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1 Relatório do Conselho de Administração Com vista à normalização da nossa posição junto do IGESPAR que implica a actualização da autorização para a realização dos trabalhos arqueológicos em curso na Ammaia, para o próximo quadriénio enviámos em meados de 2013 o pedido para a autorização do programa de trabalhos referente ao período 2013/2016 que aguarda aprovação. Com vistas a poder receber a exposição temporária com um importante espólio oriundo da Ammaia e que está em depósito no Museu Nacional de Arqueologia, temos estado a preparar as adaptações necessárias no nosso museu para este efeito, assim como se tem estado a compilar os documentos de suporte da exposição (guia e monografias), com o apoio da investigação efectuada pelos bolseiros, CIDEHUS-FCT. No quadro da estratégia aprovada a médio prazo com vistas a mobilizar alunos das universidades estrangeiras para através de estágios mensais vir a constituir um Centro de Ciência Viva na área da arqueologia e do património natural, temos continuado com o apoio da Câmara Municipal de Marvão a tentar construir uma plataforma de entendimento com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de modo a poder contar para o efeito com as instalações dos Olhos de Água que são vitais em termos logísticos para a concretização deste cenário. Apesar do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas ter solicitado entretanto por carta datada de 10/01/2014, um pedido para se desligar do seu envolvimento como curador fundador da fundação, salienta na carta que mantem toda a abertura para formas de cooperação connosco. Está em vias de análise nestas circunstâncias alargar a cooperação a terceiros baseada numa proposta liderada pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Sousel na qual depositamos significativa esperança.

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Relatório do Conselho de Administração

Com vista à normalização da nossa posição junto do IGESPAR que implica a

actualização da autorização para a realização dos trabalhos arqueológicos em curso na

Ammaia, para o próximo quadriénio enviámos em meados de 2013 o pedido para a

autorização do programa de trabalhos referente ao período 2013/2016 que aguarda

aprovação.

Com vistas a poder receber a exposição temporária com um importante espólio

oriundo da Ammaia e que está em depósito no Museu Nacional de Arqueologia, temos

estado a preparar as adaptações necessárias no nosso museu para este efeito, assim como se

tem estado a compilar os documentos de suporte da exposição (guia e monografias), com o

apoio da investigação efectuada pelos bolseiros, CIDEHUS-FCT.

No quadro da estratégia aprovada a médio prazo com vistas a mobilizar alunos das

universidades estrangeiras para através de estágios mensais vir a constituir um Centro de

Ciência Viva na área da arqueologia e do património natural, temos continuado com o apoio

da Câmara Municipal de Marvão a tentar construir uma plataforma de entendimento com o

Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de modo a poder contar para o efeito

com as instalações dos Olhos de Água que são vitais em termos logísticos para a

concretização deste cenário.

Apesar do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas ter solicitado

entretanto por carta datada de 10/01/2014, um pedido para se desligar do seu envolvimento

como curador fundador da fundação, salienta na carta que mantem toda a abertura para

formas de cooperação connosco.

Está em vias de análise nestas circunstâncias alargar a cooperação a terceiros baseada

numa proposta liderada pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo presidida pelo

presidente da Câmara Municipal de Sousel na qual depositamos significativa esperança.

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Em Setembro de 2013 e apenas com o apoio da Universidade de Lisboa e da

Universidade de Évora, realizamos com êxito a título experimental uma Escola de Verão

com meios logísticos improvisados que não servirão para a hipótese de extensão a

universidades estrangeiras. Apesar de tudo ultrapassámos com êxito a falta daqueles meios

logísticos e obtivemos resultados muito positivos em termos de cooperação e investigação.

Em Setembro de 2013 e coincidindo com o fecho do projeto Radio Past a fundação

promoveu no quadro das conferências José Matoso em Marvão, uma conferência sobre o

projeto Radio Past, que foi apresentado pela Universidade de Évora com o apoio do

Professor Frank Vermeulen e a Professora Cristina Corsi responsáveis pelo projeto na linha

da divulgação da Ammaia em termos científicos no estrangeiro.

Em termos de divulgação da nossa atividade junto do grande público permite-nos

sublinhar o documentário que a RTP2 realizou sobre o projeto Radio Past, com uma duração

de cerca de 50 minutos, que já foi transmitido pelo menos três vezes após o dia da

apresentação inicial que teve lugar em 25 de Abril de 2013. Com o mesmo objetivo a SIC a

propósito da realização da Escola de Verão de Setembro de 2013 também elaborou um

programa de mais curta duração sobre a Ammaia. Qualquer destes documentários estão

atualmente à disposição do público que visita o nosso museu numa sala equipada para o

efeito.

Em Novembro de 2012 a Universidade de Évora/Laboratório Hercules, obteve a

aprovação e financiamento por parte do Inalentejo do Programa IMAGOS que contempla

dois projetos complementares, Lares e Apollo. A fundação participa como parceiro com a

incumbência de participar em atividades que dão paralelamente continuidade ao projeto

Radio Past.

De acordo com o regulamento deste tipo de projetos a liderança executiva do projeto

cabe apenas à Universidade de Évora, não podendo a fundação mesmo como parceiro

designado ter a sua participação como despesa elegível, mesmo que apresentada ao abrigo

de um contrato específico, uma vez que essa despesa implicaria um pagamento à

“fundação”, que por sua vez está dependente da autorização do Ministério das Finanças no

âmbito da Lei-Quadro das Fundações e do Orçamento de Estado (anti fundações).

Em Maio de 2013 assinamos com a Universidade de Évora/Laboratório Hercules um

protocolo de colaboração no âmbito do programa IMAGOS que visa além do mais promover

o núcleo de apoio à investigação e à formação da Universidade de Évora na Cidade da

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Ammaia com os meios computacionais adequados para o funcionamento de uma oficina de

realidade virtual e de acesso a uma base de dados de gestão patrimonial.

Em conformidade com a legislação especifica que foi oficialmente emitida em 2012

refente ao senso a realizar sobre as fundações envolvendo tanto as públicas como as

privadas, é importante relembrar que obtivemos nesta análise uma qualificação final de

33,3% que se decompõe sobre a óptica da relevância em 12,3% (de um máximo de 20%)

sobe a óptica da eficácia em 6% (de um máximo de 30%), sobe a óptica da sustentabilidade

em 15% (de um máximo de 50%). Atendendo a que a classificação da FCG se situa à volta

de 50%, com a subclassificação quanto à sua relevância de 13,3 esta análise é no mínimo

incompreensível.

