Relatório Final de Estágio - Ensino Fundamental

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC

    CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED

    DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO MEN

    ESTGIO ENSINO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I

    DBORA CORREA

    DIEGO RAFAEL VOGT

    RELATRIO FINAL DE ESTGIO DE DOCNCIA NO

    ENSINO FUNDAMENTAL

    Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias

    Florianpolis, Novembro de 2013

  • SUMRIO

    APRESENTAO ......................................................................................................... 4

    1 O CONTATO COM A ESCOLA E A TURMA ....................................................... 5

    1.1 SOBRE A ESCOLA ................................................................................................... 5

    1.2 DA OBSERVAO DAS AULAS ........................................................................... 6

    1.2.1 Relato das observaes Dbora ......................................................................... 6

    1.2.2 Relato das observaes Diego .......................................................................... 11

    1.3 DIAGNSTICO DA TURMA ................................................................................. 18

    2 O PROJETO DE DOCNCIA ................................................................................. 20

    2.1 INTRODUO ........................................................................................................ 20

    2.1.1 Justificativa .......................................................................................................... 21

    2.2 REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 21

    2.2.1 Concepo de lngua e ensino ............................................................................. 21

    2.2.1.1 A concepo de linguagem em Bakhtin .............................................................. 21

    2.2.1.2 Os gneros do discurso ...................................................................................... 22

    2.2.1.3 Letramento .......................................................................................................... 24

    2.2.2 O ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa na escola ................................ 25

    2.2.2.1 A produo de textos .......................................................................................... 26

    2.2.2.2 A leitura de textos ............................................................................................... 28

    2.2.2.3 A anlise lingustica ........................................................................................... 30

    2.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 31

    2.3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 31

    2.3.2 Objetivos especficos ............................................................................................ 31

    2.4 CONHECIMENTOS TRABALHADOS ................................................................. 31

    2.5 METODOLOGIA ..................................................................................................... 32

    2.5.1 Procedimentos ...................................................................................................... 32

    2.5.2 Cronograma ......................................................................................................... 32

    2.6 RECURSOS ............................................................................................................. 33

    2.7 AVALIAO .......................................................................................................... 33

    2.8 REFERNCIAS ....................................................................................................... 34

    3 PLANOS DE AULA COMENTADOS .................................................................... 35

    4 A AVALIAO DOS ALUNOS .............................................................................. 82

    5 O PROJETO EXTRACLASSE ................................................................................ 84

  • 6 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................... 85

    APNDICE ENSAIOS

    Reflexes sobre o Ensino (des)caminhos de uma prtica docente de Lngua

    Portuguesa, por Dbora Corra

    Discente a docente formao e profisso, por Diego Rafael Vogt

    ANEXOS

    Anexo 1: Projeto Extraclasse / Literaturas Africanas histrias (re)contadas ao redor

    da fogueira

    Anexo 2: Produes Textuais dos Alunos

    Anexo 3: Fotos

  • APRESENTAO

    Neste relatrio, sero apresentados os resultados e documentaes relativos s

    atividades desenvolvidas no estgio curricular obrigatrio de docncia no Ensino

    Fundamental, realizado no curso de licenciatura em Letras Lngua Portuguesa e

    Literaturas de Lngua Portuguesa da Universidade Federal de Santa Catarina,

    correspondente disciplina MEN 7001 Estgio de Ensino de Lngua Portuguesa e

    Literatura I. O estgio foi realizado pela dupla de alunos Dbora Correa e Diego Rafael

    Vogt, orientados pela Profa. Dra. Daniela Bunn. A escola em que acolheu o projeto de

    estgio dos alunos foi a Escola de Educao Bsica Porto do Rio Tavares. O projeto foi

    desenvolvido com a turma de 6 ano do Ensino Fundamental, no perodo matutino.

    As atividades desenvolvidas no decorrer do estgio observao das aulas e

    prtica de docncia possibilitaram aos alunos estagirios um treinamento para o futuro

    exerccio da carreira de professor de Lngua Portuguesa e Literatura de Lngua

    Portuguesa, profisso a qual estaro habilitados com a concluso do curso de graduao.

    Em acrscimo s atividades tradicionais de estgio de docncia, foi desenvolvido, na

    escola, um projeto extraclasse que contemplou a leitura de textos de literatura africana,

    como forma de retorno da universidade para com a escola que acolhe os estgios.

    Este relatrio tem a finalidade de registrar as experincias e resultados obtidos

    durante esse treinamento para a profisso, configurando-se como documento requisito

    para a avaliao final dos alunos na disciplina. O relatrio est organizado em seis

    sees que dispe sobre o desenvolvimento do estgio: na primeira seo, relata-se a

    experincia dos estagirios quanto observao das aulas; na segunda seo, exposto

    o projeto de docncia das aulas que foram ministradas pelos alunos estagirios, do qual

    se apresentam o referencial terico, a metodologia, os procedimentos, os recursos e o

    cronograma adotados para a realizao das aulas; na terceira seo, compartilham-se os

    planos das aulas ministradas, acrescidos de algumas descries e reflexes sobre o

    acontecimento das mesmas; na quarta seo, descreve-se como foi feita a avaliao das

    produes e atividades realizadas pelos alunos da turma; na quinta seo, comenta-se a

    realizao e os resultados do projeto extraclasse; por fim, na sexta e ltima seo, so

    tecidas algumas consideraes finais a respeito do balano do estgio. Ao final, so

    acrescentados alguns anexos relevantes que completam a documentao do relatrio.

  • 1 O CONTATO COM A ESCOLA E A TURMA

    1.1 SOBRE A ESCOLA

    Fundada em 1929, a Escola de Educao Bsica Porto do Rio Tavares (EEB

    Porto do Rio Tavares) implantou, oficialmente, em 1997, as antigas 5 a 8 sries do

    Ensino Fundamental. Atualmente a escola compreende dois ciclos da educao bsica: o

    Ensino Fundamental I 1 ano ao 5 ano e o Ensino Fundamental II 6 ano ao 9

    ano. A escola est situada no bairro Rio Tavares, no sul da ilha de Florianpolis. A

    escola atende o Ensino Fundamental I e o Ensino Fundamental II. Os alunos da escola

    residem, em sua grande maioria, no bairro do Rio Tavares, prximo escola. O perodo

    letivo dirio do turno matutino se d entre 8h e 12h, distribudas entre cinco aulas de 45

    minutos (hora/aula) e um intervalo de 15 minutos, que se d aps as trs primeiras

    aulas.

    Sobre o espao fsico da escola, percebeu-se que o prdio j antigo e

    demanda algumas reformas e pintura. Quanto distribuio do espao fsico, a escola

    est dividida em dois blocos: o primeiro se situa mais a entrada do prdio e compreende

    o setor administrativo (secretaria, coordenadoria e direo), a sala dos professores, a

    sala de vdeo, a cozinha e os banheiros feminino e masculino; o segundo bloco

    compreende, em dois andares, as salas de aula, a sala de informtica e a biblioteca. H

    uma rea coberta entre os dois blocos onde so encontradas mesas que so usadas

    durante o lanche dos alunos e em realizao de atividades. Ao lado da rea coberta h

    pequeno espao no coberto onde os alunos costumam desenvolver seu lazer no horrio

    de intervalo. A rea esportiva, destinada s aulas de educao fsica, fica nos fundos da

    escola.

    A sala de aula dos alunos da turma 601, onde ocorreram as observaes, uma

    sala de tamanho mdio e est separada de outra sala por uma divisria improvisada, que

    no da estrutura original do prdio. A entrada de acesso para as duas salas se d pela

    mesma porta. A sala da turma 601 pintada em um tom de verde claro, tem piso

    cermico, duas janelas basculantes nas paredes do fundo, dois ventiladores de teto e um

    ventilador de parede, uma lousa branca, um armrio, carteiras e cadeiras para os alunos

    e uma mesa e uma cadeira para o professor. A pintura da sala precria, bastante

    desgastada. No h recursos de som, vdeo e projeo na sala.

  • 1.2 DA OBSERVAO DAS AULAS

    1.2.1 Relato das observaes Dbora

    O presente relatrio uma sntese das observaes realizadas na Escola de

    Educao Bsica Porto do Rio Tavares, na turma de 6 ano 1, da professora Nadia Nardi

    Martins. A escola est localizada no bairro Rio Tavares, em Florianpolis, atende

    alunos do ensino fundamental I e ensino fundamental II, nos turno matutino e

    vespertino.

    A observao um momento importante de anlise metodolgica e

    conhecimento do campo de estgio. Os principais objetivos so conhecer as regras que

    regem as aulas, bem como a dinmica entre professor e aluno no processo de ensino-

    aprendizagem de lngua materna.

    RELATO DAS OBSERVAES

    As anlises expostas neste relatrio so resultados da Observao do Estgio

    Supervisionado da Licenciatura em Letras-Portugus, da UFSC, realizado na EEB Porto

    do Rio Tavares, no perodo de 21 de agosto a 04 de setembro de 2013. Diego, meu

    companheiro de estgio, e eu acompanhamos a turma 601, no perodo matutino.

    Deixarei de lado, em certa medida, a impessoalidade do discurso, para narrar a

    experincia singular que tive ao voltar a escola onde entrei pela primeira vez em sala de

    aula, como professora ACT no ano de 2010. O reencontro foi acolhedor e festivo,

    professores, os que ainda persistem na escola, a direo, a equipe de apoio pedaggico,

    alguns ex-alunos crescidos, agora no 8 ano receberam-me com muito carinho.

    Estava curiosa para ver o que haveria mudado nesses dois anos e oito meses, o que o

    Estado teria feito, ou deixado de fazer por esta escola de sujeitos to carismticos, com

    falares to tpicos do sul da Ilha.

    O primeiro dia de observao foi marcado pelo primeiro obstculo, o trnsito.

    Diariamente a pista de acesso ao Rio Tavares fechada no sentido centro-sul, para que

    o fluxo de carros do Campeche seja possvel, ento para chegar a tempo na escola foi

    necessrio descer do nibus e ir caminhando at a escola.

    Chegando escola, na quarta-feira dia 21 de agosto, dirigi-me a sala dos

    professores, encontrei a professora Nadia e subimos para a sala aps o toque do sinal.

