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RELATÓRIO E CONTAS 2010

RELATÓRIO E CONTAS - Banco BIC · José Manuel Cândido Pedro Nunes Américo Amorim Isabel dos Santos _COMISSÃO EXECUTIVA Fernando Mendes Teles - Presidente Graziela Rodrigues Esteves

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RELATÓRIOE CONTAS2010

Como reflexo de todo o esforço e empenho dos profissionais que colaboram no Banco BIC, através de um ênfase particular devotado ao apoio dos seus clientes, uma atitude permanente de disponibilidade total, com um rigoroso controlo de custos, encerrámos 2010 a crescer.

Crescemos juntos

ÍNDICE

01_ Principais Indicadores de Actividade02_ Mensagem do Presidente03_ Estrutura Organizativa RELATÓRIO DE GESTÃOENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO 04_ Economia Mundial05_ Economia Angolana06_ Posicionamento do Banco BIC no Sector Bancário ENQUADRAMENTO DA ACTIVIDADE 07_ Marketing e Comunicação08_ Principais Linhas de Negócio09_ Gestão do Risco de Crédito10_ Rede de Distribuição e Presença Geográfica11_ Tecnologias de Informação12_ Recursos Humanos ANÁLISE FINANCEIRA 13_ Análise Financeira do Banco BIC14_ Balanço15_ Demonstração dos Resultados16_ Proposta de Aplicação dos Resultados DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS 17_ Demonstrações Financeiras18_ Notas às Demonstrações Financeiras19_ Relatório de Auditoria

RELATÓRIO E CONTAS 2010

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E01_ PRINCIPAIS INDICADORES DE ACTIVIDADE

Milhões de Dólares dos Estados Unidos

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2010 2009 Variação %

Activo líquido total 4 868 4 283 14%

Volume de negócios 6 308 5 667 11%

Crédito e extrapatrimoniais 2 281 2 076 10%

Recursos de clientes 4 027 3 591 12%

Volume de negócios por colaborador 4,9 4,9 1%

Resultado de intermediação financeira 274 315 -13%

Resultado de intermediação financeira por colaborador 0,2 0,3 -21%

Custos administrativos e de comercialização / Resultado de intermediação financeira 39% 28% -40%

Custos com o pessoal / Resultado de intermediação financeira 23% 15% -48%

Resultado do exercício 142 149 -5%

Situação líquida 565 460 23%

Resultado antes de impostos/activo líquido médio 3,8% 4,2% -8%

Resultado de intermediação financeira / activo líquido médio 6,0% 7,1% -16%

Resultado antes de impostos/capitais próprios médios 34% 49% -30%

Rácio de solvabilidade 27% 24% 12%

Número de agências 135 117 15%

Número de colaboradores 1 290 1 168 10%

00_ CAPÍTULO02_ MENSAGEM DO PRESIDENTE

Exmos. Senhores,

Começámos em Maio de 2005, tendo celebrado com bastante satisfação o nosso quinto aniversário.

Embora possamos ser definidos como um banco jovem, o Banco BIC foi já reconhecido como o 42º maior banco de África pela revista African Business, de entre uma vasta lista onde constam bancos com mais de meio século de existência. A qualidade dos serviços prestados aos clientes, bem como a solidez financeira do Banco BIC, foram factores cruciais para tal reconhecimento.

O Banco BIC é uma referência no sector bancário Angolano, onde se destaca a liderança nas operações cambiais, com uma quota de 16,47% no mercado primário de divisas, bem como o crescimento ao nível da sua posição entre os 21 Bancos da praça, sendo actualmente o quarto banco no ranking dos recursos totais de clientes, com uma quota de 13,78% (12,47% em 2009) e o quinto no crédito concedido à economia, com uma quota de mercado de 10,52% (10,00% em 2009).

De salientar que o Banco BIC está agora presente em 48 dos 163 Municípios do País, o que equivale a dizer que já somos o maior banco privado Angolano em termos de cobertura de Municípios. Dispomos de uma rede global de 135 balcões, dos quais 25 abertos no ano de 2010.

O ano de 2010 foi um ano particularmente desafiante para o sector bancário em geral e para o Banco BIC em particular. Por um lado, assistiu-se ao endurecimento da política monetária seguida pelo BNA, designadamente ao nível da regulamentação da constituição de reservas obrigatórias. Por outro lado, ao longo do ano de 2010, conviveu-se com um ambiente de algum pessimismo sentido pela generalidade dos agentes económicos, face à interrupção dos pagamentos por parte do Estado.

Não obstante, os desafios existem para serem vencidos e, como reflexo de todo o esforço e empenho dos profissionais que colaboram no Banco BIC, através de um ênfase particular devotado ao apoio dos seus clientes, uma atitude permanente de disponibilidade total, com um rigoroso controlo de custos, encerrámos o exercício de 2010 com um resultado líquido de USD 142 milhões e capitais próprios de USD 565 Milhões, equivalentes a um crescimento de 23% face ao ano anterior.

De realçar o crescimento verificado ao nível dos recursos de clientes, em cerca de doze pontos percentuais face ao ano anterior, apesar de todos os constrangimentos sentidos.

Por outro lado, o reforço da nossa posição em termos da carteira de crédito concedido, em cerca de 6% face a

Fernando Mendes TelesPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

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Perante este cenário, compete ao Banco BIC enfrentar com determinação o desafio de continuar a crescer, juntamente com a economia Angolana, com qualidade e credibilidade, apoiando continuamente os seus clientes.

Nesta história de sucesso, de distinção e de orgulho, é de enaltecer a dedicação e o valor dos nossos colaboradores que, no final do ano, ascendiam a 1.290, a confiança e o apoio dos nossos accionistas, bem como de todos os restantes parceiros que representam a base do nosso crescimento, o qual, com toda a certeza, não vai ficar por aqui.

A todos, os meus sinceros agradecimentos pela competência e pelo apoio demonstrado.

O Presidente do Conselho de Administração,

Fernando Mendes Teles

2009, demonstra a confiança que depositamos nos nossos clientes, bem como a manutenção do nosso empenho em contribuir de forma positiva para o crescimento e para o desenvolvimento de Angola.

Esta expansão é também a evidência do desenvolvimento económico do País, e traduz a política seguida pelo Banco BIC na expansão da sua rede comercial, no sentido de levar os serviços bancários mais próximos do cidadão e contribuir para a melhoria das condições de vida nos locais onde se instalam.

Para o reforço do posicionamento estratégico do Banco, designadamente ao nível da sua internacionalização, assume um papel cada vez mais relevante a parceria estabelecida com o Banco BIC Português, parceria esta que desempenha, cada vez mais, um papel fundamental no apoio dos clientes comuns que operam em ambos os mercados.

Para 2011, as expectativas de um comportamento favorável do sector petrolífero, conjugadas com o crescimento do sector não-petrolífero que, cada vez mais, funciona como alavanca alternativa, fazem-me acreditar na consolidação do crescimento da economia Angolana e, desta forma, no reforço da posição desta economia no seio da economia Africana.

Compete ao Banco BIC enfrentar com determinação o desafio de continuar a crescer, juntamente com a economia Angolana, com qualidade e credibilidade, apoiando continuamente os seus clientes.

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03_ ESTRUTURA ORGANIzATIVA

_COMISSÃO EXECUTIVA

Fernando Mendes Teles - Presidente

Graziela Rodrigues Esteves

Fernando Aleixo Duarte

Graça Maria dos Santos Pereira

Hugo Silva Teles

José Manuel Cândido

Pedro Nunes

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_CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOFernando Mendes Teles - Presidente

Graziela Rodrigues Esteves

Fernando Aleixo Duarte

Graça Maria dos Santos Pereira

Hugo Silva Teles

José Manuel Cândido

Pedro Nunes

Américo Amorim

Isabel dos Santos

_COMISSÃO EXECUTIVAFernando Mendes Teles - Presidente

Graziela Rodrigues Esteves

Fernando Aleixo Duarte

Graça Maria dos Santos Pereira

Hugo Silva Teles

José Manuel Cândido

Pedro Nunes

_ASSESSORES DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃODiogo Vasco Barrote

Jaime Galhoz Pereira

_CORPO DIRECTIVO

DIRECTORES CENTRAIS/SUBDIRECTORES

Direcção de Auditoria e Inspecção [DAI]Paula Sousa | Fernanda Pinto

Direcção de Centros de Investimento [CI]Monalisa Matos

Direcção de Contabilidade [DC]Alzira Gama

Direcção de Controlo e Acompanhamento de Crédito [DCAC]Tatiana Araújo

Direcção de Crédito à Habitação [DCH] José Carlos Silva | Mário Nicodemos | Nelson Guilherme

Direcção de Crédito Imobiliário [DCI]José Carlos Silva | Mário Nicodemos | Nelson Guilherme

Direcção de Empresas [DE]Directores Centrais

Joaquim Moutinho | Henrique Oliveira

Directores de Centros de Empresa

Isabel Quintas | José Quintino | Fátima Silva | Susana Silva

Direcção de FixingJosé Carlos Silva

Direcção de Organização e Marketing [DOM]Dalila Azevedo Silva | Mafalda Carvalho

Direcção de Operações e Estrangeiro [DOE]Jerusa Guedes | Inês Carvalho

Direcção de Particulares e Negócios [DPN]Directores Centrais

Anabela Santinho | António Silva | Augusto Valente da Silva |

Carlos Amilcar Aguiar | Henrique Oliveira | José Silva Zacarias

Directores de Área

Ana Paula Cajada | Edgar Magalhães | Elizabeth Pina | Esperança

Sardinha | Fátima Silva | Francisco Lourenço | Horácio Almeida

| José Assis | Neusa Mande | N’ Kiniani Rangel | Paulo Jorge |

Pedro Marta | Solange Martins | Susana Silva

Direcção de Private BankingStephan Silva

Direcção de Recursos Humanos e Formação [DRHF]Fátima Monteiro | Telma Pinheiro

Direcção de Recursos Materiais [DRM]Alberto Castelo Branco | Soraia Ramos

Direcção de Património [DP]Aleixo Afonso

Direcção de Risco de Crédito [DRC]Miguel dos Santos | Maria Franco

Direcção de Grandes RiscosJosé Macedo | Emília Calohombo

Direcção de Sistemas de Informação [DSI]Luís Nikolai | Rui Valente

Direcção Financeira [DF]Bruno Bastos | Lilia Cunha | Irene Vezo

Direcção Jurídica [DJ]Isilda Tavares

Direcção Tesouraria CentralInocêncio Almeida

Gabinete de ComplianceVítor Fonseca | Ana Sofia Almeida

RELATÓRIO E CONTAS 2010 10I11

O Banco BIC foi reconhecido como o 42º maior banco de África pela revista African Business. A qualidade dos serviços prestados aos clientes,bem como a solidez financeira do Banco BIC,foram factores cruciais para tal reconhecimento.

RELATÓRIO DE GESTÃOENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

04_ ECONOMIA MUNDIAL

Após um ano de 2008 marcado por uma grave crise inter-nacional, que se prolongou durante o ano de 2009, o ano de 2010 assistiu à recuperação da economia mundial, embora com diferenças regionais significativas.

Esta recuperação, ao contrário do habitual, foi impulsionada pelos países emergentes, designadamente a China, que re-gistaram crescimentos significativos em contraste com ex-pansões moderadas nos tradicionais países desenvolvidos (Europa, Japão e EUA).

Os EUA, empenhados na recuperação do seu ritmo de cresci-mento e na criação de emprego, têm optado por uma política económica expansionista, onde se destaca o pacote fiscal da Administração Obama que, entre várias medidas, prolonga o prazo dos cortes fiscais das Administrações anteriores e reduz os impostos para a população com rendimentos mais baixos. Esta política tem conduzido, sucessivamente, ao acentuar do deficit dos EUA, que subiu de 2,7% do Produto Interno em 2009 para 3,3% em 2010.

A Zona Euro, liderada pela Alemanha, assenta a sua recupera-ção na retoma do comércio internacional. No entanto, esta é caracterizada pela dualidade de comportamentos económicos entre os Países do Centro, mais fortes economicamente, e os Países Periféricos, onde subsiste uma crise de dívida soberana.

A China, embora com alguns riscos de sobreaquecimento, os quais têm levado à adopção de medidas de contenção da procura, continua na sua senda de crescimento, apresentan-do uma evolução do PIB de 10,5% em 2010, face aos 9,1% apresentados em 2009.

De realçar também que a escalada recente dos preços das matérias-primas, sobretudo do petróleo, e a sua manuten-ção em níveis historicamente elevados, com as consequentes pressões inflacionistas, aumenta o desafio económico para as economias importadoras destas matéria.

MERCADO PETROLífEROAo longo de 2010, verificou-se um aumento da procura mun-dial de petróleo, como reflexo do início da retoma económica, de onde se destaca a procura cada vez maior por parte da

China. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a procura global em 2010 situou-se em 87,3 mb/d. Este cenário permitiu que o petróleo voltasse a ser transaccionado em níveis de preço elevados ao longo do ano.

A cotação do petróleo (WTI ) ao longo do ano de 2010 oscilou entre um mínimo de 74,12 dólares/barril e um máximo de 89,24 dólares/barril. Apesar de um início mais contido nas cotações internacionais do petróleo WTI e BRENT, estas evi-denciaram uma tendência de subida no último mês do ano, quando atingiram os $89 e $93 por barril, respectivamente.

Face à recuperação de alguns indicadores económicos, é ex-pectável em 2011 uma maior procura desta commodity o que, aliado às restrições de alguns países exportadores, poderá levar ao aumento e manutenção dos preços do petróleo para valores acima dos 100 dólares/barril.

EVOLUÇÃO MENSAL PREÇO PETRÓLEO

EVOLUÇÃO PREÇO PETRÓLEO (31 Dezembro)

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MERCADO CAMbIALO Dólar Norte-Americano apresentou grande volatilidade ao longo do exercício de 2010. Tendo iniciado o ano de 2010 a valorizar fortemente face ao Euro até Junho, registou em Julho de 2010, contudo, uma descida acentuada. Os meses subsequentes foram de grande oscilação, tendo o Euro/Dó-lar encerrado o ano de 2010 a 1,33, o que representa uma valorização do Dólar de 7,54% quando comparado com 31 de Dezembro de 2009 (1,43).

De acordo com estatísticas divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto Mundial apre-sentou um crescimento anual em 2010 de 4,8%, com maior impacto sobre as economias dos países emergentes, tendo inclusive o gigante asiático (China) superado o Japão como a segunda potência económica mundial.

Em 2010, face à menor proporção do rácio Dívida/PIB, as economias emergentes apresentaram um crescimento mais rápido e sólido. Por outro lado, algumas das economias mais avançadas viram a sua capacidade de crescimento limitada, face à necessidade de consolidação fiscal.

Neste cenário, os Bancos Centrais das principais economias avançadas optaram pela manutenção do carácter acomo-datício da política monetária, enquanto que as autoridades monetárias das economias emergentes aceleraram o processo de normalização da política monetária.

MERCADO CAMbIAL EUR/USD

1,45

1,40

1,35

1,30

1,25

1,20

1,15

1,10

EVOLUÇÃO ANUAL DO PIb (Em %)

12,00%

10,00%

8,00%

6,00%

4,00%

2,00%

000%

-2,00%

-4,00%

-6,00%

2008 2009 2010

EUA ZONA EURO CHINA

O processo de desvalorização do Dólar em relação às moedas das economias emergentes, tal como face ao Euro, no último semestre de 2010, apesar de aparentemente ter sido incen-tivado pelo governo dos Estados Unidos, é também reflexo de uma economia americana mais fraca.

A cotação do Kwanza Angolano face ao Dólar Norte-Ame-ricano que, em 31 de Dezembro de 2009 era de 89,398, terminou o ano de 2010 em 92,353 o que equivaleu a uma desvalorização cambial de cerca de 3,31%. No exercício de 2009 esta desvalorização foi de 18,93%.

Esta maior estabilidade do Kwanza face ao Dólar, é explicada essencialmente pela recuperação das reservas externas, em razão do aumento do preço do petróleo nos mercados inter-nacionais e, consequentemente, das receitas provenientes dessas exportações, as quais permitiram que o BNA dispu-sesse de mais recursos em moeda estrangeira para gerir a política cambial.

ENqUADRAMENTO ECONÓMICOA melhoria dos indicadores da actividade económica dos Es-tados Unidos e a manutenção do dinamismo da economia Chinesa, bem como de outras economias emergentes, ao longo de 2010, traduziu-se na continuidade do processo de recuperação do crescimento da economia mundial.

A redução sucessiva dos níveis de assunção de risco, desig-nadamente mediante o impasse criado na resolução da crise da dívida soberana, bem como a redefinição dos níveis de capital mínimo exigidos, reforçou os constrangimentos ao sector bancário. Perante estes constrangimentos, aliados ao aumento do crédito vencido e dos custos de funding, é expectável uma desalavancagem dos balanços dos Bancos, com a consequente redução do consumo e do investimento privado de cada País.

Após as quedas abruptas verificadas em 2008, os anos de 2009 e de 2010 foram bastante positivos para as commo-dities em geral, com crescimentos estimados de cerca de 24,0% e de 17,4%, respectivamente. Os preços do petróleo e do ouro apresentaram em 2010 crescimentos de 18,0% e de 29,5%, respectivamente, enquanto que, por outro lado, o preço do Gás Natural desceu cerca de 25,6%.

ZONA EUROA Zona Euro apresentou uma taxa de crescimento económico de, aproximadamente, 2%, impulsionada essencialmente pelas exportações da Alemanha que viu o seu PIB crescer 3,6%. No entanto, o contributo da procura interna na Zona Euro foi de apenas 0,2%, reflectindo o fraco desempenho do consumo privado. As despesas públicas continuaram a crescer, enquanto que o investimento registou uma contracção.

A inflação conheceu uma aceleração, atingindo 2,2% no final de 2010, devido essencialmente à evolução dos preços dos produtos alimentares e energéticos, situação que se agravou com o aumento do IVA e dos preços regulados.

Segundo dados do Eurostat, a taxa de desemprego na Zona, que em 2009 era de 9,9%, atingiu os 10% no final do ano de 2010.

Enquanto que os países do centro europeu se afirmam cada vez como a locomotiva da Zona Euro, os países periféricos apresentam vários desafios, designadamente ao nível da sua consolidação fiscal, das dificuldades de financiamento dos seus bancos, do desempenho das exportações e do arrefe-cimento do mercado imobiliário.

Foram várias as politicas monetárias para atenuar esta tur-bulência, sendo de destacar as operações de refinanciamento do Banco Central Europeu (BCE), comprando em mercado secundário títulos de países periféricos, com vista a atenuar as pressões sobre as yields das dívidas soberanas.

Adicionalmente, face ao aumento da volatilidade no mercado cambial, nas taxas de juro, no preço do ouro e no risco de crédito, devido à exposição aos títulos de dívida soberana desses países periféricos, o BCE decidiu, em 16 de Dezem-bro, aumentar o seu capital próprio em €5 biliões (para um valor total de €10,76 biliões), com subscrição totalmente assegurada pelos bancos centrais nacionais.

ESTADOS UNIDOSA economia Americana cresceu 2,7%, sustentada essen-cialmente pelo consumo privado e pela reconstituição de

stocks. As vendas de casas para habitação permaneceram estagnadas e, neste sector, o desequilíbrio entre a oferta e a procura continua elevado.

A recuperação do emprego foi muito modesta, persistindo com alguns elementos de incerteza. A ligeira redução do de-semprego para 9,4% deveu-se principalmente à redução da taxa de participação da força de trabalho.

Perante o cenário vivido nos anos anteriores, a Administração Americana procurou fomentar o crescimento por via de vários pacotes de estímulos económicos. Ainda em Dezembro de 2010 lançou um novo pacote de estímulos, a ser implemen-tado em 2011 e 2012, no valor de $800 biliões (5,5% do PIB). Este programa contém essencialmente as seguintes medidas: extensão dos cortes nas taxas do imposto sobre os rendimentos de singulares na parcela dos contribuintes mais abastados, extensão do período dos benefícios do sub-sídio de desemprego, redução de 2% nas contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social e a possibilidade das empresas deduzirem no imposto sobre os lucros a totalidade do investimento realizado em 2011.

CHINADe acordo com o Gabinete Nacional de Estatística da China, a economia Chinesa cresceu 10,3% em 2010, alcançando os USD 6 trilhões, mais 1,1% que no ano anterior. Este índice de crescimento ultrapassou a meta dos 8% preconizada pelo Governo Chinês, bem como a média de 9,94% registada na década anterior.

A produção industrial aumentou 15,7% e as vendas a retalho, um dos principais indicadores do consumo interno, 18,4%.

Em 2010, o índice de preço ao consumidor subiu 3,3%, fican-do acima da meta oficial definida pelo Governo de 3%. Esta pressão inflacionista foi provocada quer pelas injecções de fundos ocorridas desde 2008, quer pelo aumento dos preços das commodities. Para combater esta situação, foram defi-nidas algumas medidas de contenção de onde se destaca o aumento da taxa de juro, pela primeira vez em quase três anos, determinada pelo Banco Central Chinês.

A melhoria dos indicadores da actividade económica dos Estados Unidos e a manutenção do dinamismo da economia Chinesa, bem como de outras economias emergentes, ao longo de 2010, traduziu-se na continuidade do processo de recuperação do crescimento da economia mundial.

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05_ ECONOMIA ANGOLANA

Após um ano de crescimento quase nulo em 2009, Angola destacou-se em 2010, apresentando uma taxa de cresci-mento real do PIB de 4,9%, de acordo com a última revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2010.

O enquadramento favorável do sector petrolífero, conjugado com um crescimento menos expressivo ao nível das impor-tações, levou a uma recuperação bastante positiva do saldo da balança de transacções correntes que, no ano anterior, tinha sido penalizada por força da queda registada no sector exportador. Desta forma, e de acordo com as últimas previsões do Governo, o saldo da balança de transacções correntes deverá corresponder a -0,8% do PIB em 2010, o que contrasta positivamente com os -11,3% verificados no ano anterior.