Como é sabido a nossa situação mais frágil é a sustentabilidade e o nosso ponto mais

forte é a relevância, como decorre do exposto anteriormente, realidade que na classificação

obtida é uma miragem.

Posteriormente em 2013 e de acordo com a nova lei-quadro para as fundações

tivemos que requerer de novo a classificação de “utilidade pública” que em face da posição

que nos foi atribuída quanto à relevância, nos suscitava sérias preocupações. No entanto por

despacho do Secretário de Estado a utilidade pública foi-nos concedida em 25/03/2013 sem

controvérsias ou dificuldades, contrariando as espectativas.

De acordo com a lei do orçamento de 2013, as transferências das instituições

públicas para as fundações passaram a estar sujeitas a normativos de controlo do Ministério

das Finanças muito apertados, o que afeta especificamente o apoio que recebemos da

Universidade de Évora. Em contrapartida esta legislação abre perspectivas favoráveis aos

apoios concedidos pelas autarquias na qual a administração central delega competências.

Nestas circunstâncias o apoio que nos é concedido pela Câmara Municipal de Marvão está

dependente exclusivamente da vontade da autarquia, situação a que temos que recorrer visto

ser a única positiva.

Os apoios a conceder pelas universidades estão portanto sujeitos a autorização prévia

com a agravante de mesmo as participações em projetos liderados pelas universidades, como

é o caso do projeto IMAGOS em que a fundação participa, esta instituição pública entende

que as limitações que lhe são impostas envolvem também as comparticipações em projetos.

Nestas circunstâncias todas as nossas parcerias com as universidades têm que ser

reanalisadas sob pena de vermos afetadas as fontes de financiamento decorrentes da

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participação em projetos que não sejam liderados pela fundação e que são a base da nossa

sustentabilidade.

Para finalizar, juntamos também ao presente o Relatório do Conselho Fiscal

elaborado pelo ROC, Dr. Azevedo Coutinho, através do qual as contas do exercício estão

analisadas.

Quanto aos resultados apurados no exercício de 2013 surge actualmente um valor

negativo de 2 710,85€ (dois mil setecentos e dez euros e oitenta e cinco cêntimos),

propomos que este seja transferido para a conta de resultados transitados em conformidade

com a proposta do nosso ROC, Dr. Azevedo Coutinho.

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Anexo

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2013

Durante o ano de 2013, os técnicos da Fundação efectuaram diversos trabalhos

coincidentes com as actividades que tinham sido anteriormente propostas e aprovadas pelo

Conselho. Muitas das tarefas realizadas contaram com o apoio dos bolseiros da

FCT/CIDEHUS que têm vindo a desempenhar diversos estudos na Ammaia e deu-se início à

implementação de algumas das medidas que tinham sido definidas anteriormente após a

avaliação realizada com o apoio da equipa técnica e cientifica responsável pelos trabalhos

em curso na cidade romana de Ammaia. Para além da definição do plano de reorganização

dos espaços do depósito foram implementadas medidas de conservação preventiva neste

espaço. Todos os trabalhos foram realizados em parceria com os técnicos do Laboratório de

Conservação e Restauro da cidade romana de Ammaia, Carina Maurício e Dulce Osório,

bolseiras do CIDEHUS/Lab Hercules a trabalhar na Fundação Ammaia. Após a organização

e preparação do espaço existente no depósito foi possível reunir as condições necessárias ao

armazenamento e acondicionamento dos materiais arqueológicos, rentabilizando esse

espaço, visando uma melhor conservação do espólio da Ammaia. Ao longo de todo o ano

tem sido realizado controlo diário e monitorização das condições ambientais das salas do

Museu (temperatura e humidade relativa) em colaboração com as técnicas do laboratório

com vista à elaboração do plano de conservação preventiva.

No âmbito dos trabalhos arqueológicos de 2013, procedeu-se ao acondicionamento

dos materiais arqueológicos recolhidos na campanha de escavação de 2013 e à verificação e

análise dos materiais das campanhas de escavação iniciais na Ammaia, nomeadamente os

materiais metálicos, os quais receberam um tratamento preliminar.

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Os restantes materiais arqueológicos foram revistos e sempre que se achou pertinente

foram tratados convenientemente, mediante as suas características, para além de terem sido

sumariamente marcados com vista à sua introdução futura em base de dados. Todos os

materiais, quer cerâmicos, quer vítreos e líticos, bem como os metais, nomeadamente,

moedas e outros objectos metálicos foram devidamente acautelados pelos técnicos de

Conservação e Restauro (CR) para posterior marcação e inventariação conforme cada uma

das tipologias e estudos a prosseguir.

Foram também executados diversos trabalhos de embalamento dos diferentes tipos

de materiais arqueológicos, tendo sido necessário quantificar o número de caixas plásticas

apropriadas para o seu acondicionamento e preservação em virtude do grau de preservação,

exceptuando nos casos em que a fragilidade ou condições de preservação exijam condições

especiais, trabalhos que foram efectuados em parceria com as técnicas de CR.

Também ao longo de 2013, foram efectuados diversos trabalhos de limpeza da

vegetação das estruturas arqueológicas, nomeadamente da zona da Porta Sul, Termas e

Forum, trabalhos que foram dirigidos pela técnica de Laboratório Dulce Osório e pelo

Joaquim Carvalho. Os trabalhos de monitorização das estruturas arqueológicas foram

realizados através da observação directa, registos fotográficos e mensuração de fracturas,

visando um melhor acompanhamento na evolução do estado de conservação das mesmas.

Foram e continuam a ser efectuadas diversas acções de manutenção e conservação regulares

nas estruturas arqueológicas, com base num cronograma de rotinas mensais que conta com o

apoio de toda a equipa de campo residente nas ruinas. Foi estabelecido um cronograma de

manutenção das Ruínas da Cidade de Ammaia com a definição de todos os trabalhos a

efectuar devidamente calendarizados, tais como: Limpeza de folhas e lixos no interior e

exterior das estruturas e dos percursos para as ruínas, manutenção de espécies lenhosas

através do corte; aplicação de herbicida para controlo do crescimento da vegetação;

aplicação de herbicida por injecção e por pulverização para controlo do crescimento

herbáceo e arbustivo; verificação do estado dos caminhos e manutenção das placas de

sinalização; manutenção do estado das vedações que envolvem as ruínas e barreiras

dissipadoras; protecção das estruturas arqueológicas com geotêxtil e areias lavadas. Todos

os trabalhos são acompanhados com registos fotográficos técnicos efectuados pela equipa de

arqueologia e pelos técnicos de conservação e restauro. Temos efectuado a organização de

toda a informação em formato digital da avaliação do estado de conservação, do plano da

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intervenção, das acções de manutenção das estruturas e do estudo analítico das argamassas.

