9
Relatório sobre a Formação “ Novas dependências/ novos desafios: o papel das famílias” para Pais e Encarregados de Educação no Colégio Senhor dos Milagres A formação “ novas dependências/ novos desafios: o papel das famílias” do programa “Like Saúde”, realizou-se no estabelecimento de ensino colégio dos Milagres, pertencente ao distrito de Leiria. O objetivo primordial da formação é de sensibilizar a comunidade escolar, mais concretamente os alunos e os seus educadores, para a importância de um estilo de vida saudável, ao longo do percurso escolar destes jovens. O programa “Like Saúde”, iniciativa ao qual a Dr.ª Ana Soledade técnica do CRI de Leiria dá a voz, deseja contribuir para a melhoria do estado de saúde global dos jovens, definir de políticas no que diz respeito aos consumos de substâncias psicoativas e ambiciona prevenir o consumo de substâncias em meio escolar, através de estratégias trabalhadas com os alunos, os professores e as famílias. Deste modo, em conjunto com a técnica de Serviço Social, Catarina Louro da Mulher Século XXI, que visa promover iniciativas 1

Relatório Formação Like Saúde

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Relatorio de formação

Citation preview

Relatório sobre a Formação “ Novas dependências/ novos desafios: o papel das famílias” para Pais e Encarregados de Educação no Colégio

Senhor dos Milagres

A formação “ novas dependências/ novos desafios: o papel das famílias” do programa “Like Saúde”, realizou-se no estabelecimento de ensino colégio dos Milagres, pertencente ao distrito de Leiria. O objetivo primordial da formação é de sensibilizar a comunidade escolar, mais concretamente os alunos e os seus educadores, para a importância de um estilo de vida saudável, ao longo do percurso escolar destes jovens.

O programa “Like Saúde”, iniciativa ao qual a Dr.ª Ana Soledade técnica do CRI de Leiria dá a voz, deseja contribuir para a melhoria do estado de saúde global dos jovens, definir de políticas no que diz respeito aos consumos de substâncias psicoativas e ambiciona prevenir o consumo de substâncias em meio escolar, através de estratégias trabalhadas com os alunos, os professores e as famílias. Deste modo, em conjunto com a técnica de Serviço Social, Catarina Louro da Mulher Século XXI, que visa promover iniciativas na área da prevenção da Violência de Género e implementando serviços e grupos de interajuda, de maneira a melhorar a qualidade de vida de todos, criaram um espaço de esclarecimento de dúvidas para pais e filhos para ajudar a desmistificar alguns mitos sobre drogas, violência no namoro e sexualidade.

1

Com o intuito de que os pais e alunos pudessem esclarecer as suas dúvidas sem constrangimentos, pediu-se que escrevessem anonimamente as suas questões ou uma palavra/frase de um tema que gostassem que fosse debatido naquele espaço. Após recolhidos os papéis, foram colocados numa caixa onde as profissionais os retiraram aleatoriamente e em conjunto debateram os temas. As perguntas discutidas e respostas resumidamente, foram:

“Qual a importância dos amigos para acabar com problemas como o alcoolismo, drogas e violência no namoro?”

A maioria dos adolescentes, inevitavelmente dá muito mais importância ao seu grupo de amigos do que à sua família. O que acontece de facto, é que os adolescentes precisam dessa convivência para desenvolver habilidades sociais que começaram a adquirir com a família. Nesta fase os jovens preocupam-se com a inclusão num grupo, valorizam a opinião dos amigos e refugiam-se nas conversas com estes. Mas a verdade é que a influência dos pares tanto se pode revelar positiva, com comportamentos de amizade, proximidade e suporte que favorecem o seu bem-estar, como se pode revelar de negativa, com comportamentos de crítica, rejeição e estigmatização que afetam seriamente o equilíbrio do adolescente. Deste modo, cabe aos pais o papel de promover a capacidade de afirmação dos filhos, promover o contacto com diferentes grupos e conhecer os amigos dos filhos.

2

“ Como conhecer uma discussão saudável de uma discussão/ agressão?”

Primeiro a Dr.ª Ana Soledade pediu à audiência para dizer a primeira palavra que vinha à cabeça quando o termo discussão era mencionado e surgiu respostas como: debate de ideias, desentendimento, briga …

A verdade é que as discussões entre pais e filhos é algo que é cada vez mais comum na fase da adolescência e a grande barreira é a diferença entre gerações. O mais comum é os pais quererem impor disciplina, muitas vezes demasiado rígida, que vai resulta em revolta e indignação por parte do jovem. Cabe aos pais gerir as suas emoções nas discussões, criar um diálogo aberto e ter em conta a forma como dizem as coisas. Assim, perante o erro o jovem saberá que está a errar e alterará o comportamento. Porém, apesar de se dever estimular uma abertura de diálogo entre pais e filhos para contar seus dilemas e pedir orientação os pais estão ali para disciplinar. O papel de amigo é um e o de pai e mãe, é outro. Quando os papéis se confundem, a hierarquia é quebrada fazendo com que se perca o respeito e a autoridade, pois a amizade é uma relação entre iguais.