A recuperação e estabilização da economia Angolana, foi também consequência das medidas adoptadas no âmbito do acordo com o FMI, designadamente reformas estruturais ao nível das finanças públicas e da gestão da dívida pública, bem como da recuperação do saldo orçamental não-petrolífero que, desta forma, contribuíram para a recuperação das reservas internacionais, com um acréscimo de aproximadamente 40%

face aos montantes de Janeiro de 2010 e, consequentemente, para o reequilíbrio das contas públicas.

Importa também salientar o impacto que a interrupção dos pagamentos do Estado ao longo do primeiro semestre de 2010 teve ao nível da actividade económica o que, entre outros factores, inibiu o crescimento do PIB para valores superiores aos actualmente considerados.

No que respeita à taxa de inflação, foi ultrapassada a meta inicialmente definida pelo Governo de 13% para 2010 dado que, em final do ano, a inflação homóloga se situou nos 15,31%. Para isto contribuiu bastante o corte dos subsídios nos preços dos combustíveis (entre 30% e 50%), que teve um efeito directo no aumento dos preços dos transportes, para além de outros efeitos indirectos.

Para 2011, espera-se a consolidação do crescimento do PIB Angolano, para valores acima dos 7%, não só através do con-tributo do sector petrolífero, mas também, e cada vez mais, do sector não petrolífero, como alavanca alternativa para o crescimento económico.

PIb 2009 2010 2011 2012

África Subsariana 2,6% 5,0% 5,5% 5,7%

Mundo -0,6% 4,8% 4,2% 4,5%

Fonte: FMI

A economia da África Subsariana teve no ano de 2010 um crescimento previsto do PIB superior ao da economia mundial, registando uma taxa de crescimento real de 5%, que comparam com os 4,8% previstos para a economia Mundial. De referir também que, de acordo com o FMI, é espectável que este diferencial de crescimento possa aumentar nos próximos anos sustentado, em parte, pela recuperação do sector petrolífero.

A maior dinâmica na retoma do ritmo de crescimento resulta, essencialmente, de um menor nível de endividamento externo em termos comparativos destas economias, bem assim como do facto de, alguns destes países, disporem de reservas ex-ternas em níveis confortáveis, o que lhes permite atenuar os efeitos dos choques externos a que possam estar sujeitas.

SECTOR PETROLífEROAo longo do ano de 2010, assistiu-se a um aumento da procura mundial de petróleo, tendo o consumo global atingido os 87,3 milhões de barris/dia, de acordo com dados divulgados pela AIE.

Apesar deste enquadramento favorável no sector petrolífero, os constrangimentos do lado da oferta, levaram a um cresci-mento modesto da produção de petróleo face ao verificado em 2009. A produção média diária no ano de 2010 ter-se-á situado em 1,86 milhões de barris/dia (1,81 mb/d em 2009).

De acordo com o OGE, em 2010 o PIB petrolífero cresceu 2,7% contra a redução de 5,1% verificada em 2009.

Para 2011, de acordo com a AIE, prevê-se uma procura média mundial em torno dos 88,5 mb/d, sustentada essencialmente pela retoma do crescimento mundial, o que corresponde a uma variação anual de 1,2 mb/d ou de 1,4%.

Para Angola, segundo as estimativas do Governo, é expectável que a produção média diária ascenda a cerca de 1,9 mb/d, o que conjugado com a manutenção dos preços elevados do petróleo nos mercados internacionais, será uma alavanca im-portante para o crescimento da economia Angolana em 2011.

MERCADO CAMbIALA cotação do Kwanza Angolano face ao Dólar Norte-America-no que, em 31 de Dezembro de 2009 era de 89,398, terminou o ano de 2010 em 92,353. Apesar da desvalorização mais acentuada ocorrida até Abril de 2010, a recuperação e manu-tenção posterior, permitiu que a desvalorização se situasse apenas em cerca 3,31% no ano de 2010, que compara com uma desvalorização de 18,93% ocorrida em 2009.

Esta maior estabilidade do Kwanza face ao Dólar, é explicada essencialmente pela recuperação das reservas externas por

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO (Milhões de barris/dia) EVOLUÇÃO DO KWANZA fACE AO DÓLAR NORTE AMERICANO

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Set 10 Out 10 Nov 10 Dez 10

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10.000

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15.88016.223

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RESERVAS INTERNACIONAIS LíqUIDAS (Em milhões de USD)

via do aumento do preço do petróleo nos mercados inter-nacionais e, consequentemente, das receitas provenientes dessas exportações, que permitiram que o BNA dispusesse de mais recursos para gerir a política cambial.

As reservas internacionais que, por via do aumento da receita petrolífera, têm vindo gradualmente a melhorar, atingiram os 17,5 mil milhões de Dólares em Dezembro de 2010. Este mon-

tante representa um aumento de, aproximadamente, 40% face aos 12 mil milhões de Dólares verificados em Janeiro de 2010.

As expectativas favoráveis do sector petrolífero para o ano de 2011, deverão permitir a manutenção ou mesmo o crescimen-to das reservas internacionais, bem como a disponibilização de um volume superior de divisas para efeitos da gestão da política cambial.

AGêNCIA BANCO BIC

ENqUADRAMENTO ECONÓMICOApesar do aumento esperado do peso relativo do sector petrolífero no PIB, assistiu-se em 2010 a um aumento da contribuição absoluta do sector não petrolífero para este indicador. As indústrias extractivas, essencialmente decor-rentes do petróleo e dos diamantes, passaram a ter um peso de, aproximadamente, 48,5% no PIB nacional, mais 5,2% que no ano anterior. Nos restantes sectores, embora o contributo relativo tenha diminuído, assistiu-se a um aumento abso-luto no montante de, aproximadamente, 1.500 milhões de Dólares, de onde se destacam o sector Agrícola e Pescas e o sector da Indústria Transformadora, com crescimentos de cerca de 1.000 milhões de Dólares e de 500 milhões de Dólares, respectivamente.

Existe o entendimento de que esta diversificação é essencial para um mais rápido desenvolvimento da economia Angolana, dado que permitirá, por via da substituição de importações, dar resposta às várias necessidades da população, desig-nadamente as alimentares, contribuir para a diminuição da taxa de desemprego, bem assim como para o equilíbrio da balança comercial.

Não obstante o contributo importante do investimento público para o PIB, o crescimento do sector não-petrolífero decorre essencialmente do crescente investimento do sector privado que, de acordo com a Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), cresceu cerca de 32% em 2010, correspon-dentes a cerca de USD 2,4 mil milhões.

PRODUTO INTERNO bRUTO (%) 2008 2009 2010

Agricultura, Floresta e Pescas 8,2% 11,4% 11,0%

Indústrias Extractivas 59,5% 43,3% 48,5%

Petróleo Bruto e Gás 58,3% 42,3% 47,4%

Outras 1,2% 1,0% 1,1%

Indústria Transformadora 6,6% 7,2% 6,5%

Electricidade e Água 0,1% 0,1% 0,1%

Construção 4,4% 7,6% 6,2%

Comércio 15,3% 22,0% 20,3%

Serviços não transaccionáveis 5,9% 8,4% 7,4%

11,00%7,40%

20,30%

6,20%

0,10%

6,50%48,50%

COMPOSIÇÃO DO PIb (%) 2010

AGRICULTURA, fLORESTA E PESCA

INDÚSTRIA EXTRACTIVA

INDÚSTRIA TRANSfORMADORA

ELECTRICIDADE E ÁGUA

CONSTRUÇÃO

COMÉRCIO

SERVIÇOS NÃO TRANSACCIONÁVEIS

20I21

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

A taxa de inflação em 2010 ascendeu a cerca de 15,31%, o que compara com taxas de 14,00% e 13,18%, em 2009 e em 2008, respectivamente. Este aumento da taxa de inflação deveu-se, essencialmente, ao corte dos subsídios nos preços dos combustíveis (entre 30% e 50%), que teve um efeito directo ao nível do aumento dos preços dos transportes, para além de outros efeitos indirectos.

Após a interrupção da emissão de Bilhetes do Tesouro (BT’s) em 2009, estes voltaram a ser emitidos no final de 2010 para suprimir as necessidades de financiamento decorrentes do início dos pagamentos do Estado às empresas. Por outro lado, os Títulos do Banco Central (TBC’s) deixaram de ser emitidos em Novembro. De acordo com o BNA, foram emitidos em 2010 BT’s no montante de AKZ 102.410 milhões (USD 1.105 milhões USD) e TBC’s num montante de AKZ 413.734 milhões (USD 4.466 milhões).

TAXA DE INfLAÇÃO ANUAL INfLAÇÃO ANUAL ACUMULADA (Em %-2010)

15,00%

12,50%

10,00%

7,50%

5,00%

2,50%

0,00%

INfLAÇÃO MENSAL (Em %-2010)

2,50%

2,00%

1,50%

1,00%

0,50%

0,00%

Embora a taxa de inflação mensal não tenha apresentado grande variação até Agosto de 2010, com o IPC a apresentar crescimentos mensais médios de 1%, em Setembro verificou-se um crescimento de 2,35%, pelos motivos supramenciona-dos. No entanto, as variações mensais dos últimos 2 meses do ano, aquém do normalmente observado nessa altura (1,65% em Dezembro, correspondentes à taxa de variação mensal mais baixa dos últimos 5 anos para esse mês), permitiram que a inflação homóloga recuperasse face ao máximo de Setembro.

2008 2009 2010

13,18%

14,00%

15,31%

A evolução das taxas de juro dos TBC’s conheceu 2 fases distintas. Uma primeira fase que, pela falta de pagamentos do Estado às empresas, se pautou pela insuficiência de liquidez no mercado e que, desta forma, apresentou até Maio de 2010 taxas de juro médias entre 25% e 20%. E uma segunda fase que, com a injecção de liquidez no mercado, provocou uma descida de taxas para o intervalo entre 21% e 15%.

Em 31 de Dezembro de 2010, os depósitos de clientes no sector bancário como um todo ascendiam a cerca de USD 28.262 milhões (USD 29.274 milhões em 2009), equivalentes a um decréscimo de 3% face ao ano anterior. Do montante de depósitos em 31 de Dezembro de 2010, 49% eram consti-tuídos em moeda nacional (49% em 2009) e 51% em moeda estrangeira (51% em 2009).

O crédito total à economia concedido pelo sector bancário foi de, aproximadamente, USD 25.645 milhões (USD 25.250 milhões em 2009), equivalentes a um aumento de 2% face ao ano anterior. Deste montante, 40% correspondem a crédito concedido em moeda nacional (uma redução de 10% em re-lação a 2009) e 60% em moeda estrangeira (50% em 2009).

EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE JURO NOMINAIS (Mercado primário)

TbC’S

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

28 DIAS 63 DIAS 91 DIAS 182 DIAS 364 DIAS

EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE JURO NOMINAIS (Mercado primário)

bT’S

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

28 DIAS 63 DIAS 91 DIAS 182 DIAS 364 DIAS

O ambiente económico e político em Angola, tem-se caracte-rizado como bastante favorável ao investimento estrangeiro tendo, inclusive, sido criados incentivos ao investimento, quer nacional, quer estrangeiro, designadamente com países com os quais Angola mantém relações privilegiadas.

RECURSOS DE CLIENTES (Em milhões de USD)

MN ME

CRÉDITO À ECONOMIA (Em milhões de USD)

MN ME

2008 2009 2010

14.426

16.066

13.782

14.84811.687 14.480

2008 2009 2010

12.524

11.777 10.136

12.72610.107

15.509

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De acordo com a ANIP, em 2010 o investimento ascendeu a USD 2,37 mil milhões, depois de em 2009 ter ficado nos USD 1,80 mil milhões. Se acrescermos a este montante os reinvestimentos efectuados, o saldo de 2010 passa para USD 4,62 mil milhões.

Os principais investimentos aprovados dizem respeito a projectos na área da indústria transformadora, seguido da construção civil e agricultura.

De realçar também que, a partir de 2011, Angola irá dispor de um novo veículo para investimento em infra-estruturas básicas, denominado Reserva Financeira Estratégica Pe-trolífera, que será alimentado com receitas provenientes da exportação de petróleo e gás.

Embora Angola assuma, cada vez mais, um papel de relevo enquanto destino do investimento estrangeiro, o sentido inverso tem vindo a ser reforçado por via dos investimentos Angolanos no exterior.

Investimentos dos agentes económicos Angolanos, como a petrolífera Sonangol, têm sido direccionados em grande parte para Portugal, quer através da compra e reforço de participa-ções no sector bancário (Millennium BCP e Banco BPI), quer no sector energético (Galp Energia) e, mais recentemente, no sector das comunicações multimédia (Zon).

Ao nível do sistema financeiro são, actualmente, três os ban-cos de origem angolana a operar em Portugal, designadamente o Banco BIC Português, o Banco Africano de Investimentos – Europa e o Banco Privado Atlântico – Europa.

AGêNCIA BANCO BIC

O ambiente económico e político em Angola, tem-se caracterizado como bastante favorável ao investimento estrangeiro tendo, inclusive, sido criados incentivos ao investimento, quer nacional, quer estrangeiro, designadamente com países com os quais Angola mantém relações privilegiadas.

06_ POSICIONAMENTO DO BANCO BIC NO SECTOR BANCÁRIO

O abrandamento da economia Angolana ao longo do ano de 2010, a par com os constrangimentos sentidos pelos di-ferentes agentes económicos face ao avolumar das suas contas a receber e uma redução concreta nos seus níveis de actividade, não permitiu que o sector bancário passasse incólume aos seus efeitos.

Esta situação, reforçou ainda mais a necessidade da diferen-ciação por parte do Banco BIC face aos seus concorrentes, quer ao nível do atendimento ao cliente, quer na adequada gestão dos seus activos e passivos.

Perante a situação vivida, o Banco BIC procurou, do lado co-mercial, reforçar o enfoque no apoio aos seus clientes, através de uma atitude de disponibilidade total e uma cada vez maior atenção à procura da satisfação das suas necessidades e, por outro lado, na gestão do seu balanço, assegurando uma estreita monitorização do binómio rentabilidade/risco, aliado a um rigoroso controlo de custos. Estes factores, conjugados com uma aposta contínua na eficiência e eficácia, nomeada-mente ao nível da inovação tecnológica e da melhoria dos seus processos operacionais, foram determinantes para a criação de valor e, desta forma, para o sucesso do Banco BIC, num ano tão adverso.

Embora possa ser definido como um banco jovem, com um pouco mais de cinco anos completos de existência, o Ban-co BIC foi já reconhecido como o 42º maior banco de África pela revista African Business, de entre uma vasta lista onde constam bancos com mais de meio século de existência. A qualidade dos serviços prestados aos clientes, bem como os resultados obtidos e a sua solidez financeira, foram factores cruciais para tal reconhecimento.

Em Angola, o Banco BIC é líder nas operações cambiais, com uma quota de 16,47% no mercado primário de compra de divisas junto do Banco Central, num segmento de negócio que, ano após ano, traz novos players ao sector, bem como novos desafios na identificação das metodologias adequadas para continuar na sua liderança, em razão dos constrangimentos e condicionalismos sentidos.

Durante o ano de 2010, o Banco Central vendeu cerca de USD 11.600 milhões no mercado primário de fixing de di-visas, o que representa um crescimento de 9% em relação a 2009 (USD 10.603 milhões). No mesmo período, o Banco BIC comprou um montante de, aproximadamente, USD 1.910 milhões, os quais permitiram manter a posição de liderança neste segmento de negócio.

Nos segmentos de crédito concedido e de recursos capta-dos de clientes, o Banco BIC manteve a sua posição entre os maiores players do mercado, sendo actualmente o quar-to banco no que respeita aos recursos totais de clientes, com uma quota de mercado de 13,78% em 2010, a qual que compara com os 12,47% de 2009, e o quinto banco no que respeita ao crédito concedido à economia, com uma quota de mercado de 10,52% em 2010, a qual que compara com os 10,00% de 2009.

MERCADO PRIMÁRIO DE DIVISAS (Em milhões de USD)

qUOTAS DE MERCADO

CRÉDITO À ECONOMIA RECURSOS DE CLIENTES

2008 2009 2010

9.084

10.60311.600

2008 2009 2010

14,11%

13,64%12,47%

10,00%

13,78%

10,52%

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

De realçar o crescimento verificado ao nível dos recursos de clientes, em mais de um ponto percentual, num ano que se iniciou num ambiente de algum pessimismo nos agentes económicos, face à interrupção dos pagamentos por parte do Estado.

Por outro lado, o reforço da posição em termos de carteira de crédito, demonstra a confiança que depositamos nos nossos clientes, bem como e na manutenção do nosso empenho em contribuir de forma positiva para o crescimento e para o desenvolvimento de Angola.

O Banco BIC especializou a sua abordagem de mercado ao longo de 2010, canalizando recursos e reorganizando serviços, de forma a poder acompanhar a evolução socioeconómica e cultural dos seus clientes, que a passos largos têm aumentado o seu grau de cultura financeira e de sofisticação.

Esta evolução reflecte o sucesso de uma abordagem comercial única, que assenta na satisfação global das necessidades financeiras dos nossos clientes e o forte posicionamento nas diferentes áreas de negócio.

A definição estratégica do Banco, permitiu ao longo de 2010 a abertura de 25 novos balcões, totalizando assim 135 balcões no final do ano de 2010, dos quais 75 balcões em Luanda e os restantes 60 distribuídos pelas diferentes Províncias do País.

Esta expansão é claramente a evidência do desenvolvimento económico do País, e traduz a política seguida pelo Banco na expansão da sua rede comercial, no sentido de levar os serviços bancários mais próximos do cidadão e contribuir para a melhoria das condições de vida nos locais onde se instalam.

O enfoque comercial seguido e a expansão da rede de balcões permitiram, ainda, a angariação de cerca de 100 mil novos clientes ao longo de 2010, perfazendo no final do ano um total de 548 mil clientes, um crescimento de cerca de 23% face a 2009. Para este resultado, foi fundamental o empenho dos nossos colaboradores que, no final de 2010, ascendiam a um total de 1.290.

O Banco BIC, ao longo da sua existência, tem desenvolvido uma cultura e um perfil em muito explicável pelas circunstâncias associadas ao seu surgimento e posterior desenvolvimento, enquanto Banco de referência no mercado em que actua.

Em 31 de Dezembro de 2010, o Banco BIC dispunha de cerca de 365.000 cartões multicaixa emitidos, correspondentes a uma quota de mercado de 17,51%. Na mesma data, o Banco dispunha de um total de 141 ATM´s, um crescimento de 27 unidades ou 24% quando comparado com 2009. É importante salientar que a utilização dos ATM´s tem vindo a crescer sus-tentadamente ao longo dos anos, tendo-se registado cerca de 60,6 milhões de transacções no ano de 2010.

O reforço da sofisticação financeira é igualmente ilustrado pelo grande aumento no número de transacções efectuadas em terminais de pagamento automático (TPA’s). Ao longo do ano de 2010 foram instalados 348 TPA´s adicionais junto dos nossos clientes, resultando num total de 799 TPA´s no final de 2010.

INDICADORES DE MERCADO

fUNCIONÁRIOS CLIENTES (EM MILHARES) bALCÕES

qUOTAS DE MERCADO

CARTÕES MULTICAIXA ATM TPA

2008 2009 2010

337

1.092

447

1.168

548

1.290

100 117 135

2008 2009 2010

14,17%

22,26%

12,75%

21,70%

12,00%17,51%

15,73%12,43% 12,99%

O Banco BIC está agora presente em 48 dos 163 Municípios do País, o que equivale a dizer que já é o maior banco privado Angolano em termos de cobertura de Municípios.

ENQUADRAMENTO DA ACTIVIDADE

07_ MARkETING E COMUNICAÇÃO

Inserido num mercado que, ano após ano, tende a ser cada vez mais competitivo, a nossa estratégia de marketing é um ele-mento crucial para a comunicação com a sociedade angolana e, acima de tudo, para a diferenciação da marca Banco BIC.