O estudo analítico das argamassas contínua em curso e a ser efectuado com o apoio do

Laboratório Hercules da Universidade de Évora e tem como principais objectivos, a

caracterização química e mineralógica das argamassas e a proposta de desenvolvimento de

uma argamassa que seja compatível com as estruturas arqueológicas com o objectivo de ser

utilizada numa futura intervenção de conservação e restauro, a qual se encontra actualmente

em fase de conclusão, aguardando apenas o parecer de um engenheiro de estruturas já

contactado pelo Laboratório Hercules.

No início do primeiro trimestre e ao longo do ano de 2013, foram efectuados

diversos trabalhos de gestão do sítio arqueológico bem como a calendarização das

actividades científicas que se iriam realizar ao longo deste ano, incluindo seminários, novas

campanhas de escavação e a preparação da implementação de uma base de dados capaz de

albergar toda a informação científica que vem sendo recolhida sobre a cidade de Ammaia e

que está a ser elaborada com o apoio de todos os bolseiros e restante equipa técnica.

Durante o ano de 2013, não se realizaram trabalhos de escavação arqueológica no

quadro do projecto Radio-Past, tendo sido remetidos pela Universidade de Évora os

relatórios dos trabalhos efectuados no decurso do projecto. Como consequência deste

projecto foram publicados diversos artigos científicos com os resultados obtidos e dois

livros, devendo ser realçado o volume relativo à Ammaia, com o título “Ammaia, a Roman

town in Lusitania” e outros dois volumes sobre as técnicas não invasivas que foram

utilizadas no decurso dos trabalhos na Ammaia e demais parceiros do projecto. Um dos

volumes intitula-se “Ammaia I, The Survey. A Romano-Lusitanian Townscape Revealed”, o

segundo foi denominado “Good Practice in Archaeological Diagnostics, Non-Invasive

Survey of Complex Archaeological Sites” da colecção Natural Science in Archaeology.

Todos estes livros foram dirigidos e editados pelos Professores Cristina Corsi e Frank

Vermeulen.

Os técnicos afectos da Fundação efectuaram diversas visitas de trabalho à

Universidade de Évora, CIDEHUS e Laboratório Hercules com vista à definição de algumas

estratégias de incremento científico na Ammaia e à criação do Núcleo da Universidade de

Évora na Fundação Cidade de Ammaia. Todos estes contactos têm sido desenvolvidos de

forma a tentar criar e dar sustentação à possibilidade de criar um centro de investigação com

o apoio das Universidades de Évora e de Lisboa e à implementação das Escolas de Verão

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sobre Arqueologia na Ammaia, “Ammaia Summer Schools”. Neste ponto, devemos salientar

o enorme potencial das infra-estruturas existentes nas imediações da Fundação,

nomeadamente a Quinta dos Olhos D’ Água que permitirá a implementação das escolas de

verão com todas as valências necessárias para o seu desenvolvimento em termos futuros. No

entanto, apenas será possível caso se concretizem os diversos contactos já estabelecidos

entre a Fundação Ammaia, a CIMAA e o Município de Marvão com o ICNF, com vista ao

estabelecimento de um protocolo de co-gestão dos edifícios existentes na Quinta dos Olhos

D’Água, conversação que ainda decorre.

No âmbito da parceria existente entre a Fundação Ammaia e a Universidade de

Évora, foi elaborada uma nova adenda ao protocolo anterior com vista ao apetrechamento do

Núcleo da Universidade de Évora na Ammaia com diversos equipamentos que foram

adquiridos no âmbito do Programa IMAGOS e apoiados financeiramente pelo

INALENTEJO.

Relativamente a este programa, os técnicos da Fundação efectuaram o

acompanhamento e levantamento de necessidades de equipamentos com vista à instalação

do núcleo de Investigação da Universidade de Évora na Ammaia, bem como,

posteriormente, com o apoio técnico do bolseiro Nicola Schiavottiello, efectuámos a

avaliação dos equipamentos informáticos, programas de software e das ligações de internet

necessários para a boa implementação do programa científico proposto. Nesse sentido,

foram organizadas várias reuniões no museu da Ammaia com vista a coligir todos os

elementos, estudos e informações científicas do projecto da Ammaia desde que se iniciaram

os trabalhos em 1994, bem como eventuais problemas documentais que possam existir e que

necessitem de ser esclarecidos para futuramente serem inseridos na base de dados que será

implementada na Ammaia. Foi nesse sentido que se realizou em Fevereiro de 2013 uma

reunião que contou com a presença da equipa técnica actualmente em actividade na Ammaia

e o Dr. Fernando Cabral da empresa Sistemas do Futuro, Multimédia Gestão e Arte que fez

uma apresentação detalhada das suas bases de dados de gestão do Património (In

Patrimonium, InWeb, In Arte, etc…). Nesta reunião foi possível elencar uma variedade de

utilizações que as bases de dados permitirão implementar no apoio ao trabalho científico de

inventariação e catalogação em curso na cidade romana de Ammaia. No decurso de 2013, o

pacote relativo à Base de dados In Patrimonium foi adquirida no âmbito dos projectos

“LARES” e “APOLLO”, aguardando a sua implementação física no Museu da Ammaia.

