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RELATÓRIO PIBAGRO - MINAS GERAIS Agosto de 2013 referente à Maio de 2013 GDP Agribussiness – Outlook

Relatório PIBAgro - Minas Gerais - Secretaria de Estado ... · variação obtida entre os dois anos é, então, usada para o cálculo da taxa mensal de variação do volume, bem

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RELATÓRIO PIBAGRO - MINAS GERAIS

Agosto de 2013 referente à Maio de 2013

GDP Agribussiness – Outlook

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

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Relatório PIBAgro - Minas Gerais G D P A G R I B U S S I N E S S – O U T L O O K

O Relatório PIBAgro – Minas Gerais é uma publicação mensal resultante da parceria entre o Centro de

Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

O cálculo do PIB do agronegócio é feito pela ótica do valor adicionado, a preços de mercado,

computando-se os impostos indiretos líquidos de subsídios. A quantificação dessa medida reflete a evolução do

setor em termos de renda real, a qual se destina à remuneração dos fatores de produção: trabalho (salários e

equivalentes), capital físico (juros e depreciação), terra (aluguel e juros) e lucros. Considera-se, portanto, no

cômputo do PIB do agronegócio tanto o crescimento do volume produzido como dos preços, já descontada a

inflação.

O agronegócio é entendido como a soma de quatro segmentos: (a) insumos para a agropecuária, (b)

produção agropecuária básica ou, como também é chamada, primária ou “dentro da porteira”, (c) agroindústria

(processamento) e (d) distribuição. A análise desse conjunto de segmentos é feita para o setor agrícola (vegetal) e

para o pecuário (animal). Ao serem somados, com as devidas ponderações, obtém-se a análise do agronegócio.

É importante destacar que este relatório considera os dados disponíveis – preços observados e

estimativas anuais de produção – até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações

mais atualizadas, pode, portanto, haver alteração dos resultados de meses e também de anos passados.

Recomenda-se o uso do relatório mais atualizado.

Os cálculos sobre a variação do volume partem das mais recentes projeções de safra para o ano em

curso. Essas quantidades são confrontadas com as projeções de volume correspondentes do ano anterior. A

variação obtida entre os dois anos é, então, usada para o cálculo da taxa mensal de variação do volume, bem

como da taxa acumulada a partir de janeiro do ano em curso. No final do ano, a taxa acumulada por esse

procedimento coincidirá com a taxa de variação do volume (confirmado e não mais projetado) entre o ano

corrente e o anterior. Quanto aos preços, a comparação é feita entre a média real do período (número de meses)

transcorrido no ano corrente e a média real do mesmo período do ano anterior. Essa variação anual é, então,

usada para o cálculo da taxa mensal e da taxa acumulada desde janeiro do ano em curso.

Equipe Responsável

Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D Pesquisador Chefe/ Coordenador Científico do Cepea/Professor titular Esalq/USP Adriana Ferreira Silva, Dra., Arlei Luiz Fachinello, Dr., Fernanda Ultremare, Ma., Nicole Rennó Castro, Bel., Pesquisadores do CEPEA

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APRESENTAÇÃO

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em

Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do

Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

(Seapa), manteve a trajetória de crescimento em maio (0,21%), atingindo 0,92% de aumento anual da renda

(Figuras 1e 2).

Essa evolução esteve atrelada ao avanço de 0,76% da pecuária em maio, já que a agricultura recuou

0,26% (Figura 1). Na cadeia da agricultura, o declínio foi resultado de retração em todos os segmentos, inclusive

no básico, o qual voltou ao cenário de queda após um mês de recuperação. Na cadeia da pecuária, por sua vez,

os segmentos básico, agroindústria e distribuição mantiveram a trajetória do início de 2013 e mostraram taxas

positivas, enquanto o segmento de insumos apresentou queda, a exemplo dos últimos três meses.

Figura 1 - Taxas de crescimento do PIB do agronegócio em maio de 2013 (%)

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.

Figura 2-Taxas de crescimento acumuladas do PIB do agronegócio de janeiro a maio de 2013 (%)

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.

-1,50%

-1,00%

-0,50%

0,00%

0,50%

1,00%

1,50%

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio

Pecuária Agricultura Agronegócio total

-6,00%

-4,00%

-2,00%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio

Pecuária Agricultura Agronegócio total

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

ESTIMATIVAS DE VALOR DO PIB DO AGRONEGÓCIO DE MG

O agronegócio mineiro apresentou expansão de 0,92% entre janeiro e maio de 2013, o que levou a

renda estimada para R$ 154,4 bilhões (a preços de 2013). Desse valor, R$ 83,3 bilhões ou 54% devem vir da

agricultura e R$ 71,1 bilhões ou 46%, da pecuária (Tabela 3).

EVOLUÇÃO DOS SEGMENTOS QUE FORMAM O PIB

Em maio, a taxa do agronegócio da agricultura declinou 0,26%, resultando em queda de 1,17% na

renda deste setor nos primeiros cinco meses de 2013. O segmento de insumos continuou com forte variação

negativa neste mês (1,44%) e acumulou baixa de 5,08% no ano. No primário (“dentro da porteira”), houve

novamente declínio (0,04%) após um mês de crescimento. No ano, o segmento já acumula retração de 0,25%. Nos

segmentos de processamento e de distribuição, as variações negativas deste mês foram, respectivamente, de

0,28% e de 0,22%, acumulando redução de 1,30% e 1,05% no ano (de janeiro a maio).

Já no agronegócio da pecuária, houve ascensão de 0,76% em maio, o que levou o resultado positivo

anual para 3,46% (contra 2,67% até abril). No segmento de insumos, único a manter retração na cadeia, houve

declínio de 0,46% no mês e de 0,95% no ano. Básico, indústria e distribuição registraram, em maio, taxas

positivas de 0,77%, 1,31% e 0,92%, respectivamente; no acumulado de 2013, as taxa foram de 3,24%, 6,77%

e 4,19%.

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INSUMOS

O segmento de insumos do agronegócio mineiro apresentou retração de 0,89% em maio de 2013,

acumulando declínio de 2,78% no ano. Este é o pior resultado do grupo em dois anos. A performance ruim deveu-

se essencialmente à redução de preços e volumes de fertilizantes e corretivos de solo, uma vez que combustíveis e

lubrificantes tiveram taxas cada vez mais elevadas. Já os alimentos para animais mostraram certo equilíbrio nas

cotações, a despeito da redução observada no último mês. No grupo de insumos para a agricultura, o recuo em

maio foi de 1,44% e, para a pecuária, de 0,46%. No acumulado ano, houve declínio de 5,08% para a

agricultura e de 0,95% para a pecuária.