Em 2010, o Banco BIC procurou apoiar os principais eventos nacionais, demonstrando que está cada vez próximo de todos os angolanos. Entre os vários eventos e campanhas realizados em 2010 destacam-se os seguintes:

Campanha Prémios CAN 2010 ( Janeiro), tendo como tema – “OS PALANCAS TêM O APOIO DA BANCADA. E DO BANCO.”, em que o Banco BIC oferecia 1.000.000 de Dólares à selecção de Angola pela conquista do Cam-peonato Africano das Nações (CAN) e ainda prémios pecuniários pelas vitórias, pelos golos marcados e pelo desempenho dos melhores jogadores em campo;

Evento de entrega dos Prémios CAN 2010 aos Palancas pelas vitórias, pelos golos marcados e pelo desempenho dos melhores jogadores em campo ( Janeiro);

Campanha “5 ANOS a fazer crescer Angola”, alusivo ao 5º aniversário do Banco BIC. Esta campanha teve como objectivo dizer aos angolanos que estamos presentes em todo o País, nas 18 capitais de Província e nos principais Municípios. O que é igual a dizer que o Banco BIC está cada vez mais próximo dos angolanos, das suas famílias e das empresas, sendo um forte parceiro no desenvol-vimento comum;

Participação na Filda 2010 ( Julho), sendo reforçada a campanha “BIC 5 ANOS A FAZER CRESCER ANGOLA”;

Participação na Expo Huíla 2010 (Agosto) Campanha BIC 5 ANOS A FAZER CRESCER ANGOLA;

PRÉMIOS CAN 2010 5º ANIVERSÁRIO DO BIC

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Lançamento para os media da Campanha BIC Salário – Função Pública. Agora os funcionários públicos podem receber pelo Banco BIC e recebem mais vantagens: Cré-dito Pessoal, Crédito Automóvel, Crédito Habitação e Antecipação até 100% do Salário;

Patrocínio anual à Associação Provincial de Andebol (Luanda) e ao Benfica de Luanda;

Patrocínio ao Clube Desportivo da Huíla – Massificação do Basquetebol juvenil naquela Província;

Seminário – A Biodiversidade e o Desenvolvimento sustentável das comunidades, ocorrido na cidade do Lubango – Huíla;

Patrocínio do Concurso de Pesca – Luanda Sailfish Classic 2010;

Patrocínio do jogo de apresentação Sport Lisboa e Ben-fica versus A.S. Mónaco FC, bem assim como da Eusébio Cup (Portugal);

Patrocínio da 2ª edição do Manual Universitário de Língua Portuguesa;

Patrocínio do Campeonato da Europa (Alemanha) 2010 em Hóquei em Patins;

Patrocínio da Conferência – Business in Portuguese, evento realizado em Londres pelo Jornal Económico;

Patrocínio da Taça da Independência 35 Anos – Angola versus Sport Lisboa e Benfica;

Patrocínio ao IAAI – Instituto Angolano dos Auditores Internos – Simpósio de Auditoria Interna;

Patrocínio do grupo Carnavalesco União Mundo da Ilha;

Patrocínio das Comemorações do dia 4 de Fevereiro;

Patrocínio à participação da selecção de Angola no cam-peonato Africano de vela na classe de Optimist;

Patrocínio do Dançarte - 5º espectáculo de Dança infantil;

Patrocínio à Universidade Católica, destinado ao apoio do melhores alunos finalistas;

O Banco BIC deu ainda continuidade, pelo 2º ano consecutivo, ao reforço das campanhas ligadas aos Cartões BIC VISA – Gold e Platinum, BIC Multicaixa, bem assim como dirigidas à promoção dos TPA´s ligados à Rede VISA (Terminais de Pagamento Automático). Tendo este Banco como imagem associada a solidez, a tecnologia, a expansão e sendo o Cliente a sua principal prioridade, investiu em soluções sofisticadas e inovadoras.

MARCOS HISTÓRICOS2010O Banco BIC superou os 500.000 Clientes, onde se enqua-dram grandes empresas, pequenos negócios e particulares;

A Revista African Business elegeu o Banco BIC como o 42º Maior Banco de África, duma lista onde fazem parte ban-cos com mais de meio século de existência (Dezembro);

A multinacional Coca-Cola celebrou um acordo com o Banco para a abertura de duas linhas de crédito com vista a financiar projectos privados na Província do Bengo. Denominadas “Bengo Investe I e II”, as duas linhas de crédito têm um valor global de 23 milhões de dólares;

Banco BIC tornou-se o maior banco privado angolano em termos de cobertura geográfica dos seus Balcões;

2009Lançamento da nova imagem do Banco BIC, associado à solidez, tecnologia e inovação;

O Banco marcou presença na Filda 2009, onde foi re-forçada a Campanha “Investimos Juntos” – “Crescemos Juntos” ( Julho).

2008O Banco BIC superou os 1.000 colaboradores;

A Euromoney elege o Banco BIC “The Best Bank in An-gola” pela excelência da sua performance no conjunto das áreas comercial, qualidade de serviço e resultados consolidados obtidos;

O Banco lançou na Filda 2008 e Expo Huíla 2008 a nova campanha BIC Multicaixa;

Abertura do Banco BIC Português em Maio.

2007Em Outubro foi autorizado pelo Banco de Portugal a cons-tituição do Banco BIC Português, S.A. de capitais maiori-tariamente angolanos, orientando a sua actividade para o apoio aos empresários angolanos e portugueses com interesses em Angola;

Assinatura de um contrato com o Ministério das Finanças, com vista ao financiamento do projecto de reconstrução da Província do Uíge, avaliado em cerca de 150 milhões de dólares;

Criação da Direcção de Crédito Imobiliário, com o objectivo de dinamizar e melhor gerir este segmento de mercado;

Início da comercialização dos cartões de crédito VISA – Visa Premium e Visa Gold e lançamento em Novembro de uma campanha relativa à venda dos mesmos;

Lançamento na Filda do Crédito Fácil, novo produto des-tinado à aquisição de bens consumo, cuja característica principal consiste na rapidez de concessão, a uma taxa de juro bastante atractiva, reduzindo a carga burocrática existente na concessão de crédito.

2006Em Dezembro, a rede de agências do Banco estendia-se a quase todas as Províncias do País, faltando apenas três Províncias por cobrir, onde as obras já estavam a decorrer;

Em Dezembro, foi deliberado um novo aumento de capital de USD 20.000.000 para USD 30.000.000;

Assinatura em Novembro de um protocolo com o Banco Popular Portugal, com vista ao estabelecimento de Li-nhas de Crédito visando o fomento das relações entre agentes económicos de Angola e Portugal, mediante o financiamento e a promoção da exportação;

Admissão à rede “POS VISA”, passando o Banco BIC a fazer parte do restrito grupo de bancos seleccionados pela VISA Internacional. Desta forma, actuando o Banco BIC como emissor de cartões de crédito aceites inter-nacionalmente, enquanto membro principal, podendo ainda apoiar outros bancos Angolanos na obtenção de cartões VISA;

Em Maio, o Banco aumentou o seu capital social em USD 14.000.000 integralmente realizados em dinheiro, pas-sando este para um total de USD 20.000.000.

2005A 26 de Maio de 2005, foi aberta a primeira Agência do Banco BIC (Agência da Maianga);

A 22 de Abril de 2005, após autorização do Banco Na-cional de Angola, foi constituído por escritura pública, o Banco BIC, S.A, com um capital social de USD 6.000.000.

“THE BEST BANK IN ANGOLA”

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

08_ PRINCIPAIS LINHAS DE NEGÓCIO

O Banco BIC assume como um dos principais diferenciais es-tratégicos a prestação de serviços caracterizados pela exce-lência e permanente orientação para as necessidades de cada cliente. Esta clara e consistente estratégia de crescimento no mercado nacional é reflexo de um forte dinamismo comercial juntos dos segmentos de clientes, particulares e empresas, que permitiram atingir valores significativos em termos de activos totais. É de realçar a actividade desenvolvida no mer-cado nacional, complementada pelo progressivo reforço da actividade internacional, designadamente com Portugal e com o Banco BIC Português em particular, com enfoque nos níveis de eficiência entre instituições, que representam uma fonte de crescimento e um aumento de valor muito importantes para os nossos clientes.

Apesar da turbulência verificada no mercado angolano, no-meadamente pelo impacto da interrupção dos pagamentos do Estado ao longo do primeiro semestre de 2010, conseguimos manter o nosso ritmo de crescimento, o que demonstra a resiliência do modelo de gestão adoptado.

Os resultados obtidos pelas diferentes áreas de negócio, re-flectem os princípios de gestão do Banco, estando as mesmas organizadas em quatro segmentos: Particulares e Negócios, Empresas, Private Banking e Investimento.

DIRECÇÃO DE PARTICULARES E NEGÓCIOSNo final do ano de 2010, o Banco BIC conta com um total de 117 agências e 5 postos de atendimento, que representam cerca de 90% do total da rede. A actividade destes pontos de venda tem suportado de forma significativa os níveis de angariação de clientes, contribuindo em 2010 para a captação de mais de 100 mil novos clientes, totalizando USD 1.609 milhões em recursos totais, que representam cerca de 40% do total da carteira de recursos totais de clientes do Banco.

A actividade desenvolvida durante o ano de 2010 teve como objectivo o reforço da actuação em dois pontos estratégicos: uma maior orientação para o cliente e uma maior proactivi-dade comercial.

No que respeita à procura de uma maior proactividade co-mercial, destacam-se a reformulação dos planos de formação e revisão das ferramentas de trabalho ao nível dos balcões, tornando-as mais simples, adaptáveis e integradas, de forma a prestar um melhor serviço ao cliente e um elevado grau de atendimento no front-office. De realçar ainda a exploração das oportunidades comercias num contexto multicanal: balcão, SMS, telefone, internet e e-mail.

DIRECÇÃO DE EMPRESASA Direcção de Empresas assenta em dois segmentos fun-damentais, a elevada qualidade de serviço, assegurada por equipas especializadas, e a procura contínua de soluções adequadas a cada cliente, com enfoque no estímulo à inovação e apoio das empresas angolanas.

Tendo esta orientação como base, são realizadas reuniões individuais com as empresas, prestando-lhes, através de equipas de especialista em trade finance e dos respectivos gestores, soluções ajustadas às suas necessidades concretas, tendo em vista não só o incremento no apoio ao investimento, como também o aumento do volume de negócios das mesmas.

Ao longo de 2010, a Direcção de Empresas obteve uma quota de 41% em termos de recursos totais de clientes, estando sob a sua gestão cerca de USD 1.656 milhões, dispondo para o efeito de um total de dez Centros de Empresa.

RECURSOS TOTAIS CRÉDITO TOTAL

2009 2010

1.833

1.609

850875

As relações de parceria de longo prazo que o Banco privilegia e o conhecimento dos seus clientes, permitem manter uma celeridade de decisão e consistência da política de conces-são de crédito, a qual continua a ser um valor reconhecido pelos clientes. O crédito concedido originado pela Direcção de Empresas ascendeu a USD 1.205 milhões, um crescimento de 15% face a 2009.

PRIVATE bANKINGA actividade desta Direcção é assegurada por um centro, com uma oferta assente numa visão integrada do cliente, consolidada em soluções de investimento que atendem às suas especificidades. O desenvolvimento de uma relação de confiança é um dos pilares para o desempenho que esta Direcção tem vindo a demonstrar, assegurada por gestores private, com elevadas competências técnicas e relacionais ao longo destes anos.

As condições de mercado adversas verificadas sobretudo no primeiro semestre do ano de 2010, traduziram-se no reforço das iniciativas de aconselhamento e acompanhamento co-mercial, com atenção à necessidade de proteger as carteiras sob gestão de potenciais desvalorizações.

No âmbito das iniciativas de captação de clientes private, desenvolveram-se várias acções que permitiram alcançar um

significativo volume de negócios, obtendo a Direcção de Pri-vate Banking uma quota de 14% na carteira de recursos de clientes e de 7% na carteira de crédito concedido.

DIRECÇÃO DE INVESTIMENTOA Direcção de Investimento desenvolve as melhores prá-ticas de monitorização e prospecção, para materializar o compromisso com quem investe, com o objectivo de atingir a concretização bem sucedida de cada projecto, construin-do parcerias estratégicas e sinergias de valor. A Direcção de Investimento está presente ao longo de todo o ciclo do projecto de investimento, junto do Investidor, desde a sua concepção até ao momento de plena actividade do mesmo.

Para os investidores que estão dispostos a diversificar o seu investimento e a apostar neste segmento, o Banco BIC dispõe de várias alternativas de investimento que acompa-nham a evolução da realidade empresarial, dinamizando a rede comercial dos agentes económicos que mantêm relações financeiras com o Banco. Esta Direcção dispõe para o efeito de dois Centros de Investimento.

RECURSOS TOTAIS CRÉDITO TOTAL

RECURSOS TOTAIS CRÉDITO TOTAL

A estratégia implementada por esta área de negócio permitiu angariar um total de 778 clientes, para um total de recursos captados de USD 207 milhões, que representam uma quota de 5% para esta Direcção. A carteira de crédito concedido totalizou USD 44 milhões.

RECURSOS TOTAIS CRÉDITO TOTAL

2009 2010

1.102

1.656

1.049

1.205

2009 2010

192

207

3144

2009 2010

464

555

146157

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

09_ GESTÃO DO RISCO DE CRéDITO

O ano de 2009 foi caracterizado pela interrupção dos pa-gamentos por parte do Estado, ao nível da dívida pública interna, situação esta que se prolongou ao longo do primeiro semestre de 2010. O impacto que esta situação teve a nível económico, nomeadamente pelas dificuldades financeiras sentidas pelas empresas fornecedoras de bens e serviços ao Estado, bem como de todas as demais empresas que indi-rectamente dependem destes fluxos de rendimentos, exigiu uma maior monitorização do binómio preço/risco ao nível das operações activas.

A Direcção de Risco de Crédito (DRC) desempenha um papel fundamental na gestão e controlo deste risco, através da análise dos processos de crédito mais relevantes do Banco, para decisão última em sede de Conselho de Crédito.

Para efeitos da gestão do risco de crédito, o Banco BIC conta com mecanismos de controlo de risco através de procedi-mentos formais de análise, de autorização, monitorização e controlo aplicados de forma consistente com a natureza e montantes dos mesmos, os quais são supervisionados e autorizados por órgãos de decisão colegial.

Operações de crédito até USD 100 mil são analisadas e deci-didas na esfera das respectivas áreas comerciais, de acordo com os seus limites de competência. As restantes operações são enviadas para análise ao nível da DRC, a qual se encontra organizada da seguinte forma:

2 Centros de Médios e Pequenos Riscos, responsáveis pela análise de operações de crédito avaliadas entre USD 100 mil e USD 1 milhão; e

3 Centros de Grandes Riscos, responsáveis pela análise de operações de crédito superiores a USD 1 milhão, es-tando estes divididos por sector de actividade (Indústria, Construção Civil e Comércio).

Posteriormente, estas operações, acompanhadas dos res-pectivos relatórios preliminares de decisão, são apreciadas e decididas em sede de Conselho de Crédito.

Adicionalmente, é também de realçar a aposta na formação em Gestão e Análise de Risco de Crédito, realizada em 2010, que abrangeu grande parte dos colaboradores envolvidos em processos de análise de risco.

10_ REDE DE DISTRIBUIÇÃO E PRESENÇA GEOGRÁFICA

Empenhado em expandir a sua base de clientes, o Banco BIC tem como conceito-chave incorporado na sua estratégia comercial, desde a sua fundação, “Ser o Banco de todos os Angolanos”. Este conceito traduz-se pela crescente introdução de pessoas e de novos negócios na rede bancária nacional, mantendo uma presença destacada em cada uma das linhas de serviços e produtos financeiros que se disponibiliza ao mercado. Assim, o crescimento do Banco tem sido bastan-te diversificado na abertura de novas agências bancárias,

disponibilizando o máximo de acessibilidade e conforto aos clientes e potenciais clientes.

Neste processo, desenvolve-se uma avaliação detalhada do potencial de mercado e realizam-se mapeamentos por região, com base em informações sócio–geográficas, de modo a iden-tificar novas oportunidades comerciais e as necessidades específicas de cada Província e Município.

AGêNCIAS BANCO BIC 2010

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

A estratégia tem como objectivo expandir os canais de aten-dimento e promover a inclusão bancária, para atender o nosso elevado número de clientes, que hoje já totalizam cerca de 548 mil, um crescimento de 23% face ao ano de 2009, sen-do 527 mil clientes particulares e, aproximadamente, 21 mil clientes Empresas.

Em 31 de Dezembro de 2010, a rede de atendimento que hoje já é referência ao nível da sociedade angolana, era com-posta por:

117 Agências 10 Centros de Empresa 2 Centros de Investimento1 Private Banking5 Postos de atendimento

Em 2010, foram abertas mais 25 Agências, totalizando 135, distribuídas por todo o País, aumentando significati-vamente a capilaridade da presença do Banco BIC por todo o território nacional.

Presente num grande número de Municípios de Angola, os pontos de atendimento do Banco estão instalados inclusive em comunidades onde até pouco tempo atrás a população não dispunha de nenhum tipo de acesso ao sistema bancário e, em certas localidades, nas quais a oferta desses serviços era insuficiente para fazer face ao potencial de bancarização da comunidade.

De salientar que o Banco BIC está agora em 48 dos 163 Municípios do País, o que equivale a dizer que já somos o maior banco privado angolano em termos de cobertura de Municípios.

PARTICULARES EMPRESA

CLIENTES (Em milhares)

O Banco continua a levar a cabo fortes investimentos orientados para o fortalecimento da rede comercial e para aumentar a captação e fidelização dos seus clientes.

Tendo por objectivo complementar a rede de atendimento, o Banco disponibiliza ainda:

O serviço BICNET 24 horas por dia; e

O serviço BIC SMS Banking, a partir do telemóvel, per-mitindo a realização de múltiplas operações.

REDE COMERCIAL

POSTOS DE ATENDIMENTO AGÊNCIAS

CENTROS DE INVESTIMENTO CENTROS EMPRESASPRIVATE bANKING

2009 2010

429

528

18

21

2009 2010

94

11712

510

2

82 1

1

11_ TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

A Direcção de Sistemas de Informação constitui um dos pilares da estratégia do Banco BIC, atribuindo-lhe susten-tabilidade e impulsionando o crescimento de toda a insti-tuição, que se repercute nos negócios afectos aos clientes com acesso a serviços inovadores, de qualidade e segu- rança certificada.

Este crescimento rápido, de desenvolvimento sustentado, com base nos desafios que lhe são impostos, permitiu à Direc-ção de Sistemas de Informação, reorganizar-se e subdividir-se em seis áreas distintas, nomeadamente os Sistemas Centrais e os Sistemas Distribuídos com responsabilidade sobre as comunicações de dados e voz, a Manutenção, o Processa-mento, a Operação e o Helpdesk de primeira linha de apoio às Agências, Centros de Empresa e Serviços Centrais, reforçando o seu número de efectivos e permitindo autonomia e inte-racção, tendo em conta o crescimento acelerado do Banco.

 Em 2010, com o intuito de se tornar uma instituição com visibilidade internacional, o Banco BIC requereu à AfriNIC a autorização para ser uma entidade “Provider Independent”  im-plementando  o protocolo de routing eBGP ou BGP Publico e novo endereçamento público associado aos seus dois pro-vedores de internet.

 Ao nível das Telecomunicações, o Banco BIC efectuou um upgrade da rede de telecomunicações WAN, iniciando esta acção com a inclusão de equipamento de routing Edge ao nível dos provedores de comunicações. Ainda neste âmbito do “upgrade” da rede de telecomunicações do Banco, o protocolo de routing actualmente utilizado (OSPF) foi substituído por

um protocolo com maior estabilidade, velocidade de conver-gência e menor susceptibilidade às variações das quebras de circuitos. Assim, iniciou-se o processo de implementação de BGP interno ou iBGP sobre os routers Core e Edge, com implementação final de NHRP.

De modo a aumentar o nível de eficácia da rede e de igual forma a sua disponibilidade, foram efectuadas alterações de monta na infra-estrutura de telecomunicações, passando pela existência de redundância entre os dois Centros de Dados, com migração de equipamento activo de routing AS5400XM, para o novo router ASR1000 com incremento de velocidade das ligações e potência do Routing, e backup de falhas nas comunicações MPPP.

 De forma a poder expandir a rede de telecomunicações do Banco BIC, foram iniciados vários projectos em paralelo para mitigar algumas lacunas em termos de serviços básicos, no-meadamente, telefonia e transmissão de pacotes, através da implementação e configuração inicial de WAAS, Telefonia IP e Wimax.

Com capacidade de processamento superior ao nível dos Sistemas Centrais (iSeries i525), o Banco possuí uma infra-estrutura de elevado padrão tecnológico e orientada pelas melhores práticas.

Ao nível aplicacional, com a interacção directa da Direcção de Sistemas de Informação e a sua área de Sistemas Centrais, foi efectuada a transição do anterior plano de contas PCIF, para o novo CONTIF, seguindo a regulamentação do Banco Central.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

12_ RECURSOS HUMANOS

Desenvolver uma política de Recursos Humanos baseada nos pilares dos Valores e Cultura da Empresa, do Conhecimento, da Comunicação e do Desempenho continua a ser um das directrizes estratégicas do Banco BIC.

No final de 2010, o quadro de pessoal do Banco BIC era composto por 1.290 Colaboradores distribuídos pelas di-ferentes áreas do Banco, dos quais, 850 em Luanda e 440 nas Províncias. Esta distribuição traduz o posicionamento do Banco relativamente ao seu objectivo estratégico de uma cobertura geográfica, cada vez mais ampla, do mercado ban-cário angolano.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE COLAbORADORES

TOTAL MASCULINO fEMININO

573

1.168

648

1.290

595 642

2009 2010

O aumento do quadro de pessoal verificado, 10,45% face a 2009, visou sobretudo fazer face à abertura de 25 no-vas Agências e reforçar alguns órgãos com necessidades específicas. Foi ainda fomentada a mobilidade interna, dan-do continuidade à estratégia de colmatar necessidades de recursos humanos, através do aproveitamento das compe-tências internas.

Na área comercial verificou-se um aumento dos efectivos alocados, correspondendo a cerca de 83% do total do Banco, justificado pela forte expansão geográfica em termos do número de Agências.

Em relação aos “ratios” de idade e de formação superior, foi possível manter os 28 anos de idade média e fazer subir a percentagem dos empregados com frequência universitária de 44% para 46%.

ÁREA fUNCIONAL 2009 2010 VAR%

Serviços Centrais 210 210 0

Rede Comercial 958 1.080 12,7

Nº Médio por Agência 8 8 0

DISTRIbUIÇÃO DOS EfECTIVOS POR fAIXA ETÁRIA

57%

18% 24%

1%

DISTRIbUIÇÃO DOS EfECTIVOS POR NíVEL DE ESCOLARIDADE

34%

11%

2% 7%

46%

18-24 ANOS

25-30

31-45

>45 ANOS

LICENCIADOS

bACHARELATO

fREqUÊNCIA UNIVERSITÁRIA

CURSO MÉDIO

OUTROS

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

No âmbito da formação profissional, considerada como um meio indispensável à actualização dos conhecimentos e do desenvolvimento, manteve-se o grande esforço de formação interna, através da utilização de formadores internos e exter-nos, que se traduziu em mais de 16.000 horas de formação, correspondentes a 12,5 horas por empregado, um ritmo mais elevado do que foi feito em 2009, com um volume total de 12.595 horas, correspondentes a 10 horas por empregado.

