Upload
ngodien
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
Relatório do Conselho de Administração
Com vista à normalização da nossa posição junto do IGESPAR que implica a
actualização da autorização para a realização dos trabalhos arqueológicos em curso na
Ammaia, para o próximo quadriénio enviámos em meados de 2013 o pedido para a
autorização do programa de trabalhos referente ao período 2013/2016 que aguarda
aprovação.
Com vistas a poder receber a exposição temporária com um importante espólio
oriundo da Ammaia e que está em depósito no Museu Nacional de Arqueologia, temos
estado a preparar as adaptações necessárias no nosso museu para este efeito, assim como se
tem estado a compilar os documentos de suporte da exposição (guia e monografias), com o
apoio da investigação efectuada pelos bolseiros, CIDEHUS-FCT.
No quadro da estratégia aprovada a médio prazo com vistas a mobilizar alunos das
universidades estrangeiras para através de estágios mensais vir a constituir um Centro de
Ciência Viva na área da arqueologia e do património natural, temos continuado com o apoio
da Câmara Municipal de Marvão a tentar construir uma plataforma de entendimento com o
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de modo a poder contar para o efeito
com as instalações dos Olhos de Água que são vitais em termos logísticos para a
concretização deste cenário.
Apesar do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas ter solicitado
entretanto por carta datada de 10/01/2014, um pedido para se desligar do seu envolvimento
como curador fundador da fundação, salienta na carta que mantem toda a abertura para
formas de cooperação connosco.
Está em vias de análise nestas circunstâncias alargar a cooperação a terceiros baseada
numa proposta liderada pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo presidida pelo
presidente da Câmara Municipal de Sousel na qual depositamos significativa esperança.
2
Em Setembro de 2013 e apenas com o apoio da Universidade de Lisboa e da
Universidade de Évora, realizamos com êxito a título experimental uma Escola de Verão
com meios logísticos improvisados que não servirão para a hipótese de extensão a
universidades estrangeiras. Apesar de tudo ultrapassámos com êxito a falta daqueles meios
logísticos e obtivemos resultados muito positivos em termos de cooperação e investigação.
Em Setembro de 2013 e coincidindo com o fecho do projeto Radio Past a fundação
promoveu no quadro das conferências José Matoso em Marvão, uma conferência sobre o
projeto Radio Past, que foi apresentado pela Universidade de Évora com o apoio do
Professor Frank Vermeulen e a Professora Cristina Corsi responsáveis pelo projeto na linha
da divulgação da Ammaia em termos científicos no estrangeiro.
Em termos de divulgação da nossa atividade junto do grande público permite-nos
sublinhar o documentário que a RTP2 realizou sobre o projeto Radio Past, com uma duração
de cerca de 50 minutos, que já foi transmitido pelo menos três vezes após o dia da
apresentação inicial que teve lugar em 25 de Abril de 2013. Com o mesmo objetivo a SIC a
propósito da realização da Escola de Verão de Setembro de 2013 também elaborou um
programa de mais curta duração sobre a Ammaia. Qualquer destes documentários estão
atualmente à disposição do público que visita o nosso museu numa sala equipada para o
efeito.
Em Novembro de 2012 a Universidade de Évora/Laboratório Hercules, obteve a
aprovação e financiamento por parte do Inalentejo do Programa IMAGOS que contempla
dois projetos complementares, Lares e Apollo. A fundação participa como parceiro com a
incumbência de participar em atividades que dão paralelamente continuidade ao projeto
Radio Past.
De acordo com o regulamento deste tipo de projetos a liderança executiva do projeto
cabe apenas à Universidade de Évora, não podendo a fundação mesmo como parceiro
designado ter a sua participação como despesa elegível, mesmo que apresentada ao abrigo
de um contrato específico, uma vez que essa despesa implicaria um pagamento à
“fundação”, que por sua vez está dependente da autorização do Ministério das Finanças no
âmbito da Lei-Quadro das Fundações e do Orçamento de Estado (anti fundações).
Em Maio de 2013 assinamos com a Universidade de Évora/Laboratório Hercules um
protocolo de colaboração no âmbito do programa IMAGOS que visa além do mais promover
o núcleo de apoio à investigação e à formação da Universidade de Évora na Cidade da
3
Ammaia com os meios computacionais adequados para o funcionamento de uma oficina de
realidade virtual e de acesso a uma base de dados de gestão patrimonial.
Em conformidade com a legislação especifica que foi oficialmente emitida em 2012
refente ao senso a realizar sobre as fundações envolvendo tanto as públicas como as
privadas, é importante relembrar que obtivemos nesta análise uma qualificação final de
33,3% que se decompõe sobre a óptica da relevância em 12,3% (de um máximo de 20%)
sobe a óptica da eficácia em 6% (de um máximo de 30%), sobe a óptica da sustentabilidade
em 15% (de um máximo de 50%). Atendendo a que a classificação da FCG se situa à volta
de 50%, com a subclassificação quanto à sua relevância de 13,3 esta análise é no mínimo
incompreensível.
Como é sabido a nossa situação mais frágil é a sustentabilidade e o nosso ponto mais
forte é a relevância, como decorre do exposto anteriormente, realidade que na classificação
obtida é uma miragem.
Posteriormente em 2013 e de acordo com a nova lei-quadro para as fundações
tivemos que requerer de novo a classificação de “utilidade pública” que em face da posição
que nos foi atribuída quanto à relevância, nos suscitava sérias preocupações. No entanto por
despacho do Secretário de Estado a utilidade pública foi-nos concedida em 25/03/2013 sem
controvérsias ou dificuldades, contrariando as espectativas.
De acordo com a lei do orçamento de 2013, as transferências das instituições
públicas para as fundações passaram a estar sujeitas a normativos de controlo do Ministério
das Finanças muito apertados, o que afeta especificamente o apoio que recebemos da
Universidade de Évora. Em contrapartida esta legislação abre perspectivas favoráveis aos
apoios concedidos pelas autarquias na qual a administração central delega competências.
Nestas circunstâncias o apoio que nos é concedido pela Câmara Municipal de Marvão está
dependente exclusivamente da vontade da autarquia, situação a que temos que recorrer visto
ser a única positiva.