Na comparação entre os cinco primeiros meses de 2013 com o mesmo período do ano anterior, o grupo

de fertilizantes e corretivos do solo apresentou a maior queda de receitas (15,74%). Os preços reais foram

4,96% a.a. inferiores e as perspectivas de vendas, 11,34% a.a. menores. De acordo com a ANDA (Associação

Nacional de Difusão de Adubos), entre abril e maio, os preços dos fertilizantes caíram, em média, 6% no país. A

movimentação nestes meses é tipicamente fraca, sendo que historicamente, apenas 35% dos adubos são vendidos

entre janeiro e julho. O mercado é regido pela procura dos produtos pelos produtores para o plantio da safra de

grãos no final do ano. Assim, o pico normalmente ocorre entre outubro e novembro, com o aumento gradual da

demanda.

No grupo de combustíveis e lubrificantes, a média de preços reais no ano foi 3,82% superior à registrada

no mesmo período de 2012. A perspectiva de avanço em volume foi ainda maior (13,66% a.a.), levando o

faturamento anual do setor a registrar elevado aumento de 18%. Em termos de volume, o refino de petróleo tem

atingido valores recordes mensalmente em 2013, alcançando, em maio, o maior patamar de série histórica - que

teve início em janeiro de 1991. De acordo com Maria das Graças Foster, presidente da Petrobrás, o aumento da

produção na estatal reflete novos investimentos em otimização das unidades de refino, que tiveram como objetivo

atender a demanda doméstica por combustíveis e contribuir para a redução da importação de derivados.

Já os alimentos para animais apresentaram redução de 1,10% a.a. na renda. Houve continuidade do

movimento de alta nos preços reais, que subiram fortes 4,87% na comparação com o ano anterior.

Simetricamente, porém, o grupo apontou declínio das estimativas de volume de 5,69% a.a.

Na Figura 3 estão as taxas de crescimento dos ramos de insumos não-agropecuários em 2013, tomando-

se como base os preços médios reais de janeiro a maio de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior e

as estimativas anuais de produção para 2013. Na Tabela 8 estão os números dos setores que compõem o

segmento.

Figura 3 – Evolução do volume, preços reais e faturamento dos insumos não agropecuários (% a.a.) – 2013/12

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa (elaborado a partir de dados da FGV, ANP, ANDA e IBGE).

-20,00%

-10,00%

0,00%

10,00%

20,00%

Combustíveis e Lubrif Fertilizantes e Cor. Solo Alim. para animais

quantidade preços reais valor

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ATIVIDADES “DENTRO DA PORTEIRA”

As atividades primárias retomaram a trajetória de aceleração já no mês anterior e atingiram taxa de

0,52% em maio. Com isso, na parcial do ano, o segmento acumulou alta de 2,13%. Este resultado deveu-se ao

desempenho positivo da pecuária (3,24% no ano), uma vez que o cenário manteve-se de queda na agricultura

(0,25%).

No caso agrícola, observou-se queda de 1,55% nas cotações e de 0,64% nas expectativas de produção,

dadas as estatísticas disponíveis até o mês corrente (maio). Com isso, estima-se que a renda decresça 0,25% no

ano. Ganhos de receita ocorreram nas culturas da soja, milho, batata-inglesa, tomate, mandioca e banana (Figura

4). No caso da soja, o forte avanço de 12,28% a.a. ocorreu devido ao ganho na média dos preços reais desde

janeiro, que cresceram 2,41% na comparação entre os cinco primeiros meses do ano (já descontada a inflação);

além da estimativa de expansão da produção (9,64% a.a). Segundo analistas do Cepea, o aumento na demanda

pelo farelo de soja, aliado aos baixos estoques norte-americanos do produto, tem impulsionado as cotações nos

estados. Apesar da safra recorde brasileira, ainda impactaram no preço as elevadas vendas antecipadas,

problemas logísticos e a restrição vendedora. O milho também manteve trajetória de valorização em 2013,

atingindo taxa de crescimento real de 3,52% a.a. em preços e passou a sinalizar expansão de 0,91% a.a. na

renda (a menor variação em 2013), mesmo diante da perspectiva de queda na produção de 2,52% a.a.

A batata-inglesa e o tomate merecem destaque pelas expressivas taxas de crescimento de 236,87% a.a.

e de 159,88% a.a. em faturamento. Para a batata, a melhora no faturamento esteve atrelada essencialmente à

expansão dos preços (214,33% a.a.), visto que a expectativa para o volume produzido é de alta de 7,17% a.a..

Minas Gerais é o principal produtor de batatas do Brasil, com 1,250 milhão de toneladas por ano, sendo que

50% desse total vem do sul do estado. De acordo com a Emater, depois de dois anos em crise, o preço da saca

reagiu e superou os custos de produção. Entretanto, devido à queda de produtividade na primeira safra deste

ano, o sul de Minas está deixando de colocar no mercado 20% do total previsto para essa safra das águas. Além

disso, para a Associação dos Bataticultures do Sul de Minas Gerais (Asbamig), os agricultores ainda tem que

enfrentar a falta de sementes, o que pode reduzir a quantidade do produto ofertado.

No caso do tomate, a alta de 159,88% no faturamento esperado para 2013 também esteve ligada aos

preços, cujo aumento no período foi 122,90%. Vale frisar que, em maio, o preço nominal do tomate recuou após

atingir, em abril, o maior valor do ano. De acordo com a equipe Hortifruti/Cepea, o volume de tomate rasteiro

disponível para comercialização no mercado in natura tem aumentado desde o início de maio, atrelado à alta de

cerca de 20% na área cultivada entre 2012 e 2013 e também aos altos preços do fruto estaqueado verificados

desde o início do ano. O aumento na área de tomate rasteiro neste ano se deve à maior demanda das indústrias,

visto que os estoques de polpa praticamente se esgotaram no ano passado, o que elevou as importações no

começo deste ano. A expectativa de produção no estado atingiu, no último mês, avanço de 16,59% a.a. com

518,3 mil toneladas.

Também a mandioca e a banana apresentaram aumento de receitas nos primeiros cinco meses de 2013,

puxadas fundamentalmente pelo aumento de preços reais (29,17% a.a. e 38,37% a.a., respectivamente), já que

o volume ficou estagnado no caso da mandioca e apresentou alta de 6,58% a.a. para a banana.

Perdas de receita ocorreram na laranja, café, algodão, cana-de-açúcar, feijão, carvão vegetal e arroz

(Figura 4), sendo os três primeiros com quedas mais significativas. Na comparação entre igual período de 2012,

esses produtos apresentaram redução no faturamento de 52,70%, 34,11% e 27,91%, respectivamente. A laranja

teve o pior declínio real em preços (54,29% a.a.), mantendo o ritmo de retração das cotações desde fevereiro de

2013; já o volume, continuou com crescimento menos expressivo que no ano anterior (+3,47% a.a.). O café teve

seu desempenho atrelado ao recuo de 30,05% a.a. nos preços reais e de 5,79% a.a. no volume, exercendo a

maior pressão relativa no resultado do segmento. De acordo com analistas do Cepea, a diminuição dos preços do

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arábica reflete a existência de grãos remanescentes da safra anterior, a previsão de uma grande temporada

para 2013/14, além da insatisfação dos produtores com o preço (o que inibe as vendas), fatores que em conjunto

impactam em acúmulo de estoque. Ainda de acordo com o Cepea, as negociações em 2013 só têm sido

efetivadas nos dias em que o preço na Bolsa de Nova York dá suporte para maiores valores no mercado interno,

o que não ocorreu no presente mês, visto que os preços na bolsa chegaram ao patamar mais baixo dos últimos

três anos.