    Instalei-me na ltima carteira da fila da parede ao lado direito da sala. A professora

    aguardou a chegada do meu companheiro Diego para a apresentao dos estagirios aos

  • alunos. Na sequncia deu incio a sua aula fazendo a chamada e cobrando as tarefas,

    passou de carteira em carteira carimbando os cadernos de todos, especificando quem fez

    ou quem deixou de fazer a tarefa. Passados alguns minutos chegou na sala um aluno, e

    com ele a professora Rosangela, segunda-professora que est incumbida de auxili-lo

    nas atividades. Professora Nadia registrou no dirio os alunos que no fizeram tarefa e

    falou da importncia em realizar esse tipo de atividade extraclasse. A seguir fez uma

    breve reviso sobre o gnero crnica e corrigiu as tarefas com a participao oral dos

    alunos, circulou na sala para ver o andamento e ficou a frente para coordenar a correo

    da tarefa. Professora Rosangela chamou ateno para o fato de um aluno especial gostar

    bastante das aulas da professora Nadia, informou que o aluno quer acompanhar o livro

    didtico apesar das dificuldades. Ela nos informou ainda que h um caso de aluno

    especial na sala que no dispe de laudo, mas apresenta grandes dificuldades. A turma

    estava comportada no primeiro encontro conosco, tranquilamente terminou a primeira

    aula de observao.

    Permanecemos na sala para a nossa segunda aula de observao, na quarta-feira

    a turma 601 tem aulas de portugus geminadas. Os alunos da sala ao lado, cuja diviso

    se faz por uma parede divisria, fina e de lminas de madeira, voltaram da Educao

    Fsica fazendo grande barulho, professora Nadia saiu de sala para fechar a porta do

    corredor, tentando amenizar o barulho, j que a sala da turma 601 no tem porta porque

    foi destruda h dias e no h nem sinal de reposio. Professora ento retorna e retoma

    Verssimo. Iniciam ento a releitura, porque a leitura j deveriam t-la feito em casa. A

    professora Nadia chamou a ateno dos alunos distrados durante a leitura, e instigou

    todos com questes de interpretao do texto. Na sequncia os alunos foram

    nder questes e

    apresentar na prxima aula. Por fim a professora Nadia fez a chamada e o sinal tocou

    marcando o final da aula. Interessante destacar que o aluno Jos ficou bastante inquieto,

    apontou vrios lpis, sujou a carteira e o cho, rasgou e amassou vrias folhas do

    caderno, virou vrias vezes para trs, professora Rosangela chamou a ateno dele

    vrias vezes.

    Aps as aulas de Lngua Portuguesa, conversamos com a professora Marinia e

    pedimos permisso para assistirmos as aulas de Ingls. A terceira aula de observao

    iniciou um pouco atribulada, os alunos estavam agitados e as carteiras desorganizadas.

  • Houve um tumulto no corredor porque um aluno da turma 601 agrediu outro aluno da

    603. Professora apagou o quadro e encaminhou uma atividade de cpia de palavras em

    ingls. O exerccio de vocabulrio consistia na cpia de palavras e seus respectivos

    smbolos. Professora chamou a ateno dos alunos de forma serena, embora alguns

    alunos estivessem conversando bastante durante a realizao da atividade. Enquanto

    alunos trabalhavam, professora sentou para fazer seus registros no dirio de classe. O

    aluno Jos pediu para se retirar da sala porque estava com dor de cabea, ele havia

    apontado todo o lpis que ganhou da professora Nadia na segunda aula. Enquanto as

    atividades so feitas de maneira tranquila, fora da sala alunos sem aula conversam e

    atrapalham a concentrao dos alunos.

    A aula termina e inicia a quarta aula de observao, os alunos continuam a

    desenvolver a atividade de ingls porque as aulas so geminadas. Quando o sinal toca

    Jos volta para a sala. Alunos da sala ao lado voltam para a sala e ligam o ventilador

    porque o interruptor da sala 601 fica alocado na sala da turma 603, essa atitude causou

    um pequeno tumulto que foi ligeiramente resolvido pela professora. Alunos concluem a

    atividade de vocabulrio e comeam a trabalhar com o livro didtico. Professora leu um

    dilogo e fez a traduo oralmente. Na sequncia props uma atividade de

    reconhecimento das cores e objetos em ingls, alunos erguiam os objetos das cores que

    a professora citava. A aula foi brevemente interrompida pelo toque do celular de um

    aluno, a professora ento recolheu o aparelho. Professora no conseguiu circular na sala,

    nem conversar com alunos especiais ou falar com a professora Rosangela. Ao final da

    aula, a professora passou exerccio do livro que ficou como tarefa. Estavam presentes

    nesse dia 21 alunos, Igor, que aluno especial saiu mais cedo que os demais alunos.

    Na semana seguinte, no dia 27 de agosto, tera-feira, acompanhamos a quinta

    aula de observao, na disciplina de Lngua Portuguesa. Professora Nadia iniciou

    falando das redaes produzidas no dia 17/08 sobre o tema Paz, entregou os textos aos

    alunos, no pediu reescritura, apenas devolveu com apontamentos sobre pontuao e

    pargrafo, escritos com caneta vermelha. Na sequncia iniciaram as apresentaes dos

    grupos acerca das crnicas lidas na ltima semana. Os grupos tiveram grande

    dificuldade em falar sobre os textos, professora precisou ajudar com perguntas.

    A sexta aula de observao foi assistida na sequncia, acompanhamos a aula do

    professor Sidnei, da disciplina de Geografia. Alunos ficaram alegres com a presena do

    professor que chegou brincando com os alunos e tratando-os de maneira carinhosa. A

    aula iniciou uns minutinhos depois porque alunos estavam terminando as apresentaes

  • das crnicas. Professor organizou os dirios e comeou a chamada parando para

    conversar com os alunos a medida que iam aparecendo no dirio. Notou a presena dos

    gmeos e perguntou se estavam bem, agiu de maneira atenta, e os alunos demonstraram

    gostar da atitude do professor. Aps a chamada o professor comeou a passar matria

    no quadro e dar aula expositiva sobre os pontos cardeais, e coordenadas geogrficas.

    A ltima aula da manh, stima aula de observao, foi de Lngua Portuguesa,

    professora Nadia aplicou um teste sobre questes fonticas. Entregou a prova e fez a

    leitura em voz alta para os alunos. Como a professora Rosangela estava ausente,

    substituindo professor faltante em outra turma, dois alunos estavam completamente

    desorientados, com muita dificuldade em ler e responder a prova. Em silncio os alunos

    realizaram a prova, ao final da aula a professora recolheu o material e todos foram pra

    casa.

    Retornamos a escola na manh seguinte, dia 28 de agosto, para mais um dia de

    observao. Primeiramente a professora organizou os faltantes para fazerem a prova do

    dia anterior. Na sequncia entregou redaes aos alunos e disse o que deveriam

    melhorar, fez a chamada e pediu aos alunos que cortassem uma folha ao meio para

    dividir com o colega. Iniciam, ento, uma atividade de treino ortogrfico, eu ajudei

    alguns alunos com dificuldades na escrita, foi necessrio ditar as palavras letra a letras.

    Aps o ditado, a professora autoriza alunos a irem biblioteca trocar os livros, eles

    descem aos poucos enquanto outros comeam a trabalhar o 3 captulo do livro didtico.

    Toca o sinal marcando o trmino da primeira aula, incio da segunda.

    Continuam a trabalhar com livro didtico e a copiar matria que a professora

    passou no quadro, a nona aula de observao de Lngua Portuguesa, ento o trabalho

    iniciado na primeira aula teve continuidade. Aps anotao do cronograma de

    atividades no quadro, um aluno chamado a frente para apresentar sua atividade de

    leitura de revista aos colegas. O aluno mostrou a imagem do parque Beto Carrero e

    relacionou ao Brinca Mundi, colegas corrigiram dizendo que no era o Brinca Mundi,

    mas o parque Beto Carrero, parece que tal correo no surtiu efeito algum, Jos parecia

    desconhecer o local citado pelos colegas. Professora ento perguntou se ele j foi a

    algum parque, e, ele disse que no, mas que gostaria de ir. Voltou para sua carteira e

    abriu a revista na imagem do parque, parece que havia encontrado algo que lhe

    interessasse de verdade. Enfim, voltaram ao livro didtico leram um aplogo e

    responderam questes de interpretao sobre o texto.

  • A dcima aula de observao ocorreu na semana seguinte, no dia 03 de

    setembro, observamos a primeira aula de Portugus do dia, professora Nadia iniciou

    dizendo que entregaria as provas e os exerccios de vocabulrio. A seguir fez a correo

    da tarefa, chamou a ateno daqueles que no responderam as perguntas em casa. Na

    sequncia colocou a data no quadro, pediu que os alunos pensassem em dois objetos,

    local, quando, estao do ano, problema entre eles, fez uma atividade de memorizao

    de uma pequena narrativa envolvendo objetos. A seguir, professora pediu que

    escrevessem dois objetos num papel e colocasse numa caixa colorida que ela trouxe.

    Enquanto os alunos pensavam nos objetos, professora pediu que os estagirios

    entregassem as provas e os exerccios corrigidos aos alunos. Entregue as provas e

    observei que a maior nota da sala foi 7,7, a maioria dos alunos tirou nota abaixo de 3,0 e

    apresentavam dificuldade em fazer separao silbica. Professora orientou-os a fazer

    correo da prova no caderno como recuperao paralela.

    Aps um intervalo de aulas, a dcima primeira aula de observao ocorreu no

    mesmo dia, alunos chegaram na sala suados e agitados, estava fora de sala devido falta

    de professor da aula anterior. Professora pediu que trouxessem fbulas e uma almofada

    e a professora fez perguntas sobre o texto. Na sequncia registraram no caderno a tarefa,

    fazer uma pesquisa sobre Esopo. Professora comeou a dinmica com a caixa de

    objetos, retirou dois objetos e comeou uma histria, cada aluno deu sequencia a

    histria a medida que a caixa passa por eles. Depois, cada aluno sorteou uma dupla de

    objetos e iniciou a produo de um aplogo em sala, desse modo terminou a aula.

    Quarta-feira, dia 04 de setembro, apreciamos o ltimo dia de observao,

    momento privilegiado de nosso estgio onde alunos compartilharam suas produes

    textuais. A dcima segunda aula iniciou com a partilha dos aplogos que os alunos

    produziram em casa, surpreendeu-me o fato de a grande maioria ter realizado a

    atividade de maneira bastante satisfatria. A professora elogiou as produes, ajudou

    um aluno que estava com vergonha de ler e cobrou dos alunos que no fizeram.

    A dcima terceira aula foi uma sequncia literria, aps a leitura dos seus textos,

    os alunos apresentaram a pesquisa sobre Esopo e por fim leram as fbulas que

    trouxeram de casa. Os alunos participaram de maneira efetiva, leram as suas produes

    e ouviram atentamente os trabalhos dos colegas.