Os apoios a conceder pelas universidades estão portanto sujeitos a autorização prévia
com a agravante de mesmo as participações em projetos liderados pelas universidades, como
é o caso do projeto IMAGOS em que a fundação participa, esta instituição pública entende
que as limitações que lhe são impostas envolvem também as comparticipações em projetos.
Nestas circunstâncias todas as nossas parcerias com as universidades têm que ser
reanalisadas sob pena de vermos afetadas as fontes de financiamento decorrentes da
4
participação em projetos que não sejam liderados pela fundação e que são a base da nossa
sustentabilidade.
Para finalizar, juntamos também ao presente o Relatório do Conselho Fiscal
elaborado pelo ROC, Dr. Azevedo Coutinho, através do qual as contas do exercício estão
analisadas.
Quanto aos resultados apurados no exercício de 2013 surge actualmente um valor
negativo de 2 710,85€ (dois mil setecentos e dez euros e oitenta e cinco cêntimos),
propomos que este seja transferido para a conta de resultados transitados em conformidade
com a proposta do nosso ROC, Dr. Azevedo Coutinho.
5
Anexo
RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2013
Durante o ano de 2013, os técnicos da Fundação efectuaram diversos trabalhos
coincidentes com as actividades que tinham sido anteriormente propostas e aprovadas pelo
Conselho. Muitas das tarefas realizadas contaram com o apoio dos bolseiros da
FCT/CIDEHUS que têm vindo a desempenhar diversos estudos na Ammaia e deu-se início à
implementação de algumas das medidas que tinham sido definidas anteriormente após a
avaliação realizada com o apoio da equipa técnica e cientifica responsável pelos trabalhos
em curso na cidade romana de Ammaia. Para além da definição do plano de reorganização
dos espaços do depósito foram implementadas medidas de conservação preventiva neste
espaço. Todos os trabalhos foram realizados em parceria com os técnicos do Laboratório de
Conservação e Restauro da cidade romana de Ammaia, Carina Maurício e Dulce Osório,
bolseiras do CIDEHUS/Lab Hercules a trabalhar na Fundação Ammaia. Após a organização
e preparação do espaço existente no depósito foi possível reunir as condições necessárias ao
armazenamento e acondicionamento dos materiais arqueológicos, rentabilizando esse
espaço, visando uma melhor conservação do espólio da Ammaia. Ao longo de todo o ano
tem sido realizado controlo diário e monitorização das condições ambientais das salas do
Museu (temperatura e humidade relativa) em colaboração com as técnicas do laboratório
com vista à elaboração do plano de conservação preventiva.
No âmbito dos trabalhos arqueológicos de 2013, procedeu-se ao acondicionamento
dos materiais arqueológicos recolhidos na campanha de escavação de 2013 e à verificação e
análise dos materiais das campanhas de escavação iniciais na Ammaia, nomeadamente os
materiais metálicos, os quais receberam um tratamento preliminar.
6
Os restantes materiais arqueológicos foram revistos e sempre que se achou pertinente
foram tratados convenientemente, mediante as suas características, para além de terem sido
sumariamente marcados com vista à sua introdução futura em base de dados. Todos os
materiais, quer cerâmicos, quer vítreos e líticos, bem como os metais, nomeadamente,
moedas e outros objectos metálicos foram devidamente acautelados pelos técnicos de
Conservação e Restauro (CR) para posterior marcação e inventariação conforme cada uma
das tipologias e estudos a prosseguir.
Foram também executados diversos trabalhos de embalamento dos diferentes tipos
de materiais arqueológicos, tendo sido necessário quantificar o número de caixas plásticas
apropriadas para o seu acondicionamento e preservação em virtude do grau de preservação,
exceptuando nos casos em que a fragilidade ou condições de preservação exijam condições
especiais, trabalhos que foram efectuados em parceria com as técnicas de CR.
Também ao longo de 2013, foram efectuados diversos trabalhos de limpeza da
vegetação das estruturas arqueológicas, nomeadamente da zona da Porta Sul, Termas e
Forum, trabalhos que foram dirigidos pela técnica de Laboratório Dulce Osório e pelo
Joaquim Carvalho. Os trabalhos de monitorização das estruturas arqueológicas foram
realizados através da observação directa, registos fotográficos e mensuração de fracturas,
visando um melhor acompanhamento na evolução do estado de conservação das mesmas.
Foram e continuam a ser efectuadas diversas acções de manutenção e conservação regulares
nas estruturas arqueológicas, com base num cronograma de rotinas mensais que conta com o
apoio de toda a equipa de campo residente nas ruinas. Foi estabelecido um cronograma de
manutenção das Ruínas da Cidade de Ammaia com a definição de todos os trabalhos a
efectuar devidamente calendarizados, tais como: Limpeza de folhas e lixos no interior e
exterior das estruturas e dos percursos para as ruínas, manutenção de espécies lenhosas
através do corte; aplicação de herbicida para controlo do crescimento da vegetação;
aplicação de herbicida por injecção e por pulverização para controlo do crescimento
herbáceo e arbustivo; verificação do estado dos caminhos e manutenção das placas de
sinalização; manutenção do estado das vedações que envolvem as ruínas e barreiras
dissipadoras; protecção das estruturas arqueológicas com geotêxtil e areias lavadas. Todos
os trabalhos são acompanhados com registos fotográficos técnicos efectuados pela equipa de
arqueologia e pelos técnicos de conservação e restauro. Temos efectuado a organização de
toda a informação em formato digital da avaliação do estado de conservação, do plano da
7
intervenção, das acções de manutenção das estruturas e do estudo analítico das argamassas.
O estudo analítico das argamassas contínua em curso e a ser efectuado com o apoio do
Laboratório Hercules da Universidade de Évora e tem como principais objectivos, a
caracterização química e mineralógica das argamassas e a proposta de desenvolvimento de
uma argamassa que seja compatível com as estruturas arqueológicas com o objectivo de ser
utilizada numa futura intervenção de conservação e restauro, a qual se encontra actualmente
em fase de conclusão, aguardando apenas o parecer de um engenheiro de estruturas já
contactado pelo Laboratório Hercules.