Na atividade algodoeira, a variação em preços reais voltou a apresentar taxas positivas em março e

atingiu 9,83% em maio. Entretanto, a retração do volume de 34,36% a.a. foi mais que suficiente para reduzir a

estimativa de faturamento anual em 27,91% a.a. De acordo com pesquisadores do Cepea, a diminuição na

produção esperada é resultado de condições climáticas desfavoráveis no início do cultivo da segunda safra, que

levaram produtores a migrar para o milho. Dados da Conab indicam expressiva redução de área plantada para

Minas Gerais de 32,4%.

O carvão vegetal recuou 14,56% a.a., mantendo forte baixa de preços reais (11,26% a.a.) e

expectativas de volume em menores patamares (-3,72% a.a.). A cana-de-açúcar, que inverteu a trajetória de

expansão do ano passado, continuou caindo em faturamento: -4,20% a.a. até abril e -5,27% até maio, resultado

de retração nos preços de 13,98% a.a. dada a elevação das quantidades (+10,12% a.a.). Em Minas Gerais, a

safra 2013/14 de cana-de-açúcar segue em ritmo acelerado. Até o último dia de maio, a moagem atingiu 10,7

milhões de toneladas, 50% acima do acumulado neste mesmo período da safra 2012/13. A qualidade da

matéria-prima também está superior nesta safra e apresenta 116 kg/t de cana, valor 5,5% maior que no último

ciclo. A previsão em Minas Gerais é de produzir 57 milhões de toneladas

O arroz e o feijão também apresentaram perspectivas de perdas de receitas reais até maio de 2013. Em

ambos, a menor produção esperada para 2013 pressionou o faturamento, que ficou 18,77% a.a. menor no caso

do arroz e 4,84% a.a. mais baixo para o feijão.

O segmento primário da pecuária apresentou avanço de 0,77% em maio, o que ampliou para 3,24% os

ganhos de 2013. A maioria das atividades apresentou saldo positivo, porém as fêmeas de bovinos tiveram queda

de 1,92% a.a., dado o recuo de 6,98% a.a. em preços reais, já que, em volume, a estimativa é de aumento de

5,44% a.a. O bovino macho igualmente apresentou recuo nos preços (4,42 a.a.), sinalizando a segunda maior

baixa em valores nominais no ano. Em volume, entretanto, houve alta de 11,11% a.a., indicando faturamento

6,20% maior no ano. Frangos (25,77%), suínos (27,40%) e ovos (18,35%) tiveram os maiores avanços no

faturamento. A perspectiva de queda na oferta de frango e ovos permitiu que os preços se elevassem para

patamares acima de 25% a.a. Para suínos, as cotações permaneceram elevadas mesmo com ascensão em volume.

Segundo pesquisadores do Cepea, neste mês, os preços do suíno vivo voltaram a subir no mercado brasileiro. Os

primeiros movimentos de alta foram verificados em Minas Gerais. Segundo colaboradores deste estado, é comum

a procura por carne suína se aquecer em datas comemorativas, como o dia das Mães.

Na atividade leiteira, o crescimento de 9,83% a.a. em preços reais mais que compensou a queda de 0,62% a.a.

no volume e o faturamento real se tornou 9,15% a.a. maior que em 2012. Levantamentos do Cepea mostram que

o preço bruto pago ao produtor em maio no estado de Minas Gerais foi de R$ 1,0069/litro, acréscimo de 3,6%

em relação a abril (ou 3,5 centavos/litro). Veja nas Figuras 4 e 5 a variação de volume, preços reais e

faturamento real das atividades primárias da agricultura e da pecuária mineiras neste ano, tomando-se como

base os preços médios de janeiro a maio de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior, e as

estimativas anuais de produção.

ATIVIDADES DA AGROINDÚSTRIA

O segmento industrial do agronegócio mineiro recuou 0,07% em maio e 0,30% nos primeiros cinco meses

do ano. Este resultado reflete o desempenho negativo das atividades de processamento de base agrícola, que

apresentaram declínio, enquanto a agroindústria de base animal manteve saldo positivo.

A renda da agroindústria de base agrícola diminuiu 0,28% em maio, aprofundando o movimento de

queda em 2013. Com isso, o resultado anual passou de -1,02% em abril para -1,30% no acumulado até maio.

Esse recuo esteve ligado à retração de faturamento em cinco das nove atividades acompanhadas nesta pesquisa,

sendo que o maior peso negativo continuou a ser do açúcar, que apresentou queda de 21,99% a.a. no

faturamento. Para o mercado de açúcar, o fraco desempenho no ano se relaciona à consistente queda no preço

do produto (taxa de -25,89% a.a.), que ocorre desde 2012 e foi acentuada em 2013, resultado do superávit

mundial do produto. Vale destacar que tal superávit tem se mantido, ainda que o estado tenha destinado a maior

parte da safra da cana-de-açúcar para a produção do etanol.

Também mostraram desempenho negativo fumo, bebidas, óleo de soja refinado e café. O fumo iniciou

2013 acumulando resultados negativos e apresentou até maio taxa anual de -8,93% a.a., com recuo de 14,06%

a.a. em volume e aumento de 5,97% a.a. em preços reais. Bebidas tiveram queda tanto em preços quanto em

quantidades e ficaram com saldo de -6,36% a.a. Já o óleo de soja refinado passou a apresentar perspectiva de

aumento em volume (+7,89% a.a.), mas o alto declínio em preços (-8,10% a.a.) foi capaz manter o saldo da

atividade em patamar negativo (-0,85% a.a.). No processamento do café, igualmente a expansão da quantidade

impactou negativamente as cotações, o que resultou em receita 0,09% a.a. menor que a acumulada até o mesmo

mês do ano anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, neste mês, as cotações do café arábica recuaram

novamente no mercado interno – esta foi a oitava queda no comparativo com a média do mês anterior. Devido à

diferença entre o preço oferecido pelos compradores e o pedido por produtores, o ritmo de negociação continuou

lento, a exemplo do visto no primeiro quadrimestre de 2013. A elevada quantidade de café remanescente da

safra brasileira 2012/13, a insatisfação dos produtores com os preços (inibe as vendas) e a chegada da

temporada 2013/14 agravam as preocupações de vendedores quanto ao acúmulo de café arábica nos

armazéns. Essa elevada oferta pode prejudicar o poder de negociação do produtor nos próximos meses.

