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ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE PORTO NACIONAL - EFA CENTRO DE CAPACITAÇÃO DE JOVENS DA AGRICULTURA FAMILIAR - CJAF
PROJETO: CADEIAS PRODUTIVAS NA AGRICULTURA FAMILIAR NO CENTRO-SUL TOCANTINENSE
RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTOCO
1Prof. Dr. José Pedro Cabrera Cabral Universidade Federal do Tocantins
Introdução
Desde o dia 31 de maio de 2014 até o dia 02 de agosto, no município de Rio
Sono, 28 famílias integrantes de comunidades de agricultores familiares da região rural
do município se reunirão quinzenalmente na Escola Municipal Rural do Município para
dar inicio a um processo de diagnóstico socioeconômico -produtivo com a finalidade
de identificar potencialidades para o trabalho associativo em cadeias produtivas de:
frango, melhoramento genético de gado leiteiro e frutas do cerrado.
As atividades iniciaram as 8:30 horas e concluíram as 17:00 horas. O
levantamento de informações para a elaboração do diagnóstico esteve a cargo do Prof.
Dr. José Pedro Cabrera Cabral da Universidade Federal do Tocantins - UFT e das
colaboradoras Profa. Fernanda Beirão e da mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Geografia da (UFT) Angelita Fernandes Pereira.
Os procedimentos metodológicos para a coleta das informações visando a
construção do diagnóstico foram: a) a aplicação de um questionário semiestruturado
com perguntas abertas e fechadas e; b) entrevistas com as lideranças do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Rio Sono e das associações de produtores presentes. No total
participaram 28 famílias totalizando um número de participantes diretos no encontro
de 118 agricultores, sendo estes 51 do sexo feminino e 67 do masculino.
O objetivo destas atividades foi dar inicio a capacitação sobre Organização para
o Trabalho Coletivo, Gestão de Empreendimentos Solidários e elaboração do Plano de
1 Responsável pela pesquisa de diagnóstico das comunidades de Agricultores Familiares de Rio Sono,
colaborador e parceiro do Projeto: "Fortalecimento da Agricultura Familiar a partir da geração de trabalho e renda nas cadeias produtivas do Centro-Sul Tocantinense". Escola Família Agrícola de Porto Nacional - EFA, Centro de Capacitação de Jovens da Agricultura Familiar - CJAF - UFT - Programa Desenvolvimento & Cidadania, Petrobras.
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Negócios, atendendo assim, as atividades planejadas no Projeto Cadeias Produtivas na
Agricultura Familiar - CJAF/ Petrobras. Este relatório focou-se no processo de
diagnóstico socioeconômico-produtivo e, a partir deste se desenvolverá o Plano de
Negócios para as Unidades Produtivas a serem implantadas.
1. Informações socioeconômicas dos participantes
As 28 famílias participantes representam uma população de 118 pessoas, sendo
estas 67 do sexo masculino e 51 do sexo feminino, tendo uma média de idade para
cada sexo de 30,4 para os homens e 29 entre as mulheres. Em relação ao tempo de
residência na sua propriedade a maioria 17 famílias residem a mais de 20 anos no
local, 4 famílias entre 15 e 20 anos, 5 famílias entre 5 e 10 anos e, somente 1 família
reside no local entre 2 e 5 anos e 1 família a menos de dois anos. Observe-se no
Gráfico 1, o tempo de residência nas propriedades dos agricultores.
Gráfico 1. Tempo de Residência anos Propriedades das Famílias. Valores percentuais.
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O tamanho da propriedade destas famílias se concentra na sua maioria (19
famílias) em prédios de mais de 20 hectares, enquanto que, nas restantes nove
famílias, três possuem uma área de 15 a 20 hectares, uma de 10 a 15 hectares, três de
5 a 10 hectares e duas de 2 a 4 hectares.
Gráfico 2. Tamanho da s Propriedades. Valores percentuais.
Analisando a composição de renda familiar (monetária) se observou que os
rendimentos extraprediais são significativos para a renda familiar total, sendo que 9
famílias recebem benefícios de aposentadoria, outras 9 tem empregos municipais
(contratos) e 9 pessoas realizam atividades de trabalho eventual. No Gráfico 3, pode
observar-se o impacto da renda extra predial na composição da renda familiar.