No início do primeiro trimestre e ao longo do ano de 2013, foram efectuados
diversos trabalhos de gestão do sítio arqueológico bem como a calendarização das
actividades científicas que se iriam realizar ao longo deste ano, incluindo seminários, novas
campanhas de escavação e a preparação da implementação de uma base de dados capaz de
albergar toda a informação científica que vem sendo recolhida sobre a cidade de Ammaia e
que está a ser elaborada com o apoio de todos os bolseiros e restante equipa técnica.
Durante o ano de 2013, não se realizaram trabalhos de escavação arqueológica no
quadro do projecto Radio-Past, tendo sido remetidos pela Universidade de Évora os
relatórios dos trabalhos efectuados no decurso do projecto. Como consequência deste
projecto foram publicados diversos artigos científicos com os resultados obtidos e dois
livros, devendo ser realçado o volume relativo à Ammaia, com o título “Ammaia, a Roman
town in Lusitania” e outros dois volumes sobre as técnicas não invasivas que foram
utilizadas no decurso dos trabalhos na Ammaia e demais parceiros do projecto. Um dos
volumes intitula-se “Ammaia I, The Survey. A Romano-Lusitanian Townscape Revealed”, o
segundo foi denominado “Good Practice in Archaeological Diagnostics, Non-Invasive
Survey of Complex Archaeological Sites” da colecção Natural Science in Archaeology.
Todos estes livros foram dirigidos e editados pelos Professores Cristina Corsi e Frank
Vermeulen.
Os técnicos afectos da Fundação efectuaram diversas visitas de trabalho à
Universidade de Évora, CIDEHUS e Laboratório Hercules com vista à definição de algumas
estratégias de incremento científico na Ammaia e à criação do Núcleo da Universidade de
Évora na Fundação Cidade de Ammaia. Todos estes contactos têm sido desenvolvidos de
forma a tentar criar e dar sustentação à possibilidade de criar um centro de investigação com
o apoio das Universidades de Évora e de Lisboa e à implementação das Escolas de Verão
8
sobre Arqueologia na Ammaia, “Ammaia Summer Schools”. Neste ponto, devemos salientar
o enorme potencial das infra-estruturas existentes nas imediações da Fundação,
nomeadamente a Quinta dos Olhos D’ Água que permitirá a implementação das escolas de
verão com todas as valências necessárias para o seu desenvolvimento em termos futuros. No
entanto, apenas será possível caso se concretizem os diversos contactos já estabelecidos
entre a Fundação Ammaia, a CIMAA e o Município de Marvão com o ICNF, com vista ao
estabelecimento de um protocolo de co-gestão dos edifícios existentes na Quinta dos Olhos
D’Água, conversação que ainda decorre.
No âmbito da parceria existente entre a Fundação Ammaia e a Universidade de
Évora, foi elaborada uma nova adenda ao protocolo anterior com vista ao apetrechamento do
Núcleo da Universidade de Évora na Ammaia com diversos equipamentos que foram
adquiridos no âmbito do Programa IMAGOS e apoiados financeiramente pelo
INALENTEJO.
Relativamente a este programa, os técnicos da Fundação efectuaram o
acompanhamento e levantamento de necessidades de equipamentos com vista à instalação
do núcleo de Investigação da Universidade de Évora na Ammaia, bem como,
posteriormente, com o apoio técnico do bolseiro Nicola Schiavottiello, efectuámos a
avaliação dos equipamentos informáticos, programas de software e das ligações de internet
necessários para a boa implementação do programa científico proposto. Nesse sentido,
foram organizadas várias reuniões no museu da Ammaia com vista a coligir todos os
elementos, estudos e informações científicas do projecto da Ammaia desde que se iniciaram
os trabalhos em 1994, bem como eventuais problemas documentais que possam existir e que
necessitem de ser esclarecidos para futuramente serem inseridos na base de dados que será
implementada na Ammaia. Foi nesse sentido que se realizou em Fevereiro de 2013 uma
reunião que contou com a presença da equipa técnica actualmente em actividade na Ammaia
e o Dr. Fernando Cabral da empresa Sistemas do Futuro, Multimédia Gestão e Arte que fez
uma apresentação detalhada das suas bases de dados de gestão do Património (In
Patrimonium, InWeb, In Arte, etc…). Nesta reunião foi possível elencar uma variedade de
utilizações que as bases de dados permitirão implementar no apoio ao trabalho científico de
inventariação e catalogação em curso na cidade romana de Ammaia. No decurso de 2013, o
pacote relativo à Base de dados In Patrimonium foi adquirida no âmbito dos projectos
“LARES” e “APOLLO”, aguardando a sua implementação física no Museu da Ammaia.
9
Ao longo de 2013 a Fundação Ammaia prestou apoio aos técnicos do Laboratório
Hercules na apresentação de uma candidatura ao Ciência Viva (Agência Nacional para a
Cultura Científica e Tecnológica) no âmbito do concurso “ESCOLHER CIÊNCIA- Da
Escola à Universidade”. Este concurso tem como objetivo o acesso a financiamento de ações
destinadas a promover a aproximação entre os ensinos secundário e superior, numa
perspectiva de partilha de recursos e de estímulo ao prosseguimento de estudos em áreas
científicas e tecnológicas. Nesse sentido, o Laboratório Hercules tem vindo a desenvolver
vários projectos na área da investigação científica em ciências do património,
nomeadamente na área do estudo do património arqueológico. Neste contexto, o projeto
candidatado e posteriormente aprovado centra-se no património arqueológico e visa criar,
entre as escolas do Alentejo e a Universidade de Évora, uma rede de troca de conhecimento
que contribua para o enquadramento das escolas no seu território arqueológico e para o
reforço de uma perspectiva interdisciplinar envolvendo as áreas da Física, Química,
Geologia e História. O território seleccionado envolve diversas zonas do Alentejo onde os
investigadores do Laboratório Hercules têm vindo a realizar trabalhos de investigação em
Arqueologia, em parceria com as entidades regionais, campus arqueológicos e outros
parceiros nacionais e internacionais, sendo um dos mais importantes o Campo Arqueológico
da cidade romana de Ammaia. Estes estudos envolvem a utilização de técnicas analíticas
físico-químicas de ponta e análises in situ que pretendem, através de uma abordagem
técnico-científica, fornecer respostas às questões que historiadores e arqueólogos não
podiam ver respondidas sem o recurso a estas novas tecnologias. Paralelamente, o programa
de ação desta infra-estrutura compreende um diversificado conjunto de atividades de
divulgação junto da comunidade envolvente e, em particular, das camadas mais jovens.