De entre as acções realizadas com maior impacto no Ban-co, salienta-se a formação em Gestão e Análise de Risco de Crédito que abrangeu grande parte dos colaboradores. Realça-se, também, a acção Condutas de Atendimento, diri-gida sobretudo às áreas de front-office, que visa aumentar

os padrões de atendimento e de qualidade do serviço a todos os nossos Clientes.

Ainda no âmbito da formação, e em parceria com o Banco BIC Português, manteve-se a política de atribuição de estágios formativos, de natureza profissional, a diversos colaboradores das áreas mais técnicas.

O Banco BIC promove ainda uma gestão preventiva da saúde e do bem-estar dos seus Colaboradores, com benefícios de assistência tanto aos seus trabalhadores como aos respec-tivos agregados familiares. Em 2010 foram realizados 6.886 actos clínicos, dos quais 4.489 usufruídos directamente pelos próprios trabalhadores.

ACTIVIDADE fORMATIVA

Número de empregados abrangidos por acções de formação profissional 1.017

Volume total de formação (em horas) 16.252

ACTOS MÉDICOS 2010

ESPECIALIDADE AGREGADO COLAbORADORES

Exames complementares 355 594

Clínica Geral 563 2.010

Estomatologia 182 469

Ginecologia/Obstetrícia 351 1.022

Cirurgia 54 50

Pediatria 746 -

Outras especialidades 145 343

TOTAL 2.397 4.489

Para a Gestão de Carreiras, assumida como um eixo estra-tégico e determinante na motivação e retenção dos seus Recursos Humanos, o Sistema de Avaliação de Desempenho continua a ser uma ferramenta indispensável à gestão activa de talento e à melhoria da orientação para o desempenho.

Um forte contributo para o resultado, tanto qualitativo como quantitativo, obtido pelo Banco ao longo de 2010, consistiu

igualmente na manutenção da política remuneratória sempre indexada ao desempenho individual, com incentivos mone-tários pelo seu contributo para os resultados.

Sendo bastante positiva a evolução do clima social, importa continuar a desenvolver acções que potenciem o aumento dos níveis de satisfação dos colaboradores.

O Banco BIC é uma referência no sector bancário Angolano, onde se destaca a liderança nas operações cambiais, bem como o crescimento ao nível da sua posição entre os 21 Bancos da praça, sendo actualmenteo quarto banco no ranking dos recursos totais de clientes e o quinto no crédito concedidoà economia.

ANÁLISE FINANCEIRA

13_ ANÁLISE FINANCEIRA DO BANCO BIC

Num ano de transição da economia angolana, após anos de forte crescimento até 2008 e de um crescimento quase nulo em 2009, o ano de 2010 reflecte os ajustamentos e os impactos que se seguiram ao endurecimento da política monetária seguida pelo Banco Central, bem assim como da dificuldade sentida pelas empresas no recebimento da dívida pública interna.

As reservas obrigatórias junto do BNA, que correspondiam a uma percentagem de 30% dos passivos e eram exigidas em moeda nacional, passaram no exercício de 2010 a ser apuradas através da aplicação de uma percentagem de 25% sobre os passivos elegíveis em moeda nacional, e de uma percentagem de 15% sobre os passivos elegíveis em moeda estrangeira e, adicionalmente, passaram a ser exigidas em moeda nacional e em moeda estrangeira, consoante a deno-minação dos passivos que lhes estão na origem.

Este facto esteve na origem de uma redução significativa da liquidez em moeda estrangeira e, consequentemente, na disponibilidade de divisas para fazer face às solicitações dos nossos clientes importadores, relacionadas com os seus pagamentos ao exterior.

Por outro lado, esta política monetária, complementada pela restrição e condicionamento à venda de divisas no mercado de fixing do BNA aos bancos comerciais, possibilitou que a

desvalorização cambial do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos ao longo do ano de 2010, tendo por base o câmbio médio indicativo publicado pelo Banco Nacional de Angola, tenha ascendido unicamente a 3,6%.

Importa salientar o impacto que a quase interrupção dos pa-gamentos do Estado ao longo do primeiro semestre de 2010 teve ao nível económico, designadamente pelas dificuldades financeiras sentidas pelas empresas fornecedoras de bens e serviços ao Estado, bem assim como das demais empresas que indirectamente dependem deste fluxo de rendimentos.

Ao nível do Banco BIC, este impacto foi particularmente sen-tido ao nível da evolução da carteira de depósitos que, após meses sucessivos de redução até Maio de 2010, apresentou alguma estabilidade até Julho e apenas em Agosto iniciou a sua trajectória ascendente que se seguiu até ao final do ano. Tal facto conduziu a um impacto negativo ao nível da margem financeira, por via do efeito volume inerente.

Por outro lado, as dificuldades sentidas pelas empresas nos recebimentos do Estado traduziram-se num aumento dos ní-veis de incumprimento das suas responsabilidades de crédito, bem assim como na necessidade de proceder à reestruturação ou prorrogação de outras operações de crédito, cujos prazos inicialmente fixados se tornaram incompatíveis, face à nova realidade conjuntural.

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LISE

FIN

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Perante a complexidade do cenário supra referido, o Banco BIC procurou responder de forma adequada aos desafios que lhe foram colocados, com um ênfase particular no apoio aos seus clientes, com um cuidado acrescido no seu atendimento personalizado e uma atitude permanente de disponibilidade total, na protecção dos capitais próprios do Banco através de uma prudente cobertura cambial, a par com uma aplicação prospectiva do normativo em vigor em matéria de actuali-zação monetária e, ainda, numa monitorização estreita do binómio preço/risco ao nível das suas operações activas, com um rigoroso controlo de custos.

O Banco BIC no ano de 2010 manteve a sua posição entre os 21 bancos da praça, sendo actualmente o quarto banco no ranking dos recursos totais de clientes com uma quota de 13,78% e quinto no crédito concedido à economia, com uma quota de mercado de 10,52%.

O activo líquido total do Banco passou de USD 4.283 milhões em 31 de Dezembro de 2009 para USD 4.868 milhões em 31 de Dezembro de 2010, um aumento em termos absolutos de USD 585 milhões, correspondentes a cerca de 14%.

Os recursos totais de clientes ascenderam a USD 4.027 mi-lhões em 31 de Dezembro de 2010, tendo-se observado um aumento anual de 12%, enquanto que o crédito concedido aos clientes (incluindo o crédito por assinatura) ascendeu na mesma data a USD 2.281 milhões, correspondente a um crescimento de 10% face ao ano anterior.

Os resultados líquidos do Banco BIC no exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 totalizaram USD 142 milhões, os quais comparam com um resultado líquido de USD 149 milhões no ano de 2009, correspondendo a uma diminuição de 4% relativamente ao período homólogo.

Em 31 de Dezembro de 2010, os capitais próprios do Banco ascendiam a USD 565 milhões, um acréscimo de USD 105 milhões, ou 23%, face aos USD 460 milhões que se verificaram em 31 de Dezembro de 2009, sendo de realçar a reserva de actualização monetária dos fundos próprios de cerca de USD 77 milhões, como forma de proteger os capitais próprios do Banco BIC em face da desvalorização cambial observada em 2009 e em 2010.

ACTIVO LíqUIDO

RESULTADO LíqUIDO

CAPITAIS PRÓPRIOS

2009 2010

4.2834.868

14%

2009 2010

149

1424%

2009 2010

460

56523%

14_ BALANÇO

ACTIVONo ano de 2010 o activo líquido expresso em moeda es-trangeira apresentou um aumento de cerca de 14%, tendo passado de USD 4.283 milhões em 31 de Dezembro de 2009 para USD 4.868 milhões em 31 de Dezembro de 2010, ou seja, um aumento de USD 585 milhões.

Quando analisado este indicador em termos de moeda nacio-nal, verificamos que em 2010 o activo líquido total cresceu cerca de AKZ 68.000 milhões para AKZ 450.952 milhões, o que corresponde a um aumento de cerca de 18% face ao ano anterior.

De salientar o crescimento de 52%, correspondentes a cerca de USD 474 milhões na rubrica de Títulos e valores mobiliários, decorrente, essencialmente, da maior captação de recursos de clientes ocorrida no segundo semestre de 2010.

Importa ainda referir que, apesar dos desafios que se nos depararam em 2010, o Banco BIC continuou na senda de apoiar os seus clientes, empresas e particulares, através do aumento do crédito concedido, tendo este passado de USD 1.838 milhões em 31 de Dezembro de 2009 para USD 1.954 milhões em 31 de Dezembro de 2010 (excluindo o crédito por assinatura), ou seja, um aumento de, aproximadamente, USD 116 milhões (6%).

Em milhões

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

ACTIVO 2010 2009 %

Disponibilidades 102.615 1.108 106.406 1.190 -7%

Aplicações de liquidez 27.710 299 22.916 256 17%

Títulos e valores mobiliários 128.099 1.383 81.265 909 52%

Créditos sobre clientes 181.050 1.954 164.316 1.838 6%

Imobilizado líquido 8.470 91 6.904 77 18%

Outras activos 3.009 32 1.068 12 172%

TOTAL 450.952 4.868 382.875 4.283 14%

ACTIVO LíqUIDO

TíTULOS E VALORES MObILIÁRIOS

CRÉDITO SObRE CLIENTESDISPONIbILIDADES

APLICAÇÕES DE LIqUIDEZIMObILIZADO E OUTROS ACTIVOS

2009 2010

909

1.383

1.838

1.954

1.108299

1.190256

4.2834.283

4.868124

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

CRÉDITO CONCEDIDO A CLIENTESNo ano de 2010, em função dos desafios que se colocaram à Economia Angolana, o Banco BIC procurou apoiar as empresas e particulares através da selecção de diversos projectos com condições credíveis de reembolso, nos vários sectores de actividade económica.

A carteira de crédito concedido a clientes (incluindo o crédito por assinatura) apresentou um saldo de USD 2.281 milhões em 31 de Dezembro de 2010, o qual correspondeu a uma variação de USD 205 milhões, ou um aumento de 10% face aos USD 2.076 milhões apurados em 31 de Dezembro de 2009.

O crédito concedido ao nível do balanço, antes de constituição de provisões, aumentou cerca de USD 124 milhões, variação correspondente a 6% relativamente ao ano anterior. O crédito concedido a clientes no ano de 2010 representa cerca de 40% do total do activo (43% em 2009) e 90% do total agregado de crédito (incluindo o crédito por assinatura).

No que respeita à sua repartição por moeda, em 31 de Dezem-bro de 2010 o crédito concedido em moeda estrangeira ascen-deu a, aproximadamente, USD 1.683 milhões e representa 82 % do total da carteira de crédito, enquanto que o concedido em moeda nacional apresenta um saldo equivalente a USD 373 milhões na mesma data, correspondente a um peso de 18%.

No exercício de 2010, enquanto que o crédito concedido em moeda nacional apresentou uma redução percentual de 8%, o crédito concedido em moeda estrangeira aumentou cerca de 10%, quando comparado com o ano anterior.

CRÉDITO CONCEDIDO A CLIENTES

CRÉDITO CONCEDIDO CRÉDITO POR ASSINATURA

Em 31 de Dezembro de 2010, o crédito por assinatura as-cendeu a USD 225 milhões, representando cerca de 10% do total agregado da carteira de crédito a clientes, tendo-se ve-rificado um aumento de USD 81 milhões face ao ano anterior (57%). Para esta variação positiva contribuiu de forma muita significativa o aumento do relacionamento com o Banco BIC Português, designadamente no apoio dos clientes comuns que operam em ambos os mercados.

REPARTIÇÃO DO CRÉDITO CONCEDIDO POR MOEDA

CRÉDITO MN CRÉDITO ME

1.528

404

1.683

373

2009 2010

2009 2010

1.932

2.0562.076

144

225

2.281

Atentas as dificuldades sentidas ao nível dos diferentes agen-tes económicos a operar em Angola, conjugado com uma po-lítica de maior conservadorismo e precaução na classificação das operações de crédito, o Banco BIC reforçou as provisões constituídas para riscos de crédito, dispondo para o efeito, em 31 de Dezembro de 2010, de provisões totais no montante

de, aproximadamente, USD 106 milhões, ou seja, um aumento face ao ano anterior de cerca de USD 12 milhões (12%).

Em 31 de Dezembro de 2010, a cobertura do crédito total por provisões ascendeu a 4,8%, um ligeiro aumento em termos percentuais face ao ano anterior.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CRÉDITO CONCEDIDO A CLIENTES 2010 2009 %

1.Crédito Total 211.309 2.281 185.577 2.076 10%

1.1 Crédito sobre Clientes 184.022 1.986 167.988 1.879 6%

Crédito Moeda Nacional 32.723 353 34.845 390 -

Crédito Moeda Estrangeira 151.299 1.633 133.143 1.489 -

1.2 Crédito e Juros Vencidos 3.787 41 2.271 25 61%

Crédito e Juros Vencidos Moeda Nacional 1.460 16 928 10 -

Crédito e Juros Vencidos Moeda Estrangeira 2.327 25 1.343 15 -

1.3 Juros a Receber 2.704 29 2.476 28 5%

Juros a Receber Moeda Nacional 372 4 354 4 -

Juros a Receber Moeda Estrangeira 2.332 25 2.122 24 -

1.4 Crédito por Assinatura 20.797 225 12.842 144 57%

Garantias e Avales Prestados 14.790 160 8.706 97 -

Créditos Documentários Abertos 6.007 65 4.136 47 -

2. Provisões Constituídas para riscos de crédito 9.785 106 8.418 94 12%

Créditos de liquidação duvidosa 9.464 102 8.418 94 -

Prestação de garantias 321 3 0 0 -

3. Crédito Concedido, Líquido de Provisões 201.524 2.176 177.159 1.982 10%

Crédito vencido/ Crédito total 2,02% 2,02% 1,33% 1,33% -

Em milhões

EMPRESAS PARTICULARES

CRÉDITO CONCEDIDO POR bENEfICIÁRIOS

2009 2010

79% 80%

21% 20%

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Em 31 de Dezembro de 2010, à semelhança do ano anterior, cerca de 80% da carteira de crédito corresponde a crédi-to concedido a Empresas, enquanto que os restantes 20% referem-se a Clientes Particulares.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a carteira de crédito pode ser decomposta por tipo de produto como segue:

4%

20%

27%

10%

5%

16%

4%

8%

7%

27,3%

6,9%

4,3%

7,1%2,9%

1,7%

3,3%

46,7%

fINANCIAMENTO

CRÉDITO AO CONSUMO

CRÉDITOS DOCUMENTÁRIOS AbERTOS

GARANTIAS E AVALES PRESTADOS

DESCObERTOS EM DEPÓSITOS À ORDEM

HAbITAÇÕES

TESOURARIA

OUTROS

COMÉRCIO

ADMINISTRAÇÃO PÚbLICA, SEGURANÇA SOCIAL

ACTIVIDADES IMObILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS

ACTIVIDADES fINANCEIRAS DE SEGUROS

PARTICULARES

INDÚSTRIAS TRANSfORMADORAS

INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS (PETRÓLEO bRUTO E GÁS NATURAL, OUTROS)

CONSTRUÇÃO

OUTRAS ACTIVIDADES

É de salientar os crescimentos verificados ao nível do crédito para apoio a Tesouraria (USD 90 milhões, ou 17%), dos des-cobertos em depósitos à ordem (USD 51 milhões, ou 113%),

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CRÉDITO POR TIPO DE PRODUTO 2010 2009 %

Crédito ao consumo 6.846 74 8.553 296 -23%

Financiamento 97.393 1.051 93.992 1.051 0%

Outros Produtos 528 6 1.479 17 -66%

Tesouraria 56.899 614 46.882 524 17%

Habitação 14.355 155 12.418 139 11%

Investimento 563 6 539 6 1%

Automóvel 1.399 15 1.858 21 -28%

Descobertos em depósitos à ordem 8.866 96 4.031 45 113%

Garantias e avales prestados 14.790 160 8.705 97 65%

Créditos documentários abertos 6.007 65 4.136 47 39%

Crédito cartão VISA 959 10 508 6 88%

TOTAL 208.605 2.252 183.101 2.048 10%

Em milhões

do crédito para Habitação (USD 16 milhões, ou 11%) e, apesar de mais modesto em termos de volume, do crédito associado ao Cartão Visa (USD 4 milhões, ou 88%).

A distribuição da carteira de crédito por tipo de produtos revela uma grande diversidade de actividades apoiadas pelo Banco BIC. Os produtos mais procurados pelos clientes do Banco correspondem aos Financiamentos, com um peso de 46,7%, o crédito para apoio de Tesouraria com 27,3%, Garantias presta-das com 7,1%, Crédito para Habitação com 6,9%, Descobertos em Depósitos à Ordem com 4,3% e Crédito ao Consumo com um peso de 3,3% no total do crédito concedido (incluindo o crédito por assinatura).

Quando analisado o crédito por sectores de actividade, des-tacam-se o Comércio com 27%, seguido pelo crédito aos Par-ticulares com 20% e o Financiamento à Construção com 16%.

Em milhões

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CRÉDITO VENCIDO 2010 2009 %

Crédito Concedido 187.809 2.027 170.259 1.905 6%

Crédito Vencido 3.787 41 2.271 25 95%

Crédito Vencido/Crédito Concedido 2,02% 1,33% -

Cobertura do Crédito Vencido por provisões 258% 371% -

Provisões para Crédito/Crédito Concedido 4,77% 4,64% -

A qualidade da carteira de crédito concedido pelo Banco BIC manteve os bons níveis dos anos anteriores, tendo o crédito e juros vencidos em 31 de Dezembro de 2010 ascendido a USD 41 milhões. Apesar do aumento verificado face ao ano anterior, o rácio de crédito vencido sobre o total de crédito concedido manteve-se controlado e bastante abaixo dos rácios verificados a nível internacional.

Perante estes aumentos de exposição ao risco, por via do aumento da carteira de crédito concedido como um todo e, em particular, por via do aumento do crédito vencido, o Banco manteve um política conservadora de provisionamento, tendo inclusive sido reforçada ligeiramente a cobertura da carteira de crédito concedido por provisões, ascendendo esta em 31 de Dezembro de 2010 a uma percentagem de 4,8%.

48I49

14

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ÇO

RELATÓRIO E CONTAS 2010

CARTEIRA DE TíTULOSEm 31 de Dezembro de 2010, a carteira de títulos do Banco encontra-se classificada de acordo com a substância inerente ao propósito da sua aquisição e, nos termos do normativo aplicável, compreende as seguintes categorias:

Mantidos para negociação

Títulos do Banco Central (TBC’s);

Bilhetes do Tesouro (BT`s), ambos denominados em Kwanzas.

Disponíveis para venda

Unidades de participação do fundo de investimento mobiliário de obrigações Nevafund Global Fixed Income, denominado em Dólares dos Estados Unidos.

Mantidos até ao vencimento

Obrigações do Tesouro (OT’s) denominadas ou indexadas ao Dólar dos Estados Unidos; e

Obrigações do Tesouro (OT’s) com a remuneração indexada ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CARTEIRA DE TíTULOS 2010 2009 %

Mantidos para negociação 85.314 921 38.638 429 115%

Títulos do Banco Central 49.087 530 25.908 290 83%

Bilhetes do tesouro 32.073 346 10.262 115 202%

Juros a Receber 4.154 45 2.198 25 82%

Disponíveis para venda 250 3 225 3 7%

Mantidos até ao vencimento 42.535 459 42.672 477 -4%

Obrigações do Tesouro 42.232 456 42.157 472 -3%

Em moeda nacional (index USD) 28.182 304 26.534 297 2%

Em moeda nacional (index IPC) 9.053 98 9.510 106 -8%

Em moeda estrangeira (USD) 4.997 54 6.113 68 -21%

Juros a receber 303 3 515 5 -31%

TOTAL 128.099 1.383 81.265 909 52%

Em milhões

O aumento verificado na carteira de títulos de cerca de USD 474 milhões decorreu, essencialmente, das captações de liquidez junto dos clientes, verificadas no segundo semestre de 2010.

Simultaneamente, verificou-se uma recomposição da carteira, com o reforço dos TBC’s e dos BT’s, ambos emitidos em moeda nacional, a aumentarem cerca de USD 492 milhões, ou uma percentagem de 115%, enquanto que as OT’s observaram uma diminuição em termos absolutos de USD 18 milhões, corres-pondentes a uma percentagem de 4% face ao ano anterior.

Em 31 de Dezembro de 2010, os TBC´s e os BT´s ascendiam a um montante global de USD 921 milhões e representavam cerca de 67% do total da carteira de títulos do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2010, o Banco detém ainda unidades de participação do fundo de investimento mobiliário de obrigações Nevafund Global Fixed Income, com o valor de USD 3 milhões.

Em 31 de Dezembro de 2010, as OT´s ascendiam a um mon-tante global de USD 459 milhões e representavam cerca de 33% do total da carteira de títulos do Banco, enquanto que em 2009 representavam cerca de 52%. Esta variação é explicada, essencialmente, pela menor utilização desta forma de financiamento por parte do Estado Angolano em 2010, ao contrário do ocorrido em 2009.

CARTEIRAS DE TíTULOS

2010 2009

22%

7%

41%

4%

26%

TbC’S

bT’S

OT’S ME USD

OT’S MN INDEX IPC

OT’S MN INDEX USD

TBC’S BT’S OT’S

530

290346

115

456472

50I51

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

PASSIVO E SITUAÇÃO LíqUIDADo lado do passivo, registou-se um aumento de cerca de USD 480 milhões, face a 2009, correspondente a 13%. Este aumento deveu-se essencialmente ao aumento da rubrica de depósitos de clientes em cerca de USD 356 milhões (10%), face ao ano anterior.