    Ao fim e ao cabo, permanecemos na sala para assistir a dcima quarta aula de

    observao que foi gentilmente autorizada pelo professor de Geografia. Ele chegou na

  • sala de maneira alegre, brincou com os alunos, falou de futebol, enquanto ele

    organizava seu material, uma aluna apagou o quadro. Aps a chamada o professor

    iniciou uma reviso no quadro sobre pontos cardeais, escalas e coordenadas geogrficas,

    informou os alunos que dia 10 de setembro realizaria a prova sobre esse contedo.

    Alunos conversaram durante a reviso, para conter os nimos professor Sidnei fez

    registros no dirio e pode voltar s explicaes. Encerramos, portanto, nesta quarta-feira

    gelada o nosso momento de observao.

    CONSIDERAES FINAIS

    Reitero que a observao foi um momento privilegiado de explorao e

    conhecimento do nosso campo de estgio, uma maneira sutil de entrarmos nesse espao

    to rico e complexo que a sala de aula, por vezes mais desafiador que o discurso vazio

    sobre educao pode prever. Resta-me agora o desejo instigante de iniciar o projeto de

    docncia e empreender a rdua jornada de mediar o processo de ensino-aprendizagem.

    1.2.2 Relato das observaes Diego

    O presente relatrio descreve sucintamente o contato com a escola e as aulas de

    Lngua Portuguesa da turma de 6 ano matutino da E.E.B Porto do Rio Tavares, turma

    601. A carga horria da observao foi de 14 horas/aula, no perodo 21/08/2013 e

    04/09/2013. O perodo de observao corresponde primeira etapa do estgio de

    docncia, momento no qual os estagirios tm um primeiro contato com a escola e a

    turma com os quais iro trabalhar. Esse contato possibilita aos estagirios uma

    experincia que os ajuda a encaminhar melhor as atividades e metodologias que

    escolhero adotar em sua prtica de docncia.

    O relatrio est dividido em trs etapas: a primeira se refere descrio das

    caractersticas da escola e do seu espao fsico; a segunda diz respeito observao das

    aulas; e a terceira trata de algumas consideraes finais do estagirio quanto a sua

    experincia na observao.

    DA OBSERVAO DAS AULAS

    Conforme previsto no planejamento da disciplina, os estagirios observaram 14

    horas/aulas da turma 601, sendo as 10 horas/aula obrigatrias na disciplina de Lngua

    Portuguesa e outras 4 horas/aula opcionais entre outras disciplinas. A opo por

  • acompanhar a turma em outras disciplinas se deu pelo interesse de acompanhar a turma

    em outros momentos, visando conhecer a turma de um ponto de vista mais amplo. A

    supervisora dos estagirios foi professora da disciplina de Lngua Portuguesa da turma,

    Nadia Nardi Martins. As aulas foram observadas sempre nas teras e quartas-feiras,

    sendo duas aulas na tera-feira e duas aulas na quarta-feira. As duas aulas de tera-feira

    eram distribudas em horrios diferentes, sendo a primeira entre 8h00 e 8h15 e a

    segunda entre 11h15 e 12h00. J as duas aulas de quarta-feira eram aula-faixa,

    ocorrendo entre 8h00 e 9h30. O perodo de observao ocorreu entre 21/08/2013 e

    04/09/2013.

    Aulas do dia 21/08/2013, quarta-feira

    Foram assistidas quatro aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e duas de

    Lngua Inglesa (10h30 12h00), sendo as duas aulas-faixa.

    Ao chegar sala de aula, a professora Nadia apresentou os estagirios, eu e

    minha colega Dbora, aos alunos da turma, informando que estaramos realizando

    estgio com eles at outubro. Aps essa apresentao, a professora iniciou a aula.

    O contedo da aula tratava do gnero crnica. A partir da leitura e

    interpretao de uma crnica presente no livro didtico dos alunos Portugus, 6 ano,

    de Barreto (2010) a professora explicou os aspectos do gnero composicionais do

    gnero. A professora fez questionamentos sobre o texto aos alunos. Aps, a professora

    passou questes para os alunos responderem no caderno, nos ltimos quinze minutos de

    aula. A chamada foi realizada enquanto os alunos respondiam as questes. Ao passarem

    os quinze minutos, a aula foi encerrada e o trmino das respostas das questes ficou

    para os alunos resolveram em casa, para a prxima semana.

    Nessa aula estavam presentes vinte alunos, sendo que um possua necessidades

    especiais e era acompanhado por uma professora auxiliar. Havia tambm outro aluno

    que visivelmente necessitava de apoio especial, mas no tinha laudo. A professora

    auxiliar tentava ajud-lo na medida do possvel.

    Em geral, os alunos participaram da aula, desenvolvendo as atividades

    propostas pela professora. Em poucos momentos houve conversas paralelas e tumulto,

    sendo o principal deles quando a professora Nadia teve de sair da sala para fechar a

    porta do corredor que estava batendo.

    Durante o intervalo (10h15 10h30), pedimos autorizao professora de

    Lngua Inglesa para podermos assistir s suas aulas com a turma 601 nos dois horrios

  • aps o intervalo, explicando que havamos conversado com a supervisora a respeito da

    observao desta e outras aulas que no fossem de Lngua Portuguesa. A professora,

    muito cordialmente, nos deu a permisso.

    Voltamos, ento, aps o intervalo, sala da turma 601 para acompanhar a aula-

    faixa de Lngua Inglesa. Os alunos haviam acabado de voltar do intervalo e ainda

    estavam agitados por conta das brincadeiras e correria da hora do recreio. A sala estava

    desorganizada, com carteiras e cadeiras fora do lugar. A professora de Lngua Inglesa

    pediu aos alunos que organizassem a sala, houve certo tumulto para organizar as

    carteiras e cadeiras, pois muitos alunos o fizeram arrastando os objetos.

    Enquanto a professora organizava a atividade que seria desenvolvida na aula

    colando figuras com expresses nominais em ingls, no quadro houve muitas

    conversas paralelas e agitao. A professora fixou no quadro vinte e quatro desenhos de

    animais, frutas, objetos, etc acompanhados dos nomes em ingls que designam as

    representaes dos desenhos. Foi pedido aos alunos que copiassem os desenhos e os

    respectivos nomes. Houve conversas durante as atividades, mas os alunos no deixaram

    de trabalhar. Os alunos, em geral, tendiam a conversar com os colegas sentados

    prximos a eles. A professora chamou a ateno de alguns alunos para conversas em

    dois momentos da atividade. A atividade durou cerca de quarenta e cinco minutos. Aps

    o trmino da atividade, a professora comeou a retirar o material do quadro. Nesse meio

    tempo, os alunos voltaram a conversar.

    No segundo momento da aula, foi realizada atividade de leitura em ingls a

    partir do livro didtico. Depois foi desenvolvida uma atividade em que a professora

    mencionava nomes de cores em ingls e os alunos tinham de mostram um lpis colorido

    referente ao nome da cor que a havia mencionado. Os alunos pareceram gostar da

    atividade, pois demonstraram ateno e participaram. A ltima atividade da aula foi

    resolver alguns exerccios do livro didtico. Houve conversas durante a resoluo dos

    exerccios. Ao trmino da aula, a professora solicitou que os alunos terminassem os

    exerccios em casa.

    Comentrio: As aulas de Lngua Inglesa foram mais conturbadas do que as aulas de

    Lngua Portuguesa, com mais conversas e demonstrao de menos interesse por parte

    dos alunos. Minha impresso sobre este fato de que os alunos estavam mais agitados e

    desconcentrados nas aulas de Lngua Inglesa pelo fato destas terem ocorrido logo aps o

    horrio de intervalo. Os alunos voltaram do intervalo com a adrenalina elevada, o que

    influenciou seu comportamento.

  • Aulas do dia 27/08/2013, tera-feira

    Foram assistidas trs aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e uma de

    Geografia (8h45 9h30).

    A professora Nadia iniciou primeira aula de Lngua Portuguesa (8h00 8h45)

    anotando no quadro o contedo e as atividades que seriam desenvolvidos. Logo aps,

    fez a chamada. Apenas 15 alunos estavam presentes durante a chamada. A manh

    estava chuvosa e j se previa que alguns alunos chegariam atrasados ou no viriam.

    Alguns alunos foram chegando ao longo da aula, sempre trazendo bilhetes dos pais

    como justificativa para o atraso.

    Num primeiro momento da aula, a professora comentou sobre as produes

    textuais que os alunos haviam desenvolvido no dia 17/08/2013, antes ainda do nosso

    perodo de observao comear. Na sequncia, a professora deu incio a atividade que

    havia sido programada na aula anterior, do dia 22/08/2013 (tratou-se uma aula extra,

    imprevista, em que a professora Nadia substituiu outro professor e, por isso, no foi

    acompanhada pelos estagirios). Na atividade, os alunos, em pequenos grupos, iam

    frente da turma e relatavam suas leituras das crnicas elencadas para a apresentao na

    aula anterior. Os alunos comentaram suas impresses a respeito das crnicas e houve

    espaos para perguntas da professora e dos demais alunos que assistiam. Tambm

    houve encenao de um trecho da crnica por cada grupo. Ao todo, quatro grupos

    apresentaram. A aula encerou aps as apresentaes.

    Praticamente todos os alunos acompanharam com bastante ateno as

    apresentaes dos alunos e alguns se envolveram na atividade fazendo questionamentos

    durante as apresentaes. Houve conversas paralelas apenas nos momentos em que a

    atividade no estava acontecendo (momentos de troca de grupos ou de anotaes).

    No horrio seguinte, assistimos aula de Geografia (8h45 9h30), com a

    devida autorizao do professor da disciplina. Durante o espao de tempo de troca de

    professores (Lngua Portuguesa Geografia) houve bastante conversa e baguna por

    parte dos alunos.

    O professor de Geografia iniciou a aula com a chamada. Houve bastante

    conversa e tumulto por parte dos alunos durante a chamada. Durante a aula o professor

    teve de chamar a ateno dos alunos vrias vezes por conta das conversas, mas essa

    medida obteve pouco resultado. A aula foi, basicamente, de reviso para a prova da

    semana seguinte. Foi uma aula expositiva, em que o professor interagiu com os alunos

  • por meio de perguntas sobre contedos j ensinados. Vrios alunos mostraram pouco

    interesse pela aula e muitos passaram quase toda a aula conversando.

    Acabada a aula de Geografia, os estagirios se dirigiram sala dos professores

    para aguardar a segunda aula de Lngua Portuguesa do dia, no ltimo horrio da manh.

    A segunda aula de Lngua Portuguesa consistiu na aplicao de uma avaliao

    escrita, para compor parte da nota do 3 bimestre. A professora leu a avaliao escrita

    com os alunos e explicou alguns detalhes sobre como deveriam proceder na resoluo

    das questes. Os alunos responderam a prova em silncio, por toda a aula. A professora

    fez a chamada durante a realizao da prova. Ao final da aula, a professora recolheu as

    avaliaes.