Desde a sua criação em 2008, têm sido desenvolvidos no Laboratório Hercules vários
projectos de divulgação que envolvem palestras em escolas, workshops, visitas de alunos ao
laboratório, campos de férias científicas para jovens, etc.
Recentemente, o Laboratório Hercules obteve financiamento do Ciência Viva-QREN
para um projeto de divulgação científica nos media intitulado “Olhar de perto o património”,
que consistiu na produção, em parceria com a estação de televisão TVI e já em fase
divulgação, de quinze documentários sobre investigação em património denominado
“Máquina do Tempo, História de Detectives”. No âmbito deste programa, a Fundação e os
seus técnicos participaram num dos programas que diz respeito ao património arqueológico
10
e à utilização de técnicas não-invasivas, tendo sido efectuada uma peça vídeo sobre os
trabalhos geofísicos realizados na cidade de Ammaia.
Ao longo do ano de 2013, os serviços adstritos à Ammaia prestaram apoio à
Comissão executiva da Fundação Cidade de Ammaia no âmbito do censo que a Presidência
do Conselho de Ministros realizou a todas as Fundações portuguesas, apoiando tecnicamente
a realização das reuniões de Assembleia do Conselho de curadores da Fundação, incluindo a
que se realizou no dia 19 de Abril de 2013 onde foram aprovadas as contas relativas ao
exercício de 2012 e foram discutidos outros assuntos de relacionados com a Fundação, para
além de terem sido apresentadas por alguns curadores novas estratégias de dinamização
cultural e cientifica da instituição. Estabeleceram-se contactos e prestaram-se novos
esclarecimentos a diversas instituições parceiras da Fundação e da Universidade de Évora no
âmbito das candidaturas apresentadas, nomeadamente o projecto do novo museu de
Ammaia, CEIAR-HP e sobre o projecto IMAGOS candidatado pelo Laboratório Hercules.
No âmbito das atribuições da Fundação, foram efectuadas diversas visitas e reuniões
de trabalho na Universidade de Évora, CIDEHUS e Laboratório Hercules, bem como à
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com vista à definição de algumas estratégias
de incremento científico na Ammaia no âmbito dos projectos em curso. Neste período foram
também realizadas diversas com outras instituições, das quais podemos destacar a reunião de
trabalho na Fundação Luso-Americana que tinha por finalidade a eventual abertura e apoio
às actividades internacionais a realizar na Ammaia com Universidades e estudantes
universitários dos Estados Unidos. Esteve presente em reuniões de trabalho no Instituto de
Conservação da Natureza e das Florestas com vista à definição de uma estratégia consertada
entre as duas instituições para gerir de forma partilhada a Quinta dos Olhos D’Água, de
maneira a permitir a dinamização conjunta das ruinas da Ammaia e do espaço edificado e
ambiental pertencente ao ICNF. Todos estes contactos foram desenvolvidos de forma a
tentar criar e dar sustentação à possibilidade de criar um centro de investigação com o apoio
das Universidades de Évora e de Lisboa.
Em Junho de 2013, parte da equipa técnica e do Conselho de Curadores da Fundação
Ammaia participaram numa reunião no Museu Nacional de Arqueologia com vista à
realização de uma exposição no Museu da Ammaia com peças daqui oriundas e que
actualmente se encontram armazenadas nos Depósitos do MNA. A partir dessa reunião
começaram a ser realizadas diversas acções com vista à realização da referida exposição.
11
Numa primeira fase fez-se a escolha das peças da colecção a expor, trabalho realizado pelo
José Carlos Quaresma e pela Sofia Borges, a partir dessa base iniciou-se a elaboração dos
respectivos planos museológicos e museográficos a entregar no Museu Nacional de
Arqueologia, para além disso os bolseiros e especialistas contactados elaboraram os textos
para os painéis da exposição, bem como, para o catálogo da mesma. Precisamente com vista
à realização da exposição, foi revisto o Plano do sistema de segurança existente no edifício
onde está instalado o Museu com vista a obter um orçamento que permita melhorar e
actualizar o anterior sistema e proceder à sua implementação de acordo com as regras
impostas pela DGPC, de forma a proporcionar futuramente a credenciação do Museu na rede
Portuguesa de Museus. Para uma melhor informação, foi também elaborado um novo texto
para o folheto a entregar no acolhimento ao visitante, que inclui também as versões em
espanhol e em inglês. Com o objectivo de proporcionar um melhor conhecimento da
colecção exposta no nosso Museu iniciaram-se os trabalhos gráficos para a implementação
da visita virtual ao Museu e a criação de outros elementos gráficos de apoio ao visitante que
nos visita. Destes podemos destacar a criação de modelos tridimensionais em realidade
aumentada (Augmented reality) que funcionam em dispositivos móveis (Smartphones e
tablets) podendo actualmente ser visionados três desses modelos virtuais que representam a
Porta Sul, a estátua de Britanicus e uma planta dos resultados da geofísica.
No decurso do mês de Agosto a Fundação passou a contar com mais dois meios de
divulgação e de comunicação disponíveis na internet sobre as actividades que decorrem na
Ammaia. Foi criada uma página numa das redes sociais mais importantes da actualidade, o
Facebook (https://www.facebook.com/pages/Ammaia/443151045800724?fref=ts) e foi
também criado um blog designado de Fundação Ammaia – WordPress.com
(http://fundacaoammaia.wordpress.com/tag/ammaia/ ). Este trabalho tem sido desenvolvido
no âmbito de uma parceria levada a efeito com o Copywriter e Marketeer Alexandre
Baptista e a Fundação. Todo o trabalho de elaboração de textos para publicação tem sido
realizado pelos técnicos da Fundação e pelos bolseiros e posteriormente são devidamente
formatados e revistos pelo Alexandre Baptista. O espaço Ammaia no facebook pretende ser
um espaço de divulgação e de informação, sobre as acções que o Museu e a Fundação
Cidade de Ammaia realizem no âmbito das suas actividades, tais como, eventos, exposições
e tudo o que se relacione com a cidade romana.
