anterior (incluindo contribuições de especialistas), bem como a relevância de diferentes temas de sustentabilidade do cenário atual, como desempenho dos negócios, emprego e relações trabalhistas, em função da crise econômica que se intensificou no final de 2008.

indicadores – reportamos 73 indicadores, sendo 41 essenciais, 21 adicionais e 11 do suplemento setorial de Mineração e Metais.

forma de gestão – estamos globalizando processos e documentos corporativos, considerando a diversidade de culturas de cada local, assim como as dinâmicas de cada negócio. entendemos que é um processo complexo de integração, que demanda tempo e capacitação das equipes envolvidas. sua evolução já gerou documentos corporativos globais, entre os quais a Política de desenvolvimento sustentável (leia mais no capítulo de governança Corporativa).

nível de aplicação gri – o presente relatório mantém o nível de aplicação b+ da gri, que estabelece o relato de todos os itens de perfil, de informações sobre a forma de gestão e de, no mínimo, 20 indicadores de desempenho. o acréscimo de 22 indicadores,

em relação aos 51 reportados em 2007 demonstra a nossa evolução no processo de melhoria contínua de gestão em sustentabilidade. Para mais detalhes, confira quadro na página 103.

limite – além de informações referentes às empresas já incluídas no relatório anterior, esta publicação passou a integrar as informações referentes a 2008 de outras unidades, com destaque para a vale australia, adquirida em 2007. os dados da vale inco, adquirida em 2006, foram considerados nos resultados a partir de 2007. Para mais detalhes, veja o quadro de limite na página 100.

verificação externa – as informações do Relatório de Sustentabilidade 2008 foram verificadas pela empresa de auditoria independente KPMg assurance services, conforme declaração na página 102. o escopo da verificação incluiu a aderência à metodologia gri, a asseguração das informações sobre forma de gestão e desempenho, e a declaração do nível de aplicação.

formulário de avaliação – Como em 2007, disponibilizamos o formulário de avaliação do relatório de sustentabilidade 2008 em nosso endereço eletrônico: www.vale.com. o objetivo da iniciativa é coletar informações que nos permitam aprimorar a gestão da sustentabilidade e o processo de relato de nosso desempenho, por meio da análise das opiniões de nossas partes interessadas.

Contato – Para mais informações de sustentabilidade, acesse o endereço eletrônico www.vale.com e entre em contato por meio do canal fale Conosco, na categoria sustentabilidade.

IntROdUçãO E PROCESSO dE RElAtO

Para ler nosso relatórioEsta publicação tem como objetivo apresentar a evolução da Vale nas questões de sustentabilidade de forma objetiva, transparente e de fácil entendimento

10 Relatório de Sustentabilidade 2008

eStratégia de SuStentabilidade

Valor local e globalBuscamos gerar valor sustentável para as pessoas e as regiões onde atuamos, contribuindo, também, para o debate sobre questões globais

Para a vale, o desenvolvimento sustentável é atingido quando seus negócios, em particular as suas atividades de mineração, geram valor para seus acionistas e demais partes interessadas. atuamos com o objetivo de construir um legado social, econômico e ambiental positivo nos territórios onde operamos, por meio de uma gestão consciente e responsável, realizando ações empresariais voluntárias e em parceria com os diversos níveis de governo, instituições públicas, outras empresas e a sociedade civil.

Para gerar esse legado positivo ao longo do ciclo de vida dos nossos empreendimentos, estruturamos nossa estratégia de sustentabilidade de maneira integrada a partir de três pilares:

- Operador Sustentável;- Catalisador do desenvolvimento local;- agente global de Sustentabilidade.

POlítICA dE dESEnvOlvIMEntO SUStEntÁvEl

o principal marco da gestão da nossa estratégia, em 2008, foi a elaboração da Política de desenvolvimento sustentável, resultado de um processo de amadurecimento de nossa atuação e de organização das iniciativas em curso. Mais do que um documento global que estabelece objetivos, diretrizes e princípios, a Política é uma ferramenta que irá contribuir para o alinhamento de nossa estratégia de sustentabilidade com o planejamento de nossos negócios e com a superação dos desafios locais e globais.

ao explicitar nossa estratégia de sustentabilidade e a forma como estamos organizados para alcançar os objetivos, a Política de desenvolvimento sustentável reafirma nossos compromissos com as partes interessadas e com as iniciativas globais que apoiamos.

COMPROMISSOS MAntIdOS

Nossa estratégia de sustentabilidade busca a concretização dos nossos compromissos com a sociedade, em longo

prazo. Portanto, mesmo reconhecendo a profundidade da atual crise econômica mundial, reafirmamos nossa

determinação de atuar de acordo com princípios da nossa Política de Desenvolvimento Sustentável.

11

Acesse o site www.vale.com para ler a Política de Desenvolvimento

Sustentável da Vale na íntegra.

Entenda melhor nossa Política de Desenvolvimento Sustentável:

operar com sustentabilidade é atuar com consciência e responsabilidade socioeconômica e ambiental em todo o ciclo de vida das nossas atividades – desde a concepção até a implantação de todos os projetos – e em todos os atos posteriores de operação e comercialização, até o eventual encerramento das operações. é criar vAlOR.

valor para Stakeholders (partes interessadas)

Antecipação e Prevenção de falhas

legislação como base: Melhoria Contínua

Organização e disciplina

Respeito e ética nos negócios

OPERAdOR SUStEntÁvEl

Como catalisador do desenvolvimento lOCAl, queremos ir além da gestão dos impactos de nossas operações e projetos, contribuindo voluntariamente e por meio de parcerias com governo e sociedade para a construção de um legado regional de sustentabilidade.

licença social

Ordenação para o desenvolvimento

Comunicação e engajamento

Alianças estratégicas

legado regional

CAtAlISAdOR dO dESEnvOlvIMEntO lOCAl

a atuação GlOBAl parte do reconhecimento de que determinados temas globais de sustentabilidade podem afetar nossos negócios e de que a vale – como uma das empresas líderes globais no setor de mineração – pode contribuir para a promoção internacional de boas práticas de sustentabilidade.

Garantia de transparência

liderança

Observação de tendências

Boas Práticas

Atuação Local, visão global

legado para gerações futuras

AGEntE GlOBAl dE SUStEntABIlIdAdE

11

11

estratégia de sustentabiLidade

O infográfico a seguir identifica os temas relevantes de sustentabilidade da vale para as nossas partes interessadas. por meio da identificação dessas questões, procuramos aprimorar continuamente nossa gestão de sustentabilidade.

Criamos valor para nossas partes interessadas ao proporcionar o maior retorno possível aos acionistas, ao manter relações e condições justas de trabalho para empregados e contratados e ao buscar parcerias de longo prazo com fornecedores que tragam ganhos para ambas as partes. Buscamos, ainda, garantir maior confiabilidade de suprimento e de valor de uso para nossos clientes, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades, das regiões e dos países onde operamos, mantendo relacionamento e diálogo permanentes e abertos com nossos stakeholders.

11 Relatório de Sustentabilidade 2008

PESqUISA MInERAl

• Interferência nos usos da terra

• Respeito à cultura local

• Segurança dos empregados e da população local

• Minimização de impacto ambiental

FEChAMEntO dE MInA

• Recuperação ambiental

• Transição da força de trabalho

• Diversificação econômica

• Redução da arrecadação tributária

dESEnvOlvIMEntO dE PROjEtOS

• Empregos temporários

• Alojamento de empregados

• Saúde e segurança dos empregados próprios e terceirizados

• Segurança pública

• Reassentamento involuntário

• Supressão vegetal

• Planejamento do impacto regional

OPERAçãO MInERAl E USInA

• Qualidade do produto

• Volume de produção e prazo de entrega com custos competitivos

• Ecoeficiência (água, resíduos, emissões, energia)

• Saúde e segurança no processo produtivo

• Conservação ambiental

• Excelência socioambiental

• Reciclagem

1 2 43

Refile

2

4

4

2

37

5

8

10

11

5 6

12

12

EnERGIA

• Capacidade de suporte ambiental

• Eficiência energética

• Equilíbrio da matriz energética (segurança energética x segurança climática)

• Soluções sustentáveis de energia

FORnECEdORES

• Desenvolvimento de fornecedores locais

• Contratação de fornecedores locais

• Direitos humanos na cadeia produtiva

• Gestão de saúde e segurança dos fornecedores

lOGíStICA – FERROvIA E PORtOS

• Proximidade entre ferrovia e comunidades

• Segurança ao longo da ferrovia

• Integração regional (transporte de passageiros/carga geral)

• Impactos ambientais nas áreas costeiras

EMPREGAdOS

• Saúde e segurança

• Qualidade de vida pessoal e familiar

• Desenvolvimento e qualificação pessoal

• Relação com empregados terceirizados

5 6 87

13

2

7

12

6

13

ClIEntES

• Segurança e qualidade do produto e do serviço

• Satisfação do cliente

• Direitos humanos na cadeia produtiva

COnSUMIdORES FInAIS

• Sustentabilidade da cadeia produtiva

• Segurança e qualidade do produto

COMUnIdAdES vIzInhAS

• Proximidade das operações (ruído, poeira, tráfego)

• Capacitação e qualificação da força de trabalho local

• Contratação de força de trabalho local

• Dinamização econômica

• Valorização e preservação da cultura local

• Pressão demográfica gerada pela oportunidade de emprego

• Pressão sobre infraestrutura e serviços públicos

• Aumento da arrecadação tributária

• Investimento social

COMUnIdAdES tRAdICIOnAIS (INDíGENAS E QUILOMBOLAS)

• Respeito e valorização da cultura tradicional

• Respeito ao uso da terra

• Convivência harmoniosa

9 10 1211

3

2

9

1011

6

14 Relatório de Sustentabilidade 2008

Operadorsustentável

16_Desempenho dos negócios

19_Governança corporativa

29_Recursos humanos

38_Saúde e segurança

45_Meio ambiente

Buscamos a melhoria contínua em nossas atividades para atingir e superar padrões internacionais de saúde e segurança, relações trabalhistas, respeito aos direitos humanos e gestão ambiental.

15

CARAjÁS, BRASIl

Operação da vale no estado do pará (brasil), inserida no mosaico de unidades de Conservação de Carajás, com mais de 8 mil km2 de áreas que ajudamos a proteger.

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16 Relatório de Sustentabilidade 2008

dESEMPEnhO dOS nEGóCIOS

Solidez e flexibilidade para enfrentar os novos desafios

Resultados consistentes reforçam nossas condições para enfrentar as turbulências financeiras deflagradas em 2008

a vale completou, em 2008, o sexto ano consecutivo de crescimento, sustentado pelo seu desempenho operacional e financeiro. nesse ano, em particular, nossa trajetória foi caracterizada pela obtenção de recordes de produção (níquel, bauxita, alumina, cobre, carvão, cobalto, metais do grupo da platina e metais preciosos) e de vendas (minério de ferro, níquel, cobre, alumina, cobalto, metais do grupo da platina, metais preciosos e carvão). além disso, alcançamos recordes de receita, lucro operacional e líquido, geração de caixa, investimentos e distribuição de dividendos.

esse desempenho reflete os resultados de uma estratégia de crescimento de longo prazo, que combina disciplina na alocação do capital, criteriosa gestão de riscos, proteção ao meio ambiente e respeito aos direitos de acionistas, empregados, fornecedores, clientes e comunidades onde temos operações. desse modo, a vale aproveitou o ciclo de expansão da economia,

crescendo, diversificando seu portifólio de ativos, globalizando suas atividades e transformando-se na segunda maior companhia de mineração do mundo.

nos últimos cinco anos, nossa receita bruta mais que quadruplicou, passando de us$ 8,5 bilhões, em 2004, para us$ 38,5 bilhões em 2008. em relação a 2007, o crescimento foi de 16,3%, devido ao aumento dos preços dos produtos, que contribuiu com 91,4% do incremento, e ao maior volume de vendas, que contribuiu com 8,6%.

simultaneamente, a geração de caixa, medida pelo ebitda ajustado (lucro antes de despesas financeiras, impostos e amortização, adicionado aos dividendos recebidos de empresas coligadas não consolidadas), quintuplicou, evoluindo de us$ 3,7 bilhões, em 2004, para us$ 19 bilhões em 2008. desempenho semelhante teve o lucro líquido, que saltou de us$ 2,6 bilhões, em 2004, para us$ 13,2 bilhões em 2008.

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receita por produto (us$ 38,5 bilhões)

minériO de ferrO e pelOtaS manganêS e ligaS CObre lOgíStiCa níQuel alumíniO*

OutrOS

8%6%

57%

4%5%

16%

receita por destino (us$ 38,5 bilhões)

braSil amériCaS, exCetO braSil

China áSia, exCetO China

eurOpa reStante dO mundO

4%

17%

14%

17%23%

25%

*inclui bauxita, alumina e alumínio.

4%

17

no entanto, a crise no sistema financeiro global se acelerou rapidamente, desde setembro de 2008, precipitando considerável mudança no ritmo da atividade econômica em todo o mundo.

os elevados níveis de incerteza e retração da demanda por minerais e metais colocam-se como sérios desafios a enfrentar. a vale respondeu rapidamente, adaptando sua produção e implementando novas prioridades estratégicas, destinadas a lidar com o novo ambiente econômico global. Paralisamos atividades das unidades operacionais de custo mais elevado, e fatores, como a minimização de custos, a flexibilidade operacional e financeira e a conciliação da preservação do caixa com a busca por opções de crescimento rentável assumiram caráter essencial no ajuste ao cenário recessivo global.

nossa dotação de ativos de classe mundial, com baixo custo operacional e alta qualidade de produtos, a solidez financeira e a atitude

proativa frente as mudanças no ciclo econômico nos permitirão enfrentar a fase recessiva, continuando a gerar valor.

Investimentos

o investimento da vale, em 2008, foi de us$ 10,2 bilhões, o que representou aumento de 33% sobre os us$ 7,6 bilhões investidos no ano anterior. tal valor constituiu não só um recorde histórico, mas também o maior investimento em atividades de mineração no mundo, em 2008. os investimentos em crescimento orgânico somaram us$ 7,5 bilhões

ano de 2008 brasilamérica do Sul, exceto Brasil

Canadáamérica

do norte, exceto Canadá

australásia europa áfrica total

Valor econômico direto gerado

a) Receitas* 29.925 0 6.607 59 1.983 617 0 39.191

Valor econômico distribuído

b) Custos operacionais 13.720 20 3.616 42 977 467 102 18.944

c) Salários e benefícios de empregados 1.344 0 990 20 289 66 0 2.709

d) Pagamentos para provedores de capital 3.842 0 0 773 0 0 0 4.615

e) Pagamentos ao governo 2.337 0 1.062 0 314 15 0 3.728

f ) Investimentos na comunidade 204 0 9 0 18 0 0 231

total 21.447 20 5.677 835 1.598 548 102 30.227

Valor econômico acumulado 

(Valor econômico gerado menos Valor econômico distribuído) 8.478 (20) 930 (776) 385 69 (102) 8.964

* o padrão contábil utilizado é o usgaaP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia gri: além da receita operacional bruta, o item a) receitas, apresentado acima, inclui os resultados financeiros

e os provenientes de venda de ativos.

(execução de projetos; pesquisa e desenvolvimento).

Continuamos a diversificar nossas atividades, ampliando o portifólio de produtos e globalizando as operações, fortalecendo ainda nosso compromisso com a responsabilidade corporativa. em 2008, nossos dispêndios com projetos socioambientais totalizaram us$ 909 milhões, valor 32,6% superior aos us$ 686 milhões investidos em 2007 (leia mais sobre nossos investimentos ambientais na página 45 e sobre investimentos sociais na página 64.

Nossos resultados refletem uma estratégia de crescimento com visão de longo prazo.

valor econômico gerado e distribuído (em uS$ milhões) – receita com base na origem dos produtos

18 Relatório de Sustentabilidade 2008

Mercado de capitais

a aceleração da crise financeira, durante o último trimestre de 2008, causou repentina e substancial elevação da volatilidade dos preços de ações, determinada por intensa desvalorização. a despeito disso, a vale manteve sua liderança na criação de valor para o acionista entre as grandes empresas globais de mineração diversificada, com retorno total ao acionista de 23,1% ao ano, em dólares, durante os últimos cinco anos. em 2008, a distribuição de dividendos atingiu us$ 2,8 bilhões, 52% acima do us$ 1,9 bilhão pago aos acionistas no ano anterior.

Pesquisa mineral

Como parte de nossa estratégia de crescimento, desenvolvemos um programa de pesquisa mineral, mantendo empreendimentos em 22 países do mundo. a prospecção abrange principalmente cobre, minério de manganês, minério de ferro, níquel, bauxita, fosfato, potássio, carvão, urânio, diamante e metais do grupo da platina. nesses projetos, a vale atua com equipe própria e também por meio de parcerias com outras empresas.

investimentos por tipo em 2008 (us$ 10,2 bilhões)

exeCuçãO de prOJetOS peSQuiSa e deSenvOlvimentO (p&d) manutençãO daS OperaçõeS exiStenteS

64%10%

26%

investimentos por tipo em 2009 (us$ 9,0 bilhões)

exeCuçãO de prOJetOS peSQuiSa e deSenvOlvimentO (p&d) manutençãO daS OperaçõeS exiStenteS

66%11%

23%

nos últimos cinco anos, investimos us$ 49 bilhões. desse total, us$ 28,8 bilhões foram direcionados à execução de um conjunto de projetos de classe mundial, a P&d e a melhoria das operações existentes. os us$ 20,2 bilhões restantes foram investidos em aquisições estratégicas, que nos permitiram alcançar a segunda posição na indústria do níquel e ingressar no segmento de carvão.

além de promover a globalização das operações e a diversificação do portifólio de ativos, o ciclo de investimentos, aliado a ganhos de produtividade, gerou, entre 2004 e 2008, um crescimento de nossa produção agregada à taxa média anual de 11,2%.

o orçamento de investimentos aprovado para o ano de 2009 é de us$ 9 bilhões, conforme divulgação de maio de 2009.

Solidez financeira

a posição financeira da vale está ancorada na forte geração de caixa, na considerável disponibilidade de caixa, nas linhas de crédito de médio e longo prazos e no endividamento de baixo risco – com baixo custo, alta cobertura de juros e longo prazo de vencimento. em 31 de dezembro de 2008, nossa dívida total era de us$ 18,2 bilhões, com prazo médio de 9,28 anos e custo médio de 5,8% ao ano. a amortização da dívida prevista para 2009 era de apenas us$ 322 milhões.

nossa dívida líquida, ao final de 2008, era de us$ 5,6 bilhões, ante os us$ 18 bilhões no final de 2007.

em 31 de dezembro de 2008, nossa posição de caixa totalizou us$ 12,6 bilhões, incluindo us$ 2,3 bilhões em investimentos em ativos de renda fixa de baixo risco, com maturidade entre 91 e 360 dias.

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volume de produção em mil toneladas métricas (a menos que informado)

2008

Minério de ferro 293.374Pelotas 34.252Manganês 2.383Ferro-ligas 475Níquel 275Cobre 312Bauxita 4.403Alumina 5.028Alumínio 543Carvão metalúrgico 2.808Carvão térmico 1.286Potássio 607Caulim 1.129Cobalto (toneladas) 2.828Platina (milhares de onças troy) 166

Paládio (milhares de onças troy) 231

Ouro (milhares de onças troy) 85

Prata (milhares de onças troy) 2.308

produção (uSgaap)

Solidez financeira: fundamental para enfrentar os períodos de turbulências sem perder a capacidade de planejar os investimentos futuros.

Para mais detalhes sobre nosso desempenho, leia o relatório Form 20-F, disponível em www.vale.com.

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GOvERnAnçA CORPORAtIvA

Fio condutor de sustentabilidade

Nossa governança corporativa está estruturada para atender a demandas globais e promover os nossos valores

a vale passou a contar, em 2008, com uma estrutura específica para a construção e a avaliação de documentos corporativos globais, como normas, políticas e instruções. foi criado o Comitê de avaliação global, integrado por representantes multidisciplinares da vale e de nossas subsidiárias (incluindo internacionais), que avalia os instrumentos normativos levando em consideração aspectos jurídicos e culturais e respeitando a diversidade dos locais onde estamos presentes.

entre os documentos normativos globais que já passaram por esse processo de avaliação e divulgados em 2009, estão a Política de desenvolvimento sustentável, a Política de delegação de autoridade e as instruções

para gestão de risco de Crédito, risco de Mercado e risco operacional. nosso Código de Conduta ética, aprovado pelo nosso Conselho de administração em 2006, também passou pelo processo de globalização.

esses documentos são avaliados e aprovados pelo nosso Conselho de administração, que conta com o apoio do Comitê de governança e sustentabilidade, quando questões desse tipo estão envolvidas. o Comitê tem como objetivos analisar nossas práticas de governança e recomendar melhorias no Código de Conduta ética e no sistema de gestão, de forma a evitar que ocorram conflitos de interesses entre a vale e seus acionistas ou administradores.

assembleia geral

Diretoria Executiva de Recursos

Humanos e Serviços Corporativos

Diretoria Executiva de Não Ferrosos

Diretoria Executiva de Finanças e Relações com Investidores

Diretoria Executiva de Ferrosos

Diretoria Executiva de Logística, Gestão

de Projetos e Sustentabilidade

Conselho de administração

Comitês de assessoramento

Conselho fiscal

auditoria interna

diretor- presidente

• Controladoria• Desenvolvimento

E xecutivo• Estratégico• Governança e

Sustentabilidade• Financeiro

EStRUtURA dE GOvERnAnçA (jUnhO – 2009)

20 Relatório de Sustentabilidade 2008

Conselho de Administração – define as políticas e as diretrizes gerais da empresa, analisa planos e projetos propostos pela diretoria executiva e avalia os resultados.

é composto por 11 membros e respectivos suplentes, eleitos em assembleia geral de acionistas, com mandato de dois anos. nove conselheiros são indicados pelo acionista majoritário, um é membro independente sem vínculo com o grupo de controle e outro é eleito pelos empregados. Por meio da assembleia geral ordinária, realizada anualmente, os acionistas minoritários podem se manifestar sobre as matérias em pauta.

os acionistas não controladores titulares de ações ordinárias que representem, pelo menos, 15% do total das ações com direito a voto e de ações preferenciais que representem, pelo menos, 10% do capital social têm direito de eleger um membro e seu suplente do Conselho de administração. Caso se verifique que nem os titulares de ações ordinárias, nem os titulares de preferenciais perfizeram os limites indicados acima, os titulares de ações ordinárias e os titulares de ações preferenciais que representem pelo menos 10% do capital total poderão agregar suas ações para eleger um membro e seu suplente para o Conselho de administração.

a remuneração dos membros do Conselho tem um valor fixo. a remuneração global e anual dos administradores é estabelecida pela assembleia geral ordinária de acionistas, com base em responsabilidades, no tempo dedicado às funções, na competência, na reputação profissional e no mercado. o Conselho de administração define a distribuição da remuneração fixada pela assembleia entre os seus membros e os membros da diretoria executiva e dos Comitês de assessoramento. o Conselho não é submetido a um processo formal de autoavaliação.

os membros do Conselho de administração possuem reconhecida competência nas áreas de finanças e mercado de capitais, governança corporativa, mineração, comercialização de minérios e sustentabilidade. o Presidente do Conselho de administração, sérgio ricardo silva rosa, não exerce função de diretor executivo da empresa.

Conselho Fiscal Permanente – constituído por três a cinco membros independentes (e igual número de suplentes), seguindo os termos da lei brasileira, faz a revisão das atividades da administração e das demonstrações contábeis, reportando-se diretamente aos acionistas.

também desempenha as funções de Comitê de auditoria, conforme recomendação da Lei sarbanes-oxley, que integra a legislação aplicável do mercado de capitais norte-americano.

os detentores das ações preferenciais, assim como acionistas minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% ou mais das ações com direito a voto, podem eleger um membro para o Conselho fiscal e seu respectivo suplente. nenhum dos membros do Conselho fiscal integra o Conselho de administração e a diretoria executiva, conforme critérios de independência previstos na lei brasileira.

Diretoria Executiva – é o órgão que coloca em prática a estratégia de negócios estabelecida pelo Conselho de administração, elabora os planos e os projetos e é responsável pelo desempenho operacional e financeiro da empresa.

seus integrantes são indicados pelo diretor-presidente e aprovados pelo Conselho de administração. além da remuneração fixa, os diretores executivos da vale e os demais executivos da empresa recebem bônus e pagamento de incentivos, de acordo com o cumprimento de metas individuais e coletivas relacionadas ao desempenho econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade. entre essas metas estão indicadores de saúde e segurança e de meio ambiente.

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Código de Conduta Ética da Vale contribui para nortear ações junto aos empregados, clientes, fornecedores e a outras partes interessadas.

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Capital ordinário (On)

Capital preferencial (pn)

Capital total

Composição acionária Posição em 30 de abril de 2009

valepar 53,9%

gOvernO federal 6,9% bndeSpar 6,9%

FREE-FLOAT * 39,2%

investidores não brasileiros 26,7%

nYSe adr 23,5% bovespa 3,2%

investidores brasileiros 12,5% institucionais 6,8% varejo 5,7%

valepar 1,0%

gOvernO federal 3,4% tesouro nacional 3,0%

bndeSpar 0,4%

FREE-FLOAT * 95,6%

investidores não brasileiros 55,4%

nYSe adr 39,0% bovespa 16,4%

investidores brasileiros 40,2% institucionais 19,0% varejo 21,2%

valepar 33,3%

gOvernO federal 5,5% tesouro nacional 4,3%

bndeSpar 1,2%

FREE-FLOAT * 61,2%

investidores não brasileiros 37,9%

nYSe adr 29,5% bovespa 8,3%

investidores brasileiros 23,3% institucionais 11,5% varejo 11,8%

53,9%

6,9%

23,5%

3,2%

6,8%5,7%

39,2%*

61,2%*

95,6%*

1,0%3,0%

0,4%

39,0%

16,4%

19,0%

21,2%

33,3%

4,3%1,2%

29,5%

8,3%

11,5%

11,8%

* Free-float: ações disponíveis para negociação nas bolsas bovespa, nyse, euronext e Latibex, sobre o total de ações em circulação (total de ações menos as ações em tesouraria da vale). Para mais informações sobre a composição acionária da vale, consulte o relatório form 20-f, em www.vale.com

Para obter mais informações sobre o modelo de governança corporativa da Vale, visite o nosso endereço eletrônico

www.vale.com

22 Relatório de Sustentabilidade 2008

ética e transparência

espírito desenvolvimentista

responsabilidade econômica,

Social e ambiental

Orgulho de ‘Ser vale’

nossos valores

respeito à vida

respeito à diversidade

excelência de desempenho

Nossa Visão

Ser a maior empresa de mineração do mundo e superar os padrões consagrados de excelência em pesquisa, desenvolvimento, implantação de projetos e operação de seus negócios.

Nossa Missão

Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

Para nossos acionistas, sob a forma de retorno total superior à média de mercado dos segmentos em que a vale atua.

Para nossos clientes, pela contínua proposta superior de confiabilidade de suprimento e de valor de uso, sustentada por inovação e desenvolvimento constantes.

Para nossos empregados, proporcionando um ambiente de trabalho ético, transparente, desafiador, de oportunidades e que traga orgulho profissional para todos, com remuneração competitiva baseada na meritocracia.

Para nossos fornecedores, pela visão de longo prazo e disposição de promover parcerias que visem ganhos para ambas as partes, por meio de desenvolvimento e inovação contínuos e fornecimento de bens e serviços de qualidade com custo compatível.

Para as comunidades e os países onde atuamos, pela ética, pelo respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social com que agimos, integrando-nos e garantindo que nossa presença contribua positivamente para o desenvolvimento sustentável.

Para todos os países em que atuamos, pela contribuição à economia, à geração de empregos e renda, à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento regional e nacional.

Nossos Valores

Ética e Transparência – representam o nosso comportamento como organização. agimos com integridade, respeitamos as leis, os princípios morais e as regras do bem proceder referendadas e aceitas pela coletividade, e comunicamos nossas políticas e resultados de forma clara.

Excelência de Desempenho – significa a busca da melhoria contínua e o controle dos resultados por indicadores de desempenho reconhecidos como referência das melhores práticas, promovendo um ambiente de alta performance e assegurando a obtenção e a manutenção de vantagens competitivas duradouras.

Espírito Desenvolvimentista – representa nosso empreendedorismo como organização que busca, incessantemente e com agilidade, novas oportunidades de ação e soluções inovadoras diante dos problemas e necessidades que se apresentam, assegurando a execução de estratégias que visam ao crescimento da vale.

Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental – reconhecemos e agimos no sentido de que estas dimensões estejam sempre em equilíbrio, de modo a promover o desenvolvimento e garantir a sustentabilidade.

Respeito à Vida – significa que não abrimos mão, em nenhuma hipótese, da segurança e do respeito à vida. Pessoas são mais importantes do que resultados e bens materiais. se necessário escolher, escolhemos a vida.

Respeito à Diversidade – é perceber o outro como um igual, respeitando as diferenças e promovendo a inclusão competitiva; é ver nas diferenças oportunidades de integração e evolução.

Orgulho de Ser Vale – é o valor resultante. assumimos e nos comportamos como donos do negócio, buscando incessantemente os objetivos definidos, compartilhando e celebrando os resultados

e fortalecendo as relações. nós nos orgulhamos quando sabemos que estamos construindo algo que fará a diferença. essa é a razão do orgulho de ‘ser vale‘ de todos nós, dirigentes e empregados da vale.

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22 Relatório de Sustentabilidade 2008

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público-alvo ferramentas de comunicação

Público em geral relatório de sustentabilidade vale. Canal de denúncias (descrito em nosso site).Pesquisa de reputação, imagem e opinião.

Acionistas, debenturistas e investidores

relatórios form 20-f, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da assembleia geral de acionistas, relatórios financeiros trimestrais (itr) relatórios de informações anuais (ian), divulgado por meio do site da CvM (www.cvm.gov.br), e encontros com investidores.também disponibilizamos o correio eletrônico [email protected] e o telefone de contato do departamento de relações com investidores 55-21-3814-4540.

Clientes Campanhas, visitas e encontros nas operações da vale.

Empregados Publicações internas, portal vale (intranet), pesquisa de clima organizacional e pesquisa de reputação, imagem e opinião.

Fornecedores visitas e encontros nas operações da vale, programas de intercâmbio e reuniões estruturadas.

Comunidades diagnósticos socioeconômicos, audiências públicas, encontros para consulta prévia, entrevistas e grupos focais.

Governos e sociedade civil Participação em associações e entidades, diagnósticos socioeconômicos.

tRAnSPARênCIA nAS RElAçõES

buscamos manter diálogo permanente com nossas partes interessadas e levar em consideração suas opiniões nas decisões gerenciais da empresa. Como empresa atuante em diferentes tipos de negócios e presente em diversas geografias, entendemos que é um desafio permanente o aprimoramento da nossa capacidade de ouvir os diferentes públicos e, também, de expor a eles a forma como gerimos os negócios. Para apoiar esse processo, essencial ao fortalecimento da confiança mútua, mantemos vários meios de comunicação e de troca de informações, direcionados às demandas das diversas partes interessadas com as quais nos relacionamos.

Políticas públicas

em todo o mundo, a mineração é uma indústria fortemente regulada, o que estimula a vale a manter o diálogo contínuo com as autoridades nos diversos níveis de governo nos países em que atua. interagimos de forma a assegurar que nossos pontos de vista sejam compreendidos e considerados nos processos de formulação de políticas públicas.

a vale participa de entidades e associações nacionais e internacionais, visando ao desenvolvimento de normas e padrões associados à indústria. Procuramos contribuir não apenas para otimizar a regulamentação de nossas atividades, mas também para disseminar as melhores práticas industriais.

desde 2007, somos signatários do Pacto global da organização das nações unidas (onu), que busca fortalecer valores éticos

nas corporações. também integramos, desde 2006, o Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM, na sigla em inglês), cujos focos são o desenvolvimento sustentável do setor e o respeito aos direitos humanos.

Por meio do Pacto global, estamos alinhados, também, com a declaração da organização internacional do trabalho sobre Princípios e direitos fundamentais no trabalho, a declaração do rio sobre Meio ambiente e desenvolvimento e a Convenção das nações unidas Contra a Corrupção.

fazemos parte, ainda, do global business Coalition on hiv/aids, tuberculosis and Malaria (Coalizão global empresarial contra hiv/aids, tuberculose e Malária), organização que mobiliza recursos para combate e prevenção a essas doenças.

as relações da vale com autoridades governamentais, organizações e entidades representativas da sociedade civil são norteadas por nosso Código de Conduta ética e pela visão, Missão e valores da nossa empresa. buscamos sempre o diálogo construtivo na tentativa de alcançar o consenso entre os envolvidos na formulação de políticas de desenvolvimento sustentável e os partícipes do setor de mineração. nossos relacionamentos se pautam na transparência, na confiança e na clareza dos objetivos propostos. endossamos e seguimos um enfoque sólido e bem embasado, que propicie a formulação de políticas públicas eficazes.

ao longo de 2008, disseminamos as diretrizes de nossa forma de atuação em relação às políticas públicas. foi desenvolvido treinamento específico

24 Relatório de Sustentabilidade 2008

sobre o relacionamento com o governo para cerca de 50 empregados do corpo gerencial da vale que têm entre suas funções a interação com autoridades governamentais.

a vale procura manter a imparcialidade em atividades político-partidárias e orienta-se pelo marco regulatório de cada país em que atua. os empregados, como indivíduos e cidadãos, têm liberdade para participar de tais atividades, desde que suas eventuais manifestações públicas assegurem a devida separação entre suas opiniões pessoais e o posicionamento da empresa.

além das entidades listadas abaixo, cuja maioria tem como foco principal o desenvolvimento sustentável e das quais voluntariamente participa, a vale integra mais de 200 associações setoriais, industriais e comerciais.

FERRAMEntAS dE RElACIOnAMEntO InStItUCIOnAl

Para promover a disseminação de nossas diretrizes de relacionamento corporativo, embasadas no nosso Código de Conduta ética, promovemos, em 2008, treinamentos para o público interno sobre o Guia de Relacionamento Institucional, lançado no ano anterior. Com a parceria da valer, foram realizados dez eventos, que tiveram a participação de cerca de 300 pessoas, em operações no brasil, no Chile, em Moçambique e no Peru.

em paralelo, lançamos o Guia de Engajamento com ONGs, que segue as mesmas diretrizes do Guia de Relacionamento Institucional e busca sistematizar a forma de interação com as organizações não governamentais. o objetivo é aprimorar o diálogo entre a vale e esse público específico, contribuindo para potencializar os resultados de ações conjuntas. esse guia também é global e já está sendo difundido por meio de treinamentos. Cerca de 50 profissionais foram capacitados, em unidades do brasil, do Peru e de Moçambique.

outra ação relevante em 2008 foi o início da implementação da metodologia issues Management, que passou a ser denominada integra em 2009. o seu principal objetivo é aprimorar o monitoramento e a gestão dos temas críticos e dos relacionamentos institucionais da vale. esse trabalho vem sendo implantado no brasil, em Moçambique, no Peru e na Mongólia e tem contribuído para a criação de uma memória corporativa institucional atualizada e estruturada.

além disso, contamos com o Manual de Gestão de Crises Corporativas, que contempla os princípios, as responsabilidades, os processos e as ferramentas que devem ser considerados na gestão de situações de crise. esse material está em revisão e, após sua aprovação, o público interno será capacitado.

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participação em entidades e associações

Business for Social Responsibility (BSR)

CCI (Chambre de Commerce et d’Industrie)

Centre National de Recherche Technologique Nickel et Son Environnement

Cobalt Development Institute

Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)

European Association of Metals (Eurometaux)

Fórum Econômico Mundial

Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS)

Global Business Coalition on HIV/AIDS, Tuberculosis and Malaria (GBC)

Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

International Aluminium Institute (IAI)

International Emission Trading Association (Ieta)

Ontario Mining Association (OMA)

Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU)

Reputation Institute

The Mining Association of Canada (MAC)

The Nickel Institute

Vale Columbia Center

World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)

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inspiramos confiançao banco goldman sachs, sediado nos estados unidos, listou a vale entre as três melhores empresas para investir do setor de Mineração, no relatório GS Sustain 2008 – Global Basic Materials, que considera também os setores siderúrgico e químico. na análise, foram levados em consideração os quesitos “esg Performance” (referentes aos aspectos ambientais, sociais e governança), “temas da indústria” e “retorno de Capital”. a divulgação do nosso Relatório de Sustentabilidade 2007, o primeiro com base no modelo gri, contribuiu para a avaliação positiva da empresa pelo banco de investimentos.

além disso, a vale passou a ocupar a 4.ª colocação no brasil e a 43.ª no mundo em reputação. esse foi o resultado da terceira pesquisa anual, realizada pelo reputation institute, sediado nos estados unidos. o estudo independente, denominado global Pulse 2008, avaliou a reputação de mais de mil empresas de grande porte de 27 países, ouvindo cerca de 60 mil pessoas.