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Ao longo de 2013 a Fundação Ammaia prestou apoio aos técnicos do Laboratório

Hercules na apresentação de uma candidatura ao Ciência Viva (Agência Nacional para a

Cultura Científica e Tecnológica) no âmbito do concurso “ESCOLHER CIÊNCIA- Da

Escola à Universidade”. Este concurso tem como objetivo o acesso a financiamento de ações

destinadas a promover a aproximação entre os ensinos secundário e superior, numa

perspectiva de partilha de recursos e de estímulo ao prosseguimento de estudos em áreas

científicas e tecnológicas. Nesse sentido, o Laboratório Hercules tem vindo a desenvolver

vários projectos na área da investigação científica em ciências do património,

nomeadamente na área do estudo do património arqueológico. Neste contexto, o projeto

candidatado e posteriormente aprovado centra-se no património arqueológico e visa criar,

entre as escolas do Alentejo e a Universidade de Évora, uma rede de troca de conhecimento

que contribua para o enquadramento das escolas no seu território arqueológico e para o

reforço de uma perspectiva interdisciplinar envolvendo as áreas da Física, Química,

Geologia e História. O território seleccionado envolve diversas zonas do Alentejo onde os

investigadores do Laboratório Hercules têm vindo a realizar trabalhos de investigação em

Arqueologia, em parceria com as entidades regionais, campus arqueológicos e outros

parceiros nacionais e internacionais, sendo um dos mais importantes o Campo Arqueológico

da cidade romana de Ammaia. Estes estudos envolvem a utilização de técnicas analíticas

físico-químicas de ponta e análises in situ que pretendem, através de uma abordagem

técnico-científica, fornecer respostas às questões que historiadores e arqueólogos não

podiam ver respondidas sem o recurso a estas novas tecnologias. Paralelamente, o programa

de ação desta infra-estrutura compreende um diversificado conjunto de atividades de

divulgação junto da comunidade envolvente e, em particular, das camadas mais jovens.

Desde a sua criação em 2008, têm sido desenvolvidos no Laboratório Hercules vários

projectos de divulgação que envolvem palestras em escolas, workshops, visitas de alunos ao

laboratório, campos de férias científicas para jovens, etc.

Recentemente, o Laboratório Hercules obteve financiamento do Ciência Viva-QREN

para um projeto de divulgação científica nos media intitulado “Olhar de perto o património”,

que consistiu na produção, em parceria com a estação de televisão TVI e já em fase

divulgação, de quinze documentários sobre investigação em património denominado

“Máquina do Tempo, História de Detectives”. No âmbito deste programa, a Fundação e os

seus técnicos participaram num dos programas que diz respeito ao património arqueológico

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e à utilização de técnicas não-invasivas, tendo sido efectuada uma peça vídeo sobre os

trabalhos geofísicos realizados na cidade de Ammaia.

Ao longo do ano de 2013, os serviços adstritos à Ammaia prestaram apoio à

Comissão executiva da Fundação Cidade de Ammaia no âmbito do censo que a Presidência

do Conselho de Ministros realizou a todas as Fundações portuguesas, apoiando tecnicamente

a realização das reuniões de Assembleia do Conselho de curadores da Fundação, incluindo a

que se realizou no dia 19 de Abril de 2013 onde foram aprovadas as contas relativas ao

exercício de 2012 e foram discutidos outros assuntos de relacionados com a Fundação, para

além de terem sido apresentadas por alguns curadores novas estratégias de dinamização

cultural e cientifica da instituição. Estabeleceram-se contactos e prestaram-se novos

esclarecimentos a diversas instituições parceiras da Fundação e da Universidade de Évora no

âmbito das candidaturas apresentadas, nomeadamente o projecto do novo museu de

Ammaia, CEIAR-HP e sobre o projecto IMAGOS candidatado pelo Laboratório Hercules.

No âmbito das atribuições da Fundação, foram efectuadas diversas visitas e reuniões

de trabalho na Universidade de Évora, CIDEHUS e Laboratório Hercules, bem como à

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com vista à definição de algumas estratégias

de incremento científico na Ammaia no âmbito dos projectos em curso. Neste período foram

também realizadas diversas com outras instituições, das quais podemos destacar a reunião de

trabalho na Fundação Luso-Americana que tinha por finalidade a eventual abertura e apoio

às actividades internacionais a realizar na Ammaia com Universidades e estudantes

universitários dos Estados Unidos. Esteve presente em reuniões de trabalho no Instituto de

Conservação da Natureza e das Florestas com vista à definição de uma estratégia consertada

entre as duas instituições para gerir de forma partilhada a Quinta dos Olhos D’Água, de

maneira a permitir a dinamização conjunta das ruinas da Ammaia e do espaço edificado e

ambiental pertencente ao ICNF. Todos estes contactos foram desenvolvidos de forma a

tentar criar e dar sustentação à possibilidade de criar um centro de investigação com o apoio

das Universidades de Évora e de Lisboa.

Em Junho de 2013, parte da equipa técnica e do Conselho de Curadores da Fundação

Ammaia participaram numa reunião no Museu Nacional de Arqueologia com vista à

realização de uma exposição no Museu da Ammaia com peças daqui oriundas e que

actualmente se encontram armazenadas nos Depósitos do MNA. A partir dessa reunião

começaram a ser realizadas diversas acções com vista à realização da referida exposição.

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Numa primeira fase fez-se a escolha das peças da colecção a expor, trabalho realizado pelo

José Carlos Quaresma e pela Sofia Borges, a partir dessa base iniciou-se a elaboração dos

respectivos planos museológicos e museográficos a entregar no Museu Nacional de

Arqueologia, para além disso os bolseiros e especialistas contactados elaboraram os textos

para os painéis da exposição, bem como, para o catálogo da mesma. Precisamente com vista

à realização da exposição, foi revisto o Plano do sistema de segurança existente no edifício

onde está instalado o Museu com vista a obter um orçamento que permita melhorar e

actualizar o anterior sistema e proceder à sua implementação de acordo com as regras

impostas pela DGPC, de forma a proporcionar futuramente a credenciação do Museu na rede

Portuguesa de Museus. Para uma melhor informação, foi também elaborado um novo texto

para o folheto a entregar no acolhimento ao visitante, que inclui também as versões em

espanhol e em inglês. Com o objectivo de proporcionar um melhor conhecimento da

colecção exposta no nosso Museu iniciaram-se os trabalhos gráficos para a implementação

da visita virtual ao Museu e a criação de outros elementos gráficos de apoio ao visitante que

nos visita. Destes podemos destacar a criação de modelos tridimensionais em realidade

aumentada (Augmented reality) que funcionam em dispositivos móveis (Smartphones e

tablets) podendo actualmente ser visionados três desses modelos virtuais que representam a

Porta Sul, a estátua de Britanicus e uma planta dos resultados da geofísica.

