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RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 2366/18 Título da Pesquisa: Associação de Azospirillum brasilense e manejo do nitrogênio na cultura da cevada. Interessado: Tânia Maria Müller, Dolvan Biegelmeier Instituição: Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC São José do Cedro. Local da Pesquisa: O experimento está sendo conduzido na Linha Prata, município de Bandeirante – SC. As coordenadas do local são 26° 46’08” de latitude sul e 53° 38’ 22” de longitude oeste, com uma altitude de 507 metros. Valor Financiado pela Fundação Agrisus: 5.700,00 Vigência do Projeto:03/2018 a 02/2019 INTRODUÇÃO O cultivo da cevada (Hordeum vulgare L.) no Brasil destina-se, na sua maioria, para a produção de malte destinado as cervejarias, aproximadamente, 90%. Contudo o elevado consumo e a baixa produção desencadeiam o processo de importação de 30% a 50% do malte (CONAB, 2017). Além disso, as cervejarias no seu processo de produção optam por cereais não maltados que proporciona menor custo final do produto. Dentre os desafios para a produção de cevada de qualidade, destacam-se que devem ser produzidas sementes com germinação superior a 95%. Além disso, o teor de proteína das sementes que deve ser inferior a 12% para conferir qualidade no processo de fabricação de cerveja (LIMA; MELO FILHO, 2011). O teor de proteína nos grãos é dado por diversos fatores como manejo adequado do nitrogênio (N) que deve ser aplicado em doses de até 60 kg ha -1 (MELLO, 2012). O N atua em diversos processos fisiológicos da planta, estando presente na composição da molécula de clorofila e fazendo parte da composição da proteína. A época de aplicação de N é um dos aspectos mais importantes no manejo da adubação nitrogenada de gramíneas, em sistema de plantio direto, uma vez que pode

RELATÓRIO PARCEIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA · desafios para a produção de cevada de qualidade, destacam-se que devem ser produzidas sementes com germinação superior a 95%

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RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

Projeto Agrisus No: 2366/18

Título da Pesquisa: Associação de Azospirillum brasilense e manejo do nitrogênio

na cultura da cevada.

Interessado: Tânia Maria Müller, Dolvan Biegelmeier

Instituição: Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC São José do

Cedro.

Local da Pesquisa: O experimento está sendo conduzido na Linha Prata, município

de Bandeirante – SC. As coordenadas do local são 26° 46’08” de latitude sul e 53° 38’

22” de longitude oeste, com uma altitude de 507 metros.

Valor Financiado pela Fundação Agrisus: 5.700,00

Vigência do Projeto:03/2018 a 02/2019

INTRODUÇÃO

O cultivo da cevada (Hordeum vulgare L.) no Brasil destina-se, na sua maioria,

para a produção de malte destinado as cervejarias, aproximadamente, 90%. Contudo o

elevado consumo e a baixa produção desencadeiam o processo de importação de 30% a

50% do malte (CONAB, 2017). Além disso, as cervejarias no seu processo de produção

optam por cereais não maltados que proporciona menor custo final do produto. Dentre os

desafios para a produção de cevada de qualidade, destacam-se que devem ser produzidas

sementes com germinação superior a 95%. Além disso, o teor de proteína das sementes

que deve ser inferior a 12% para conferir qualidade no processo de fabricação de cerveja

(LIMA; MELO FILHO, 2011).

O teor de proteína nos grãos é dado por diversos fatores como manejo adequado

do nitrogênio (N) que deve ser aplicado em doses de até 60 kg ha-1 (MELLO, 2012). O N

atua em diversos processos fisiológicos da planta, estando presente na composição da

molécula de clorofila e fazendo parte da composição da proteína.

A época de aplicação de N é um dos aspectos mais importantes no manejo da

adubação nitrogenada de gramíneas, em sistema de plantio direto, uma vez que pode

ocorrer a deficiência inicial de N decorrente da imobilização causada pela decomposição

microbiana dos resíduos da cultura antecessora. Entretanto, há necessidade de mais

estudos, para a cultura da cevada, é fundamental, também, o estudo de diferentes fontes

de N, uma vez que esses fertilizantes têm efeito diferente quando aplicados ao solo, em

especial no que se refere às perdas.

Além disso, doses aplicadas em excesso e absorvidas pela planta incrementam o

teor proteico das sementes, não sendo adequados para a indústria, ou necessitando-se a

realização de mistura com sementes de menores teores de proteína, ampliando o custo de

produção da indústria (LIMA; MELO FILHO, 2011). A qualidade das sementes faz-se

tão importante quanto a quantidade produzida e o equilíbrio de ambos é fundamental para

que haja uma sustentabilidade ambiental, social e econômica do processo.

Uma das estratégias que pode ser considerada adequada para o manejo do N em

cereais é a utilização da bactéria associativa Azospirillum brasilense, que disponibiliza N

para a planta, fazendo com que não haja perdas por lixiviação e volatilização (HUNGRIA,

2011). As bactérias dessa espécie têm grande potencial de resposta para a inoculação em

gramíneas, contribuindo para a agricultura sustentável no intuito de redução do uso de

insumos não-renováveis (HUNGRIA et al., 2010).

As contribuições do A. brasilense no desenvolvimento da cultura da cevada, são

inúmeras, como aumento da absorção de outros nutrientes (N, P, Mg, Ca, Fe, Mn e Na) e

na redução da toxidade de metais pesados, como o cadmo (BELIMOV; DIETZ, 2000).

