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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA BÁSICA
PROFESSOR: Dr. PAULO CAVALCANTI
Efeitos de agonistas alfa e beta adrenérgicos em Canis familiaris na presença e na
ausência de bloqueadores adrenérgicos
Daniel Henrique Bento de Oliveira
(10S12059)
TERESINA-PI
OUTUBRO, 2011
INTRODUÇÃO
“O sistema nervoso simpático é um regulador importante da atividade de órgãos tais
como coração e a vasculatura periférica, especialmente nas respostas ao estresse. Os efeitos
finais da estimulação simpática são mediados pela liberação, a partir dos terminais nervosos,
de norepinefrina, que serve para ativar os adrenorreceptores nos locais pós-sinápticos. Além
disso, em resposta a uma variedade de estímulos tais como estresse, a medula supra-renal
libera epinefrina, que é transportada no sangue para os tecidos-alvo; em outras palavras, a
epinefrina age como hormônio.” (KATZUNG, 2010)
O presente experimento teve como objetivo a análise dos efeitos dos agonistas e
antagonistas adrenérgicos em Canis familiaris nos seguintes parâmetros: frequência cardíaca,
pressão arterial e diâmetro dos vasos viscerais e vasos musculares, através de simulação
computadorizada.
MATERIAIS E MÉTODOS
Através de um programa de computador, simulou-se a administração de alguns
fármacos agonistas e antagonistas adrenérgicos seguindo a seguinte ordem: Noradrenalina,
Adrenalina, Isoprenalina, Efedrina, Alfa-bloqueador (com posterior ação da noradrenalina e
adrenalina) e Propranolol (com posterior ação da isoprenalina, noradrenalina e adrenalina).
Após cada administração, observaram-se alguns parâmetros: frequência cardíaca, pressão
arterial e diâmetro dos vasos viscerais e vasos musculares.
RESULTADOS
QUADRO 1.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE NORADRENALINA (20 mcg) EM Canis familiaris ATRAVÉS
SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERAIS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
NORADRENALINA
1ª ObservaçãoTaquicardia Vasoconstrição Vasoconstrição Aumento
NORADRENALINA
2ª ObservaçãoBradicardia Vasoconstrição Vasoconstrição Aumento
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
QUADRO 2.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE ADRENALINA (20 mcg) EM Canis familiaris ATRAVÉS SIMULAÇÃO
COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERAIS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
ADRENALINA
1ª ObservaçãoTaquicardia Vasoconstrição Vasodilatação Aumento
ADRENALINA
2ª ObservaçãoTaquicardia Normal Vasodilatação Diminuição
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
QUADRO 3.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE ISOPRENALINA (20 mcg) EM Canis familiaris ATRAVÉS
SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERAIS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
ISOPRENALINATaquicardia Normal Vasodilatação Diminuição
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
QUADRO 4.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE EFEDRINA (5mg) EM Canis familiaris ATRAVÉS SIMULAÇÃO
COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERIAS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
EFEDRINA Taquicardia Vasoconstrição Vasodilatação Aumento
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
QUADRO 5.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE -BLOQUEADOR, NORADRENALINA (20mcg) E
ADRENALINA (20 mcg) EM Canis familiaris ATRAVÉS SIMULAÇÃO
COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERAIS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
α-BLOQUEADOR Normal Vasodilatação Vasodilatação Diminuição
NORADRENALINA Taquicardia Vasodilatação Vasodilatação Aumento
ADRENALINA Taquicardia Vasodilatação Vasodilatação Diminuição
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
QUADRO 6.0: REGISTROS DA PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA CARDÍACA E
DIÂMETRO DOS VASOS VISCERAIS E MUSCULARES OBTIDOS APÓS A
ADMINISTRAÇÃO DE PROPRANOLOL (10 mcg), ISOPRENALINA (20 mcg)
NORADRENALINA (20 mcg) E ADRENALINA (20 mcg) EM Canis familiaris ATRAVÉS
SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA. TERESINA, 2011.
PARAMETROS/
PROCEDIMENTOS
FREQUÊNCIA
CARDÍACA
VASOS
VISCERAIS
VASOS
MUSCULARES
PRESSÃO
ARTERIAL
PROPANOLOL Bradicardia Normal Vasoconstrição Normal
ISOPRENALINA Bradicardia Normal Vasoconstrição Normal
NORADRENALINA Bradicardia Vasoconstrição Vasoconstrição Aumento
ADRENALINA Bradicardia Vasoconstrição Vasoconstrição Aumento
NIVEL BASAL Normal Normal Normal Normal
Fonte: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2011.2.