É ainda de realçar o reforço dos capitais próprios do Banco no exercício de 2010, com uma variação absoluta de, aproxima-damente, USD 105 milhões, correspondentes a um aumento de 23% face ao ano anterior, e que se deveu ao resultado líquido do exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, com-plementado pela constituição da reserva de actualização mo-netária dos fundos próprios, levando ainda em consideração a distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2009 no montante de USD 37 milhões, que ocorreu no primeiro semestre de 2010.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

PASSIVO E SITUAÇÃO LíqUIDA 2010 2009 %

Depósitos 347.964 3.756 303.920 3.400 10%

Depósitos de Clientes 347.510 3.751 303.508 3.395 -

Depósitos à ordem de Instituições de Crédito 454 5 412 5 -

Captações de liquidez de clientes 25.607 276 17.547 196 41%

Outras captações 15.838 171 10.115 113 51%

Outras obrigações 7.988 87 9.281 104 -16%

Provisões para responsabilidades prováveis 1.241 13 892 10 34%

Situação líquida 52.314 565 41.120 460 23%

TOTAL 450.952 4.868 382.875 4.283 14%

Em milhões

PASSIVO E SITUAÇÃO LíqUIDA

OUTRAS CAPTAÇÕESOUTRAS ObRIGAÇÕES

PROVISÕES PARA RESP. PROVÁVEISSITUAÇÃO LíqUIDA

DEPÓSITOSCAPTAÇÕES DE LIqUIDEZ DE CLIENTES

2009 2010

3.400

3.756196

27617187 13

10113104

4604.283

4.869565

RECURSOS DE CLIENTESA carteira de recursos totais de clientes no ano de 2010 as-cendeu a cerca de USD 4.027 milhões, correspondendo a um aumento de USD 436 milhões e uma variação de 12% face a 2009. Os recursos totais de clientes englobam os Depósitos de Clientes, no montante de USD 3.751 milhões e com um peso de 93%, bem como as Captações de Liquidez, decorrentes de responsabilidades representadas por operações de venda de títulos próprios a clientes com acordo de recompra, com um total de USD 276 milhões, correspondentes aos restantes 7% da carteira de recursos de clientes.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

RECURSOS TOTAIS DE CLIENTES 2010 2009 %

Depósitos de clientes 347.510 3.751 303.508 3.400 10%

Depósitos à Ordem 177.810 1.919 179.005 3.395 -4%

Moeda Nacional 98.950 1.068 90.828 1.016 5%

Moeda Estrangeira 78.860 851 88.177 986 -14%

Depósitos a Prazo 169.700 1.832 124.503 1.393 32%

Moeda Nacional 93.641 1.011 64.347 720 40%

Moeda Estrangeira 76.059 821 60.156 673 22%

Captações de Liquidez 25.607 276 17.547 196 41%

Moeda Nacional 25.607 276 17.547 196 41%

TOTAL 373.117 4.027 321.055 3.591 12%

Em milhões

RECURSOS TOTAIS DE CLIENTES

CAPTAÇÕES DE LIqUIDEZDEPÓSITOS DE CLIENTES

2009 2010

3.395

3.751

196

276

3.591

4.027

RELATÓRIO E CONTAS 2010 52I53

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Em 31 de Dezembro de 2010, os recursos totais de clientes incluem depósitos à ordem no montante de USD 1.919 mi-lhões, que diminuiram 4%, depósitos a prazo com um saldo de USD 1.832 milhões, que aumentaram 32%, bem como captações de liquidez no montante de USD 276 milhões, que aumentaram 41%, face a 31 de Dezembro de 2009.

A carteira de depósitos de clientes que representa 93% do total dos recursos, cresceu USD 356 milhões face a 2009, equivalentes a 10%. Uma vez que o aumento dos recursos de clientes foi superior ao aumento do crédito concedido, o rácio de transformação desceu de 53% em 2009 para 50% em 2010.

Apesar do aumento verificado nos recursos de clientes, quan-do comparados os saldos no final dos exercícios de 2010 e 2009, estes evoluíram negativamente no primeiro semestre do ano, tendo iniciado apenas em Junho de 2010 a sua tra-jectória ascendente, a qual se manteve até ao final do ano.

Apresenta-se a seguir a evolução mensal da carteira de re-cursos de clientes, sendo de notar que apenas no mês de Agosto, se ultrapassaram os níveis do final do ano anterior.

EVOLUÇÃO DOS RECURSOS TOTAIS DE CLIENTES

DEz 09

3.591

3.511

JAN 10 FEV 10 MAR 10 ABR 10 MAI 10 JUN 10 JUL 10 AGO 10 SET 10 OUT 10 NOV 10 DEz 10

3.4383.291 3.268 3.208 3.260 3.319

3.684 3.622 3.6883.805

4.027

A carteira de depósitos à ordem apresenta a seguinte repar-tição por moeda: depósitos em moeda nacional de USD 1.068 milhões, correspondentes a 56% do seu total, e depósitos em moeda estrangeira de USD 851 milhões, com um peso de 44%.

Em 31 de Dezembro de 2010, os depósitos a prazo encon-tram-se repartidos em moeda nacional, com um saldo de USD 1.011 milhões e um aumento de 40% e depósitos a prazo denominados em moeda estrangeira no montante de USD 821 milhões, com um aumento de 22% face ao ano anterior.

No total dos recursos dos clientes em 31 de Dezembro de 2010, cerca de 58%, com um saldo de USD 2.355 milhões, encontram-se denominados em moeda nacional, enquanto que os res-tantes, equivalentes a 42%, num total de USD 1.672 milhões, encontram-se denominados em moeda estrangeira. Em 2009 esta repartição era de 54% e 46%, respectivamente.

PROVISÕESEm 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica de provisões para responsabilidades prováveis ascende a USD 13 milhões, mais USD 3 milhões que em 2009. Deste total, USD 3 milhões referem-se a provisões para garantias prestadas, USD 7 mi-lhões dizem respeito a provisões para pensões de reforma e os restantes USD 3 milhões correspondem a provisões para fazer face a eventuais contingências decorrentes da actividade do Banco, bem como para reflectir perdas potenciais no valor de realização de outros activos e contas de regularização.

RECURSOS TOTAIS DE CLIENTES POR MOEDA

RECURSOS MN RECURSOS ME

1.932

1.659

2.355

1.672

2009 2010

RELATÓRIO E CONTAS 2010 54I55

CAPITAIS PRÓPRIOS Em 31 de Dezembro de 2010, os capitais próprios do Banco totalizavam cerca de USD 565 milhões, tendo-se verificado um acréscimo de cerca de USD 105 milhões, equivalente a 23%, face ao ano anterior.

Para este reforço dos capitais próprios do Banco BIC contri-buiu de forma decisiva quer o resultado líquido apurado no exercício de 2010 no montante de USD 142 milhões, quer o reforço da reserva de actualização monetária dos fundos próprios no montante de, aproximadamente, USD 15 milhões, totalizando esta em 31 de Dezembro de 2010 o montante de USD 77 milhões.

O reforço dos capitais próprios do Banco permitiu a melhoria do seu rácio de solvabilidade e suportou o crescimento sus-tentado e equilibrado da actividade do Banco BIC ao longo do exercício de 2010.

No ano de 2010, a rubrica de reservas aumentou cerca de USD 114 milhões, os quais correspondem a uma variação anual de 49%. Em 31 de Dezembro de 2010, o total de reservas no montante de USD 345 milhões é composto pela reserva de actualização monetária dos fundos próprios no montan-te de USD 77 milhões (peso de 22%), pela reserva legal no

montante de USD 71 milhões (peso de 21%) e pelas outras reservas no montante de USD 197 milhões (peso de 57%).

Na sequência da autorização específica concedida pelo Banco Nacional de Angola, tendo presente a evolução verificada na taxa de câmbio do Kwanza Angolano face ao Dólar dos Estados Unidos e, consequentemente, o seu impacto ao nível da taxa de inflação medida em moeda nacional e a redução do valor aquisitivo dessa moeda, o Banco BIC procedeu à actualização monetária do seu capital, reservas e resultados transitados gerados em exercícios anteriores, bem assim como dos resultados mensais gerados ao longo de 2010, utilizando para o efeito a variação da taxa de câmbio média indicativa do Dólar dos Estados Unidos, publicada pelo BNA.

Em resultado do supra mencionado, o Banco BIC procedeu em 2010 ao reforço da reserva de actualização monetária dos fundos próprios no montante de, aproximadamente, USD 15 milhões.

Em 31 de Dezembro de 2010, os Fundos Próprios do Ban-co calculados de acordo com Instrutivo nº 15/03, do Banco Nacional de Angola, de 17 de Outubro, atingiram USD 574 milhões, comparando com USD 485 milhões no ano anterior. Esta variação traduziu-se num crescimento de 18%.

AKZ USD AKZ USD

CAPITAIS PRÓPRIOS 2010 2009

Capital 2.415 26 2.415 27

Reservas 31.938 345 20.612 231

Resultados Transitados 4.801 52 4.801 54

Resultado líquido do Exercício 13.160 142 13.292 149

TOTAL 52.314 565 41.120 460

Em milhões

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15_ DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS

O Banco BIC encerrou o ano de 2010 com um lucro líquido de USD 142 milhões, o que corresponde a um decréscimo de USD 7 milhões, ou uma diminuição de 4%, face ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CONTA DE EXPLORAÇÃO 2010 2009 %

1. Margem financeira (MF) 15.701 169 16.189 181 -6%

2. Margem complementar (MC) 9.660 105 11.995 134 -22%

3. Resultado de intermediação Financeira (RIF)=(MF)+(MC)

25.361 274 28.184 315 -13%

4. Custos administrativos e de comercialização (CAC) 10.017 108 7.950 89 22%

5. Outros proveitos e custos operacionais (OPCO) 1.932 21 1.799 20 4%

6. Resultado da actualização monetária patrimonial (RAMP)

1.357 15 5.798 65 -77%

7. Resultado operacional (RO)= (RIF)-(CAC)+ (OPCO)-(RAMP)

15.919 172 16.236 182 -5%

8. Resultado não operacional (RNO) 280 3 99 1 172%

9. Resultado antes de impostos (RAI)=(RO)+(RNO) 16.199 175 16.336 183 4%

10. Impostos sobre lucros (IL) 3.039 33 3.044 34 -4%

11. Resultado Líquido do Exercício (RLE)=(RAI)+(IL) 13.160 142 13.292 149 -4%

12. Cash Flow Após Impostos (CF) 15.126 163 17.117 191 -15%

Em milhões

56I57

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EMO

NST

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ÇÃO

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S R

ESU

LTA

DO

S

RELATÓRIO E CONTAS 2010

Este resultado é influenciado decisivamente pelo crescimento criterioso da actividade do Banco, pelo efeito volume que a variação da carteira de recursos de clientes ao longo do ano provocou, pelo prudente acompanhamento cambial e, ainda, pela monitorização rigorosa do binómio preço/risco ao nível das suas operações activas.

A margem financeira do Banco BIC passou de USD 181 milhões em Dezembro 2009, para USD 169 milhões em Dezembro 2010, enquanto que a margem complementar ascendeu a USD 105 milhões em 2010, face a USD 134 milhões em 2009.

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, os juros sobre o crédito concedido a clientes ascenderam ao montante de USD 249 milhões e representam 69% do total da margem financeira (59% em 2009), enquanto que os juros da carteira de títulos no montante de USD 111 milhões representam 30% do total da primeira margem (39% em 2009). Este aumento do peso dos juros do crédito concedido a clientes deve-se, essencialmente, ao efeito conjugado do aumento do volume da carteira de crédito concedido, a par com o aumento das taxas de juro aplicadas em 2010.

Os juros de aplicações de liquidez, cuja natureza corresponde a aplicações de curto prazo, apresentaram uma variação ne-gativa de cerca de USD 1 milhão, que corresponde a cerca de 23%, em razão do decréscimo das taxas de juro nos mercados internacionais.

A redução dos juros de títulos em cerca de 9% deveu-se ao efeito volume produzido pela redução significativa do sal-do médio da carteira de títulos verificada ao longo do ano de 2010. Embora a carteira tenha aumentado face a 2009, quando comparados os saldos em final de ano, este aumento ocorreu, essencialmente, no último trimestre de 2010, como resultado do pagamento parcial da dívida pública interna para com as empresas, com o consequente aumento da carteira de depósitos.

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, o resulta-do de intermediação financeira decresceu cerca de 13% e apresentou um montante de USD 274 milhões. Para além da redução verificada ao nível da margem financeira, conforme supra descrito, verificou-se também uma redução da margem complementar, com maior incidência sobre os resultados de operações cambiais.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

MARGEM fINANCEIRA 2010 2009 %

Juros de Crédito 23.087 249 16.398 183 36%

Juros de Títulos e Valores Mobiliários 10.258 111 10.910 122 -9%

Juros de Aplicações de Liquidez 260 3 327 4 -23%

Juros de Instrumentos Financeiros Passivos -17.904 -194 -11.446 -128 52%

TOTAL 15.701 169 16.189 181 -6%

Em milhões

MARGEM fINANCEIRA

JUROS DE APLICAÇÕES DE LIqUIDEZ

JUROS DE TíTULOS E VALORES MObILIÁRIOS

JUROS DE CRÉDITO

2009 2010

59%

69%

40% 30%

1%1%

Os resultados de negociação e ajuste ao valor justo atingiram USD 25 milhões no exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, registando uma redução de USD 9 milhões em relação aos USD 34 milhões apurados no exercício anterior. Em 31 de Dezembro de 2010, esta rubrica corresponde, essencial-mente, aos ganhos cambiais obtidos na carteira de títulos emitidos ou indexados a moeda estrangeira, bem assim como na valorização dos demais títulos indexados ao seu respec-tivo indexante.

Os resultados de operações cambiais, que correspondem essencialmente aos ganhos nas transacções de compra e venda de moeda estrangeira realizadas pelo Banco, bem como na reavaliação da posição cambial, fixaram-se em USD 76 milhões, no exercício findo em 31 de Dezembro de 2010. A redução verificada face ao exercício anterior deveu-se essencialmente a menores ganhos na gestão da posição cambial, fruto de uma menor desvalorização do Kwanza face ao Dólar, bem assim como de um menor volume de divisas tran-saccionadas com clientes, em razão de uma menor quantidade de divisas adquiridas no mercado primário de fixing do BNA.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

RESULTADO DE INTERMEDIAÇÃO fINANCEIRA 2010 2009 %

Margem financeira 15.701 169 16.189 181 -6%

Resultados de negociação e ajuste ao valor justo 2.284 25 3.079 34 -28%

Resultados de operações cambiais 7.011 76 10.274 115 -34%

Resultados de prestação de serviços financeiros 1.553 17 1.484 17 1%

Provisões para crédito de liquidação duvidosa -1.187 -13 -2.842 -32 -60%

TOTAL 25.361 274 28.184 315 -13%

Em milhões

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

Os encargos administrativos do Banco, que agregam os custos com o pessoal no montante de USD 62 milhões, os forneci-mentos de terceiros e outros gastos no montante de USD 39 milhões e as depreciações e amortizações do exercício de USD 7 milhões, registaram um aumento de cerca de USD 19 milhões face ao exercício anterior, ou uma variação de 22%.

Os custos com o pessoal ascenderam a cerca de USD 62 milhões, com um aumento face a 2009 de USD 14 milhões, equivalente a 30%, enquanto que os fornecimentos de ter-ceiros e outros gastos ascenderam a USD 39 milhões, com uma variação de 18% face ao ano anterior.

AKZ USD AKZ USD VARIAÇÃO

CUSTOS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO 2010 2009 %

Pessoal 5.757 62 4.275 48 30%

Fornecimentos de terceiros e outros gastos 3.593 39 2.938 33 18%

Depreciações e amortizações 667 7 737 8 -13%

TOTAL 10.017 108 7.950 89 22%

Em milhões

RESULTADO DE INTERMEDIAÇÃO fINANCEIRA

RESULTADOS DE NEGOCIAÇÃO E AJUSTE AO VALOR JUSTO

RESULTADOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS fINANCEIROS

RESULTADOS DE OPERAÇÕES CAMbIAIS MARGEM fINANCEIRA

2009 2010

52%59%

33% 26%9%

6%10%

5%

AGêNCIA BANCO BIC

As depreciações e amortizações do exercício fixaram-se nos USD 7 milhões, evidenciando uma redução de 12% face ao apurado em 2009.

O aumento do número de colaboradores, que evoluiu de 1.168 em 2009 para 1.290 em 2010, assim como a expansão da rede comercial do Banco (abertura de 23 novas agências), contribuíram decisivamente para o aumento dos custos ad-ministrativos e de comercialização.

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, os impostos sobre lucros a pagar ascenderam a USD 33 milhões (USD 34 milhões em 31 de Dezembro de 2009), traduzindo-se numa taxa efectiva de imposto de cerca de 23%. A diferença entre a taxa efectiva e a taxa nominal de imposto em vigor (35%), decorre essencialmente da isenção em sede de contribuição industrial dos proveitos gerados com os títulos da dívida pú-blica e seus equivalentes.

RELATÓRIO E CONTAS 2010 60I61

16_ PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS1

6_

PRO

POST

A D

E A

PLIC

AÇÃ

O D

OS

RES

ULT

AD

OS

De acordo com as disposições legais relativas à constituição de reservas e considerando que a expansão da rede comercial do Banco deverá ser sustentada numa base sólida de fundos próprios, o Concelho de Administração propõe que o resultado líquido positivo do exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, no montante de 142 milhões de Dólares dos Estados Unidos, tenha a seguinte aplicação: Reserva Legal 20% =28 milhões de dólares

Distribuição de Dividendos aos Accionistas 40% =57 milhões de dólares

Outras Reservas 40%= 57 milhões de dólares

Nesta história de sucesso, de distinção e de orgulho, é de enaltecer a dedicação e o valor dos nossos colaboradores, a confiança e o apoio dos nossos accionistas, bem como de todos os restantes parceiros que representam a base do nosso crescimento.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS

17_ DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

bALANÇOS EM 31 DE DEZEMbRO 2010 E 2009

Em milhares de Kwanzas

ACTIVO ACTIVO bRUTOAMORTIZAÇÕES

E PROVISÕESACTIVO LíqUIDO

ACTIVO LíqUIDO

2010 2009

1. Disponibilidades 102 615 144 - 102 615 144 106 406 281

2. Aplicações de liquidez 27 709 550 - 27 709 550 22 915 544

3. Títulos e valores mobiliários 128 098 678 - 128 098 678 81 264 732

4. Créditos no sistema de pagamentos 2 262 - 2 262 4 306

5. Operações cambiais 395 815 - 395 815 7 287

6. Créditos sobre clientes 190 513 641 9 464 047 181 049 594 164 316 081

7. Outros valores 2 610 920 - 2 610 920 1 056 702

8. Imobilizações incorpóreas 466 285 450 974 15 311 52 549

9. Imobilizações corpóreas 11 127 620 2 748 229 8 379 391 6 803 860

10. Imobilizações financeiras 74 975 - 74 975 48 015

Total do Activo 463 614 890 12 663 250 450 951 640 382 875 356

PASSIVO E SITUAÇÃO LíqUIDA 2010 2009

1. Disponibilidades 347 963 754 303 919 609

a) Depósitos à ordem 178 263 570 179 417 072

b) Depósitos a prazo 169 700 184 124 502 537

2. Captações de liquidez 25 607 062 17 547 395

3. Obrigações no sistema de pagamentos 2 424 588 5 067 731

4. Operações cambiais 397 922 6 099

5. Outras captações 15 838 461 10 114 673

6. Outras obrigações 5 164 840 4 207 575

7. Provisões para responsabilidades prováveis 1 241 015 892 322

Total do Passivo 398 637 642 341 755 404

8. Capital social 2 414 511 2 414 511

9. Reserva de actualização monetária dos fundos próprios 7 154 629 5 797 507

10. Reservas e fundos 24 783 397 14 814 273

11. Resultados transitados 4 801 496 4 801 496

12. Resultado líquido do exercício 13 159 965 13 292 165

Total da Situação Líquida 52 313 998 41 119 952

Total do Passivo e da Situação Líquida 450 951 640 382 875 356

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bALANÇOS EM 31 DE DEZEMbRO 2010 E 2009

Em milhares de Dólares

ACTIVO ACTIVO bRUTOAMORTIZAÇÕES

E PROVISÕESACTIVO LíqUIDO

ACTIVO LíqUIDO

2010 2009

1. Disponibilidades 1 107 641 - 1 107 641 1 190 253

2. Aplicações de liquidez 299 100 - 299 100 256 332

3. Títulos e valores mobiliários 1 382 713 - 1 382 713 909 022

4. Créditos no sistema de pagamentos 24 - 24 48

5. Operações cambiais 4 272 - 4 272 82

6. Créditos sobre clientes 2 056 428 102 156 1 954 272 1 838 029

7. Outros valores 28 183 - 28 183 11 820

8. Imobilizações incorpóreas 5 033 4 868 165 588

9. Imobilizações corpóreas 120 113 29 665 90 448 76 108

10. Imobilizações financeiras 809 - 809 537

Total do Activo 5 004 316 136 689 4 867 628 4 282 818

PASSIVO E SITUAÇÃO LíqUIDA 2010 2009

1. Depósitos 3 755 964 3 399 624

a) Depósitos à ordem 1 924 199 2 006 947

b) Depósitos a prazo 1 831 765 1 392 677

2. Captações de liquidez 276 406 196 284

3. Obrigações no sistema de pagamentos 26 171 56 687

4. Operações cambiais 4 295 68

5. Outras captações 170 962 113 142

6. Outras obrigações 55 750 47 066

7. Provisões para responsabilidades prováveis 13 396 9 981

Total do Passivo 4 302 944 3 822 853

8. Capital social 26 063 27 009

9. Reserva de actualização monetária dos fundos próprios 77 228 64 851

10. Reservas e fundos 267 515 165 711

11. Resultados transitados 51 828 53 709

12. Resultado líquido do exercício 142 050 148 685

Total da Situação Líquida 564 684 459 965

Total do Passivo e da Situação Líquida 4 867 628 4 282 818

AKZ USD AKZ USD

2010 2009

1. Proveitos de instrumentos financeiros activos 33 604 591 362 732 27 635 512 309 129

2. Custos de instrumentos financeiros passivos (17 903 857) (193 256) (11 446 219) (128 037)

3. Margem financeira (1+2) 15 700 734 169 476 16 189 293 181 092

4. Resultados de negociações e ajustes ao valor justo 2 283 775 24 651 3 078 916 34 441

5. Resultados de operações cambiais 7 011 353 75 681 10 274 033 114 925

6. Resultados de prestação de serviços financeiros 1 552 891 16 762 1 483 985 16 600

7. Provisões para crédito de liquidação duvidosa e prestação de garantias (1 187 325) (12 816) (2 841 810) (31 788)

8. Resultado de intermediação financeira (3+4+5+6+7) 25 361 428 273 754 28 184 417 315 269

9. Pessoal (5 756 570) (62 137) (4 275 363) (47 824)

10. Fornecimentos de terceiros e outros gastos (3 592 729) (38 780) (2 938 315) (32 868)

11. Depreciações e amortizações (668 069) (7 211) (735 880) (8 232)

12. Custos administrativos e de comercialização (9+10+11) (10 017 369) (108 129) (7 949 558) (88 923)

13. Provisões sobre outros valores e responsabilidades prováveis (110 375) (1 191) (247 618) (2 770)

14. Outros proveitos e custos operacionais 2 042 146 22 043 2 046 717 22 894

15. Outros proveitos e custos operacionais (13+14) 1 931 771 20 852 1 799 099 20 125

16. Resultado da actualização monetária patrimonial (1 357 122) (14 649) (5 797 507) (64 851)

17. Resultado operacional (8+12+15+16) 15 918 709 171 829 16 236 451 181 620

18. Resultado não operacional 280 111 3 024 99 483 1 113

19. Resultado antes de Impostos (17+18) 16 198 820 174 852 16 335 934 182 733

20. Impostos sobre lucros (3 038 855) (32 802) (3 043 769) (34 047)

21. Resultado líquido do exercício (19+20) 13 159 965 142 050 13 292 165 148 685

22. Cash flow após impostos (7+11+13+21) 15 125 735 163 269 17 117 473 191 475

Em milhares

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR fUNÇÕES

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18_ NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

(Montantes em milhares de Kwanzas Angolanos – mAKZ, excepto quando expressamente indicado)

1. NOTA INTRODUTÓRIAO Banco BIC, S.A. (adiante igualmente designado por “Banco BIC” ou “Banco”) foi constituído por Escritura Pública de 22 de Abril de 2005, na sequência da comunicação do Banco Nacional de Angola de 19 de Abril de 2005 que autorizou a sua constituição, e encontra-se sedeado na Rua Comandante Dangereux, no 73 em Luanda.