12
A partir de Setembro a Fundação contou com o apoio da Catarina Raposo que foi
inserida na Fundação através da Junta de Freguesia de São Salvador de Aramenha no âmbito
de um programa de apoio a desempregados, denominado “Património” Este programa
prolongar-se-á durante um ano e a Catarina tem vindo a realizar diversas tarefas como apoio
administrativo com a actualização do arquivo da Fundação, apoio à recepção ao visitante no
Museu e apoio na marcação e inventário de peças.
Durante o mês de Setembro realizou-se a Escola de Verão “Ammaia - Summer
School, 2013”. Esta escola contou com a presença de toda a equipa técnica actualmente em
funções na cidade romana de Ammaia e com a vinda de estudantes de arqueologia das
Universidades de Évora e de Lisboa. Durante todo o período da Escola de Verão decorreu a
campanha de escavações arqueológicas de 2013 na Ammaia. Os trabalhos de escavação
foram realizados em duas áreas distintas da Ammaia, uma a área da Porta Sul, junto à torre
Oeste e na zona de entrada, no espaço entre as duas torres a outra área de escavação foi no
templo do Forum, no espaço existente entre o podium e a estrutura do pórtico a Norte.
Relativamente aos resultados, podemos desde já referir que na Porta Sul foi possível
delimitar completamente a parte exterior da Torre Oeste e quase toda a área da entrada mas
os trabalhos de escavação arqueológica ainda terão de ser concluídos no próximo ano de
2014, para que seja possível concluir os estudos anteriormente iniciados no âmbito do
projecto de Conservação e Restauro das estruturas arqueológicas da Porta Sul. No que diz
respeito à escavação efectuada no Templo, podemos referir que foi descoberta uma fiada de
grandes blocos pétreos em granito correspondentes ao paramento exterior do podium do
templo, vestígios que ainda não tinham sido detectados até ao momento e que levam a crer
que poderemos ainda ter mais elementos arquitectónicos bem conservados na restante área.
No âmbito da Escola de Verão, para além da actividade de escavação (Porta Sul
e Templo do Forum) e de prospecção, que decorreram ao longo das manhãs,
desenvolveram-se também, durante as tardes, actividades de processamento de materiais:
lavagem, triagem, marcação e inventariação em base de dados. E foi possível apresentar aos
alunos diversas sessões de formação em diferentes áreas relacionadas com a Arqueologia.
Estas sessões contaram com a presença de diversos especialistas que colaboram nos vários
projectos e trabalhos de investigação em curso na Ammaia, dos quais podemos destacar o
Professor Amílcar Guerra, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que falou
sobre a epigrafia amaiense, e os Professores António Candeias e José Mirão do Laboratório
13
Hercules da Universidade de Évora que apresentaram diversas técnicas laboratoriais que
vem sendo aplicadas no estudo de diversos materiais arqueológicos da Ammaia. Para além
destas apresentações a equipa técnico-cientifica da Ammaia fez algumas demonstrações
práticas relacionadas com as actividades científicas em curso, tais como o estudo de
materiais arqueológicos e os trabalhos de conservação e restauro necessários para o bom
acondicionamento das peças encontradas no decurso da escavação. Para além disto foram
também realizadas diversas tarefas relacionadas com a gestão e preparação dos vários
trabalhos de escavação que implicaram a participação e a formação dos alunos envolvidos
na campanha, tais como, trabalhos de topografia, de desenho, de fotografia e de modelação
tridimensional aplicados à arqueologia, conservação e restauro preventivo de estruturas e
materiais arqueológicos. Estes trabalhos foram coordenados pelo Professor Carlos Fabião e
desenvolvidos pelos técnicos, Sofia Borges, Joaquim Carvalho, José Carlos Quaresma, Vítor
Dias, Carina Maurício, Nicola Schiavottiello, Tiago Gasalho e João Aires. O pessoal afecto
ao Museu apoiou na logística da organização da Escola de Verão com as limpezas onde
ficaram instalados os alunos e nas compras de alimentação e outros bens necessários ao bom
funcionamento da escola.
No decorrer da Escola de Verão a Fundação Cidade de Ammaia realizou no dia 6 de
Setembro, a segunda edição das “Conferências da Ammaia, Professor José Mattoso”.
Esta conferência foi proferida pelos Professores Cristina Corsi da Universidade de Cassino
de Itália e Frank Vermeulen da Universidade de Gent na Bélgica, ambos convidados pela
Universidade de Évora como coordenadores do projecto global levado a cabo na Ammaia
nos últimos 4 anos e onde se integra o projecto Radio-Past. A conferência decorreu na Casa
da Cultura em Marvão e contou com a presença de muitos entusiastas vindos de diversos
pontos do país e alguns especialistas da arqueologia nacional. No final a Câmara Municipal
de Marvão ofereceu a toda a audiência um Marvão de Honra.
No dia 11 de Setembro os técnicos da Fundação estiveram reunidos com o Dr.
Fernando Cabral da Sistemas de Futuro, Lda. com vista a ultimar alguns pormenores para a
implementação da Base de dados InPatrimonium na Ammaia e à criação e implementação
de um novo website da Fundação devidamente preparado para a divulgação da Ammaia e de
todos os trabalhos que aqui são desenvolvidos. No museu tem vindo a ser desenvolvidos
trabalhos de registo e inventário com vista à sua inserção no programa referido.