DISCUSSÃO
Segundo KATZUNG (2010), assim como os fármacos colinomiméticos, os
simpaticomiméticos podem ser agrupados pelo modo de ação e pelo espectro de receptores
que eles ativam. Alguns desses fármacos (p.ex., norepinefrina e epinefrina) agem de modo
direto; isto é, interagem diretamente com e ativam os adrenorreceptores. Outros agem
indiretamente, suas ações são dependentes da liberação de catecolaminas endógenas. Esses
agentes indiretamente podem ter um de dois mecanismos diferentes: (1) deslocamento das
catecolaminas armazenadas a partir da terminação nervosa adrenérgica (p. ex., anfetamina e
tiramina), ou (2) inibição da receptação das catecolaminas já liberadas (p.ex., cocaína e
antidepressivos tricíclicos). Alguns fármacos apresentam tanto ação direta e indireta. Ambos
os tipos de simpaticomiméticos, diretos e indiretos, causam finalmente ativação dos
adrenorreceptores, levando a alguns ou todos os efeitos das catecolaminas endógenas.
“O tônus do músculo liso vascular é regulado pelos adrenorreceptores;
consequentemente, as catecolaminas são importantes no controle da resistência vascular
periférica e da capacitância venosa. Os receptores alfa aumentam a resistência arterial,
enquanto os receptores 2 promovem o relaxamento do músculo liso. Há diferenças nos tipos
de receptores dos vários leitos vasculares. Os vasos da pele apresentam receptores
predominantemente e se contraem em resposta à epinefrina e norepinefrina, assim como os
vasos esplâncnicos. Os vasos do músculo esquelético podem se contrair ou dilatar,
dependendo de serem ativados os receptores ou .” (KATZUNG, 2010).
Ainda em KATZUNG (2010), os efeitos diretos sobre o coração são em grande parte
determinados pelos receptores 1, embora os receptores 2 e, em menor extensão, os
receptores também estão envolvidos, especialmente na insuficiência cardíaca. A ativação do
receptor beta resulta no aumento do influxo de cálcio nas células cardíacas. Isto tem tanto
consequências elétricas como mecânicas. A atividade marca-passo, tanto normal (nodo
sinusal) como anormal (por exemplo, fibras de Purkinje), é aumentada (efeito cronotrópico
positivo). A velocidade de condução do nodo atrioventricular é aumentada, e o período
refratário é reduzido. A contratilidade intrínseca é ampliada (efeito inotrópico positivo), e o
relaxamento é acelerado. Como resultado, a resposta espasmódica do músculo cardíaco
isolado é aumentada em tensão, mas abreviada em duração. No coração íntegro, a pressão
intraventricular eleva-se e cai mais rapidamente, e o tempo de ejeção é reduzido. Esses feitos
diretos são facilmente demonstrados na ausência de reflexos evocados por alterações na
pressão arterial, por exemplo, nas preparações miocárdicas e em pacientes com bloqueio
ganglionar. Na presença de atividade reflexa normal, os efeitos diretos na frequência cardíaca
podem ser dominados por uma resposta reflexa às alterações da pressão arterial. A
estimulação fisiológica do coração pelas catecolaminas tende a aumentar o fluxo cardíaco
coronariano.”
Segundo BRUNTON (2006), a noradrenalina é o principal mediador químico liberado
pelos nervos adrenérgicos pós-ganglionares, difere da epinefrina apenas a ausência da
substituição metil no grupo amino. É um potente agonista dos receptores α, enquanto exerce
relativamente pouca ação sobre os receptores β; todavia, é um pouco menos potente que
epinefrina sobre os receptores α da maioria dos órgãos. No coração a noradrenalina ativa os
receptores 1 provocando inicialmente o aumento da frequência e da força de contração
cardíaca, conforme explicado anteriormente. Nos vasos cutâneos e esplâncnicos ocorre
vasoconstrição, porque os receptores adrenérgicos por eles expressos são do tipo e a
noradrenalina ativa tais receptores promovendo a contração muscular desses vasos. Nos vasos
musculares a noradrenalina tem o mesmo efeito (vasoconstrição), pois apesar de a expressão
de receptores 2 nesses vasos ser maior que a de receptores , essa substância tem fraca
atuação sobre receptores 2. A pressão arterial aumenta por conta do aumento da resistência
periférica total devido à vasoconstrição vascular. Como se pode observar no QUADRO 1.0 a
administração de norepinefrina provocou taquicardia, vasoconstrição e aumento da pressão
arterial.