No decurso do mês de Agosto a Fundação passou a contar com mais dois meios de

divulgação e de comunicação disponíveis na internet sobre as actividades que decorrem na

Ammaia. Foi criada uma página numa das redes sociais mais importantes da actualidade, o

Facebook (https://www.facebook.com/pages/Ammaia/443151045800724?fref=ts) e foi

também criado um blog designado de Fundação Ammaia – WordPress.com

(http://fundacaoammaia.wordpress.com/tag/ammaia/ ). Este trabalho tem sido desenvolvido

no âmbito de uma parceria levada a efeito com o Copywriter e Marketeer Alexandre

Baptista e a Fundação. Todo o trabalho de elaboração de textos para publicação tem sido

realizado pelos técnicos da Fundação e pelos bolseiros e posteriormente são devidamente

formatados e revistos pelo Alexandre Baptista. O espaço Ammaia no facebook pretende ser

um espaço de divulgação e de informação, sobre as acções que o Museu e a Fundação

Cidade de Ammaia realizem no âmbito das suas actividades, tais como, eventos, exposições

e tudo o que se relacione com a cidade romana.

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A partir de Setembro a Fundação contou com o apoio da Catarina Raposo que foi

inserida na Fundação através da Junta de Freguesia de São Salvador de Aramenha no âmbito

de um programa de apoio a desempregados, denominado “Património” Este programa

prolongar-se-á durante um ano e a Catarina tem vindo a realizar diversas tarefas como apoio

administrativo com a actualização do arquivo da Fundação, apoio à recepção ao visitante no

Museu e apoio na marcação e inventário de peças.

Durante o mês de Setembro realizou-se a Escola de Verão “Ammaia - Summer

School, 2013”. Esta escola contou com a presença de toda a equipa técnica actualmente em

funções na cidade romana de Ammaia e com a vinda de estudantes de arqueologia das

Universidades de Évora e de Lisboa. Durante todo o período da Escola de Verão decorreu a

campanha de escavações arqueológicas de 2013 na Ammaia. Os trabalhos de escavação

foram realizados em duas áreas distintas da Ammaia, uma a área da Porta Sul, junto à torre

Oeste e na zona de entrada, no espaço entre as duas torres a outra área de escavação foi no

templo do Forum, no espaço existente entre o podium e a estrutura do pórtico a Norte.

Relativamente aos resultados, podemos desde já referir que na Porta Sul foi possível

delimitar completamente a parte exterior da Torre Oeste e quase toda a área da entrada mas

os trabalhos de escavação arqueológica ainda terão de ser concluídos no próximo ano de

2014, para que seja possível concluir os estudos anteriormente iniciados no âmbito do

projecto de Conservação e Restauro das estruturas arqueológicas da Porta Sul. No que diz

respeito à escavação efectuada no Templo, podemos referir que foi descoberta uma fiada de

grandes blocos pétreos em granito correspondentes ao paramento exterior do podium do

templo, vestígios que ainda não tinham sido detectados até ao momento e que levam a crer

que poderemos ainda ter mais elementos arquitectónicos bem conservados na restante área.

No âmbito da Escola de Verão, para além da actividade de escavação (Porta Sul

e Templo do Forum) e de prospecção, que decorreram ao longo das manhãs,

desenvolveram-se também, durante as tardes, actividades de processamento de materiais:

lavagem, triagem, marcação e inventariação em base de dados. E foi possível apresentar aos

alunos diversas sessões de formação em diferentes áreas relacionadas com a Arqueologia.

Estas sessões contaram com a presença de diversos especialistas que colaboram nos vários

projectos e trabalhos de investigação em curso na Ammaia, dos quais podemos destacar o

Professor Amílcar Guerra, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que falou

sobre a epigrafia amaiense, e os Professores António Candeias e José Mirão do Laboratório

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Hercules da Universidade de Évora que apresentaram diversas técnicas laboratoriais que

vem sendo aplicadas no estudo de diversos materiais arqueológicos da Ammaia. Para além

destas apresentações a equipa técnico-cientifica da Ammaia fez algumas demonstrações

práticas relacionadas com as actividades científicas em curso, tais como o estudo de

materiais arqueológicos e os trabalhos de conservação e restauro necessários para o bom

acondicionamento das peças encontradas no decurso da escavação. Para além disto foram

também realizadas diversas tarefas relacionadas com a gestão e preparação dos vários

trabalhos de escavação que implicaram a participação e a formação dos alunos envolvidos

na campanha, tais como, trabalhos de topografia, de desenho, de fotografia e de modelação

tridimensional aplicados à arqueologia, conservação e restauro preventivo de estruturas e

materiais arqueológicos. Estes trabalhos foram coordenados pelo Professor Carlos Fabião e

desenvolvidos pelos técnicos, Sofia Borges, Joaquim Carvalho, José Carlos Quaresma, Vítor

Dias, Carina Maurício, Nicola Schiavottiello, Tiago Gasalho e João Aires. O pessoal afecto

ao Museu apoiou na logística da organização da Escola de Verão com as limpezas onde

ficaram instalados os alunos e nas compras de alimentação e outros bens necessários ao bom

funcionamento da escola.

No decorrer da Escola de Verão a Fundação Cidade de Ammaia realizou no dia 6 de

Setembro, a segunda edição das “Conferências da Ammaia, Professor José Mattoso”.

Esta conferência foi proferida pelos Professores Cristina Corsi da Universidade de Cassino

de Itália e Frank Vermeulen da Universidade de Gent na Bélgica, ambos convidados pela

Universidade de Évora como coordenadores do projecto global levado a cabo na Ammaia

nos últimos 4 anos e onde se integra o projecto Radio-Past. A conferência decorreu na Casa

da Cultura em Marvão e contou com a presença de muitos entusiastas vindos de diversos

pontos do país e alguns especialistas da arqueologia nacional. No final a Câmara Municipal

de Marvão ofereceu a toda a audiência um Marvão de Honra.

No dia 11 de Setembro os técnicos da Fundação estiveram reunidos com o Dr.

Fernando Cabral da Sistemas de Futuro, Lda. com vista a ultimar alguns pormenores para a

implementação da Base de dados InPatrimonium na Ammaia e à criação e implementação

de um novo website da Fundação devidamente preparado para a divulgação da Ammaia e de

todos os trabalhos que aqui são desenvolvidos. No museu tem vindo a ser desenvolvidos

trabalhos de registo e inventário com vista à sua inserção no programa referido.