O Banco dedica-se à obtenção de recursos de terceiros sob a forma de depósitos ou outros, os quais aplica, juntamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, depósitos no Banco Nacional de Angola, aplicações em insti-tuições de crédito, aquisição de títulos e em outros activos, para os quais se encontra devidamente autorizado. Presta ainda outros serviços bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira.

Para a realização das suas operações, o Banco dispõe actu-almente em Angola de uma rede nacional de 123 balcões e postos de atendimento, 10 centros de empresas e 2 centros de investimento (107 balcões e postos de atendimento, 8 centros de empresas e 2 centros de investimento, em 31 de Dezembro de 2009).

As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2010 anexas encontram-se pendentes de aprovação pela Assem-bleia Geral de Accionistas. No entanto, o Conselho de Admi-nistração do Banco BIC admite que as mesmas venham a ser aprovadas sem alterações significativas.

2. bASES DE APRESENTAÇÃO E RESUMO DAS PRINCIPAIS POLíTICAS CONTAbILíSTICAS As demonstrações financeiras foram preparadas no pressu-posto da continuidade das operações, com base nos livros e registos mantidos pelo Banco, de acordo com os princípios contabilísticos estabelecidos no Plano de Contas das Insti-tuições Financeiras - CONTIF, conforme definido no Instrutivo nº 09/07, de 19 de Setembro, do Banco Nacional de Angola e actualizações subsequentes. Estes princípios poderão diferir dos geralmente aceites em outros países.

As demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2010 são as primeiras apresentadas pelo Banco de acordo com o formato CONTIF. Até 31 de Dezembro de 2009, as demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com os princípios consagrados no anterior Plano de Contas das Instituições Financeiras – PCIF, nos termos do Instrutivo nº 13/99, de 1 de Setembro, do Banco Nacional de Angola e actualizações subsequentes.

As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2009 e para o exercício então findo, apresentadas para efeitos comparativos (demonstrações financeiras próforma), foram elaboradas e re-expressas com base nas normas em vigor em 31 de Dezembro de 2010. Este processo consistiu na reclassificação de diversas rubricas ao nível do balanço e da demonstração dos resultados, não tendo, contudo, qualquer impacto em termos patrimoniais.

As demonstrações financeiras do Banco em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 encontram-se expressas em Kwanzas An-golanos, tendo os activos e passivos denominados em outras divisas sido convertidos para moeda nacional, com base no câmbio médio indicativo publicado pelo Banco Nacional de Angola naquelas datas. Em 31 de Dezembro 2010 e 2009, os câmbios do Kwanza Angolano (AKZ) face ao Dólar dos Estados Unidos (USD) e ao Euro (EUR) eram os seguintes:

31.12.10 31.12.09

1 USD 92,643 89,398

1 EUR 122,697 128,202

a) Especialização de exercícios

Os proveitos e custos são reconhecidos em função do período de vigência das operações, de acordo com o princípio conta-bilístico da especialização de exercícios, sendo registados quando se vencem, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

b) Transacções em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema “multi-currency”, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Kwanzas Angolanos à taxa de câmbio média publicada pelo Banco Nacional de Angola à data do balanço.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda es-trangeira à vista e a prazo são registadas na posição cambial.

Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, re-alizadas ou potenciais, registam-se na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, na rubrica de “Re-sultados de operações cambiais”.

c) Créditos sobre clientes

Os créditos concedidos a clientes são registados inicial-mente pelo seu valor nominal. A componente de juros é objecto de relevação contabilística autónoma nas respec-tivas contas de resultados. Os proveitos são reconheci-dos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês.

O Banco procede à anulação de juros vencidos superiores a 60 dias e não reconhece juros a partir dessa data, até ao momento em que o cliente regularize a situação.

Posteriormente, as operações de crédito concedido a clientes, incluindo as garantias e avales prestados, são submetidas à constituição de provisões, de acordo com o Aviso do Banco Nacional de Angola nº 4/2009, de 20 de Maio, que veio re-

vogar o Aviso nº 9/2007, de 12 de Setembro sobre a mesma matéria, e demais instruções e normas aplicáveis.

Provisões para crédito e jurosNos termos do normativo em vigor, o Banco classifica as ope-rações de crédito por ordem crescente de risco, de acordo com as seguintes classes:

Nível A: Risco nulo Nível B: Risco muito reduzido Nível C: Risco reduzido Nível D: Moderado Nível E: Risco elevado Nível F: Risco muito elevado Nível G: Risco de perda

As operações de crédito, incluindo as garantias bancárias e os avales prestados, são classificadas de forma individual, tendo em conta as características e os riscos das operações e do tomador do crédito, observando de um modo geral, para as operações sem incumprimento, os seguintes critérios:

Classe A: Créditos concedidos a colaboradores, créditos com garantia de contas cativas junto do Banco e/ou tí-tulos do Estado (Obrigações e Bilhetes do Tesouro, bem como Títulos do Banco Central). São ainda incluídos nesta classe os clientes que, tendo por base a sua situação económico financeira, a sua capacidade de gestão e o seu histórico de cumprimento, são pelo Banco considerados como de risco nulo;

Classe B: Créditos com garantia hipotecária e outros clien-tes que, tendo por base os critérios supra descritos, sejam pelo Banco considerados como de risco muito reduzido;

Classe C: Restantes créditos com promessa de hipoteca e/ou com outro tipo de garantias reais, bem como ope-rações que disponham unicamente de garantia pessoal.

O crédito vencido é igualmente analisado de forma casuística e, no mínimo, classificado nos níveis de risco anteriormente indicados, em função do tempo decorrido desde a data de entrada das operações em incumprimento.

Os níveis mínimos de provisionamento são calculados de acordo com a seguinte tabela:

NíVEIS DE RISCO A b C D E f G

% DE PROVISÃO 0% 1% 3% 10% 20% 50% 100%

Tempo decorrido desde aentrada em incumprimento

até 15 dias

de 15 a 30 dias

de 1 a 2 meses

de 2 a 3 meses

de 3 a 5 meses

de 5 a 6 meses

mais de 6 meses

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Por regra, as operações que sejam objecto de renegocia-ção são mantidas, pelo menos, no mesmo nível de risco em que estavam classificadas no mês imediatamente anterior à renegociação. Por regra, a reclassificação para uma classe de risco inferior ocorre apenas se houver uma amortização regular e significativa da operação. Os ganhos ou proveitos resultantes da renegociação só são registados quando do seu efectivo recebimento.

Em geral, a classificação das operações de crédito de um mesmo cliente, para efeitos de constituição de provisões, é efectuada na classe que apresentar maior risco.

As provisões para créditos de liquidação duvidosa são classi-ficadas no activo a crédito da rubrica “Créditos sobre clientes” (Nota 6).

d) Carteira de títulos

Atendendo às características dos títulos e à intenção quando da sua aquisição, a carteira de títulos do Banco é valorizada da seguinte forma:

Mantidos para negociaçãoSão considerados títulos de negociação aqueles que são adquiridos com o objectivo de venda.

Os Bilhetes do Tesouro e os Títulos do Banco Central, emitidos a valor descontado, são registados ao custo de aquisição. A diferença entre este e o valor de reembolso (valor nominal), que constitui a remuneração do Banco, é reflectida linearmen-te em resultados ao longo do período compreendido entre a data de compra e a data de vencimento dos títulos, por contrapartida da rubrica do activo “Juros a receber”

Disponíveis para vendaOs activos financeiros disponíveis para venda correspon-dem a unidades de participação em fundos de investimento mobiliário, as quais são registadas inicialmente ao custo de aquisição ( justo valor). Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente das unidades de participação ao justo valor são reconhecidos na demonstração dos re-sultados.

Mantidos até ao vencimentoEsta rubrica inclui os títulos que o Banco tem intenção e capacidade de deter até à sua maturidade.

As Obrigações do Tesouro são registadas ao custo de aquisi-ção. Os juros decorridos relativos a estes títulos, bem como a diferença entre o custo de aquisição e o valor de reembolso (no caso de títulos emitidos a valor descontado), são reflectidos linearmente em resultados, por contrapartida da rubrica do activo “Juros a receber” (Nota 5).

As Obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional, inde-xadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos, estão sujeitas a actualização cambial. Deste modo, o resultado da actualização cambial do valor nominal do título, do desconto e do juro corrido, é reflectido na demonstração dos resulta-dos do exercício em que ocorre, na rubrica “Resultados de negociações e ajustes ao valor justo” (Nota 21).

Operações de venda de títulos próprios com acordo de recompra Os títulos cedidos a clientes com acordo de recompra per-manecem registados na carteira de títulos do Banco, sendo o montante da venda registado na rubrica “Operações de venda de títulos próprios com acordo de recompra” (Nota 11). A diferença entre o valor de recompra contratado e o respectivo valor inicial de venda é reconhecida linearmen-te em resultados durante o período de vida da operação, por contrapartida da rubrica do passivo “Juros a pagar” (Nota 11).

e) Imobilizações financeiras

As imobilizações financeiras encontram-se registadas ao cus-to de aquisição. Quando este se encontra denominado em moeda estrangeira, é reflectido contabilisticamente à taxa de câmbio da data da operação. Sempre que se estimam perdas permanentes no seu valor de realização, são constituídas as respectivas provisões.

f) Imobilizações incorpóreas e corpóreas

As imobilizações incorpóreas correspondem essencialmente a software e a trespasses. Estas despesas são registadas ao custo de aquisição e amortizadas linearmente ao longo de um período de três anos.

As imobilizações corpóreas encontram-se registadas ao cus-to de aquisição. A depreciação é calculada pelo método das quotas constantes às taxas máximas fiscalmente aceites como custo, de acordo com o Código do Imposto Industrial, que correspondem aos seguintes anos de vida útil estimada:

ANOS DE VIDA ÚTIL

Imóveis de serviço próprio 50

Obras em edifícios arrendados 3

Equipamento:

Instalações interiores 10

Mobiliário e material 10

Máquinas e ferramentas 3 a 10

Equipamento informático 3 e 10

Material de transporte 3

Outro equipamento 10

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Não obstante o supra referido intervalo, a generalidade do equipamento informático está a ser amortizado em três anos.

Em 2010 e 2009 o Banco não procedeu à actualização mo-netária do seu activo imobilizado.

g) Contribuição industrial

O Banco encontra-se sujeito a tributação em sede de Imposto Industrial, sendo considerado fiscalmente um contribuinte do Grupo A. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos dos números 1 e 2 do Artigo 72º, da Lei nº 18/92, de 3 de Julho, sendo a taxa de imposto aplicável de 35%, na sequência da Lei nº 5/99, de 6 de Agosto.

O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais.

Apresenta-se na Nota 18 abaixo, a reconciliação entre o re-sultado fiscal e o resultado contabilístico.

h) Reserva de actualização monetária dos fundos próprios

Nos termos do Aviso nº 2/2009, de 8 de Maio, do Banco Nacional de Angola sobre actualização monetária, o qual revogou o Aviso nº 10/2007, de 26 de Setembro, as institui-ções financeiras devem, em caso de existência de inflação, considerar mensalmente os efeitos da modificação no poder de compra da moeda nacional, com base no Índice de Preços ao Consumidor.

O valor resultante da actualização monetária deve ser re-flectido mensalmente, a débito numa conta de resultados,

por contrapartida da reserva de actualização monetária dos fundos próprios.

No exercício de 2009, tendo presente a evolução verificada na taxa de câmbio do Kwanza Angolano face ao Dólar dos Estados Unidos e, consequentemente, o seu impacto ao nível da taxa de inflação medida em moeda nacional, o Banco soli-citou um pedido de autorização específico ao Banco Nacional de Angola no sentido de aplicar prospectivamente o disposto no Aviso nº 2/2009.

Através de carta datada de 26 de Novembro de 2009, o Depar-tamento de Supervisão de Instituições Financeiras informou que, por Despacho de Sua Excelência o Senhor Governador do Banco Nacional de Angola de 23 de Novembro, foi autorizado ao Banco BIC o seu pedido para actualização monetária.

i) Pensões de reforma

A Lei nº 07/04, de 15 de Outubro, que regulamenta o sistema de Segurança Social de Angola, prevê a atribuição de pensões de reforma a todos os trabalhadores Angolanos inscritos na Segurança Social. O valor destas pensões é calculado com base numa tabela proporcional ao número de anos de trabalho, aplicada à média dos salários ilíquidos mensais re-cebidos nos períodos imediatamente anteriores à data em que o trabalhador cessar a sua actividade. De acordo com o Decreto nº 7/99, de 28 de Maio, as taxas de contribuição para este sistema são de 8% para a entidade empregadora e de 3% para os trabalhadores.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, não existe qualquer compromisso formal do Banco quanto ao pagamento de com-plementos de reforma aos seus trabalhadores, para além da-quele que decorre da designada “Compensação por reforma”, nos termos da legislação laboral em vigor (Nota 15).

3. DISPONIbILIDADESEsta rubrica tem a seguinte composição:

A rubrica de depósitos à ordem no Banco Nacional de Angola inclui os depósitos constituídos para satisfazer às exigências de constituição e manutenção de reservas obrigatórias.

As reservas obrigatórias são apuradas actualmente nos ter-mos do disposto do Instrutivo nº 03/2010, de 4 de Junho, e são constituídas em moeda nacional e em moeda estrangei-ra, em função da respectiva denominação dos passivos que constituem a sua base de incidência.

Em 31 de Dezembro de 2010, a exigibilidade de manutençãode reservas obrigatórias é apurada através da aplicação de um

quoficiente de 25% sobre os passivos elegíveis em moeda nacional, e de um quoficiente de 15% sobre os passivos ele-gíveis em moeda estrangeira.

Os depósitos à ordem no Banco Nacional de Angola, bem como os domiciliados em outras instituições de crédito no estrangeiro, não são remunerados.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o saldo da rubrica “Che-ques a cobrar – No País” diz respeito aos cheques apresentados à compensação nas sessões dos dias uteís subsequentes ao final dos anos respectivos.

2010 2009

MOEDA MOEDA ESTRANGEIRA NACIONAL

MOEDA MOEDA ESTRANGEIRA NACIONAL

Caixa:

. Notas e moeda nacionais - 5 304 282 - 3 860 689

. Notas e moedas estrangeiras:

- Em USD 38 570 978 3 573 331 35 214 579 3 148 112

- Em outras divisas - 88 390 - 192 407

- 8 966 003 - 7 201 208

Depósitos à ordem no Banco Nacional de Angola (BNA):

. Em moeda nacional - 56 924 737 - 70 218 125

. Em moeda estrangeira - USD 232 500 000 21 539 497 - -

- 78 464 234 - 70 218 125

Depósitos à ordem em correspondentes no estrangeiro:

. Banco BIC Português, S.A. - 8 179 665 - 8 948 577

. Millennium BCP, S.A. - 4 800 297 - -

. Standard Chartered Bank - 1 232 608 - 1 755 588

. Commerzbank - 393 574 - 542 277

. HSBC Bank – Joanesburgo - 173 517 - 1 318 728

. HSBC Bank – Nova Iorque - - - 14 435 779

. Outros - 225 152 - 1 908 657

- 15 004 813 - 28 909 606

Cheques a cobrar – No País - 180 094 - 77 342

- 102 615 144 - 106 406 281

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 72I73

4. APLICAÇÕES DE LIqUIDEZAs operações realizadas no mercado monetário interfinanceiro correspondem a depósitos a prazo em instituições de crédito no estrangeiro e tem a seguinte composição:

2010 2009

Até um mês 13 264 481 -

Entre um e três meses 13 612 414 6 899 763

Entre três e seis meses 773 667 10 188 925

Entre seis meses e um ano - 5 723 418

27 650 562 22 812 106

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depósitos a prazo em Instituições de crédito no estrangeiro apresentavam a seguinte estrutura, por prazos residuais de vencimento:

2010 2009

Em Dólares dos Estados Unidos 0,57% 0,56%

Em Euros 0,92% 1,27%

2010 2009

MOEDAMOEDA

ESTRANGEIRAMOEDA

NACIONALMOEDA

ESTRANGEIRAMOEDA

NACIONAL

Banco BIC Português, S.A. EUR 90 175 007 11 064 203 84 227 917 10 798 187

Banco BIC Português, S.A. USD 96 580 030 8 947 464 31 017 094 2 772 866

Millennium BCP, S.A. EUR 30 577 613 3 751 781 30 000 000 3 846 060

HSBC Bank - Joanesburgo USD 31 415 924 2 910 465 47 348 018 4 232 818

Byblos Bank Europe USD 10 042 064 930 327 10 000 000 893 980

Banco Popular Portugal USD 500 000 46 322 3 000 000 268 194

Juros a receber - - 49 211 - 93 661

- - 27 699 773 - 22 905 767

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depósitos a prazo em Instituições de crédito no estrangeiro venciam juros às seguintes taxas médias anuais, ponderadas pelo respectivo valor nominal das aplicações:

Parte dos depósitos a prazo domiciliados no Banco BIC Por-tuguês, S.A. e no Banco Popular Portugal, S.A. encontram-se a colaterizar a abertura de créditos documentários e outras operações, no âmbito de linhas de crédito contratadas e ou-tros acordos celebrados com estas instituições financeiras.

5. TíTULOS E VALORES MObILIÁRIOSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

Mantidos até ao vencimento:

. Obrigações do Tesouro

– Em moeda nacional (Index USD) 5,73% 28 181 960 5,40% 26 534 279

– Em moeda nacional (Index IPC) 3,76% 9 053 410 3,45% 9 510 166

– Em moeda estrangeira (USD) 3,69% 4 996 821 3,85% 6 112 854

Juros a receber - 302 397 - 514 516

- 42 534 588 - 42 671 815

- 128 098 678 - 81 264 732

2010 2009

TAXA DE JURO MONTANTE TAXA DE JURO MONTANTE

Mantidos para negociação:

. Títulos do Banco Central 20,43% 49 087 172 14,32% 25 908 082

. Bilhetes do Tesouro 13,15% 32 073 149 17,06% 10 261 587

Juros a receber - 4 153 446 - 2 198 183

- 85 313 767 - 38 367 852

Disponíveis para venda - 250 323 - 225 065

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, as Obrigações do Te-souro emitidas em moeda nacional e que se encontram inde-xadas ao IPC, apresentam uma remuneração correspondente à aplicação da taxa de juro nominal, acrescida da evolução do Índice de Preços ao Consumidor.