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Gráfico 3. Composição da Renda Extra Predial das famílias
Observe-se na Tabela 1, o valor da renda familiar monetária. Esta renda
monetária declarada corresponderia ao total da renda obtida mensalmente por cada
grupo familiar. Não a consideramos renda total por que nesta não se incluem todos os
ganhos com a venda de produtos produzidos nas propriedades, nem o excedente da
produção que também se constitui como fonte de ingressos. Este excedente seria o
destinado ao consumo próprio, que obviamente, é um elemento que constitui a renda
total familiar, dificilmente identificado pelos agricultores como parte da renda familiar,
igualmente acontece com a parte da produção que se estoca para alimentação animal
(grãos).
Tabela 1. Valor de Renda Familiar Monetária declarada - Rio Sono - 2014
Valor da Renda Familiar Número de Famílias
Até R$ 250 0 de R$ 250 a R$ 500 3 de R$ 500 a R$ 750 9
de R$ 750 a R$ 1.000 3 de R$ 1.000 a R$ 1.500 8 de R$ 1.500 a R$ 2.000 3
de R$ 2.000 a R$ 2.500 0 Mais de R$ 2.500 2
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Na Tabela 2, podemos observar a Renda Per Capita de cada uma das 28 famílias
participantes. Para realizar o cálculo de aproximação a renda per capita utilizamos a
seguinte metodologia. Tomando uma faixa salarial se acrescenta ao menor valor o 50%
restante para se chegar ao maior valor, chagando-se a uma média estimada. Exemplo:
de R$ 1.000 a R$ 1.500 a média se realiza a partir do 50% do valor entre ambas
categorias, ou seja, R$ 1.250. Posteriormente, divide-se o valor total pelo número de
integrantes do grupo familiar. Utilizamos esta metodologia visto que é consagrada na
estatística econômica.
Pode observar-se na Tabela 2, certas assimetrias e disparidades entre a renda
per capita das famílias, assim como, uma disparidade entre a renda familiar monetária.
Isto se deve a que entre as famílias encontramos empregados públicos (entre eles um
vereador e uma secretária de educação) que, obviamente, distorcem a amostra devido
a obtenção de salários compatíveis com suas funções. Também encontramos famílias
com uma renda média e um baixo número de residentes na suas propriedades, o que
eleva a renda per capita em estes grupos familiares. Cabe ainda resaltar que, 17 das
famílias pesquisadas são beneficiários do Programa Bolsa Família.
Tabela 2. Renda Familiar Monetária e Renda Per Capita.
RENDA FAMILIAR MONETÁRIA RENDA PER CAPITA
280 93,33
1.500 300
375 93,75
625 104,16
2.500 625
625 104,16
375 93,75
625 89,28
1.250 208,33
1.250 312,5
1.250 312,5
2.500 357,14
875 437,5
1.250 250
875 218,75
1.250 312,5
1.250 312,5
625 156,25
6
625 208,33
1.500 300
500 125
1.000 500
1.000 333
500 250
500 125
250 50
1.000 333
1.000 500
Totalizando uma renda familiar per capita média de R$ 253,77.
2. Informações Produtivas das Famílias
As informações produtivas se focam em duas questões essenciais : a) o que
estes agricultores produzem e, b) o destino desta produção. Pode observar-se na
Tabela 3, os produtos de maior significação dos agricultores de Rio Sono. Os nove
produtos relacionados na tabela 3, são comuns a todas as propriedades participantes
do estudo. Em maior ou em menor medida, estes produtos se constituem como parte
básica da alimentação das famílias e como mercadorias para a comercialização e
obtenção de renda.
Tabela 3. Produtos de maior significado produtivo entre os agricultores de Rio Sono e seu destino.