Isso ocorre, pois existe sinergismo na absorção no N e outros elementos. Outra

consequência da absorção de minerais é a maior concentração de aminoácidos

importantes para o desenvolvimento da planta, fazendo com que ocorra maior formação

de raízes primárias e secundárias, sendo que essas aumentam em extensão e diâmetro

(SILVA et al., 2004). Em plantas de cevada verifica-se uma maior resistência das plantas

a doenças como a bipolares, possivelmente pois as bactérias induzem ao estímulo de

elementos de defesa da planta (SILVA et al., 2004). Fazendo com que o conjunto desses

efeitos proporcionados pelo uso de Azospirillum em inoculação aumente a produção de

grãos e permita uma substituição de até 20% da adubação nitrogenada (SANTA et al.,

2004).

Diante da escassez de trabalhos que estudem a adubação nitrogenada, na cultura

da cevada, observa-se a importância de trabalhos que busquem o uso da fixação biológica

de nitrogênio (FBN) para o aporte da adubação nitrogenada. Dessa forma, o objetivo do

presente trabalho será avaliar os componentes de produtividade, utilizando inoculante a

base de A. brasilense e manejos da adubação nitrogenada em cobertura na cultura da

cevada.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento está sendo conduzido em condições de campo, a

implantação foi realizada, em sistema de semeadura direta, no dia 20 de junho de 2018.

A dessecação da área experimental foi realizada antes da implantação do experimento,

com herbicida não seletivo glifosato (Roundup®, 360 g de ingrediente ativo (i.a.) L-1 de

produto comercial), na dose de 4 L ha-1.

Com auxilio de um quadrado de 0,5 metros e área de 0,25 m², foi coletado

cobertura vegetal para medir o teor de matéria seca da área experimental.

Foi utilizada a cultivar de cevada BRS Brau. Com semeadora de disco, com rotor

acanalado, com dosador de sementes e fertilizante mineral. Foram utilizadas 71 sementes

por metro linear, com espaçamento de 0,17m, totalizando 417,48 sementes por m²,

4.174.800 de sementes por hectare, respectivamente. As parcelas foram compostas por

12 fileiras com espaçamento de 0,17 m de largura e 5,0 m de comprimento, totalizando a

área de 10,2 m². Para expectativa de produção de 4 toneladas de grãos por hectare, foram

utilizados na adubação de base os fertilizantes minerais, Superfosfato Triplo, na dose de

217 kg ha-¹ e 16 kg ha-¹ de Cloreto de Potássio conforme o manual de calagem e adubação.

Para tratamentos fitossanitários de sementes, foi utilizado inseticida imidacloprido

+ tiodicarbe (Cropstar®, com 15 e 45 g i.a. L-1, respectivamente na dose de 0,003 L kg-1

de sementes), fungicida triadimenol (Baytan®, 15 g i. a. L-1 na dose de 0,0027 L kg-1 de

semente).

Foram utilizadas cinco doses comerciais de A. brasilense e um manejo de N. O

inoculante, foi a base de A. brasilense: 1 dose (0,0025 L kg-1 de semente); 3 doses (0,0075

L kg-1); 5 doses (0,0125 L kg-1); 7 doses (0,0175 L kg-1) e testemunha sem a presença de

inoculante. O manejo nitrogenado utilizado a base de ureia (45% de N) na dose de 50 kg

ha-1 de N, com e sem aplicação, este realizado no estádio 2 conforme a escala de Feeks.

O controle de plantas daninhas foi realizado pelo método de controle físico de

“roguing”, sem o uso de controle químico. No controle de pragas foi utilizado o inseticida

lufenuron (Match®, 50 g i.a. L-1 na dose de 0,1 L p.c. ha-1) aplicados no estádio 5. E para

o controle de doenças foram utilizados os fungicidas trifloxistrobina+tebuconazole

(Nativo®, 100 e 200 g i.a. L-1 na dose de 0,15 L p.c. ha-1) aplicados nos estádios 5 e 7 e

propiconazole (Tilt®, 250 g i.a. L-1 na dose de 0,5 L p.c. ha-1) aplicado no estádio 9

(LARGE, 1954). Todos os defensivos foram aplicados com pulverizador costal calibrado

para o volume de 150 L calda ha-1.

RESULTADOS E SUA DISCUSSÃO

A coleta damatéria seca (MS) da área (tabela 1), apresentada quantidades de 2280

a 8320 kg ha-¹ de MS. A distribuição da palhada não está de forma homogênia, entretanto

esta situação será considerada na avaliação dos resultados do experimento.

Tabela 01. Quantidade de matéria seca em kg ha-¹

*R= repetição; **T- tratamento.

Figura 1. Imagens referente ao estabelecimento da cultura (a), desenvolvimento

(b), pré-florescimento (c) e desenvolvimento radicular no florescimento.

A figura 1 apresenta o desenvolvimento do experimento, apresentando o

estabelecimento da cultura, 30 dias após a implantação do experimento, o

**T3 T5 T1 T4 T2 T8 T10 T6 T9 T7

*R1 5880 2280 5200 6000 3520 4880 5240 8320 6520 5880

R2 5200 3200 5000 3880 4080 5400 6000 5880 6800 6000

R3 4400 4680 5180 2600 4640 6120 7040 7600 7200 6280

c

a

d

b

desenvolvimento da cultura, o pré-florescimento e o desenvolvimento do sistema

radicular no florescimento.

DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS

No momento a cultura está no estádio do florescimento (LARGE, 1954), onde

estão sendo realizadas as avaliações de MS da planta, teor de N da folha bandeira, índice

de clorofila e altura de planta. Os dados estão sendo coletados nesta semana.

O experimento ocorre conforme previsto, sem necessidade de manejos não

previstos.

Tânia Maria Müller,

UNOESC – São José do Cedro (SC), 02 de outubro de 2018.