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

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Por outro lado, em algumas áreas como os demais derivados de cana, celulose e têxteis, o cenário foi de

alta. No caso do etanol anidro, houve variação de +38,18% a.a. em volume e de -0,06% a.a. em preços,

levando ao aumento de 38,09% a.a. do faturamento. O hidratado, por sua vez, teve desempenho muito mais

modesto, reflexo de preços reais 4,66% a.a. menores e volume 5,51% a.a. maior. Segundo informações da

Siamig, a maior produção de etanol tem feito com que o preço do hidratado caia na bomba, com muitos postos

em Belo Horizonte apresentando um valor em torno de R$ 1,87 a R$ 1,90, segundo pesquisa da ANP. Se

comparado ao preço médio da gasolina de R$ 2,785, dá uma relação de preço de cerca de 67%, vantajosa ao

etanol. De acordo com a entidade, com o bom andamento da safra de cana, os preços do etanol hidratado têm

caído na produção e já começam a se mostrar competitivos para o consumidor na bomba.

Já a celulose contou com elevação de preços reais de 8,65% a.a. e volume 0,66% a.a. inferior. No caso

dos têxteis, houve queda de preços (1,98% a.a.), mas aumento em quantidade produzida (8,04% a.a.), o que

proporcionou crescimento de 5,90% a.a. no faturamento.

Na agroindústria de base pecuária, a trajetória manteve-se de elevação da renda estimada. O avanço

em maio foi de 1,31%, o que elevou para 6,77% o resultado no acumulado no ano. Das atividades de base

animal, as industriais mantiveram-se como as de melhor desempenho em 2013. O resultado de maio pode ser

explicado pela expressiva expansão do preço médio anual (10,44% a.a.) e da estimativa de volume, que

acumulou avanço de 6,89% a.a.

Praticamente todas as atividades da cadeia tiveram ganhos de faturamento em maio. A exceção

continuou a ser do leite pasteurizado, que contou com retração pelo quinto mês consecutivo. Para este produto o

recuo de 0,66% a.a. ocorreu em decorrência do declínio da média anual de preços reais (-3,45% a.a.), já que

volume permaneceu em alta de 2,89% a.a.. Entre os demais derivados lácteos, portanto, o saldo foi positivo na

comparação com o mesmo período do ano anterior. Nessas atividades, as estimativas de redução de volume

favoreceram o crescimento de preços. O leite em pó apresentou a elevação mais significativa das cotações

(+19,14% a.a.), proporcionando expansão de 17,75% a.a. do seu saldo, dado o declínio de 1,16% a.a. em

volume. O leite UHT e os queijos mostraram avanço de 4,54% a.a. e 0,89% a.a. em faturamento, dados os

respectivos aumentos de 4,49% a.a. e 4,21% a.a. nas cotações. O recorde de preços, segundo pesquisadores do

Cepea, é reflexo da baixa oferta de leite no campo, que acirrou a disputa pela matéria-prima entre as indústrias

de laticínios. As chuvas que eram esperadas para abril/maio chegaram somente no final de maio, o que atrasou a

semeadura das pastagens de inverno, segundo agentes do setor consultados pelo Cepea. Para os próximos meses,

a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas é que os preços continuem firmes ou mesmo em alta.

Para a carne suína, o saldo foi 28,37% a.a. maior na comparação com o mesmo período do ano anterior,

resultado da expansão em preços e quantidades. Em maio, entretanto, as desvalorizações nominais frente a abril

não cessaram. Suinocultores e frigoríficos mineiros demoraram semanas para chegar a um acordo na Bolsa de

Comercialização do estado. Na metade do mês, o “preço de negociação sugerido” pela Bolsa chegou a ser de

R$ 3,20/kg. Ao longo da semana seguinte, alguns colaboradores do Cepea chegaram a confirmar negócios nesse

valor, mas outros negociavam no máximo a R$ 2,90/kg. No dia 23, finalmente, o valor acordado foi de

R$ 3,00/kg.

Destaca-se também o mercado de carnes bovinas, sendo que a carne de vaca teve variação positiva de

26,46% a.a. em faturamento e a de boi, de 25,78% a.a. As perspectivas de aumento de volume para estas

atividades no estado de Minas Gerais estiveram acima dos 31% a.a., enquanto as cotações permaneceram em

declínio (taxa de 3,63% a.a. no caso da carne de vaca e de 4,34% a.a. para a carne de boi). Segundo a equipe

Boi/Cepea, os preços do boi gordo recuaram no correr de maio no mercado brasileiro. No estado de Minas

Gerais, especificamente, o Indicador do Boi Gordo ESALQ/BM&FBovespa encerrou o mês de maio a R$ 88,60,

com queda de 2,2% no acumulado do mês. Finalmente para as aves, a ampliação foi de 12,99% a.a. no

faturamento: houve avanço de 17,46% a.a. em preços e queda de 3,80% a.a. em volume. Os resultados anuais

podem ser vistos na Figura 7 e na Tabela 12.

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 11

Figura 6. Crescimento do volume, de preços reais e do faturamento da agroindústria vegetal (% a.a.) – 2013/12

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa(elaborado a partir de dados da FGV, Unica e Abiove).

Figura 7. Crescimento do volume, preços reais e faturamento da agroindústria animal (% a.a.) – 2013/12

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa(elaborado a partir de dados da FGV, Unica e Abiove).

DISTRIBUIÇÃO

O segmento de distribuição (comércio e transporte) do agronegócio mineiro apresentou crescimento de

0,27% em maio, acumulando avanço na renda de 1,16% em 2013.

No segmento agrícola, houve retração mensal de 0,22%, continuando a trajetória de recuo iniciada em

meados de 2012. Dessa maneira, o resultado acumulado em 2013 ficou 1,05% menor. Esta evolução acompanhou

a queda nas atividades de insumos, do segmento “dentro da porteira” e na agroindústria de base agrícola.

No segmento de distribuição da pecuária, o cenário continuou a ser favorável em maio, com elevações da

renda geradas na comparação com o ano anterior. Neste mês (maio), houve crescimento de 0,92%, o que levou a

alta anual de 3,25% até abril e de 4,19% até maio. Esse comportamento seguiu a alta da agroindústria animal e

do segmento básico da pecuária.

-30,00%

-20,00%

-10,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

Celulose ÁlcoolAnidro

ÁlcoolHidratado

Têxtil Café Fumo Açúcar Óleo desoja

refinado

Bebidas

quantidade preços reais valor

-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

carne de boi carne devaca

carne desuínos

carne deaves

leite em Pó leite UHT queijos leitepasteurizado

quantidade preços reais valor

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

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PARTICIPAÇÕES

Em maio de 2013, as participações dos segmentos na geração da renda do agronegócio de Minas

Gerais passaram a ser as seguintes: insumos não agropecuários: 5,72%; segmento básico: 38,15%; industrial:

25,48%; e de distribuição: 30,64%.