(Valores percentuais)
Produtos Consumo Próprio PNAE Comércio Local PAA - Compra Direta
Mandioca 92 0,8 7,2 -
Farinha 88 - 12 -
Milho 100 - - -
Arroz 100 - - -
Feijão 95,5 - 4,5 -
Abobora 98,5 - - 1,5
Banana 89 - 11 -
Frango 83 3 11,5 2,5
Gado 27,5 - 72,5 -
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Observe-se na tabela 3, que a grande maioria da produção - a exceção da carne
de gado - tem como destino final o consumo direto das famílias. O destino final da
produção é de 86% para o consumo próprio, 13% para o comércio local, 0,55% para o
Programa de Aquisição de Alimentos - PAA e, 0,45% para o Programa Nacional de
Alimentação Escolar - PNAE. Estas informações apontam para uma série de
dificuldades dos agricultores para acessar as políticas de compra direta do governo
federal. Estas dificuldades são: a) dificuldades na organização dos agricultores em suas
correspondentes associações; b) associações com dificuldades de gestão; c) falta de
informações a respeito dos programas de compra direta; d) entraves burocráticos e;
dificuldades de articulação e diálogo com o poder público municipal.
Por outro lado, encontram um mercado local pequeno que não consegue
absorver a produção destes agricultores, somente 13% da produção é destinada ao
comércio local. Deve observar-se que no caso do Município de Rio Sono na categoria
de comércio local se limita a estabelecimentos comerciais fixos, não tendo os
agricultores espaços de comercialização alternativos como feiras livres. Para poder
aumentar a comercialização os agricultores encontram dificuldades com o transporte
devido a precárias condições das estradas locais, o que dificulta a possibilidade de
transportar parte da produção para os municípios vizinhos. Esta é uma questão que os
agricultores através de suas associações e do sindicato dos trabalhadores rurais do
município vem negociando soluções com a prefeitura municipal.
2.1. A produção existente nas cadeias produtivas do frango, frutas do cerrado e de
gado leiteiro.
As 28 famílias produtoras de Rio Sono possuem produção convergente para as
três cadeias produtivas, senda a mesma de, 1.292 frangos, possuindo 1.355 arvores
frutais e de 436 cabeças de gado leiteiro. Esta produção, de pequeno porte,
direcionada ao consumo próprio representa, no caso do frango, uma média de 46
animais por propriedade. A criação de frango está presente em 21 das propriedades de
forma precária: 95% dos agricultores não vacina os frangos e 80% destes não consegue
produzir a ração para alimentar as aves tendo que comprar ração industrializada.
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Em relação a produção de frutas do cerrado, não se tem informações sobre a
quantia de frutas produzidas por propriedade, a contagem foi feita a partir da
quantidade de árvores frutais existentes em cada propriedade em estágio produtivo,
descartando-se assim, as árvores que não estão em estágio de produção O tipo de
frutas e sua quantidade de árvores se pode observar na tabela 4. Pode notar-se uma
maior concentração de árvores frutíferas de pequi, caju e buriti, as mesmas estão
distribuídas entre as propriedades produtoras, já no caso do coco, esta cultura
concentra-se em uma única propriedade.
Tabela 4. Tipo de frutas do cerrado produzidas pelas comunidades de Rio Sono.
Tipos de Frutas Quantidade de árvores em fase de produção
Acerola 15
Cajá 63
Goiaba 69
Manga 79
Coco 160
Buruti 224
Caju 254
Pequi 491
TOTAL 1.355
O destino da produção de frutas é de consumo próprio e de alimentação
animal, sendo um percentual alto desta produção conduzido para compostagem.
Existe entre os agricultores o desenvolvimento de técnicas de conservas, compotas e
doces, mais pouco se destina a comercialização, fazendo parte do consumo familiar.
Os agricultores manifestaram interesse em organizar-se para o processamento de
frutas destinadas a comercialização, visando atender, futuramente, o Programa
Nacional de Alimentação Escolar do governo federal. Do total das 28 famílias, 24
possuem árvores frutais em suas propriedades.
O gado leiteiro está presente em 10 propriedades, fazendo uma média de 43,6
cabeças por propriedade. Não foi possível, neste primeiro momento, identificar a
quantidade de leite produzido pelo rebanho em geral e por cada propriedade em
particular. As raças do gado presente nestas propriedades é variada, predominando o
gado adaptado ou em processo de adaptação as condições climáticas da região. Todos
9
os proprietários manifestaram vacinar o gado, mais nenhum destes proprietários conta
com algum tipo de assistência técnica especializada nem com um veterinário.
