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possibilidades. As outras turmas da escola e- ram ainda um mistério a ser decifrado: o que eles faziam? O que acontecia nesse espaço? O que íamos inventar a cada dia? Eles aproveita- ram muito o que oferecíamos. Às vezes ainda precisam de muita ajuda dos professores, mas estão cada vez mais centrados e comprometi- dos com a nova rotina. Um grupo foi se delineando e, ao ganharem mais autonomia individual, puderam contribuir para gerir um espaço verdadeiramente coletivo. Perceberam que aprender a escrever requer observar a pronúncia, envolve a escuta dos sons e começaram a se envolver nas ativida- des de escrita que propúnhamos, perdendo um pouco a pressa e deixando o tempo tomar con- ta de nossas manhãs. O Projeto “No Tempo do Faz de Conta” foi fundamental para a vinculação significativa desse grupo com a leitura e a escrita, ofereceu subsídios para a compreensão da função social da Língua, contribuindo para o fortalecimento do contato das crianças com a tradição oral e o reconhecimento da sua importância. UM CAMINHO... SERÁ O COMEÇO? OU O FIM? Quanto tempo o tempo tem? Iniciamos o ano com essa pergunta que nos motivou para cons- truções das mais variadas em relação ao tem- po. O tempo como sentimento de passagem, que forma e transforma, o tempo do fazer, construir e desconstruir. Que interferências o homem pode imprimir no tempo? "Quem pôs o primeiro ovo? Dia e noite de onde vêm?" Com algumas semanas de conversas, levan- tando os conhecimentos prévios da turma em relação ao tema, somadas à leitura do livro “Guilherme Augusto de Araujo Fernandes”, de PROJETO, ARTES E MATEMÁTICA “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal... Quando se vê, já terminou o ano (...)” Mário Quintana – O Tempo. SERÁ QUE O TEMPO REALMENTE PASSA? Em linhas gerais esse é um grupo curioso, divertido e bem dividido em relação ao número de meninos e meninas. Adoram o espaço da escola e fizeram boas parcerias nesse primeiro semestre. Chegaram com muitas demandas isoladas, dificuldade de escuta e muito auto- centrados nos desejos individuais. No entanto, todos tinham um objetivo em comum e falavam dele todos os dias: “Quando vamos aprender a escrever e a ler?”. Essa promessa da alfabeti- zação rondava a cabeça de nossos pequenos, que achavam que isso aconteceria em um, dois ou no máximo três dias. Foi nesse momento que o imediatismo próprio dessa idade foi dei- xando de existir e as crianças foram observan- do mais, escutando mais e aproveitando melhor as vivências que trazíamos. Para atender as individualidades no processo de aquisição da escrita e da leitura, organizamos constantes atividades diversificadas proporcionando uma aprendizagem mais próxima, com intervenções eficazes para cada necessidade. Criamos jun- tos uma rotina e todos foram se familiarizando ainda mais com o novo espaço e com suas Relatório do Primeiro Semestre / 2009 Turma do Primeiro Ovo / F1M Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232 www.sapereira.com.br - [email protected] TURMA: ANTONIO C, ANTONIO S, BEATRIZ BENTO, BRENNO, BRUNA, EDUARDO, FLORA,.HANAH, JOÃO, JOÃO PEDRO, JOSUÉ, LORRANA, LUANA, LUCA, PEDRO, RAFAEL, RAFAELA, SOFIA, STELLA, THOMAZ,VICENTE, VICTORIA, VÍTOR e YASMIN ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ Professores e Auxiliares nas Turmas: F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela Expressão Corporal: Aninha Teatro: Raquel e Helena Educação Física: Renato e Renata Artes Visuais: Moema Coral: Fernando e Raimundo Inglês: Rosangela Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo Secretaria: Renata e Deise Auxiliares Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo, Dudu e Mário

Relatório do Primeiro Semestre / 2009 Turma do …µes de "A Bela Adormecida", "Branca de Neve", "João e Maria" e "Cinderela". UMA HISTÓRIA PUXA A OUTRA... Brincando de inverter

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possibilidades. As outras turmas da escola e-ram ainda um mistério a ser decifrado: o que eles faziam? O que acontecia nesse espaço? O que íamos inventar a cada dia? Eles aproveita-ram muito o que oferecíamos. Às vezes ainda precisam de muita ajuda dos professores, mas estão cada vez mais centrados e comprometi-dos com a nova rotina.