No agronegócio da agricultura, apenas o segmento básico apresentou aumento de participação em

relação a abril, passando de 21,85% para 22,04%. Todos os demais segmentos tiveram redução.

O mesmo movimento foi observado no agronegócio da pecuária, sendo que o segmento básico passou de

56,60% para 57,02%. As maiores quedas de participação foram do segmento industrial (0,19 p.p.) e de insumos

(0,18p.p.)(Figura 8).

Figura 8. Participações dos segmentos na geração da renda do agronegócio de Minas Gerais em maio de 2013

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.

O PIB do agronegócio de Minas Gerais passou a representar, com base em cálculos de maio, 14,36% do

PIB do setor do Brasil (Tabela 4). Em 2012, a participação era de 14,67%, registrando, até o momento, portanto,

declínio de 0,30 p.p. Todos os segmentos apresentaram recuo de participação no agregado, com destaque para

o básico, que caiu de 16,52% para 15,93% e para insumos, que mostrou recuo de 12,96% para 12,43% até a

última análise. Na sequência, o segmento industrial teve sua participação reduzida de 13,30% para 13,15% e

distribuição passou de 14,28% para 14,13%.

Vale sempre destacar que tais participações podem, ao longo do ano, serem ajustadas, uma vez que os

números contidos no relatório se referem às informações disponíveis até o fechamento dos cálculos do mês corrente

e também às estimativas de safra, que poderão ainda, passar por mudanças.

6%

38%

25%

31%

Agronegócio INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO

5%

22%

41%

32%

Agricultura INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO

7%

57% 7%

29%

Pecuária INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 13

ANÁLISES CONJUNTURAIS GERAIS

O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou queda de 2% em maio,

fechando a R$ 44,51/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 44,55/saca de 50 kg, 0,77% superior

à de abril (R$ 44,21/saca de 50 kg) e 18,38% abaixo da média de maio/12 (R$ 54,58/saca de 50 kg), em

termos nominais. No geral, as condições climáticas no estado de São Paulo estiveram favoráveis à colheita da

cana-de-açúcar nas três primeiras semanas de maio. Cientes deste cenário e também das perspectivas indicando

aumento na produção de açúcar, consumidores consultados pelo Cepea restringiram as compras, adquirindo

apenas o necessário para processamento imediato, à espera de novas reduções nos preços do açúcar. Com isso,

algumas usinas consultadas pelo Cepea acabaram sendo flexíveis nos preços. Na última semana do mês, no

entanto, as chuvas no estado de São Paulo reduziram o ritmo de colheita, elevando os preços do cristal no spot

paulista. De acordo com dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), o volume de cana-de-açúcar

processado pelas usinas do Centro-Sul do País na primeira quinzena de maio totalizou 39,85 milhões de

toneladas. Esse volume foi 90,82% superior ao registrado em igual período do ano passado, quando o

processamento havia sido de 20,88 milhões de toneladas.

No balanço do mês, o Indicador CEPEA/ESALQ mensal do hidratado foi de R$ 1,1102/litro (sem

impostos), recuo de 10,77% frente ao de abril. No caso do anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de

R$ 1,3291/litro (sem impostos), queda de 4,71% no mesmo período. No geral, com o tempo firme na maior parte

de maio, a colheita 2013/14 da região Centro-Sul ganhou ritmo. Assim, os preços dos etanóis refletiram a

combinação de avanço da colheita de cana-de-açúcar com demanda estável por parte das distribuidoras. Já em

meados do mês, dúvidas e incertezas quanto ao funcionamento do mecanismo de desoneração, e suas

consequências, afastaram vários agentes de suas atividades temporariamente. Na atual safra, a moagem de

cana e a produção de etanol estão firmes. Até meados de maio, segundo dados da Unica, foram moídas na

região Centro-Sul do Brasil 81,1 milhões de toneladas de cana, que geraram 1,06 bilhão de litros de anidro,

2,19 bilhões de litros de hidratado e 3,762 milhões de toneladas de açúcar. Quanto às exportações, em

maio/13, o Brasil embarcou 139,8 milhões de litros de etanol (anidro e hidratado), 35% a mais que em abril/13

e 6% inferior ao volume de maio/12 (149,2 milhões). A receita gerada em maio/13 foi de US$ 93,9 milhões.

As cotações do café arábica recuaram novamente no mercado interno em maio – esta foi a oitava queda

no comparativo com a média do mês anterior. Devido à diferença entre o preço oferecido pelos compradores e o

pedido por produtores, o ritmo de negociação continuou lento, a exemplo do visto no primeiro quadrimestre de

2013. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve

média de R$ 297,25/sc de 60 kg em maio, 1% menor que a de abril. A elevada quantidade de café

remanescente da safra brasileira 2012/13, a insatisfação dos produtores com os preços (inibe as vendas) e a

chegada da temporada 2013/14 agravam as preocupações de vendedores quanto ao acúmulo de café arábica

nos armazéns. Essa elevada oferta pode prejudicar o poder de negociação do produtor nos próximos meses.

Muitos aguardam apoio governamental, principalmente via preço mínimo para escoar seus estoques. Desde o

início de 2013, produtores só têm fechado negócios nos dias em que a alta na Bolsa de Nova York dá suporte

para valores mais remuneradores no mercado nacional – situação pouco frequente no mês de maio, já que NY se

aproximou dos níveis mais baixos dos últimos três anos.

Os preços do algodão em pluma caíram no mercado brasileiro em maio. A pressão veio da retração

compradora e da posição mais flexível por parte de vendedores, em especial comerciantes. No acumulado de

maio, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias recuou 4,53%, fechando a R$ 1,9293/lp no dia 31.

A média mensal foi de R$ 1,9708/lp. Indústrias trabalharam basicamente com a pluma que possuíam em estoque

e, dessa forma, postergaram, ao máximo, novas aquisições, na expectativa de preços menores conforme a

colheita avança. No geral, indústrias demonstraram interesse apenas por compras do algodão da nova safra

para entrega a partir de julho. Com a demanda retraída, alguns comerciantes, na posição de vendedores, foram

mais flexíveis nos preços pedidos pela pluma. Ao se posicionarem como compradores, negociaram basicamente

em operações “casadas” e para o cumprimento de contratos. Produtores, por sua vez, seguiram firmes ao ofertar

lotes de tipos 31-4 para melhor. Já para os lotes mistos – como a pluma de tipo 41-4 para pior – e para os que

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

Page 14 CEPEA- CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

envolvem volumes mais expressivos, cotonicultores acabaram cedendo à pressão compradora. Por outro lado, a

forte valorização do dólar em maio elevou as paridades de importação e de exportação, o que pode levar a

alguma retração dos vendedores. No mês, o dólar avançou 7,24%, cotado a R$ 2,1470 no dia 31.