Observou-se que para atender "emergências" de assistência técnica os agricultores se
ajudam mutuamente de forma solidária entre vizinhos.
2.2. Infraestrutura para à produção
A distância entre a propriedade e o local de comercialização dos produtos oscila
como média em 60 km, o que se identifica como um transtorno ou um obstáculo para
o deslocamento da produção. Os agricultores manifestaram que gastam com
transporte (frete) em média a quantia de R$ 120,00 cada vez que necessitam levar
seus produtos para os locais de venda. Com relação a maquinário, somente um
agricultor possui um trator (de mais de 15 anos de uso) e outro agricultor conta com
uma trituradora de milho na sua propriedade, a carência de equipamentos assim como
de sistemas de irrigação está presente na grande maioria destas comunidades. Outro
ponto relevante é que 10% das propriedades familiares não possuem energia elétrica.
Ainda como parte de sua infraestrutura, a utilização de defensivos agrícolas
(agrotóxicos) é utilizada por 50% dos agricultores, enquanto que 50% manifestou
utilizar adubação orgânica em suas propriedades. Não existe na região um sistema de
subministro de água tratada (potável) sendo a existente provinda de poços artesianos.
Sistemas de saneamento básico são inexistentes no meio rural do município e não há
nenhum tipo de coleta de lixo, o qual é geralmente incinerado. O acesso a educação no
meio rural atende o ensino fundamental, devendo encaminhar os alunos para
completar sua formação básica em outros municípios. Da mesma forma, o acesso a
serviços de saúde é precário e não atende as demandas da populações rurais. Mais o
ponto central - segundo os agricultores - é a falta de estradas e ruas de acesso as
propriedades, as existentes se encontram em péssimas condições de uso.
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3. Dificuldades para produzir
As dificuldades para a produção apontadas pelos agricultores se concentraram
em dois grupos fundamentais, o primeiro vinculado a infraestrutura e, o segundo a
falta de acesso a programas de financiamento, apontando o endividamento de alguns
agricultores com compromissos financeiros advindos de programas governamentais
como o Pronaf. Observe-se a tabela 5.
Tabela 5. Maiores dificuldades para produzir por categorias - valores percentuais.
Falta de Infraestrutura Indicações %
Dificuldades por falta de financiamento adequado
Indicações %
Falta de assistência técnica 90% Excesso de burocracia 85%
Falta de estradas 82% Falta de financiamento flexível 70%
Falta de transporte 80% Falta de linhas de crédito específicas por setor
produtivo
61%
Falta de maquinário 64% Endividamento dos agricultores
35%
Alto custo de insumos 55%
No grupo das dificuldades na categoria infraestrutura, a falta de assistência
técnica se refere a ausência deste serviço como também a falta de ações de extensão
rural. A falta de estradas se configura como uma das principais dificuldades para o
escoamento da produção aos centros de comercialização, sendo também um
significativo problema para o acesso a propriedade de insumos e da circulação das
próprias famílias. A falta de transporte se refere a locomoção para o escoamento da
produção e também no sentido do transporte público. A falta e maquinário se
relaciona com tratores e equipamentos para irrigação. E o alto custo dos insumos, está
diretamente direcionado com a problemática das estradas e do transporte, como
consequência de estradas e transporte deficitário, os insumos aumentam de valor para
chegar na propriedade.
Na categoria de dificuldades por falta de financiamento adequado, o excesso
de burocracia se evidencia como uma das grandes dificuldades dos agricultores para o
acesso as políticas públicas de compra direta. Neste sentido, existe uma falta de
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diálogo articulado entre os produtores (associações) e o poder público municipal,
dificultando ainda mais a questão burocrática. A falta de financiamento "flexível"
refere-se as formas de pagamento (parcelamento) dos financiamentos existentes,
segundo os agricultores, fica muito difícil para estes, atender as exigências dos
parcelamentos. No mesmo sentido, a falta de "linhas de crédito específicas" poderiam
atender de melhor forma as necessidades de cada setor produtivo, ou seja, um
financiamento direcionado para o plantio de milho não demanda as mesmas
especificidades que um financiamento para a cria de gado leiteiro, por tanto, as linhas
de financiamento deveriam atender essas particularidades. O tema do endividamento
dos agricultores se relaciona com o financiamento "não flexível", ou seja, origina-se a
partir do momento em que o agricultor não consegue pagar suas parcelas em dia, o
que resulta em que este como inadimplente, não consiga novas linhas de crédito.