Para BRUNTON (2006), ocorrem elevações das pressões sistólica e diastólica e,
habitualmente, da pressão do pulso. O débito cardíaco diminui ou permanece inalterado, e
ocorre aumento da resistência periférica total. A atividade reflexa vagal compensatória
diminui a frequência cardíaca, superando uma ação cardioaceleradora direta, com aumento do
volume sistólico (QUADRO 1.0). Depois de algum tempo os parâmetros analisados
retornaram aos valores basais (QUADRO 1.0), pois a droga é degradada pela MAO e pela
COMT.
“A epinefrina (adrenalina) é um vasoconstritor e estimulante cardíaco muito potente.
A elevação da pressão arterial sistólica que ocorre após a liberação ou administração de
epinefrina é causada por suas ações inotrópica e cronotrópica positivas no coração
(predominantemente pelos receptores 1) e pela vasoconstrição induzida em muitos leitos
vasculares (receptores ). A epinefrina também ativa os receptores 2 de alguns vasos (p.ex.,
vasos sanguíneos do musculo esquelético), levando à sua dilatação. Consequentemente, a
resistência periférica total pode na verdade cair, explicando a queda da pressão diastólica que
algumas vezes é observada com a injeção de epinefrina.” (KATZUNG, 2010). No QUADRO
2.0 pode-se constatar que a adrenalina provocou aumento da pressão arterial, vasoconstrição
tanto visceral como muscular e também taquicardia. Num segundo momento o diâmetro dos
vasos viscerais voltou ao normal contribuindo, junto com a dilatação pronunciada dos vasos
musculares, para a queda da pressão arterial (QUADRO 2.0). “A administração de pequenas
doses de adrenalina pode determinar a queda da pressão arterial. O efeito depressor de
pequenas doses e a resposta bifásica a doses mais elevadas são decorrentes da maior
sensibilidade dos receptores β2 vasodilatadores à adrenalina do que dos receptores α
constritores” (BRUNTON, 2006). Isso ocorre porque nos vasos sanguíneos da musculatura
esquelética, a concentração limiar para a ativação dos receptores β2 pela adrenalina é menor
que a dos receptores α; todavia quando ambos os tipos de receptores são ativados com altas
concentrações de adrenalina, predomina a resposta aos receptores α. Num terceiro momento,
os efeitos cessaram e os parâmetros voltaram ao normal (QUADRO 2.0) devido à
metabolização pela MAO e COMT.
De acordo com KATZUNG (2010), O isoproterenol (isoprenalina) é um agonista
muito potente do receptor β e exerce pouco efeito nos receptores α. O fármaco tem ações
cronotrópicas e inotrópicas positivas; pelo fato de o isoproterenol ativar os receptores β quase
exclusivamente, ele é um vasodilatador potente. Essas ações levam a um aumento acentuado
do débito cardíaco, associado a uma queda da pressão diastólica e da pressão arterial media, e
uma queda menor ou um ligeiro aumento da pressão sistólica. De acordo com o QUADRO
3.0 a isoprenalina causou taquicardia, diminuição da pressão arterial, vasoconstrição
muscular, porém os vasos viscerais não sofreram nenhum efeito da isoprenalina.
“A efedrina é um agonista tanto α quanto β-adrenérgicos. Além disso, aumenta a
liberação de norepinefrina dos neurônios simpáticos. A efedrina não contém catecol e mostra-
se eficaz na administração oral, estimula a frequência e o débito cardíaco e aumenta de modo
variável resistência periférica, consequentemente elevando a pressão arterial e sendo um
potente estimulante do SNC. Após administração oral, os efeitos do fármaco podem persistir
por várias horas.” (BRUNTON, 2006). Na administração de efedrina observou que como não
é uma catecolamina, tem pequena ação estimulante nos receptores α (vasos viscerais) e
pequena ação α e β2 (vasos musculares), não é metabolizada pela COMT e nem pela MAO e
não é capturada pelos tecidos. No coração o receptor β1 é pouco ativado ocorrendo uma
pequena e duradoura hipertensão. Após a remoção da efedrina cessaram seus efeitos e os
resultados foram de acordo com a literatura. (QUADRO 4.0)
Segundo KATZUNG (2010), como o tônus arteriolar e venoso é determinado em
grande parte pelos α-receptores no musculo liso vascular, os fármacos antagonistas dos α-
receptores causam a diminuição da resistência vascular periférica e da pressão arterial. Esses
fármacos podem prevenir os efeitos pressores de doses usuais dos α-agonistas; na verdade, no
caso dos agonistas tanto com efeitos α-quanto β2 (p.ex., epinefrina), o antagonismo seletivo do
α-receptor pode converter uma resposta pressora em uma depressora. Os antagonistas dos α-
receptores frequentemente causam hipotensão postural e taquicardia reflexa. A hipotensão
postural é devida a antagonismo do estimulo pelo sistema nervoso simpático dos receptores α1
no musculo liso; a contração das veias é um componente importante da capacidade normal
para manter a pressão arterial em posição ereta. Como se observa no QUADRO 5.0 a efedrina
não alterou a frequência cardíaca, mas provocou a constrição tanto dos vasos vísceras como
dos musculares e também causou uma diminuição da pressão arterial.