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No final da campanha de escavações, no dia 27 de Setembro realizou-se uma reunião

de trabalho que contou com a presença da equipa técnica da Fundação, do Laboratório

Hercules e também com a presença do Professor Pedro Alarcão da Faculdade de

Arquitectura da Universidade do Porto. Nesta reunião foram analisados os trabalhos

efectuados durante a Escola de Verão e foram avaliadas e programadas as novas tarefas a

desenvolver com o Laboratório Hercules no decurso do Projecto Imagos. Em relação à

reunião com o Professor Pedro Alarcão foi possível estabelecer alguns pontos de interesse

com vista à possibilidade de se estabelecer uma parceria de investigação com a Fundação

Cidade de Ammaia, ao nível da investigação sobre o traçado da cidade e dos alguns dos seus

edifícios (por ex. a modelação do fórum, em medida passus), ou ao nível do estudo de

soluções de intervenção mínima que facilitem a percepção, in situ, do traçado da cidade e da

relação entre os vestígios de edifícios já escavados. Caso esta parceria se venha a efectivar

será inserida na Linha de Investigação coordenada pelo Professor Pedro Alarcão (Atlas das

Vias e Cidades Antigas de Portugal), integrada no Grupo de Investigação Património da

Arquitectura, da Cidade e do Território do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo

(CEAU-FAUP)

Durante o mês de Outubro a Fundação desenvolveu diversas acções decorrentes da

sua actividade, das quais destacamos o envio da documentação necessária para concluir a

proposta de revisão da classificação da Zona Especial de Protecção da Ammaia. Toda a

documentação foi preparada com a colaboração dos técnicos da Direcção Regional de

Cultura e remetida para uma primeira análise técnica pela DGPC. Pretendeu-se, assim

propor a fixação da ZEP, com a fundamentação dos seus limites e respectivas restrições. A

ZEP proposta, foi realizada em articulação com a equipa técnica da Fundação da Cidade da

Ammaia em colaboração com a Câmara Municipal de Marvão. Tendo-se considerado que

tem a dimensão julgada necessária para proteção das vistas e de eventuais vestígios

arqueológicos, ainda não detectados pelos trabalhos de investigação, visando salvaguardar o

conjunto classificado e o seu enquadramento.

No decorrer do mês de Outubro e no âmbito da parceria com a Universidade de

Évora e o Laboratório Hercules, a Fundação Ammaia procedeu à assinatura de uma adenda

ao protocolo de criação do Núcleo de Investigação da Universidade na Ammaia. Esta adenda

diz respeito à vinda de equipamentos informáticos e de visualização para apetrechamento

dos serviços técnicos e do museu da Ammaia. Neste mês foram dados os primeiros passos

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com vista à criação institucional do Grupo de Amigos da Ammaia, tendo-se procedido ao

convite de diversas individualidades no sentido de se constituírem como os promotores da

criação desta entidade que pretende apoiar futuramente os trabalhos a desenvolver na

Ammaia.

No final de Outubro a Fundação Ammaia teve o privilégio de ver na televisão

generalista SIC, no âmbito da rubrica “Futuro Hoje” assinada por Lourenço Medeiros uma

peça televisiva sobre a Ammaia e o desenvolvimento de novas técnicas aplicadas à

Arqueologia. Este programa televisivo passou no dia 29 de Outubro no Jornal da Noite em

horário nobre, permitiu que um vasto público tivesse conhecimento dos trabalhos em curso

na Ammaia e proporcionou um aumento significativo de visitas ao museu e às ruinas.

Ao longo do mês de Novembro foram desenvolvidas diversas actividades, de entre

todas, podemos destacar a vinda da equipa de 2 bolseiros do Departamento de Geofisica da

Universidade de Évora que vieram realizar diversos testes nas ruinas da Ammaia com

equipamentos de geofísica da universidade. Estes trabalhos foram coadjuvados pela equipa

técnica da Fundação e também pelo bolseiro Paul Johnson que realizou anteriormente os

trabalhos de magnetometria e de resistividade eléctrica no âmbito do Radio-Past e deu apoio

aos trabalhos de Geo-Radar (GPR). Com os testes efectuados foi possível verificar a

existência de anomalias correspondentes a estruturas arqueológicas, sendo necessário ajustar

e preparar tecnicamente os equipamentos e as metodologias, para que se possam obter bons

resultados, o mais possível coincidentes com as expectativas que já temos relativamente aos

resultados obtidos com o Radio-Past. Futuramente serão realizados mais testes com outros

equipamentos que foram adquiridos recentemente, para depois se poder calendarizar

correctamente os trabalhos de prospecção geofísica a realizar na Ammaia.

No dia 15 de Novembro realizou-se na sala de reuniões do museu da Ammaia uma

Reunião ordinária do Conselho de Curadores da Fundação onde foram analisados vários

assuntos relacionados com a vida da instituição, dos quais podemos destacar: A conclusão

do projecto Radio-Past. O Programa IMAGOS, a Escola de Verão 2013, “Ammaia Summer

School 2013”. A Proposta de colaboração com a Faculdade de Arquitectura da Universidade

do Porto e eventual protocolo de parceria. Definição final da ZEP da Ammaia como

Monumento Nacional, proposta da Direcção Regional de Cultura do Alentejo e da

Fundação. O ponto da situação sobre a exposição temporária do Museu Nacional de

Arqueologia a realizar na Ammaia.

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Decorreu também na sede da Fundação Ammaia, em Marvão, um encontro onde

estiveram presentes membros da nossa instituição, do Município de Marvão e da CIMAA,

Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. O propósito deste encontro prendeu-se com a

relevância estratégica que esta cidade romana tem no património cultural e arqueológico da

região do Alto Alentejo, tal como a importância do projecto da Fundação Ammaia na

iniciativa Provere InMotion – Alentejo, Turismo e Sustentabilidade. Para além disto, foram

ainda abordados outros assuntos muito importantes para a Ammaia de entre os quais

podemos destacar a Quinta dos Olhos D’Água e a possibilidade de poder vir a ser cedida em

condições ainda a negociar e a definir numa reunião a agendar com o ICNF e que deverá ser

liderada pela CIMAA. Foi ainda possível analisar a possibilidade de se incluírem algumas

propostas relacionadas com a Ammaia e o património romano do Alto Alentejo no futuro

POTAA (Plano Operacional do Turismo do Alto Alentejo). Gostaríamos ainda de realçar a

viagem que o Prof. Carlos Fabião realizou ao Brasil, mais propriamente à Universidade de

São Paulo onde esteve a leccionar o curso “Criando a rede de centros urbanos na Lusitânia”,

onde a Ammaia criou grande entusiasmo entre todos os presentes.