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 74I75

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o Banco detém unida-des de participação do fundo de investimento mobiliário de obrigações Nevafund Global Fixed Income, denominado em Dólares dos Estados Unidos, com o seguinte detalhe:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os títulos em carteira apresentavam a seguinte estrutura, de acordo com os prazos residuais de vencimento:

2010 2009

VALOR DE VALOR DE bALANÇO VALOR DE VALOR DE bALANÇO

NATUREZA qUANTIDADE MERCADO USD mAKZ MERCADO USD mAKZ

Class I 25 095 107,67 2 702 017 250 323 100,32 2 517 567 225 065

2010 2009

Até três meses 22 889 229 29 734 723

De três a seis meses 20 966 111 11 178 302

De seis meses a um ano 47 992 890 5 491 747

Mais de um ano 31 544 282 31 922 196

Maturidade indefinida 250 323 225 065

123 642 835 78 552 033

6. CRÉDITOS SObRE CLIENTESEsta rubrica tem a seguinte composição:

2010 2009

MOEDA NACIONAL

Sector Público Administrativo 9 221 452 9 221 452

Descobertos em depósitos à ordem 3 948 176 1 352 865

Empréstimos 12 552 437 17 670 796

Créditos em conta corrente 6 944 959 6 561 276

Empréstimos a empregados 51 222 29 338

Produtos prestígio 5 240 9 720

32 723 486 34 845 447

MOEDA ESTRANGEIRA

Descobertos em depósitos à ordem 4 206 791 2 678 185

Empréstimos 106 911 156 85 932 468

Créditos em conta corrente 36 809 958 41 375 921

Empréstimos a empregados 3 370 531 3 155 534

151 298 436 133 142 108

TOTAL DE CRéDITO VINCENDO 184 021 922 167 987 555

Crédito e juros vencidos:

. Moeda nacional 1 459 588 927 858

. Moeda estrangeira 2 327 240 1 343 420

TOTAL DE CRéDITO E JUROS VENCIDOS 3 786 828 2 271 278

Total de crédito concedido 187 808 750 170 258 833

Juros a receber – moeda nacional 371 600 354 157

Juros a receber – moeda estrangeira 2 333 291 2 121 368

Total de juros a receber 2 704 891 2 475 525

190 513 641 172 734 358

PROVISÃO PARA CRéDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (NOTA 15) (9 464 047) (8 418 277)

181 049 594 164 316 081

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 76I77

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o crédito concedido a accionistas do Banco ou a sociedades por eles controladas ascende a cerca de mAKZ 18.055.000 e mAKZ 13.964.000, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o crédito concedido a clientes, excluindo os descobertos em depósitos à ordem, vencia juros à taxa média anual de 23,99% e 21,88% para o crédito em moeda nacional, 5,04% e 4,85% para o concedido em Euros e 11,12% e 10,16% para o crédito expresso em Dólares dos Estados Unidos, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os prazos residuais do crédito concedido a clientes, excluindo o crédito vencido, apresentam a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a repartição do crédito concedido a clientes entre empresas e particulares é como segue:

2010 2009

Até três meses 35 168 006 22 132 453

De três a seis meses 37 577 175 29 949 505

De seis meses a um ano 19 362 324 15 713 499

De um a três anos 40 978 384 43 627 708

De três a cinco anos 21 901 154 27 185 150

De cinco a dez anos 15 313 325 17 010 670

Mais de dez anos 13 721 553 12 368 570

184 021 922 167 987 555

2010 2009

VIVO VENCIDO TOTAL VIVO VENCIDO TOTAL

Empresas 149 388 097 1 764 381 151 152 478 132 892 756 848 852 133 741 608

Particulares 34 633 825 2 022 448 36 656 272 35 094 799 1 422 426 36 517 225

184 021 922 3 786 828 187 808 750 167 987 555 2 271 278 170 258 833

Apresenta-se a seguir a metodologia de apuramento da provi-são para créditos de liquidação duvidosa em 31 de Dezembro de 2010 e 2009:

2010

CRÉDITO VINCENDO

CRÉDITO VENCIDO

GARANTIAS bANCÁRIAS

TOTALTAXA DE

PROVISÃOPROVISÃO

Classe A 30 589 991 - 2 663 558 33 253 549 0% -

Classe B 97 398 677 - 9 688 535 107 087 212 1% 1 070 872

Classe C 48 326 979 330 020 2 428 223 51 085 222 3% 1 532 557

Classe D 2 490 658 127 611 - 2 618 269 10% 261 827

Classe E 2 486 365 230 051 - 2 716 416 20% 543 283

Classe F 562 684 142 699 - 705 383 50% 352 692

Classe G 2 166 568 2 956 447 9 265 5 132 280 100% 5 132 280

184 021 922 3 786 828 14 789 581 202 598 331 - 8 893 511

Provisões económicas - - - - - 891 819

184 021 922 3 786 828 14 789 581 202 598 331 - 9 785 330

2009

CRÉDITO VINCENDO

CRÉDITO

VENCIDO

GARANTIAS

bANCÁRIASTOTAL

TAXA DE PROVISÃO

PROVISÃO

Classe A 36 620 068 - 1 240 035 37 860 103 0% -

Classe B 70 799 381 - 6 630 974 77 430 355 1% 774 304

Classe C 51 936 903 210 578 801 416 52 948 897 3% 1 588 467

Classe D 3 417 480 173 388 22 350 3 613 217 10% 361 322

Classe E 1 924 682 222 942 - 2 147 624 20% 429 525

Classe F 708 215 94 371 - 802 586 50% 401 293

Classe G 2 580 826 1 570 000 11 622 4 162 448 100% 4 162 448

167 987 555 2 271 278 8 706 396 178 965 229 - 7 717 359

Provisões económicas - - - - - 700 918

167 987 555 2 271 278 8 706 396 178 965 229 - 8 418 277

RELATÓRIO E CONTAS 2010 78I79

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a composição da carteira de crédito concedido a clientes por sectores de actividade é a seguinte:

2010

VINCENDO VENCIDO TOTAL %

Empresas

Actividade Financeiras e de Seguros 6 902 885 16 527 6 919 412 3,68%

Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços prestados às Empresas

17 884 642 48 255 17 932 897 9,55%

Administração Pública e Segurança Social Obrigatória 14 382 392 1 206 14 383 598 7,66%

Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura 2 289 278 33 487 2 322 765 1,24%

Alojamento e Restauração (restaurantes e similares) 5 415 950 14 709 5 430 659 2,89%

Comércio 48 463 643 433 009 48 896 652 26,04%

Construção 29 745 926 324 264 30 070 190 16,01%

Educação, Saúde e Acção Social 1 403 190 2 685 1 405 875 0,75%

Indústrias Extractivas (Petróleo Bruto e Gás Natural, Outros) 6 395 248 206 682 6 601 930 3,52%

Indústrias Transformadoras 11 486 537 586 337 12 072 874 6,43%

Outras actividades recreativas, associativas e de serviços 383 427 4 316 387 743 0,21%

Pesca 335 177 6 243 341 421 0,18%

Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água 222 043 11 518 233 561 0,12%

Transportes, Armazenagem e Comunicações 4 077 758 75 144 4 152 902 2,21%

Particulares 34 633 825 2 022 447 36 656 272 19,52%

184 021 922 3 786 828 187 808 750 100,00%

2009

VINCENDO VENCIDO TOTAL %

Empresas

Actividade Financeiras e de Seguros 5 714 792 5 286 5 720 078 3,36%

Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços prestados às Empresas

13 187 526 91 814 13 279 340 7,80%

Administração Pública e Segurança Social Obrigatória 11 880 456 1 142 11 881 598 6,98%

Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura 2 865 397 20 628 2 886 025 1,70%

Alojamento e Restauração (restaurantes e similares) 4 192 217 12 681 4 204 898 2,47%

Comércio 42 776 268 310 559 43 086 827 25,31%

Construção 27 759 402 199 927 27 959 329 16,42%

Educação, Saúde e Acção Social 1 383 384 10 441 1 393 825 0,82%

Indústrias Extractivas (Petróleo Bruto e Gás Natural, Outros) 6 985 492 23 281 7 008 773 4,12%

Indústrias Transformadoras 11 237 110 86 465 11 323 575 6,65%

Outras actividades recreativas, associativas e de serviços 499 984 26 100 526 085 0,31%

Pesca 362 073 6 407 368 480 0,22%

Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água 166 908 12 108 179 016 0,11%

Transportes, Armazenagem e Comunicações 3 881 747 42 014 3 923 760 2,30%

Particulares 35 094 799 1 422 426 36 517 225 21,45%

167 987 555 2 271 278 170 258 833 100,00%

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7. OUTROS VALORESEsta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica “Bens de uso não próprio”, refere-se a projectos imobiliários que se encontram em fase de construção e que se destinam a ser alienados a colaboradores do Banco. Este montante foi trans-ferido no exercício de 2010 da rubrica de “Imobilizações em curso” (Nota 9).

Nos termos do contrato celebrado entre o Banco BIC e a Visa International, o Banco obriga-se a manter um depósito colateral junto do banco custodiante da VISA (Barclays Bank London), sendo que o seu montante é apurado em função do volume de transacções efectuadas. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, este depósito colateral ascendia a cerca de 13.300.000 USD e 5.800.000 USD, respectivamente e era remunerado à taxa de juro anual de 0,15%, respectivamente. Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2010, o saldo do depósito colateral inclui valores provenientes do Banco Sol, S.A., decorrentes do serviço de acquiring, no montante de 11.400.000 USD.

2010 2009

Bens de uso não próprio 1 776 358 -

Colateral VISA 175 448 518 671

Adiantamento – cheques 78 283 23 282

Falhas de caixa 74 919 1 604

Economato 68 025 59 786

Rendas e alugueres 42 511 54 734

Seguros 25 529 5 826

Curso de formação 8 282 -

Licenciamento de Software 7 931 18 416

Outros 353 634 374 383

2 610 920 1 056 702

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o saldo da rubrica “Adian-tamento – cheques” corresponde a adiantamentos efectuados pelo Banco a clientes, relacionados com a compra de cheques sobre bancos estrangeiros ainda não cobrados nessa data. Estas contas a receber são cobradas no correspondente no início do exercício seguinte.

As falhas de caixa encontram-se provisionadas no âmbito da rubrica de “Outras provisões” (Nota 15).

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica “Outros” en-globa um montante de mAkz 161.111 de activos de realização duvidosa, os quais se encontram totalmente provisionados no âmbito da rubrica de “Outras provisões” (Nota 15).

RELATÓRIO E CONTAS 2010 80I81

8. IMObILIZAÇÕES fINANCEIRASEsta rubrica pode ser detalhada como segue:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o Banco detém uma participação de 3,06% no capital da EMIS – Empresa Inter-bancária de Serviços, S.A.R.L. (EMIS). A EMIS foi constituída em Angola com a função de gestão dos meios electrónicos de pagamentos e serviços complementares.

Na sequência da Assembleia Geral da EMIS realizada em Janeiro de 2009, foi deliberado o aumento do capital em USD 3.526.500, cabendo ao Banco BIC o montante de USD 108.000, a ser liquidado em três tranches iguais, a primeira das quais de USD 36.000 em Dezembro de 2009 e as duas subsequentes no ano de 2010.

Durante o exercício de 2006, o Banco prestou suprimentos a esta entidade, os quais não têm prazo de reembolso de-finido. Por deliberação da Assembleia Geral da EMIS em 27 de Novembro de 2007, estes suprimentos passaram a ser remunerados semestralmente à taxa Libor acrescida de um

spread de 3%. Na sequência da Assembleia Geral da EMIS realizada em Julho de 2010, foi deliberado o reforço das pres-tações acessórias no montante equivalente a USD 2 milhões, destinado a fazer face ao investimento relativo à Câmara de Compensação Automatizada de Angola, cabendo ao Banco BIC o montante de 117.647 USD.

Na Assembleia Geral extraordinária da Associação Angolana de Bancos (ABANC), da qual o Banco é associado, realizada em 28 de Julho de 2009, foi aprovado um plano de investimentos em activo fixo. A quota parte correspondente à participação do Banco BIC nesta Associação para este efeito, ascende actualmente a um total de USD 261.132.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o Banco detém uma participação de 0,95% no capital da BVDA – Bolsa de Valores e Derivativos de Angola, S.A. (BVDA).

2010 2009

MOEDA ESTRANGEIRA

(USD)

MOEDA NACIONAL

MOEDA ESTRANGEIRA

(USD)

MOEDA NACIONAL

EMIS

. Participação no capital 178 000 15 469 106 000 8 814

. Suprimentos 243 647 21 026 126 000 10 113

AbANC

. Suprimentos 261 132 24 225 167 871 14 833

bVDA

. Participação financeira 159 212 14 255 159 212 14 255

841 991 74 975 559 083 48 015

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ACTIVO bRUTO

SALDOS EM 31-12-2008

AUMENTOS AbATESTRANS-

-fERÊNCIASSALDOS EM 31-12-2009

AUMENTOS AbATESTRANS-

-fERÊNCIASREGULA-

-RIZAÇÕESSALDOS EM

12/31/2010

Imobilizações incorpóreas

Trespasses 149 815 - - - 149 815 - - - - 149 815

Despesas de constituição 4 383 - - - 4 383 - - - - 4 383

Custos plurianuais 33 682 - - - 33 682 - - - - 33 682

Sistemas de tratamento automático de dados “Software”

267 517 10 209 - - 277 726 - - - - 277 726

Outras imobilizações

incorpóreas679 - - 679 - - - - 679

456 076 10 209 - - 466 285 - - - - 466 285

Imobilizações corpóreas

Imóveis de serviço próprio 1 691 665 126 975 - 286 164 2 104 804 474 381 - 649 697 - 3 228 882

Obras em edifícios arrendados 1 021 892 30 603 - 61 025 1 113 520 28 231 - 92 115 - 1 233 866

Equipamento 2 107 570 407 123 (4 788) 184 955 2 694 860 547 386 (1 140) 281 069 - 3 522 175

Património artístico 427 - - - 427 391 - - - 818

4 821 554 564 701 (4 788) 532 144 5 913 611 1 050 389 (1 140) 1 022 881 - 7 985 741

Imobilizações em curso 1 916 873 1 623 496 - (532 144) 3 008 225 2 932 907 - (1 022 881) (1 776 372) 3 141 879

7 194 503 2 198 406 (4 788) - 9 388 121 3 983 296 (1 140) - (1 776 372) 11 593 905

AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS

SALDOS EM 31-12-2008

REfORÇOS AbATESSALDOS EM 31-12-2009

REfORÇOS AbATESSALDOS EM

12/31/2010

Imobilizações incorpóreas

Trespasses 112 650 26 965 - 139 615 8 400 - 148 015

Despesas de constituição 4 363 20 - 4 383 - 4 383

Custos plurianuais 28 933 3 947 - 32 880 802 - 33 682

Sistemas de tratamentoautomático de dados “Software”

190 734 45 446 - 236 180 28 036 - 264 216

Outras imobilizações incorpóreas 678 - 678 - 678

337 358 76 378 - 413 736 37 238 - 450 974

Imobilizações corpóreas

Imóveis de serviço próprio 176 629 43 633 - 220 262 56 203 - 276 465

Obras em edifícios arrendados 527 228 234 877 - 762 105 145 775 - 907 880

Equipamento 755 651 380 992 (1 034) 1 135 609 428 853 (578) 1 563 884

1 459 508 659 502 (1 034) 2 117 976 630 831 (578) 2 748 229

1 796 866 735 880 (1 034) 2 531 712 668 069 (578) 3 199 203

9. IMObILIZAÇÕES INCORPÓREAS, CORPÓREAS E EM CURSOO movimento nestas rubricas durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2010 foi o seguinte:

RELATÓRIO E CONTAS 2010 82I83

2010 2009

VALOR bRUTO

AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS

VALOR LíqUIDO

VALOR bRUTO

AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS

VALOR LíqUIDO

Instalações interiores 971 593 (247 385) 724 209 728 536 (158 664) 569 872

Mobiliário e material 807 794 (205 375) 602 420 559 898 (136 062) 423 836

Máquinas e ferramentas 464 849 (161 579) 303 269 339 196 (100 350) 238 846

Equipamento informático 720 436 (540 523) 179 912 583 513 (410 751) 172 762

Material de transporte 468 132 (394 515) 73 618 443 651 (321 252) 122 399

Outro equipamento 89 371 (14 507) 74 864 40 066 (8 530) 31 536

3 522 175 (1 563 884) 1 958 291 2 694 860 (1 135 609) 1 559 251

No exercicío de 2010, os imóveis em construção destina-dos a serem alienados a colaboradores do Banco foram reclassificados para a rubrica de “Outros valores” (Nota 7) e, para efeitos de apresentação ao nível do movimento do imobilizado, foram incluídos na coluna de “Regularizações”. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a rubrica de “Equipa-mento” pode ser detalhada como segue:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a rubrica de imobilizações em curso corresponde, essencialmente, aos custos incorridos com a aquisição do espaço e ao pagamento a fornecedores pelas obras que estão a ser realizadas em instalações para o Banco, adquiridas ou alugadas, designadamente num edifício para instalação dos serviços administrativos, novos balcões e outras instalações, cuja inauguração se prevê para os exer-cicios seguintes à data do balanço.

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10. DEPÓSITOSEstas rubricas têm a seguinte composição:

2010 2009

Depósitos à ordem de Instituições de crédito:

Recursos de instituições de crédito no País

Depósitos à ordem:

Banco de Desenvolvimento de Angola 386 175 386 175

Juros a pagar 48 852 25 444

435 027 411 619

Recursos de instituições de crédito no estrangeiro

Descobertos em depósitos à ordem:

Bank Windhoek – USD 18 633 -

453 660 411 619

Depósitos à ordem de residentes:

Em moeda nacional

Sector público administrativo 359 045 1 105 837

Sector público empresarial 11 443 738 1 758 922

Empresas 56 274 021 59 067 722

Particulares 29 795 705 27699 778

97 872 509 89 632 259

Em moeda estrangeira

Sector público administrativo 101 792 368 716

Sector público empresarial 5 587 125 1 498 275

Empresas 39 434 558 44 889 069

Particulares 32 526 324 40 322 826

77 649 799 87 078 886

Depósitos à ordem de não residentes:

Moeda nacional 1 077 237 1 196 186

Moeda estrangeira 1 210 365 1 098 122

2 287 602 2 294 308

177 809 910 179 005 453

Total de depósitos à ordem 178 263 570 179 417 072

RELATÓRIO E CONTAS 2010 84I85

Durante o exercício de 2007, o Banco BIC e o Banco de De-senvolvimento de Angola (BDA) celebraram uma convenção financeira, em que o BDA financia o Banco para que este conceda crédito no âmbito de projectos relacionados com a promoção da actividade económica privada na produção de bens e serviços.

2010 2009

Depósitos a prazo de residentes:

Em moeda nacional

Sector público administrativo 10 121 709 6 075 677

Sector público empresarial 2 036 468 1 778 740

Empresas 61 844 210 45 859 137

Particulares 18 043 067 9 186 055

Juros a pagar 1 535 520 1 365 470

93 580 974 64 265 079

Em moeda estrangeira

Sector público empresarial 3 098 723 1 490 608

Empresas 42 974 541 32 662 949

Particulares 27 617 502 23 701 149

Juros a pagar 650 738 294 766

74 341 504 58 149 472

Depósitos a prazo de não residentes:

Moeda nacional 59 689 81 897

Juros a pagar 476 147

Moeda estrangeira 1 708 745 1 997 687

Juros a pagar 8 796 8 255

1 777 706 2 087 986

Total de depósitos a prazo 169 00 184 124 502 537

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Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depósitos a prazo de clientes apresentam a seguinte estrutura por moeda e taxa de juro média:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depósitos a prazo de clientes apresentavam a seguinte estrutura, de acordo com os prazos residuais de vencimento:

2010 2009

TAXA DE

JUROMONTANTE EM DIVISA

MONTANTE EM MAKZ

TAXA DE JURO

MONTANTE EM DIVISA

MONTANTE EM MAKZ

Em milhares de kwanzas Angolanos 16,79% - 92 104 667 14,39% - 62 981 359

Em Dólares do Estados Unidos 5,69% 778 154 379 72 091 033 4,88% 640 489 949 57 258 666

Em Euros 3,56% 26 968 492 3 308 954 4,54% 20 232 710 2 593 874

- - 167 504 654 - - 122 833 899

2010 2009

Até três meses 139 030 339 110 829 647

De três a seis meses 27 375 476 11 095 434

De seis meses a um ano 1 098 839 908 818

167 504 654 122 833 899

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os depósitos à ordem de clientes não são remunerados, com excepção de situa-ções específicas, definidas de acordo com as orientações do Conselho de Administração do Banco.

RELATÓRIO E CONTAS 2010 86I87

11. CAPTAÇÕES DE LIqUIDEZEsta rubrica compreende as operações de venda de títulos próprios com acordo de recompra, conforme descrito na Nota 2. d), e tem a seguinte composição:

Estas operações têm vencimento no primeiro semestre do ano seguinte à data de referência do balanço.

2010 2009

Obrigações do Tesouro 14 870 106 5 669 912

Títulos do Banco Central 9 937 181 10 078 703

Bilhetes do Tesouro 358 050 1 575 806

Juros a pagar 441 725 222 974

25 607 062 17 547 395

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12. ObRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOSEsta rubrica tem a seguinte composição:

A rubrica “Recursos vinculados a importações – recursos em cash” refere-se aos montantes depositados por clientes que se encontram cativos para liquidação de operações de importação.

2010 2009

Recursos vinculados a importações – moeda estrangeira

Recursos em cash 1 904 295 4 023 546

Cheques visados – Moeda nacional 514 085 1 040 716

Cheques sobre o estrangeiro 4 131 3 469

Ordens de pagamento recebidas a liquidar 2 077 -

2 424 588 5 067 731

RELATÓRIO E CONTAS 2010 88I89

13. OUTRAS CAPTAÇÕESEsta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os empréstimos obtidos venciam juros às seguintes taxas médias anuais, ponderadas pelo respectivo valor nominal das aplicações:

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, os empréstimos obtidos apresentavam a seguinte estrutura, por prazos residuais de vencimento:

2010 2009

Recursos de instituições de crédito no estrangeiro

Empréstimos:

Banco BIC Português, S.A. - Euros 13 125 243 6 552 208

Banco BIC Português, S.A. - USD 2 650 489 3 476 132

Juros a pagar 62 729 86 333

15 838 461 10 114 673

2010 2009

Em Euros 4,55% 6,28%

Em Dólares dos Estados Unidos 7,00% 10,00%

2010 2009

Até um mês 9 334 140 794 192

Entre um e três meses 6 441 992 9 234 148

15 775 732 10 028 340

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14. OUTRAS ObRIGAÇÕESEsta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica “Serviços pres-tados por accionistas”, compreende um montante a pagar decorrente de um conjunto de serviços de apoio comercial, organizativo e outros serviços prestados por accionistas do Banco durante o exercício de 2010, no montante 5.000.000 EUR (mAKZ 613.485) (Nota 23).