    Aulas do dia 28/08/2013, quarta-feira

    Foram assistidas duas aulas de Lngua Portuguesa nesse dia.

    A professora Nadia iniciou a aula pontualmente as 8h00. Ela comeou

    aplicando a avaliao escrita da aula anterior aos alunos que haviam faltado, explicando,

    rapidamente, como proceder na resoluo. Em seguida, devolveu corrigidas as

    produes textuais dos alunos que foram desenvolvidas no dia 17/08/2013, comentando

    algumas questes com os alunos individualmente. Ao terminar de devolver as

    produes textuais, fez a chamada. Os alunos permaneceram em silncio e,

    aparentemente, atentos.

    A primeira atividade da aula foi treino ortogrfico, a partir de ditado. A

    professora elaborou o ditado a partir dos problemas ortogrficos mais recorrentes nas

    produes textuais dos alunos. Aps o ditado, a professora dirigiu a ida dos alunos

    biblioteca para escolherem um livro para levar para casa. Os alunos foram de trs em

    trs, organizadamente, de modo que a aula no teve que parar.

    Assim que todos os alunos buscaram um livro na biblioteca, a professora

    iniciou a leitura da Unidade 3 do livro didtico. Os alunos foram separados em duplas

    para resolveram as questes pr-textuais da unidade do livro. As duplas discutiram e

    anotaram as respostas das questes. Aps essa atividade, a professora coordenou a

    leitura em grupo do texto da unidade, Um Aplogo, de Machado de Assis. A leitura do

    texto de seu com vrios alunos lendo uma fala do conto cada um. A aula se encerrou

    com comentrios sobre o texto. Aps o sinal de fim da aula, os alunos largaram tudo e

    saram correndo, pois teriam aula livre naquele prximo horrio.

  • Comentrio: A aula foi bastante produtiva, pois a professora desenvolveu atividades

    diversificadas e estimulou a participao dos alunos na leitura. Os alunos, apesar de

    serem agitadas e gostarem de conversar durante as aulas, sempre realizam as atividades

    que lhes so solicitadas. Aparentemente, quanto mais atividades prticas e

    diversificadas comporem as aulas dessa turma, mais a aula ser produtiva.

    Aulas do dia 03/09/2013, tera-feira

    Foram assistidas duas aulas de Lngua Portuguesa nesse dia.

    A professora iniciou a aula retomando a leitura de Um Aplogo. Aps, os

    alunos que terminaram as atividades Unidade 3 do livro didtico leram suas respostas

    para as questes da discutidas em dupla na aula anterior. A participao dos alunos na

    discusso das repostas foi muito boa, quase todos prestaram ateno resposta dos

    colegas. Alguns poucos alunos ficaram desatentos, fazendo coisas paralelas, como

    desenhar, mas sem atrapalhar a aula dos colegas. No entanto, a maioria dos alunos no

    havia terminado a atividade em casa, como a professora havia solicitado. A professora

    chamou a ateno da turma em relao a esse aspecto.

    A segunda atividade da aula fui ldica. A professora pediu para os alunos

    anotarem num pedao de papel o nome de dois objetos quaisquer. Em seguida, ela

    recolheu os bilhetes, colocando-os dentro de uma caixa. Ao depois de recolher os

    bilhetes, a professora solicitou aos estagirios que entregassem as avaliaes escritas e

    ditados realizados nas aulas anteriores, para que fossem se familiarizando com os nomes

    dos alunos. Nos ltimos minutos da aula, a professora fez uma rpida correo da prova

    com os alunos.

    Ao trmino da primeira aula, os estagirios se dirigiram sala dos professores

    para aguardar a segunda aula de Lngua Portuguesa, no ltimo horrio da manh.

    Na segunda aula, a professora Nadia leu para os alunos a fbula O leo e o

    rato, de Esopo, relacionando-a com o dia-a-dia. A professora pediu para que os alunos

    pesquisassem, em casa, curiosidades biogrficas sobre Esopo e que trouxessem fbulas

    para as prximas aulas. Em seguida, dois dada continuidade atividade ldica iniciada

    na aula anterior. A professora retirou um dos bilhetes da caixa e comeou o mote de um

    aplogo tomando os dois objetos anotados no bilhete como personagens. O mote foi

    desenvolvido pelos alunos que, um a um, foram continuando um pequeno trecho da

    narrativa oralmente. Depois que todos contaram um pedao da narrativa, a professora

    finalizou a estria.

  • Na sequncia, iniciou-se uma nova atividade, em que a professora distribuiu os

    papis que ficaram armazenados na caixa entre os alunos para que, a partir desses

    papis, eles criassem seus prprios aplogos individualmente. Enquanto produziam

    seus textos, a professora atendeu os alunos individualmente. Ao terminar a aula a

    professora instruiu os alunos a terminarem a atividade em casa.

    Comentrio: Mais uma vez, nesse dia, os alunos responderam bem dinmica de aula

    proposta pela professora. A diversidade das atividades torna a aula interessante para

    essa turma. Contatou-se tambm que a maioria dos alunos no realiza as atividades que

    so deixadas como tarefa de casa, o que obriga o professor a propor as produes

    textuais e resoluo de exerccios em sala de aula.

    Aulas do dia 04/09/2013, quarta-feira

    Foram assistidas trs aulas nesse dia, duas de Lngua Portuguesa e uma de

    Geografia.

    A proposta da aula-faixa desse dia consistiu em duas atividades de

    socializao, a socializao das produes textuais dos aplogos e a socializao das

    pesquisas sobre Esopo. Nessa aula estavam vinte e dois alunos presentes.

    A professora iniciou a aula organizando os alunos em um crculo. Os alunos

    leram os aplogos que eles produziram e, a cada leitura, o autor foi aplaudido. Houve

    boa participao da maior parte dos alunos. Trs alunos no fizeram a atividade de

    produo do aplogo, Joo Henrique, Joo Domingos e Guilherme. Um aluno, Jaison,

    no quis ler seu texto, por timidez. A professora leu junto com ele.

    A atividade de socializao das pesquisas sobre Esopo foi pouco produtiva,

    pois poucos alunos fizeram a pesquisa biogrfica. A socializao das fbulas tambm

    deixou a desejar, pois a maioria dos alunos no trouxeram fbulas para serem lidas em

    sala. A professora encerrou a aula a leitura da fbula Dois ladres, fazendo uma

    reflexo sobre ela.

    Comentrio: Nessa aula, mais uma vez, ficou aparente que boa parte dos alunos no

    desenvolve as atividades que so propostas para serem feitas em casa.

    Terminada a aula de Lngua Portuguesa, os estagirios assistiram aula de

    Geografia aps solicitarem autorizao do professor. Houve baguna, por parte dos

    alunos, no intervalo de tempo em que se deu a troca de professores.

    O professor de Geografia iniciou a aula com a aula com a chamada. O

    desenvolvimento da aula se deu em funo de outra reviso de contedos para prova. Os

  • alunos participaram da aula com questionamentos e dvidas. Observou-se que houve

    mais conversa e tumulto que nas aulas de Lngua Portuguesa. Durante a aula, um aluno

    saiu sem permisso e o professor trouxe-o de volta. O incidente criou um pouco de

    tumulto, mas cessou aps o professor chamar a ateno da turma. A aula encerrou ao

    toque do sinal, as 9h30.

    Comentrio: Novamente os alunos mostraram comportamentos diferentes entre as

    aulas de Lngua Portuguesa e Geografia. Nas aulas de Geografia h um grau

    sensivelmente mais elevado de conversas, bagunas e desateno, por parte dos alunos.

    Em hiptese, acredita-se que as diferentes metodologias adotadas pelos dois professores

    seja o principal motivo para essa diferena.

    CONSIDERAES FINAIS

    O perodo das observaes das aulas possibilitou a conhecer a turma de um ponto de

    vista privilegiado. Sentado ao fundo da sala, tendo acesso a tudo o que acontece em

    aula, quase que anonimamente, pude perceber aspectos que influenciam a dinmica e o

    rendimento das aulas que nunca antes havia imaginado. Como sntese da minha

    experincia de observao, concluo em defesa da tese de que a metodologia e os

    procedimentos didticos adotados pelo professor na sala so os fatores mais decisivos

    para o bom funcionamento da aula: quanto mais atividades diversificadas e quanto mais

    convite participao dos alunos nessas atividades acontecerem, maiores sero as

    chances de que o objetivo da aula seja alcanado.

    1.3 DIAGNSTICO DA TURMA

    O presente diagnstico foi fruto de uma pesquisa realizada atravs de um

    questionrio que visava perceber o carter sociocultural dos alunos, as dificuldades

    enfrentadas no espao escolar e o contato que estes possuem com a internet. O

    questionrio foi aplicado no dia 27 de agosto de 2013, durante uma aula vaga em que o

    professor da disciplina estava afastado por motivos de sade. A atividade ocorreu aps

    uma conversa coletiva onde alunos e estagirios se apresentaram e puderam se conhecer

    um pouco.

    Percebe-se que a respeito do carter scio cultural dos alunos h certa

    regularidade nas respostas, a maioria dos alunos so filhos de trabalhadores do terceiro

    setor. De modo geral, os pais e as mes trabalham para contribuir na renda familiar. Em

  • relao organizao familiar 10 alunos moram com os pais, 4 alunos moram apenas

    com a me, 1 aluno moram com a me e o padrasto e 1 aluno mora com pais, avs e

    tios.

    Acerca do rendimento escolar, dos 16 alunos que responderam ao questionrio,

    10 alunos nunca reprovaram, 6 alunos j reprovaram, dentre os alunos reprovados 4

    deles reprovaram no 5 ano, 1 no 3 ano e o outro alunos no informou qual a srie de

    reprovao. Dentre as matrias citadas quanto a reprovao esto: Portugus,

    Matemtica, Ingls e apenas um aluno citou ter reprovado em todas as matrias. Os

    alunos citaram ter mais dificuldades nas seguintes disciplinas: Portugus, Matemtica,

    Cincias, Geografia e Ingls.

    Investigando o contato com dos alunos com a internet foi possvel identificar

    que 10 alunos acessam a internet, possuem email e utilizam as redes sociais, os outros 6

    alunos no possuem email e no acessam a internet.

    A pesquisa realizada atravs do instrumento questionrio foi importante para

    entendermos o contexto familiar dos alunos, as relaes que eles tm com as disciplinas

    escolares e o contato que possuem com a internet. O ltimo levantamento foi

    fundamental para a preparao das atividades de docncia que envolve a produo do

    gnero email.