Por último devemos salientar, que uma das tarefas mais importantes em 2013 teve a

ver com a publicação da Lei nº1/2012 (Censo ás Fundações), através do qual o Governo

pretendeu levar a efeito um censo nacional das Fundações existentes no Pais, envolvendo

não só as fundações públicas como também as privadas implicou uma análise complexa que

que provocou uma diminuição dos apoios anuais provenientes do Município de Marvão e da

Universidade de Évora. Nesse campo de acção, a Fundação efectuou as alterações

necessárias à adaptação dos estatutos ao previsto na Lei, tendo a Comissão executiva da

Fundação Cidade de Ammaia elaborado a resposta ao inquérito promovido pela Presidência

do Conselho de Ministros após o preenchimento das formalidades e verificação por parte da

Fundação Ammaia dos documentos remetidos para a SGPCM. Como resultado do censo que

abrangeu também as Fundações privadas, a Fundação Cidade de Ammaia foi reconhecida

como de interesse suficiente para ser mantida. Posteriormente a esta classificação, a

Fundação Cidade de Ammaia solicitou a confirmação do estatuto de Utilidade Pública que

dispunha desde Outubro de 2010 e que foi ratificado pela Presidência do Conselho de

Ministros pelo Despacho n.º 4887/2013 de 15 de Março, publicado no DR nº 70, 2º Serie de

10 de Abril de 2013.

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ESTATÍSTICAS DAS VISITAS AO MUSEU E RUINAS DA CIDADE DE AMMAIA

Ao longo do ano, o Museu e as ruinas da Cidade Romana de Ammaia receberam

7121 visitantes, fazendo o estudo de públicos baseado no número de visitantes,

nacionalidade, idade, sexo, nº de entradas grátis e visitas de grupos escolares, conforme os

gráficos seguintes:

Visitas

2013 Nº Visitantes 2013

Janeiro 198

Fevereiro 348

Março 849

Abril 539

Maio 718

Junho 518

Julho 501

Agosto 803

Setembro 485

Outubro 464

Novembro 1223

Dezembro 475

TOTAL 7121

Gráficos comparativo – Visitantes 2012-2013

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Gráficos dos visitantes por Idades

2013 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

"1-10" 3 11 53 5 87 52 22 47 16 8 10 28 342

"11-20" 56 25 161 51 68 26 19 55 18 11 231 17 738

"21-30" 16 87 30 62 27 65 46 73 42 48 70 32 598

"31-40" 46 66 148 104 103 147 57 153 116 156 176 156 1428

"41-50" 39 82 141 112 116 82 239 234 118 107 302 126 1698

"51-60" 27 61 115 90 124 96 73 176 123 69 269 81 1304

"61-70" 11 16 201 115 193 50 42 65 52 64 162 35 1006

"71-100" 0 0 0 0 0 0 3 0 0 1 3 0 7

198 348 849 539 718 518 501 803 485 464 1223 475 7121

Idades Total

"1-10" 342

"11-20" 738

"21-30" 598

"31-40" 1428

"41-50" 1698

"51-60" 1304

"61-70" 1006

"71-100" 7

Gráfico dos visitantes por Nacionalidades

2013 Port Esp Ing Outros TOTAL

Janeiro 149 36 0 13 198

Fevereiro 287 38 2 21 348

Março 701 108 10 30 849

Abril 419 54 8 58 539

Maio 497 105 13 103 718

Junho 367 55 0 96 518

Julho 359 28 13 101 501

Agosto 656 69 6 72 803

Setembro 363 56 15 51 485

Outubro 351 76 15 22 464

Novembro 1113 48 23 39 1223

Dezembro 389 64 10 12 475

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Gráfico dos visitantes por sexo

2013 Feminino Masculino TOTAL

Janeiro 105 93 198

Fevereiro 177 171 348

Março 451 398 849

Abril 282 257 539

Maio 378 340 718

Junho 266 252 518

Julho 284 217 501

Agosto 409 394 803

Setembro 255 230 485

Outubro 238 226 464

Novembro 643 580 1223

Dezembro 235 240 475

TOTAL 3723 3398 7121

Gráfico do número de grupos escolares

2013 Nº Grupos Escolares

Janeiro 56

Fevereiro 30

Março 113

Abril 70

Maio 157

Junho 48

Julho 77

Agosto 0

Setembro 0

Outubro 19

Novembro 232

Dezembro 0

TOTAL 802

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Para além do acolhimento, apoio e realização de visitas guiadas para o público em

geral, o Museu Cidade de Ammaia, realizou actividades específicas, no decorrer do ano de

2013, atendendo às seguintes comemorações:

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Realizou-se mais uma vez a comemoração do dia Internacional dos Monumentos e

Sítios no dia 18 de Abril. Nas ruinas e no Museu da Cidade romana de Ammaia foram

realizadas visitas guiadas aos alunos das escolas da região. As entradas no Museu da cidade

de Ammaia e ruinas foram livres para todos os visitantes.

Dia Internacional dos Museus

À semelhança do que aconteceu no Dia internacional dos Monumentos e Sítios,

foram realizadas visitas guiadas e actividades com grupos de alunos do 3º ciclo da Escola

Garcia d’Orta, de Castelo de Vide. Neste dia as entradas no Museu Cidade de Ammaia e as

visitas guiadas foram gratuitas para todos os visitantes.

Dia Mundial da Criança

No dia 1 de Junho, mais uma vez a Fundação Cidade de Ammaia associou-se às

comemorações do Dia Mundial da Criança, embora este ano não tenha participado nas

comemorações realizadas pela Camara Municipal de Marvão. Ainda assim, foram realizadas

actividades com as crianças do ensino pré-primário da Escola Garcia d’Orta de Castelo de

Vide. Para além da visita guiada ao Museu e ruinas da Ammaia, também foram executadas

por estes alunos as actividades constantes do Atelier de Arqueologia. Para além disso, as

crianças puderam também jogar um jogo de computador interactivo e visualizar um pequeno

filme com alguma informação prévia do projecto de reconstrução 3D da cidade.

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ACTIVIDADES DO LABORATÓRIO E DEPÓSITO DA FC AMMAIA

Durante o ano de 2013, foram desenvolvidas diversas atividades no Laboratório de

Conservação e Restauro, envolvendo os bolseiros da FCT. Estas atividades deram

seguimento ao trabalho desenvolvido nos anos anteriores, relativo à organização do espólio

da Cidade Romana da Ammaia e ao funcionamento do Laboratório de Conservação e

Restauro. Deu-se continuação à intervenção de Conservação e Restauro dos materiais

metálicos e à manutenção das ruínas e do museu. Sempre que necessário, o laboratório

também prestou apoio aos projetos de investigação e à divulgação dos trabalhos que

envolvam o espólio da Ammaia.