Em maio, as cotações do milho subiram no mercado brasileiro. A alta esteve atrelada a incertezas sobre as safras norte-americana e brasileira, a relatos sobre novos negócios para exportação e, principalmente, à oficialização de leilões governamentais. Caso a produção seja, de fato, recorde, a maior oferta dos Estados Unidos pode limitar as exportações brasileiras e tirar o suporte de médio prazo às cotações nacionais. No Brasil, estimativas ainda apontam recorde na produção de milho safrinha, mesmo que o prolongamento da estiagem tenha prejudicado a produtividade das lavouras em algumas regiões. A produção elevada deve pressionar as cotações no médio prazo e o governo já apresentou políticas de intervenção para garantir a renda de produtores. Quanto aos preços, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu expressivos 7% em maio, fechando a R$ 26,65/sc de 60 kg no dia 31. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 26,16/sc no último dia de maio, alta de 6,8% no mesmo período. Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, em maio, os preços no mercado de balcão (recebidos por produtores) subiram 1,8% e, no de lotes (negociação entre empresas), 3,1%. Vale considerar que as cotações cederam expressivamente nas regiões de Mato Grosso, onde a expectativa é de oferta maior que a estimada até o mês anterior, segundo o Imea.

Os preços da soja subiram com força em maio, impulsionados, principalmente, pela demanda por farelo

de soja. Com estoques norte-americanos baixos, houve disputa pelo produto. No Brasil, apesar da safra recorde,

as boas vendas antecipadas, problemas logísticos e a restrição vendedora deram o tom altista aos preços. No

geral, porém, as negociações estiveram lentas, diante da forte valorização do dólar – de 7,2% no mês –, que

deixou agentes cautelosos. Os feriados da última semana de maio também influenciaram para um mercado

nominal no período – teve feriado nos Estados Unidos no dia 27 (Memorial Day) e no Brasil no dia 30 (Corpus

Christi). Entre 30 de abril 31 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do

porto de Paranaguá), em moeda nacional, subiu 7,5%, finalizando a R$ 64,52/saca de 60 kg. Em dólar fechou a

US$ 30,05/sc de 60 kg, ligeira alta de 0,3%. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no

Indicador CEPEA/ESALQ, finalizou a R$ 63,18/sc de 60 kg no dia 31, expressivo aumento de 11,8% no

acumulado do mês. Considerando-se a média do conjunto de praças acompanhadas pelo Cepea, no mercado de

balcão (ao produtor), houve forte alta de 10,5% e no de lotes (negociações entre empresas), de 13%. A

possibilidade de novas perdas na safra norte-americana manteve produtores nacionais retraídos para novos

negócios de curto prazo. Mas, a decisão de postergar vendas, porém, pode não ter sido uma boa aposta, quando

analisadas as cotações para os próximos meses. Isso porque a aposta em preços mais elevados no segundo

semestre depende, principalmente, de problemas na safra norte-americana.

Os preços do boi gordo recuaram no correr de maio no mercado brasileiro. No estado de São Paulo, especificamente, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa encerrou o mês de maio a R$ 98,28, com queda de 1% no acumulado do período. A média mensal, de R$ 97,91, foi 2% abaixo da de abril. No início do mês, a oferta de animais para abate esteve baixa. Já nas semanas seguintes, a disponibilidade de boi aumentou, por conta da degradação dos pastos com o tempo mais frio, o que pressionou as cotações da arroba. Outros agentes, por sua vez, indicaram que as pequenas baixas diárias estiveram atreladas à compra de animais em outros estados, onde os preços estavam menores. Apesar de a pressão sobre as cotações ter aumentado na segunda quinzena de maio, os negócios realizados em valores acima da média e também distantes dos mínimos impediram quedas mais expressivas. Nesses casos, agentes atribuíram os valores maiores às especificações dos lotes, em termos de qualidade e também de volume.

Em maio, os preços do suíno vivo e da carne voltaram a subir no mercado brasileiro. Os primeiros

movimentos de alta foram verificados em Minas Gerais. Segundo colaboradores do Cepea deste estado, é comum

a procura por carne suína se aquecer por ocasião de datas comemorativas, como o dia das Mães. Como

resultado, também o suíno vivo se valoriza. Já nos demais estados, as cotações não se alteraram naquele início de

mês, período em que o mercado avaliava também o impacto do recuo das exportações de carne suína em abril –

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 15

eleva a disponibilidade interna. Na segunda quinzena do mês, os preços começaram a subir nas demais regiões

acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores do Cepea, especialmente nas praças onde predomina o

mercado independente, o motivo para a valorização foi mesmo a oferta limitada de animais para abate. A

justificativa dada por produtores para essa restrição é que seus animais não estavam no peso ideal para abate.

Por outro lado, representantes de frigoríficos acreditavam que produtores estariam limitando a oferta

estrategicamente para gerar recuperação dos preços.

O preço bruto do leite pago ao produtor (inclui frete e 2,3% de “Funrural”) neste mês é o maior dos

últimos cinco anos, considerando-se a série deflacionada (IPCA) do Cepea. Conforme pesquisas da instituição, em

maio, o preço bruto alcançou R$ 0,9854/litro na média ponderada pelo volume captado em abril nos estados de

GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA, o que representa reajuste de 3,5% sobre o mês anterior. O preço líquido recebido

pelo produtor aumentou 3,75%, acréscimo de 3,3 centavos por litro, que passou para a média de R$ 0,9094.

Esse preço recorde, segundo pesquisadores do Cepea, é reflexo da baixa oferta de leite no campo, que acirrou

a disputa pela matéria-prima entre as indústrias de laticínios. O recuo mais expressivo na captação em abril

ocorreu na região Sul (5,5%) devido à escassez de alimento para as vacas. Além disso, as chuvas que eram

esperadas para abril/maio chegaram somente agora, no final de maio, o que atrasou a semeadura das

pastagens de inverno, segundo agentes do setor consultados pelo Cepea

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O agronegócio mineiro apresentou crescimento de 0,21% em maio, levando a 0,92% o avanço da renda

em 2013. Nos primeiros cinco meses de 2012, a expansão do setor foi de 1,16%. Além disso, comparativamente

ao ano anterior, Minas Gerais vem apresentando, até o momento, redução de sua participação no PIB do

agronegócio nacional, indo de 14,67% para 14,36%.