  • 2 O PROJETO DE DOCNCIA

    2.1 INTRODUO

    O Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da EEB Porto do Rio Tavares

    fundamenta-se nos princpios de democracia e ao solidria, objetivando formar seus

    alunos para a cidadania:

    A Escola objetiva sua ao educativa fundamentada nos princpios

    da universalizao de igualdade de acesso e permanncia da

    obrigatoriedade do Ensino Fundamental e da gratuidade escolar.

    Tem como proposta, a construo de uma Escola de qualidade,

    democrtica, participativa e comunitria, como espao cultural de

    socializao e desenvolvimento do educando, preparando-o para o

    exerccio de direitos e cumprimento dos deveres, sinnimo de

    cidadania. (E.E.B. PORTO DO RIO TAVARES, Projeto Poltico

    Pedaggico, 2012. p. 3)

    A escolha dos gneros carta pessoal e email como contedos norteadores deste

    projeto de docncia buscou atender tanto aos objetivos do PPP da escola quanto s

    diretrizes dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O planejamento das aulas foi

    concebido a partir de uma concepo scio-interacionista de linguagem, apresentada na

    seo 2 deste projeto. Buscou-se planejar as aulas em trs frentes: leitura, produo

    textual, anlise lingustica. Para esse trabalho, adotou-se a proposta de Geraldi (1991),

    apresentada na seo 2.2 deste projeto. Planejou-se o desenvolvimento da oralidade e da

    interpretao de textos juntamente com atividades de leitura. O objetivo maior do

    projeto visa potencializar habilidades e conhecimentos dos alunos para as prticas de

    uso da lngua oral e escrita no seu contexto sociocultural cotidiano.

    O delineamento do projeto se estabeleceu a partir do dilogo dos estagirios

    com a professora regente da turma. Os professores estagirios sugeriram o trabalho com

    os gneros carta pessoal e email e com tpicos gramaticais referentes ortografia,

    visando, a partir destes, potencializar a competncia escrita dos alunos. A professora

    regente da turma sugeriu os tpicos de anlise lingustica numeral e adjetivo, visando

    compor contedos constantes do planejamento anual das aulas de Lngua Portuguesa

    para o 6 ano. Tratou-se de se desenvolver 11 planos de aula para atender

    obrigatoriedade de regncia de turma em 20 horas/aulas, 10 horas/aulas por estagirio.

  • 2.1.1 Justificativa

    O projeto visou atender, em primeiro lugar, proposta curricular da escola para

    o 6 ano e, em segundo lugar, ao interesse pessoal dos estagirios pelo tema.

    Acreditamos que trabalhar os gneros carta pessoal e email como um movimento

    histrico do primeiro para o segundo permitir que os alunos compreendam aspectos

    sociais e culturais que transcendem a aula de Lngua Portuguesa tradicional, como a

    percepo da carta pessoal como um meio de aproximao entre as pessoas ao longo da

    histria da escrita humana e o advento do email como mais uma consequncia

    imponente presena da tecnologia digital na sociedade contempornea.

    2.2 REFERENCIAL TERICO

    2.2.1 Concepo de lngua e ensino

    O ensino de lngua portuguesa deve atender s necessidades dos alunos quanto

    aos usos da lngua em suas diferentes esferas sociais, seja na modalidade oral ou escrita.

    Para isso, deve estar amparado em uma teoria que leve em conta o modo como

    articulamos a linguagem para que ela cumpra sua funo no meio social. Dentro de uma

    perspectiva sociointeracionista, os conceitos de gneros do discurso e de letramento se

    mostram importantes para o ensino de lngua portuguesa, pois possibilitam uma melhor

    compreenso da relao entre linguagem, desempenho em leitura e escrita e contexto

    sociocultural.

    2.2.1.1 A concepo de linguagem em Bakhtin

    A filosofia de Bakhtin se enquadra na corrente existencialista. Filosofias da

    existncia no priorizam a constituio de grandes sistemas abstratos, mas elaboram

    uma epistemologia conceitual considerando a existncia como ponto de partida. Nessa

    abordagem, o pensamento no pode estar dissociado da existncia. Desse modo, a

    filosofia de Bakhtin se enquadra em um pensamento radicalmente histrico, em que

    vivemos no concreto do tempo, da cultura e das relaes sociais.

    A filosofia de Bakhtin axiolgica, uma concepo em que ns nos

    constitumos, agimos e vivemos sempre nos posicionando frente a um conjunto de

    apud FARACO, 2002, p. 45). Desse modo, os usos sociais da linguagem, que

  • so manifestaes humanas por excelncia, esto sujeitos s conjecturas de fatores

    scio-histricos os envolvem.

    Linguagem , na perspectiva bakhtiniana, o processo de interao social em

    que a troca de signos entre as conscincias individuais institui, sempre a partir da

    relao entre um eu e um tu. Os signos s afloram no terreno interindividual, na

    linguagem em uso, na comunicao. Um sistema de signos, uma linguagem, s se

    estabelece se o eu e o tu estiverem socialmente organizados. A partir dessa perspectiva

    temos que a conscincia individual um ato socioideolgico, ou seja, ela s se constitui

    a partir das trocas que acontecem entre os vrios eu e tu ao longo do tempo.

    Para Bakhtin (2002 [1929]), o signo verbal, a palavra o fenmeno ideolgico

    por excelncia e a palavra o modo mais puro e sensvel de relao social. atravs da

    palavra que se estabelece a interao verbal, isso porque a palavra possui duas facetas:

    que procede de algum, como pelo fato de que

    se dirige para algum. Ela constitui justamente o produto da interao do locutor e do

    ao outro. Atravs da palavra nos definimos em relao coletividade. Metaforicamente,

    a interao verbal se d por meio de ponte entre o eu e os tu. A ponte a palavra. A

    palavra conecta os interlocutores e tudo o que expresso pelo eu, na interao verbal,

    pisa primeiro no solo da palavra antes de chegar ao tu.

    2.2.1.2 Os gneros do discurso

    fato de que os indivduos de uma sociedade demonstram a capacidade de se

    expressar linguisticamente de diferentes maneiras e estilos, de acordo com suas

    necessidades de adequao a diferentes situaes e contextos sociais em que se faz

    necessrio o uso da linguagem. Em Bakhtin (2003[1979]), encontra-se uma genuna

    reflexo sobre esse fato, pois apresenta um modo de conceber que os diferentes usos da

    linguagem, os gneros do discurso, so regulados pelo contexto social que envolve a

    situao do uso. Para se definir gneros do discurso, preciso, primeiramente,

    apresentar a noo de enunciado no sentido em que Bakhtin a concebe:

    O emprego da lngua se d em forma de enunciados (orais e

    escritos) concretos e nicos, proferidos pelos integrantes desse ou

    daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as

    condies especficas e as finalidades de cada referido campo no

  • s por seu contedo (temtico) e pelo estilo da linguagem, ou seja,

    pela seleo dos recursos lexicais, fraseolgicos e gramaticais da

    lngua, mas, acima de tudo, por sua construo composicional.

    (2003 [1979], p. 261)

    A partir dessa definio de Bakhtin, podemos afirmar que os enunciados se

    caracterizam por trs elementos: o contedo, o estilo e a construo composicional.

    Cada enunciado desencadeia um novo acontecimento, um evento nico e irrepetvel da

    comunicao discursiva, pois a maneira como o falante se projeta no discurso de uma

    determinada situao.

    Os enunciados no podem ser separados da situao social que os constitui;

    eles possuem vida, podem ser verdadeiros ou falsos, sinceros ou maliciosos, crticos,

    autoritrios, etc. A expressividade uma caracterstica do enunciado, uma instncia da

    posio valorativa do seu autor frente ao objeto de seu discurso. Enunciados possuem

    incio e fim absolutos. As fronteiras de cada enunciado se delimitam pela alternncia de

    sujeitos no discurso. O interlocutor sempre toma uma postura de resposta em relao ao

    enunciado do outro, gerando, assim, a cadeia discursiva.

    Os enunciados so nicos, particulares e individuais, porm h tipos

    relativamente estveis de enunciados, os quais so denominados gneros do discurso.

    Koch (2003) apresenta os gneros do discurso como marcados scio-historicamente e

    situaes que determina, pois, um gnero, com caractersticas temticas, composicionais

    der desde uma conversa

    de bar at uma tese cientfica. Por haver uma variedade to grande, Bakhtin distingue os

    gneros em primrios e secundrios. Os gneros primrios so aqueles ligados s

    situaes de comunicao cotidianas como dilogos informais, cartas, bilhetes, e-mail,

    etc. Ainda como sugere Koch (2003), os gneros secundrios so aqueles esto

    mediadas pela escrita e apresentando uma forma composicional monologizada,

    Em cada campo, existem e so empregados gneros que correspondem s

    condies especficas de dado campo; a esses gneros que correspondem

    determinados estilos de determinadas esferas da atividade humana e da comunicao.

    Uma determinada funo (cientfica, tcnica, oficial, cotidiana, etc.) e determinadas

  • condies de comunicao discursiva, especficas de cada campo, geram determinados

    gneros. A escolha do gnero se d em funo dos parmetros da situao que guiam

    um sujeito a agir discursivamente numa situao definida. Dominar um gnero e

    dominar a situao comunicativa, fato que se d atravs do uso recursivo das inmeras

    possibilidades de expresso lingustica.

    2.2.1.3 Letramento

    O conceito de letramento surgiu no meio acadmico como uma maneira de distinguir

    os estudos sobre o impacto social da escrita dos estudos sobre alfabetizao. Conforme Rojo

    (2009), o termo letramento busca recobrir os usos e prticas sociais de linguagem que envolvem

    a escrita de uma ou de outra maneira, sejam eles valorizados ou no valorizados, locais ou

    globais, recobrindo contextos diversos. Letramento uso social da escrita em suas diferentes

    finalidades.

    J os eventos de letramento, como nomeia Street (2003), so todas as prticas

    que envolvem o uso da leitura e da escrita. a partir das prticas sociais de letramento

    que exercem em diferentes contextos de suas vidas que os sujeitos vo constituindo seus

    nveis de desenvolvimento de leitura e escrita.

    Rojo (2009) apresenta uma distino feita por Soares (1998) sobre uma verso

    fraca e uma verso forte do conceito de letramento. A verso fraca estaria ligada ao

    modelo autnomo

    mecanismos de adaptao da populao s necessidades e exigncias do uso de leitura e

    verso forte de letramento estaria mais prxima do modelo ideolgico de letramento, na

    boraria no para a adaptao do cidado s exigncias sociais, mas

    as verses, tanto a fraca quanto a forte, esto situadas principalmente nas prticas

    escolares de letramento.

    O modelo ideolgico considera o letramento como um evento que no se

    desvincula do contexto cultural e social dos quais ele emerge, sendo um modelo que

    oferece uma viso com maior sensibilidade cultural das prticas de letramento, na

    medida em que elas variam de um contexto para outro, de acordo com Street (2003).