A técnica Catarina Louro, dá o exemplo nas relações íntimas ainda existe muito a ideia de que um mais um é igual a um, mas na verdade um mais um é igual a dois, porque são duas pessoas diferentes, dois pontos de vista e que é normal existir desacordo de ideias desde que

3

proporcione uma discussão saudável. Os jovens de hoje em dia nas suas relações cada vez mais demostram o ciúme e a possessividade. Este fenómeno preocupante potenciador de uma possível violência é trabalhado na instituição Mulher Século XXI.

“Como ensinar os filhos a ser assertivos?”

Educar um filho tem as suas complicações, no entanto para ensiná-lo a ser assertivo é necessário que os pais ou as figuras educativas sejam um modelo de assertividade ou seja, os pais são o exemplo e o modelo a ser seguido pelos seus filhos. É importante defender os pontos de vista sem ser agressivo e deixar que os filhos exponham as suas opiniões, metendo-os a pensar de modo a torna-los pessoas com espírito crítico. A título de exemplo que a Dr.ª Ana Soledade deu é os primeiros pensamentos que passam pela cabeça da maioria das pessoas quando queremos representar a droga aos filhos: ambientes degradantes, seringas, pessoas com mau aspeto... Todavia estas representações estão erradas porque nem todas as pessoas que apresentam comportamentos dependentes de substâncias tem essas características, fazendo com que o problema esteja nos exemplos que são transmitimos por vezes. Logo, é importante fazer com que a mensagem chegue de forma subtil estimulando a reflexão sobre o tema.

Por vezes também as novelas e as séries televisivas são condenadas pelos pais quando abordam certas

4

problemáticas. Isto, remete para o facto de que atualmente os pais protegem demasiado as crianças, algo que não é problemas dos país mas sim da sociedade em si. Existe uma linha entre a liberdade e os limites que por vezes é complicada de se manter.

“Como conseguir limitar o tempo de jogos?”

Cada vez mais, e mais cedo, a aderência dos jovens às tecnologias aumenta. Esta situação preocupante, pode ser parada através da imposição dos pais, através da limitação de horas nos jogos consideradas razoáveis (normalmente menos de 4 horas diárias, mais que isso é considerado dependência).

Dizer “não” aos filhos nem sempre é fácil mas os pais devem estar preparados para ouvir choros, reclamações, olhares revirados. Porém, mesmo com essas atitudes os pais devem manter a postura e continuar firmes. Dizer "não" faz parte da educação e ajuda a criança a descobrir os limites entre “o certo e o errado”. Além disso, receber um "não" ensina a criança a lidar com um novo sentimento, muito comum a ser enfrentado na vida adulta: a frustração.

“Como saber se o meu filho anda a utilizar drogas?”

Não existe nada que os pais possam fazer para garantir a cem por cento que os filhos não utilizem drogas e nem sempre é fácil reconhecer logo quando isso acontece, contudo o que podemos estar atentos é a sinais de que algo não esta bem. A adolescência é uma fase cheia de

5

alterações e algumas mudanças bruscas de comportamento devem de ser observadas.

“Como lidar com traições e espectativas?”

Grande problema das relações dos jovens atualmente são as traições, o ciúme e o controle. Superar traições nem sempre é possível, segundo a Dr.ª Catarina Louro é como uma folha de papel após ser amachucada, fica sempre com as marcas.

Entre estas questões abordaram outras mais tais como: “ Como dizer que não quando me oferecem drogas?”, “ A partir de que idade o(a) meu filho(a) deve de sair com os amigos?”, “Como desviar o meu filho(a) para boas práticas como ler livros?” e na minha opinião a pergunta mais engraçada feita por um dos alunos mais novos: “ Tenho um irmão mais novo, porque fico sempre com a culpa quando acontece algo?”.

Estas formações são um espaço muito importante para ao pais e alunos esclarecerem as suas dúvidas enquanto educadores e pré-adolescentes em autodescoberta, constantes mudanças e dúvidas que levanta alguns medos.

Apesar de nestas formações aparecerem poucos pais os que vieram tenho a certeza que acharam proveitoso porque pareciam interessados. É importante referir neste caso, a totalidade de presentes para além de poucos alunos só estavam mães e nenhum pai. Talvez seja pelo facto da formação ser feita num horário que muitos estão a

6

trabalhar e muitas das mães que vieram estão desempregadas ou são domésticas como já me tinham informado anteriormente.

7