14
No final da campanha de escavações, no dia 27 de Setembro realizou-se uma reunião
de trabalho que contou com a presença da equipa técnica da Fundação, do Laboratório
Hercules e também com a presença do Professor Pedro Alarcão da Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto. Nesta reunião foram analisados os trabalhos
efectuados durante a Escola de Verão e foram avaliadas e programadas as novas tarefas a
desenvolver com o Laboratório Hercules no decurso do Projecto Imagos. Em relação à
reunião com o Professor Pedro Alarcão foi possível estabelecer alguns pontos de interesse
com vista à possibilidade de se estabelecer uma parceria de investigação com a Fundação
Cidade de Ammaia, ao nível da investigação sobre o traçado da cidade e dos alguns dos seus
edifícios (por ex. a modelação do fórum, em medida passus), ou ao nível do estudo de
soluções de intervenção mínima que facilitem a percepção, in situ, do traçado da cidade e da
relação entre os vestígios de edifícios já escavados. Caso esta parceria se venha a efectivar
será inserida na Linha de Investigação coordenada pelo Professor Pedro Alarcão (Atlas das
Vias e Cidades Antigas de Portugal), integrada no Grupo de Investigação Património da
Arquitectura, da Cidade e do Território do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo
(CEAU-FAUP)
Durante o mês de Outubro a Fundação desenvolveu diversas acções decorrentes da
sua actividade, das quais destacamos o envio da documentação necessária para concluir a
proposta de revisão da classificação da Zona Especial de Protecção da Ammaia. Toda a
documentação foi preparada com a colaboração dos técnicos da Direcção Regional de
Cultura e remetida para uma primeira análise técnica pela DGPC. Pretendeu-se, assim
propor a fixação da ZEP, com a fundamentação dos seus limites e respectivas restrições. A
ZEP proposta, foi realizada em articulação com a equipa técnica da Fundação da Cidade da
Ammaia em colaboração com a Câmara Municipal de Marvão. Tendo-se considerado que
tem a dimensão julgada necessária para proteção das vistas e de eventuais vestígios
arqueológicos, ainda não detectados pelos trabalhos de investigação, visando salvaguardar o
conjunto classificado e o seu enquadramento.
No decorrer do mês de Outubro e no âmbito da parceria com a Universidade de
Évora e o Laboratório Hercules, a Fundação Ammaia procedeu à assinatura de uma adenda
ao protocolo de criação do Núcleo de Investigação da Universidade na Ammaia. Esta adenda
diz respeito à vinda de equipamentos informáticos e de visualização para apetrechamento
dos serviços técnicos e do museu da Ammaia. Neste mês foram dados os primeiros passos
15
com vista à criação institucional do Grupo de Amigos da Ammaia, tendo-se procedido ao
convite de diversas individualidades no sentido de se constituírem como os promotores da
criação desta entidade que pretende apoiar futuramente os trabalhos a desenvolver na
Ammaia.
No final de Outubro a Fundação Ammaia teve o privilégio de ver na televisão
generalista SIC, no âmbito da rubrica “Futuro Hoje” assinada por Lourenço Medeiros uma
peça televisiva sobre a Ammaia e o desenvolvimento de novas técnicas aplicadas à
Arqueologia. Este programa televisivo passou no dia 29 de Outubro no Jornal da Noite em
horário nobre, permitiu que um vasto público tivesse conhecimento dos trabalhos em curso
na Ammaia e proporcionou um aumento significativo de visitas ao museu e às ruinas.
Ao longo do mês de Novembro foram desenvolvidas diversas actividades, de entre
todas, podemos destacar a vinda da equipa de 2 bolseiros do Departamento de Geofisica da
Universidade de Évora que vieram realizar diversos testes nas ruinas da Ammaia com
equipamentos de geofísica da universidade. Estes trabalhos foram coadjuvados pela equipa
técnica da Fundação e também pelo bolseiro Paul Johnson que realizou anteriormente os
trabalhos de magnetometria e de resistividade eléctrica no âmbito do Radio-Past e deu apoio
aos trabalhos de Geo-Radar (GPR). Com os testes efectuados foi possível verificar a
existência de anomalias correspondentes a estruturas arqueológicas, sendo necessário ajustar
e preparar tecnicamente os equipamentos e as metodologias, para que se possam obter bons
resultados, o mais possível coincidentes com as expectativas que já temos relativamente aos
resultados obtidos com o Radio-Past. Futuramente serão realizados mais testes com outros
equipamentos que foram adquiridos recentemente, para depois se poder calendarizar
correctamente os trabalhos de prospecção geofísica a realizar na Ammaia.
No dia 15 de Novembro realizou-se na sala de reuniões do museu da Ammaia uma
Reunião ordinária do Conselho de Curadores da Fundação onde foram analisados vários
assuntos relacionados com a vida da instituição, dos quais podemos destacar: A conclusão
do projecto Radio-Past. O Programa IMAGOS, a Escola de Verão 2013, “Ammaia Summer
School 2013”. A Proposta de colaboração com a Faculdade de Arquitectura da Universidade
do Porto e eventual protocolo de parceria. Definição final da ZEP da Ammaia como
Monumento Nacional, proposta da Direcção Regional de Cultura do Alentejo e da
Fundação. O ponto da situação sobre a exposição temporária do Museu Nacional de
Arqueologia a realizar na Ammaia.
16
Decorreu também na sede da Fundação Ammaia, em Marvão, um encontro onde
estiveram presentes membros da nossa instituição, do Município de Marvão e da CIMAA,
Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. O propósito deste encontro prendeu-se com a
relevância estratégica que esta cidade romana tem no património cultural e arqueológico da
região do Alto Alentejo, tal como a importância do projecto da Fundação Ammaia na
iniciativa Provere InMotion – Alentejo, Turismo e Sustentabilidade. Para além disto, foram
ainda abordados outros assuntos muito importantes para a Ammaia de entre os quais
podemos destacar a Quinta dos Olhos D’Água e a possibilidade de poder vir a ser cedida em
condições ainda a negociar e a definir numa reunião a agendar com o ICNF e que deverá ser
liderada pela CIMAA. Foi ainda possível analisar a possibilidade de se incluírem algumas
propostas relacionadas com a Ammaia e o património romano do Alto Alentejo no futuro
POTAA (Plano Operacional do Turismo do Alto Alentejo). Gostaríamos ainda de realçar a
viagem que o Prof. Carlos Fabião realizou ao Brasil, mais propriamente à Universidade de
São Paulo onde esteve a leccionar o curso “Criando a rede de centros urbanos na Lusitânia”,
onde a Ammaia criou grande entusiasmo entre todos os presentes.