CA

SE

GEStãO dA ÉtICA

Para a gestão da ética, adotamos os seguintes instrumentos de governança corporativa:

• Código de Conduta Ética – reafirma nosso compromisso com uma atuação ética, responsável e coerente com todos os públicos. o Código de Conduta ética deve ser observado pelo Conselho de administração, Comitês, Conselho fiscal, diretoria executiva, empregados, estagiários e também por nossas controladas, servindo de diretriz para nossas normas e políticas. o conteúdo completo do Código está disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

• Código de Ética para profissionais de Diretoria Executiva de Finanças e Relações com Investidores – específico para profissionais dos departamentos financeiro, de relações com investidores e de controladoria, que lidam com informações e dados sigilosos. disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

visando à identificação de riscos iminentes e futuros. a vale considera primordial o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, a interferência racional nos recursos naturais e o meio social onde está inserida.

uma gestão de risco eficiente e eficaz não somente retrata periódica e sistematicamente o risco para um dado horizonte de tempo, mas principalmente permite a mudança do perfil desse risco. Para atingir esse objetivo, os processos contínuos são executados de forma integrada, frequente e com uma definição clara de responsabilidades.

abordamos os riscos em três âmbitos: corporativo, projetos e operacional.

Corporativo no âmbito corporativo, analisamos os riscos de: • Mercado: entre os riscos de mercado

avaliados, estão a influência de fatores como taxas de juros, moedas e preços de commodities no fluxo de caixa.

• Certificação SOX – obtida nos últimos três anos, atesta a implementação das práticas de transparência e de boa governança estabelecidas pela lei norte-americana sarbanes-oxley.

• Canal de Denúncias – associado à certificação sox, é direcionado ao presidente do Conselho de administração. o canal tem como objetivo receber denúncias sobre possíveis irregularidades em questões contábeis e de auditoria ou outras questões que violem o nosso Código de Conduta ética. Mais informações estão disponíveis em nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

GEStãO dE RISCOS

nossa gestão de riscos busca atender tanto aos interesses empresariais como às questões relevantes para as nossas partes interessadas. aplicamos o princípio da precaução ao realizar estudos de viabilidade econômica e financeira, estudos ambientais e análises de cenários de riscos com impactos em saúde e segurança, tanto de empregados, como comunidades,

no brasil também recebemos outro reconhecimento. ficamos em primeiro lugar no ranking das empresas mais admiradas do brasil, na 11.ª edição do prêmio da revista Carta Capital. a premiação é realizada com base em pesquisa desenvolvida pela consultoria tns interscience com mais de mil executivos brasileiros, que avaliam o comprometimento das empresas com a ética, a qualidade, o desenvolvimento do país e ações de responsabilidade social, entre outros quesitos.

“o prêmio é o resultado do trabalho de todos. na última década, a vale vem crescendo, investindo, com muita persistência e disciplina”, afirmou o diretor-presidente roger agnelli, ao receber o prêmio, acompanhado de um grupo de empregados da vale, que representou as principais regiões de atuação da empresa.

26 Relatório de Sustentabilidade 2008

• Crédito: a avaliação do risco de crédito abrange a probabilidade de não pagamento de um cliente ou instituição financeira.

• Operacional: a análise de risco operacional busca avaliar o risco de perdas potenciais resultantes de processos internos falhos ou inadequados, pessoas, sistemas e/ou eventos externos. a gestão de risco operacional tem diversas dimensões, entre elas: saúde e segurança, meio ambiente, relações institucionais e sociais, segurança empresarial e reputacional. a gestão de riscos de saúde, segurança, meio ambiente e sustentabilidade é aplicada desde o projeto conceitual ou aquisição de uma nova instalação ou atividades, até a desativação e o descomissionamento (desmontagem ou demolição) dos equipamentos ou alienação.

• Estratégico: avalia o impacto de operações estratégicas para a vale, como operações de fusão e aquisição e tendências de sustentabilidade.

Com base nessas análises, adotamos as medidas mitigadoras adequadas, que podem incluir a contratação de seguros e operações de hedge (operações financeiras com o objetivo de conferir proteção quanto à variação de preços de ativos e de produtos). durante o planejamento estratégico anual, identificamos os riscos e as oportunidades de cada unidade de negócios, o que fornece as bases para o desenvolvimento e a atualização das estratégias da empresa.

Projetos realizamos a gestão de riscos associada aos projetos de capital por meio da metodologia análise e gestão integrada de riscos (agir). essa metodologia prevê a identificação e a análise dos riscos por meio de workshops multidisciplinares, envolvendo profissionais das áreas de engenharia, operação, manutenção, construção, meio ambiente e saúde e segurança, com facilitadores externos e especialistas das áreas

corporativas. além disso, realizamos a análise quantitativa na alocação de investimentos de capital e no prazo dos projetos. a etapa de controle e monitoramento é conduzida por intermédio de workshops de planejamento. a reavaliação dos riscos é feita à medida que o projeto se torna mais maduro.

os projetos seguem a metodologia front-end-Loading (feL), desenvolvida pela independent Projects analysis (iPa), que consiste em um processo estruturado de desenvolvimento de projetos utilizado por várias empresas em todo o mundo. as questões de sustentabilidade também são analisadas, de modo a permitir o aprimoramento contínuo dos projetos, ainda durante o processo de desenho e planejamento. a metodologia é adotada em todas as etapas de projetos que envolvem investimentos acima de us$ 100 milhões.

Operacional no âmbito operacional, realizamos o monitoramento permanente dos riscos. durante o período em que as instalações estão na fase de produção, as análises de riscos devem ser revisadas periodicamente. esse trabalho fica a cargo de equipes locais multidisciplinares, com a liderança das diversas áreas responsáveis pela gestão

de risco operacional, entre elas as áreas de segurança e meio ambiente. o modelo gro (gestão de risco operacional) adotado visa avaliar e mitigar riscos que gerem impactos financeiros, na saúde e segurança, no meio ambiente, na sociedade ou na reputação da vale.

na gestão de riscos ao meio ambiente, por exemplo, as ações buscam evitar ocorrências envolvendo substâncias químicas potencialmente perigosas, manter as operações em conformidade com a legislação e avaliar o impacto das atividades em relação às mudanças climáticas. aprovamos, em 2008, a instrução de análise e gerenciamento de riscos de saúde, segurança e Meio ambiente, que permite uma visão integrada desses riscos, contemplando, ainda, fatores operacionais, sociais e de reputação empresarial (leia mais na pág. 40).

Com relação aos riscos sociais, entendemos que conhecer em profundidade a realidade dos locais onde atuamos é a base de nossa gestão. a partir de informações coletadas em diagnósticos socioeconômicos, buscamos, em conjunto com a comunidade, potencializar as oportunidades de desenvolvimento e reduzir os riscos associados às nossas operações (leia mais em desenvolvimento Local, na página 60).

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antecipação e prevenção de falhasConforme nossa Política de Desenvolvimento Sustentável, atuamos preventivamente, visando evitar falhas de processo, poluição ambiental, acidentes de trabalho e riscos ocupacionais à saúde, e minimizamos impactos sociais e ambientais negativos. Aplicamos em todos os projetos de investimento e operações da empresa uma análise prévia de gestão de riscos, impactos e oportunidades nos aspectos ambiental, social e econômico. Investimos e utilizamos tecnologias que permitam – a custo compatível – maximizar a ecoeficiência, a segurança e a sustentabilidade dos processos produtivos, produtos comercializados e modais de transporte.

27

COMBAtE à CORRUPçãO

atuamos de acordo com as melhores práticas de mercado, prevenindo perdas e apurando casos que indiquem o cometimento de fraudes, desvios e atos ilícitos.

os casos comprovados são tratados com rigor e proporcionalidade aos danos incorridos ou evitados. as pessoas comprovadamente envolvidas nessas situações são responsabilizadas e punidas, por meio de desligamento, rescisão de contratos e interpelação jurídica. os casos registrados referem-se às medidas tomadas especificamente com relação à fraude contra a empresa. outros casos de desvio de conduta ética não foram considerados. nenhum dos casos se refere a possíveis irregularidades ou impropriedades nos registros contábeis da empresa ou de seus controles internos. além disso, nenhuma situação de corrupção (ativa ou passiva) de funcionários públicos ou de representantes de governo pelos empregados foi registrada no período.

o aumento dos casos identificados é resultado da evolução dos mecanismos de análise adotados pela vale nos últimos anos1.

além do Código de Conduta ética e doCanal de denúncias, implantamos umsistema de inteligência, que permite apadronização, o compartilhamento e aanálise estratégica de incidentes. Criamos,ainda, um processo de avaliação defornecedores, para detectar o envolvimentoem práticas de corrupção. o nosso códigode Conduta ética aplica-se também àsnossas controladas e estabelece medidasadministrativas que podem ser aplicadasem caso do seu descumprimento (leia maissobre o código de Conduta ética na pág. 25).

em 2008, 15,6% dos gestores e 1,3% de outros empregados receberam treinamento

1 As empresas Vale Manganês, Urucum Mineração, CPBS, Onça Puma, Salobo, FCA, Hispanobras, Itabrasco, Nibrasco e Kobrasco já possuem rotinas e medidas anticorrupção padronizadas às adotadas nas unidades próprias da Vale. Há um grande esforço para integrar outras empresas a essas rotinas.

15

14

21

86

18

36

2006 2007 2008

2844

140

Casos de corrupção

8

59

CaSOS relaCiOnadOS a OutraS medidaS* CaSOS de COntratOS nãO renOvadOS

CaSOS COm demiSSãO Ou puniçãO**

* exemplos de outras medidas adotadas: apresentações aos gerentes e aos diretores das áreas atingidas; notificação, glosas e multas aplicadas com o apoio do departamento jurídico; análise de vulnerabilidades e de risco; e planos de ações, em conjunto com as áreas, para mitigar riscos e perdas potenciais.

** número de pessoas demitidas/punidas relacionado a casos de corrupção: em 2006, 58; em 2007, 113; e em 2008, 70.

anticorrupção. Como exemplos de ações empreendidas, podemos citar a realização, nas operações brasileiras, de eventos de conscientização, tratando temas como fraude, processos de segurança e análise de riscos, focados em ressaltar que a vale considera intolerável e não admite desvios e atos ilícitos. em algumas de nossas operações em outros países, como na refinaria de acton na vale inco europe, vale inco japan, vale inco nickel Materials, jinco non ferrous Metals e vale Manganèse france, existe um processo de treinamento formal para todos os empregados próprios, utilizando como base o Código de Conduta ética e a norma de suprimentos, que inclui a abordagem de aspectos éticos nas relações comerciais. a distribuição do nosso Código de Conduta ética, entretanto, não foi considerada um treinamento anticorrupção.

em 2009, serão desenvolvidas novas iniciativas de combate à corrupção, como a publicação do Código de Conduta dos fornecedores2 e a ampliação das ações de treinamento dos empregados. Para isso, estamos construindo um guia de verificação das principais ocorrências que possibilitam fraudes e corrupção em nossos projetos de investimento.

em relação à avaliação de riscos de corrupção, empregamos, em 2008, uma metodologia baseada na análise de registros históricos de situações recorrentes relacionadas à fraude, com destaque para a cadeia de suprimentos. a partir dessa análise, elegemos cinco projetos em unidades próprias, no brasil, com representação significativa no volume de investimentos da vale, e fizemos pesquisas com os fornecedores envolvidos. avaliamos os processos de contratação e visitamos cada um desses projetos para verificar a existência de possíveis não conformidades.

já a albras, empresa fabricante de alumínio controlada pela vale, aplicou, nas análises de riscos que efetuou, a metodologia de auditoria recomendada pelo Comitê das organizações Patrocinadoras da Comissão

2 Publicado em julho de 2009.

28 Relatório de Sustentabilidade 2008

treadway (Coso – Committee of sponsoring organizations of the treadway Commission). as recomendações do Coso, entidade sem fins lucrativos criada nos eua para prevenir fraudes contábeis, são reconhecidas como modelo internacional de boas práticas.

Para 2009, identificamos a necessidade de desenvolver um modelo global de gerenciamento de riscos associado a perdas de projetos de investimento. o modelo engloba revisão e aprimoramento de políticas, desenvolvimento de matriz de risco, gerenciamento de desempenho e interação com outras áreas da vale, para aprimorar controles e processos. iniciaremos sua aplicação em nossos projetos no Peru, em Moçambique e na Colômbia.

COnFORMIdAdE lEGAl

em 2008, a vale registrou a existência de 191 processos, sendo 90 judiciais e 101 administrativos relevantes3. nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa, nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário4.

Civil tramitam na justiça 69 processos envolvendo a vale, sem valor econômico definido, que

3 Os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão de tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções não monetárias.

4 Nesse ano, a Vale continua expressando no seu relatório os casos existentes e que se encaixam no critério de relevância. Entretanto, passamos a divulgar apenas os valores que apresentam uma quantia certa reconhecida como devida pela empresa ou já paga, para melhor atender ao escopo do indicador SO8 da GRI e para evitar eventuais distorções com relação à realidade dos processos administrativos e judiciais que, por estarem ainda pendentes de decisão final, normalmente não apresentam definição ou precisão quanto aos valores monetários em discussão. De qualquer forma, encontra-se disponível no Relatório Form 20-F da Vale uma estimativa de provisão de valores, conforme critérios contábeis.

contestam a legalidade da sua privatização, ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de decisão judicial final. não acreditamos que essas ações afetem o resultado do processo de privatização ou produzam algum efeito negativo para a empresa.

Regulatório Continua o processo sem valor econômico definido que discute a anulação da autorização pela qual a vale e outras empresas operam o terminal portuário de Praia Mole, no estado do espírito santo, brasil. obtivemos decisão judicial julgando o caso em favor da vale. a decisão final ainda depende de confirmação pelas instâncias judiciais superiores.

Tributário

a vale discute a incidência de imposto de renda da Pessoa jurídica e Contribuição social sobre o Lucro Líquido sobre lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior, por meio de uma ação judicial e de dois processos administrativos. a empresa também contesta exigências indevidas de CfeM (Compensação financeira pela exploração Mineral) em 97 processos administrativos e 16 ações judiciais.

Trabalhista

Continua a discussão sobre a cobrança do depósito de fundo de garantia do tempo de serviço (fgts), por meio de uma nota de débito, que motivou a imposição de duas autuações administrativas à vale. a empresa também enfrenta um processo judicial, sem valor econômico definido, envolvendo a

mina de subsolo de exploração de potássio em sergipe.

na austrália, as unidades de negócio de carvão integra Coal e broadlea estão envolvidas em ações judiciais impetradas, respectivamente, pelo departamento de indústrias Primárias de new south wales e pelo departamento de Minas e energia de queensland, em relação a acidentes de trabalho com empregados. nos dois casos, a decisão sobre possíveis sanções monetárias ainda está pendente.

Concorrência desleal

foi encerrado o processo no qual o Conselho administrativo de defesa econômica (Cade), autoridade antitruste brasileira, aprovou as aquisições, pela vale, das mineradoras Mineração socoimex s.a., Mineração trindade samitri s.a., ferteco Mineração s.a., belém administrações e Participações Ltda. e Caemi Mineração e Metalurgia s.a., além do processo de descruzamento das participações acionárias de vale e Companhia siderúrgica nacional.

essa aprovação, no entanto, estava condicionada ao cumprimento de um dos seguintes pontos: a renúncia aos direitos de preferência relativos ao acordo de Casa de Pedra, firmado com a Csn e a unificação das participações acionárias que a vale passou a deter direta e indiretamente na Mrs numa única empresa; ou a alienação da ferteco. a vale optou pela primeira alternativa, encerrando a questão.

em outros dois processos administrativos, pendentes de decisão, alega-se a existência de conduta anticompetitiva em relação aos negócios de logística. um desses processos envolve a Companhia Portuária da baía de sepetiba (CPbs), subsidiária da vale, contra a qual se alega negativa de embarque de minério de ferro de terceiros. o outro processo envolve as concessões ferroviárias detidas diretamente pela vale (estrada de ferro vitória a Minas e estrada de ferro Carajás) e pela sua controlada fCa, contra as quais se alega aumento abusivo de preços cobrados de usuários. entendemos não haver procedência nas alegações em ambos os casos.

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Proporcionamos aos nossos empregados um ambiente de trabalho ético e transparente.

29

RECURSOS hUMAnOS

Capacidade de superação

Nossa gestão de pessoas é alinhada à estratégia de negócios, e diante do novo cenário econômico, adotamos iniciativas para superar esses desafios

somos uma empresa com atuação global e contamos com profissionais qualificados. dessa forma, buscamos desenvolver competências e incentivar talentos, implementando ações educacionais, além de oferecermos remuneração alinhada com a complexidade das funções, com o desempenho de nossos empregados e com o mercado de trabalho.

no final de 2008, diante de oscilações nos mercados onde atuamos, tivemos de rever projetos e diminuir a produção em diferentes unidades, o que gerou impacto na nossa força de trabalho.

no entanto, adotamos iniciativas com o objetivo de reter nossos empregados. realizamos negociações com 15 sindicatos no brasil, onde se concentram 80% de nossos profissionais, para a concessão de licença remunerada aos empregados filiados a essas entidades, assegurando, até 31 de maio de 2009, o emprego e todos os direitos trabalhistas previstos em acordo coletivo.

Promovemos, ainda, o remanejamento interno de 800 empregados e concedemos férias coletivas a outros 5,5 mil, nos estados brasileiros do Mato grosso e de Minas gerais. oferecemos, também, cursos de requalificação profissional, ministrados pelo serviço nacional da indústria (senai), a 390 empregados cujos contratos de trabalho foram suspensos temporariamente, além de grande número de empregados treinados no próprio ambiente de trabalho.

EMPREGABIlIdAdE

Mesmo diante da crise financeira global, o total de empregos diretos permaneceu praticamente estável em relação a 2007. já o número de empregados próprios apresentou aumento de 5,5 mil1.

em 2008, o total de empregados próprios (com contrato de trabalho por prazo indeterminado) e de terceiros (prestadores de serviços em atividades permanentes e em projetos) foi de 145,7 mil, dos quais 80% com atuação no brasil.

Contamos, ainda, com aproximadamente 1.500 empregados próprios com contrato por prazo determinado, cuja maioria é composta de aprendizes operacionais no brasil.

nossos terceiros, em geral, trabalham nas obras de reforma, de expansão, de novos empreendimentos, nos contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre outros tipos de prestação de serviços.

1 A variação apresentada no gráfico ao lado, para os empregados próprios, entre 2007 e 2008, foi de 6,1 mil porque a Vale Australia não fez parte do escopo do Relatório de Sustentabilidade de 2007.

62,5

83,2

56,4

90,4

40,6

75,7

2006 2007 2008

145,7146,8

116,3

Quadro de profissionais(em milhares)

empregadOS própriOS terCeirOS

• Gráfico não considera coligadas. Vale Australia incluída somente em 2008. em 2007, se considerados os dados da vale australia, o número de empregos chega a 147,9 mil, e o de próprios, a 57 mil.

• Com a incorporação dos dados da Vale Inco em 2007, passamos a contar com mais 13 mil empregados próprios e 13 mil terceiros.

30 Relatório de Sustentabilidade 2008

empregados próprios e terceiros por estados brasileiros (2008)

minaS geraiS pará maranhãO eSpíritO SantO riO de JaneirO OutrOS eStadOS

31%

4% 5%

35%13%

12%

empregados próprios e terceiros por país (2008)

braSil Canadá indOnéSia nOva Caledônia mOçambiQue auStrália OutrOS

1%1% 3%

80%

7%

5%3%

perfil dos nossos empregados próprios empregados por gênero

hOmenS mulhereS

10%

90%

empregados por categoria funcional

téCniCOS OperaCiOnaiS diretOreS gerenteS geraiS gerenteS de área e COOrdenadOreS SuperviSOreS eSpeCialiStaS

14,7%

2,3%

76,5%

5,6%

0,6%0,2%

empregados por faixa etária

abaixO de 30 anOS entre 30 e 50 anOS aCima de 50 anOS

31%

10%

59%

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30 Relatório de Sustentabilidade 2008

31

proporção de mulheres por categoria funcional %

inclui os dados da vale inco e da vale australia a partir de 2008. empregados próprios deste indicador (La13) correspondem a 96% (2008) do total de empregados reportados (La1). Projetos não incluídos.

diretores gerentes de área e coordenadores

gerentes gerais

Supervisores especialistas técnicos operacionais

68

5

11

18

4

18

97 77

29 29

1215 15

3

34

2006 2007 2008

Respeitamos a diversidade

o respeito à diversidade constitui um de nossos valores, expresso em nosso Código de Conduta ética. Consideramos intolerável a discriminação em função de etnia, origem, sexo, orientação sexual, crença religiosa, além de condição de sindicalização, convicção política e ideológica, classe social, pessoas com deficiência, estado civil ou idade.

em 2008, as mulheres representavam 10% de nossa força de trabalho, característica comum de nosso setor de atuação. desse contingente, 49% ocupavam cargos técnicos (operacionais e administrativos) e 40% atuavam como especialistas (analistas, engenheiras, geólogas etc.), além de termos, também, 5% de supervisoras e 4% de gerentes e coordenadoras.

a presença de mulheres nas diferentes categorias funcionais da vale manteve-se estável ou apresentou trajetória de crescimento. a única redução significativa deve-se à inclusão dos dados da vale inco, que, na categoria de especialistas, apresenta menor proporção de empregadas. o oposto aconteceu no caso de supervisores. o aumento percentual para cargos de direção deve-se à criação de novas diretorias ocupadas por mulheres.

os altos órgãos de governança da empresa – diretoria executiva, Conselho de administração e Conselho fiscal1 – são compostos por 34 pessoas, incluindo nosso diretor-presidente, sendo 32 homens e duas mulheres. de seus membros, 15 estão na faixa entre 30 e 50 anos, e 19 têm idade acima de 50 anos.

de acordo com a nossa política de remuneração e com o nosso Código de Conduta ética, não há diferenciação do salário-base entre mulheres e homens que ocupam as mesmas funções. o gráfico ao lado evidencia essa tendência, verificada ao longo dos anos.

Cerca de 60% dos empregados da vale têm idade entre 30 e 50 anos. em níveis de liderança (supervisores, gerentes de área, coordenadores, gerentes gerais e diretores), esse número sobe para 73%.

1 Posição em maio de 2009.

no brasil, a vale monitora eventuais casos de discriminação por intermédio de ferramentas como o alô rh, que responde a dúvidas dos empregados, e o Canal de denúncias.

PRÁtICAS GlOBAlIzAdAS

em 2008, consolidamos o processo de globalização das nossas práticas de remuneração, desempenho, carreira e sucessão. Com isso, as diretrizes já adotadas nas unidades próprias e nas demais empresas controladas pela vale passaram também a ser adotadas pela vale inco. o trabalho, iniciado em 2007, contribuiu para garantir mais equidade interna.

proporção de salário-base entre mulheres e homens por categoria funcional*

empregados próprios deste indicador (La14) correspondem a 86% (2006), 75% (2007) e 98% (2008) do total de empregados reportados (La1).

diretores gerentes de área e coordenadores

gerentes gerais

Supervisores especialistas técnicos operacionais

2006 2007 2008

1,071,01 1,011,03

0,98 0,95 0,95 0,970,87

0,95 0,95 0,980,960,960,95

0,99 0,991,08

32 Relatório de Sustentabilidade 2008

Com a parceria das subsidiárias internacionais, também avançamos, em 2008, na construção de um planejamento estratégico para a área de recursos humanos, que buscou antecipar demandas de desenvolvimento de competências e de contratação de pessoal.

o planejamento estratégico é importante tanto para a abertura, como para o encerramento de operações. no início de novas atividades, contribui para identificar necessidades de qualificação de mão de obra em âmbito global. já no término de projetos, ajuda a dimensionar ações de recolocação e de transferência de profissionais.

REMUnERAçãO E dESEMPEnhO

a política de remuneração da vale baseia-se em critérios técnicos que consideram as especificidades do mercado e a qualificação dos empregados.

assim como em anos anteriores, em 2008 realizamos pesquisas comparativas entre a nossa remuneração e a praticada no mercado nas diferentes regiões em que estamos presentes. oferecemos a todos os nossos empregados próprios salário igual ou superior ao mínimo legal praticado em cada localidade.

o pacote de remuneração de cada empregado inclui o pagamento de remuneração variável, calculada de acordo com os resultados verificados nos desempenhos da empresa, do departamento e individual.

as metas são definidas com base nas principais diretrizes estratégicas estabelecidas para cada ano, medindo os desempenhos econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade (gestão, saúde e segurança e meio ambiente).

nas unidades próprias da vale, a avaliação de desempenho operacional e de competências é realizada por meio do Programa de Participação nos resultados (PPr), que define metas anuais alinhadas à estratégia da empresa. o processo é

no brasil, a vale tem acordos (termo de ajustamento de Conduta - taC) assinados com o Ministério Público para treinamento e formação de profissionais com deficiência física. em 2009, estamos conduzindo programas específicos sobre esse tema nas unidades próprias no brasil.

caracterizado pela interação entre os empregados e seus gestores, além de contar com um sistema informatizado, no qual todas as informações são registradas.

em 2008, aproximadamente 88% dos empregados da vale tiveram o desempenho avaliado. a pequena redução em relação a 2007 foi decorrente de um menor percentual de avaliação em algumas controladas. na valesul esse processo não foi realizado, e na alunorte o processo de avaliação ocorreu para a maioria dos empregados (alguns empregados não foram avaliados, pois tinham recém-assumido a função).

na vale australia, embora a avaliação de desempenho também seja uma prática adotada, foram consideradas apenas 41% das avaliações realizadas, por limitações de registro.

nas unidades da vale inco, no Canadá, onde os profissionais filiados a sindicatos não recebem avaliação de desempenho, o percentual de empregados avaliados foi de 35%, praticamente o mesmo do ano anterior.

ao longo de 2008, realizamos a padronização do processo de avaliação de desempenho, e planejamos implantar um sistema global de registro e acompanhamento dessas informações até 2010.

BEnEFíCIOS COnCEdIdOS

Previdência privada, plano de saúde e seguro de vida em grupo são benefícios oferecidos para a maioria dos empregados da vale.

auxílio-transporte, formação educacional, Plano de assistência ao empregado (Pae), refeição no trabalho e/ou auxílio-alimentação, seguro-invalidez e de acidentes pessoais são benefícios oferecidos para parte significativa dos empregados da vale (em média, 85% de nossos empregados próprios).

no ano de 2008, estendemos o Programa de assistência ao empregado (Pae) para algumas de nossas controladas. a tendência é que o Programa, que oferece apoio psicossocial aos empregados e seus dependentes, seja cada vez mais adotado pelas nossas empresas.

2006 2007 2008

9790 88

percentual de empregados com desempenho avaliado %

empregados próprios deste indicador (La12) correspondem a 86% (2006), 95% (2007) e 96% (2008) do total de empregados reportados (La1). Projetos não incluídos.

abaixo de 30 anos

entre 30 e 50 anos

acima de 50 anos

Diretores 0% 70% 30%Gerentes gerais 0% 72% 28%

Gerentes de área e cordenadores

4% 75% 21%

Supervisores 11% 72% 17%Especialistas 24% 62% 14%Técnicos operacionais 35% 56% 8%

faixa etária por categoria funcional

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outro avanço foi a atualização dos documentos normativos de benefícios nas unidades próprias da vale no brasil, incluindo assistência médica para estagiários, além de benefícios especiais para empregados lotados em áreas remotas (moradia e passagem de férias).

na vale, em geral, não há diferenças entre os benefícios concedidos aos empregados de período integral e de meio período ou temporários. as principais exceções encontram-se em algumas unidades da vale inco e se referem à cobertura de seguro de vida, cobertura para incapacidade, previdência privada e plano de saúde.

a vale também passou a oferecer o Programa de suporte a incidente Crítico para todas as unidades próprias no brasil. o incidente crítico consiste em qualquer situação vivida pelo empregado que o leve a experimentar fortes reações emocionais e/ou psicológicas que possam interferir em sua habilidade de lidar com a situação, tanto no momento da ocorrência, como depois dela.

no brasil, desenvolvemos, por intermédio da valer – educação vale, o Programa de Planejamento de aposentadorias (PPa), em parceria com o serviço brasileiro de apoio às Micro e Pequena empresas (sebrae). a iniciativa busca estimular o empreendedorismo com base em uma visão de longo prazo, refletindo a nossa preocupação com a saída dos empregados da empresa.

Previdência complementar

no brasil, a vale oferece planos de previdência complementar, por meio da fundação vale do rio doce de seguridade social (valia), entidade fechada sem fins lucrativos com autonomia administrativa e financeira. a valia atende as seguintes empresas que fazem parte do escopo deste relatório: vale, urucum Mineração, vale Manganês, fCa, CPbs, PPsa, Cadam e valesul2. Para mais informações, visite www.valia.com.br (disponíveis em português).

a maioria dos participantes da valia está associada a planos mistos de contribuição definida com um componente de benefício definido. no caso de benefício definido, o valor é previamente estabelecido, com atualização atuarial, de forma a assegurar sua concessão. já no caso de contribuição definida, o valor é permanentemente ajustado, de acordo com os recursos mantidos em favor do participante3.

o componente de contribuição definida dos planos mistos visa garantir que o plano tenha sustentabilidade financeira no longo prazo. Por outro lado, o componente de benefício definido tem como objetivo evitar queda significativa na remuneração, em caso de aposentadoria por invalidez e pensão por morte.

2 Outras empresas que não fazem parte do limite deste relatório também são cobertas pela Valia.

3 Resultado líquido da aplicação, valores aportados pelo participante e os benefícios pagos pelo plano.

fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresa planos oferecidos pela valia no brasil (2008)

plano tipo de plano participantes (mil) (1) grau de cobertura

Plano Vale Mais, ValiaPrev e FCA (2)

Misto (plano de contribuição definida com um componente de benefício definido)

52,0 superior a 100% (5)

Benefício Definido (3) benefício definido 17,2Abono Complementação (4) benefício definido 2,1 47% com aportes mensaistotal 71,3

(1) inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).

(2) os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (35% do custeio dos planos). Para os participantes que migraram do plano de benefício definido para o Plano vale Mais, o benefício foi aumentado, em 2008, em 35%, não sendo necessário o aumento de contribuições por parte do participante.

(3) o plano de benefício definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril de 2000, quando foi implantado o Plano vale Mais.

(4) Participam desse plano aposentados que se desligaram da empresa em função de plano de incentivo à aposentadoria. sobre o grau de cobertura, a patrocinadora (vale) faz aportes mensais no fundo desde dezembro de 2001, com o objetivo de atingir a cobertura do passivo de 100% em novembro de 2014. o valor das parcelas mensais é reajustado quando necessário, e seu valor era de us$ 9 milhões, em dezembro de 2008.

(5) esse grau de cobertura refere-se à parcela de benefício definido dos planos mistos e do Plano de benefício definido.

34 Relatório de Sustentabilidade 2008

fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos da empresaplanos oferecidos fora do brasil (2008) (1)

(1) Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio dos planos.

(2) inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).

(3) o grau de cobertura refere-se aos dados do último estudo atuarial, de 31 de dezembro de 2007.

as empresas albras e alunorte oferecem planos de entidade aberta, de contribuição definida. a vale Manganèse france não oferece plano de aposentadoria complementar, uma vez que esse benefício já é assegurado pelo governo francês.

os planos cujas obrigações são atendidas diretamente pelos recursos gerais da empresa são oferecidos por algumas controladas da vale inco. esses planos são de benefício definido e, na sua maioria, são suplementares aos fundos detidos e mantidos separadamente dos recursos das empresas ou atendem somente a um grupo específico de ex-empregados4. em 2008, o valor estimado dessas obrigações alcançou aproximadamente us$ 85 milhões.

COnFIAnçA, PAlAvRA-ChAvE

na vale, 94% dos nossos empregados são abrangidos por acordos coletivos de trabalho, que respeitam e, em alguns casos, superam as exigências legais.

no brasil, adotamos, desde 2007, acordo coletivo de dois anos, que abrange os empregados próprios das unidades

4 Nesses casos, o empregado não participa do custeio dos fundos.

próprias e de algumas empresas da vale, independentemente de serem ou não filiados a entidades sindicais profissionais. nas operações internacionais, como Canadá, austrália, Peru e noruega, o sindicato representa apenas aqueles empregados que optam por se sindicalizar. em 2008, na vale inco, 78% dos empregados foram abrangidos por acordos coletivos (em 2007, o percentual foi de 73%).

na vale australia, 56% dos empregados estão cobertos por acordos coletivos. devido a mudanças na legislação local, os acordos individuais existentes estão sendo substituídos por coletivos.

Conforme previsto em nosso Código de Conduta ética, a discriminação em função de sindicalização é considerada intolerável. o diálogo com representantes legítimos dos nossos empregados, sejam sindicatos ou outros tipos de associações, é a base norteadora das nossas negociações trabalhistas. em função dessa postura, não temos registro de nenhuma autuação ou advertência lavrada pelos órgãos de fiscalização por alguma ocorrência relativa à liberdade de associação e de negociação coletiva.

2006 2007 2008

10094 94

empregados abrangidos por acordos coletivos %

empregados próprios deste indicador (La4) correspondem a 97% (2006), 97% (2007) e 98% (2008) do total de empregados reportados (La1).

país Operação tipo de plano participantes (mil) (2) grau de cobertura

Canadá (3) operações de ontário e Manitoba benefício definido 21,4 entre 90% e 94%

Canadá vale inco newfoundland e Labrador Contribuição definida 0,3 na

Indonésia (3) Pt inco benefício definido 3,5 superior a 100%

Reino Unido refinarias de Clydach e acton benefício definido 1,4 83%

EUA inmetco e novamet benefício definido 0,6 80%

Noruega vale Manganese norway Contribuição definida 0,1 na

Austrália broadlea, Carborough downs e integra Coal Contribuição definida 0,7 na

Total 28,0

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ROtAtIvIdAdE

Mantemos um monitoramento trimestral, que apoia a gestão de pessoas com o levantamento de indicadores como rotatividade, retenção e aproveitamento de recursos internos.

em 2008, com base nas ações de monitoramento, a taxa de turnover global da vale foi de 8%, decorrente de aposentadorias e desligamentos. esse resultado está de acordo com as taxas encontradas em outras empresas do ramo de mineração.

a faixa etária acima de 50 anos é a que apresenta o maior índice de rotatividade (19%). a taxa entre as mulheres (12%) é superior à dos homens (8%), e elas representam 15% do total de empregados desligados e 10% do efetivo total.

já os índices observados na China (32%) e na austrália (18%) foram causados, principalmente, pela alta taxa de desligamentos por iniciativa do empregado, em função de características do mercado local.

vAlER, EdUCAçãO tRAnSFORMAdORA

a educação é um dos principais compromissos da vale com a responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável. desde 2003, o departamento de educação da nossa empresa, a valer – educação vale (antes denominada universidade Corporativa), planeja e, por meio das áreas regionais de recursos humanos, implementa a nossa estratégia de desenvolvimento de pessoas, dentro e fora dos horizontes da organização.

Por meio dos programas concebidos e planejados pela valer, oferecemos aos nossos empregados e às comunidades em que estamos presentes ações contínuas de desenvolvimento pessoal e profissional, nos segmentos de educação básica, formação técnica, desenvolvimento gerencial, cidadania corporativa, cultura e arte.

as ações educacionais da valer, implementadas pelas áreas regionais de rh, em parceria com instituições de ensino no brasil e no exterior, são concebidas para três públicos diferenciados: técnicos operacionais, técnicos especialistas e líderes.

em 2008, apenas para os técnicos, foram oferecidas mais de 300 ações educacionais. nesse segmento, destacam-se as formações com foco na melhoria dos processos e práticas adotadas nas minas, portos e ferrovias da vale, como a Pós-graduação em Porto, a especialização em transporte ferroviário de Cargas e a especialização em beneficiamento Mineral, cursos pioneiros no brasil.

no entanto, o número de horas de treinamentos destinadas aos técnicos operacionais apresentou redução de 2007 para 2008, em função da estabilização das demandas de um volume atípico de projetos no ano anterior e da desaceleração do ritmo de crescimento da empresa, a partir do último trimestre do ano, em função da crise econômica global.