Um grupo foi se delineando e, ao ganharem mais autonomia individual, puderam contribuir para gerir um espaço verdadeiramente coletivo. Perceberam que aprender a escrever requer observar a pronúncia, envolve a escuta dos sons e começaram a se envolver nas ativida-des de escrita que propúnhamos, perdendo um pouco a pressa e deixando o tempo tomar con-ta de nossas manhãs.

O Projeto “No Tempo do Faz de Conta” foi fundamental para a vinculação significativa desse grupo com a leitura e a escrita, ofereceu subsídios para a compreensão da função social da Língua, contribuindo para o fortalecimento do contato das crianças com a tradição oral e o reconhecimento da sua importância.

UM CAMINHO... SERÁ O COMEÇO? OU O FIM?

Quanto tempo o tempo tem? Iniciamos o ano com essa pergunta que nos motivou para cons-truções das mais variadas em relação ao tem-po. O tempo como sentimento de passagem, que forma e transforma, o tempo do fazer, construir e desconstruir. Que interferências o homem pode imprimir no tempo? "Quem pôs o primeiro ovo? Dia e noite de onde vêm?"

Com algumas semanas de conversas, levan-tando os conhecimentos prévios da turma em relação ao tema, somadas à leitura do livro “Guilherme Augusto de Araujo Fernandes”, de

PROJETO, ARTES E MATEMÁTICA “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em

casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal... Quando se vê, já terminou o ano (...)”

Mário Quintana – O Tempo.

SERÁ QUE O TEMPO REALMENTE PASSA?

Em linhas gerais esse é um grupo curioso, divertido e bem dividido em relação ao número de meninos e meninas. Adoram o espaço da escola e fizeram boas parcerias nesse primeiro semestre. Chegaram com muitas demandas isoladas, dificuldade de escuta e muito auto-centrados nos desejos individuais. No entanto, todos tinham um objetivo em comum e falavam dele todos os dias: “Quando vamos aprender a escrever e a ler?”. Essa promessa da alfabeti-zação rondava a cabeça de nossos pequenos, que achavam que isso aconteceria em um, dois ou no máximo três dias. Foi nesse momento que o imediatismo próprio dessa idade foi dei-xando de existir e as crianças foram observan-do mais, escutando mais e aproveitando melhor as vivências que trazíamos. Para atender as individualidades no processo de aquisição da escrita e da leitura, organizamos constantes atividades diversificadas proporcionando uma aprendizagem mais próxima, com intervenções eficazes para cada necessidade. Criamos jun-tos uma rotina e todos foram se familiarizando ainda mais com o novo espaço e com suas

Relatório do Primeiro Semestre / 2009

Turma do Primeiro Ovo / F1M

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232

www.sapereira.com.br - [email protected]

TURMA: ANTONIO C, ANTONIO S, BEATRIZ

BENTO, BRENNO, BRUNA, EDUARDO, FLORA,.HANAH, JOÃO, JOÃO PEDRO,

JOSUÉ, LORRANA, LUANA, LUCA, PEDRO, RAFAEL, RAFAELA,

SOFIA, STELLA, THOMAZ,VICENTE, VICTORIA, VÍTOR e YASMIN

ADULTOS NO TURNO DA MANHÃ

Professores e Auxiliares nas Turmas:

F1M: Mariana e Giovanna F2M: Denise F3M: Tânia F4M: Erika

F5MA: Beth e Andrea N F5MB: Beth e Andrea N Música: João e Manoela

Expressão Corporal: Aninha Teatro: Raquel e Helena

Educação Física: Renato e Renata Artes Visuais: Moema

Coral: Fernando e Raimundo Inglês: Rosangela

Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Rosi

Orientação e Tribo: Andrea T Editoração: Viviane

Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo

Secretaria: Renata e Deise

Auxiliares

Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo, Dudu e Mário

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versões de "A Bela Adormecida", "Branca de Neve", "João e Maria" e "Cinderela".