Logo após o uso do alfabloqueador, simulou-se a utilização de noradrenalina, a qual
levou ao aumento frequência (efeito cronotrópico positivo) e da força de contração cardíaca
(efeito inotrópico positivo), uma vez que os receptores 1 não-bloqueados foram ativados;
moderada vasodilatação dos vasos viscerais e musculares, pois ocorre a inibição da
vasoconstrição que a noradrenalina provocaria ao ativar os receptores desses vasos
(QUADRO 5.0). Além do mais, a noradrenalina tem baixa ação nos receptores 2-
adrenérgicos o que também contribui para a vasodilatação observada nos vasos musculares.
No que diz respeito à pressão arterial, apesar da vasodilatação, houve elevação, já que ocorreu
aumento do debito cardíaco devido ao aumento da frequência cardíaca. A posterior
administração de adrenalina provocou aumento da frequência cardíaca e vasodilatação
visceral (QUADRO 5.0), efeitos que são explicados do mesmo modo que para a noradrenalina
após o uso do -bloqueador. Os vasos musculares se apresentaram bem mais dilatados, pois a
adrenalina ao contrário da noradrenalina é potente estimulador dos receptores β2. A pressão
arterial caiu devido à acentuada vasodilatação.
“Os antagonistas dos receptores exercem efeitos proeminentes sobre o coração. Os
efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos são previsíveis, se considerar o papel doa
receptores adrenérgicos na regulação dessas funções. No sistema vascular, o bloqueio dos
receptores opõe-se à vasodilatação mediada por 2. A princípio isso pode resultar em
aumento da resistência periférica, devido a efeitos mediados por receptores não–
bloqueados, à medida que o sistema nervoso simpático reage, em resposta à pressão sanguínea
baixa” (KATZUNG, 2010). Dessa forma, o diâmetro dos vasos viscerais continua normal
após o uso de propanolol, pois eles não expressam receptores para serem bloqueados. Já os
vasos musculares sofrem constrição, pois seus receptores 2 são bloqueados pelo propranolol,
e a descarga simpática atua apenas nos seus receptores , ocorrendo a vasoconstrição. A
pressão arterial ficou normal, pois a bradicardia é balanceada pelo aumento da resistência
periférica (QUADRO 6.0). Seguidamente, simulou-se o uso de isoproterenol (isoprenalina)
que é um agonista beta não-seletivo, e observou-se que não houve modificação nos efeitos
produzidos pelo propranolol, pois os receptores encontram-se bloqueados e o isoproterenol
não consegue ativá-los e produzir efeito (QUADRO 6.0). Logo após, simulou-se a
administração de noradrenalina e continuou ocorrendo bradicardia, por conta de que a sua
ação nos receptores 1 está bloqueada pelo propranolol; a vasoconstrição muscular e visceral
diminuiu pela ação da noradrenalina nos receptores não bloqueados. A pressão arterial
aumenta devido ao aumento da resistência vascular periférica (QUADRO 6.0). Em seguida
fez se uso de adrenalina e os efeitos verificados foram iguais ao do uso da noradrenalina
(QUADRO 6.0). Vale destacar que apesar da adrenalina ser um agonista 2-adrenérgico (ao
contrário da noradrenalina), não ocorreu vasodilatação musculara por conta do bloqueio 2 do
propranolol.
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto na referida prática pode-se compreender mais os efeitos
tanto dos agonistas e antagonistas adrenérgicos usados isoladamente ou em associação entre
os mesmos como também a importância dos seus efeitos na prática clinica com relação ao uso
de vários medicamentos. É essencial que o profissional farmacêutico entenda e compreenda
essas ações para que possa auxiliar no tratamento de várias patologias.
REFERENCIAS
BRUNTON, L. L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª Ed. São Paulo: McGraw-Hill Interamericana, 2006.
KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 10ª Ed. São Paulo: McGraw – Hill Interamericana, 2010.