Com relação à qualificação de especialistas e líderes, foi registrado um aumento no número de horas de treinamento para garantir a continuidade no desenvolvimento de competências estratégicas para a organização.

a valer encerrou o ano de 2008 com 25 unidades físicas no brasil e uma no exterior, na China. o plano para ampliação de suas unidades internacionais, iniciado em 2007, foi suspenso em função da conjuntura econômica mundial. apesar disso, diversas ações educacionais foram implementadas globalmente ao longo do ano.

15%

85%

desligamentos por gênero

mulhereS hOmenS

rotatividade por gênero - 2008

total

Turnover geral 8,0%

Turnover homens 7,6%

Turnover mulheres 11,7%

rotatividade por região - 2008

país total

Brasil 8%

Canadá 5%

Indonésia 7%

Austrália 18%

China 32%

Outros 7%

rotatividade por faixa etária - 2008

total

Abaixo de 30 anos 7,0%

Entre 30 e 50 anos 6,7%

Acima de 50 anos 19,0%

empregados próprios deste indicador (La2) correspondem a 96% (2008) do total de empregados reportados (La1). Projetos não incluídos.

35

36 Relatório de Sustentabilidade 2008

horas de treinamento

• Em função de a Vale ainda não possuir um sistema de gestão global para todas as suas modalidades de treinamento, as informações consideradas são gerenciais e não fizeram parte do escopo da auditoria.

• Em algumas unidades, o resultado reportado da carga horária total oferecida por perfil foi baseado em dados financeiros, pela inexistência de um sistema para gestão/monitoramento das ofertas voltadas para educação.

• Empregados próprios deste indicador (LA10) correspondem a 83% (2006), 93% (2007) e 95% (2008) do total de empregados reportados (La1). Projetos não incluídos.

total especialistaslideranças técnicos operacionais

55

108125

6243

146

83 8586 89

143

37

2006 2007 2008

Formando líderes globais a formação oferecida pela valer aos nossos líderes é implementada em parceria com escolas de referência mundial em gestão de negócios, entre elas o iMd (international institute for Management development) e o Mit (Massachusetts institute of technology). as ações educativas vão da fluência em idiomas às atividades de suporte à gestão, como diálogo social, atendimento à mídia e relacionamento com o setor público e ongs. um dos marcos do ano de 2008 foi a realização do 2.º fórum de Líderes da vale, no rio de janeiro, que reuniu 150 executivos de todas as regiões do mundo e negócios da empresa para promover reflexões sobre temas como identidade, cultura organizacional e sustentabilidade.

Bases para o futuro a valer possui um eixo de educação para a cidadania, com o intuito de desenvolver competências que vão além da dimensão técnica. entre as ações de destaque estão os programas atitude ambiental, composto por diálogos sobre sustentabilidade; o Programa de Preparação para a aposentadoria, uma iniciativa que apoia o empregado na transição e no planejamento para a aposentaria5 ; e o formação educacional, cujo intuito é reduzir o déficit educacional entre adultos, por meio do qual empregados e contratados têm a chance de cursar os ensinos fundamental e Médio. em 2008, 552 pessoas passaram pela formação, realizada em parceria com a fundação roberto Marinho, o sesi (serviço social da indústria) e a fundação bradesco.

o compromisso com a formação ampla do indivíduo também levou a valer a consolidar, em 2008, o Pilar Cultura e arte, que oferece atividades culturais e artísticas a empregados, familiares e empresas parceiras.

5 Além deste, temos outros programas relacionados à recolocação no mercado de trabalho e de assistência na transição para a aposentadoria (incluindo planejamento pré-aposentadoria) nas diferentes empresas da Vale.

mão de obra diversificadaem função da implantação do Projeto Carvão Moatize, em Moçambique, a vale identificou a necessidade de qualificação de moradores. Mas a preocupação da empresa não se resume à falta de pessoal treinado para atuar nesse futuro empreendimento; pelo contrário, lança um olhar para perspectivas mais amplas de desenvolvimento regional que demandará mais mão de obra diversificada.

a vale desenvolveu, em 2008, cursos e treinamentos, beneficiando cerca de 600 pessoas, nas áreas de carpintaria, serralharia, alfaiataria, eletricidade geral, além de construção civil, moda e confecções.

em abril de 2009, por intermédio da valer, foram iniciadas, em Moçambique, as ações do Programa de formação Profissional para capacitar 110 profissionais nos cursos de operação de Mina e soldagem, em Moatize. Pela primeira vez no exterior, o programa seguirá o formato brasileiro, que, em 2008, atendeu 1,5 mil jovens.

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Educação e trabalho Para expandir o alcance da educação a todos os públicos da cadeia de valor da empresa, a valer possui o eixo de fomento, que oferta qualificação teórica e prática para formar mão de obra para a cadeia produtiva da mineração. em 2008, mais de 4.500 pessoas participaram de programas com esse foco, dentre os quais mil foram absorvidas pela vale. dessa forma, os programas de educação nas comunidades são importantes fomentadores do desenvolvimento local, ao oferecer acesso a ensino, emprego e renda.

Parcerias estratégicas

o relacionamento entre a vale e o meio acadêmico é essencial para a inovação tecnológica e evolução da indústria de mineração. em 2008, as principais parcerias viabilizadas pela valer com escolas, universidades, centros de pesquisa e instituições públicas e privadas foram:

• Assinatura de Memorando de entendimento entre a vale e a unesco (organização das nações unidas para a educação, Ciência e a Cultura), com o objetivo de intensificar o desenvolvimento de atividades conjuntas na área educacional.

• Parceria com o Ministério da Educação (MeC), a prefeitura da cidade de itabira (estado de Minas gerais) e a universidade federal de itajubá (unifei) para a construção de um Campus avançado – primeira universidade da região.

• Parceria com o Senai (Serviço Nacional de aprendizagem industrial) para requalificações e reciclagem profissional.

• Convênio com a escola holandesa de navegação shipping and transport College (stC) visando ao treinamento de pessoal em educação portuária. é importante ressaltar que aquele país abriga o principal porto do mundo, o de roterdã.

• Convênio com a École de Mines de Paris, uma das mais conceituadas escolas de minas do mundo.

• Parceria com a universidade australiana de queensland para oferta do curso gerenciamento de riscos em Mineração (mais detalhes no capítulo de saúde e segurança, página 43).

além das listadas acima, destacamos a mais recente iniciativa de ciência, tecnologia e inovação (Ct&i) da vale, o departamento do instituto tecnológico vale (ditv). esse departamento visa estimular e fortalecer os relacionamentos da vale com instituições acadêmicas, órgãos governamentais e entidades de Ct&i, bem como com suas unidades internas, promovendo alianças estratégicas, com foco na produção de conhecimentos científicos e tecnológicos inovadores, de forma a construir um legado sustentável para a sociedade. nesse sentido, as ações do ditv almejam implantar um novo conceito de interação entre a vale e seus interlocutores acadêmicos e de Ct&i, tomando-os como aliados estratégicos, de uma forma complementar, integradora e de longo prazo.

a vale possui, também, convênio com a escola Politécnica federal de Lausanne (ePfL) que tem por objetivo o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de mineração. Para tal, as áreas de negócio da empresa, em especial a Logística, determinaram pesquisas de seu interesse, que deverão ser desenvolvidas pela ePfL em benefício do nosso negócio.

Educação global

foram ofertadas, em 2008, ações de educação no exterior, entre elas o Programa de Certificação em Manutenção, oferecido aos técnicos do projeto da vale inco nouvelle-Calédonie; e o programa rito de Passagem, a primeira etapa de desenvolvimento dos líderes da vale, realizados na austrália e na China.

destacamos, ainda, o trabalho realizado em Moçambique onde oferecemos o treinamento de issues Management (gerenciamento de riscos), com capacitações no guia de engajamento com ongs, treinamento de Mídia, relacionamento institucional e diálogo social. iniciativas semelhantes foram desenvolvidas no Chile e no Peru.

resposta à crisediante da crise econômica mundial, iniciada em 2008, a valer deu apoio à estratégia de rh da vale de propiciar requalificação a empregados que tiveram seus contratos de trabalho suspensos em minas paralisadas.

no início de 2009, a valer iniciou, no brasil, a requalificação dos profissionais, capacitando-os para o exercício de novas funções na empresa, como mecânica, soldagem e operação industrial, tendo como meta a manutenção do nível de empregos. as ações foram desenvolvidas em parceria com o senai.

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38 Relatório de Sustentabilidade 2008

SAúdE E SEGURAnçA

Rumo a uma cultura de prevenção

O Respeito à Vida é um valor inegociável para a Vale. Nosso objetivo é eliminar as causas de ocorrência de fatalidades

a saúde e a segurança das pessoas é uma prioridade da qual a vale não abre mão. Para cumprir nosso compromisso com esse valor, definimos uma estratégia embasada na atitude proativa e preventiva.

as ações, iniciadas em 2006, com metas estabelecidas até 2015, incluem investimentos em gestão, educação, infraestrutura e inovação tecnológica.

atuamos em conjunto com instituições setoriais, educacionais e governamentais no desenvolvimento de práticas para multiplicar e fortalecer o valor “respeito à vida” (mais detalhes em ações na sociedade, página 43).

Participamos do Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM) para mobilizar o setor de mineração em todos os países nos quais atuamos.

desde 2006, investimos mais de us$ 89 milhões em ações que englobam de treinamentos a obras de melhoria da infraestrutura. nossa principal meta é promover, até 2015, uma transformação cultural que nos permita aprimorar a gestão de saúde e segurança de forma a melhor controlar as causas de acidentes e de fatalidades e propiciar a melhoria da qualidade de vida dos empregados. estamos conscientes do desafio que essa meta

desde a implantação, em 2007, do Programa Colegas saudáveis (healthy Mates Program), os empregados das operações da integra Coal, no estado de new south wales – austrália, são incentivados a adotar um estilo de vida saudável. a diferença dessa iniciativa em relação a outras ações nessa área é que o programa está focado na busca da boa forma de cada pessoa após o expediente do trabalho. o objetivo é buscar, por meio da transformação individual, a formação de uma força de trabalho com pessoas mais saudáveis, seguras e produtivas, tanto no trabalho, como em seus lares.

o programa combina diversas ações que têm em comum a mesma mensagem: manter-se em forma para ter uma vida saudável. embora o objetivo seja coletivo, todas as metas são traçadas individualmente, de forma a motivar cada pessoa de acordo com suas próprias necessidades. as ferramentas utilizadas incluem educação e aconselhamento individual por nutricionistas e fisioterapeutas sobre a conscientização de questões relacionadas à saúde, uso de instalações esportivas pelas famílias, intervenções médicas específicas e supervisão.

dentre os resultados alcançados destaca-se o envolvimento de 78% dos empregados em pelo menos uma das ações. ao mesmo tempo, a implantação do Programa Colegas saudáveis é considerada um dos principais fatores que contribuem para a melhoria de indicadores de segurança. dentre estes, cabe ressaltar a redução de 63% na taxa de frequência de acidentes com afastamento.

vida saudável

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nossa política de Saúde e Segurança estabelece os seguintes compromissos:

1. Controlar todos os riscos associados a atividades, processos, instalações, produtos ou serviços.

2. atuar preventivamente no gerenciamento dos riscos à saúde e à segurança das pessoas e das instalações.

3. atender aos requisitos legais de saúde e segurança e aos assumidos voluntariamente.

4. Melhorar continuamente o desempenho em saúde e segurança através da melhoria de atividades, processos, produtos e serviços, focando o uso de soluções inovadoras e o desenvolvimento das pessoas.

5. incentivar a evolução do desempenho em saúde e segurança dos prestadores de serviço.

6. Manter canais de comunicação com as comunidades onde atuamos e com outras partes interessadas, de modo a estarmos sempre atentos à influência das nossas operações na saúde e no bem-estar das pessoas.

representa, mas também da importância de realizar todos os esforços para alcançá-la.

avançamos na implementação dessa estratégia, com mudanças significativas nos resultados de saúde e segurança. no entanto, registramos, em 2008, a ocorrência de nove acidentes fatais envolvendo empregados da vale e de empresas prestadoras de serviço. Com profunda tristeza por essas vidas perdidas, redobramos nosso empenho na investigação de cada acidente e na busca por ferramentas que intensifiquem nossa estratégia de transformação rumo a uma cultura de prevenção.

ainda em 2008, iniciamos o processo de globalização da Política de saúde e segurança, com o objetivo de adaptar seu conteúdo à legislação e à cultura dos diversos países onde operamos. esse processo inclui, ainda, a adequação de outros documentos, normas e sistemas corporativos referentes à área.

Principais resultados

em 2008, reduzimos em 50% a ocorrência de acidentes com maior severidade, se comparada ao ano anterior. outros indicadores também tiveram avanço, conforme demonstram os gráficos na pág. 40.

em 2008, foram registrados 2.860 acidentes. os que ocasionaram a perda de nove vidas envolveram as seguintes atividades: condução de veículos automotores; operação de equipamentos móveis, atividade de sondagem; manutenção do virador de vagão (trabalho em altura); movimentação de carga; transporte rodoviário; atividades com eletricidade; e atividade de perfuração.

Principais ações desenvolvidas em 2008 evolução na implantação dos requisitos para atividades Críticas (raCs)no final de 2008, atingimos um nível de 53% na implantação dos raCs nas operações brasileiras, ferramentas fundamentais para a redução de acidentes. esses requisitos incluem adoção de normas e uso de equipamentos e investimentos em infraestrutura, visando garantir a segurança na execução das dez atividades operacionais que, historicamente, representam 71% do risco de fatalidade1.

iniciada em 2007, a implantação dos raCs abrange as áreas da empresa e nossas controladas brasileiras. nossa meta é alcançar um nível de implantação de 70% em 2009 e de 100% até o fim de 2010.

1 São consideradas atividades críticas as que envolvem: trabalho em altura, veículos automotores, equipamentos móveis, bloqueio e sinalização, movimentação de carga, espaço confinado, proteção de máquinas, estabilização de taludes, explosivos e detonação e produtos químicos.

os novos projetos da vale já estão sendo construídos com atendimento de 100% dos raCs.

ainda em 2008, iniciamos a inclusão da exigência de implantação dos raCs nos novos contratos de fornecedores que realizam atividades críticas. Para os contratos já existentes, incluímos uma cláusula de transição, estabelecendo prazo para a adaptação dos fornecedores a essa regra.

diálogo Comportamentaliniciado em 2007, o processo de diálogo Comportamental visa estabelecer um ambiente propício à reflexão conjunta, troca de ideias e experiência em saúde e segurança. os objetivos são que as pessoas percebam o risco e compartilhem os resultados positivos, almejando a solução

Reduzir a ocorrência de fatalidades exige ações preventivas. Para isso, investimos em qualificação profissional, tecnologia e conscientização.

40 Relatório de Sustentabilidade 2008

taxa de lesões (n.º de lesões/ hht x 1MM)

2006 2007 2008

12,311,6

8,0

os dados do gráfico englobam empregados próprios e terceiros e não incluem atendimento de primeiros socorros. dados da vale inco incorporados somente a partir de 2007, período para o qual não foram considerados terceiros. se utilizado o mesmo critério de 2008, o valor de 2007 seria de 10,7.

- hht = homens-horas trabalhadas

- 1MM = 1 milhão

- inclui lesões com e sem afastamento. o cálculo das taxas não inclui doenças ocupacionais.

Para vale brasil, as taxas de saúde e segurança são calculadas com base na hht mensal estimada pelo número de efetivos. incluem dados das empresas de pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para vale inco, vale australia e projeto Moatize, utiliza-se hht real.

taxa de acidentes com afastamento (n.º de acidentes com afastamento/ hht x 1MM)

2006 2007 2008

2,21,9

1,5

de problemas encontrados, o contínuo aprimoramento do comportamento individual e coletivo e, consequentemente, a melhoria da cultura de saúde e segurança.

esse processo foi iniciado nas unidades brasileiras de taquari vassouras, itabira e são Luiz, onde as lideranças foram mobilizadas para dar suporte a essa atividade. a partir de 2009, o diálogo Comportamental será expandido para toda as unidades próprias da vale no brasil.

Saúde e Segurança na remuneração variável foi definido, em 2008, um aumento no percentual da remuneração variável vinculada à meta de desempenho em saúde e segurança do trabalho. em 2009, o percentual passa de 6% para 10%. a ampliação do percentual é um reconhecimento dos esforços de todos os empregados em direção a uma atitude preventiva e de respeito à vida.

realização do diagnóstico em áreas piloto Para dar continuidade ao Programa de excelência, base da estratégia de saúde e segurança, a vale iniciou, em dezembro de 2007, o diagnóstico de cultura e o mapeamento de riscos em quatro áreas piloto (itabira, Logística norte, serra sul e taquari vassouras). a meta é estender o diagnóstico e o mapeamento para todas as operações no brasil em, no máximo, três anos.

investimento em educaçãoinvestimos em cursos de treinamento e capacitação. somente em 2008, os empregados da vale e das empresas contratadas tiveram oportunidade de realizar mais de uma dezena de atividades educacionais que atendem à diretriz de promoção do comportamento preventivo e da valorização da vida.

processo de análise e gerenciamento de riscos o principal diferencial do Processo de análise e gerenciamento de riscos de

saúde, segurança e Meio ambiente, com instrução aprovada em 2008, é uma visão integrada dos riscos, que contempla fatores operacionais, sociais, ambientais, de saúde e segurança e de reputação empresarial. a instrução estabelece como diretriz corporativa a identificação dos riscos inerentes a uma determinada operação e a gestão desses riscos, inclusive nos novos projetos, por meio de matrizes de riscos e de tomada de decisão. o documento identifica, ainda, os responsáveis pela gestão e pelo processo de tomada de decisão em questões como prazos e investimentos.

ao longo do ciclo de vida das instalações, os riscos existentes são diferentes e, portanto, exigem a adoção de técnicas e critérios distintos para sua avaliação. Por meio dessa instrução, a vale definiu diferentes metodologias para controlar, minimizar e prevenir riscos dos processos, atividades, serviços e produtos e suas consequências para a saúde e a segurança de pessoas e comunidades, meio ambiente, segurança das instalações e para a sua reputação.

até 2010, esse processo deverá ser global e acompanhar o desenvolvimento das atividades durante todo o ciclo de vida da operação.

atendimento a situações de emergênciaa vale procura adotar, em todas as suas unidades, procedimentos que propiciem resposta rápida e eficiente em situações emergenciais. nosso sistema de gestão de riscos inclui: Plano de emergência; Plano de ação emergencial (Pae); Plano de auxílio Mútuo (PaM), no caso de a emergência envolver empresas vizinhas; regulamento de atendimento a ocorrência ferroviária (raof ); Manual de gestão de Crise e diretrizes básicas de risco (dbr). Para garantir atendimento adequado às situações de emergência, realizamos, regularmente, treinamento das equipes responsáveis, na maioria dos casos, com exercícios de simulação.

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os dados do gráfico consideram empregados próprios e terceiros.

41

Com a aprovação, em 2008, da instrução de análise e gerenciamento de riscos de saúde, segurança e Meio ambiente, passamos a contar com uma ferramenta que permitirá dar maior padronização a esses sistemas. o objetivo é, a partir de agora, revisar os planos, definindo melhor os cenários de emergência e, consequentemente, a alocação de recursos e o desenvolvimento de procedimentos específicos para cada localidade.

prevenção e controle de riscos à saúdeMantemos um sistema de identificação dos riscos à saúde em todas as nossas unidades. os objetivos são proteger a saúde de nossos empregados e favorecer a criação de programas específicos, que possam ser implantados de forma corporativa. as diretrizes principais são promover a saúde e estimular a atitude preventiva por parte de empregados, familiares e pessoas das comunidades nas quais atuamos.

até o fim de 2008, foram identificados riscos das seguintes doenças:

• Ocupacionais: perda auditiva neurossensorial, doenças osteomusculares e dermatites de contato;

• Endêmicas: parasitoses intestinais e doenças transmitidas por animais, dengue, malária, doença de chagas, febre amarela, hepatite a e b, hiv/aids, leishmaniose e tuberculose.

em virtude da grande variedade de condições de saúde dos locais onde atuamos, buscamos implantar ações diferenciadas, que respondam a essas peculiaridades. Para isso, possuímos diferentes programas de treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco e tratamento médico para nossos empregados e seus familiares. estamos empreendendo esforços para ampliar a inserção das comunidades nos nossos programas. ao lado listamos ações realizadas em algumas de nossas unidades.

público educação/treinamento aconselhamento prevenção/

Controle de riscotratamentomédico

Empregados

oficinas sobre álcool e tabagismo;campanhas de prevenção contra câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

Pae (Programa de assistência ao empregado), com orientação sobre diversos assuntos, como problemas emocionais, dificuldade de relacionamento, questões financeiras, problemas de álcool, drogas e estresse

Campanha de prevenção às doenças sexualmentetransmissíveis – dst/ aids; campanhas de prevenção contra câncer e diabetes;vacinação contra influenza; inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde e postos de atendimento

Familiares

oficinas sobre álcool e tabagismo;campanhas de prevenção contra câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos,hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

Pae vacinação contra influenza, inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde (extensivo aos familiares)

Comunidades

Campanha de prevenção às doenças sexualmentetransmissíveis – dst/aids

- Programa de educação afetivo-sexual (vale juventude – desenvolvido pela fundação vale), com orientação sobre vida sexual e ações de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis

-

principais ações

Os nossos empregados são fundamentais na disseminação de práticas preventivas.

42 Relatório de Sustentabilidade 2008

Criar, reconhecer e replicar Pelo segundo ano consecutivo, a vale promoveu o Prêmio viver boas Práticas em saúde e segurança, iniciativa que tem como objetivo incentivar o envolvimento dos empregados no processo de melhoria contínua da gestão. a apresentação das experiências positivas, a troca de informações e o reconhecimento por meio da premiação são fatores que contribuem para promover a cultura de valorização e respeito à vida.

na edição de 2008, o Prêmio ganhou um formato mais interativo e moderno, com duas avaliações: uma do júri oficial, formado por representantes de diversas áreas da empresa, e uma do júri popular – mais de 1.200 empregados, que participaram votando na intranet em um dos 30 casos de boas práticas em saúde e segurança apresentados.

outra inovação da segunda edição do viver boas Práticas foi a inclusão de duas premiações especiais: uma para a prática de 2007 de maior disseminação e outra para o departamento que mais replicou os casos apresentados na primeira edição.

trabalhos Premiados:

• Júri Oficial – “troca de roletes das correias transportadoras das rotas de carvão, bauxita e alumina”, elaborado pelo departamento de alumínio/alunorte.

• Júri Popular – “saca hidráulico para rolamento LP Motor tração”, elaborado por equipe da estrada de ferro vitória a Minas.

• Mais replicado – “Com o Centro de Controle rodoviário você nunca viaja sozinho”

• Departamento que mais replicou – houve empate entre o departamento de Manganês/Ligas e o departamento operação de Cobre.

na busca pela excelência

Coordenado por um higienista ocupacional, o grupo técnico de higiene industrial conta com representantes de diversas áreas da empresa. além de participar das reuniões e discussões, os membros desse grupo fazem o Curso de especialização em higiene industrial, criado pela valer e ministrado pela universidade de são Paulo (usP).

Com apenas um ano de atuação, o grupo obteve resultados tão positivos que foi eleito pela valer como exemplo de como um grupo técnico deve atuar. além disso, o departamento de saúde e segurança já se decidiu pela criação de outros três grupos técnicos, que atuarão nas áreas de ergonomia, gestão de risco e investigação de acidentes.

o grupo técnico de higiene industrial tem como missão analisar as condições de higiene industrial na vale, prospectar tecnologias e apresentar normas para a padronização da gestão do controle de riscos a saúde, em relação aos fatores mais críticos dentro da empresa, que são: ruído, poeira e vibração. a ideia central é estimular as pessoas a construir as bases de uma atuação cidadã em higiene ocupacional, o aumento da capacitação e do conhecimento de riscos, bem como o aumento das parcerias com organizações e associações.

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42 Relatório de Sustentabilidade 2008

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acordos com sindicatoso tema saúde e segurança está cada vez mais presente no diálogo entre a vale e os sindicatos, inclusive nas negociações coletivas.

no brasil, nossos empregados estão cobertos por acordos sindicais e/ou regulamentos da empresa que definem os mecanismos e os requisitos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, como manutenção de comitês conjuntos de saúde e segurança, fornecimento de equipamentos de proteção individual e treinamentos em instrumentos como o direito de recusa ao trabalho inseguro.

nas nossas operações internacionais, a cobertura dos aspectos relacionados à saúde e segurança segue os mesmos princípios de respeito à vida. as variações ocorrem, somente, de forma a atender à regulamentação local e às demandas específicas dos representantes dos empregados. em todas as unidades internacionais, os itens relevantes de saúde e segurança não cobertos por acordos coletivos estão contemplados em políticas da própria empresa ou na legislação local.

participação em comitês de saúde e segurançaos empregados da vale são representados em comitês de saúde e segurança (no brasil, denominados Comissões internas de Prevenção de acidentes – Cipas). o objetivo dos comitês é contribuir para a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

AçõES nA SOCIEdAdE

programa mineraçãoa vale é uma das empresas fundadoras e participantes do Programa Mineração, criado pelo instituto brasileiro de Mineração (ibram) com o objetivo de buscar ações conjuntas para a redução do número de acidentes de trabalho no setor. entre as ações do programa estão

investimentos em treinamento, criação de um banco de dados das melhores práticas do setor e alinhamento das empresas em relação à necessidade de mudança cultural.

emeSrta partir de 2008, a vale passou a participar de reuniões do the earth Moving equipment safety round table (eMesrt), grupo criado em 2006, por grandes mineradoras mundiais, e apoiado pelo Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM, na sigla em inglês).

a proposta do eMesrt é, a partir da parceria entre grandes fornecedores de equipamentos e as mineradoras, apoiar a adoção de medidas que influenciem o desenvolvimento de equipamentos pelos fabricantes que minimizem os riscos de saúde e segurança dos seus usuários.

melhores práticasa vale vem intensificando, desde 2007, sua participação no safety, health, environment and Community benchmarking (sheCbenchmarking), um banco de dados que reúne as melhores práticas em segurança, saúde, meio ambiente e comunidade do setor de mineração no mundo. gerenciado pelo Conselho internacional de Mineração e Metais (iCMM, na sigla em inglês), o sheCbenchmarking promove, por meio de um portal na internet, a troca de experiências e o alinhamento das empresas do setor.

engajamento das instituições de ensinoem julho de 2008, a vale promoveu um encontro com representantes de dez universidades brasileiras sobre ensino e gestão de risco. o evento, realizado em parceria com a universidade de queensland, na austrália, teve como objetivo capacitar engenheiros em gestão de risco, fator crítico para a sustentabilidade.

Segurança de produtos e serviçosPor sermos uma empresa de extração mineral, nossa análise de riscos em saúde e segurança dá especial atenção às etapas de extração/beneficiamento e distribuição.

2006 2007 2008

100 99,7 98,9

representação em comitês formais de saúde e segurança%

em algumas unidades, o número de representados não atingiu 100% devido a fatores como: número de funcionários da unidade menor que a exigência legal para constituição de comissão, rearranjo de prédios administrativos, novos projetos que ainda não constituíram comitês de saúde e segurança e novas contratações realizadas ao longo de 2008.

44 Relatório de Sustentabilidade 2008

no entanto, em 2008, com o pré-registro das ligas e dos produtos e subprodutos do níquel, a vale cumpriu a primeira etapa da regulamentação europeia eC 1907/2006 sobre registro, avaliação, autorização e restrição de Produtos químicos (reach, na sigla em inglês). isso possibilitou o melhor gerenciamento e controle dos riscos dessas substâncias e estendeu a avaliação para as etapas de uso e disposição. a participação da vale em consórcios específicos visa dar continuidade ao cumprimento da regulação reach e possibilitar o registro dos produtos (com exceção dos minérios que são isentos), começando no final de 2010, com conclusão em junho de 2018.

em nossas unidades próprias brasileiras, em 2008, publicamos os requisitos sistêmicos rs03 (análise e gerenciamento de riscos),

e rs14 (gerenciamento de Produtos), por meio dos quais passamos a contar com uma ferramenta mais completa de gestão dos riscos em todas as etapas do ciclo de vida de nossos produtos e serviços. além disso, a aprovação da instrução de análise e gerenciamento de riscos de saúde, segurança e Meio ambiente nos permitirá avançar, em 2009, no processo de análise dos riscos associados às nossas atividades, produtos e serviços no brasil (leia mais em Processo de análise e gerenciamento de riscos, na página 40).

o serviço de logística, devido às suas características diferenciadas, que envolvem o transporte de cargas, realiza a identificação e a análise dos riscos à saúde e segurança e ao meio ambiente durante toda a sua operação, com destaque para os produtos perigosos.

Cumprimento das ações previstas para 2008todas as ações destacadas como prioridade em nosso Relatório de Sustentabilidade de 2007 e planejadas para 2008 foram desenvolvidas. essas iniciativas listadas a seguir deram continuidade à nossa estratégia de gestão em saúde e segurança.

• Implementação dos novos Requisitos de Atividades Críticas;

• Realização da segunda edição do Prêmio Viver Boas Práticas;

• Realização de auditorias independentes, para avaliar o nível de atendimento aos requisitos legais nas instalações de prestadores de serviço da vale;

• Implantação da metodologia do diálogo comportamental nas áreas piloto;

• Continuação da implantação do sistema de informação de saúde e segurança em diversas unidades;

• Fortalecimento da integração das melhores práticas de saúde e segurança da Vale e da Vale Australia;

• Constituição do grupo técnico de higiene industrial;

• Implementação da Instrução de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e de Meio ambiente;

• Desenvolvimento e implantação de novas ferramentas de treinamento e capacitação em saúde e segurança.

oPe

rad

or

sust

entá

veL

rotulagemde acordo com a Convenção 170 da Conferência geral da organização internacional do trabalho (oit), os procedimentos de rotulagem são obrigatórios apenas para produtos químicos perigosos. tendo em vista que a maioria dos nossos produtos não é classificada como perigosa, requerimentos de rotulagem não são, em geral, necessários.

no entanto, possuímos fichas técnicas, nas quais estão definidas as propriedades físico-químicas, os cuidados de manuseio e as medidas de controle para redução de riscos, além de procedimentos em caso de emergência.

alguns dos compostos do níquel estão sujeitos ao requerimento de classificação e rotulagem, os quais são atendidos pela vale inco. as informações sobre origem de Componentes, Conteúdo, uso seguro do Produto ou serviço e disposição do Produto são disponibilizadas, quando necessárias.

ao final de 2008, a vale inco iniciou a implantação do globally harmonized system (ghs), iniciativa internacional que busca a harmonização dos conceitos referentes à saúde e segurança de produtos químicos. entre as ações já adotadas pela vale inco está a criação de selos e novas fisPq (fichas de informações de segurança do Produto químico).

Seguro e eficienteA decisão de realizar investimentos que tragam benefícios conjuntos em saúde, segurança e meio ambiente está gerando inovações em diferentes áreas da Vale. Um dos destaques, em 2008, foi a automação do sistema de lavagem de caminhões na mina de Carajás, com o uso de robôs industriais. Além de eliminar o risco de acidentes com pessoas, o investimento reduz o consumo de água, o tempo gasto no processo e os resíduos gerados.

45

MEIO AMBIEntE

Compromisso permanente

Gestão de impactos ambientais e conservação de ecossistemas são focos prioritários nas nossas operações

o compromisso com a conservação do meio ambiente é um fator fundamental da estratégia de sustentabilidade da vale. a essência de nossa atuação é a busca do equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico dos territórios e a manutenção da qualidade dos recursos naturais, da biodiversidade e da vida.

Para isso, realizamos investimentos contínuos na gestão dos impactos ambientais das operações e na pesquisa de novas tecnologias que aprimorem nossos sistemas de controle ambiental.

as diretrizes que norteiam nossa atuação estão explicitadas na Política de desenvolvimento sustentável da vale, documento que orienta desde o processo de tomada de decisão até as ações realizadas no dia a dia de nossas operações.

em uma ação de melhoria da gestão, iniciamos, em 2008, a realização do Curso interno para Capacitação de auditores ambientais no brasil. além de aumentar o número de empregados habilitados a realizar as auditorias ambientais, a iniciativa estimula a cultura preventiva e a troca de experiências e conhecimento sobre gestão ambiental entre as pessoas das diversas áreas de negócios.

o curso é focado nos principais processos da empresa – mineração, usinas, transporte ferroviário e porto – e considera aspectos e impactos ambientais significativos, documentação, legislação ambiental aplicável, verificação da conformidade legal e técnicas de auditoria. durante o ano, foram realizadas quatro

174

504

159

29683

111

2006 2007 2008

678

455

194

CuSteiO inveStimentO

dispêndios ambientais (us$ milhões)

149

309

195

100

16859

128

81

107

2006 20062007

braSil

2007

OutraS lOCalidadeS

2008 2008

458

220268

187188

5

CuSteiO inveStimentO

dispêndios ambientais por localidade (us$ milhões)

25

turmas, que formaram 62 empregados. esses profissionais atuarão como membros da equipe de auditores ambientais internos da vale. InvEStIMEntOS AMBIEntAIS o volume de recursos aplicados na área ambiental pela vale, em 2008, foi de us$ 678 milhões, valor quase 50% superior ao realizado em 2007. a maior parte desses recursos destinou-se a três linhas de dispêndio:

• aquisição e implantação de equipamentos de controle ambiental, voltados a aprimorar o desempenho em operações já existentes;

• manutenção ambiental e de segurança geotécnica de nossas barragens e pilhas de estéril;

• reflorestamento e reabilitação de áreas degradadas, que integram o Programa vale florestar.

41

46 Relatório de Sustentabilidade 2008

qUAlIdAdE AMBIEntAl o sistema de gestão de qualidade ambiental determina o desenvolvimento de medidas de monitoramento, conservação, proteção e recuperação ambiental, voltadas a assegurar a manutenção e o resgate dos ecossistemas onde atuamos. nosso sistema tem como base as diretrizes da iso 14001 (international organization for standardization), às quais agregamos aspectos adicionais que formam o padrão de qualidade ambiental da vale. Com os objetivos de avaliar a gestão e garantir a evolução de nosso desempenho, várias operações são submetidas, periodicamente, a auditorias internas e externas.

as políticas, as normas e os procedimentos ambientais de caráter geral são definidos corporativamente, e a gestão fica sob responsabilidade das operações e das áreas de negócios.

GEStãO dOS RECURSOS hídRICOS estabelecemos, em 2007, a meta de aumentar em 1,5% o volume de reaproveitamento dos recursos hídricos nas operações de minério de ferro, pelotização e logística, no brasil para o ano de 2008. o resultado das ações empreendidas durante 2008 superou em muito a meta estabelecida, resultando em um incremento da ordem de 9 pontos percentuais no índice de reaproveitamento, que passou de 65% para 74% nessas unidades. um dos principais investimentos realizados para alcançar esse resultado foi o aumento na capacidade de reservar água para reaproveitamento. Com maior disponibilidade, as diversas áreas puderam otimizar o reúso de água.

empenhados em buscar formas de melhorar o uso da água, um grupo de empregados da unidade de Carajás, no estado do Pará, brasil, desenvolveu um projeto que possibilitou uma redução de 37% no consumo de água do setor de manutenção de caminhões e demais equipamentos de mineração, considerando a fonte de captação original1. o único investimento foi a instalação de um reservatório para captar água da chuva, com capacidade para mais de 60 m³. essa água, após ser filtrada, é usada na lavagem de componentes e peças dos equipamentos em manutenção. os resultados foram tão positivos que o projeto será replicado em outros setores.

em 2008, registramos um volume total de água utilizada nas unidades operacionais da vale de 335 milhões de m3. a água utilizada pela vale provém, principalmente, de captação superficial e de captação subterrânea.

1 Rebaixamento do lençol freático

total de água captada por tipo de captação(milhões de m3)

• Captação subterrânea: água proveniente de poços, incluindo rebaixamento do lençol freático para fins de mineração.

• Captação superficial: água proveniente de rios e lagos.

• Outros: captação pluvial, captação por empresa de abastecimento/concessionária.

2006 20082007

CaptaçãO Subterrânea CaptaçãO SuperfiCial OutrOS

163,3

333,3 335,4

92,0

139,2124,4

21,836,3

51,349,5

157,8 159,7

oPe

rad

or

sust

entá

veL

unidades com certificação iSO 14001

Minério de ferro e pelotização (todas as minas de minério de ferro e as plantas de pelotização de Tubarão e Fábrica);

Manganês e ferro-ligas (Azul e Morro da Mina, Vale Manganèse France e Vale Manganese Norway AS);

Níquel (Vale Inco Europe, Taiwan Nickel Refining Corporation, Jinco Nonferrous Metals, IATM Dalian, IATM Shenyang.);

Porto de Tubarão;

Alumínio (Alunorte, Albras e Valesul);

Caulim (PPSA e Cadam).

as empresas coligadas samarco e Mrn também possuem certificação iso 14001.