UMA HISTÓRIA PUXA A OUTRA... Brincando de inverter o contexto e as carac-

terísticas de tantos personagens, nasceu um jornal que foi batizado de “Deu a louca no jor-nal”. Se memória coletiva é uma história cons-truída e inventada, a Turma do Primeiro Ovo deixou seu registro na história da Sá Pereira e pensou no que queria inventar. A escrita do jornal nos levou a um mundo onde era permiti-do criar livremente. O que aconteceu durante o tempo (100 anos) em que a Bela Adormecida dormiu? Qual teria sido o desfecho da história da Branca de Neve se ela não comesse a maçã envenenada? E se começássemos a história pelo fim? Vamos construir outros finais felizes? E se os personagens tomassem uma poção e virassem ao contrário? Foi assim que surgiram novos personagens para povoar nossas ma-nhãs: a Bruxa Vampira, o Lobo Bom, o Príncipe

Mem Fox, que tem como tema central a memó-ria simbolicamente representada por uma cesta cheia de objetos. Resgatamos histórias conta-das por pais e avós, discutimos sobre registros orais, imagéticos e escritos e, através deles, representamos o tempo. Toda essa conversa sobre memória nos inspirou a montar uma ces-ta com objetos centrais de alguns contos de fadas conhecidos (uma maçã, uma varinha de condão, uma agulha e linha, e um doce).

E os registros escritos? Como surgiram? Qual foi a primeira forma escrita? De que forma ela foi usada e como podemos usá-la? Ela ser-ve para guardar na memória fatos e momentos que não queremos esquecer? As pequenas grandes perguntas filosóficas foram tomando corpo dentro da sala de aula e delineando o nosso Projeto. Como surgiu o primeiro livro? Será que a escrita começou nos livros de histó-ria?

Trouxemos para a sala de aula um pouco da história da construção e evolução da escrita desde os homens da caverna, com os dese-nhos rupestres e as primeiras formas simbóli-cas, passando pela escrita cuneiforme dos Su-mérios, os hieróglifos Egípicios, a escrita na pedra, na argila, na madeira, a invenção do papiro, do papel, os pergaminhos, o pincel de pêlos e bambu orientais até chegar ao alfabeto grego e romano. As crianças contribuíram tra-zendo diferentes materiais e, com isso, tivemos a oportunidade de entrar em contato com mui-tos alfabetos.

A NOSSA PRIMEIRA LEITURA COLETIVA FOI...

Com a adoção de “O Príncipe que Virou Sa-po - Continuação”, de Jon Scieszka, passea-mos pelo imaginário de diferentes “Faz de con-tas”, desafiando as crianças a descobrirem o que estava fora de seu tempo em cada história. Portanto, em plena Idade Medieval, no Castelo da princesa, existia controle remoto e secador de cabelos! As atividades pensadas para a sala de aula ajudam a contextualizar cada momento histórico trazendo registros de diversas épocas. Orgulhosos com a leitura compartilhada de seu primeiro livro, aproveitamos para ler diversas

Mau, a Bela Enlouquecida, a Bruxa Adormeci-da, Os Sete Gigantes, A Preta de Neve, A Ca-chinhos Pretos, A Feia e o Manso etc.

Muitas propostas de Artes Visuais surgiram nessa caminhada. Destacamos as mais signifi-cativas para esse grupo nesse relato e ilustra-mos a Festa Pedagógica com quase. As novas técnicas foram muito bem recebidas pelas cri-anças. O bordado, inspirado na história da Bela Adormecida, se transformou em momento de concentração para quem se envolvia nos nove-los de lã e nas agulhas. E todos puderam in-ventar um ponto em um grande painel bordado com a casa do João e da Maria.