    Para o modelo ideolgico, segundo o autor, o letramento jamais pode ser encarado como

    uma habilidade neutra, pois est sempre refletindo os princpios epistemolgicos

    socialmente construdos que o envolvem.

  • J Oliveira (2009) aponta que, independentemente do seu grau de letramento,

    todos os indivduos de uma sociedade possuem algum conhecimento sobre a escrita e

    seu uso em prticas sociais, pois as pessoas sabem reconhecer a funo de cartas,

    bilhetes, jornais, revistas, etc. Tanto a criana que chega escola quanto o calouro que

    chega universidade j trazem consigo um letramento anterior que deve ser encarado

    como ponto de partida para o desenvolvimento de novas prticas de leitura e escrita nas

    esferas escolar e acadmica.

    2.2.2 O ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa na escola

    Geraldi, em seu clssico Portos de Passagem, apresenta como a

    democratizao do ensino possibilitou as camadas as camadas antes marginalizadas o

    ingresso escola. Esse ingresso de um nmero enorme de alunos que se deu entre as

    dcadas de 70 e 80 obrigou tambm o aumento rpido do nmero de professores.

    rpido

    chegamos ao incio da grande problemtica que circunda o ensino de lngua materna nas

    professores, partiu-se da ideia de se adotar o livro didtico como soluo, um livro que,

    sozinho, ensinasse aos alunos tudo o que fosse preciso, como frisa autor. Isso gerou um

    mtodo tal em que, na escola atual, o ensino comea pela sntese, pelas definies e

    pelas regras abstratas. Assim, no que confere ao ensino de lngua materna, o que acabou

    ganhando espao, nessa ocasio, foi o ensino de metalinguagem da lngua e o

    aprendizado de exerccios estruturais e categoriais, criando-se uma confuso de que

    ensina lngua e ensinar Gramtica.

    Geraldi apresenta que a lngua pode ser encarada tanto como instrumento de

    comunicao, o que implicaria na escola um ensino sobre o conhecimento dos usos da

    lngua, quanto como sistema cujos mecanismos de funcionamento procuram-se

    descrever, fazendo com que a escola ensine o saber sobre a lngua. O autor defende a

    exposto no seu dia-a-dia, as mesmas prticas que o levaram aquisio de sua lngua

    Deve-se prover, assim, a insero do aluno no quadro social dos direitos que lhe so

    conferidos.

  • solidificando-

    Assim, o autor prope que o ensino de lngua materna nas escolas deve ser composto

    em trs frentes, as quais ele organizou na seguinte ordem: a) A produo de textos; b) A

    leitura de textos; e c) A anlise lingustica. a partir desses trs eixos que Geraldi faz

    uma reflexo sobre diversas prticas epilingusticas que forneceriam ao aluno o

    desenvolvimento e o aprimoramento dos usos sociais da linguagem voltados para a

    prxis.

    2.2.2.1 A produo de textos

    A produo textual o ponto de partida e chegada de todo o processo de

    aprendizagem da lngua, porque na primeira que a segunda se revela em toda a sua

    totalidade. O autor passa a estabelecer uma distino entre produo de textos e

    redao. A redao a produo feita para a escola, visando apenas ao cumprimento de

    uma tarefa ou obteno de uma nota. A produo de textos fundamentada em

    objetivos maiores, que visam desenvolver as habilidades no aluno que o possibilitem

    produzir uma escrita em que a ponte comunicativa entre ele e seu interlocutor se

    mantenha estvel, eficiente e significativa. Para isso, Geraldi aponta cinco itens que

    elementares para a produo textual em qualquer modalidade e descreve como devem

    ser trabalhados em sala de aula.

    Primeiramente, para que se d uma produo textual, preciso que se tenha o

    que dizer, conforme aponta Geraldi. A escrita consiste sempre em partir de uma

    referncia e, seguindo-se de tal, o aluno deveria enumerar a sequncia de afirmaes

    que ele articula a partir de sua viso e conhecimento de mundo acerca dessa referncia.

    Apesar disso, v-se que ainda h um grande nmero de professores que no trata essa

    habilidade dessa maneira. Em vez disso, a produo de texto exercida como uma

    obrigao, alunos escrevendo aos professores e ento, usando a lngua de um modo

    artificial.

    Em segundo lugar, faz-se necessrio ter uma razo para dizer o que se tem a

    dizer. A razo do aluno para escrever no deveria ser apenas cumprir o objetivo de

    entregar uma produo escrita para o professor e este avali-la (apesar disso acontecer

    muito nas escolas), mas deveria partir de razes que sobrepujam razo artificial da

    produo proposta como redao, razes as quais o professor s confirmaria caso lesse

    o texto como interlocutor do aluno. As motivaes que regem a escrita sempre se

  • consequ

    passa a refletir, com o tempo, a meu ver, sobre o parmnio que o difere enquanto sujeito

    fsico e sujeito do texto, sendo que as razes para se dizer partem do sujeito fsico, mas

    se manifestam para o interlocutor atravs do sujeito do texto, ou autor, como se preferir.

    O terceiro ponto refere-se a que se tenha para quem dizer. O aluno que produz

    um texto deve ter cincia de quem seu interlocutor e deve agenciar a linguagem de

    mo

    redaes sempre a funo-professor e no o sujeito-

    o aluno fica restringido a algum com quem ele no est interagindo, mas a algum que

    o est constantemente avaliando, no conseguindo perceber um interlocutor real como

    aqueles com quem vivencia no seu cotidiano. Do nosso ponto de vista, uma boa

    produo textual em sala de aula deve se dar em vista do iderio bakhtiniano do

    dialogismo, em que a relao locutor-interlocutor seja concebida pelo aluno a luz dos

    gneros do discurso, pois assim o educando poder agenciar as motivaes que o

    levaram a escrever de maneira que atinja com clareza e conciso o seu interlocutor

    (objetivo da comunicao).

    O quarto item apontado por Geraldi que o aluno se constitua como locutor

    que se compromete com o que diz. Escrever textos faz com que o aluno desenvolva a

    capacidade de autoria e, desse modo, ele se torna protagonista de sua prpria histria.

    Dessa ma

    Assim, ele deve estar preparado para desenvolver idas e voltas, lendo, relendo,

    revisando e modificando seu texto de modo a constitu-lo como um produto do

    posicionamento de suas motivaes que o levaram a escrever. O aluno dever entender

    que o texto em si precisa ser suficiente para justificar esse posicionamento, pois todas as

    perguntas que surgiram sero feitas ao texto e ser o texto quem dever respond-las.

    Por fim, em quinto lugar, aparece a importncia da escolha das estratgias

    para se agenciar a produo textual. Este item engloba o encadeamento dos quatro itens

    aluno tiver algum sen Grosso modo, se a

    leitura do texto causar algum efeito sobre o interlocutor, seja de admirao ou revolta, o

    objetivo da produo textual estar cumprido. O importante no agenciamento das

    estratgias conseguir estabelecer um modo eficaz, coerente e conciso para se expressar

  • um ponto de vista, de modo a se estabelecer, pela modalidade escrita, sujeitos capazes

    de se desvelarem para as mais diversas discusses de cunho ideolgico.

    2.2.2.2 A leitura de textos

    permite que o leitor modifique o conjunto de conceitos que tem a respeito dos objetos e

    fatos do mundo. Quando algum l, esto em jogo no apenas o texto produzido e as

    informaes contidas nele, mas tambm as particularidades de compreenso do leitor,

    ou seja, seu horizonte apreciativo.

    O processo dialgico da leitura proposto por Geraldi na figura de um

    bordado:

    O produto do trabalho de produo se oferece ao leitor, e nele se

    realiza a cada leitura, num processo dialgico cuja trama toma as

    pontas dos fios do bordado tecido para tecer sempre o mesmo e

    outro bordado, pois as mos que agora tecem trazem e traam

    outra histria. (GERALDI, 1991, pg. 166)

    As mos que tecem o bordado no so mos amarradas, tampouco mos livres.

    Elas emprestam os seus fios para tecer sempre um novo bordado, pelas particularidades

    de compreenso, mas simultaneamente persiste um mesmo bordado, levando em conta

    os sentidos que o autor do texto props em sua produo. O encontro de cada um dos

    fios, tanto os tecidos pelo autor quanto os tecidos pelo leitor, que produz o sentido da

    leitura. Desse modo, o leitor passa a conhecer as estratgias escolhidas pela experincia

    de produo do autor e marcado por elas no processo de leitura. Subsequentemente o

    prprio autor se deixa marcar pelos leitores com os quais vai interagir por meio de sua

    produo escrita.

    Ler uma relao um lugar de encontro, encontro concreto das diversas

    leituras que materializam o texto escrito. Se fosse de outro modo, seria apenas uma

    mera atribuio de sen

    buscados por sujeitos que, querendo aprender, vo a eles cheios de perguntas prprias.

    170). do dever da escola proporcionar esse encontro real; entretanto, quando um texto

    lido em sala de aula, ele acaba acompanhado de propostas de trabalho que o tornam

  • um meio de realizao de operaes mentais, quando que, ao contrrio, ele deveria ser

    um meio de produzir conhecimentos por operaes mentais. Quando isso acontece, o

    processo acaba no estabelecendo o dilogo entre o autor e o leitor.

    preciso que haja motivao para a leitura. Geraldi entende que um texto pode

    ser lido de quatro maneiras:

    Primeiramente, pode-se ir ao texto em busca de respostas, perguntando ao

    leitura-busca-de-informaes

    previamente esperadas sero alcanadas algo que indeterminado, pois as novas

    leituras sempre modificam a compreenso do leitor e, aps elas, talvez ele j nem

    suscite as mesmas respostas e sim outras. O ponto principal que essa finalidade de

    compreenso sobre esse algo se modifica a cada leitura, indo alm, eu diria que se

    aprimora.

    Em segundo lugar, pode-se ler o texto apenas para escut-lo

    retirar dele uma resposta pontual a uma pergunta que lhe prvia, mas para retirar dele

    tudo o que ele possa me fornecer. o que se pode chamar de leitura-estudo-do-texto

    (p. 172). Essa modalidade de leitura demanda um esforo maior, pois o dilogo entre

    imprescindvel, porm no se esperam respostas prvias, qualquer nova contribuio

    que o texto trazer para o conhecimento de quem o l j estar atendendo ao que suscita

    esse tipo de leitura, porm, para que isso ocorra, a compenetrao do leitor no texto

    deve ser intensa, ele dialogando incessantemente com o autor, pois na refrao de

    signos contidos no texto que se geram novos significados a partir do dilogo entre as

    ideologias do leitor e do autor.

    us-lo na produo de outras

    obras, inclusive outros textos [...] leitura-pretexto

    leitura de textos, em sala de aula, como pretexto para se estudar regras sintticas. Essa

    atitude ilegtima, porque a leitura de qualquer texto nos permite refletir sobre estrutura

    sinttica, visto que esse um mecanismo inerente a todos os textos. No a leitura do

    texto que se fez como pretexto que permite a descoberta dos (ou de alguns) mecanismos

    sintticos e, por esse fato, esse pretexto uma atitude ilegtima.