Por último devemos salientar, que uma das tarefas mais importantes em 2013 teve a
ver com a publicação da Lei nº1/2012 (Censo ás Fundações), através do qual o Governo
pretendeu levar a efeito um censo nacional das Fundações existentes no Pais, envolvendo
não só as fundações públicas como também as privadas implicou uma análise complexa que
que provocou uma diminuição dos apoios anuais provenientes do Município de Marvão e da
Universidade de Évora. Nesse campo de acção, a Fundação efectuou as alterações
necessárias à adaptação dos estatutos ao previsto na Lei, tendo a Comissão executiva da
Fundação Cidade de Ammaia elaborado a resposta ao inquérito promovido pela Presidência
do Conselho de Ministros após o preenchimento das formalidades e verificação por parte da
Fundação Ammaia dos documentos remetidos para a SGPCM. Como resultado do censo que
abrangeu também as Fundações privadas, a Fundação Cidade de Ammaia foi reconhecida
como de interesse suficiente para ser mantida. Posteriormente a esta classificação, a
Fundação Cidade de Ammaia solicitou a confirmação do estatuto de Utilidade Pública que
dispunha desde Outubro de 2010 e que foi ratificado pela Presidência do Conselho de
Ministros pelo Despacho n.º 4887/2013 de 15 de Março, publicado no DR nº 70, 2º Serie de
10 de Abril de 2013.
17
ESTATÍSTICAS DAS VISITAS AO MUSEU E RUINAS DA CIDADE DE AMMAIA
Ao longo do ano, o Museu e as ruinas da Cidade Romana de Ammaia receberam
7121 visitantes, fazendo o estudo de públicos baseado no número de visitantes,
nacionalidade, idade, sexo, nº de entradas grátis e visitas de grupos escolares, conforme os
gráficos seguintes:
Visitas
2013 Nº Visitantes 2013
Janeiro 198
Fevereiro 348
Março 849
Abril 539
Maio 718
Junho 518
Julho 501
Agosto 803
Setembro 485
Outubro 464
Novembro 1223
Dezembro 475
TOTAL 7121
Gráficos comparativo – Visitantes 2012-2013
18
Gráficos dos visitantes por Idades
2013 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
"1-10" 3 11 53 5 87 52 22 47 16 8 10 28 342
"11-20" 56 25 161 51 68 26 19 55 18 11 231 17 738
"21-30" 16 87 30 62 27 65 46 73 42 48 70 32 598
"31-40" 46 66 148 104 103 147 57 153 116 156 176 156 1428
"41-50" 39 82 141 112 116 82 239 234 118 107 302 126 1698
"51-60" 27 61 115 90 124 96 73 176 123 69 269 81 1304
"61-70" 11 16 201 115 193 50 42 65 52 64 162 35 1006
"71-100" 0 0 0 0 0 0 3 0 0 1 3 0 7
198 348 849 539 718 518 501 803 485 464 1223 475 7121
Idades Total
"1-10" 342
"11-20" 738
"21-30" 598
"31-40" 1428
"41-50" 1698
"51-60" 1304
"61-70" 1006
"71-100" 7
Gráfico dos visitantes por Nacionalidades
2013 Port Esp Ing Outros TOTAL
Janeiro 149 36 0 13 198
Fevereiro 287 38 2 21 348
Março 701 108 10 30 849
Abril 419 54 8 58 539
Maio 497 105 13 103 718
Junho 367 55 0 96 518
Julho 359 28 13 101 501
Agosto 656 69 6 72 803
Setembro 363 56 15 51 485
Outubro 351 76 15 22 464
Novembro 1113 48 23 39 1223
Dezembro 389 64 10 12 475
19
Gráfico dos visitantes por sexo
2013 Feminino Masculino TOTAL
Janeiro 105 93 198
Fevereiro 177 171 348
Março 451 398 849
Abril 282 257 539
Maio 378 340 718
Junho 266 252 518
Julho 284 217 501
Agosto 409 394 803
Setembro 255 230 485
Outubro 238 226 464
Novembro 643 580 1223
Dezembro 235 240 475
TOTAL 3723 3398 7121
Gráfico do número de grupos escolares
2013 Nº Grupos Escolares
Janeiro 56
Fevereiro 30
Março 113
Abril 70
Maio 157
Junho 48
Julho 77
Agosto 0
Setembro 0
Outubro 19
Novembro 232
Dezembro 0
TOTAL 802
20
Para além do acolhimento, apoio e realização de visitas guiadas para o público em
geral, o Museu Cidade de Ammaia, realizou actividades específicas, no decorrer do ano de
2013, atendendo às seguintes comemorações:
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
Realizou-se mais uma vez a comemoração do dia Internacional dos Monumentos e
Sítios no dia 18 de Abril. Nas ruinas e no Museu da Cidade romana de Ammaia foram
realizadas visitas guiadas aos alunos das escolas da região. As entradas no Museu da cidade
de Ammaia e ruinas foram livres para todos os visitantes.
Dia Internacional dos Museus
À semelhança do que aconteceu no Dia internacional dos Monumentos e Sítios,
foram realizadas visitas guiadas e actividades com grupos de alunos do 3º ciclo da Escola
Garcia d’Orta, de Castelo de Vide. Neste dia as entradas no Museu Cidade de Ammaia e as
visitas guiadas foram gratuitas para todos os visitantes.
Dia Mundial da Criança
No dia 1 de Junho, mais uma vez a Fundação Cidade de Ammaia associou-se às
comemorações do Dia Mundial da Criança, embora este ano não tenha participado nas
comemorações realizadas pela Camara Municipal de Marvão. Ainda assim, foram realizadas
actividades com as crianças do ensino pré-primário da Escola Garcia d’Orta de Castelo de
Vide. Para além da visita guiada ao Museu e ruinas da Ammaia, também foram executadas
por estes alunos as actividades constantes do Atelier de Arqueologia. Para além disso, as
crianças puderam também jogar um jogo de computador interactivo e visualizar um pequeno
filme com alguma informação prévia do projecto de reconstrução 3D da cidade.
21
ACTIVIDADES DO LABORATÓRIO E DEPÓSITO DA FC AMMAIA
Durante o ano de 2013, foram desenvolvidas diversas atividades no Laboratório de
Conservação e Restauro, envolvendo os bolseiros da FCT. Estas atividades deram
seguimento ao trabalho desenvolvido nos anos anteriores, relativo à organização do espólio
da Cidade Romana da Ammaia e ao funcionamento do Laboratório de Conservação e
Restauro. Deu-se continuação à intervenção de Conservação e Restauro dos materiais
metálicos e à manutenção das ruínas e do museu. Sempre que necessário, o laboratório
também prestou apoio aos projetos de investigação e à divulgação dos trabalhos que
envolvam o espólio da Ammaia.