A outra proposta que mobilizou o grupo foi a apreciação das obras de Vik Muniz, através do catálogo da exposição e de imagens que colhe-mos na internet. A partir delas, sugerimos que montassem duas casas de doces com balas, chocolates, pirulitos, maria mole, paçoca, bis e muitas outras guloseimas. Pensamos na me-lhor combinação de cores e nas formas que propiciavam melhor o efeito final que quería-mos gerar. As duas casas ficaram muito boni-tas e gostosas. No final da atividade todos se deliciaram com a mais fantástica casa de do-ces: a que não tem a bruxa dentro!

QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO!

A rotina das crianças, dentro e fora da esco-la, é material para diferentes situações de a-prendizagem matemática. Vamos destacar a proposta da caixa de problemas, que suscitou inúmeros questionamentos para a Turma do Primeiro Ovo. O que é problema para cada um? As crianças entendem como um problema aquilo que envolve conflito e faz parte das situ-ações mais cotidianas e corriqueiras. Essa ex-plicação foi sendo ampliada quando foram esti-mulados a pensar em problemas enfrentados pelos homens das cavernas, pela Branca de Neve, pelo Lobo e por muitos outros persona-gens. Tivemos a oportunidade de articular os diferentes contextos históricos à lógica mate-mática e à possibilidade de resolver situações envolvendo ou não operações numéricas. Essa foi uma atividade rica por propiciar a construção

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de todas as etapas de raciocínio envolvidas na formulação e resolução de um problema mate-mático. Posteriormente, cada um trouxe, indivi-dualmente e em grupo, uma solução para os problemas levantados, permitindo às crianças entrarem em contato com a diversidade de possíveis soluções. Ao final, debatemos as soluções mais econômicas e descartamos as mais extensas. Fizeram parte das nossas ma-nhãs uma variedade de jogos matemáticos e as fichas que, de forma bastante simples, buscam um registro mais sistemático do trabalho com a matemática. Fechamos o semestre com a A-postila “Camilão, o comilão” baseada no livro homônimo de Ana Maria Machado.

HISTÓRIA SEM FIM... Esse foi um semestre de conquistas reais,

que trazem a vivência de um tempo muito es-pecial. Mas o verdadeiro final dessa história não podemos saber. Ela é coletiva e, como toda boa história, imprevisível. Pertence a mui-tos e está em construção... Mas deixamos o convite para quem quiser alterá-la, inventá-la, oferecer uma pitada de humor, mistério ou sim-plesmente ouvi-la...

EXPRESSÃO CORPORAL Tempo de começar! Primeiro nos apresenta-

mos, começando as aulas em roda de aqueci-mento, abordando as regras de convivência e lembrando a todos os cuidados necessários com o corpo no espaço e com os colegas. Rea-lizamos deliciosos movimentos "acordando" o corpo em brincadeiras com o samba enredo da Escola para 2009, "Quanto Tempo o tempo tem?", com outros sambas e com o ritmo do nome das crianças. Ainda em roda, fizemos uma primeira atividade de movimentação coleti-va em diferentes andamentos, trazendo a ideia do Tempo e suas possibilidades para uma dan-ça em grupo. Realizamos circuitos dirigidos, aproveitando para organizar e orientar as crian-ças na utilização adequada dos materiais que utilizamos em sala para estimular, desafiar e apoiar a pesquisa de movimentos e gestos, favorecendo a construção de uma atitude de cuidado para explorá-los com segurança.

do com o gestual dos personagens até surgi-rem ideias para a produção coreográfica apre-sentada na Festa Pedagógica.

Tivemos a oportunidade de experimentar os tecidos suspensos e realizar balanços e equilí-brios, pendurados nos dois panos dispostos na sala.

No final do semestre, inspirados nos festejos juninos, brincamos em roda com um pouco de ciranda, coco e cana verde, e ensaiamos um Cacuriá, dança típica do Maranhão, surgida como parte das festividades do Divino, uma das tradições juninas, para nos apresentarmos na Festa!

MÚSICA Começamos o ano em ritmo de samba! En-

saiamos o samba enredo do bloco de carnaval (que virou um animado baile) e assistimos a um vídeo que mostra os principais instrumentos de percussão de uma bateria de escola de samba.