O saldo da rubrica “Custos a pagar - Encargos com o pessoal” refere-se à estimativa efectuada pelo Banco dos prémios de desempenho dos seus funcionários relativos aos exercícios de 2010 e 2009, a liquidar em 2011 e 2010, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o saldo da rubrica “Estu-dos e consultas” corresponde a 183.311 EUR (mAKZ 22.492) e 3.500.000 EUR (mAKZ 448.707), respectivamente, a pagar ao Banco BIC Português, S.A. pelos serviços de consultoria técnica na concepção e desenvolvimento de projectos, nos termos do contrato celebrado em Agosto de 2008 (Nota 23).

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica “Compen-sação em ATM’s”, refere-se aos movimentos efectuados em ATM’s/POS e TPA’s do Banco BIC nos últimos dias do ano e que aguardam compensação por parte da EMIS.

2010 2009

Obrigações de natureza fiscal:

Imposto sobre o rendimento a liquidar (Nota 18) 3 038 855 3 043 769

Tributação relativa a remunerações 178 784 35 380

Imposto do Selo 23 706 18 040

Outros 106 20

3 241 451 3 097 209

Obrigações de natureza cível:

Receitas com proveito diferido - Garantias 14 322 6 583

Obrigações de natureza administrativa/comercial:

Serviços prestados por accionistas 613 485 -

Férias e subsídio de férias 467 660 318 300

Encargos com o pessoal (Nota 24) 386 510 198 237

Compensação em ATM’s 182 896 -

Cartões VISA 30 688 13 655

Estudos e consultas 22 492 448 707

Outros custos administrativos 205 336 124 883

1 909 067 1 103 782

5 164 840 4 207 575

RELATÓRIO E CONTAS 2010 90I91

15. PROVISÕESO movimento nas provisões nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2010, foi o seguinte:

O Conselho de Administração do Banco irá implementar um programa complementar de pensões de reforma e sobrevi-vência, tendo para o efeito constituído uma provisão para pensões de reforma, cujo saldo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009 ascende a mAKZ 602.180 e mAKZ 473.809, equiva-lentes a aproximadamente 6.500.000 USD e 5.300.000 USD, respectivamente. Na opinião do Conselho de Administração do Banco, a provisão para pensões de reforma existente em 31 de Dezembro de 2010 é suficiente para fazer face às responsabilidades iniciais que resultarão da formalização do plano de contribuição definida que tenciona subscrever, após dedução das responsabilidades em matéria de “Compensação por reforma”, na sequência do disposto no Artigo nº 262 da Lei Geral do Trabalho.

Nos termos da legislação em vigor, as responsabilidades em matéria de “Compensação por reforma” são determinadas multiplicando 25% do salário mensal de base praticado na data em que o trabalhador atinge a idade legal de reforma, pelo número de anos de antiguidade na mesma data. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, estas responsabilidades ascendem a, aproximadamente, mAKZ 170.300 e mAKZ 121.500, respectivamente.

Nos exercícios de 2010 e 2009, o saldo da rubrica “Outras provisões” destina-se a fazer face a eventuais contingências decorrentes da actividade do Banco, bem como para reflectir perdas potenciais no valor de realização de contas a receber e de outros activos.

SALDOS EM

31-12-2008REfORÇOS

REPOSIÇÕES

E ANULAÇÕES

VARIAÇÃO

CAMbIAL

TRANSfE-

RÊNCIAS

SALDOS EM

31-12-2009

Crédito e juros 2 661 459 2 694 176 (593 170) 304 723 1 024 419 6 091 607

Riscos gerais de crédito 2 176 717 1 702 682 (961 878) 404 162 (995 013) 2 326 670

Pensões de reforma 308 193 95 507 - 70 109 - 473 809

Outras provisões 294 059 152 111 - 1 749 (29 406) 418 513

5 440 428 4 644 476 (1 555 048) 780 743 - 9 310 599

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SALDOS EM

31-12-2009REfORÇOS

REPOSIÇÕES

E ANULAÇÕES

VARIAÇÃO

CAMbIALUTILIZAÇÕES

TRANSfE-

RÊNCIAS

SALDOS EM

31-12-2010

Créditos de liquidação duvidosa - - - - - 9 464 047 9 464 047

Crédito e juros 6 091 607 3 239 542 (3 579 218) 130 511 - (5 882 442) -

Riscos gerais de crédito 2 326 670 2 222 793 (842 334) 42 650 - (3 749 779) -

Prestação de garantias - 234 713 (88 171) 5 839 - 168 901 321 282

Pensões de reforma 473 809 110 375 - 17 996 - - 602 180

Outras provisões 418 513 - - 27 (100 260) (727) 317 553

9 310 599 5 807 423 (4 509 723) 197 023 (100 260) - 10 705 062

16. MOVIMENTO NO CAPITAL PRÓPRIOO movimento nas rubricas de capital próprio nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2010, foi o seguinte:

CAPITAL

ACTUALIZAÇÃO

fUNDOS

PRÓPRIOS

RESERVA

LEGAL

OUTRAS

RESERVAS

RESULTADOS

TRANSITADOS

RESULTADO

DO

EXERCíCIO

TOTAL DA

SITUAÇÃO

LíqUIDA

Saldos em 31 de Dezembro

de 20082 414 511 - 1 806 425 2 424 206 4 801 496 10 583 642 22 030 280

. Aplicação do resultado

líquido de 2008- - 2 116 729 8 466 913 - (10 583 642) -

. Reforço da reserva para

actualização dos fundos

próprios

- 5 797 507 - - - - 5 797 507

. Resultado líquido do

exercício- - - - - 13 292 165 13 292 165

Saldos em 31 de Dezembro

de 20092 414 511 5 797 507 3 923 154 10 891 119 4 801 496 13 292 165 41 119 952

. Aplicação do resultado

líquido de 2009- - 2 658 433 7 310 691 - (9 969 124) -

. Distribuição de dividendos - - - - - (3 323 041) (3 323 041)

. Reforço da reserva para

actualização dos fundos

próprios

- 1 357 122 - - - - 1 357 122

. Resultado líquido do

exercício- - - - - 13 159 965 13 159 965

Saldos em 31 de Dezembro

de 20102 414 511 7 154 629 6 581 587 18 201 810 4 801 496 13 159 965 52 313 998

Capital

O Banco foi constituído com um capital de mAKZ 522.926 (equivalentes ao contravalor de 6.000.000 USD na data de constituição), representado por 522.926 acções nominativas de mil Kwanzas Angolanos cada, tendo sido integralmente subscrito e realizado em dinheiro.

Durante o exercício de 2006, o Banco aumentou o seu capital em mAKZ 1.088.751 (equivalentes a 14.000.0000 USD) e, posteriormente, em reunião de Assembleia Geral de 1 de Dezembro de 2006, foi deliberado novo aumento de capital do Banco de 20.000.000 USD para 30.000.000 USD, inte-gralmente realizado em dinheiro, passando a estar repre-sentado por 2.414.511 acções nominativas de mil Kwanzas Angolanos cada.

RELATÓRIO E CONTAS 2010 92I93

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a estrutura accionista do Banco é a seguinte:

NÚMERO DE ACÇÕES PERCENTAGEM

Sociedade de Participações Financeiras, Lda. 603 628 25,00

Amorim Holding Financeira, SGPS, S.A. 603 628 25,00

Fernando Leonídio Mendes Teles 482 902 20,00

José Ruas Vaz 241 451 10,00

Luís Manuel Cortês dos Santos 120 726 5,00

Manuel Pinheiro Fernandes 120 726 5,00

Sebastião Bastos Lavrador 120 726 5,00

Outros accionistas 120 724 5,00

2 414 511 100,00

Reserva de actualização dos fundos próprios

Na sequência da autorização específica concedida pelo Ban-co Nacional de Angola (Nota 2. h), o Banco BIC procedeu à actualização do seu capital, reservas e resultados transita-dos gerados em exercícios anteriores, bem assim como dos resultados mensais gerados no ano, utilizando para o efeito a variação da taxa de cambio média indicativa do Dólar dos Estados Unidos, publicada pelo BNA.

Aplicação dos resultados

No dia 15 de Abril de 2010, em reunião de Assembleia Geral, foi aprovada a proposta de aplicação dos resultados apre-sentados pelo Conselho de Administração e constante do Relatório de Gestão, pelo que do resultado líquido positivo

apurado no final do exercício de 2009, no montante mAKZ 13.292.165 (cerca de USD 149 milhões), foi transferido 20% para a rubrica de reserva legal, no montante de mAKZ 2.658.433 (aproximadamente USD 30 milhões), 25% para distribuição de dividendos aos accionistas (o equivalente a cerca de USD 37 milhões) e o restante para a rubrica de outras reservas.

Reserva legal

Nos termos da legislação vigente, o Banco deve constituir um fundo de reserva legal até à concorrência do seu capital. Para tal, é anualmente transferido para esta reserva um mínimo de 20% do resultado líquido do exercício anterior. Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as demais reservas constituídas.quando esgotadas as demais reservas constituídas.

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17. RUbRICAS EXTRAPATRIMONIAISEstas rubricas têm a seguinte composição:

2010 2009

Garantias prestadas e outros passivos eventuais:

. Garantias e avales prestados (Nota 6) 14 789 581 8 706 396

. Créditos documentários abertos 6 007 054 4 136 015

20 796 635 12 842 411

Responsabilidades por prestação de serviços:

. Custódia de títulos 4 365 744 5 237 783

. Cobrança de valores - sobre o País 1 323 205 1 025 246

. Cobrança de valores - sobre o estrangeiro 102 847 102 781

5 791 796 6 365 810

RELATÓRIO E CONTAS 2010 94I95

18. IMPOSTOSO Banco encontra-se sujeito a tributação em sede de Imposto Industrial, sendo considerado fiscalmente um contribuinte do Grupo A. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos dos números 1 e 2 do Artigo 72º, da Lei nº 18/92, de 3 de Julho, sendo a taxa de imposto aplicável de 35%, na sequência da Lei nº 5/99, de 6 de Agosto.

Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, a reconciliação entre o lucro contabilístico e o lucro para os efeitos de determinação da contribuição industrial pode ser detalhada como segue:

2010 2009

Resultados antes de impostos 16 198 820 16 335 934

Ajustamento:

. Benefícios fiscais em rendimento de títulos da dívida pública ou equivalentes:

- Juros e proveitos equiparados (Nota 20)

. Instrumentos financeiros equiparados a dívida pública (2 617 991) -

. Obrigações do Tesouro (1 828 490) (1 160 548)

. Bilhetes do Tesouro (805 842) (4 478 497)

- Lucros líquidos em operações financeiras

. Resultados em títulos (Nota 21) (2 264 054) (2 000 407)

(7 516 377) (7 639 452)

Lucro tributável 8 682 443 8 696 482

Taxa nominal de imposto 35% 35%

Imposto sobre o rendimento a liquidar (Nota 14) 3 038 855 3 043 769

Os juros de instrumentos financeiros equiparados a dívida pública referem-se a contrato de mútuo celebrado com o Estado Angolano, tendo a isenção de tributação em sede de contribuição industrial sido confirmada com base em parecer jurídico-fiscal emitido por perito externo independente.

Os proveitos dos títulos da dívida pública, obtidos em Obri-gações do Tesouro e em Bilhetes do Tesouro emitidos pelo Estado Angolano e enquadrados nos Decretos Regulamen-tares números 51/03 e 52/03, de 8 de Julho, gozam da isen-ção de todos os impostos. Tal facto é complementado pelo disposto na alínea c) do número 1 do Artigo 23º do Código do Imposto Industrial, onde é referido expressamente que não se consideram como proveitos os rendimentos de quaisquer títulos da dívida pública ou seus equivalentes, para efeitos do apuramento da contribuição industrial a pagar.

Desta forma, na determinação do lucro tributável dos exercí-cios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, tais proveitos foram deduzidos ao resultado bruto do exercício, sendo que após parecer favorável dos consultores fiscais do Banco, os ganhos líquidos resultantes da reavaliação cambial dos títulos são, para este efeito, equiparados ao juro e, consequente-mente, abrangidos pelo conceito de rendimento isento de tributação previsto pelo normativo em vigor.

As autoridades fiscais têm a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de cinco anos, podendo resultar devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, eventuais correcções à matéria colectável de 2006 a 2010. O Conselho de Administração do Banco entende que eventuais correcções que possam resultar dessas revisões não serão significativas para as demonstrações financeiras anexas.

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19. bALANÇO POR MOEDAEm 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o balanço por moeda do Banco apresenta a seguinte estrutura:

2010 2009

MOEDA

NACIONAL

MOEDA

ESTRANGEIRATOTAL

MOEDA

NACIONAL

MOEDA

ESTRANGEIRATOTAL

Disponibilidades 62 409 113 40 206 031 102 615 144 74 156 156 32 250 125 106 406 281

Aplicações de liquidez

-Operações no Mercado Monetário

Interfinanceiro- 27 699 773 27 699 773 - 22 905 767 22 905 767

-Aplicações em Ouro e Outros

Metais Preciosos9 777 - 9 777 9 777 - 9 777

Títulos e valores mobiliários

-Mantidos para Negociação 85 313 767 - 85 313 767 38 367 852 - 38 367 852

-Disponíveis para Venda - 250 323 250 323 - 225 065 225 065

-Mantidos até o Vencimento 37 495 901 5 038 687 42 534 588 33 095 297 9 576 518 42 671 815

Créditos no sistema de pagamentos 2 262 - 2 262 4 306 - 4 306

Operações cambiais - 395 815 395 815 - 7 287 7 287

Créditos

-Créditos sobre clientes 34 554 674 155 958 967 190 513 641 36 127 462 136 606 896 172 734 358

(-) Provisão para Créditos de

Liquidação Duvidosa(2 959 937) (6 504 110) (9 464 047) (2 235 384) (6 182 893) (8 418 277)

Outros valores 1 984 685 626 235 2 610 920 153 335 903 367 1 056 702

Imobilizações

-Imobilizações Financeiras 74 975 - 74 975 48 015 - 48 015

-Imobilizações Corpóreas 8 379 391 - 8 379 391 6 803 860 - 6 803 860

-Imobilizações Incorpóreas 15 311 - 15 311 52 549 - 52 549

Total do activo 227 279 918 223 671 722 450 951 640 186 583 223 196 292 132 382 875 356

Depósitos

-Depósitos à Ordem 99 384 773 78 878 797 178 263 570 91 240 064 88 177 008 179 417 072

-Depósitos a Prazo 93 641 139 76 059 045 169 700 184 64 347 123 60 155 414 124 502 537

Captações de liquidez

-Operações de Venda de Títulos

Próprios com Acordo de Recompra25 607 062 - 25 607 062 17 547 395 - 17 547 395

Obrigações no sistema de

pagamentos514 085 1 910 503 2 424 588 1 040 716 4 027 015 5 067 731

Operações cambiais - 397 922 397 922 - 6 099 6 099

Outras captações

-Outras Captações - 15 838 461 15 838 461 - 10 114 673 10 114 673

Outras obrigações 4 057 885 1 106 955 5 164 840 3 415 509 792 066 4 207 575

Provisões para responsabilidades

prováveis329 658 911 357 1 241 015 415 330 476.992 892 322

Total do Passivo 223 534 602 175 103 040 398 637 642 178 006 137 163 749 267 341 755 404

Activo/ (Passivo) líquido 3 745 316 48 568 682 52 313 998 8 577 086 32 542 866 41 119 952

RELATÓRIO E CONTAS 2010 96I97

20. PROVEITOS E CUSTOS DE INSTRUMENTOS fINANCEIROSEstas rubricas apresentam a seguinte composição:

2010 2009

Proveitos de instrumentos financeiros activos:

. De créditos 23 086 710 16 398 062

. De títulos e valores mobiliários:

- Títulos do Banco Central 7 623 751 5 271 200

- Obrigações do Tesouro (Nota 18) 1 828 490 1 160 548

- Bilhetes do Tesouro (Nota 18) 805 842 4 478 497

. De aplicações de liquidez 259 798 327 205

33 604 591 27 635 512

Custos de instrumentos financeiros passivos:

. De depósitos:

- À ordem 141 035 115 752

- A prazo 13 634 697 5 156 984

. De captações para liquidez:

- Títulos vendidos com acordo de recompra 3 214 482 5 651 081

- Recursos de outras instituições de crédito 913 643 513 847

- De outros - 8.555

17 903 857 11 446 219

Margem financeira 15 700 734 16 189 293

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21. RESULTADOS DE NEGOCIAÇÕES E AJUSTES AO VALOR JUSTONos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, esta rubrica corresponde, essencialmente, aos ganhos cam-biais obtidos na carteira de títulos emitidos ou indexados a moeda estrangeira, bem assim como na valorização dos demais títulos indexados ao seu respectivo indexante, e apresenta o seguinte detalhe:

22. RESULTADOS DE OPERAÇÕES CAMbIAIS

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, esta rubrica corresponde, essencialmente, aos ganhos nas transacções de compra e venda de moeda estrangeira, re-alizadas pelo Banco, bem como na reavaliação da posição cambial conforme descrito na Nota 2. b), e apresenta a se-guinte decomposição:

2010 2009

Mais valias 4 074 144 4 548 286

Menos valias (1 790 369) (1 469 370)

2 283 775 3 078 916

2010 2009

LUCROS PREJUíZOS LíqUIDO LUCROS PREJUíZOS LíqUIDO

Resultados em divisas 8 404 653 (1 501 415) 6 903 238 12 225 947 (2 767 434) 9 458 513

Resultados em notas e moedas 342 340 (234 225) 108 116 871 354 (55 834) 815 520

8 746 993 (1 735 640) 7 011 353 13 097 301 (2 823 268) 10 274 033

RELATÓRIO E CONTAS 2010 98I99

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23. RESULTADOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS fINANCEIROSEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2010 2009

Proveitos:

Comissões por ordens de pagamento emitidas 845 128 874 861

Comissões Visa 302 426 145 530

Comissões por garantias e avales 257 911 184 769

Comissões sobre transacções da EMIS 235 145 165 122

Comissões por créditos e remessas documentárias 194 660 220 496

Comissões – Ministério das Finanças 189 227 287 562

Comissões por abertura ou renovação de contas correntes caucionadas 126 288 75 730

Comissões por cheques emitidos 9 573 21 614

Outras comissões 34 496 36 505

2 194 854 2 012 189

Custos:

Comissões por outros serviços (360 314) (321 184)

Comissões sobre transacções da EMIS (131 266) (95 309)

Comissões por garantias recebidas (77 323) (32 317)

Outras comissões (73 060) (79 394)

(641 963) (528 204)

1 552 891 1 483 985

No exercício de 2010, o saldo da rubrica “Comissões por outros serviços” refere-se ao montante de 2.900.000 EUR (mAKZ 360.314) relativos aos serviços prestados pelos accionistas do Banco durante o exercício de 2010. No exercício de 2009, esta mesma rubrica inclui o montante de 2.500.000 EUR (mAKZ 321.184) correspondente aos serviços de consul-toria técnica na concepção e desenvolvimento de projectos prestados pelo Banco BIC Português, S.A., nos termos do contrato celebrado em Agosto de 2008 (Nota 14).

24. CUSTOS COM PESSOALEstas rubricas apresentam a seguinte composição:

2010 2009

Remunerações 3 238 722 2 216 540

Retribuição variável – Prémio de desempenho:

. Liquidado no exercício 1 708 039 1 570 714

. A liquidar (Nota 14) 386 510 198 237

Encargos sociais obrigatórios 219 299 152 161

Encargos sociais facultativos 196 704 135 324

Outros 7 296 2 387

5 756 570 4 275 363

25. fORNECIMENTO DE TERCEIROSEstas rubricas apresentam a seguinte composição:

2010 2009

Comunicação e despesas de expedição 660 339 523 998

Segurança e vigilância 557 886 369 129

Publicidade 534 822 408 683

Conservação e reparação 394 732 263 394

Rendas e alugueres 343 370 393 043

Impressos e material de consumo corrente 252 953 338 758

Deslocações e estadas 208 777 168 122

Água, energia e combustíveis 118 403 95 148

Serviços de limpeza 81 677 58 264

Seguros 74 026 44 806

Serviços especializados de informática 69 078 44 273

Quotizações e donativos 43 431 53 086

Formação de pessoal 17 918 7 751

Outros 226 519 126 762

3 583 931 2 895 217

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26. OUTROS PROVEITOS E CUSTOS OPERACIONAISEsta rubrica apresenta a seguinte composição:

2010 2009

Proveitos pela prestação de serviços diversos:

- Venda de moeda/levantamentos 991 102 963 419

- Emissão de cheques 254 684 238 858

- Outros 26 859 23 200

Reembolso de despesas:

- Sobre ordens de pagamento 286 788 341 067

- Outros 44 612 39 384

Outros 601 434 600 625

2 205 479 2 206 553

Custos e prejuízos diversos (163 333) (159 836)

2 042 146 2 046 717

27. RESULTADOS NÃO OPERACIONALEstas rubricas apresentam a seguinte composição:

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, os ganhos extraordinários descritos como “Colateral Visa” referem-se à regularização efectuada dos montantes depositados em exercícios anteriores junto do banco custodiante da Visa International e que tinham sido relevados como um custo desses exercícios (Nota 7).

2010 2009

Ganhos extraordinários:

Excesso de estimativa para férias e subsídio de férias 154 291 -

Cobrança de juros de mora, líquidos de anulações 143 441 46 306

Colateral Visa - 78 399

Outros 5 195 6 859

302 927 131 564

Outras perdas extraordinárias (22 816) (32 081)

280 111 99 483

19_ RELATÓRIO DE AUDITORIA

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