Em maio, mantendo a aceleração do crescimento do mês anterior, as atividades primárias atingiram taxa

de 0,52%. Na parcial de 2013, o segmento básico acumulou alta de 2,13%. Merecem destaque a batata-inglesa

e o tomate, que tiveram forte avanço de 236,87% a.a. e 159,88% a.a. em faturamento, respectivamente. Já

para o café, de acordo com analistas do Cepea, a diminuição dos preços reflete a existência de grãos

remanescentes da safra anterior, a previsão de uma grande temporada para 2013/14, além da insatisfação dos

produtores com o preço (o que inibe as vendas), fatores que em conjunto impactam em acúmulo de estoque. A

queda de faturamento deste produto (34,11% a.a.) exerceu o maior impacto dentre as atividades agrícolas

dentro da porteira. Na pecuária, houve ganho de receita em quase todas as atividades, com exceção das vacas,

que apresentaram queda de 1,92% a.a.. Mesmo assim, houve avanço de 0,77% da renda agregada destas

atividades em maio, acumulando 3,24% de crescimento no ano.

Nas atividades industriais, o cenário foi de recuo de 0,07% em maio e de 0,30% nos primeiros cinco

meses de 2013. Este resultado mostra o peso do desempenho negativo das atividades de processamento de base

agrícola para o segmento, já que as de base animal ficaram com saldo positivo e elevado (-1,30% contra

+6,77% na parcial de 2013). Na agroindústria agrícola, o maior peso negativo continuou a ser do açúcar, que

apresentou queda de 21,99% a.a. no faturamento. Para o mercado deste produto, o fraco desempenho no ano

se relaciona à consistente queda de preços que ocorre desde 2012 e foi acentuada em 2013, resultado do

superávit mundial do produto. Na agroindústria de base pecuária, o movimento continuou, portanto, a ser de

elevação da renda estimada. A carne de vaca teve variação de 26,46% a.a. em faturamento e a de boi, de

25,78% a.a. As perspectivas de aumento de volume para estas atividades estiveram acima dos 31% a.a.,

enquanto as cotações permaneceram em declínio (taxa de -3,63% a.a. no caso da carne de vaca e de -4,34%

a.a. para a carne de boi).

Finalmente, destaca-se o segmento de insumos, que continuou a apresentar queda da renda de 0,89% em

maio e de 2,78% em 2013. O grupo de fertilizantes e corretivos para o solo tiveram o maior peso negativo do

segmento. De acordo com a ANDA, entre maio e abril os preços dos fertilizantes caíram, em média, 6,0% no país.

A movimentação nestes meses é tipicamente tímida, sendo que historicamente, apenas 35% dos adubos são

vendidos entre janeiro e julho. O mercado é regido pela procura dos produtores para o plantio da safra de

grãos no final do ano. Assim, o pico normalmente ocorre entre outubro e novembro, com o aumento gradual da

demanda.

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TABELAS DE DADOS

Tabela 1 – Taxas de crescimento mensais e acumuladas do PIB do agronegócio de Minas Gerais em 2012 e 2013 (%)

AGRONEGÓCIO Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Total

mai/12 1,68 0,23 0,54 0,37 0,44

jun/12 -1,62 0,42 0,51 0,49 0,33

jul/12 -2,26 1,30 -1,90 -0,28 -0,19

ago/12 0,56 0,72 -0,26 0,24 0,33

set/12 -0,38 0,52 -0,42 0,07 0,10

out/12 0,71 1,25 -0,71 0,33 0,48

nov/12 0,26 1,04 -0,56 0,27 0,38

dez/12 0,35 1,00 -0,23 0,40 0,49

jan/13 0,38 0,63 -0,19 0,27 0,30

fev/13 -1,19 0,30 0,10 0,26 0,15

mar/13 -0,61 0,08 -0,13 0,02 -0,03

abr/13 -0,51 0,59 -0,01 0,34 0,30

mai/13 -0,89 0,52 -0,07 0,27 0,21

Acum. no ano (2012) 4,22 1,00 1,01 0,85 1,16

Acum. no ano (2013) -2,78 2,13 -0,30 1,16 0,92

AGRICULTURA

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Total

mai/12 3,03 -0,60 0,64 0,31 0,37

jun/12 -2,50 -0,62 0,49 0,19 -0,04

jul/12 -3,77 0,67 -2,32 -1,53 -1,44

ago/12 0,78 0,39 -0,36 -0,16 -0,05

set/12 -0,68 0,00 -0,54 -0,40 -0,37

out/12 0,85 0,09 -0,99 -0,70 -0,54

nov/12 0,25 -0,11 -0,74 -0,57 -0,48

dez/12 0,76 0,48 -0,35 -0,12 -0,01

jan/13 0,06 -0,59 -0,44 -0,48 -0,46

fev/13 -1,99 -0,02 -0,07 -0,06 -0,15

mar/13 -0,82 -0,10 -0,29 -0,24 -0,26

abr/13 -0,99 0,49 -0,22 -0,05 -0,05

mai/13 -1,44 -0,04 -0,28 -0,22 -0,26

Acum. no ano (2012) 7,95 0,65 1,46 1,25 1,54

Acum. no ano (2013) -5,08 -0,25 -1,30 -1,05 -1,17

PECUÁRIA

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Total

mai/12 0,60 0,64 -0,09 0,43 0,52

jun/12 -0,89 0,94 0,69 0,87 0,76

jul/12 -1,03 1,60 0,66 1,34 1,26

ago/12 0,38 0,87 0,36 0,73 0,76

set/12 -0,14 0,78 0,30 0,64 0,64

out/12 0,61 1,80 1,01 1,58 1,59

nov/12 0,26 1,57 0,49 1,28 1,32

dez/12 0,02 1,24 0,45 1,02 1,03

jan/13 0,64 1,20 1,56 1,30 1,21

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

Page 18 CEPEA- CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

fev/13 -0,56 0,44 1,33 0,69 0,50

mar/13 -0,44 0,15 0,97 0,37 0,23

abr/13 -0,13 0,64 1,42 0,85 0,70

mai/13 -0,46 0,77 1,31 0,92 0,76

Acum. no ano (2012) 1,32 1,17 -1,71 0,35 0,73

Acum. no ano (2013) -0,95 3,24 6,77 4,19 3,46

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.