Depois do carnaval, investigamos sons cor-porais. Brincamos de imitar e criar sequências sonoras. Até que a turma, separada em grupos, criou três. Com as sequências aprendidas por todos, propusemos que cada grupo inventasse uma história da qual esses sons pudessem fazer parte, ajudando na narrativa. Essa ativida-de deu asas à imaginação das crianças, que tiveram de ser bastante criativas para inventar essas histórias. Começamos a musicá-las e, com isso, a criar um cancioneiro para a turma.

O trabalho ainda está em processo. Essa experiência exigiu atenção e concentra-

ção das crianças para decorar as sequências sonoras e as músicas. Também incentivou o companheirismo e a paciência para que as crianças conseguissem trabalhar em grupo, um desafio para esses pequenos.

Dedicamos um espaço nas aulas ao ensaio de “A linda rosa juvenil” e “O vira”, apresenta-dos com muita alegria na Festa Pedagógica. Além das composições e da cantoria, fez parte da rotina das nossas aulas o estudo inicial do método “O Passo”. Esse estudo será mantido no próximo semestre e ajudará as crianças na construção de ferramentas importantes para lhes garantir uma maior qualidade e autonomia

Aos poucos fomos integrando os estudos corporais aos que estavam sendo desenvolvi-dos nas aulas de Projeto sobre os Contos de Fada. Dançamos “A Linda Roda Juvenil” com adereços e panos, brincando de roda, experi-mentando as expressões características de cada personagem.

Vimos, no Youtube, vídeos de diferentes montagens do ballet "A Bela Adormecida", de Tchaikovsky, e conversamos sobre como o corpo do bailarino diz tudo pelo gestual. Apre-sentamos, ainda, um vídeo com a música “Vira”, do Secos e Molhados. As crianças ama-ram e escolheram o que queriam representar. Começamos uma brincadeira de mímica onde cada um escolhia um personagem das histórias para caracterizar através de movimentos, desa-fiando os amigos a identificá-lo. Foi bem inte-ressante começar a perceber, nas crianças, suas predileções e identificações com determi-nados personagens, observando a habilidade comunicativa e expressiva que iam desenvol-vendo para se transformarem em reis e rai-nhas, príncipes e princesas, sacis e fadas, mú-mias, bruxos e dragões. Continuamos brincan-

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nos seus estudos. Nas últimas aulas começamos a acrescentar

ao nosso cancioneiro duas músicas que fize-ram bastante sucesso com as crianças: “Eu” e “Cultura”, do grupo Palavra Cantada. Termina-mos o semestre ensaiando o "Cacuriá do Ca-ranguejo" para a festa junina e, no próximo semestre, retomaremos nosso cancioneiro e “O Passo” com dedicação total.

Desde o início das aulas, a Turma do Primei-ro Ovo mostrou-se muito carinhosa e cheia de energia, entretanto bastante desorganizada e sem canalizar essa energia para o sucesso das atividades propostas. Pouco a pouco fomos encontrando um ritmo melhor e temos feito vários progressos. O grande desafio para o próximo semestre consiste em desenvolver maior concentração e disponibilidade para o trabalho em grupo, para que nossa produção musical seja cada vez maior e mais intensa.

INGLÊS “Here comes the Sun, here comes the Sun

and I say it’s alright” Embalada por essa deliciosa canção dos

Beatles, a Turma deu o pontapé inicial para entrar em contato com a língua inglesa na es-cola. Desde os primeiros encontros, as crianças demonstraram uma boa aceitação para as mú-sicas trazidas. Essa postura possibilitou um contato mais intenso e imediato com um vasto vocabulário, enriquecendo o trabalho e gerando uma relação divertida com o aprendizado da língua.

O universo das cores foi apresentado com o livro “Brown Bear”, ilustrado por Eric Carle e com algumas canções que logo viraram rotina: "Good Morning / Good afternoon" e outras que falavam do sol e dos números de 1 a 10.