    Por fim, tambm possvel se ir ao texto por nico e exclusivo desejo de

    fruio leitura-fruio. No a imediatez a linha

  • condutora desta relao com os outros, mas a gratuidade de estar com os outros, e com

    considerar que mesmo se indo ao texto com o nico intuito de fruio, no h como

    escapar de apropriar-se de novos significados, pois a perspectiva do dialogismo prev

    que qualquer interao entre interlocutores, no caso autor e leitor, refrate e altere, por

    meio do dialogismo, qualquer significado ideolgico antes concebido.

    2.2.2.3 A anlise lingustica

    A anlise lingustica pretende refletir sobre a linguagem como objeto com o

    qual os indivduos interagem, refletem e sobre o qual agem, considerando esses

    indivduos como sujeitos sociais transpassados por bagagens culturais e histricas, ou

    seja, o sujeito histrico situado em um tempo e espao especficos, capaz de realizar

    aes com a linguagem e sobre a linguagem.

    Geraldi identifica trs aes lingusticas: as aes que se fazem com a

    linguagem, sobre a linguagem e as aes da linguagem. As aes que se fazem com a

    linguagem pressupem que o locutor no faa enunciaes sem inteno. Sendo assim,

    todo enunciado remete a um sistema de referncia para o entendimento do mundo e

    constri determinada realidade que modifica o conjunto de informaes de que cada um

    dispe. As aes que se fazem sobre a linguagem levam em considerao os prprios

    recursos expressivos para constituir sentidos aos discursos. E as aes da linguagem

    estabelecem um padro que serve de referncia para a produo de enunciados. Tais

    aes da linguagem demarcam as formas de raciocnio enquanto as aes com e sobre a

    linguagem as extrapolam.

    Para Geraldi, importa pensar a questo da anlise lingustica, tendo em vista

    que essa deve ser epilingustica, ou seja, deve-se refletir na escola com os alunos a

    linguagem em uso, na interao com o outro, a partir da premissa de que a linguagem

    uma mediadora dessas interaes, considerando o que o aluno tem a dizer e para quem

    dizer, e, ento, depois da reflexo no uso, talvez as anlises possam ter um significado

    efetivo para os alunos.

    Pode-se fazer uma ressalva s ideias de Geraldi (1991) quanto prtica de

    anlise lingustica em sala de aula, enquanto uma atividade que se prope a parte. A

    anlise lingustica pode ser desenvolvida simultaneamente s prticas de leitura e

    produo escrita, verificando-se o agenciamento dos usos das unidades lingusticas

    dentro do texto escrito e de que maneira contribuem para o significado da leitura.

  • 2.3 OBJETIVOS

    2.3.1 Objetivo geral

    Potencializar habilidades e conhecimentos dos alunos para as prticas de uso da

    lngua oral e escrita, por meio do trabalho com os gneros textuais carta e email

    e atividades epilingusticas focadas na compreenso de aspectos da norma

    ortogrfica oficial e da funcionalidade dos numerais e adjetivos.

    2.3.2 Objetivos especficos

    Compreender a funo social dos gneros carta e e-mail dentro da sociedade;

    Reconhecer as caractersticas dos gneros carta e e-mail quanto configurao

    composicional e o contedo;

    Aprimorar o uso de elementos lingustico-textuais no processo de produo

    textual;

    Desenvolver a prtica de leitura do gnero carta;

    Desenvolver a prtica de leitura do gnero email;

    Desenvolver a prtica de composio do gnero carta;

    Desenvolver a prtica de composio do gnero email;

    Identificar semelhanas e diferenas entre os gneros carta e e-mail;

    Reconhecer as funes lingusticas envoltas no emprego dos numerais;

    Reconhecer as funes lingusticas envoltas no emprego dos adjetivos;

    Desenvolver a competncia escrita quanto ao emprego da ortografia oficial.

    2.4 CONHECIMENTOS TRABALHADOS

    Gnero carta;

    Gnero e-mail;

    Semntica e funcionalidade dos numerais;

    Semntica e funcionalidade dos adjetivos;

    Aspectos lingusticos de ortografia oficial (acentuao grfica).

  • 2.5 METODOLOGIA

    2.5.1 Procedimentos

    Aulas expositivas-dialogadas;

    Leituras coletivas e individuais;

    Produo de textos;

    Prtica de oralidade;

    Dinmicas de grupo;

    Atividades ldicas.

    2.5.2 Cronograma

    CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

    Carta

    Data Atividades H/a Horrio Local Professor

    01/10 Aspectos lingusticos: Adjetivo 2 8h 8h45 11h15 12h

    Sala Diego

    02/10 Introduo ao gnero Carta leitura de

    cartas

    Aspectos estruturais da carta, nveis de

    formalidade.

    2

    8h 9h30

    Sala

    Diego

    08/10 Aspectos lingusticos: Numeral 1 8h 8h45 Sala Dbora

    08/10 Apresentao da proposta de escritura de

    carta.

    1 11h15 12h Sala Dbora

    09/10 Atividade ldica

    Recapitulao dos aspectos

    composicionais do gnero carta

    Produo textual: Carta.

    2

    8h 9h30

    Sala

    Dbora

    16/10 Devoluo e anlise lingustica das

    produes dos alunos.

    Ditado (ortografia).

    Entrega e correo do ditado.

    Reescritura do texto.

    2

    8h 9h30

    Sala

    Diego

    22/10 Confeco de envelopes e garrafas. 2 8h 8h45 11h15 12h

    Sala Dbora

    23/10 Atividade de interpretao textual sobre

    Carta e Email.

    Leitura e socializao das produes

    textuais, exposio das garrafas.

    2

    8h 9h30

    Sala

    Dbora

    Email

    29/10 Introduo ao gnero Email, comparao

    com a Carta.

    Criar e acessar email.

    2

    8h 8h45

    11h15 12h Sala

    Lab. Inf.

    Diego

    30/10 Proposta de escritura de email.

    Leitura de email e elaborao de

    respostas.

    2

    8h 9h30

    Lab. Inf.

    Dbora

  • 06/11 Entrega da correo e anlise lingustica

    das produes dos alunos.

    Exerccio. (acentuao)

    Correo do exerccio.

    2

    8h00 9h00

    Sala

    Diego

    2.6 RECURSOS

    Lousa;

    Fotocpias;

    Acesso a computador e internet;

    Materiais de Uso Comum (MUC).

    2.7 AVALIAO

    Antunes (2010) defende que a avaliao est na interdependncia do ensino, de

    modo que os resultados da avaliao contribuam para a definio das atuaes de ensino

    subsequentes. A avaliao deve ajudar o professor a repensar suas prticas e estratgias

    de ensino, assim como deve servir aos alunos, mostrando-lhes como e em que podem

    melhorar sua aprendizagem.

    Tendo em vista essa perspectiva, realizaremos nossa avaliao em duas frentes,

    uma relacionada s produes textuais dos alunos e outra levando em conta a

    participao dos mesmos durante o andamento das atividades.

    Quanto avaliao das produes textuais, esperamos colocar em prtica a

    proposta de Geraldi (1991), promovendo ida e vinda do texto entre aluno e professor,

    uma ponte dialgica entre sujeito enunciador (o aluno que produz o texto) e seu

    interlocutor (o professor e demais colegas que lero as produes). A avaliao se

    basear na evoluo que as produes textuais apresentarem medida que o dialgico

    autor-leitor for se desenvolvendo.

    A avaliao dos alunos quanto sua participao nas aulas levar em conta o

    interesse dos mesmos pelas atividades desenvolvidas e a sua disposio para com o

    desenvolvimento destas. A colaborao dos alunos com os colegas e professores nos

    trabalhos em grupo, sua atitude em relao s reflexes sobre os contedos e prticas

    desenvolvidos e sua integrao com a turma tambm sero levadas em conta na

    avaliao.

  • 2.8 REFERNCIAS

    ANTUNES, I. Aula de Portugus: encontro e interao. So Paulo: Parbola Editorial,

    2003.

    BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. So Paulo/SP: Hucitec, 2002.

    ___________. Esttica da Criao Verbal. So Paulo/SP: Martins Fontes, 2003.

    BRASIL. Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros Curriculares nacionais:

    lngua portuguesa. Braslia, MEC/SEF, 1997.

    DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequncias didticas para o oral e a

    escrita: apresentao de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ,

    Joaquim. Gneros orais e escritos na escola. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2004.

    E.E.B. PORTO DO RIO TAVARES. Projeto Poltico Pedaggico. Florianpolis,

    2012.

    FARACO, Carlos Alberto. O estatuto da anlise e interpretao dos textos no quadro do

    crculo de Bakhtin. In: Interacionismo Sociodiscursivo Questes Epistemolgicas e

    Metodolgicas. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2007. Pg. 43-50.

    GERALDI, Joo Wanderley. Portos de passagem. 1 ed. So Paulo: Martins Fontes,

    1991.

    KLEIMAN, Angela. (Org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva

    sobre a prtica social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

    KOCH, I. Desvendando os segredos do texto. 2 ed. So Paulo/SP: Cortez, 2003.

    OLIVEIRA, Eliane Feitoza. Letramento acadmico: principais abordagens sobre a

    escrita dos alunos no ensino superior. Campinas/SP, IEL/UNICAMP, 2009. Disponvel

    em: http://www.ichs.ufop.br/memorial/trab2/l113.pdf

    RODRIGUES, R. H. Os gneros do discurso na perspectiva dialgica da linguagem: a

    abordagem de Bakthin. In: Gneros: teorias, mtodos, debates. So Paulo/SP: Parbola,

    2005. Pg. 152-161.

    ROJO, Roxane. Letramentos mltiplos, escola e incluso social. So Paulo: Parbola

    Editorial, 2009.

    STREET, B. V. Literacy in theory and practice. Cambridge University Press, 1984.

    ____________. Abordagens alternativas ao letramento e desenvolvimento.

  • 3 PLANOS DE AULA COMENTADOS

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC

    CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED

    DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DO ENSINO MEN

    ESTGIO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I

    PLANO DE AULA

    DISCIPLINA: Lngua Portuguesa e Literatura

    PROFESSOR: Diego Rafael Vogt

    SRIE: 6 ano do Ensino Fundamental

    PROFESSORA REGENTE: Nadia Nardi Martins

    CARGA HORRIA: 2 horas/aula (90 min.)