47

as ações voltadas a aumentar as taxas de recirculação e reutilização de água em diversas unidades contribuíram para a eficiência da gestão desse recurso. isso possibilitou que, mesmo com a inclusão dos dados da vale australia em 2008, o volume de água captada se mantivesse no mesmo patamar do ano anterior. em 2008, essa taxa atingiu 76%, acima da taxa de 2007. isso significa que, dos 1.368 milhões de m3 necessários para as operações da vale nesse ano, apenas 335 milhões de m3 foram retirados na natureza. dentre as razões desse resultado, se destacam o aumento da taxa de reutilização na área de negócio do alumínio, que, em 2008, atingiu a taxa de 91%, e o aprimoramento do registro da água de reutilização da vale inco, que passou a considerar o reaproveitamento da água das usinas.

Descarte

a gestão de recursos hídricos engloba, ainda, ações para reduzir a geração de efluentes e aprimorar o sistema de descarte. Levando em consideração a diversidade de produtos e atividades da vale, nossas unidades possuem diferentes sistemas de tratamento de efluentes líquidos. dentre eles, se destacam os sistemas de nível primário de decantação/sedimentação para o tratamento de efluentes provenientes do processo de beneficiamento, ricos em sólidos (efluentes industriais), e os sistemas físicos ou físico-químicos (coagulação/floculação) para o tratamento de efluentes oleosos gerados em oficinas de manutenção.

além de adequar a qualidade dos efluentes aos parâmetros legais de descarte, preservando as características ambientais locais, os sistemas de tratamento de efluentes da vale também têm como objetivo, em alguns casos, tornar possível o reúso da água em nossos processos.

1.033

335

628

333

480

163

2006 2007 2008

1.368

961

643

vOlume de água reCirCulada

e/Ou reutilizada vOlume de água Captada

Consumo total de água: reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada) + captada (em milhões de m³)

2006 2007 2008

7565

76

percentual de água reaproveitada* (recirculada e/ou reutilizada)%

* Calculado dividindo-se o total de água reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada) pelo consumo total de água. Caso considerássemos já, em 2007, o registro do reaproveitamento das águas das usinas da vale inco, o percentual estimado de 2007 seria de 70%.

volume total de efluentes gerados e descartados em 2008 por tipo total: 115 milhões de m3

efluenteS líQuidOS induStriaiS efluenteS líQuidOS OleOSOS efluenteS líQuidOS Sem neCeSSidade

de tratamentO*

1%11%

88%

* resultam de água utilizada em processos de resfriamento.

volume total de efluentes gerados e descartados em 2008 por destinação total: 115 milhões de m3

OCeanO lagOS riOS

10%

16%

74%

48 Relatório de Sustentabilidade 2008

GEStãO E dISPOSIçãO dE RESídUOS os programas de gestão de resíduos das unidades operacionais da vale têm como objetivo principal reduzir a geração interna e a disposição final em solo. esse trabalho engloba desde a separação dos diferentes materiais até a busca de alternativas de reprocessamento que permitam a aplicação dos resíduos em outras cadeias produtivas. temos investido no desenvolvimento de fornecedores locais e em pesquisa de novas tecnologias de reprocessamento. Caso o reprocessamento não seja possível, utilizamos disposições finais em aterros sanitários, considerando os controles ambientais necessários. a destinação final do resíduo é determinada por sua natureza (perigosa ou não perigosa).

nossa meta, estabelecida em 2007, era reduzir em 1% a geração específica de resíduos contaminados com óleo, nas operações de minério de ferro, pelotização e logística, no brasil, no ano de 2008. todas

as áreas operacionais alcançaram a meta, e a média geral de redução foi de 34,1%, superando em muito nossas expectativas.

entre as ações que contribuíram para essa melhoria estão:

• adequação e melhoria no tratamento dos filtros de óleo de locomotiva, na estrada de ferro vitória a Minas (efvM);

• implantação de secagem da borra oleosa recolhida dos separadores de água e óleo, na área de manganês;

• treinamentos específicos para aumentar

a conscientização em relação à gestão de resíduos;

• investimento nos postos de abastecimento das ferrovias para reduzir a geração de lastro contaminado.

no ano de 2008, a vale gerou um total de 487 mil toneladas de resíduos, sendo 19% de resíduos perigosos.

91

397

58 76

313

471 487

2006 2007 2008

Quantidade consolidada de resíduos gerados(mil toneladas)

255

395

perigOSOS nãO perigOSOS

geração total de 2008 por tipo de resíduo (total = 487 mil toneladas)

¹ Plásticos, papel, papelão, vidros, tecidos, lonas e polímeros.

² resíduos de serviços de saúde, pilhas e baterias, resíduos de amianto, resíduos contendo mercúrio (ex: lâmpadas fluorescentes.), tintas e vernizes.

14%

3%

3%

3%

1%

24%

19%

16%

9%

8%

metálicos areia, brita, entulho de obra resíduos domésticos madeira resíduos mistos (ex: resíduos eletroeletrônicos, fios, epls etc.)

borrachas e pneus Outros resíduos não perigosos1

lodos e borras óleos e graxa e resíduos contaminados com óleos e graxas

Outros resíduos perigosos2

não perigosos

perigosos

oPe

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sust

entá

veL

49

187

241

206

213

98

187

o aumento do volume de resíduos perigosos gerados entre 2007 e 2008 se deve principalmente à inclusão dos dados do negócio de carvão.

as modalidades de disposição final de resíduos mais expressivas na vale são reciclagem e disposição em solo. a tendência observada de aumento na modalidade reciclagem está em linha com o objetivo da gestão de resíduos da vale. as áreas de negócio de Minério de ferro e Manganês são responsáveis por 67% da destinação para reciclagem, principalmente em função da venda de sucatas metálicas para reaproveitamento em fornos siderúrgicos e sucata de borracha para reprocessamento na produção de pequenas peças, demonstrando um esforço das unidades operacionais em aumentar a destinação de seus resíduos e reduzir seus estoques.

OutrOS COprOCeSSamentO rerrefinO inCineraçaO COmpOStagem diSpOSiçãO em SOlO reCiClagem

2006 2007 2008

476467

320

disposição total de resíduos (mil toneladas)

disposição final de resíduos 2006 320 mil toneladas

31%

3% 6%0%

58%

1%1%

disposição final de resíduos 2007 467 mil toneladas

44%

2%2%

46%

4%1%

1%

a disposição de resíduos em solo engloba disposições em aterros sanitários internos e externos. a redução da modalidade reciclagem em 2007 deve-se à entrada da vale inco. em 2008, já retomamos a tendência de aumento.

as diferenças entre a quantidade de resíduos gerados e a quantidade de destinação final devem-se à estocagem temporária.

disposição final de resíduos 2008 476 mil toneladas

39%

3%

50%

5%1%

2%

50 Relatório de Sustentabilidade 2008

a vale se preocupa com o correto armazenamento e disposição de seus resíduos. quando gerados, eles são dispostos em áreas intermediárias internas e posteriormente transportados a destinatários homologados, sempre observando os controles ambientais necessários em cada etapa.

a vale não transporta resíduos perigosos entre países. a exceção seria a inmetco, empresa controlada, localizada nos estados unidos, que encaminha baterias contendo chumbo para reciclagem em uma empresa especializada localizada em quebec, no Canadá. entretanto, conforme acordo bilateral entre Canadá e estados unidos, as baterias são consideradas “insumo” e, portanto, não devem ser classificadas como resíduo2.

2 No relatório de 2007, foi informado o transporte de 416 toneladas de resíduos perigosos (0,55% do total de resíduos perigosos gerados), não tendo sido considerado o acordo bilateral entre EUA e Canadá, mencionado acima. Em função disso, os resíduos transportados entre os dois países não foram contabilizados como resíduos perigosos em 2008. O valor reportado em 2007 também foi readequado.

força à coleta seletivaConscientização, investimento e ação. essa foi a linha de trabalho seguida pelo Projeto de Compostagem, realizado na Mina de Carajás, no estado do Pará, brasil. a primeira fase do projeto foi o aprimoramento do processo de coleta seletiva, tanto na área residencial, como na comercial, do núcleo urbano de Carajás. isso incluiu uma campanha de conscientização, realizada em parceria com os alunos da escola local, além da distribuição de coletores específicos para o material orgânico e de cartilhas com orientação para a separação do lixo.

ao mesmo tempo, foram realizados investimentos no sistema de armazenagem dos resíduos, com o objetivo de ampliar a capacidade de compostagem. Para garantir melhores resultados, foi criado um comitê específico de coleta seletiva, com a função de realizar ações de inspeção e avaliação do processo.

o principal resultado foi garantir que apenas uma pequena parcela de resíduos gerados pelo núcleo seja direcionada ao aterro sanitário. além disso, o aumento do volume de adubo produzido no sistema de compostagem, de 700 toneladas, em 2007, para 1.000 toneladas, em 2008, permitiu ampliar o uso desse material pelos pequenos agricultores da região, sobretudo da área de Proteção ambiental do gelado. também permitiu o uso de adubo orgânico na recuperação de áreas degradadas e no plantio de mudas.

oPe

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veL

RESídUOS dA MInERAçãO E MEtAlURGIA

a atividade de mineração e metalurgia gera grandes volumes de resíduos minerais, em geral estéril, rejeito e escória. os resíduos mínero-metalúrgicos da vale são considerados inertes, com base nas análises de caracterização dos materiais feitas de acordo com as normas específicas do setor3. Como forma de aprimorar o manejo desses resíduos nas barragens (de rejeitos, água e sedimentos) e nas pilhas (de estéril e minério), estamos implementando o sistema de gestão de barragens e Pilhas (sgbP), no brasil.

a partir dessa melhoria, a empresa terá uma ferramenta sistematizada para a tomada de decisão em relação a investimentos, estratégias de aumento de produção e acompanhamento de planos de ação decorrentes de auditorias, condicionantes de licenças ou demandas operacionais para

3 A única exceção é o RGC (Revestimento Gasto de Cuba), resíduo perigoso gerado nas unidades de alumínio no Brasil devido ao processo natural de desgaste da cuba eletrolítica. O RGC representa menos de 0,003% do volume total de resíduos da Vale. Garantimos sua destinação adequada por meio de: adequação granulométrica realizada internamente, na própria unidade operacional, e posterior direcionamento para coprocessamento em cimenteiras, todas ambientalmente licenciadas para executar essa atividade.

total de resíduos minero-metalúrgicos (milhões de toneladas)

507655 657

2006 2007 2008

OutraS áreaS de negóCiO*

minériO de ferrO - reJeitO

minériO de ferrO - eStéril

392

5262 80

394430

63

163184

* incluem estéril e rejeito da mineração de níquel, potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de manganês), lama vermelha (alumina) e rgC (alumínio).

CA

SE

51

as barragens e pilhas. além disso, o sgbP permitirá consolidar e tornar disponíveis as informações sobre as estruturas geotécnicas, criando indicadores e planilhas de risco ao negócio para as áreas operacionais e corporativas.

a cada três anos, realizamos uma auditoria técnica de segurança corporativa nas 220 barragens e 260 pilhas da vale no brasil. as estruturas de pilhas e barragens são consideradas no controle ambiental e mapeadas conforme a lei sarbanes-oxley (sarbox).

nas unidades de sudbury da vale inco, os riscos são inicialmente avaliados por um conselho de especialistas externos (geotechnical review boards), que fornece uma visão geral, com recomendações e instruções para melhorias. esse conselho se reúne anualmente para revisar todos os aspectos referentes à estrutura, construção e operação das áreas de disposição de resíduos.

nas unidades da vale inco, o potencial de lixiviação de metais presentes nos resíduos é considerado no Plano de fechamento de Mina, por meio da realização de testes nas áreas de disposição de resíduos. nas unidades de sudbury, estão sendo

implementadas formas de avaliação em larga escala. nas unidades de newfoundland e Labrador, o potencial de lixiviação de metais presentes nos resíduos é avaliado na fase de estudos ambientais e no plano piloto do projeto.

a vale inco integra a international network for acid Prevention (inap), iniciativa global que tem como objetivo desenvolver formas de evitar os riscos de contaminação do ambiente por materiais provenientes dos resíduos da mineração.

Reciclagem

em geral, nas atividades de mineração, logística e geração de energia, não há muita oportunidade de reciclagem voltada para o próprio processo produtivo. no entanto, algumas áreas realizam a reciclagem de produtos pós-consumo: entre estas, a área de negócio de alumínio, por meio da planta de transformação de alumina em alumínio da valesul, no estado do rio de janeiro, brasil4, e a área de níquel, por meio da inmetco, localizada nos estados unidos, e da vale inco europe (refinaria Clydach), no reino unido. Para as unidades de níquel,

4 As embalagens não foram consideradas neste indicador, pois sua relação de massa com os produtos é insignificante.

esse é o primeiro ano de registro, o que representa um aprimoramento em relação ao relatório anterior.

a valesul realiza o acompanhamento do percentual de reciclagem de sucata interna e de refusão de produtos recuperados, com o objetivo principal de aumentar o uso de sucata externa e, assim, possibilitar o aumento da produção. a quantidade de sucata interna gerada é afetada por diferentes fatores, como mix de produção, eficiência dos processos e práticas operacionais. de modo geral, o objetivo é reduzir a geração de sucata interna para minimizar a necessidade de fundir duas vezes um mesmo material. a redução abre espaço para aumento da refusão da sucata externa, ou seja, a utilização de produtos pós-consumo.

Para a reutilização de produtos derivados de material secundário (pós-consumo e refugo industrial), destacam-se valesul e albras e as unidades de níquel inmetco, thompson, sudbury e vale inco europe (refinaria de acton). o aumento em 2008 observado no gráfico abaixo decorre da inclusão dos dados das unidades de níquel.

4% 4%11%

2006 2007 2008

813

575531

(mil toneladas)

percentual de materiais secundários com relação às vendas

Quantidade de refugO de fOnte induStrial e material reCiCladO póS-COnSumO

Quantidade de prOdutO vendidO

% (material reCiCladO póS-COnSumO + refugO induStrial) / prOdutO vendidO

os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia gri.

percentual de utilização de material pós-consumo com relação às vendas (mil toneladas)

2006 20082007 Quantidade de material reCiCladO póS-COnSumO Quantidade de prOdutO vendidO Quantidade de prOdutOS e embalagenS

reCiCladOS internamente% material reCiCladO póS-COnSumO / prOdutO vendidO

13 1321 21 21

8918 16 13

93 106

165

os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia gri.

14% 12%13%

52 Relatório de Sustentabilidade 2008

MAtERIAIS USAdOS

Com relação aos insumos adquiridos de fornecedores, utilizados em nossos processos produtivos e que não compõem nossos produtos finais, os seis itens mais significativos, conforme sua relevância nos valores de compras da vale, estão listados acima. além desses itens, o consumo de combustíveis foi considerado na seção de energia. Com exceção dos dormentes provenientes de madeira certificada, os demais materiais são classificados como não renováveis.

GEStãO dE RISCOS AMBIEntAIS

nossos negócios envolvem armazenamento, manuseio, uso, transferência e descarte de produtos químicos diversos, como óleos lubrificantes e combustíveis, alguns potencialmente perigosos. a gestão desses materiais visa minimizar os riscos de nossas operações, por meio de procedimentos técnicos, equipes capacitadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas, a fim de nos manter

os impactos desses eventos ao meio ambiente estão relacionados à contaminação do solo ou de recursos hídricos. Contudo, todas as unidades, contando com seus planos de atendimento a emergência, atuaram para a remediação desses impactos, bem como atuam preventivamente na manutenção de seus sistemas de controle.

Para atender às situações de risco, cada unidade operacional da vale conta, ainda, com um Plano de atendimento à emergência específico, além de pessoal capacitado, estando, assim apta para minimizar as perdas e reduzir a possibilidade de danos ambientais. devido ao risco de suas operações, nossas unidades possuem, ainda, seguros que contemplam cenários de derramamentos e seus possíveis impactos ambientais. COnFORMIdAdE

o processo de manutenção da conformidade ambiental exige monitoramento e avaliação permanentes, além de agilidade na busca de soluções para as eventuais ocorrências de não conformidade. não há novos casos considerados significativos ou relevantes6 a serem relatados no período de 2008. entretanto, merece destaque o encerramento de cinco dos casos citados no relatório de 2007, restando, no ano de 2008, nove casos (entre judiciais e administrativos) ainda pendentes de decisão. nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa, nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário7.

6 Os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor; c) os decorrentes de sanções não monetárias.

7 Em 2007, foram relatados 14 processos, sendo dez processos de natureza judicial (ações de reparação de dano) e quatro processos de natureza administrativa (três sanções monetárias e uma não monetária), cujos valores envolvidos totalizavam o montante de US$ 2 bilhões, à época. Esse total abrangeu valores de multas e montantes estimados (com base no valor requerido nos processos judiciais), o que, todavia, não representa uma quantia real e certa, até porque não existe uma liquidez expressa numa decisão final ou num ato de reconhecimento pela Vale, como no caso de pagamento. Em razão disso, neste ano e para melhor atender ao escopo do indicador EN28 da GRI, passamos a considerar os casos existentes e que se encaixam no critério de relevância, sendo que divulgamos apenas os valores que apresentam uma quantia certa reconhecida como devida pela Vale ou já paga, para evitar eventuais distorções com relação à realidade dos processos administrativos e judiciais que, por estarem ainda pendentes de decisão final, normalmente não apresentam definição ou precisão quanto aos valores em discussão.

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material volume comprado em 2008Nitrato de amônio                 146,1 mil toneladas Correias transportadoras                 330,8 mil metros Dormente                1,4 milhão de unidades Explosivos 5,9 milhões de toneladas Óleo lubrificante                    23,7 milhões de litros Pneu fora de estrada                      6,9 mil unidades

não foram considerados itens que são contabilizados no ativo fixo da vale.

derramamentos - produtos volume (m3)Salmoura 1.075,0Álcool e hidrocarbonetos 136,2Água com sólidos em suspensão 350,0Produtos químicos diversos 0,8total 1.562,0

em conformidade com a legislação e com os demais requisitos aplicáveis.

implementamos, em 2008, o Processo de análise e gerenciamento de riscos de saúde, segurança e Meio ambiente, que se baseia em uma visão integrada dos riscos, tanto ambientais, como de saúde e segurança (mais detalhes na página 40).

dessa forma, será possível homogeneizar, em todos os nossos negócios, a classificação dos eventos perigosos e os critérios para a tomada de decisão em função dos riscos identificados nas diversas fases do ciclo de vida dos nossos empreendimentos. no entanto, em 2008, foram identificados 34 derramamentos significativos5, que ocorreram devido a vazamentos de sistemas de controle associados.

5 “Derramamento significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança dentro ou fora da unidade operacional.

Com a entrada da Vale Inco em 2007, nossa principal fonte de captação de água passou a ser a captação superficial

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no brasil, foi encerrada a autuação contra a vale em razão de irregularidade no posto de combustível da pera ferroviária de Carajás, no Pará (sanção administrativa não monetária). no relatório anterior, já havia sido comunicado que a vale sanou o problema e retomou normalmente suas atividades, anteriormente suspensas.

existiam, também, três multas administrativas impostas pelos órgãos públicos de controle ambiental em razão do acidente ferroviário da empresa ferrovia Centro atlântica (fCa), controlada pela vale, ocorrido no município de itaboraí, no rio de janeiro. uma delas foi cancelada em decisão judicial, mas ainda está sujeita a confirmação pelo tribunal. as outras duas são casos encerrados em virtude de acordos firmados com os órgãos públicos. em um desses acordos, que foi homologado pelo tribunal em ação também promovida contra a empresa (fCa) pelo mesmo fato, foram suspensas as multas administrativas e encerrado o processo judicial. o cancelamento em definitivo das multas ocorrerá após o cumprimento do acordo.

entre as ações judiciais relevantes, permanecem as duas envolvendo as operações das minas de ferro da vale em itabira, em Minas gerais, brasil, sob alegação de dano. também permanecem as quatro associadas ao licenciamento da mina de Capão xavier da Mbr, em belo horizonte, Minas gerais, brasil, e, no Município de vitória, espírito santo, brasil, continua em processamento uma ação por suposta poluição atmosférica. em todas, espera-se o julgamento pela improcedência dos pedidos.

no Canadá, dos dois processos judiciais envolvendo a vale inco, um foi encerrado. o caso iniciado pelo Ministério do Meio ambiente de ontário, o qual alega excessos nas concentrações permitidas de so2 em nossa operação de sudbury, e reportado no relatório gri de 2007 foi retirado pelo Ministério do Meio ambiente. Permanece uma ação civil, na qual se alega o declínio no valor de residências como resultado de suposta contaminação histórica no solo relacionada à refinaria de Port Colborne, na qual a empresa vem se defendendo.

EnERGIA

Eficiência energética, nossa prioridade

tanto no nível operacional, como no corporativo, buscamos adotar ações alinhadas às nossas diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono (leia mais em www.vale.com). Pretendemos avançar, cada vez mais, no uso de fontes renováveis de energia e na sistematização de informações que nos ajudarão a tomar decisões estratégicas e a reduzir riscos.

Para planejar ações integradas de eficiência energética, realizamos diagnósticos visando à identificação de riscos e oportunidades associados às nossas operações. Com base nos resultados desses estudos técnicos, estabelecemos desde medidas pontuais,

de curto prazo, até iniciativas estruturadas, que necessitam de mais tempo para ser implementadas.

a realização de diagnósticos começou em 2008, pela usina de Pelotização fábrica (Minas gerais, no brasil). o estudo foi concluído em junho de 2009. a unidade já possui um grupo técnico de eficiência energética (gtee) para implementar recomendações identificadas.

além da formação de novos gtees, temos outros diagnósticos encomendados, entre os quais os que se destinam às operações da vale inco (incluindo sudbury, thompson, Clydach e Pt inco), onde planejamos reduzir o consumo de energia em 5%, nos anos de 2009 e 2010, se comparado a 2008. os demais estudos abrangem as seguintes unidades operacionais no brasil: usina de

eficiência no centro das atençõeso reino unido tem, atualmente, uma das mais rigorosas legislações ambientais e energéticas do mundo, e inclui um imposto sobre mudanças climáticas, criado em 2001. o tributo é uma taxa de energia que encarece em cerca de 15% as contas de eletricidade das empresas britânicas. no entanto, os consumidores intensivos de energia, como as siderúrgicas, têm a possibilidade de aderir a um acordo sobre Mudanças Climáticas, de forma a atenuar os efeitos do imposto em até 80%, em troca do estabelecimento de metas para poupar energia.

o acordo sobre mudanças climáticas está em vigor na refinaria Clydach, em swansea, País de gales. Para atender às metas de eficiência energética e reduzir o imposto a pagar, a refinaria implementou uma série de iniciativas, entre elas a nomeação de um superintendente de energia, responsável por promover a conscientização e identificar projetos de redução do consumo.

a comunicação com os empregados é uma prioridade nesses esforços: apresentações sobre o consumo de energia integram o treinamento anual sobre uso, políticas, projetos e planejamento de longo prazo destinado aos profissionais. uma seção sobre energia foi incluída no boletim mensal (distribuído a todos os empregados), destacando a sua utilização e quaisquer informações ou notícias relevantes no mês.

o envolvimento dos funcionários tem sido fundamental nesse processo, que também conta com investimentos em novas tecnologias, monitoramento rigoroso do consumo, além de identificação de oportunidades de redução do desperdício. Com essas e outras medidas, a expectativa é melhorar a eficiência energética em 5%, em 2009.

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54 Relatório de Sustentabilidade 2008

energia direta

Consumo consolidado de insumos combustíveis (mil tj/ano)

18

43

62

34

44

2006 2007 2008

151145

105

14

51

42

25

1321

Outros**

Carvão mineral

gás natural

óleo combustível

diesel

biodiesel (b100)

etanol

hidrelétrica (pChs)*

Carvão vegetal renováveis

não renováveis

a vale consumiu 145 mil terajoules (tj) de insumos combustíveis no ano de 2008, o que representou uma redução de 4% em relação a 2007. isso se deve à queda de produção de algumas das nossas operações e também ao aprimoramento da coleta de dados: passamos a considerar todos os tipos de combustíveis consumidos (maior especificidade na coleta) e também fatores de poder calorífico específicos de cada país, em vez de fatores médios globais.

no ano de 2008, tivemos dois movimentos de substituição de combustível nas unidades do brasil. as pelotizadoras passaram a utilizar gás natural no lugar do óleo combustível, e a alunorte começou a substituir essa fonte pelo carvão mineral. essas substituições causaram uma redução de 22% no consumo do óleo combustível. em contrapartida, tivemos aumentos de 84% no volume de gás natural utilizado e de 40% no consumo de carvão em nossas unidades brasileiras.

também fomos uma das primeiras empresas brasileiras a testar em nossas operações a viabilidade do biodiesel puro (b100) e a mistura b20 (20% de biodiesel puro e 80% de diesel comum), durante o ano de 2007. no brasil, a vale aumentou, a partir de julho de 2008, o percentual de adição de biodiesel no diesel de 2% para 3%. Com a continuidade do programa do governo federal de incentivo à produção de biocombustíveis, há perspectivas de que, em 2020, seja exigida uma mistura de 20%. Por intermédio de investimentos em produção própria de biodiesel, trabalhamos para utilizar 20% já em 2014 (leia mais nos Pilares do Programa Carbono vale, págs. 77 a 79).

o consumo de diesel, outro combustível muito utilizado na vale, foi reduzido em 2,4%. essa queda é reflexo da redução da produção no último trimestre do ano.

* Pequenas Centrais hidrelétricas próprias.** Propano, gLP/Propano, querosene, gasolina, Coque e Co rich gas.

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Pelotização Kobrasco (estado do espírito santo), usina da vale Manganês (estado de Minas gerais), edifício barão de Mauá (nossa sede no rio de janeiro), além de minas e usinas de alegria, no Complexo de Mariana (estado de Minas gerais), Conceição (estado de Minas gerais), e Carajás (estado do Pará).

tivemos avanços, em 2008, envolvendo o uso de tecnologias inovadoras e aumento do uso de fontes renováveis de energia no brasil (leia mais em vse, pág. 83). também promovemos ações de capacitação, conscientização e mobilização, que se somam ao esforço global de equilíbrio climático e redução do consumo de energia.

COnSUMO dE EnERGIA dIREtA

o consumo de energia direta caracteriza-se pela utilização da energia de combustível diretamente no processo. na vale, os processos que consomem mais energia de forma direta são os fornos das pelotizadoras, as locomotivas dos trens e as caldeiras que geram vapor para a produção de potássio e alumina.

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COnSUMO dE EnERGIA IndIREtA ao longo de 2008, tivemos dois cenários distintos: um de aumento de consumo de eletricidade, entre janeiro e setembro, e outro de queda, de setembro a dezembro, já refletindo o impacto da crise econômica mundial em nossa produção.

no total, o consumo de energia indireta da vale chegou a 19,3 twh, representando uma queda de 15% em relação a 2007. o resultado também foi influenciado pelo aprimoramento na metodologia de coleta e no conceito desse indicador para o ano de 20088.

COnSUMO tOtAl dE EnERGIA ElÉtRICA

Como grandes consumidores de energia, acreditamos que, ao investirmos na sua produção para atender à demanda das nossas operações globais, nos protegemos contra a volatilidade dos preços, além de minimizar riscos regulatórios, climáticos e de suprimento.

8 A metodologia atual não considera alguns insumos que foram reclassificados como energia direta. Caso aplicássemos esse conceito para 2007, a queda no consumo de energia indireta da Vale de 2007 para 2008 seria de 4,3%.

a vale produz 34% da sua necessidade de energia elétrica, seja por meio de hidrelétricas ou do potencial de geração dos combustíveis.

do total consumido, 6,2 twh foram produzidos por nossas usinas hidrelétricas, seja no brasil ou no exterior (sendo 66% produzidos pelas usinas das quais participamos por meio de consórcios e por nossas PChs no brasil, e 34%, pelas usinas hidrelétricas da vale inco no Canadá e na indonésia).

também utilizamos energia elétrica produzida por fontes térmicas, 1,5 twh:

• a cogeração energética na Alunorte aproveita o vapor do processo para gerar 0,23 twh (23% do consumo);

• o processo da Cadam, por meio dos geradores a óleo combustível, supre toda a unidade com um total de 0,23 twh;

• as unidades Voisey’s Bay e PT Inco, juntas, geram 1 twh de eletricidade.

distribuição do consumo total de energia elétrica

braSil amériCa dO nOrte eurOpa áSia OCeania

0,4%

70,6%

13,5%

12,8%2,7%

Consumo consolidado de energia elétrica

2006 2007 2008

60,5 mil tj

81,9 mil tj

69,6 mil tj16,8 twh

22,7 twh

19,3 twh

Combustíveis 2008 unidadesCarvão vegetal 155 milhares de toneladas métricasCarvão 906 milhares de toneladas métricasGás natural 899 milhões de m³GLP 2.319 toneladasÓleo combustível 6 milhões de toneladas métricasGasolina 6 milhões de litrosDiesel 359 milhões de litrosBiodiesel-B2 959 milhões de litrosQuerosene 6 milhões de litrosPropano 427 milhares de m³Coque 23 milhares de toneladas métricasCO rich gas 8 milhões de m³PCHs 2,20 twh

Consumo total de energia direta em unidades usuais

56 Relatório de Sustentabilidade 2008

7,7%

2,0%0,3%

0,01%0,6%

23,6%

24,5%

19.9%

5,8%11,9%3,7%

* Pequenas Centrais hidrelétricas próprias. ** Propano, gLP/Propano, querosene, gasolina, Coque e Co rich gas. *** biomassa, nuclear, térmica

matriz energética consolidada 2008 (total = 214,6 mil tj)

óleo combustível diesel gás natural

Carvão mineral pChs próprias*

Carvão vegetal biodiesel (b100) Outros**

etanol

eletricidade comprada - outros***

eletricidade comprada - hidrelétrica

energia direta

energia indireta

MAtRIz EnERGÉtICA

o consumo de todas as fontes diretas e indiretas na vale está apresentado na matriz energética. Conforme pode se observar pelo gráfico abaixo, 76% de nossa energia indireta (eletricidade comprada) é proveniente de fontes hidrelétricas, o que contribui para os baixos níveis de emissões indiretas de Co2

(para mais detalhes, leia o capítulo de Mudanças Climáticas, págs. 76 a 84). InICIAtIvAS dE nOSSAS OPERAçõES além das ações corporativas já mencionadas, destacamos iniciativas de unidades operacionais identificadas como oportunidades de eficiência energética:

automação • Na Usina de Sossego (Estado do

Pará, brasil), onde produzimos cobre, nossos empregados identificaram oportunidades de automação de diversos processos. assim, passamos a monitorar a planta em tempo real. as ações visam alertar quando algum equipamento está operando em vazio, ou seja, funcionando sem contribuir para o processo produtivo. Caso isso ocorra, é sinalizada ao operador a possibilidade de desligá-lo, o que levou à redução do consumo de energia elétrica em torno de 1,5%.

• Na Mina de Conceição (Estado de Minas gerais, brasil), reconfiguramos os sistemas de bombas de vácuo da filtragem e automação das bombas de captação de água.

• Outras oportunidades de redução de

consumo de energia foram identificadas em vitória (estado do espírito santo, brasil), a partir da avaliação do forno, dos secadores e de ventiladores nas usinas de pelotização.

ferrovias• Por meio de estudos operacionais,

a vale decidiu pela utilização de um modelo operacional de trens mais longos, que permitem ganhos em eficiência energética e produtividade. na estrada de ferro Carajás (efC), a partir de 2008, foram substituídos os trens de 220 vagões por composições maiores, de 330. Com essa modificação, foi evidenciado um ganho de eficiência energética de aproximadamente 3%. essa estratégia também foi utilizada na estrada de ferro vitória a Minas (efvM), onde foi alterado o tamanho das composições de 168 para 252 vagões. os ganhos de eficiência registrados foram equivalentes aos da efC.

• No segundo semestre de 2008, a Vale

iniciou os testes operacionais de um sistema de freios eletropneumáticos na efvM. nesse sistema, o sinal de aplicação do freio é transmitido por um cabo elétrico, praticamente ao mesmo instante, em todo o trem, diferentemente do processo usual, no qual o sinal é propagado através de uma tubulação de ar. esse sistema permite que o maquinista aplique e alivie os freios gradualmente, buscando um melhor ajuste. a nova tecnologia assegura redução das paradas desnecessárias, aumento da eficiência energética, melhoria da velocidade e incremento da segurança.

portos• No Terminal Marítimo Ponta da Madeira

(estado do Maranhão, brasil), foi realizado um estudo para avaliar o perfil de consumo de energia por tonelada produzida. o levantamento definiu 21

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trem verde, mais gás nas locomotivas

o que contribuiu para superar uma grande dificuldade de armazenamento do combustível.

estimativas indicam que, com o uso de gás nas locomotivas das ferrovias efvM e efC, deixarão de ser emitidas, anualmente, 73 mil toneladas de Co2 equivalente na atmosfera. o volume corresponde ao sequestro de Co2 de mais de 155 hectares de mata nativa e equivale, também, às emissões de uma cidade não industrializada de aproximadamente 9 mil habitantes.

prioridades para otimização do consumo energético. as ações serão implementadas em 2009. o trabalho poderá ser replicado em outros portos da vale.

gestão da qualidade• O Programa de Gestão Automatizada de

Combustíveis visa a garantir a qualidade e o controle da quantidade do combustível recebido nas nossas áreas operacionais.

todas as informações de uso do combustível são armazenadas em sistema e estão acessíveis aos gestores locais das frotas e dos

em fevereiro de 2009, lançamos o trem verde, projeto em desenvolvimento há quatro anos. a partir de uma tecnologia inédita no brasil, testaremos o desempenho de locomotivas movidas com uma mistura de diesel comum ou biodiesel e até 70% de gás natural. o projeto está sendo implantado, em caráter experimental, na estrada de ferro vitória a Minas (efvM).

alinhado ao Programa Carbono vale (leia mais na página 76), o projeto trem verde teve apoio das empresas white Martins s.a. e gás Local, que transformou gás natural em gás liquefeito,

postos, junto de um conjunto de indicadores de desempenho dos equipamentos e conciliação de estoque. Com isso, é possível ter ação direta sobre equipamentos que apresentem consumo acima do esperado e vazamentos.

o programa, em implantação na efC e nas unidades de Carajás, Paragominas e sossego (no estado do Pará, brasil), além de Mariana e itabira (estado de Minas gerais, brasil), controla aproximadamente 35% do combustível utilizado, trazendo ganhos de eficiência energética para a vale.

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58 Relatório de Sustentabilidade 2008

Catalisador do desenvolvimento local

60_Desenvolvimento local

68_Cadeia de valor

Por meio da transformação de recursos minerais em desenvolvimento social, prosperidade econômica e preservação ambiental, contribuímos para o bem-estar da sociedade. Entretanto, para que isso aconteça de fato, é fundamental respeitar as características culturais e institucionais de cada região onde estamos presentes.

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MOATIZE, MOÇAMBIQUE

Província de Tete, em Moçambique, onde está em implantação o projeto de exploração de carvão Moatize. O projeto envolve investimentos em capital humano, infraestrutura e fomento de atividades econômicas.

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60 Relatório de Sustentabilidade 2008

DESENVOLVIMENTO LOCAL

Legado para gerações futuras

Junto da sociedade, trabalhamos para construir um modelo de desenvolvimento sustentável que permaneça mesmo depois de finalizadas nossas operações

A busca pela construção de um legado social, econômico e ambiental positivo nos territórios onde operamos é um dos princípios que dão base à Política de Desenvolvimento Sustentável da Vale. Nossas atividades, em especial a mineração, são limitadas ao tempo de vida útil da jazida mineral e, portanto, nossa presença em um determinado local, em geral, é finita. Nosso desafio é realizar, ao longo do ciclo mineral, ações catalisadoras das vocações econômicas regionais, que possam garantir a perpetuidade do bem-estar social, em equilíbrio com o meio ambiente.