Assim sendo no ano de 2013:
- Concluiu-se a intervenção das peças em ligas de ferro iniciadas em 2012: 17 peças
do Fórum e 26 peças da Porta Sul.
- Efectuou-se a intervenção completa de peças em ligas de ferro: 26 peças das
Termas, 60 peças do Fórum e 68 peças da Porta Sul. Estas peças incluem também os
elementos de fixação, que sendo aproximadamente 85% do espólio ferroso, foi seleccionado
um conjunto representativo para intervenção. O objetivo foi reunir toda a variedade de
tipologias existentes, seleccionando-se os elementos completos, de diferentes dimensões e
com diferentes secções de cabeça, haste e extremidade.
- Foram acondicionadas todas as peças em ligas de cobre, em ligas de chumbo e em
ligas de ferro, já intervencionadas, em espuma de polietileno colocadas dentro de caixas de
polipropileno alveolar, numa sala com a humidade controlada.
- Foram também acondicionadas todas as moedas da Porta Sul, já intervencionadas,
em espuma de polietileno colocadas dentro de um armário metálico, na mesma sala com a
humidade controlada.
- Efectuou-se o registo documental e fotográfico, diagnóstico preliminar e inventário
do restante espólio metálico da Ammaia: ligas de cobre, ligas de chumbo e ligas de ferro das
áreas Estacionamento e Edifício Quinta do Deão.
- Seleccionaram-se as peças em ligas de cobre e em ligas de chumbo para
intervenção, com relevância para estudo e para exposição ao público.
- Realizou-se a intervenção de Conservação e Restauro de peças em ligas de cobre:
38 peças do Estacionamento e 26 peças do Edifício Quinta do Deão.
22
- Realizou-se a intervenção de Conservação e Restauro de peças em ligas de chumbo:
6 peças do Estacionamento e 10 peças do Edifício Quinta do Deão. Deu-se início à limpeza
de 1 peça do Estacionamento e 8 peças do Edifício Quinta do Deão.
- Executou-se o registo documental e fotográfico, diagnóstico preliminar e inventário
dos materiais metálicos encontrados no âmbito da Escola de Verão, realizada no mês de
Setembro.
- Efectuou-se a intervenção de Conservação e Restauro das moedas encontradas na
Cidade Romana de Ammaia nos anos de 2012 e 2013, no total 17.
- Efectuou-se uma primeira limpeza em aproximadamente 100 moedas do Edifício
Quinta do Deão.
Toda e qualquer intervenção de Conservação e Restauro rege-se pelos princípios
deontológicos da profissão: intervenção mínima; reversibilidade dos materiais utilizados;
compatibilidade com a natureza físico-química do objeto; intervenção discernível; e,
respeito pela integridade física, estética e histórica do objeto. As intervenções são ainda
baseadas na pesquisa bibliográfica e no estado de preservação das peças. Todas as
informações relativas às peças e às intervenções são registadas numa ficha para o efeito,
individual para cada peça, e posteriormente transferida para formato digital com as
respectivas fotografias, antes e depois da intervenção.
As intervenções de Conservação e Restauro dos materiais metálicos tiveram como
fases principais:
- a limpeza mecânica e química, para remoção de produtos externos à peça e de
produtos de corrosão;
- a estabilização física, através da consolidação de fissuras, da união de fragmentos e
do preenchimento de lacunas;
- a estabilização química, através da dessalinização para remoção de sais, e/ou
inibidores de corrosão. Estes inibidores podem ser usados para converter os produtos de
corrosão em produtos mais estáveis, ou para criar uma barreira contra as trocas eletrolíticas;
- e a proteção final, de forma a construir uma barreira física às trocas com o meio
ambiente.
Deu-se ainda continuação aos trabalhos de conservação e valorização das ruinas, na
zona da Porta Sul, Termas e Fórum, nomeadamente:
23
- Acompanhamento da evolução do comportamento estrutural de todas as estruturas
através de registos fotográficos e gráficos, sobre a evolução, ou alteração das mesmas,
reportando a informação à Instituição de acolhimento. (Porta Sul, Termas, Fórum)
- Ações de manutenção e conservação regulares, através de um cronograma
adequado que inclua inspecções de rotina mensais, para a detecção atempada de problemas,
monitorização das condições existentes ou de alterações verificadas.
- Limpeza de vegetação, reparação e funcionalidade do espaço arqueológico, ações
de desmatação da área envolvente às ruínas, aplicação de um herbicida sistémico por
pulverização e por injecção para controlo de crescimento de vegetação herbácea;
desmatação e corte de espécies lenhosas.
- Proteção de estruturas que se encontram em risco de perda com manta-geotêxtil,
verificação do estado dos cordões ou barreiras dissuasoras das ruínas, verificação e
manutenção do estado dos percursos até às ruínas.
- Execução de um relatório prévio sobre a avaliação do estado de conservação das
Ruínas e consequente proposta de intervenção. O documento está a ser elaborado de acordo
com as bases de política e do regime de Proteção e Valorização do Património Cultural e do
Decreto-lei nº 140/2009 de 15 de Junho, que pressupõe a existência de um relatório prévio,
como mecanismo de controlo prévio e de responsabilização em relação às intervenções do
Património Cultural.
Foram ainda realizadas as seguintes tarefas:
- Acompanhamento nos estudos analíticos sobre a composição dos vidros romanos
da Cidade de Ammaia que fazem parte do acervo do Museu Nacional de Arqueologia. Os
estudos, com a espectrometria de fluorescência de raios X, têm sido desenvolvidos por
investigadores do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora no âmbito do projecto
APOLLO financiado pelo QREN.
- Apresentações do laboratório e do trabalho desenvolvido na área de Conservação e
Restauro do Espólio da Cidade Romana de Ammaia, a escolas visitantes e aos alunos da
Escola de Verão.
- Aplicação de testemunhos de gesso em algumas zonas de fissuras, na Porta Sul,
durante a campanha de escavação no âmbito da Escola de Verão. Tem como objetivo efetuar
a monitorização da estrutura e controlar a ocorrência de algum tipo de deslocamento e/ou
movimentação da estrutura devido aos trabalhos que aí decorreram.