Pensando no projeto institucional, traçamos um caminho para visitar as diversas manifesta-ções da natureza relacionadas ao tempo como o Sol, a Lua, o dia e a noite. Partindo desses conceitos, ampliamos para os dias da semana, os meses e as estações do ano. Uma lenda Inca que narra a criação desse povo foi apre-sentada à turma. Conta que o Deus Sol, decep-cionado com o comportamento das pessoas, envia seu filho, Manco Capac, para que, junta-mente com sua irmã, Mama Ocllo, filha da Deu-sa Lua, pudesse ensinar como os povos deveri-am cuidar da Terra. Foi uma oportunidade para nomearmos alguns elementos da Natureza.

A lenda mobilizou bastante e as crianças que criaram painéis recontando a história, fizeram registros no caderno e apreciaram várias ima-gens no computador, ao som de “Here comes the Sun”, dos Beatles. Ao apresentarmos "day and night", brincamos de mímica para descobrir

um novo vocabulário relacionado às ações de nossa rotina diária. Era hora de aprendermos uma nova música com as ações que aparece-ram no jogo, “então cantamos “Here we go round the Mulbery Bush”.

Aguardamos ansiosos pelas novidades que chegarão com o segundo semestre. "See you!"

EDUCAÇÃO FÍSICA Iniciamos o semestre com muita disposição e

alegria para as brincadeiras e jogos no Perei-rão. Queimado, pique-bandeira, futebol, bas-quete e handebol foram atividades que incenti-varam a cooperação, o espírito esportivo e a competição de forma ética. As crianças foram incentivadas a experimentar diferentes possibi-lidades de movimento, a persistir e ultrapassar os obstáculos. Tolerância e novas formas de solucionar os problemas foram aprendizados importantes.

As regras dos jogos foram adaptadas ao nosso espaço e às faixas etárias, para que pudéssemos executar diversas ações motoras como chutes, arremessos, saltos, corridas, equilíbrio, mudanças de direção e paradas bruscas que resultam em maior coordenação, noção de espaço, tempo, lateralidade e destre-za.

Como, ao competir, estamos lidando direta-mente com emoções e habilidades que cons-tantemente são colocadas à prova, alguns pro-blemas podem surgir, pois ganhar ou perder, se relacionar com o colega e movimentar-se de forma segura no espaço ainda são um desafio. Além disso, as crianças puderam experimentar ajudar, brigar, questionar, reivindicar e organi-zar, reforçando o papel da Educação Física na vida para a aquisição e construção de valores.

Os jogos e brincadeiras, as regras de convi-vência, o respeito aos amigos, aos professores e às diferenças são aprendizados importantes para a nossa vida fora do universo esportivo.

Nas estafetas ou contestes, que são como competições por equipes, as crianças tiveram oportunidade de trabalhar em grupo, buscando

maior organização e eficiência, além de exerci-tar as diversas ações motoras conquistando gradativamente melhor desempenho nos desa-fios.

Para a turma do Primeiro Ovo, a caçula da escola, no início do ano o Pereirão ainda era uma grande novidade. As crianças chegavam mobilizadas, querendo jogar, mas muito agita-das, o que atrasava o começo da atividade. Com o passar do tempo, fizeram alguns pro-gressos, mas como são muito tagarelas e pe-queninas, ainda têm grande dificuldade para escutar as regras e instruções. Teremos um semestre pela frente para exercitar a escuta e aprender a nos organizar melhor.

Animadas e felizes com a realização de mais um Pereirão sobre rodas, as crianças trouxe-ram seus patins, "skates" e patinetes e, num circuito adaptado a cada turma, foram desafia-das a testar seu equilíbrio, atenção, destreza, percepção do espaço e cuidado consigo e com o outro. Os casos de excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas, tráfego na contra-mão, atropelamento de pedestres e avanços de sinal, eram multados com um minuto fora do circuito. As crianças foram estimuladas a em-prestar o brinquedo para as que não haviam trazido e a trocar de brinquedo com um colega. O sucesso foi grande!

Para encerrar o semestre realizamos brinca-deiras tradicionais juninas como bola na lata, corrida de saco, bola na boca do palhaço, limão na colher, entre outras, sempre buscando rela-cioná-las às regras de convivência e ao respei-to ao outro. Viva São João, São Pedro e Santo Antônio!