Na busca desse objetivo, a Vale realiza ações de gestão que potencializam os efeitos positivos de nossa presença, reduzem os riscos sociais das operações e, ao mesmo tempo, contribuem para fortalecer as bases do desenvolvimento

local no longo prazo. Investimos na integração com os agentes públicos e sociais para estimular:

• a contratação local de empregados e fornecedores;

• a educação para o desenvolvimento humano, para o trabalho e para geração de renda;

• o planejamento do uso dos impostos gerados pelas nossas operações;

• a diversificação da economia local;

• o fortalecimento das instituições;

• a conservação ambiental e cultural. Dessa forma, buscamos construir redes de relacionamento transparentes, embasadas

Fácil leituraDisponibilizar materiais educativos não apenas de alta qualidade, mas também de fácil leitura, é fundamental no aprendizado. Essa foi a justificativa que levou o Departamento de Relações com a Comunidade da PT Inco, controlada pela Vale Inco, a embarcar em um ambicioso projeto de produção de livros, em parceria com educadores locais, nas províncias de Sulawesi do Sul, Central e do Sudeste da Indonésia. “Por meio de uma avaliação conduzida em 2004, descobrimos que muitos dos livros utilizados por escolas infantis de Ensino Fundamental tinham um conteúdo que não era familiar nem relevante à cultura dos alunos e à dos professores,” afirma Ann Sjamsu, Superintendente de Desenvolvimento da Comunidade na PT Inco.

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Para reverter a situação, a PT Inco solicitou o auxílio da makassar State University (mSU) no desenvolvimento de um programa de treinamento que proporcionaria a um grupo de talentosos professores locais a habilidade de redação e pesquisa necessária para criar novos livros padronizados. A mSU foi encarregada, também, de validar as informações contidas nos trabalhos. “A nossa meta foi criar material de leitura baseado no currículo nacional, mas com conteúdo que refletisse a cultura local”, segundo Sjamsu. o objetivo já está sendo alcançado. Em 2008, nove livros de autoria de professores locais foram publicados e estão sendo usados por centenas de crianças matriculadas nas escolas da Indonésia.

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no diálogo permanente e no respeito à cultura de cada povo. Ao mesmo tempo, investimos em ferramentas de gestão para fomentar o desenvolvimento dos territórios. Nossa intenção é construir, junto da sociedade, as bases para a melhoria contínua da qualidade de vida.

GESTãO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Possuímos diversos programas e ferramentas, nas nossas diferentes áreas e regiões de atuação, para gerenciar os impactos socioambientais decorrentes de nossas atividades.

Na análise de viabilidade de implantação de projetos, adotamos a metodologia Front-End-Loading (FEL), que abrange aspectos sociais, de saúde, segurança e meio ambiente, além de riscos econômicos e operacionais (leia mais em Gestão de Riscos, pág. 25).

Além disso, com base no estudo ambiental, social e econômico realizado no EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente), consideramos os potenciais impactos de nossa presença nas regiões já na fase de licenciamento e implantação dos nossos projetos.

Essas ferramentas, em conjunto com os Diagnósticos Socioeconômicos realizados pela Fundação Vale, pautam nossos Programas de Gestão de Impactos Ambientais e Socioeconômicos, destinados a buscar mecanismos para

evitar ou minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos de nossa atuação. Esses programas são aplicados de acordo com a necessidade de cada empreendimento e consideram as particularidades de cada região.

Por meio dessas ferramentas, identificamos os principais impactos associados à presença da mineração. Dentre eles, destacamos:

Impactos econômicos diretos positivos:• Geração de Empregos• Qualificação Profissional• Aumento da arrecadação pública• Contratação de produtos e serviços locais• Investimentos em infraestrutura

Impactos econômicos diretos negativos:• Impactos ambientais, tais como

poeira e ruído• Interferência com o uso da terra• Riscos de acidentes

Impactos econômicos indiretos positivos:• Aumento da massa salarial, beneficiando

a geração de renda• Alavancagem de outros setores econômicos• Atração de fornecedores• Desenvolvimento de fornecedores locais• Atração de investimentos das várias

esferas do poder público e privado

Impactos econômicos indiretos negativos:• Pressão sobre a infraestrutura e os serviços

públicos, devido ao aumento demográfico• Especulação imobiliária em áreas remotas,

em função da baixa oferta de moradia e da alta demanda

• Geração do efeito de vazamento econômico, em razão da contratação de fornecedores e empregados de outras regiões, pela falta de empresas e pessoas especializadas no local

Em 2008, realizamos novos Diagnósticos Socioeconômicos. os estudos, realizados para as operações de Carborough Downs, Integra Coal e Broadlea, na Austrália, demonstraram que o estímulo da economia da região, devido a investimentos em infraestrutura e ao efeito renda causado pelos empregos gerados pela mina, foi o principal impacto econômico indireto identificado.

Já em moçambique, no projeto moatize, a geração de trabalhos em diversos setores da economia foi o maior impacto indireto identificado. Está sendo desenvolvido um estudo para medir e acompanhar os impactos do projeto por meio de indicadores socioeconômicos.

No caso dos diagnósticos socioeconômicos realizados nas áreas de atuação no Brasil, foi utilizada uma matriz de insumo-produto regional. Essa metodologia inter-relaciona diversas indústrias, permitindo estimar como a variação na demanda por uma indústria impacta as demais. montado para um sistema regional, permite estimar os impactos regionais e inter-regionais da maior demanda de insumos e mão de obra decorrentes da realização dos novos empreendimentos da Vale na região.

Construímos um legado de sustentabilidade ao investir em

ações educativas.

62 Relatório de Sustentabilidade 2008

PrOGrAMAS E PráTICAS DE GESTãO DE IMPACTO

No intuito de alavancar e potencializar os resultados positivos de nossa presença nos territórios, trabalhamos com programas estruturados nas diversas relações que estabelecemos.

Qualificação profissionalProcuramos maximizar a contratação de residentes das localidades onde operamos, especialmente em países em desenvolvimento e em áreas remotas. Investimos em programas de qualificação profissional relacionados às atividades de mineração e outras atividades da economia local. Por meio desses programas,

procuramos contribuir para a geração de emprego e renda e a diversificação da economia das comunidades onde operamos.

Relacionamento com comunidadesEm todas as fases de nossos empreendimentos – desde a implantação até o encerramento de nossas operações –, contamos com uma equipe de Comunicação e Relacionamento Institucional. os programas de relacionamento com comunidades têm como base estabelecer um diálogo participativo e permanente entre a comunidade e a Vale. os programas abrangem visitas de comunidades às minas, encontro com lideranças e fóruns participativos. Além disso, buscamos

estabelecer um diálogo direto e transparente não só com a comunidade, mas também com o poder público local, a fim de construirmos uma relação harmoniosa.

Relacionamento com comunidades tradicionaisDamos especial atenção às comunidades tradicionais presentes nas localidades onde atuamos. A diretriz básica do Programa de Interação com as Comunidades Indígenas é garantir que os benefícios gerados pelo projeto sejam usufruídos pelas comunidades indígenas, respeitando suas tradições culturais, de forma a evitar, minimizar ou compensar eventuais efeitos adversos que nossa atividade possa gerar (leia mais em Comunidades Indígenas e Quilombolas, págs. 97 a 99).

Valorização da culturaEntendemos que podemos contribuir e participar de programas de valorização, revitalização e defesa dos bens culturais. Apoiamos projetos e estabelecemos acordos de restauração dos patrimônios culturais e arqueológicos dos locais onde operamos. Um exemplo é o projeto de resgate da língua dos povos Kanak (leia case na página 98).

Além desses programas, implantados diretamente em nossas unidades, a Fundação Vale trabalha pelo desenvolvimento das comunidades onde a Vale está presente, contribuindo para fortalecer as pessoas e respeitando as identidades culturais locais por meio de programas sociais estruturados.

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Programas e práticas por fases do empreendimento Implantação Operação Fechamento

Estudo de impacto ambiental, social e econômico x

Gestão de impacto ambiental, social e econômico x x x

Plano de Fechamento de Mina x x x

Programa de Desenvolvimento de Fornecedores x

Programa de Qualificação Profissional - Empregados x x x

Programa de Qualificação Profissional - Comunidade x x

Programa de Relacionamento com Comunidade x x x

Programa de Relacionamento com Comunidades Tradicionais x x x

Programa de Valorização/Proteção do Patrimônio Cultural x x

Programas sociais x x x

OcORRêncIa MOdeRadaOcORRêncIa InTensa

Capacitação de jovens nas comunidades onde operamos contribui para o desenvolvimento local .

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Geração de oportunidadesAtenta à busca de alternativas de fortalecimento do desenvolvimento local, a Fundação Vale tem a meta de construir cerca de 15 unidades da Estação Conhecimento – Núcleo de Desenvolvimento Humano e Econômico, até 2015. A iniciativa beneficiará aproximadamente 30 mil crianças e jovens de 7 a 19 anos nas suas áreas de atuação no Brasil.

A Estação Conhecimento é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (oscip) e foi constituída nesse modelo para proporcionar a participação direta da comunidade. A organização tem como parceiro gestor a Fundação Vale e conta, também, com a parceria da prefeitura e da sociedade civil organizada.

A proposta da Estação Conhecimento amplia o conceito da escola tradicional. Isso porque trabalha com o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo de forma integrada, por meio de atividades relacionadas ao esporte de alto rendimento, à cultura e à qualificação profissional. A Estação funciona como um centro educacional, baseado em quatro pilares: Apoio técnico permanente; Organização dos processos de negócio; Centro de referência tecnológica; e Centro de processamento e comercialização.

A iniciativa tem como base o fortalecimento das comunidades, a fim de gerar renda e sustentabilidade para a população, atendendo a demandas identificadas no Plano de Gestão Integrada (PGI) dos territórios – resultado de estudos que vêm norteando ações estratégicas de sustentabilidade da empresa.

FUNDAÇãO VALE

Com base no conhecimento e no respeito à identidade local, a Fundação Vale busca ampliar sua contribuição ao desenvolvimento integrado dos territórios onde a Vale atua. Tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida por meio do desenvolvimento humano e econômico, a Fundação aprimora constantemente sua gestão, em um processo de aprendizado conjunto com as comunidades. Dessa forma, baseia-se em três áreas de atuação prioritárias:

1. Infraestrutura – Trabalhamos, por meio de ações que visam à melhoria da infraestrutura urbana, alinhadas às políticas públicas, a partir do desenvolvimento de projetos executivos, articulação e apoio às prefeituras na captação de recursos disponíveis nas esferas federal e estadual, bem como apoio na implantação e gestão do processo.

2. Gestão Pública – Buscamos fortalecer a gestão pública, a fim de dar transparência aos gastos públicos provenientes dos impostos pagos e aprimorar a qualidade dos serviços, na busca do crescimento ordenado das localidades onde a Vale atua.

3. Desenvolvimento Humano e Econômico – Contribuímos, em parceria com o setor público e a sociedade civil, para a construção de núcleos de desenvolvimento humano e econômico, os quais nomeamos de Estação Conhecimento.

Programa descrição Beneficiados em 2008

Escola que ValeTrabalha a qualificação de professores e gestores da rede pública de ensino para melhorar a qualidade do Ensino Fundamental, envolvendo também os gestores das escolas e os técnicos das secretarias municipais de Educação.

108.639 professores e alunos

Museu Vale Promove a arte contemporânea e preserva a história do universo ferroviário, além de oferecer cursos profissionalizantes na área de produção cultural. 48.914 visitantes

Rede que Vale Investe na geração de trabalho e renda por meio de uma rede baseada em projetos de responsabilidade social e de voluntariado empresarial. 3.468 jovens e empreendedores

Vale AlfabetizarCapacita alfabetizadores e promove o fluxo constante de novos alunos às salas de aula, com os objetivos de reduzir o analfabetismo entre adultos e contribuir para o fortalecimento da cidadania.

16.631 alfabetizadores e alunos

Vale JuventudeContribui para o desenvolvimento pessoal, social e produtivo de adolescentes e jovens, oferecendo educação afetivo-sexual e formação como agentes de desenvolvimento territorial.

55.643 jovens participantes

Voluntários Vale Estimula a cultura de voluntariado dentro da Vale, fortalecendo o diálogo social e contribuindo para o desenvolvimento local.

61.795 beneficiados pelos 7.271 voluntários

Vale Música Promove o ensino da música clássica e a preservação de manifestações culturais locais entre crianças e adolescentes. 770 crianças e adolescentes

Novas AliançasRealiza a capacitação dos membros dos conselhos de gestão pública, visando estimular ações que garantam o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.

341 pessoas capacitadas

Cumprindo meta estabelecida em 2007, foram finalizados, em conjunto com as prefeituras, os projetos executivos alinhados às políticas públicas para captação de recursos governamentais destinados a obras de infraestrutura e habitação. Essa etapa

era fundamental para prover as cidades dos recursos necessários à realização das obras de habitação, saneamento, transporte e segurança, apontadas como prioritárias para o desenvolvimento futuro nos Planos de Gestão Integrada em função do déficit existente.

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culTuRa educaçãO cOMunIdades TRadIcIOnaIs TReInaMenTO InFRaesTRuTuRa RelacIOnaMenTO/desenVOlVIMenTO

cOMunITáRIO

15%

5%

27%

16%

22%15%

A inauguração da primeira Estação do Conhecimento, em Tucumã, no Estado do Pará, em outubro de 2008, marcou o avanço na realização de ações sociais estruturantes. A ação reforça o compromisso da Fundação Vale de investir no desenvolvimento humano como base para o fortalecimento institucional local (leia mais sobre Estação Conhecimento, box na página 63).

Recentemente criamos também uma Fundação na Nova Caledônia, como resultado da assinatura do Pacto para o Desenvolvimento Sustentável do Grande Sul, onde está sendo implantado o Projeto Vale Inco Nouvelle-Calédonie. o objetivo da Fundação é fomentar o desenvolvimento sustentável da região (leia mais sobre o Pacto na Nova Caledônia, box página 94).

Ao longo de 2008, a Fundação Vale realizou mudanças em sua estrutura interna, fortalecendo as ferramentas de gestão e as equipes para o desenvolvimento de sua estratégia. Paralelamente, os programas sociais direcionados às áreas de Educação, Cultura e Promoção da Cidadania foram alinhados e integrados às ações planejadas para cada território. Na seção Fundação Vale do site www.vale.com estão disponíveis informações detalhadas sobre a estratégia e os programas, além de notícias atualizadas sobre as ações.

INVESTIMENTOS SOCIAIS A estratégia de desenvolvimento sustentável da Vale está ancorada em nossa capacidade de gerar e distribuir valor. Além dos mecanismos diretos e indiretos de distribuição de riquezas, como pagamento de impostos, salários e benefícios, compra de produtos e serviços, realizamos investimentos sociais em projetos que trazem benefícios para a comunidade local.

Esses investimentos incluem ações de educação, cultura, geração de renda e estímulo ao fortalecimento do capital social, por meio de programas da Fundação Vale, de patrocínios1 e doações, entre outros. o total investido pela Vale em 2008 foi de US$ 231 milhões.

Do total de investimento realizado, cerca de 95% foram direcionados a ações voluntárias, executadas diretamente pela Vale ou em parceria com organizações da sociedade civil.

Cerca de 16% do valor investido pela Vale são destinados a obras para melhoria da infraestrutura urbana. No município de Canaã dos Carajás (Pará, Brasil), por exemplo, foi assinado convênio para ampliação da Estação de Tratamento de Água. Já em Governador Valadares (Minas Gerais, Brasil), houve a

1 A gestão de patrocínios da Vale considera, no processo de aprovação, a adequação e a relevância dos projetos para a realidade de cada local e seu alinhamento com a nossa estratégia de desenvolvimento sustentável. As áreas prioritárias são: cultural, ambiental, social e técnica.

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Por tipo – Apoio a serviços públicos: realizado por meio de pagamento de serviços, como arcar com os custos da contratação de enfermeiros, professores etc. Realização de obras: obras de pavimentação de estradas, construção de escolas e hospitais, entre outras. Por forma – Pro bono: atividade desenvolvida em prol de benefício público, como alocação de pessoas com funções definidas em atividades durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa. Engajamento comercial: atividade que gera benefício público, mas que primariamente gera benefício econômico ou retorno de investimento para a empresa. Materiais/produtos: investimento em infraestrutura em espécie, por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.

Investimento social total (US$ milhões)

Investimento social por segmento em 2008

2006

150

2007

231

2008

231

Total us$ milhões2006 2007 200831,9 99,2 37,7

Por tipo

Apoio a serviços públicos 7% 6% 19%

Realização de obras 93% 94% 81%

Total 100% 100% 100%

Por forma

Pro bono 9% 14% 18%

Engajamento comercial 19% 13% 40%

materiais/produtos 72% 73% 42%

Total 100% 100% 100%

Investimentos em infraestrutura

65

depois do terremoto, a esperançaEm 2008, diante de um terremoto que atingiu a província de Sichuan, na China, solidariedade foi uma palavra de ordem para a Vale. Através de uma doação em espécie, formalizada por meio da China Youth Development Foundation, a empresa está apoiando a reconstrução de duas escolas.

A doação beneficiará 2 mil alunos e professores da Shima Middle School e da Bishan Primary School, localizadas, respectivamente, em Cang Xi e Yongxing Town, na província chinesa de Sichuan. Esses dois estabelecimentos educacionais serão renomeados como Escola Vale Esperança, quando as obras de reconstrução forem concluídas.

Além da ajuda para a reconstrução dos estabelecimentos de ensino, foi feita uma doação em espécie à Cruz Vermelha na China para ações de socorro às vítimas do terremoto.

reforma do viaduto mr. Simpson; e, no Pará (Brasil), foram recuperados trechos da Rodovia PA-150, em parceria com o governo estadual. Nos últimos três anos, o valor aplicado foi de aproximadamente US$ 169 milhões. A queda dos investimentos em infraestrutura em 2008 deve-se à conclusão de projetos.

CONTrATAÇãO LOCAL

A geração de empregos contribui para potencializar os impactos positivos na economia local. A Vale estimula a contratação local nos países e nas regiões em que o fomento ao emprego é importante para o desenvolvimento sustentável.

Nas unidades brasileiras, em outros países em desenvolvimento e onde a Vale Inco tem acordos de impactos e benefícios com comunidades indígenas (Impacts and Benefits Agreements), como em Newfoundland e labrador, a contratação local é uma prática comum, sempre que existam candidatos que atendam aos requisitos necessários. Essa prática é impulsionada por programas específicos de qualificação.

os Centros de Educação Profissional (CEPs), criados pela Valer, em parceria com instituições de ensino, contribuem para promover a contratação de residentes, oferecendo atividades de educação profissional para empregados da Vale e para a população de regiões onde desenvolvemos projetos. Em 2008, foi inaugurado o CEP de Itaqui-Bacanga, no Estado do Maranhão, Brasil, e iniciaram-se as obras para a construção da unidade de Paragominas, no Estado do Pará, também no Brasil. As três unidades, já em funcionamento desde 2005, no Pará (Parauapebas, Canaã dos Carajás e ourilândia do Norte), formaram 2.793 pessoas.

Em 2008, a Vale apresentou um percentual geral de 75%2 de contratação local3. Para posições de liderança, o índice é de 46%2, uma vez que as competências requeridas para os cargos gerenciais são mais específicas.

2 Em 2008, este indicador passou a considerar os resultados globais. Não inclui operações canadenses, onde esse monitoramento não é realizado. No relatório de 2007, haviam sido consideradas apenas nossas principais unidades do Brasil. Empregados próprios deste indicador (EC7) correspondem a 83% (2008) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

3 Apesar de o cálculo do indicador ter considerado como local o Estado de nascimento dos empregados, a prática de contratação adotada, quando aplicável, prioriza residentes do Estado, e não necessariamente os naturais dele.

MINErAÇãO ArTESANAL E DE PEQUENA ESCALA

Atividades de mineração artesanal ou de pequena escala não são usuais dentro de nossas áreas operacionais. Ainda assim, participamos, por meio do ICmm, do debate sobre o trabalho do CASM (Communities and Small-Scale mining).

No entanto, a Vale fez a cessão gratuita e voluntária dos direitos minerários sobre a Pedreira Santa Efigênia à Cooperativa dos Trabalhadores, no Estado de Minas Gerais, única ocorrência na atuação da Vale no Brasil.

Além disso, em 2008, esse tipo de atividade ocorreu em algumas áreas de concessão na Indonésia, especialmente no período de alta nos preços de níquel. Diante dessa situação, a PT Inco vem trabalhando com as autoridades locais e investindo em programas de desenvolvimento comunitário voltados para as áreas de educação, saúde e desenvolvimento agrícola. Com a mudança na conjuntura econômica, houve uma redução significativa da ocorrência de mineração artesanal.

Com o início de nossa atuação em países da África, monitoraremos esse tipo de atividade nas nossas operações ou em áreas adjacentes e atuaremos, sempre que possível e necessário, para promover melhores práticas socioambientais.

INCIDENTES

A ação preventiva, o monitoramento permanente e a busca de soluções para incidentes potenciais capazes de afetar as pessoas que vivem nas regiões onde atuamos são aspectos relevantes da gestão do relacionamento da Vale com as comunidades. Nossa atuação baseia-se na prevenção do risco e no atendimento rápido às pessoas quando um incidente ocorre, buscando sempre envolver a comunidade em todo o processo.

A Vale mantém um sistema de registro e acompanhamento das ocorrências que contribui para o conhecimento dos riscos, a criação de mecanismos de prevenção e a redução das consequências. Paralelamente, desenvolvemos programas de educação e conscientização, incentivando a participação das comunidades no esforço de prevenção, na busca de soluções e na identificação de oportunidades de melhoria.

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66 Relatório de Sustentabilidade 2008

Ferrovias da Vale no BrasilA Vale opera, no Brasil, aproximadamente 10 mil quilômetros de malha ferroviária. As linhas percorrem nove estados, passando por cerca de 400 municípios. Em muitos locais, houve o crescimento das comunidades nas proximidades das ferrovias, aumentando o risco de incidentes.

Apesar de apresentarmos melhoria constante no indicador Acidente por mTKm (milhão de trem km), que leva em conta os acidentes em função da quantidade de trens e da distância percorrida, sabemos que ainda precisamos avançar mais.

As principais iniciativas em andamento são:• análise de vulnerabilidade de riscos;• campanhas educativas e de

sensibilização;• avaliação de novas tecnologias

como os freios eletropneumáticos;• capacitação de vigilantes;• rondas noturnas;• melhoria de sinalização.

AmbientaisEm 2008, registramos a ocorrência de sete incidentes ambientais significativos4 em todas as nossas operações (tabela ao lado). Três ocorreram em Minas Gerais, Brasil; dois ocorreram na Nova Caledônia, no Projeto Vale Inco Nouvelle-Calédonie; e os outros dois aconteceram no Canadá5.

PráTICAS DE rEASSENTAMENTO INVOLUNTárIO

Para desenvolver suas atividades de mineração, logística e outros empreendimentos, a Vale adquire terras e, quando não é possível evitar o deslocamento de comunidades, realiza planos de reassentamento. Nos casos de aquisição de terras e nas atividades de reassentamento, procuramos sempre estabelecer acordos amigáveis, que beneficiem ambas as partes.

4 “Incidente significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança dentro ou fora da unidade operacional.

5 Pelo princípio da materialidade, passamos a reportar separadamente incidentes ferroviários, por meio do indicador internacionalmente adotado (acidentes por milhão de trem km). Os dados de derramamento estão sendo reportados no capítulo de Meio Ambiente, por meio do indicador EN23, na página52.

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localidade Incidentes e medidas tomadas

Brasil/Minas Gerais

• Rompimento de tubulação da barragem da usina do Cauê: Realizamos a limpeza da área invadida pela lama, fazendo a recomposição do sistema e promovendo melhorias na estrutura.

• Escoreamento de águas pluviais do sistema de drenagem da Mina Conceição, causado pelo alto volume de chuvas: Além de limpar as áreas afetadas, restabelecemos a drenagem e a estabilidade do local com obras consideradas eficazes pelo órgão ambiental estadual.

• Vazamento de polímero na rodovia MG-123, no município de Rio Piracicaba: A Vale acionou o fornecedor para remover os resíduos.

Nova Caledônia/Vale Inco Nouvelle-Calédonie

• Acumulação de lama na Baía de Kwé, devido a chuvas intensas: Realizamos melhorias nos reservatórios de sedimentação e nos dispositivos de controle de águas pluviais.

• Ocorrência de pigmentação verde no Rio Truu, após a realização de teste de movimentação de fluído na mina: Foram tomadas medidas emergenciais, como implantação de sistema para suprir a população de água potável e alimentos, além de reuniões para esclarecer sobre o impacto, explicando que não representava dano para a saúde. Após o evento, foi assinado acordo garantindo que futuros testes somente serão realizados após consulta às autoridades locais.

Canadá/Sudbury e Garson

• Em Sudbury, ocorreu um abalo sísmico em minas locais logo após uma explosão programada. Ninguém estava no subterrâneo no momento e não houve feridos: o canal de comunicação da empresa recebeu as mensagens do público, que foram respondidas pelo próprio pessoal da Vale Inco ou pela seguradora responsável por verificar a procedência de uma reclamação de sinistro.

• Evento sísmico em Garson, com resgate de trabalhadores no subsolo. Não houve feridos.

acidentes nas ferrovias operadas pela Vale no Brasil por MTKm (milhão de trem km)

Fca – FeRROVIa cenTRO aTlânTIca eFVM – esTRada de FeRRO VITóRIa a MInas eFc – esTRada de FeRRO caRajás Fns* – FeRROVIa nORTe sul

* A Ferrovia Norte Sul passou a ser operada pela Vale em 2008. São 225 km construídos, dos quais 200 km estão em operação pela Vale, entre Açailândia e Porto Franco.

83,078,0

67,0

43,0

26,220,6

17,918,1

24,0

9,013,0

6,0

6,05,2

7,4 4,42,8

25,0

15,0

10,0 10,5

5,8 4,16,614,1

200620052004200320022001

10

20

30

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50

80

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70

60

2007 2008

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O espírito da relaçãoA concessão governamental para que a Vale desenvolva atividade de mineração em uma das maiores reservas carboníferas do mundo, na Província de Tete, distrito de Moatize, em Moçambique, saiu em 2007. Mas a fé da comunidade local no Projeto Carvão moatize foi reforçada quando a empresa recebeu as bênçãos religiosas em cerimônia comandada por um régulo – guardião dos ritos sagrados, respeitado como liderança tradicional. o ritual, pelo qual se pede licença aos espíritos dos ancestrais que moram no local, foi seguido de chuva. o sinal foi interpretado como uma aprovação à iniciativa, que pode gerar até 3 mil empregos diretos durante a fase de implantação.

Desde que a Vale iniciou as atividades de pesquisa mineral e estudo de viabilidade da reserva carbonífera, falar o mesmo idioma tem contribuído para fortalecer o diálogo entre os interlocutores que discutem o processo de implementação do Projeto Carvão moatize. mas o entendimento também tem sido reforçado pelo respeito da Vale à cultura local, cuja diversidade se manifesta em mais de 30 dialetos e línguas. 

Aliás, o diálogo participativo foi considerado fundamental à negociação de reassentamento de moradores da província. oficinas com recursos lúdicos contribuíram para fortalecer o clima de entendimento entre os moradores e os representantes da Vale, durante o processo de discussão do empreendimento, seus impactos e perspectivas.

A empresa procura adotar práticas alinhadas com as recomendações do Banco mundial e sua Diretiva operacional sobre Reassentamento. o documento trata da aquisição de terras e de casos de reassentamento involuntário, recomendando ações para mitigar os seus impactos sociais e econômicos.

As informações e os registros sobre reassentamentos são mantidos pelas próprias áreas de negócio, e os procedimentos variam em função das especificidades de cada projeto e de cada localidade. Em alguns casos, em função da dimensão do reassentamento, são realizadas auditorias e acompanhamento das famílias na fase pós-deslocamento.

Entre 2005 e 2007, ocorreram reassentamentos em dez municípios brasileiros, 90% deles totalmente concluídos e atendendo às práticas recomendadas pelo Banco mundial. Em 12 locais, houve reassentamento de conjuntos de domicílios, variando de 10 a 100 domicílios. A maioria dos reassentamentos, no entanto, envolveu grupos de 10 a 40 domicílios. Somando os reassentamentos de conjuntos de domicílios com casos isolados, aproximadamente 600 domicílios foram deslocados, no Brasil, no período.

Em 2008, realizamos apenas dois reassentamentos, com deslocamento total de 43 domicílios. Em minas Gerais, Brasil, 40 domicílios foram deslocados, por meio de indenização assistida, para minimizar os impactos da operação da mina sobre esses moradores. No Peru, foram reassentados três domicílios.

Ambos os processos seguiram as diretivas do Banco mundial, que incluem ações como consulta às comunidades e às pessoas afetadas; disponibilização de canal de comunicação para reclamações e busca de soluções com relação à compensação e ao deslocamento; realização de censo socioeconômico para identificar as pessoas a serem desalojadas pelo projeto; e participação informada das comunidades em todas as etapas.

FEChAMENTO DE MINA

A Vale estabelece diretrizes corporativas no seu Guia de Fechamento de Mina para orientar os profissionais das unidades operacionais no processo de encerramento das atividades.

Em 2008, com o objetivo de aprimorar a gestão e os planos para fechamento de mina, foi constituído um grupo de trabalho composto por representantes de diversas áreas da empresa. o grupo aborda aspectos técnicos, ambientais e socioeconômicos no aprimoramento dos planos de fechamento, tratando de temas relacionados a legislação, tecnologia, sustentabilidade e provisão financeira.

Para atender aos requisitos definidos pela bolsa de valores dos EUA (SEC – Securities and Exchange Commission), a Vale realiza provisões para desmobilização de ativos dos empreendimentos mineiros da empresa. os valores estimados para provisão são revisados anualmente e apresentados nas demonstrações contábeis. Em 2008, foram estimados US$ 839 milhões para desmobilização de ativos na Vale.

Guia de Fechamento de Mina orienta as unidades operacionais no processo de encerramento das nossas atividades.

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68 Relatório de Sustentabilidade 2008

Parcerias locais. Atuação globalOrientamos nossa relação com fornecedores e clientes pelo compromisso de disseminar a responsabilidade econômica, social e ambiental em nossa cadeia produtiva

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capital inovadorO financiamento via Inove é ofertado a partir de linhas de créditos com taxas competitivas, que incluem o Crédito Direto ao Fornecedor (CDF), destinado a capital de giro de curto prazo. A principal vantagem é a antecipação de faturas dos fornecedores já liberadas no sistema da Vale junto aos bancos conveniados.

Outra alternativa disponível é o Fundo de Financiamento a Pequenos e Médios Fornecedores (FFF), linha mantida pela Vale, em parceria com instituições financeiras, que se destina aos pequenos e médios fornecedores participantes dos PDFs. O valor do Fundo é de US$ 27 milhões, renováveis, e o limite de financiamento é de US$ 1 milhão por fornecedor. Mais informações sobre o Inove estão disponíveis no endereço eletrônico www.vale.com, em espaço dedicado aos fornecedores.

FOrNECEDOrES Investimos no desenvolvimento dos nossos fornecedores para fortalecer laços e desenvolver novas oportunidades de negócio. lançamos, em 2008, o Programa Inove, focado no fortalecimento de pequenos e médios fornecedores de unidades próprias no Brasil, considerados potenciais agentes de desenvolvimento sustentável em nossas áreas de atuação.

Alinhado à estratégia de sustentabilidade da Vale, o programa busca suprir demandas de capacitação e acesso ao crédito, elementos essenciais para impulsionar a geração de negócios competitivos e duradouros. Acreditamos que as ferramentas criadas contribuirão para melhorar o desempenho de nossos pequenos e médios fornecedores, em âmbito regional, sem perder de vista potenciais espaços a conquistar no mercado global.

o lançamento do Inove integra-se a uma série de ações que desencadeamos para fomentar o empreendedorismo e a excelência na gestão da nossa cadeia produtiva, por meio dos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores (PDFs), implantados nos Estados brasileiros do Pará, Maranhão e Minas Gerais e em implantação no Espírito Santo. Até o momento, mais de 2 mil empresas já foram mobilizadas. A expectativa é de ampliá-los, em 2010, para mais cinco Estados: Bahia, Piauí, Sergipe, Tocantins e mato Grosso do Sul.

o mercado global onde atuamos apresenta, a cada dia, novos desafios. Buscamos a excelência contínua e a inovação para estabelecer parcerias mais produtivas.

CADEIA DE VALOr

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Conhecimento compartilhado Por meio dos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores (PDFs), disseminamos na nossa cadeia produtiva o respeito aos direitos humanos, reforçando que a Vale é uma empresa engajada globalmente no combate a práticas trabalhistas condenáveis, como trabalho análogo ao escravo e trabalho infantil. Da mesma forma, buscaremos ampliar nesse segmento questões relacionadas ao uso sustentável dos recursos naturais.

Com apoio e orientação da Valer – Educação Vale, no Brasil, daremos início às ações de capacitação do Inove, ao longo de 2009, por meio de seminários técnicos e encontros, entre outras ações de qualificação de trabalhadores e empresários.

Também desencadearemos ações de divulgação do programa em âmbito nacional, para o público interno e externo. A primeira delas foi a promoção do Fórum Inove, em abril de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

Para reconhecer o desempenho de nossos fornecedores, lançamos, em 2008, um Prêmio de Sustentabilidade em minas Gerais. Essa é uma ação da Vale no âmbito do Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis, no qual atuamos como empresa-âncora do setor de mineração no Brasil. o Tear é uma iniciativa bem-sucedida de articulação entre diversos atores sociais, resultado de um convênio entre o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e o Fundo multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

diálogo francoEm 2008, quando lançou a pedra fundamental do Projeto Bayóvar, em Piura, norte do Peru, a Vale concluiu mais uma etapa do processo de relacionamento iniciado na região em 2005. A grande expectativa criada em torno do empreendimento serviu de base para o desenvolvimento de ações que prepararam tanto as comunidades, como a empresa, para as atividades previstas a partir de 2010. A mina, um dos maiores depósitos de fosfato da América do Sul, tem produção estimada de cerca de 3,9 milhões de toneladas de concentrado de rocha fosfórica por ano.

o primeiro passo foi a realização de uma série de reuniões com as comunidades dos 76 povoados que formam a área de influência direta do projeto. Nesses encontros, a população foi informada sobre os detalhes do empreendimento e pôde expressar suas próprias demandas. Juntos, comunidades e empresa criaram ações para aproveitar o potencial do projeto e alavancar atividades em diferentes elos da cadeia de valor, com foco em educação, meio ambiente, capacitação de mão de obra e infraestrutura social.

Uma das principais ações resultantes desse processo de diálogo é o Programa de Fortalecimento de Fornecedores locais, voltado a oferecer capacitação gratuita aos fornecedores de serviços e produtos.

o objetivo central é orientar os empreendedores locais para que estejam aptos a atender às demandas do Projeto Bayóvar e de outros negócios criados em seu entorno. Para estruturar esse programa, a Vale firmou convênio com a Câmara de Comércio e Produção de Piura, que será o parceiro responsável pela certificação final dos fornecedores, atestando as conquistas em melhorias de gestão. Até dezembro, foram realizadas quatro oficinas, com a participação de mais de 2,7 mil empresas locais.

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70 Relatório de Sustentabilidade 2008

novos uniformes movimentam economia

os novos uniformes da Vale movimentaram a economia em diferentes locais do Brasil – tanto para tecelagens, que tiveram de produzir um volume suficiente de tecido para cobrir uma estrada de 600 km, como para confecções, que contrataram mais mão de obra, a fim de costurar 400 mil uniformes.

Três empresas de confecções – duas do Estado de Minas Gerais (Região Sudeste) e uma do Estado da Bahia (Região Nordeste) – investiram US$ 1,3 milhão em capacitação de pessoal, obras e compra de novos equipamentos. Além disso, geraram 340 empregos diretos e indiretos para atender a uma encomenda inédita.

Mobilização idêntica foi sentida em três grandes indústrias têxteis nacionais, que tiveram a capacidade instalada ocupada por dois meses para atender ao pedido.

o projeto dos novos uniformes foi decorrente da mudança da marca da Vale e contou com a participação dos empregados, por meio de votação direta – como eleitores dos novos modelos criados. os uniformes com a marca antiga serão aproveitados por meio de iniciativas como a realização de capacitação de cooperativas de costureiras para que recebam as roupas e transformem em bolsas e sacolas, gerando renda para as comunidades com as quais interagimos e promovendo a reutilização do material.

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70 Relatório de Sustentabilidade 2008

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2006 2007 2008

compras locais - Resultados globais

PeRcenTual MédIO de cOMPRas nO País

PeRcenTual MédIO de cOMPRasnO esTadO/ReGIãO

2006 2007 2008

compras locais - Brasil

PeRcenTual de cOMPRas RealIzadas nO BRasIl

PeRcenTual MédIO de cOMPRas RealIzadas nOs PRIncIPaIs esTadOs

91%

54%

93%

53%

87%

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austrália

compras locais - outros países 2008

PeRcenTual de cOMPRas nO País

PeRcenTual MédIO de cOMPRas RealIzadas nas PRIncIPaIs PROVíncIas/esTadOs

65%

100%

54% 49% 50%

18%

* Em 2006 e 2007, o percentual das compras realizadas no Brasil considerava apenas as unidades próprias. Em 2008, os dados das controladas foram incorporados.