Assim sendo no ano de 2013:

- Concluiu-se a intervenção das peças em ligas de ferro iniciadas em 2012: 17 peças

do Fórum e 26 peças da Porta Sul.

- Efectuou-se a intervenção completa de peças em ligas de ferro: 26 peças das

Termas, 60 peças do Fórum e 68 peças da Porta Sul. Estas peças incluem também os

elementos de fixação, que sendo aproximadamente 85% do espólio ferroso, foi seleccionado

um conjunto representativo para intervenção. O objetivo foi reunir toda a variedade de

tipologias existentes, seleccionando-se os elementos completos, de diferentes dimensões e

com diferentes secções de cabeça, haste e extremidade.

- Foram acondicionadas todas as peças em ligas de cobre, em ligas de chumbo e em

ligas de ferro, já intervencionadas, em espuma de polietileno colocadas dentro de caixas de

polipropileno alveolar, numa sala com a humidade controlada.

- Foram também acondicionadas todas as moedas da Porta Sul, já intervencionadas,

em espuma de polietileno colocadas dentro de um armário metálico, na mesma sala com a

humidade controlada.

- Efectuou-se o registo documental e fotográfico, diagnóstico preliminar e inventário

do restante espólio metálico da Ammaia: ligas de cobre, ligas de chumbo e ligas de ferro das

áreas Estacionamento e Edifício Quinta do Deão.

- Seleccionaram-se as peças em ligas de cobre e em ligas de chumbo para

intervenção, com relevância para estudo e para exposição ao público.

- Realizou-se a intervenção de Conservação e Restauro de peças em ligas de cobre:

38 peças do Estacionamento e 26 peças do Edifício Quinta do Deão.

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- Realizou-se a intervenção de Conservação e Restauro de peças em ligas de chumbo:

6 peças do Estacionamento e 10 peças do Edifício Quinta do Deão. Deu-se início à limpeza

de 1 peça do Estacionamento e 8 peças do Edifício Quinta do Deão.

- Executou-se o registo documental e fotográfico, diagnóstico preliminar e inventário

dos materiais metálicos encontrados no âmbito da Escola de Verão, realizada no mês de

Setembro.

- Efectuou-se a intervenção de Conservação e Restauro das moedas encontradas na

Cidade Romana de Ammaia nos anos de 2012 e 2013, no total 17.

- Efectuou-se uma primeira limpeza em aproximadamente 100 moedas do Edifício

Quinta do Deão.

Toda e qualquer intervenção de Conservação e Restauro rege-se pelos princípios

deontológicos da profissão: intervenção mínima; reversibilidade dos materiais utilizados;

compatibilidade com a natureza físico-química do objeto; intervenção discernível; e,

respeito pela integridade física, estética e histórica do objeto. As intervenções são ainda

baseadas na pesquisa bibliográfica e no estado de preservação das peças. Todas as

informações relativas às peças e às intervenções são registadas numa ficha para o efeito,

individual para cada peça, e posteriormente transferida para formato digital com as

respectivas fotografias, antes e depois da intervenção.

As intervenções de Conservação e Restauro dos materiais metálicos tiveram como

fases principais:

- a limpeza mecânica e química, para remoção de produtos externos à peça e de

produtos de corrosão;

- a estabilização física, através da consolidação de fissuras, da união de fragmentos e

do preenchimento de lacunas;

- a estabilização química, através da dessalinização para remoção de sais, e/ou

inibidores de corrosão. Estes inibidores podem ser usados para converter os produtos de

corrosão em produtos mais estáveis, ou para criar uma barreira contra as trocas eletrolíticas;

- e a proteção final, de forma a construir uma barreira física às trocas com o meio

ambiente.

Deu-se ainda continuação aos trabalhos de conservação e valorização das ruinas, na

zona da Porta Sul, Termas e Fórum, nomeadamente:

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- Acompanhamento da evolução do comportamento estrutural de todas as estruturas

através de registos fotográficos e gráficos, sobre a evolução, ou alteração das mesmas,

reportando a informação à Instituição de acolhimento. (Porta Sul, Termas, Fórum)

- Ações de manutenção e conservação regulares, através de um cronograma

adequado que inclua inspecções de rotina mensais, para a detecção atempada de problemas,

monitorização das condições existentes ou de alterações verificadas.

- Limpeza de vegetação, reparação e funcionalidade do espaço arqueológico, ações

de desmatação da área envolvente às ruínas, aplicação de um herbicida sistémico por

pulverização e por injecção para controlo de crescimento de vegetação herbácea;

desmatação e corte de espécies lenhosas.

- Proteção de estruturas que se encontram em risco de perda com manta-geotêxtil,

verificação do estado dos cordões ou barreiras dissuasoras das ruínas, verificação e

manutenção do estado dos percursos até às ruínas.

- Execução de um relatório prévio sobre a avaliação do estado de conservação das

Ruínas e consequente proposta de intervenção. O documento está a ser elaborado de acordo

com as bases de política e do regime de Proteção e Valorização do Património Cultural e do

Decreto-lei nº 140/2009 de 15 de Junho, que pressupõe a existência de um relatório prévio,

como mecanismo de controlo prévio e de responsabilização em relação às intervenções do

Património Cultural.

Foram ainda realizadas as seguintes tarefas:

- Acompanhamento nos estudos analíticos sobre a composição dos vidros romanos

da Cidade de Ammaia que fazem parte do acervo do Museu Nacional de Arqueologia. Os

estudos, com a espectrometria de fluorescência de raios X, têm sido desenvolvidos por

investigadores do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora no âmbito do projecto

APOLLO financiado pelo QREN.

- Apresentações do laboratório e do trabalho desenvolvido na área de Conservação e

Restauro do Espólio da Cidade Romana de Ammaia, a escolas visitantes e aos alunos da

Escola de Verão.

- Aplicação de testemunhos de gesso em algumas zonas de fissuras, na Porta Sul,

durante a campanha de escavação no âmbito da Escola de Verão. Tem como objetivo efetuar

a monitorização da estrutura e controlar a ocorrência de algum tipo de deslocamento e/ou

movimentação da estrutura devido aos trabalhos que aí decorreram.