    HORRIOS: 8h00 8h45 / 11h15 12h00

    DATA: 01/10/2013, Tera-feira

    1. Tema: Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias.

    2. Contedo: Adjetivo

    3. Objetivo Geral:

    Compreender funes lingusticas dos adjetivos em textos.

    4. Objetivos Especficos:

    Localizar adjetivos em textos;

    Diferenciar as funes predicativas e restritivas do adjetivo;

    Distinguir adjetivos predicativos e restritivos em textos do ponto de vista semntico;

    Relacionar a funo do adjetivo (predicativa ou restritiva) com a posio sinttica que ele ocupa no sintagma ou na sentena.

    5. Metodologia/procedimentos: Primeiro momento (8h00 8h45min)

    Apresentao da proposta do estgio e exposio do contedo da aula. (5 min.)

    Apresentao da definio de adjetivo e exemplos a partir do poema Retrato, de Ceclia Meireles (ANEXO 1). (15 min.)

    - Parindo dos adjetivos presentes no poema Retrato, ser apresentada a definio

    de adjetivo como qualificador de um substantivo; ser feita a distino entre

    substantivo e adjetivo: O brasileiro jovem X O jovem brasileiro; e ser mostrado

    que o adjetivo concorda em gnero e nmero com o substantivo que qualifica.

    Leitura e interpretao do poema Jogo de bola, de Vincius de Morais (ANEXO 2). (10 min.)

  • - Os alunos lero o poema Jogo de bola e exporo sua interpretao do mesmo.

    O professor chamar a ateno para o efeito esttico causado pelos adjetivos do

    poema.

    Atividade: identificar os adjetivos no poema Jogo de bola. (5 min.) - Nessa atividade ser solicitado aos alunos que sublinhem todos os adjetivos

    que encontrarem no poema Jogo de bola.

    Correo da atividade de identificao dos adjetivos. (10 min.) - O professor corrigir a atividade em grupo, destacando os adjetivos caso a caso

    e explicando por que so adjetivos.

    Chamada. (3 min)

    Segundo momento (11h15 12h00)

    Breve retomada do contedo trabalho no primeiro momento da aula. (5 min.)

    Explicao a respeito da distino semntica das funes predicativa e restritiva do adjetivo e a relao dessas funes com a posio sinttica que o adjetivo

    ocupa no sintagma ou na sentena. (15 min.)

    - O professor far uma distino semntica entre os adjetivos: apesar de todos

    qualificarem o substantivo, alguns so apenas predicativos e outros so

    restritivos. O professor mostrar as diferentes posies sintticas que o adjetivo

    ocupa no sintagma ou sentena: a) O meu amigo velho; b) O meu velho amigo; e

    c) O meu amigo velho. Em cada uma das posies o adjetivo possui diferentes

    funes e interpretaes.

    Leitura do poema As borboletas, de Vinicius de Morais. (5 min.)

    Atividade: reconhecer da funo dos adjetivos (predicativa ou restritiva) do poema As borboletas. (5 min.)

    - Ser solicitado que os alunos sublinhem todos os adjetivos do poema e

    sublinhem duas vezes os adjetivos restritivos.

    Correo da atividade de reconhecimento da funo dos adjetivos. (15 min.)

    - O professor corrigir o exerccio mostrando caso a caso cada adjetivo, por que

    adjetivo restritivo ou predicativo. O professor tambm explicar como efeito

    de restrio de alguns adjetivos ajuda na identificao das diferentes borboletas

    do poema.

    Chamada. (3 min.)

    6. Recursos:

    Quadro, caneta para quadro branco e fotocpias.

    7. Avaliao:

    Os alunos sero avaliados de acordo com o envolvimento nas atividades propostas.

    8. Referncias:

    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramtica da Lngua Portuguesa. 37. ed. Rio de

    Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

    ROSENTHAL, Marcelo. Gramtica para concursos: teoria e mais de 1000 questes.

    5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

  • P.S. [Post-scriptum]: A aula do primeiro horrio foi iniciada com a apresentao do

    professor estagirio Diego aos alunos. Aps, comentou-se brevemente com os alunos o

    projeto do estgio, Da Carta ao Email. Em seguida, o professor estagirio deu incio

    aula sobre adjetivo. Durante a aula expositiva sobre o conceito e caractersticas do

    adjetivo, o professor estagirio buscou sempre interagir com os alunos, fazendo-lhes

    perguntas que incitavam a reflexo sobre o contedo proposto e tentava traz-los se

    concentrarem na aula. Os alunos participaram ativamente da aula: responderam as

    perguntas que lhes foram feitas, leram os poemas propostos no plano de aula e no se

    acanharam em opinar sobre o contedo.

    Aps a exposio do contedo, o professor estagirio props a atividade de

    resoluo do exerccio proposto no planejamento para o primeiro momento da aula do

    dia. Todos os alunos se esforaram para resolver o exerccio, que consistia em sublinhar

    os adjetivos do poema Jogo de bola, de Ceclia Meireles. O professor estagirio

    encerrou o primeiro momento da aula corrigindo o exerccio proposto com os alunos.

    A segunda aula, do ltimo horrio de tera-feira, foi tambm ministrada pelo

    professor estagirio Diego. A aula foi iniciada com uma rpida reviso dos conceitos

    apresentados na aula anterior. Em seguida, o professor estagirio introduziu,

    expositivamente, novos conceitos, o de adjetivo restritivo e adjetivo predicativo. Depois

    a introduo dos conceitos, foi realizada a leitura do poema As borboletas, de Vincius

    de Morais. Aps a leitura do poema, o professor estagirio apresentou exemplos de

    adjetivos restritivos e predicativos constantes no poema, sempre fazendo perguntas aos

    alunos que os estimulavam a descobrirem os adjetivos no poema.

    Apresentadas a noes de adjetivo predicativo e restritivo, o professor

    estagirio iniciou a proposta prevista para a segunda aula, na qual os alunos deveriam

    destacar os adjetivos do poema as borboletas. Os destaques deveriam ser diferentes para

    adjetivos restritivos e adjetivos predicativos. A maioria dos alunos fez a atividade. O

    professor encerrou a aula iniciando a correo da atividade. O sinal da escola, que

    indica o trmino da aula, bateu s 11h50min, dez minutos antes do previsto no

    planejamento da aula, o que implicou falta de tempo para se terminar a correo da

    atividade, correo que ficou para a prxima aula.

    As duas aulas desse dia correram muito bem. Os alunos participaram da aula,

    interagiram entre si e com o professor estagirio e desenvolveram as atividades

    propostas. No houve nenhum contratempo inesperado que pudesse atrapalhar o

    andamento a aula. Da parte do professor estagirio, tudo correu muito bem, pois ele

    conseguiu cumprir o plano de aula exatamente como havia planejado. Foi uma aula

    muito gratificante, uma aula que aconteceu.

  • ANEXO 1 ANEXO 2

    Retrato

    Eu no tinha este rosto de hoje,

    assim calmo, assim triste, assim magro,

    nem estes olhos to vazios, nem o lbio

    amargo.

    Eu no tinha estas mos sem fora,

    to paradas e frias e mortas;

    eu no tinha este corao que nem se

    mostra.

    Eu no dei por esta mudana, to

    simples, to certa, to fcil: Em que

    espelho ficou perdida a minha face?

    (Ceclia Meireles)

    ANEXO 3

    As borboletas Brancas

    Azuis

    Amarelas

    E pretas

    Brincam

    Na luz

    As belas

    Borboletas.

    Borboletas brancas

    So alegres e francas.

    Borboletas azuis

    Gostam muito de luz.

    As amarelinhas

    So to bonitinhas!

    E as pretas, ento. . .

    Oh, que escurido!

    Jogo de Bola

    A bela bola

    Rola:

    A bela bola do Raul.

    Bola amarela, A da Arabela.

    A do Raul,

    Azul.

    Rola a amarela

    E pula a azul.

    A bola mole,

    mole e rola.

    A bola pula.

    bela e pula.

    bela, rola e pula,

    mole, amarela, azul.

    A de Raul de Arabela,

    E a de Arabela de Raul.

    (Ceclia Meireles)

    (Vinicius de Moraes)

  • 39

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC

    CENTRO DE CINCIAS DA EDUCAO CED

    DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DO ENSINO MEN

    ESTGIO DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA I

    PLANO DE AULA

    DISCIPLINA: Lngua Portuguesa e Literatura

    PROFESSOR: Diego Rafael Vogt

    SRIE: 6 ano do Ensino Fundamental

    PROFESSORA REGENTE: Nadia Nardi Martins

    CARGA HORRIA: 2 horas/aula (90 min.)

    HORRIOS: 8h00 9h30

    DATA: 02/10/2013, Quarta-feira

    1. Tema: Da Carta ao Email: percorrendo os gneros, desvendando histrias.

    2. Contedo: Gnero Carta Pessoal.

    3. Objetivo Geral:

    Fazer com que o aluno escreva uma breve carta pessoal a partir dos conhecimentos adquiridos na aula.

    4. Objetivos Especficos:

    Ler, interpretar e analisar diversos gneros de cartas;

    Apresentar o gnero carta pessoal, comparando aspectos composicionais, funo comunicativa e linguagem com outros gneros de carta;

    Discutir os nveis de formalidade presentes nas diferentes gneros de cartas.

    5. Metodologia/procedimentos:

    Exposio do contedo e definio geral. (5 min.)

    Leitura, interpretao e anlise da estrutura de diferentes gneros de cartas: carta comercial, carta de informao, carta de reclamao, carta de solicitao, carta

    ao leitor, carta argumentativa e carta pessoal. (35 min)

    - O professor entregar fotocpias de diferentes gneros de cartas (ANEXOS 1,

    2 e 3) aos alunos. Ser solicitado que alunos leiam as cartas em voz alta,

    voluntariamente. Aps a leitura de cada carta, ser feito um levantamento das

    caractersticas da estrutura e funo comunicativa da carta lida. Aps a leitura de

    todas as cartas, ser feito um levantamento geral sobre as caractersticas comuns

    a todas as cartas lidas.

    Discusso sobre os nveis de formalidade presentes nas diferentes gneros de cartas. (10 min.)

    - Nesse momento o professor explicar os diferentes nveis de formalidade e

    tipos de formas de tratamento empregadas nas diferentes cartas lidas, fazendo

  • 40

    perguntas aos alunos: como o remetente est se dirigindo ao destinatrio? Que

    expresses ele usa para saudar e referir?

    Apresentao do gnero carta pessoal. (15 min.) - A partir da leitura de uma carta pessoal (ANEXO 4), o professor ir apresentar

    as principais car