* o percentual médio de compras realizadas nos Estados considera as compras realizadas por nossas principais operações localizadas no Espírito Santo, no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará – Brasil.

49%

88% 85%

52%

75%

46%

canadá Indonésia

DIAGNóSTICOS E SOLUÇõES

A partir de diagnósticos regionais, pretendemos melhorar o entendimento das condições de oferta e demanda de produtos e serviços nas nossas áreas de atuação. No Brasil, um desses estudos foi desenvolvido no Estado do Pará, em 2008, servindo também de base às análises da importância das compras da Vale para a economia local. o objetivo é ampliar esse tipo de estudo para outras regiões.

o diagnóstico realizado no Estado do Pará revelou desafios como a falta de capacitação de mão de obra e a capacidade de investimentos limitada para suprir grandes demandas. Compreendendo que esses são fatores que podem inibir a participação de pequenos e médios fornecedores em processos de concorrência para aquisição de produtos e serviços, tanto nossos, como de outras empresas, buscamos avançar em soluções para essas questões, que são comuns a outras áreas remotas onde atuamos.

Assim, criamos, em Carajás, Estado do Pará, Brasil, a Gerência Geral para Compras Regionais, que começou a ampliar a interação com fornecedores locais, visando aumentar ainda mais o nível de compras. Essa foi uma medida importante para estruturar o Programa Inove como conjunto de ferramentas com potencial de transformação no longo prazo.

COMPrAS LOCAIS Priorizar a contratação de fornecedores locais é uma medida importante para dinamizar a economia em regiões remotas onde atuamos, além de uma oportunidade de qualificar empresas para atuar em um mercado cada vez mais competitivo. A expectativa é que as ações de desenvolvimento de fornecedores locais gerem impactos positivos no médio e longo prazos.

72 Relatório de Sustentabilidade 2008

BUSCA PErMANENTE No sentido de alcançar melhoria contínua e contribuir para avanços na cadeia produtiva, a gestão do relacionamento com os nossos fornecedores engloba três etapas: qualificação com base nos nossos valores, avaliação de desempenho e desenvolvimento.

os processos de seleção e cadastro de nossos fornecedores são pautados pelo atendimento de critérios de naturezas jurídica, fiscal, tributária, de saúde, segurança e meio ambiente. mantemos atualizado o nosso cadastro, com verificação periódica do cumprimento dessas exigências. Além disso, todos os fornecedores são monitorados, no Brasil, pela checagem periódica da lista do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona empresas envolvidas com trabalho escravo, entre outras questões legais (leia mais no capítulo de Direitos Humanos, em Combatemos o trabalho infantil e forçado, páginas 95 e 96).

Dessa forma, verificamos, no processo de fechamento de contratos, se as empresas com as quais mantemos negócios têm

Já pelo IDF materiais geramos informações mensais sobre a base de fornecedores a partir de avaliações quanto aos seguintes critérios: Pontualidade (50%), Conformidade (40%) e Competitividade (10%). Pelo portal informamos os resultados. As empresas mais bem avaliadas são premiadas nas seguintes categorias: Melhor Fornecedor Regional, Destaque Saúde e Segurança, Destaque meio Ambiente, Destaque PDF, Melhor Fornecedor Nacional-Material e Melhor Fornecedor Nacional-Serviço, segmentos nos quais oferecemos 25 premiações, em 2008.

Ao adotar esses mecanismos de monitoramento, contribuímos para elevar os padrões de gestão da nossa cadeia produtiva. Esse é um compromisso que já colocamos em prática e que pretendemos ampliar com a criação do Código de Ética de Fornecedores1. o documento trata, de forma abrangente, questões de direitos humanos, segurança, meio ambiente, concorrência e diversidade, entre outras.

1 Publicado em julho de 2009.

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Atuamos em mercados globais e lidamos com povos de diferentes culturas. Para facilitar a compreensão de nossas mensagens, buscamos adaptar nossa linguagem à realidade das localidades onde estamos presentes.

pendências no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras. Podem ser desligadas da nossa base aquelas que porventura apresentarem irregularidades e não se dispuserem a solucioná-las.

IdF, enfoque no desempenhoO Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF) é uma importante ferramenta que utilizamos para avaliar nossos fornecedores de materiais e de serviços para contratos acima de US$ 270 mil. Após avaliação e classificação, elaboramos planos de ação para aqueles com desempenho menor do que 50%. Entre outros objetivos, o IDF busca fornecer subsídios para renovação do nosso cadastro, estabelecer um ranking de nossos parceiros e assegurar mais transparência com o mercado.

Pelo IDF Serviços, os gestores dos contratos avaliam, trimestralmente, um total de seis dimensões: Técnico-operacional (43,5%), Saúde e Segurança (20,5%), Meio Ambiente (18%), além de Obrigações Trabalhistas, Cíveis e Tributárias (18%). Os resultados são informados por meio de um portal para comunicação com os fornecedores.

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Para o segmento de transporte de passageiros no Brasil, foram realizadas pesquisas de satisfação nos anos de 2006 (Estrada de Ferro Vitória a Minas) e 2007 (Estrada de Ferro Vitória a minas e Estrada de Ferro Carajás), e também disponibilizamos centrais de relacionamento para que os nossos clientes possam expressar suas opiniões.

De forma proativa, procuramos antecipar as tendências legislativas ou normativas para dar segurança jurídica às operações e aos negócios, com a eficiência que um mercado competitivo exige e com o intuito de resguardar a imagem da Vale.

Além de cumprir a legislação e as determinações dos órgãos reguladores onde quer que atuemos, nossa estratégia de comunicação está alinhada à nossa Missão, Visão e Valores e respeita nosso Código de Conduta Ética. Em 2008, não registramos casos de não conformidade ou multas relacionados a patrocínio, publicidade e promoção e tampouco casos relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços2.

As ações de comunicação institucional da Vale têm como objetivo central fortalecer nossa missão de transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

Em 2008, considerando nossa atuação global e a diversidade de culturas nas quais estamos presentes, realizamos campanhas publicitárias que foram avaliadas, antes de seu lançamento, por pessoas dos diferentes países. Como fruto desse processo, os anúncios foram adaptados e adotaram linguagens, imagens e valores adequados a cada realidade local, de forma a facilitar o entendimento da mensagem. A meta para 2009 é estabelecer um processo que amplie a participação dos profissionais dos países desde a criação das campanhas até sua veiculação, valorizando ainda mais as culturas locais.

2 Os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor.

CLIENTES

Comunicação de valores

Buscamos soluções que atendam às necessidades de nossos clientes e de seus negócios, investindo na qualidade dos nossos produtos e também no fortalecimento do relacionamento de longo prazo.

os negócios da Vale são realizados, predominantemente, com outras empresas (business to business), e não com consumidores finais (business to consumer). Desse modo, a nossa estratégia de comunicação prioriza ações específicas voltadas aos clientes.

As ações voltadas aos diferentes elos da cadeia de valor, como fornecedores e demais parceiros, seguem a mesma linha e acontecem por meio de eventos como visitas técnicas, reuniões, feiras de negócios, exposições, pesquisas de satisfação periódicas e outros.

o contato permanente com nossos clientes nos permite monitorar e avaliar sua percepção sobre a qualidade dos nossos produtos e serviços e a assistência técnica fornecida. As diferentes ferramentas também nos ajudam a identificar oportunidades de melhoria de nossos produtos e serviços e a monitorar o atendimento à norma internacional de qualidade ISO 9001 para as unidades certificadas. Para atender às especificidades e características de cada segmento de mercado, a metodologia, a periodicidade e a abrangência dessas práticas variam entre as nossas áreas de negócios.

Para o segmento de logística de carga geral, realizamos avaliação com o objetivo de monitorar a qualidade e o desempenho dos nossos serviços. Desde 2006, essa ferramenta orienta as ações da logística na busca pela excelência operacional.

74 Relatório de Sustentabilidade 2008

Agente global de sustentabilidade

76_Mudanças climáticas

85_Biodiversidade

93_Direitos humanos

Conscientes dos desafios que asmudanças climáticas impõem àsempresas, governos e à sociedade emgeral, estamos em busca de soluçõese dispostos a contribuir para oenfrentamento dessa questão global.

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newfoundland e labrador, canadá

As mudanças climáticas podem afetar tanto nossas atividades, como a vida das comunidades.

76 Relatório de Sustentabilidade 2008

Mudanças cliMáticas

Perspectivas e desafios

Diretrizes sobre mudanças climáticas e carbono nortearão nossas ações de redução de emissões de gases de efeito estufa

Lançamos, em 2008, as nossas Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono, pelas quais temos pautado as iniciativas que nos ajudarão a reduzir emissões de gases causadores de efeito estufa (GEE). Além disso, nos auxiliarão a identificar vulnerabilidades ambientais, econômicas e sociais nas áreas onde atuamos, bem como novas oportunidades para desenvolver fontes energéticas mais limpas.

A nossa contribuição ao equilíbrio climático global também se expressa no esforço que empreendemos para a proteção das florestas e da biodiversidade, no fortalecimento de ações de eficiência energética e, ainda, na

redução de consumo de água e outros recursos naturais estratégicos nos países onde estamos presentes.

Os esforços de nossos empregados, nas áreas onde atuamos, irão direcionar a nossa contribuição para a redução de emissões de GEE, junto da busca de parcerias, além de investimentos contínuos em tecnologias inovadoras e de ações de conscientização.

O Programa Carbono Vale é parte integrante de nossas Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono e constitui um conjunto de ações, coordenadas globalmente. Em 2008, avançamos na implementação de ações relevantes que compõem esse Programa, cujo objetivo é alcançar os padrões de excelência até 2012.

As páginas seguintes apresentam nossas iniciativas, algumas iniciadas em 2006, além de avanços concretizados em 2008 e 2009 para cada um dos cinco pilares do Programa Carbono Vale.

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Preparamos nossos empregados para identificar oportunidades de ecoeficiência diante dos desafios das mudanças climáticas.

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Pilares Programa Carbono Vale

1 - Avaliação estratégica do impacto da mudança do clima nos negócios e na capacitação da empresa para atuar no novo ambiente competitivo.

• Em 2008, foi criado um grupo corporativo para debater, em workshop e ambiente virtual de integração, questões relacionadas às mudanças climáticas. Além de empregados da Vale, participam das discussões consultores e outros convidados com amplo domínio do tema.

• Em 2009, em conjunto com consultores e especialistas, foi desenvolvido um projeto de análise estratégica dos desafios e das oportunidades associados às mudanças climáticas, com foco especial nas tendências regulatórias mundiais.

2 - Suporte e indução de iniciativas de redução de emissões de GEE

e sequestro de dióxido de carbono.

• Implantamos projetos de substituição de óleo combustível por gás natural (menos carbono intensivo) nas usinas de pelotização de nibrasco e Kobrasco, situadas no Complexo de tubarão, no Estado do Espírito santo, brasil, e na usina de pelotização de Fábrica, situada em Minas Gerais, no brasil. Esses projetos foram operacionalizados a partir de 2006 (Fábrica) e 2007 (nibrasco e Kobrasco) e alcançaram, juntos, uma redução de cerca de 139 mil toneladas de CO2 equivalente em 2008, em relação a 2007. Como benefícios adicionais, todas as emissões de poluentes regulados (notadamente óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio) também apresentaram declínio.

• Em janeiro de 2009, o projeto de nossa controlada Albras (Estado do Pará, Brasil), para redução de PFC (perfluorcarbonos) foi registrado na Junta Executiva do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Onu. Essa iniciativa prevê uma redução de cerca de 80 mil toneladas de CO2 equivalente anuais, quando em operação plena. Ao longo de 2008, foram efetuados ajustes no processo de implantação.

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A Vale Soluções em Energia S.A. (VSE) busca identificar e desenvolver tecnologias

inovadoras, além de aumentar a eficiência

energética em nossos processos.

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• Em junho de 2009, a Vale anunciou o consórcio firmado com a Biopalma da Amazônia s.A. para produzir biodiesel a partir do óleo de palma. O consórcio será o maior produtor de óleo de palma das Américas. Estima-se que a produção anual de óleo seja de 500 mil toneladas. Parte dessa produção será transformada em 160 mil toneladas de biodiesel para nossa empresa. Esse volume de biodiesel corresponde à redução de cerca de 12 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera, durante a duração do projeto, em relação às emissões do diesel comum, desconsideradas as emissões relativas à cadeia produtiva do biodiesel.

• Também promovemos a captura de metano para geração de eletricidade em operações na Vale Australia. A mina subterrânea integra é uma das poucas operações na região de new South Wales que realiza a conversão de emissões de gases das camadas de carvão (grisu1) em eletricidade para suprir a rede interligada nacional. A planta de energia da Envirogen compreende motores a explosão convencionais abastecidos pelo gás da mina subterrânea integra, que foi comissionada em novembro de 2007. Além de reduzir emissões de gases de efeito estufa, a usina tem capacidade de gerar 10 megawatts de eletricidade, suficientes para suprir a demanda de cerca de 15 mil casas. Em 2008, foram capturadas cerca de 5,25 mil toneladas de metano (110 mil toneladas de CO2 equivalente) para a produção de eletricidade.

• Na Refinaria de Níquel Clydach, operada pela Vale Inco no Reino Unido, também foram implementadas ações de eficiência energética e redução de emissões de GEE (leia mais sobre a refinaria Clydach, no quadro da página 53).

• Em 2008, treinamos profissionais das unidades de negócios para identificar projetos que tenham potencial de redução de emissões de CO2 e outros GEE. Gradualmente, a Vale proporcionará capacitação adicional e implementará projetos de redução de GEE.

3 - Cooperação e parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e para a implementação de ações de mitigação e adaptação nos territórios em que atuamos.

• Em 2008, firmamos protocolo de intenções com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(inpe) para a identificação de vulnerabilidades às mudanças climáticas, nos Estados do Pará e do Maranhão, Brasil, por meio de estudo detalhado para a região amazônica com duração de 18 meses (ação que detalhamos neste capítulo). Com base nos resultados de estudos realizados entre 2008 e 2009, definiremos estratégias de atuação nessa região. Pretendemos, gradativamente, expandir esse tipo de pesquisa regionalizada para outras áreas onde estamos presentes.

• Em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criamos a Vale soluções em Energia s.A. (VsE), em dezembro de 2007. Em 2008, a empresa avançou em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços focados em geração energética mais limpa (saiba mais sobre a VsE no quadro da página 83).

1 Grisu é uma mistura de gases explosivos, naturalmente formados em jazidas de carvão e compostos principalmente de metano.

78 Relatório de Sustentabilidade 2008

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4 - Engajamento com governos e setores produtivos para monitoramento e contribuição na elaboração dos marcos regulatórios necessários para o enfrentamento das mudanças climáticas.

• Estamos acompanhando reuniões para discussões de questões regulatórias sobre mudanças climáticas nos países onde atuamos. No Brasil, apoiamos a realização do Fórum de Legisladores do G8 + 5 sobre Mudanças Climáticas, realizado em fevereiro de 2008, em Brasília (capital federal, Brasil). O Fórum é uma iniciativa da Organização Global de Legisladores para um Ambiente Equilibrado (Globe) e reúne as oito nações mais desenvolvidas do mundo (Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Rússia), mais os cinco principais países em desenvolvimento (China, Brasil, Índia, México e África do Sul).

• Em novembro de 2008, participamos da mediação do painel Mudanças Climáticas – Amazônia, Problemas Ambientais e Proteção da Biomassa, do Seminário Mudanças Climáticas, Segurança Energética e Alimentar, no Centro de Convenções da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMF-Bovespa) na cidade do Rio de Janeiro. O evento foi organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), entidade não governamental voltada para a promoção de estudos e debates de questões prioritárias relacionadas à política externa do Brasil e às relações internacionais, entre as quais se incluem os desafios regulatórios relacionados às mudanças climáticas.

• Junto a entidades como o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Instituto Ethos, bem como em instituições setoriais, a exemplo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e a fóruns públicos, como o Fórum Amazônia Sustentável e o World Economic Forum, a Vale continua participando das discussões sobre marcos regulatórios e desenvolvimento dos mercados de carbono, entre outros mecanismos para o enfrentamento das mudanças climáticas. A Vale é membro fundador do International Emission Trading Association (Ieta) desde 1999 e membro do Instituto do Níquel e do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM).

5 - Transparência e aprimoramento contínuos • Participamos anualmente do relatório global do Carbon Disclosure Project (CDP), formulado

mundialmente por investidores institucionais, com o objetivo de divulgar informações sobre as emissões, as políticas e as estratégias das empresas para reduzir riscos ambientais.

• Em 2008, fomos inseridos no Carbon Leadership Index – índice que lista as melhores empresas e as mais transparentes na gestão das mudanças climáticas –, sendo citados como referência na América Latina. Fomos considerados a mineradora com o melhor índice em intensidade de emissão (mais detalhes no case sobre o CDP, página 80).

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Comprometimento reconhecido Em 2008, a Vale tornou-se a única empresa da América Latina listada no Carbon Disclosure Leadership Index e também a mineradora com a melhor avaliação no indicador que mede as emissões de carbono por receita. Esse reconhecimento é resultado de diversas ações que vem empreendendo nos últimos anos, especialmente a criação das Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono e o Programa Carbono Vale.

O Carbon Disclosure Project (CDP) lança, anualmente, um relatório público com os principais resultados de empresas sobre emissões e o Carbon Disclosure Leadership Index, um índice que relaciona as empresas listadas na bolsa de Valores de nova York (EuA) consideradas modelos em transparência e em práticas para redução de emissões de gases de efeito estufa.

A Vale conquistou um lugar entre as 68 melhores empresas listadas no Carbon Disclosure Leadership Index pela gestão que a empresa vem realizando em relação aos riscos e às oportunidades representados pelas mudanças climáticas.

A proteção de florestas e da biodiversidade é parte integrante das Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono da Vale.

nossas eMissões de gases de efeito estufa

Em 2008, o inventário de gases de efeito estufa1 da Vale baseou-se nas diretrizes

1 Foram considerados os gases de efeito estufa (GEE) significativos em termos de emissões absolutas (toneladas/ano) para o conjunto de atividades conduzidas pela Vale: CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso), HFCs (hidrofluorocarbonos), PFCs (perfluorcarbonos CF4 e C2F6) e SF (hexafluorido sulfúrico).

do Greenhouse Gas (GHG) Protocol2, alinhado ao realizado nos anos anteriores.

O inventário refletiu o esforço de aprofundar o detalhamento de fontes emissoras, buscando reduzir as incertezas associadas ao processo de cálculo de emissões e à seleção de fatores de emissão. A elaboração do inventário3 contou, ainda, com a utilização de um novo sistema web para coleta e consolidação de informações, aumentando a confiabilidade e garantindo maior rastreabilidade dos dados. Além disso, houve a identificação das novas unidades e a inclusão das fontes associadas de emissão de GEE.

2 Conforme a Corporate Accounting and Reporting Standard – Revised Edition da World Resources Institute (WRI) e World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

3 Para a elaboração dos protocolos de cálculo, foram adotados os métodos descritos no IPCC 2006 Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories (GNGGI), para algumas unidades de negócio internacionais, a Vale buscou utilizar as seguintes metodologias, baseadas em legislação nacional: Metal Mining – Greenhousegas Quantification Guidance, do Canadá; National Greenhouse Accounts (NGA) Factors, da Austrália; U.S. Inventory of Greenhouse Gas Emissions and Sinks 1990-2004 (EPA 2006), dos Estados Unidos; The Norwegian Emission Inventory 2008 – Documentation of Methodologies for Estimating Emissions of Greenhouse Gases and Long-range Transboundary Air Pollutants, da Noruega; National Greenhouse Gas Inventory Report of Japan, Ministry of the Environment, Japan Greenhouse Gas Inventory Office of Japan (GIO), CGER, Nies, do Japão.

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Fontes emissoras

Como critério de inclusão de fontes emissoras no inventário, adotou-se 100% das emissões, de acordo com o escopo estabelecido pelo limite GRI.

Escopo 1: Emissões de fontes diretas – oriundas de equipamentos e de instalações controlados operacionalmente pela Vale • Emissões associadas a insumos

combustíveis fósseis (carvão, gás natural, óleo combustível, diesel, biodiesel, GLP, propano, querosene, entre outros)

• Emissões associadas a insumos não combustíveis, presentes no:

• Processo de produção de ferro-ligas• Processo de produção de ferro-gusa• Processo de redução eletrolítica

de alumínio• Processo de produção de pelotas queimadas• Processo de produção de níquel• Processo de mineração de carvão• Uso de explosivos

Escopo 2: Emissões de fontes indiretas • Consumo de energia elétrica proveniente

da rede de distribuição e consumo de vapor proveniente de empresas terceirizadas

Fontes renováveis:

• Emissões associadas a insumos de fontes renováveis: consumo de biodiesel, de etanol e de carvão vegetal

As emissões associadas a terceiros ou a empresas em que a Vale detém participação acionária, mas não detém seu controle operacional (Escopo 3), não fazem parte do inventário. Em 2008, a Vale solicitou a seus fornecedores informações sobre emissões e gestão de gases de efeito estufa, com o intuito de realizar um diagnóstico preliminar dos riscos associados a sua cadeia de fornecimento.

Escopo 1 Emissões diretasinsumos combustíveis 9,6

insumos não combustíveis 5,9

Escopo 2 Emissões indiretasCompra de eletricidade e

consumo de vapor1,3

Total 16,8

Emissões em 2008 (milhões de toneladas de CO2 equivalente)

EmiSSõES dirETAS EmiSSõES indirETAS

Evolução das emissões diretas e indiretas consolidadas (escopos 1 e 2) de gases de efeito estufa (milhões de toneladas de CO2 equivalente)

A partir do ano de 2008, o Operador nacional do sistema (Ons) passou a divulgar separadamente os fatores de emissão da rede interligada nacional brasileira utilizados para projetos MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) e fatores para elaboração de inventários. A adoção do novo fator para inventários resultou em uma diminuição das emissões indiretas para as unidades da Vale no brasil, que compensou as emissões indiretas referentes à inclusão da Vale Australia e ao aumento de produção de níquel.

2006 2007 2008

10,0

0,8

1,3

13,815,5

10,8

15,216,8

não foram computadas no total de emissões da Vale, conforme recomendação das diretrizes GRI, as emissões provenientes de fontes renováveis, de 0,49 milhões de toneladas de CO2 equivalente, em 2008.

De forma geral, o crescimento observado das emissões em 2008 resulta da incorporação das unidades da Vale Australia e do aprimoramento da metodologia de cálculo das emissões. As emissões indiretas totalizam 1,3 milhão de toneladas de CO2 equivalente, sendo quase sua totalidade referente à compra de eletricidade; o restante refere-se à compra de vapor.

1,4

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82 Relatório de Sustentabilidade 2008

Emissões totais (Total: 0,35 tonelada de SDO)

BrASil áSiA EUA CAnAdá AUSTráliA EUrOpA

55,7%40,9%

1,1%2,0%

0,03%0,2%

caMada de ozônio

Em 2008, passamos a coletar os dados sobre o volume de emissão de substâncias destruidoras da camada de ozônio (sDO) em toneladas. no total, as operações da Vale em todo o mundo emitiram 0,35 toneladas de sDO, devido ao consumo de hidroclorofluorocarbonetos (HCFC).

nos últimos dez anos, o brasil obteve reduções expressivas na emissão de gases destruidores da camada de ozônio. Entre 1997 e 2007, a substituição dos clorofluorcarbonetos (CFC) por outras substâncias menos nocivas fez com que o país passasse de quase 10 mil toneladas emitidas para 318 toneladas, segundo a ONU. Acompanhando essa tendência, as unidades da Vale no brasil utilizam, atualmente, HCFC, emitindo apenas 0,19 tonelada de sDO em 2008.

nas unidades da Vale na Austrália, nos EuA, no Canadá e na Europa, o consumo de gases destruidores da camada de ozônio não foi significativo (inferior a 12 kg de sDO). nas unidades asiáticas, as emissões de HCFC no ano passado foram de 0,14 tonelada de sDO.

diagnósticos e iniciativas A partir da mensuração das nossas emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, buscamos desenvolver ações de longo prazo e de aplicação imediata, como parte da nossa estratégia de aumento de eficiência energética e redução de consumo de energia e de emissões de GEE.

Há dois conjuntos de iniciativas em implementação na Vale. O primeiro inclui medidas de caráter estratégico, envolvendo a melhoria contínua do inventário anual de consumo de energia, intensidade energética e emissões associadas, em termos de redução das incertezas e aumento do nível de detalhamento e de mecanismos de controle e garantia da qualidade dos resultados. Dessa forma, esperamos identificar, implantar e monitorar oportunidades de melhorias no âmbito dos nossos negócios. Já o segundo estabelece medidas específicas focadas em aproveitar oportunidades já identificadas nas unidades

operacionais (a descrição detalhada dos projetos implementados e em andamento é apresentada na seção Pilares do Programa Carbono Vale, págs. 77 a 79).

Outros projetos de caráter voluntário também estão sendo avaliados e implantados para aumento de eficiência energética:

• iniciativas de redução de consumo de combustíveis em locomotivas e veículos;

• automação de processos;

• redução da emissão de PFCs nas unidades de alumínio.

Dentre nossas ações para cumprimento de exigências legais relacionadas ao uso de fontes renováveis, destaca-se a substituição progressiva de parte do diesel por biodiesel nas operações, conforme determina a legislação brasileira, com o uso de biodiesel b2, desde 2007, e biodiesel b3, desde 2008. A partir de 2014, a Vale utilizará a mistura b20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na Estrada de Ferro Carajás e em algumas operações de mineração do sistema norte, antecipando-se à regulamentação que prevê o uso do b20 para 2020. Essa substituição promove uma redução direta das emissões de GEE na etapa de consumo final.

riscos e oportunidades Como parte das ações do Programa Carbono Vale, firmamos, no brasil, um protocolo de intenções com o inpe (instituto nacional de Pesquisas Espaciais) para identificar possíveis impactos das mudanças climáticas no clima, na vegetação, na agricultura, na biodiversidade e na oferta hídrica, nos Estados do Pará e do Maranhão. A identificação das vulnerabilidades ambientais e suas consequências para os nossos negócios, a economia e a vida da sociedade nessas regiões constitui fator-chave para pautar as nossas ações futuras. As respostas dos pesquisadores também contribuirão para nortear políticas públicas nas regiões norte e nordeste, onde temos presença significativa.

O trabalho desenvolvido pelo Inpe a partir de uma demanda nossa é uma iniciativa inovadora no brasil. Por meio desse tipo de

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Empreendedorismo sustentável

Criada no brasil, em dezembro de 2007, a partir de uma associação entre a Vale e o banco nacional de Desenvolvimento Econômico e social (bnDEs), a Vale soluções em Energia s.A. (VsE) tem como objetivo contribuir para a identificação e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras na área de geração de energia, além de ampliar as ações da Vale relacionadas à redução dos custos de energia e ao aumento da eficiência energética em seus processos.

A VsE possui, atualmente, cerca de 200 empregados, dos quais 70% possuem nível superior e mais de 34 são doutores e mestres. O projeto VSE prevê o investimento de US$ 380 milhões em pesquisas e desenvolvimento tecnológico de produtos na área de geração de energia. A empresa implementou um avançado Centro tecnológico em são José dos Campos (sP), equipado com laboratórios e equipamentos de última geração, para o desenvolvimento de motores e turbinas, multicombustíveis e com baixos níveis de emissão de CO2, nOx e sOx.

Outra iniciativa está relacionada ao desenvolvimento de uma nova geração de gaseificadores para a produção de gás combustível utilizando como insumos carvão, biomassa ou resíduos. Assim, será possível apresentar soluções para a substituição gradativa do óleo combustível pesado nas unidades, bem como para a geração de energia elétrica, adotando mecanismos de produção mais limpa.

A aplicação dessa tecnologia na Vale contribuirá também para a redução de emissões de óxidos de enxofre (SOx), principais responsáveis pela chuva ácida (chuva contendo gases poluentes, que gera impactos na agricultura, em ecossistemas, em construções e na saúde pública), de óxidos de nitrogênio (nOx), responsáveis pela formação do ozônio e de particulados, que contribuem para a poluição das cidades. não existem alterações sensíveis nas emissões de CO2, porém, sua captura é muito mais fácil e econômica com a gaseificação, possibilitando um posterior tratamento.

A criação da VSE e os investimentos nela demonstram de forma clara a preocupação e o empenho da Vale em ser uma mineradora diversificada, que adota processos e padrões rigorosos de sustentabilidade em todas as suas operações.

ação, podemos suprir parte da necessidade de dados confiáveis regionalizados sobre os impactos das mudanças climáticas. isso vai nos apoiar na implementação de nossas ações e na disseminação dos resultados para a sociedade, a fim de estimular ações preventivas.

O primeiro relatório foi publicado em setembro de 2008, em belém (Estado do Pará), durante workshop promovido pela Vale. O evento reuniu pesquisadores, representantes de órgãos públicos, estudantes, entre outros convidados interessados nas discussões sobre mudanças climáticas.

Os modelos regionalizados criados pelo inpe com base nos relatórios mais

recentes do Painel intergovernamental de Mudanças Climáticas (iPCC, na sigla em inglês) indicaram que o clima na região estudada se tornará mais quente e seco ao longo do século, semelhante ao do semiárido do nordeste brasileiro, o que terá efeitos negativos, principalmente em relação à oferta de recursos hídricos. Essas são respostas que nos preocupam e para as quais teremos forte atenção no que se refere ao planejamento das nossas ações de longo prazo.

Outra iniciativa implantada em 2008, foi o Projeto Green Ore, conduzido pela Gerência de tecnologia em simulações de Processos Metalúrgicos. O estudo utilizou modelos matemáticos desenvolvidos na Vale para estimar as emissões de CO2 referentes

ao uso do nosso minério de ferro na produção de gusa nas siderúrgicas na China.

A pesquisa mostrou que o uso de minérios produzidos pela Vale ou de uma mistura contendo um maior percentual de nossos produtos promove menor gasto energético e, consequentemente, redução de emissões de CO2.

Divulgamos, anualmente, os riscos físicos e regulatórios, além de oportunidades relacionadas à mudança do clima no relatório do Carbon Disclosure Project (disponível em www.cdproject.net). De forma geral, são identificados os possíveis impactos financeiros, conforme apresentamos a seguir:

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84 Relatório de Sustentabilidade 2008

riscos regulatórios riscos físicos Oportunidades

Receita

- Redução na atividade econômica geral;

- surgimento de novas tecnologias que promovam a substituição de produtos no longo prazo;

- impactos indiretos sobre as condições de mercado, em função da alteração nos custos da cadeia produtiva da indústria de siderurgia no médio prazo.

- Alterações (positivas ou negativas) no volume e origem da produção, causadas pelos impactos físicos regionais das mudanças climáticas para empresas do setor;

- Potencial impacto (positivo ou negativo) nos serviços de logística, causado pelas alterações na produção em áreas de influência.

- Desenvolvimento de projetos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, em processos industriais e projetos florestais;

- Desenvolvimento de projetos no âmbito dos mercados voluntários de carbono, em processos industriais e projetos florestais;

- Potencial de pesquisa mineral em áreas hoje inóspitas, que podem passar a ter clima mais ameno em algumas regiões em que a Vale atua;

- Possível aumento da disponibilidade hídrica para geração de energia hidroelétrica em algumas regiões em que a Vale atua;

- Pesquisa e desenvolvimento para geração de energia mais limpa, por meio da VsE (Vale soluções em Energia);

- Desenvolvimento de análise de riscos associados à mudança do clima no desenvolvimento de projetos de capital.

Investimento

- investimentos para adaptações em processos de produção por mudanças de regulamentação no médio prazo.

- investimentos adicionais em adaptação (infraestrutura) no médio e longo prazos;

- Revisão de prazos para a implementação de projetos devido ao aumento de ocorrência de eventos climáticos extremos.

Custo

- introdução de metas de emissão obrigatórias, e custos tributários para emissão de GEE; - Elevação nos custos dos

insumos na metalurgia e mineração (carvão, água, energia, por exemplo).

- Potencial demanda por ações sociais e ambientais nas áreas de influência;

- Custos adicionais de seguros das instalações de produção.

- Projetos de eficiência energética e redução de emissões de GEE;

- Potenciais incentivos governamentais para a geração de energia mais limpa.

As implicações financeiras foram avaliadas de forma qualitativa. Encontra-se em processo de desenvolvimento uma metodologia de quantificação.

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riscos e oportunidades relacionados a mudanças Climáticas

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biodiversidade

Conhecer para conservarPrimamos pela conservação da biodiversidade

Com os objetivos de atender às demandas atuais e garantir às futuras gerações condições adequadas ao atendimento de suas próprias necessidades, investimos em ações que contribuam para o uso sustentável dos recursos naturais. Estamos comprometidos com a manutenção dos ecossistemas e com a conservação das espécies. Além de monitorar e avaliar continuamente os impactos de nossas operações sobre os ambientes naturais, desenvolvemos tecnologias voltadas à melhoria da qualidade da recuperação de áreas mineradas ou alteradas por outras atividades antrópicas. Paralelamente, realizamos investimentos para a proteção de ecossistemas e espécies ameaçadas de extinção.

Desenvolvemos iniciativas para proteger a biodiversidade em nossas áreas próprias ou em áreas contempladas por convênios e parcerias firmados com órgãos ambientais. na região amazônica, por exemplo, onde operamos a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo – Carajás –, temos trabalhado em parceria com os órgãos ambientais para o auxílio na conservação do Mosaico de unidades de Conservação da região (Estado do Pará, brasil). Atividades semelhantes vêm ocorrendo em áreas associadas a nossas operações de mineração no Quadrilátero Ferrífero, do Estado de Minas Gerais (brasil), que representam importantes remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado.

Encontram-se em elaboração as Diretrizes de biodiversidade da Vale, que determinarão a nossa atuação em todos os países nos quais estamos presentes, abrangendo as boas práticas para mineração e biodiversidade nas diversas etapas do ciclo de vida dos nossos empreendimentos. Por meio da implantação dessas Diretrizes, buscamos alcançar um nível de excelência em práticas e resultados em gestão da biodiversidade, incluindo

ações relacionadas ao melhor conhecimento dos ecossistemas nos quais atuamos, a divulgação das informações reunidas e sua aplicação no aperfeiçoamento de nossas atividades. O objetivo é integrar os interesses de todas as partes relacionadas ao nosso negócio com a conservação da biodiversidade. Para viabilizar a implantação das nossas Diretrizes, encontra-se também em fase de construção o Guia Operacional de biodiversidade.

principais ações desenvolvidas em 2008

• Mapeamento das áreas degradadas ao longo das ferrovias da Vale no brasil. O estudo traz a classificação, o nível de degradação, as instruções de ações a serem realizadas, o grau de urgência e a estimativa de investimento necessário para a recuperação de cada área.

• Intensificação do relacionamento entre as áreas operacionais localizadas em diferentes países, sobretudo entre o brasil, a indonésia, a nova Caledônia e a Austrália. Os objetivos foram conhecer os processos utilizados em cada país, trocar experiências, difundir as melhores práticas e consolidar o alinhamento da gestão. Esse processo englobou visitas, reuniões e treinamentos.

• Execução do Plano de Fechamento da Mina de Córrego do Meio, que incluiu a criação de um Centro de biodiversidade. Este representa um local de disseminação de conhecimento, contando com uma escola para formação de profissionais e com área para a produção de mudas de espécies dos ecossistemas do Estado de Minas Gerais (brasil). O projeto representa um avanço na gestão de fechamento de minas.

Nossa contribuição à proteção da biodiversidade inclui investimentos em pesquisas, conservação de ecossistemas e parcerias com a sociedade.

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• Início da execução do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande, no Estado do Rio de Janeiro (brasil). Essa iniciativa envolve a Vale e órgãos governamentais, além de OnGs, na realização de ações conjuntas de preservação e conservação da Ilha Grande, reconhecida pela Unesco como Reserva de biosfera da Mata Atlântica.

• Conclusão do estudo Mapeamento e Caracterização do uso do solo nas Propriedades da Vale no Quadrilátero Ferrífero, região do Estado de Minas Gerais (brasil), considerado um importante instrumento para tomada de decisões estratégicas na região. O estudo orientará o planejamento

das atividades da Vale, auxiliando no direcionamento de compensações e na indicação das áreas que podem ser destinadas à conservação da flora e da fauna regionais.

• A partir das pesquisas botânicas desenvolvidas pelo instituto Ambiental Vale, em parceria com pesquisadores de diferentes instituições do brasil e de outros países, foram descobertas novas espécies da flora nativa da Mata Atlântica. Essas descobertas incluem espécies coletadas na Reserva Natural da Vale, em Linhares (Estado do Espírito santo, brasil), e em outras localidades que até então eram desconhecidas pela ciência.