4. Dificuldades para comercializar
As dificuldades para a comercialização, constam no item 2, " informações
produtivas das famílias" e se caracterizam como um dois maiores problemas dos
agricultores para o acesso as políticas públicas de compra direta, através dos
programas PAA e PNAE. Somente 4% da produção dos agricultores se destina ao
Programa de Aquisição de Alimentos - PAA e, 3,8% ao Programa Nacional de
Alimentação Escolar - PNAE. Tanto o município de Rio Sono como os municípios
vizinhos tem potencial de absorver um maior percentual da produção.
As principais dificuldades apontadas foram: a) o excesso de burocracia; b) a
falta de diálogo entre o poder público, os editais do compra direta e as associações dos
agricultores; c) as exigências - em quantidade de produtos e datas de entrega - que são
realizados nos editais de compra direta; d) a compreensão efetiva de como funcionam
os programas do compra direta e; e) a deficiência dos trabalhadores no que se refere a
organização e planejamento para atender os editais.
Para além das dificuldades de acesso aos programas de compra direta,
evidencia-se que a maior parte da produção destina-se ao consumo próprio das
12
famílias e que, mesmo o percentual da produção destinado ao comércio local sendo
pequeno, representa uma importante forma de transformar parte da produção em
renda monetária. O município apresenta pouca infraestrutura comercial, portanto, a
absorção da produção da agricultura familiar é pequena. Uma estratégia possível seria
a de desenvolver ações para conquistar novos mercados.
5. Recomendações
A partir deste diagnóstico inicial sugerimos algumas ações a título de
"recomendações" que acreditamos importantes para um processo de monitoramento
e acompanhamento das atividades previstas no projeto: "Geração de trabalho e renda
a partir das cadeias produtivas da Agricultura Familiar no Centro-Sul Tocantinense", as
mesmas são:
i) na composição da renda familiar, acompanhar a incidência da comercialização (em
termos monetários) dos produtos produzidos pelos agricultores;
ii) no mesmo sentido, acompanhar o stok (produção excedente não comercializada) de
produtos (principalmente grãos) que são utilizados como ração na criação de animais
e, não são computados como renda monetária;
iii) acompanhar a produção e o destino das frutas do cerrado (quantitativamente);
iv) acompanhar periodicamente a produção leiteira de cada propriedade. Informação
indispensável para avaliar a "evolução" do projeto conforme a implantação de uma
Unidade Produtiva de melhoramento genético na cadeia produtiva do gado leiteiro;
v) focar capacitações, oficinas e cursos para superar as dificuldades de acesso aos
programas de compra direta, assim como articular a melhoria do diálogo social entre
os atores envolvidos;
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vi) focar capacitações na organização e gestão das associações com o objetivo de
melhorar seu desempenho;
vii) elaborar e monitorar o plano de negócios das Unidades Produtivas visando sua
utilização como um elemento de planejamento, de gestão e de acompanhamento para
a melhoria da produção e da organização dos trabalhadores;
viii) procurar estabelecer parcerias com entidades públicas e provadas que agreguem
valor ao projeto das cadeias produtivas e da infraestrutura necessária para as mesmas;
ix) estabelecer um diálogo com o poder público municipal para obter melhorias de
infraestrutura, estradas principalmente, e de logística (transporte para escoar a
produção);
x) elaborar sub projetos que possam somar ao atual projeto das Unidades Produtivas
contemplando, infraestrutura, equipamentos e assistência técnica, como forma de
garantir a continuidade do projeto mesmo depois da sua finalização oficial.
Palmas, 09 de setembro de 2014
Prof. Dr. José Pedro Cabrera Cabral Universidade Federal do Tocantins
Mestrado em Geografia