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áreas operacionais em relação a áreas sensíveis posição relativa km2

Área protegidaAdjacente 783,7

Dentro 243,3Total 1.027,0

Área de alto índice de biodiversidadeAdjacente 813,7

Dentro 695,4Total 1.509,1

Para o cálculo da área adjacente a uma área sensível, foi considerado um raio de interferência a partir dos limites externos desta. Quando uma unidade operacional está adjacente a mais de uma área sensível, optamos por considerar o valor dessa unidade cumulativamente.

tabela 1: Quantidade e posição das áreas operacionais da Vale em relação a áreas sensíveis definidas pelo governos locais (áreas protegidas ou alto índice de biodiversidade)

Conhecer profundamente a diversidade biológica das áreas onde atuamos é parte do nosso compromisso com a sustentabilidade.

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Gestão das áreas sensíveis

localização e tamanho da área ocupada pela Vale A Vale possui aproximadamente 2.713 km2 de áreas operacionais. Desse total, 40% são ocupados por atividade extrativa, enquanto o restante é usado para processamento, produção industrial e transporte dos produtos, incluindo ferrovias e portos. Do total de terras, 9% estão localizados dentro de áreas consideradas legalmente protegidas (unidades de conservação) e 26 %, dentro de áreas de alto índice de biodiversidade (fora de áreas protegidas), definidas pelos governos de cada país. se levarmos em consideração áreas vizinhas, temos 29% adjacentes às áreas protegidas e 30% adjacentes às áreas de alto índice de biodiversidade (tabela 1).

Considerando-se padrões internacionais de diversidade biológica, e não somente a classificação pelos governos locais, constata-se que 2.307 km2 de áreas operacionais da Vale estão inseridos em áreas consideradas hotspots ou wilderness areas1 (tabela 2).

A Vale possui operações nos biomas Cerrado (Brasil), Mata Atlântica (Brasil), Wallacea (indonésia) e outros no Japão e na nova Caledônia que estão inseridos em regiões classificadas como hotspots (46% da área considerada). Já as operações presentes nos biomas Floresta Amazônica (brasil), Floresta boreal (Canadá) e Pantanal (brasil) estão inseridas em regiões classificadas como wilderness areas (54% da área considerada).

Em muitos casos, as unidades operacionais da Vale localizadas em regiões de hotspots e wilderness areas foram implantadas em áreas que já se encontravam ambientalmente alteradas pela existência de atividades

1 Hotspots e wilderness areas são grandes áreas geográficas consideradas importantes para a conservação da fauna e da flora mundiais, que funcionam como categorias complementares de importância para a biodiversidade, sendo oficialmente reconhecidas por diversas organizações internacionais. Os hotspots são áreas mais ameaçadas e de grande riqueza biológica no planeta, possuindo grande número de espécies de plantas vasculares endêmicas e apresentando-se reduzidas a 30% ou menos de sua cobertura vegetal original. As wilderness areas, por sua vez, constituem grandes extensões de área (mais de 1 milhão de hectares cada) com biodiversidade representativa e atualmente pouco modificadas (áreas selvagens), possuindo mais de 70% da área original intacta e densidade humana menor ou igual a cinco pessoas por km2.

antrópicas anteriores (como exploração madeireira e pecuária) ou que se destinavam exclusivamente a atividades industriais (distritos industriais municipais, por exemplo). Entretanto, independentemente do estado de conservação das áreas no início de nossas atividades, realizamos e planejamos nossas operações de forma a causar a menor alteração possível aos ambientes naturais. As ações ambientais realizadas paralelamente às operações contribuem de forma positiva para a conservação da biodiversidade local.

Impactos na biodiversidade

impactos diretosOs impactos significativos diretos das atividades da Vale sobre a biodiversidade estão relacionados especialmente à supressão da vegetação para implantação dos empreendimentos ou expansão de áreas operacionais. isso ocasiona a perda de indivíduos da flora e da fauna e o afugentamento de espécimes, que se deslocam para outras áreas. Dentre os efeitos dessa atividade se destacam a perda e ou a redução do hábitat, além de um conjunto de alterações na estrutura das comunidades vegetais e animais.

A intensidade das consequências dessas alterações sobre a biodiversidade varia em função das condições ambientais locais e do grau de conservação dos remanescentes, tanto na área diretamente afetada, como na área de influência dos empreendimentos. A Vale adota um amplo conjunto de ações

Tipo de operação área (km2) porcentagem (%)

Total de áreas (hotspots + wilderness areas) 2.306,8

Extração 792,3 34

Processamento / Produção / Transporte 1.514,5 66

Hotspots - Subtotal 1.052,7

Extração 184,5 18

Processamento / Produção / Transporte 868,2 82

Wilderness areas - Subtotal 1.254,1

Extração 607,8 48

Processamento / Produção / Transporte 646,3 52

tabela 2: Atividades operacionais da Vale e sua localização em relação às áreas mundiais de alto índice de biodiversidade – hotspots e wilderness areas

para prevenir, controlar e minimizar a ocorrência desses impactos, que podem ser observados nas nossas operações.

impactos indiretosA maioria dos impactos significativos indiretos gerados pelas atividades da Vale e que podem afetar a biodiversidade está relacionada a alterações nos componentes do meio físico, que funcionam como suporte para os elementos do meio biótico (conjunto de seres vivos que compõem um ecossistema). Esses impactos ocorrem em função de:

• emissão de gases atmosféricos e de material particulado, que podem acarretar alterações na qualidade do ar;

• geração de efluentes líquidos, podendo comprometer a qualidade da água;

• geração de barulho, vibração ou iluminação, que podem afetar a fauna;

• geração de resíduos sólidos, que pode ocasionar o assoreamento de corpos d’água;

• mudanças na paisagem.

Essas alterações, se não controladas, podem extrapolar os limites da área operacional dos empreendimentos, ocasionando a perda de qualidade ambiental e contribuindo para a redução da biodiversidade local, especialmente a partir da perda de espécies terrestres e aquáticas mais sensíveis às alterações observadas.

88 Relatório de Sustentabilidade 2008

e visam à minimização desses impactos. temos adotado nosso modelo de gestão também em localidades em que algumas práticas não são exigidas pela legislação local, buscando, com isso, uniformizar os procedimentos adotados no mundo.

As principais ações adotadas para a gestão de impactos na biodiversidade estão relacionadas a:

• instalação de sistemas de controle de emissões atmosféricas e de equipamentos de medição para controle dos parâmetros de emissão;

• monitoramento do uso de combustíveis fósseis e identificação de oportunidades de redução das emissões de gases do efeito estufa;

• controle de emissões de material particulado nas operações de estocagem, manuseio e transporte de materiais, bem como umectação de vias de circulação de veículos e implantação de cinturões verdes para reduzir a dispersão de partículas (arraste eólico);

• recolhimento de resíduos para guarda temporária em local adequado e posterior envio para reaproveitamento (reciclagem) ou encaminhamento para empresa especializada na destinação adequada de resíduos perigosos ou que necessitem de cuidado especial;

• implantação e monitoramento constante de barragens de contenção de rejeito e diques de contenção de sólidos (inspeção visual);

• implantação de sistemas para tratamento de efluentes líquidos (esgoto doméstico e industrial);

• adequação de drenagens superficiais e implantação de dispositivos que diminuam a velocidade de escoamento da água para evitar o carreamento (deslocamento) de resíduos sólidos e a geração de focos de erosão;

Conservação de espécies Os estudos de viabilidade ambiental realizados para nossos projetos (implantados ou em implantação) identificaram a existência em áreas da Vale de aproximadamente 2.850 espécies vegetais e 3.400 espécies animais (incluindo invertebrados e vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), considerando ambientes terrestres e corpos d’água doce associados às nossas atividades. Dessas espécies, 141 integram listas nacionais oficiais de espécies ameaçadas de extinção (tabela 3) e 110 são classificadas como internacionalmente ameaçadas, segundo a Lista Vermelha da International Union for Conservation of nature (iuCn) (tabela 4).

Estratégias para gestão de impactos As ações de gestão dos impactos na biodiversidade adotadas pela Vale atendem a regulamentos dos governos locais, particularmente à rigorosa legislação do brasil,

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Extinta* Criticamente em perigo Em perigo Vulnerável Total

Fungo - - 1 - 1

Flora - 3 46 3 52

Molusco - 2 - - 2

Artrópodes - 4 4 2 10

Ictiofauna - 1 5 3 9

Herpetofauna - 1 1 4 6

Avifauna 1 6 18 16 41

Mastofauna - - 5 15 20

Total 1 17 80 43 141

tabela 3: Espécies ameaçadas de extinção incluídas em listas nacionais oficiais de cada país e presentes na região de inserção das áreas operacionais da Vale

* Espécie com registro histórico para a área de inserção de uma das unidades operacionais da Vale.

Todas as nossas ações, do início ao término das operações, integram o Plano Básico de Gerenciamento da Biodiversidade que identifica peculiaridades e demandas de cada local.

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• reconformação (remodelação) do solo e contenção adequada de taludes por meio da instalação de dispositivos de proteção de superfície, que, depois de instalados, constituem uma barreira física contra o carreamento de sedimento e de insumos pela ação das chuvas; e semeadura ou plantio de espécies vegetais, que irão garantir a estabilização do solo e a recuperação ao longo do tempo;

• elaboração de planos operacionais de supressão de vegetação que considerem aspectos relativos à flora e à fauna, evitando o corte de espécies arbóreas protegidas (espécies ameaçadas de extinção), sempre que possível, e a supressão de áreas que não venham a ser utilizadas na atividade que se pretende implantar;

• realização de atividades para resgate de flora (coleta de epífitas e sementes) e de salvamento e/ou resgate de fauna;

• desenvolvimento e implantação de projetos de restauração ecossistêmica.

As ações realizadas incluem o monitoramento das influências das nossas atividades na qualidade ambiental das diferentes regiões em que operamos e sobre as espécies que podem ser afetadas. Essas iniciativas visam ao constante aprimoramento dos procedimentos e à proposição de ações e soluções técnicas para a redução dos impactos de nossas atividades sobre a biodiversidade.

As ações citadas estão presentes ou se encontram em fase de implantação em todos os empreendimentos da Vale, de acordo com sua aplicabilidade em cada fase de desenvolvimento dos projetos e tipo de operação realizada. Planos de gerenciamento de biodiversidade As ações identificadas para cada área operacional integram o Plano básico de Gerenciamento da biodiversidade da Vale, elaborado para todas as atividades da empresa e adaptado às demandas e às particularidades de cada empreendimento, desde a fase de implantação do projeto até o seu fechamento.

Mantemos programas específicos para as operações localizadas em áreas de especial importância para a biodiversidade, como áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade. Exemplo disso são as unidades operacionais localizadas na Floresta nacional de Carajás, região amazônica do brasil, que possuem Plano Específico de Gerenciamento da biodiversidade, cujo escopo, além de estar em acordo com os requisitos legais relativos à atividade da mineração, segue o Plano de Manejo da unidade de Conservação na qual se inserem. De forma semelhante, estamos implantando planos específicos para os empreendimentos localizados na Floresta nacional de tapirapé-Aquiri, contígua à Floresta nacional de Carajás, e para os empreendimentos localizados no Quadrilátero Ferrífero, de Minas Gerais, na Região Sudeste do Brasil.

Extinta* Criticamente em perigo Em perigo Vulnerável Baixo risco Quase

ameaçada Total

Flora - 2 15 27 23  - 67

Herpetofauna - - - 1 - - 1

Avifauna 1 1 3 4 - 14 23

Mastofauna - 2 3 6 - 8 19

Total 1 5 21 38 23 22 110

tabela 4: Espécies ameaçadas de extinção incluídas na lista internacional** oficial (iUCn) presentes na região de inserção das áreas operacionais da Vale

*Espécie com registro histórico para a área de inserção de uma das unidades operacionais da Vale. **A mesma espécie pode aparecer em ambas as listagens (nacional e iuCn).

Áreas protegidas A Vale protege aproximadamente 10.201km2 de áreas naturais, incluindo sítios de propriedade da empresa (4%), áreas arrendadas (3%) e unidades de conservação oficiais protegidas em parceria com os governos locais (93%). As áreas protegidas pela Vale abrangem território nos biomas Floresta Amazônica (82%), Florestas boreais (<1%), Mata Atlântica (5%) e Wallacea (12%), bem como áreas na nova Caledônia (<1%) e propriedades localizadas na região de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado (1%). (tabela 5 na pág 90).

A Vale realiza a gestão em algumas áreas protegidas próprias e contempladas por parcerias que não estão relacionadas às nossas operações. Dentre essas, se destacam a Reserva Natural Vale e a Reserva Biológica de sooretama, no sudeste do brasil.

Para o Projeto Vale Florestar foram consideradas as áreas próprias e arrendadas reservadas à restauração e à proteção da vegetação natural, estando estas associadas a áreas de plantio de eucalipto.

Áreas impactadas e em recuperação no período de 2006 a 2008, considerando todos os empreendimentos sob nossa responsabilidade, a área total impactada foi de 82,8 km2, e foram iniciadas atividades para recuperação de 44,2 km2, sendo 63% recuperação permanente e 37% recuperação provisória.

90 Relatório de Sustentabilidade 2008

observa-se que as áreas em recuperação permanente e provisória superaram o total de áreas impactadas devido à existência de empreendimentos mais antigos que já estão em processo de fechamento nessas áreas. Dessa forma, a maior área em recuperação permanente foi registrada na Mata Atlântica.

Balanço de impacto

A quantidade de área impactada anualmente pela atividade de exploração mineral é superior à área em recuperação permanente. isso ocorre porque a maioria das áreas operacionais da Vale encontra-se em fase de produção, incluindo áreas em expansão e novos projetos em implantação. Entre os

anos de 2006 e 2008, foram impactados 78 km² e iniciadas atividades para recuperação permanente em 27 km². O saldo de fechamento em 2008 é de 525 km² (Tabela 8). O saldo de fechamento de 2006 foi menor do que o saldo de abertura de 2007, em decorrência da aquisição de novos ativos operacionais em 2007, tendo sido incorporadas ao saldo de abertura de 2007 da Vale as áreas impactadas pela Vale inco, adquirida no fim de 2006. De forma semelhante, para o ano de 2007 também se observa um saldo de fechamento menor do que o saldo de abertura de 2008, já que, em 2008, incorporamos as áreas da Vale Australia, adquirida em 2007.

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área protegida localização Bioma propriedade área (km2)

Parque Botânico de Tubarão brasil (Espírito santo) Mata Atlântica Própria 0,3

Cinturão Verde de Tubarão brasil (Espírito santo) Mata Atlântica Própria 5,5

Reserva Natural Vale brasil (Espírito santo) Mata Atlântica Própria 217,9

Reserva Biológica de Sooretama brasil (Espírito santo) Mata Atlântica Parceria / iCMbio* 242,0

Convento da Penha brasil (Espírito santo) Mata Atlântica Parceria/ Governo do Estado 0,5

Parque Botânico de São Luis Brasil (Maranhão) Floresta Amazônica Própria 1,1

Cinturão Verde Ponta da Madeira Brasil (Maranhão) Floresta Amazônica Própria 1,212 Reservas Particulares do Patrimônio Natural em Minas Gerais brasil (Minas Gerais) Mata Atlântica /

Cerrado Própria 70,4

Áreas de Proteção de quatro PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) brasil (Minas Gerais) Mata Atlântica Própria 3,3

Floresta Nacional de Carajás brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria / iCMbio* 4.119,5

Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria / iCMbio* 1.925,5

Floresta Nacional do Itacaiúnas brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria / iCMbio* 824,5

Reserva Biológica do Tapirapé brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria / iCMbio* 997,0Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado brasil (Pará) Floresta Amazônica Parceria / iCMbio* 206,4

Zona de Proteção Albrás/Alunorte brasil (Pará) Floresta Amazônica Própria 25,3Áreas em Proteção pelo Projeto Vale Florestar brasil (Pará) Floresta Amazônica Arrendada (terceiros) 323,0

Cinturão Verde Valesul Brasil (Rio de Janeiro) Mata Atlântica Própria 0,7

Cinturão Verde Sergipe brasil (sergipe) Mata Atlântica Própria 0,5

Florestas Boreais Canadá Canadá Florestas boreais Própria 56,1

Floresta Tropical de Sorowako indonésia Wallacea Parceria / Governo indonésio 1.180,0

Forêt Nord Nature Reserve nova Caledônia Maquis Shrubland** Parceria/ Governo nova Caledônia 0,01***

Total 10.200,6

tabela 5: áreas que a Vale protege (áreas próprias) ou ajuda a proteger (áreas de terceiros)

Se contabilizarmos também as áreas protegidas através de empresas coligadas (fora do escopo GRI) e as áreas de fragmentos florestais, atingimos o total de mais de 18 mil km2 de áreas que protegemos ou ajudamos a proteger.* Fonte: ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Ministério do Meio Ambiente. ** tipo de vegetação natural presente no hotspot intitulado nova Caledônia. *** Medidas adicionais de biodiversidade, incluindo a proteção de áreas, estão sendo desenvolvidas visando à entrada em operação da Vale inco nouvelle-Calédonie.

no mesmo período, o total de áreas destinadas à recuperação (permanente ou provisória) foi inferior ao tamanho da área total impactada a cada ano, característica de empresas em crescimento. Entretanto, podemos observar uma tendência anual de crescimento no total de áreas em recuperação (tabela 6).

Analisando por tipo de vegetação impactada e em processo de recuperação, destaca-se o maior número de áreas impactadas na Floresta Amazônica (tabela 7). Para esse bioma, as áreas impactadas encontram-se, em sua maioria, relacionadas a empreendimentos em implantação e em expansão. Em contrapartida, na Mata Atlântica e no Cerrado

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Em cada unidade operacional, a recuperação é realizada com base no Plano de Fechamento de Mina, que é específico para cada empreendimento, sendo proposto na fase de planejamento das atividades.

se levarmos em consideração nossas atividades de recuperação e plantio realizadas voluntariamente em terras de terceiros e em terras arrendadas, nosso saldo encontra-se zerado no brasil. isso porque a Vale já plantou ou recuperou, 1,4 hectare para cada hectare impactado. Até o final de 2009, esse equilíbrio será atingido em todas as nossas operações, alcançando a proporção de 1 hectare recuperado/plantado para cada hectare suprimido no mundo.

Como exemplo de recuperação e plantio de terras arrendadas, a Vale desenvolve o Projeto Vale-Florestar no Estado do Pará, brasil, tendo alcançado em 2008 444 km². Com relação à recuperação de terras de terceiros, a Vale realizou, até o ano de 2008, voluntariamente, no brasil, a recuperação da vegetação nativa de 5,5 km², em diferentes Estados. Já na operação de Sudbury, em 2008, a Vale Inco recuperou 1,9 km² fora de nossa propriedade. Essa ação é parte de esforços contínuos que visam permitir a recuperação da vegetação em áreas tornadas estéreis em função das atividades históricas de produção de níquel e corte de madeira. Esses esforços de recuperação vêm sendo realizados pelas empresas de níquel da região (incluindo Vale inco), com a participação de governos locais e da comunidade, desde 1970. nesse período, já é possível encontrar novamente muitas espécies de flora e fauna em muitas regiões.

Os impactos de questões ambientais remanescentes de mais de cem anos de atividades de produção de níquel têm sido objeto do estudo científico Sudbury Soils Study (mais informações em www.sudburysoilsstudy.com), desenvolvido ao longo de sete anos. As constatações desse estudo nortearão os esforços de recuperação por parte da Vale inco. Esses esforços são significativos em uma empresa como a Vale Inco, com uma longa história.

área em recuperação

Bioma área impactada

área em recuperação permanente

área em recuperação

provisória

área total em recuperação

Floresta Amazônica 57,5 5,4 2,8 8,2

Mata Atlântica 7,9 10,7 10,5 21,2

Cerrado 1,7 1,7 2,8 4,5

Pantanal 2,0 3,6 0,0 3,6

Nova Caledônia 0,4 0,04 0,0 0,04

Florestas Boreais 0,0 2,2 0,3 2,4

Outros 13,3 4,1 0,2 4,2

Total 82,8 27,7 16,6 44,2

tabela 7: área impactada e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale de acordo com o bioma - (Km2) - (2006 a 2008)

* A recuperação de áreas degradadas é um processo gradativo, que demanda ações de médio e longo prazos. O termo “em recuperação” indica as áreas nas quais as atividades foram implantadas e estão em andamento. “Em recuperação permanente” corresponde a áreas que não serão mais afetadas pelas atividades da empresa, e “em recuperação provisória” compreende aquelas que podem vir a ser novamente empregadas em atividades operacionais. no ano de 2008, passamos a contar com maior precisão na coleta de dados desse indicador devido a um aprimoramento da ferramenta de gestão utilizada.

Ano área impactada

área em recuperação permanente

área em recuperação

provisória

área total em recuperação

2006 32,5 7,4 3,2 10,5

2007 17,7 7,5 6,2 13,7

2008 32,6 12,8 7,2 20,0

Total 82,8 27,7 16,6 44,2

tabela 6: área impactada e área em recuperação (permanente e provisória) pela Vale - (Km2)

Ano

áreas impactadas

(saldo de abertura)

áreas impactadas no ano de referência

áreas em recuperação

permanente no ano de referência

áreas impactadas

(saldo de fechamento)

2006 281,9 31,2 7,4 305,7

2007 488,9 16,5 7,4 498,0

2008 506,3 30,1 11,9 524,6

tabela 8: Saldo de abertura e saldo de fechamento das atividades de extração de minérios realizadas pela Vale no período de 2006 a 2008

saldo de abertura anual representa a posição do início do ano em relação à quantidade total de terras ainda a serem recuperadas.

Saldo de fechamento representa a posição ao final do ano em relação à quantidade total de terras ainda a serem recuperadas.

não entram atividades de logística. são consideradas apenas as atividades de lavra, beneficiamento e transformação mineral. A recuperação de terra provisória não é computada, somente a permanente.

92 Relatório de Sustentabilidade 2008

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Estratégias globaisA partir do intercâmbio de informações e do diagnóstico das condições da biodiversidade local, as equipes responsáveis pela recuperação de áreas degradadas nas minas de Sorowako, na ilha de Sulawesi, na Indonésia, puderam aprimorar os procedimentos de restauração de ecossistemas aplicados em suas áreas. Essa melhoria foi obtida a partir da incorporação de técnicas desenvolvidas nos projetos realizados no brasil, incluindo a manipulação de plantas nativas e o controle das espécies invasoras.

O principal desafio foi aprofundar o conhecimento sobre as espécies locais, de forma a buscar as melhores estratégias de recuperação, levando em consideração a viabilidade operacional e os compromissos da empresa com a conservação da biodiversidade.

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preservar e multiplicarReconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Natural Mundial da Costa do Descobrimento, a Reserva Natural Vale, no Estado do Espírito Santo, Região Sudeste do Brasil, é um verdadeiro laboratório a céu aberto. Em seus 22 mil hectares, cientistas de diversas especialidades e pesquisadores do instituto Ambiental Vale estudam a complexidade desse bioma brasileiro e trabalham pela conservação e multiplicação de sua diversidade. Os focos dos estudos são o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais e a criação de tecnologia para recuperação de áreas degradadas, no brasil e no mundo.

Maior viveiro de mudas da América Latina, a Reserva tem capacidade para produzir, anualmente, cerca de 55 milhões de unidades das mais de 800 diferentes espécies tropicais de Mata Atlântica. Essa produção é destinada, principalmente, à restauração ecossistêmica de áreas nesse bioma, a programas de arborização urbana e amenização paisagística.

A Reserva Natural Vale também é reconhecida internacionalmente como banco genético e centro de pesquisas em silvicultura tropical. Desde os anos 50, quando a Reserva foi adquirida pela Vale, os cientistas já catalogaram mais de 2,6 mil espécies botânicas, mil espécies de insetos e quase 100 espécies de mamíferos. nas terras da Reserva, que constituem a maior área de Mata Atlântica em relevo plano do Brasil, já foram identificadas 367 espécies de aves, número que corresponde a 25% do total de aves brasileiras e 5% das que existem no mundo.

Outro trabalho de grande relevância desenvolvido na Reserva Natural Vale é a pesquisa da flora, que já resultou na descoberta de 96 novas espécies botânicas. Em 2008, a Vale promoveu o Prêmio Brasileiro Imortal, um concurso inédito para escolha do nome de sete dessas novas espécies.

Conheça mais sobre a Reserva Natural Vale em www.vale.com.

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direitos HuManos

Uma questão de engajamento

Respeitamos e promovemos os direitos humanos em nossas atividades e no âmbito da nossa cadeia produtiva

somos pautados pelo respeito à dignidade humana e pela busca da excelência em gestão. temos um Código de Conduta Ética, cujos princípios norteiam nossa atuação com os diversos segmentos sociais impactados pelas nossas atividades.

Embora sabendo que compete principalmente ao Estado proteger e promover os direitos humanos, além de garantir as liberdades fundamentais, acreditamos que cabe a nós, o setor privado, respeitá-los e promovê-los no âmbito de nossas atividades.

A Vale promove os direitos humanos na sua esfera de influência das seguintes formas:

• Para os empregados, buscamos manter um ambiente de trabalho propício ao crescimento profissional e pessoal, estimulando-os a agir como promotores desses direitos perante outras partes interessadas.

• Na cadeia produtiva, procuramos estabelecer relacionamento com fornecedores, parceiros e clientes que compartilhem dos nossos princípios e valores, promovendo a conscientização e a prática dos direitos humanos e aprimorando, continuamente, a avaliação de riscos de violação.

• Com as comunidades locais, indígenas e quilombolas, mantemos um relacionamento de engajamento contínuo, pautado pelo diálogo e pelo respeito mútuo, apoiando iniciativas que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde atuamos, do início ao término das nossas atividades.

• Perante os governos, reconhecemos a soberania nacional de cada país e contribuímos, voluntariamente, para a promoção dos direitos humanos onde atuamos.

• Na sociedade, nosso compromisso se expressa sob várias formas de engajamento. somos signatários do Pacto Global da Organização das nações unidas (Onu), como compromisso voluntário de garantia de direitos humanos fundamentais em conformidade com a Declaração universal dos Direitos Humanos da ONU. Também integramos o Conselho Internacional de Mineração e Metais (iCMM, na sigla em inglês) e somos parceiros da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujas diretrizes inspiram as nossas ações.

temos, ainda, avançado na construção de Diretrizes Corporativas de Direitos Humanos que reflitam a importância desse tema para a nossa empresa.

Esferas de influência da Vale (para fins de respeito e promoção dos direitos humanos)

Empregados, contratados

Fornecedores, Parceiros,Clientes

Comunidades vizinhas

Governos Sociedade

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pacto Sustentável um cenário de incerteza dominava a região sul da nova Caledônia, localizada no Pacífico sul, que precedia a atuação da Vale nesse território, onde está sendo implantado o Projeto Vale inco nouvelle-Calédonie. Os motivos dessa situação eram claros: um legado sociopolítico e cultural complexo e a proximidade territorial de uma zona ambiental declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, habitada por várias tribos dos povos Kanak com interesses divergentes e, por vezes, conflitantes. nesse contexto, foi iniciada a implantação de uma das maiores operações de mineração e processamento de níquel no mundo.

Em diversas ocasiões, as comunidades e as organizações de defesa ambiental se reuniram para protestar contra os possíveis impactos do projeto. As principais preocupações incluíam a necessidade de respeitar os interesses, as posições e as tradições dos povos locais e a preservação das Lagoas da nova Caledônia, formadas por recifes de corais que abrigam uma variada diversidade marinha, incluindo algumas espécies endêmicas. Os estudos ambientais realizados pela Vale inco antes de iniciar o projeto indicaram que, com investimentos em controles, era possível operar a mina com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente.

A Vale inco entendeu que diálogo e engajamento seriam fundamentais nesse processo. “O primeiro passo foi entender o ponto de vista das pessoas, nos colocando no lugar delas e ouvindo suas dúvidas e preocupações”, diz Rafael Benke, vice-presidente de Relações Corporativas da Vale Inco e negociador-chefe do comitê formado pela empresa para dialogar com mais de 150 representantes das partes interessadas diretamente envolvidas no processo. O resultado foi a assinatura, em setembro, do Pacto para o Desenvolvimento sustentável do Grande sul, firmado entre a empresa e as comunidades da região, na presença de autoridades comunitárias, indígenas e públicas. O acordo estipula investimentos em programas ambientais voluntários, como reflorestamento, bem como um plano para o monitoramento de potenciais impactos em parceria com as comunidades locais, garantindo ampla transparência e participação das instituições indígenas e da sociedade. Além disso, o acordo cria uma Fundação com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável da região.

A abrangência dos temas tratados, a transparência dos diálogos e a construção participativa das soluções são alguns dos fatores que determinaram o sucesso da negociação. Para a Comissão de Direitos Humanos da ONU, que incluiu o Pacto para o Desenvolvimento Sustentável do Grande Sul em sua lista global de melhores práticas de relacionamento com comunidades tradicionais, a iniciativa se destaca pelo intenso processo de consultas e pelo respeito às posições das partes interessadas demonstrado pela empresa durante o processo de negociação e conclusão do acordo.

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coMbateMos o trabalHo infantil e forçado A erradicação do trabalho infantil e das relações trabalhistas análogas à escravidão exige um esforço comum dos governos, das empresas e de toda a sociedade.

Agimos preventivamente no âmbito da nossa cadeia produtiva. no brasil, no que se refere aos fornecedores das nossas unidades próprias, possuímos um mecanismo de monitoramento baseado na lista publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MtE) que identifica casos de empresas denunciadas por possíveis ocorrências de trabalho forçado.

Com base nessa listagem, cruzamos o nosso cadastro de fornecedores. Caso algum faça parte do banco de dados, exigimos medidas corretivas e avaliamos, caso a caso, a possibilidade de suspensão de contrato.

também adotamos outras medidas preventivas, entre as quais a realização de auditorias em contratos e subcontratos, a aplicação de questionário de avaliação social para fornecedores, além de programas de treinamento e capacitação profissional. Participamos, desde 2006, do Programa Tear, desenvolvido pelo Instituto Ethos, desempenhando o papel de empresa-âncora do setor de mineração, para ajudar nossos fornecedores a incorporar a responsabilidade social nas suas estratégias de negócios.

As empresas Albras e Valesul, controladas da Vale, possuem certificação pelo padrão internacional sA 8000, e a Alunorte está em processo de implantação. O objetivo é que as leis e as convenções de direitos humanos sejam incorporadas à cadeia de fornecimento e ao ambiente de trabalho.

Além disso, nosso modelo de contratos possui cláusulas de natureza trabalhista e previdenciária, tributária, de saúde e segurança e qualidade.

na operação da Pt inco, empresa da Vale na indonésia, nossos contratos possuem cláusulas referentes a direitos humanos. Adicionalmente, monitoramos o desempenho dos itens definidos nos contratos, bem como realizamos auditorias de conformidade.

Em relação aos nossos clientes produtores de ferro-gusa, identificamos que há risco de utilização de carvão vegetal de madeira não certificada, eventualmente envolvendo trabalho forçado e/ou infantil em sua cadeia.

nesse sentido, incluímos cláusulas contratuais que permitem a rescisão do contrato de fornecimento de minério caso seja evidenciada alguma irregularidade na cadeia produtiva de nossos clientes. As cláusulas referem-se à proteção ambiental, ao desenvolvimento socioeconômico, à não utilização de trabalho infantil e/ou escravo ou análogo ao escravo e a qualquer outro tipo de trabalho irregular.

Em 2008, foi suspenso o fornecimento de minério de ferro para um cliente localizado no Estado do Maranhão, Brasil, enquanto a empresa fez parte do cadastro de empregadores divulgado pelo MtE. no ano anterior, suspendemos a venda para outros sete clientes, nos Estados do Pará, do Maranhão e de Minas Gerais.

Mantemos um Canal de Denúncias (descrito em www.vale.com) passível de ser utilizado por qualquer pessoa, inclusive para recebimento de questões relacionadas a direitos humanos. Além disso, em nosso site oferecemos um canal de comunicação, o Fale Conosco, que contempla a categoria Sustentabilidade, para encaminhamento de dúvidas.

não recebemos denúncias de casos de violação dos direitos humanos entre os fornecedores significativos de nenhuma unidade da Vale, em 2008.

Somos signatários de iniciativas globais voltadas ao fortalecimento da cidadania e à promoção dos direitos humanos.

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agindo proativaMente

A Fundação Vale desenvolve programas sociais destinados às crianças, aos jovens e aos adultos em regiões onde as comunidades são consideradas mais vulneráveis aos riscos de trabalho infantil e análogo ao escravo.

Dentre as ações sociais alinhadas aos objetivos de disseminação dos direitos humanos, destaca-se o vídeo Que trabalho é esse?, destinado à conscientização da sociedade sobre os riscos de trabalho análogo ao escravo. O vídeo teve 122 exibições, em 2008 (média de dez por mês), no Canal Futura, parceiro da iniciativa. O conteúdo lúdico, focado no teatro de bonecos, é transmitido também por meio

do Programa Educação nos Trilhos, no circuito de tV dos trens operados pela Vale e nas estações ferroviárias, no brasil. Em 2008, as ações de mobilização do Programa envolveram mais de 200 mil pessoas. segurança, questão estratégica Além de cumprirmos integralmente a exigência normativa de treinamento para agentes de segurança feita pelo Ministério da Justiça, no brasil, em 2008, ministramos um treinamento customizado, com foco em direitos humanos, para 100% do pessoal de segurança de empresas terceirizadas das unidades próprias no país. A promoção do treinamento no brasil era uma meta assumida e divulgada no Relatório de Sustentabilidade de 2007.

O trabalho foi desenvolvido, em caráter pioneiro, no brasil, em conjunto com a organização Equity International, e resultou em aproximadamente 3 mil pessoas treinadas (2% de empregados próprios e 98% terceirizados). O conteúdo do treinamento será transformado em material didático para replicação nas empresas controladas no brasil e nos demais países onde operamos.

Para 2009, nosso desafio será adaptar o treinamento em segurança e Direitos Humanos para nossas equipes internacionais, considerando particularidades de cada localidade. Planejamos iniciar a aplicação do treinamento no Peru, na Colômbia, na indonésia, na nova Caledônia e em Moçambique. Quanto aos demais países, à medida que formos expandindo nossa atuação, nos comprometemos a dar continuidade ao desenvolvimento de políticas e treinamentos.

Além do treinamento, em 2008 realizamos outros eventos de conscientização no brasil, envolvendo a discussão de temas como fraude, processos de segurança, análise de riscos, construção de cenários e gestão econômica aplicada à segurança.

Outro procedimento preventivo adotado foi o incentivo à não utilização de armas de fogo em nossas rotinas de trabalho pelo nosso pessoal de segurança. nossa nova política global de segurança empresarial, que deve ser aprovada no segundo semestre de 2009, explicita que nossas equipes de segurança somente devem portar armas de fogo quando o uso for obrigatório, seja por determinação legal ou governamental, ou quando, por inexistirem alternativas viáveis para gerenciar os riscos, o porte, devidamente autorizado pelas autoridades, for necessário. Desde 2007, o número de postos armados da segurança Vale no brasil diminuiu 55%.

também oferecemos treinamento de ambientação com Práticas de segurança para todos os profissionais admitidos na Vale.

Nosso relacionamento com as comunidades é pautado pelo diálogo e pelo respeito mútuo.

Atuação reconhecidaComo parte do reconhecimento do nosso engajamento na luta pelo trabalho decente, em setembro de 2008, participamos do Seminário sobre Iniciativas do Setor Privado no Combate ao Trabalho Forçado. O evento foi realizado em Washington, pela Embaixada do Brasil nos Estados Unidos e pelo Departamento de Estado Norte-Americano.

O convite foi motivado pelas nossas ações de combate às práticas condenáveis de trabalho, desenvolvidas em parceria com o governo e outros segmentos sociais. Teve forte repercussão, nacional e internacional, a suspensão do fornecimento de minério da Vale para empresas envolvidas com irregularidades trabalhistas e ambientais em 2007. Internacionalmente, essa experiência foi considerada importante para incentivar as cadeias produtivas a mudar de postura.

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Respeitar a cultura e buscar o entendimento mútuo. É assim que pautamos nosso relacionamento com as comunidades indígenas e quilombolas influenciadas pelas nossas operações

Acreditamos que o fortalecimento do diálogo e o respeito à cultura das comunidades indígenas e quilombolas são elementos essenciais à busca do entendimento mútuo.

Estamos construindo uma Política de Relacionamento com Comunidades indígenas e Quilombolas. As referências para a construção desse documento serão o histórico do nosso relacionamento com as comunidades próximas às nossas atividades, a legislação dos países nos quais atuamos, além de convenções internacionais e normas da Organização das nações unidas (Onu) sobre direitos indígenas.

As discussões internas sobre o conteúdo dessa política tiveram início em 2008 e reforçaram a necessidade de ampliar as

ações de capacitação de nossas equipes para o diálogo contínuo. Entendemos que essas ações também devem envolver os contratados de empresas terceirizadas e prestadoras de serviços que se relacionam com as comunidades indígenas. Com base na nossa futura política e com o apoio da Valer, pretendemos fortalecer o entendimento da cadeia produtiva sobre a necessidade de adequação de suas rotinas profissionais à cultura dos povos.

resgate cultural e desenvolviMento coMunitário

Em 2008, promovemos ações de resgate cultural e de incentivo ao desenvolvimento local, com as quais beneficiamos mais de 3,7 mil índios, nos Estados brasileiros do Pará, do Maranhão e de Minas Gerais.

Comunidades indígenas e quilombolas

Fortalecer o diálogo, respeitar a cultura local e apoiar o desenvolvimento socioeconômico das comunidades indígenas e quilombolas são práticas da nossa gestão.

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preservar a língua. Fortalecer a cultura

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O Projeto de Valorização das Línguas e das tradições Kanak do Grande sul, iniciado pela Vale inco, na nova Caledônia, em 2008, foi estruturado a partir da visão de que a língua é um importante meio de transmissão dos valores culturais e, portanto, deve ser preservada. O objetivo da iniciativa é criar ferramentas pedagógicas para dar apoio às escolas da região no ensino das três principais línguas faladas pelos povos do Grande sul da nova Caledônia: nââ numèè, nââ drubéa e nââ kwênyii.

uma vez que essas línguas estavam presentes apenas na forma oral, o primeiro passo do projeto foi levantar dados com as pessoas das tribos que guardam esse conhecimento para a elaboração da escrita, em conjunto com a universidade da nova Caledônia.

Após a validação dessas propostas pela Academia das Línguas Kanak, foi desenvolvido material com conteúdo lúdico e interativo para dar suporte ao aprendizado das línguas tradicionais nas escolas da região, assim como servir de base para a multiplicação do conhecimento das línguas para toda a população.

O primeiro material publicado reúne uma série de cinco cartazes que trazem informações visuais e escritas com os temas: Fauna Marinha, Aves, Plantas, Alimentos e Árvores.

A Vale inco atua nesse projeto como agente catalisador do processo de preservação das línguas, contando com o apoio de parceiros como a Academia de Línguas Kanak, a universidade da nova Caledônia, a Agência de Desenvolvimento da Cultura Kanak e a rede de escolas locais, incluindo as das localidades de Yaté e ilê des Pins.

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nesse processo, contamos com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão oficial que representa os índios no brasil.

Em outros países onde há forte presença de comunidades indígenas, também desenvolvemos ações de resgate cultural. Dentre elas, destacamos a produção de cartilhas com o registro de língua nativa da tribo Kanak, da Nova Caledônia, ilha do Pacífico sul, marcada pela influência da colonização francesa.

Em 2008, membros das comunidades indígenas Kanak visitaram áreas operacionais no brasil, onde mostramos para os visitantes a nossa forma de dialogar e de trabalhar em parceria com a Funai.

temos aprimorado, gradativamente, o diálogo com as comunidades tradicionais e conseguimos, em 2007, realizar a primeira visita de indígenas às nossas instalações em Carajás, Estado do Pará, brasil. Após esse primeiro grupo de 70 pessoas, outros dois também visitaram a Mina de Ferro de Carajás, em 2008.

Além da oportunidade de apresentar às comunidades indígenas nossas atividades e processo produtivo, foram realizadas demonstrações culturais e esportivas aos nossos empregados e seus familiares. Essa troca de experiências contribuiu para fortalecer o relacionamento entre as partes.

diálogo e respeito às tradições, as bases para o entendiMento

A importância do diálogo de diferentes partes interessadas com as comunidades indígenas foi a tônica dos debates realizados internamente, em novembro de 2008, no Fórum sobre Comunidades indígenas. Promovido pela Vale, no brasil, o fórum teve como público os funcionários envolvidos direta e/ou indiretamente nas nossas ações destinadas a essas comunidades. Antes disso, patrocinamos, em agosto, o Fórum internacional de Empreendedorismo indígena (Fibea), que também discutiu temas e soluções compartilhadas, realizado em Manaus, capital do Estado do Amazonas, no brasil.

investimentos que fazem a diferençaEm 2008, em um esforço para gerar conhecimento e capacitar o público jovem das comunidades aborígenes canadenses onde operamos e criar melhores perspectivas de trabalho nessas comunidades, a Vale inco decidiu focar em educação a sua Estratégia de investimento na Comunidade no longo prazo.

Entre as iniciativas desenvolvidas em apoio a esse novo enfoque está a parceria com a Fundação Nacional das Realizações Aborígenes (National Aboriginal Achievement Foundation – NAAF), que desenvolverá um curso de mineração para escolas secundárias no Canadá, abordando o papel da mineração na economia, opções de carreira, qualificação necessária e desenvolvimento profissional na área de mineração.

Foi firmada, também, uma aliança com a organização Junior Achievement (JA), reconhecida instituição que oferece programas de educação profissional para jovens. Durante os três anos do acordo com a Vale inco, a JA poderá expandir o seu programa para aborígenes em cinco províncias. O trabalho incluirá a formação de mais de 3 mil alunos e abordará temas como a importância de permanecer na escola e o estímulo à maior participação aborígene na força de trabalho.

As nossas operações no Canadá também têm adotado uma abordagem cada vez mais ativa de engajamento. Em Ontário, o relacionamento com as comunidades indígenas locais é conduzido pelo nosso Grupo de Trabalho com Aborígenes. Esse grupo é composto por membros de diferentes áreas, como meio ambiente, pesquisa mineral e recursos humanos. O grupo se reúne regularmente com os líderes aborígenes para atualizá-los sobre questões ligadas à sustentabilidade e negócios relevantes para as nossas operações.

buscamos permanentemente manter uma interação com a comunidade onde atuamos, mas, numa sociedade pluralista, é compreensível que haja discussões e pleitos envolvendo ambas as partes. Em 2008, não houve registro de violações de direitos indígenas. Contudo, no brasil, envolvendo a Vale, existem duas ações judiciais relacionadas às comunidades tradicionais em curso, e outras duas ações já foram encerradas.

no primeiro processo em andamento, discute-se a obrigatoriedade de apoio às comunidades indígenas XIKRIN da Terra Indígena Cateté, no Pará. A segunda ação é movida pela Fundação nacional do Índio (Funai) contra a Pará Pigmentos S.A., controlada da Vale, e discute o repasse financeiro ao Povo indígena Tembé, no Estado do Pará, brasil, alegando impactos nessa população.

Foi encerrada com acordo a ação movida pelo Povo indígena Krenak, no Estado de Minas Gerais, brasil. A comunidade será beneficiada com apoio às suas atividades econômicas, em decorrência da implantação da Usina Hidrelétrica Aimorés.

no Pará, também foi encerrada com acordo a ação proposta pela Vale contra os Quilombolas de Moju, para reparar possíveis danos causados pela comunidade a torres de linha de transmissão de energia da mina de bauxita de Paragominas, durante manifestação contra a construção de um mineroduto.

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escopo do relatório (liMite)

Abrangência do relatórioA metodologia de definição de limites foi a mesma adotada no Relatório de Sustentabilidade 2007. no entanto, o escopo de empresas que compõem o relatório foi atualizado, com a inclusão de algumas empresas, com destaque para a Vale Australia, adquirida em 2007.

O quadro abaixo apresenta a forma como as principais empresas da Vale, em termos de sustentabilidade, foram consideradas neste relatório.

negócio indicadores de desempenho Forma de gestão Questões e dilemas

Minério de ferro e pelotas

Vale (1)

Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização - Itabrasco (2)

Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização - Kobrasco (2)

Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização - Nibrasco (2)

Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização - Hispanobras (2)

urucum Mineração s.A. (3) (4) Vale Oma Pelletizing LLC

• Samarco Mineração S.A.• Zhuhai YPM Pellet Co., Ltd.

Manganês e ferro-ligas

Vale Manganês s.A.Vale Manganèse FranceVale Manganese Norway A S urucum Mineração s.A. (3) (4)

LogísticaVale (5) Ferrovia Centro-Atlântica s.A. - FCACompanhia Portuária Baía de Sepetiba - CPBS (3)

Seamar Shipping

• Log-in Logística Intermodal S.A. • Consórcio de Rebocadores

da barra dos Coqueiros • Consórcio de Rebocadores

da baía de são Marcos

MRS Logística S.A.

Potássio, caulim e fosfato

ValeCadam s.A.Pará Pigmentos s.A. - PPsACompañía Minera Miski Mayo S.A.C. (Projeto Bayovar)

Cobre Valesalobo Metais s.A.(3)

Alumínio

ValeAlumina do norte do brasil s.A. - AlunorteAlumínio brasileiro s.A. - AlbrasValesul Alumínio s.A. (3)

Companhia de Alumina do Pará - CAP

• Mineração Rio do Norte S.A. - MRN

Siderurgia Vale • Califórnia Steel Industries - CSI

• ThyssenKrupp-CSA – siderúrgica do Atlântico Ltda – CSA

• Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais s.A. - usiminas (6)

Carvão Vale Moçambique Limitada (Projeto Moatize) Vale Australia (Carborough Downs, Broadlea e Integra Coal)

• Shandong Yankuang Int. Coking Co. Ltd• Henan Longyu Energy Resources Co. Ltd.• Vale Australia (Isaac Plains)

Energia• Consórcios de Energia: Igarapava, Porto Estrela,

Candonga, Capim branco i e ii, Funil, Aimorés, Estreito e Gesai – Geração Santa Isabel (7)

• Vale Soluções em Energia S.A. - VSE

Níquel

ValeVale inco LimitedVale inco newfoundland & Labrador Limited Vale Inco Metals (Shanghai) Co., LtdInmetco (International Metals Reclamation Company, Inc.)Novamet (Novamet Specialty Products Corporation)Vale Inco Europe Limited (Clydach Refinery e Acton Refinery)Pt international nickel indonesia tbk (Pt inco)Vale inco nouvelle-Calédonie s.A.sJinco nonferrous Metals Co., LtdInco Advanced Technology Materials (IATM Shenyang) Co., Ltd.Inco Advanced Technology Materials (IATM Dalian) Co., LtdVale inco new nickel Materials (Dalian) Co. Ltd. Vale inco Japan LimitedTaiwan Nickel Refining Corporation Exide Group incorporated

Korea nickel Corporation

(1)Inclui operações das empresas Minerações Brasileiras Reunidas S.A. – MBR, Minas da Serra Geral S.A. – MSG e Baovale Mineração S.A. – Baovale; (2)Os ativos são operados pela Vale; (3)Desde novembro de 2007, essas empresas assumiram a marca Vale, ainda que a razão social das empresas não tenha sido alterada. As razões sociais das empresas têm como referência junho/2009; (4)Inclui operações da CPFL (Companhia Paulista de Ferro-Ligas – CPFL); (5)Inclui operações da Estrada de Ferro Carajás – EFC, da Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFVM e da Ferrovia Norte-Sul – FNS; (6)A Vale vendeu sua participação na usiminas em abril/2009; (7)Continuamos nossos esforços para obter as licenças ambientais necessárias à construção da usina hidrelétrica Santa Isabel.

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negócio indicadores de desempenho Forma de gestão Questões e dilemas

Minério de ferro e pelotas

Vale (1)

Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização - Itabrasco (2)

Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização - Kobrasco (2)

Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização - Nibrasco (2)

Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização - Hispanobras (2)

urucum Mineração s.A. (3) (4) Vale Oma Pelletizing LLC

• Samarco Mineração S.A.• Zhuhai YPM Pellet Co., Ltd.

Manganês e ferro-ligas

Vale Manganês s.A.Vale Manganèse FranceVale Manganese Norway A S urucum Mineração s.A. (3) (4)

LogísticaVale (5) Ferrovia Centro-Atlântica s.A. - FCACompanhia Portuária Baía de Sepetiba - CPBS (3)

Seamar Shipping

• Log-in Logística Intermodal S.A. • Consórcio de Rebocadores

da barra dos Coqueiros • Consórcio de Rebocadores

da baía de são Marcos

MRS Logística S.A.

Potássio, caulim e fosfato

ValeCadam s.A.Pará Pigmentos s.A. - PPsACompañía Minera Miski Mayo S.A.C. (Projeto Bayovar)

Cobre Valesalobo Metais s.A.(3)

Alumínio

ValeAlumina do norte do brasil s.A. - AlunorteAlumínio brasileiro s.A. - AlbrasValesul Alumínio s.A. (3)

Companhia de Alumina do Pará - CAP

• Mineração Rio do Norte S.A. - MRN

Siderurgia Vale • Califórnia Steel Industries - CSI

• ThyssenKrupp-CSA – siderúrgica do Atlântico Ltda – CSA

• Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais s.A. - usiminas (6)

Carvão Vale Moçambique Limitada (Projeto Moatize) Vale Australia (Carborough Downs, Broadlea e Integra Coal)

• Shandong Yankuang Int. Coking Co. Ltd• Henan Longyu Energy Resources Co. Ltd.• Vale Australia (Isaac Plains)

Energia• Consórcios de Energia: Igarapava, Porto Estrela,

Candonga, Capim branco i e ii, Funil, Aimorés, Estreito e Gesai – Geração Santa Isabel (7)

• Vale Soluções em Energia S.A. - VSE

Níquel

ValeVale inco LimitedVale inco newfoundland & Labrador Limited Vale Inco Metals (Shanghai) Co., LtdInmetco (International Metals Reclamation Company, Inc.)Novamet (Novamet Specialty Products Corporation)Vale Inco Europe Limited (Clydach Refinery e Acton Refinery)Pt international nickel indonesia tbk (Pt inco)Vale inco nouvelle-Calédonie s.A.sJinco nonferrous Metals Co., LtdInco Advanced Technology Materials (IATM Shenyang) Co., Ltd.Inco Advanced Technology Materials (IATM Dalian) Co., LtdVale inco new nickel Materials (Dalian) Co. Ltd. Vale inco Japan LimitedTaiwan Nickel Refining Corporation Exide Group incorporated

Korea nickel Corporation

a classificação utilizada no quadro da página 100 seguiu o seguinte critério:

indicadores de desempenhoinclui as unidades próprias da Vale, empresas controladas1 e empresas que operamos. Os indicadores de desempenho são apresentados ao longo do relatório.

1 Por apresentarem baixo impacto em sustentabilidade, as informações sobre as empresas de pesquisa mineral não foram incluídas no cálculo da maior parte dos indicadores de desempenho.

Forma de gestãoConsideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência significativa: inclui coligadas com participação da Vale, direta ou indireta, entre 20% e 50% do capital votante e empresas em que a Vale possui controle compartilhado.A Vale possui assento nos diferentes órgãos de governança dessas entidades, podendo integrar, ainda, comitês que tratam de questões relacionadas a meio ambiente, saúde e segurança, recursos humanos e finanças, entre outros temas. Por meio dessa atuação, a Vale participa de decisões estratégicas e influencia a elaboração de normas e políticas dessas empresas, incluindo questões de sustentabilidade.

Empresa produtos e/ou serviços participação acionária da Vale Questões relevantes

Usiminas* Produtos de aço 5,9% das ações ordinárias e 2,9% do capital total

Estratégia de incentivar a expansão da produção, alavancando as vendas de produtos/serviços da Vale, contribuindo para a geração de emprego e renda para o desenvolvimento do país

CSA Placas de aço 10% do capital social da joint venture

MRS transporte ferroviárioParticipação direta e indireta (37,9% do capital votante** e 41,5% do capital total)

tráfego em áreas com comunidades urbanas

*A Vale vendeu sua participação na usiminas em abril/2009.** Vale renunciou ao direito de voto inerente às ações ordinárias vinculadas ao Acordo de Acionistas da MRS Logística S.A.

Questões e dilemasConsideradas nessa classificação empresas sobre as quais a Vale exerce influência. inclui coligadas com participação, direta ou indireta, da Vale inferior a 20% do capital votante.

102 Relatório de Sustentabilidade 2008

Relatório de Asseguração Limitadados Auditores IndependentesAoConselho de Administração, aos acionistas e demais partes interessadas da Vale S.A. rio de Janeiro – rJ

introduçãoFomos contratados com o objetivo de aplicar procedimentos de asseguração limitada sobre o relatório de sustentabilidade da Vale s.A. (Vale), relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2008, elaborado sob a responsabilidade da Vale. nossa responsabilidade é emitir um Relatório de Asseguração Limitada sobre esse relatório de sustentabilidade.

procedimentos aplicadosOs procedimentos de asseguração limitada foram realizados de acordo com a norma nPO 1, emitida pelo instituto dos Auditores independentes do brasil (ibracon), e com a isae 3000 (international standard on Assurance Engagements), emitida pelo international Auditing and Assurance Standards Board, ambas para trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações financeiras históricas. Os procedimentos compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância, a coerência, o volume de informações quantitativas e qualitativas e os sistemas operacionais e de controles internos que serviram de base para a elaboração do Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale; (b) o entendimento da metodologia de cálculos e da consolidação dos indicadores através de entrevistas com os gestores responsáveis pela elaboração das informações; (c) confronto, em base de amostragem, das informações quantitativas e qualitativas com os indicadores divulgados no Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale; e (d) confronto dos indicadores de natureza financeira com as demonstrações financeiras e/ou registros contábeis.

Critérios de elaboração das informaçõesAs informações do relatório de sustentabilidade da Vale de 2008 foram elaboradas de acordo com as diretrizes para relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI G3).

Escopo e limitaçõesNosso trabalho teve como objetivo emitir um Relatório de Asseguração Limitada das informações sobre os itens de perfil e governança e sobre a forma de gestão e os indicadores de desempenho em sustentabilidade da Vale. Isso não inclui a avaliação da adequação das suas políticas, práticas e desempenho em sustentabilidade. Os procedimentos aplicados não representam um exame de acordo com as normas de auditoria das demonstrações financeiras. Adicionalmente, nosso relatório não proporciona asseguração limitada sobre o alcance de informações futuras (como, por exemplo: metas, expectativas e ambições) e informações descritivas que são sujeitas a avaliação subjetiva.

nível de Aplicação Gri – G3Seguindo as orientações das diretrizes GRI-G3, a Vale declara um Nível de Aplicação B+ em seu relatório de sustentabilidade relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2008.

O Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale oferece resposta a todos os itens relacionados à sua estrutura, a 73 indicadores, entre essenciais, adicionais e da versão draft do suplemento setorial de Mineração e Metais (Mining & Metals sector supplement). Dessa forma, os procedimentos aplicados foram considerados suficientes para nos certificarmos de que o nível de aplicação declarado pela Vale está em conformidade com as orientações das diretrizes GRI-G3.

ConclusãoCom base em nossa revisão, não temos conhecimento de qualquer modificação relevante que deva ser feita no relatório de sustentabilidade da Vale relativo ao exercício findo em 31 de dezembro de 2008 para que este esteja preparado de acordo com as diretrizes GRI-G3 e com os registros e arquivos preparados pela Vale e que foram disponibilizados para a KPMG.

24 de julho de 2009.

Alexandre HeinermannCRC 1SP228175/O–0-SRJ

sócioKPMG Assurance ServicesCRC 2SP023228/O-4-F-RJ

102 Relatório de Sustentabilidade 2008

verificação externa

Alexandre Heinermann

103

O presente relatório mantém o nível de aplicação B+ da GRI, que estabelece o relato de todos os itens de perfil, de informações sobre a forma de gestão e de, no mínimo, 20 indicadores de desempenho.

Aplicação das diretrizes

C C+ B B+ A A+

Cont

eúdo

do

Rela

tório

Perfil da G3

Responder aos itens:1.1;2.1 a 2.10;3.1 a 3.8, 3.10 a 3.12;4.1 a 4.4, 4.14 a 4.15;

Com

Ver

ifica

ção

Exte

rna

Responder a todos os critérios elencados para o Nível C mais: 1.2;3.9, 3.13;4.5 a 4.13,4.16 a 4.17

Com

Ver

ifica

ção

Exte

rna

O mesmo exigido para o Nível BCo

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o Ex

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Informações sobre a Forma de Gestão da G3

Não exigidoInformações sobre a Forma de Gestão para cada Categoria de Indicador

Forma de Gestão divulgada para cada Categoria de Indicador

Indicadores deDesempenho da G3& Indicadores deDesempenho doSuplemento Setorial

Responder a um mínimo de 10 Indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas de desempenho: social, econômico e ambiental.

Responder a um mínimo de 20 Indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas de desempenho: econômico, ambiental, direitos humanos, práticas trabalhistas, sociedade, responsabilidade pelo produto.

Responder a cada Indicador essencial da G3 e do Suplemento Setorial com a devida consideração ao Princípio da Materialidade de uma das seguintes formas: (a) respondendo ao indicador ou (b) explicando o motivo da omissão.

2002 “de acordo com”

C C+ B B + A A+

Obr

igat

ório

Autodeclarado

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Examinado por terceiros

Examinado pela GRI

Com

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nível de aplicação gri

104 Relatório de Sustentabilidade 2008

Como integrante do grupo de empresas que aderiram ao Pacto Global, a Vale comprometeu-se a adotar, em suas práticas de negócios, dez princípios básicos, nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, proteção ao meio ambiente e combate à corrupção.

Ao longo do relatório, apresentamos cases que retratam nossas práticas e cuja relação com o Pacto Global está indicada no quadro abaixo.

Pacto Global

Os 10 Princípios e cases relacionados

direitos Humanos

1. Respeitar e proteger os direitos humanos

Cases relacionados: Na busca pela excelência - pág. 42Fácil leitura - pág. 60 O espírito da relação - pág. 67 Pacto sustentável - pág. 94

2. Impedir violações de direitos humanos

Case relacionado: Pacto sustentável - pág. 94

direitos do Trabalho

3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho e a negociação coletiva

4. Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório

5. Abolir o trabalho infantil

6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho

proteção ao meio ambiente

7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais

Cases relacionados: Eficiência no centro das atenções - pág. 53Comprometimento reconhecido - pág. 80

8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental

Cases relacionados: Força à coleta seletiva - pág. 50Eficiência no centro das atenções - pág. 53

9. Desenvolver e difundir tecnologias que não agridam o meio ambiente

Cases relacionados: Trem verde, mais gás nas locomotivas - pág. 57Empreendedorismo sustentável - pág. 83 Preservar e multiplicar - pág. 92

Contra a Corrupção

10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina

CoRRelação de pRátiCas da vale Com o paCto gloBal

105105

Sustentabilidade no setor

Princípios ICMM

princípio 1 Implementar e manter práticas comerciais éticas e sistemas sólidos de governança corporativa.

princípio 2 Integrar as considerações de desenvolvimento sustentável dentro do processo decisório corporativo.

princípio 3 Defender direitos humanos fundamentais e respeitar culturas, costumes e valores nas negociações com funcionários e outros que sejam afetados por nossas atividades.

princípio 4 Implementar estratégias de gestão de risco baseadas em dados válidos e ciência legítima.

princípio 5 Buscar a melhoria contínua de nossa saúde e o desempenho em segurança.

princípio 6 Buscar a melhoria contínua de nosso desempenho ambiental.

princípio 7 Contribuir com a preservação da biodiversidade e promover abordagens integradas de planejamento sobre o uso da terra.

princípio 8 Facilitar e estimular a criação responsável de produtos, o uso, a reutilização, a reciclagem e o descarte de nossos produtos.

princípio 9 Contribuir para o desenvolvimento social, econômico e institucional das comunidades onde operamos.

princípio 10 Implementar o engajamento eficaz e transparente, a comunicação e as providências de contato independentemente das verificadas com nossos interessados.

Nossa atuação está alinhada aos princípios do Conselho Internacional de Mineração e Metais, iniciativa internacional da qual somos signatários desde 2006.

princípios icMM

106 Relatório de Sustentabilidade 2008106 Relatório de Sustentabilidade 2008

Índice princípio pacto Global

princípio iCmm págs.

Estratégia e análise1.1. Mensagem da presidência e da presidência do Conselho. 2 e 10 4-7

1.2. Descrição dos impactos, riscos e oportunidades. 4 12 e 13

perfil organizacional2.1. Nome da organização. 10 3

2.2. Marcas, produtos e/ou serviços. 10 2

2.3. Estrutura operacional. 10 2 e 3

2.4. Localização da sede da organização. 10 2 e 3

2.5. Atuação geográfica. 10 2 e 3

2.6. Natureza jurídica. 10 3

2.7. Mercados atendidos. 10 2 e 3

2.8. Porte da organização. 10 2, 17 e 18

2.9. Mudanças durante o período coberto pelo relatório. 2 e 10 9

2.10. Prêmios e certificações. 10 3

parâmetros para o relatórioPerfil do relatório

3.1. Período coberto pelo relatório. 9

3.2. Relatório anterior. 9

3.3. Periodicidade. 9

3.4. Dados para contato. 9

Escopo e limite do Relatório

3.5. Definição do conteúdo. 9

3.6. Limite do relatório. 9

3.7. Escopo do relatório. 100 e 101

3.8. Base para a elaboração do relatório. 9

3.9. Técnicas de medição e bases de cálculos. Págs. 9 e 100 e ao longo do relatório.

3.10. Consequências de reformulações de informações. 9, 100 e 101 e ao longo do relatório.

3.11. Mudanças significativas. 2 9, 100 e 101 e ao longo do relatório.

Sumário de conteúdo da GRI

3.12. Sumário GRI. 106-108

Verificação

3.13. Verificação externa. 102

Governança, compromissos e engajamentoGovernança

4.1. Estrutura de governança. 1 19 e 20

4.2. Indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança também seja um diretor executivo. 1 20

4.3. Número de membros independentes ou não-executivos do mais alto órgão de governança. 1 20

4.4. Mecanismos para recomendações a órgãos de governança. 1 20 e 25

4.5. Relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental. 1 20

4.6. Processos para evitar conflitos de interesse. 1 19

4.7. Qualificações de conselheiros. 1 19 e 20

4.8. Valores, códigos de conduta e princípios internos. 1 10 e 22

4.9. Atuação do Conselho de Administração. 1,4 19

4.10. Autoavaliação do Conselho de Administração. 1 20

Compromissos com iniciativas externas

4.11. Princípio da precaução. 2 25

4.12. Cartas, princípios e iniciativas. 1 23 e 24

4.13. Participação em associações. 23 e 24

Engajamento dos stakeholders

4.14. Relação de stakeholders. 10 12

4.15. Identificação de stakeholders. 10 10

4.16. Engajamento dos stakeholders. 10 12

4.17. Principais temas e preocupações de stakeholders. 10 13

desempenho econômico

Abordagem de gestão econômica (objetivos e desempenho, política e outras informações contextuais). 16-18

Desempenho econômico

EC1. Valor econômico gerado e distribuído. 9 17

EC2. Riscos e oportunidades relacionados a mudanças climáticas. 7 9 84

EC3. Plano de pensão. 33 e 34

Indicadores atendidos integralmente Indicadores atendidos parcialmente

índice remissivo gri e correlação com pacto global e icMM

107107

Índice Princípio Pacto Global

Princípio ICMM Págs.

Presença de mercado

EC5. Relação salário mínimo interno/local. 1 9 32

EC6. Gastos com fornecedores locais. 9 71

EC7. Contratação local. 6 9 65

Impactos econômicos indiretos

EC8. Investimentos em infraestrutura. 9 64

EC9. Impactos econômicos indiretos. 61

Desempenho ambiental Abordagem de gestão ambiental (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais)

45-57, 76-92

Materiais

EN1. Materiais usados. 8 6 52

EN3. Consumo de energia direta. 8 e 9 6 54

EN4. Consumo de energia indireta. 8 6 55

EN6. Produtos e serviços ecoeficientes. 8 e 9 6 53

Água

EN8. Água retirada por fonte. 8 6 46 e 47

EN10. Água reciclada e reutilizada. 8 e 9 46 e 47

Biodiversidade

EN11. Localização dentro de áreas protegidas ou de alto índice de biodiversidade. 8 7 86 e 87

EN12. Impactos na biodiversidade. 8 7 87

EN13. Hábitats protegidos ou restaurados. 8 89 e 91

EN14. Gestão de impactos na biodiversidade. 8 85 e 88

EN15. Lista Vermelha da IUCN. 8 88 e 89

Emissões, efluentes e resíduos

EN16. Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa. 8 6 80 e 81

EN18. Iniciativas para reduzir emissões de gases de efeito estufa. 7, 8 e 9 82

EN19. Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio. 8 6 82

EN21. Descarte de água. 8 6 47

EN22. Peso total de resíduos. 8 6 48 e 49

EN23. Derramamentos significativos. 8 6 52

EN24. Resíduos perigosos transportados. 8 50

Produtos e serviços

EN27. Produtos e embalagens recuperados. 8 e 9 51

Conformidade

EN28. Valor monetário de multas significativas. 8 6 e 8 52 e 53

Geral

EN30. Investimentos em proteção ambiental. 7, 8 e 9 45

Desempenho social – Práticas trabalhistas e trabalho decenteAbordagem de gestão dos aspectos trabalhistas (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

29-44

Emprego

LA1. Trabalhadores por tipo de emprego e região. 3 29

LA2. Taxa de rotatividade. 6 9 35

LA3. Benefícios a empregados. 32 e 33

Relações entre trabalhadores e a administração

LA4. Acordos de negociação coletiva. 1 e 3 3 34

Segurança e saúde ocupacional

LA6. Representação em comitês de saúde e segurança. 1 e 3 3 e 5 43

LA7. Doenças ocupacionais, dias perdidos e óbitos. 1 5 39 e 40

LA8. Programas de educação, aconselhamento e prevenção relacionados a doenças graves. 1 5 41

LA9. Saúde e segurança em acordos com sindicatos. 1 3 43

Treinamento e educação

LA10. Horas de treinamento. 6 2 35 e 36

LA11. Gestão de competências e aprendizagem contínua. 3 33 e 36

LA12. Análise de desempenho e desenvolvimento de carreira. 32

Diversidade e igualdade de oportunidades

LA13. Composição dos grupos responsáveis pela governança. 1 e 6 3 30-32

LA14. Proporção de salário homens/mulheres. 1 e 6 31

Desempenho social – Direitos humanosAbordagem de gestão dos aspectos de direitos humanos (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

93-99

Práticas de gestão e investimento

HR2. Percentual de fornecedores avaliados e medidas tomadas. 1, 2, 3, 4, 5 e 6 3 95

Indicadores atendidos integralmente Indicadores atendidos parcialmente

Índice Remissivo GRI e Correlação com Pacto Global e ICMM

108 Relatório de Sustentabilidade 2008108 Relatório de Sustentabilidade 2008

Índice princípio pacto Global

princípio iCmm págs.

Liberdade de associação e negociação coletivaHR5. Operações com risco à liberdade de associação e

negociação coletiva. 1, 2 e 3 3 34

Trabalho infantil

HR6. Operações com risco de trabalho infantil. 1, 2 e 5 3 95

Trabalho forçado e escravo

HR7. Operações com risco de trabalho forçado ou análogo. 1, 2 e 4 3 95

Práticas de segurança

HR8. Treinamento da segurança em direitos humanos. 1 e 2 3 96

Direitos indígenas

HR9. Violações de direitos indígenas. 1 e 2 97-99

desempenho social – SociedadeAbordagem de gestão dos aspectos sociais (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

60-67

Comunidade

SO1. Gestão de impactos das operações nas comunidades. 4 61 e 62

Corrupção

SO2. Avaliações de riscos relacionados à corrupção. 10 1 25 e 27

SO3. Treinamento em políticas anticorrupção. 10 1 27

SO4. Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. 10 1 25 e 27

Políticas públicas

SO5. Participação na elaboração de políticas públicas. 1-10 23 e 24

SO6. Contribuições a partidos políticos. 10 24

Concorrência desleal

SO7. Ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio. 28

ConformidadeSO8. Multas e sanções não-monetárias por não-conformidade

a leis e regulamentos. 28

desempenho social – responsabilidade pelo produtoAbordagem de gestão dos aspectos referentes à responsabilidade sobre o produto (objetivos e desempenho, política, responsabilidade organizacional, treinamento e conscientização, monitoramento e acompanhamento, outras informações contextuais).

44 e 73

Saúde e segurança do cliente

PR1. Avaliação de impactos. 1 8 44

Rotulagem de produtos e serviços

PR3. Procedimentos de rotulagem de produtos e serviços. 8 8 44

PR5. Práticas relacionadas à satisfação do cliente. 73

Comunicação e marketing

PR6. Adesão às normas. 73

PR7. Não-conformidade. 73

ConformidadePR9. Multas relacionadas ao fornecimento e uso dos

produtos e serviços. 73

indicadores setoriais de mineração e metaisMM1. Identifica as operações nas quais a contribuição econômica local e o impacto do

desenvolvimento são de especial importância e interesse para as partes interessadas (por exemplo, operações em áreas remotas) e define políticas referentes à avaliação dessa contribuição.

9 64, 65 e 71

MM2. Valor agregado desagregado para nível nacional. 17 MM3. O número/percentual de operações identificadas que requerem planos de

gerenciamento da biodiversidade, e o número/percentual de operações onde os planos estão implementados.

7 e 9 88 e 89

MM4. Percentual de produto(s) derivado(s) de materiais secundários. 51

MM6. Descreve a abordagem ao gerenciamento do estéril, rochas, rejeitos e lama/resíduos. 6 e 8 50

MM7. Descreve os incidentes significativos que afetam as comunidades durante o período de relatório, e os mecanismos usados para solucionar os incidentes e suas consequências.

9 65 e 66

MM8. Descreve os programas nos quais a organização relatora tenha estado envolvida que trataram da mineração artesanal e de pequena escala (ASM) dentro de áreas de operação da empresa.

9 65

MM9. Descreve as políticas e atividades de reassentamento. 3 66 e 67

MM10. Número ou percentual de operações com planos de fechamento, abrangendo os aspectos sociais – incluindo a transição da mão de obra –, ambientais e econômicos. 2 67

MM12. Descreve a abordagem à identificação, preparação e reação a situações de emergência que afetem os funcionários, comunidades ou o meio ambiente. 4 40 e 41

EN23 MM. Quantidade total de terra adquirida, arrendada e gerenciada para as atividades de produção ou uso extrativista. 7 90 e 91

Indicadores atendidos integralmente Indicadores atendidos parcialmente

108 Relatório de Sustentabilidade 2008

índice remissivo gri e correlação com pacto global e icMM

Créditos

Coordenação GeralDepartamento de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável

Apoio EditorialDepartamento de Comunicação Corporativa e Imprensa

TextoReport Comunicação

Projeto Gráfico e DiagramaçãoReport Design

IlustraçãoFelix Reiners

Fotografia

Anna Carolina Negri / Valor / Folha Imagem pág. 4;

Acervo Vale págs. 14, 36, 44, 58, 61, 95, 96;

Acervo Vale Inco págs. 18, 52, 62, 72, 74, 86, 97, 98;

Daniel Rosa / Vale / fotos Diretoria Executiva pág. 8;

GettyImages pág. 6;

Leonardo Silva Tavares / Vale pág. 67;

Lucas Lenci / Vale págs. 17, 20, 28, 39, 41, 57, 70, 80, 85, 88;

Luis Carlos Soares / Ponto de Vista / foto Roger Agnelli pág. 8;

Maurilo Clareto / Editora Globo pág. 6;

Ricardo Corrêa / Vale págs. 76 e 77;

ImpressãoStilgraf Tiragem2.000 exemplares em português 1.000 exemplares em inglês

Este relatório possui um formulário de avaliação disponível em www.vale.com

Informações Corporativas SEDE MUNDIAL

BRASILAvenida Graça Aranha, 26 20030-900 Rio de Janeiro RJ Brasil Tel: 55 21 3814-4477

Para informações sobre os demais escritórios da Vale, acesse www.vale.com

Atuamos para construir um legado social, econômico e ambiental nas regiões onde operamos.

Capa: foto 1 – Valmir Oliveira Pereira Filho, programador de transporte ferroviário da Estrada de Ferro Carajás (fotógrafo Lucas Lenci).

foto 2 – Reserva Natural Vale, em Linhares – Espírito Santo, Brasil (fotógrafo Lucas Lenci).

foto 3 – Vitor Gomes Leite, participante do Programa Vale Música em Corumbá – Mato Grosso do Sul, Brasil (fotógrafa Luciana Tancredo).

Produto impresso em papel certificado FSC

Relatório de Sustentabilidade 2008

www.vale.com

Relatório d

e Susten

tabilid

ade 2008