Tabela 2 – Taxas de crescimento anual do agronegócio de 2002 a 2013

AGRONEGÓCIO

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2002 14,38 3,99 1,64 2,25 3,51

2003 14,51 3,41 10,14 6,51 6,63

2004 7,83 19,26 -3,01 7,82 9,67

2005 1,27 -12,50 5,86 -3,60 -5,02

2006 -2,59 14,55 21,17 16,52 15,46

2007 13,64 5,81 2,42 5,31 5,30

2008 32,75 13,64 3,48 8,38 10,86

2009 -9,14 -8,57 5,92 -1,83 -3,35

2010 -6,79 12,55 25,47 18,35 16,05

2011 19,00 20,01 2,42 9,61 12,05

2012 1,82 7,05 16,87 11,54 10,47

2013 -2,78 2,13 -0,30 1,16 0,92

AGRICULTURA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2002 9,46 1,68 3,28 2,75 2,98

2003 15,74 -3,87 11,83 6,68 5,92

2004 9,77 14,76 -4,84 0,94 3,01

2005 -3,45 -4,20 6,13 2,66 1,42

2006 -6,51 -1,16 26,73 17,99 14,23

2007 22,39 -4,27 -1,38 -2,14 -1,09

2008 38,66 22,05 2,48 7,50 10,90

2009 -16,37 -9,45 8,73 3,43 0,48

2010 -11,86 17,69 29,49 26,48 23,09

2011 19,13 19,54 3,10 7,01 8,74

2012 3,27 2,28 19,29 14,78 12,91

2013 -5,08 -0,25 -1,30 -1,05 -1,17

PECUÁRIA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2002 19,21 5,55 -4,74 1,66 4,15

2003 13,40 8,10 3,02 6,30 7,46

2004 6,04 21,84 5,39 16,19 17,41

2005 5,76 -16,99 4,73 -10,22 -11,59

2006 0,82 24,33 -2,07 14,74 16,89

2007 6,59 10,80 22,98 14,58 12,60

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 19

2008 27,27 10,04 7,84 9,31 10,82

2009 -1,86 -8,15 -5,66 -7,33 -7,19

2010 -2,43 10,15 6,34 8,87 8,38

2011 18,89 20,24 -1,53 13,14 16,15

2012 0,70 9,43 2,24 7,39 7,63

2013 -0,95 3,24 6,77 4,19 3,46

Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa.

Tabela 3 – PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2001 a 2013 (R$ milhões de 2013)

AGRONEGÓCIO

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 4.179 28.376 16.795 21.932 71.282

2002 4.780 29.510 17.070 22.426 73.786

2003 5.473 30.515 18.801 23.886 78.675

2004 5.902 36.392 18.235 25.753 86.283

2005 5.976 31.842 19.304 24.827 81.949

2006 5.822 36.474 23.391 28.929 94.615

2007 6.616 38.591 23.956 30.464 99.628

2008 8.782 43.856 24.790 33.016 110.444

2009 7.979 40.098 26.258 32.412 106.748

2010 7.438 45.132 32.945 38.361 123.877

2011 8.851 54.163 33.743 42.047 138.804

2012 9.012 57.984 39.437 46.899 153.332

2013 8.840 58.917 39.346 47.316 154.418

AGRICULTURA INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 2.070 11.378 13.358 11.966 38.771

2002 2.265 11.569 13.796 12.295 39.925

2003 2.622 11.121 15.427 13.117 42.287

2004 2.878 12.763 14.680 13.241 43.561

2005 2.779 12.227 15.580 13.593 44.179

2006 2.598 12.086 19.744 16.039 50.467

2007 3.179 11.570 19.471 15.696 49.917

2008 4.409 14.121 19.953 16.873 55.356

2009 3.687 12.787 21.696 17.453 55.622

2010 3.250 15.049 28.094 22.074 68.466

2011 3.871 17.990 28.965 23.620 74.447

2012 3.998 18.401 34.552 27.111 84.061

2013 3.850 18.362 34.198 26.885 83.296

PECUÁRIA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 2.109 16.998 3.438 9.966 32.511

2002 2.514 17.941 3.275 10.131 33.861

2003 2.851 19.393 3.374 10.769 36.387

2004 3.023 23.630 3.555 12.513 42.721

2005 3.198 19.615 3.724 11.234 37.770

2006 3.224 24.388 3.647 12.889 44.148

2007 3.436 27.022 4.485 14.768 49.711

2008 4.374 29.735 4.836 16.143 55.088

2009 4.292 27.311 4.563 14.960 51.126

2010 4.188 30.083 4.852 16.287 55.410

2011 4.979 36.173 4.778 18.427 64.357

2012 5.014 39.584 4.885 19.788 69.271

2013 4.989 40.555 5.148 20.430 71.122

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

Page 20 CEPEA- CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

Tabela 4 – Participação do PIB do agronegócio de Minas Gerais no agronegócio nacional (%)

AGRONEGÓCIO

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 9,61 13,12 6,93 8,83 9,50

2002 9,44 12,19 6,66 8,38 9,04

2003 9,57 11,27 7,13 8,58 9,04

2004 10,02 13,56 6,58 8,95 9,67

2005 11,31 13,15 6,96 8,92 9,63

2006 11,37 15,39 8,20 10,29 11,07

2007 11,38 14,52 8,05 10,15 10,81

2008 12,60 14,38 8,12 10,45 11,09

2009 13,22 14,23 8,94 10,70 11,37

2010 12,33 14,44 10,84 12,04 12,44

2011 13,01 15,44 10,93 12,54 13,06

2012 12,96 16,52 13,30 14,28 14,67

2013 12,43 15,93 13,15 14,13 14,36

AGRICULTURA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 7,35 9,59 6,60 7,10 7,49

2002 6,96 8,27 6,39 6,66 6,97

2003 7,03 6,85 6,90 6,77 6,86

2004 7,51 8,00 6,23 6,58 6,86

2005 8,51 9,07 6,58 7,02 7,39

2006 8,10 8,99 8,01 7,99 8,22

2007 8,63 7,67 7,60 7,42 7,62

2008 9,58 8,00 7,62 7,68 7,86

2009 9,69 7,98 8,52 8,15 8,34

2010 8,63 8,37 10,66 9,81 9,70

2011 9,30 8,75 10,81 9,97 9,90

2012 9,42 8,95 13,35 11,59 11,35

2013 8,84 8,53 13,10 11,33 11,00

PECUÁRIA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 13,78 17,42 8,64 12,47 13,98

2002 13,87 17,57 8,09 12,23 13,90

2003 14,35 17,87 8,42 12,72 14,38

2004 14,71 21,69 8,61 14,44 16,59

2005 15,85 18,27 9,21 13,28 14,95

2006 16,84 23,78 9,47 16,02 18,34

2007 16,14 23,51 10,80 16,65 18,66

2008 18,45 23,14 11,11 16,77 18,87

2009 19,27 22,47 11,71 16,86 18,83

2010 18,45 22,65 12,00 17,39 19,13

2011 18,83 24,88 11,68 18,74 20,69

2012 18,51 27,25 12,95 20,97 22,75

2013 18,08 26,25 13,49 20,91 22,37

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.

Tabela 5 - Ponderações utilizadas para cada segmento do PIB do agronegócio de Minas Gerais

SEGMENTO BÁSICO

Agricultura 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Café 52,95 38,58 29,82 41,11 42,78 49,67 37,00 40,11 36,22 43,14 48,22 42,51

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 21

Milho 9,67 16,97 18,42 14,14 14,02 10,84 17,31 14,95 12,51 9,69 11,47 12,63

Soja 7,74 12,91 15,98 14,99 11,53 8,78 11,49 11,82 13,63 9,90 9,28 12,07

Cana-de-açúcar 7,33 6,09 7,06 6,09 6,75 11,24 12,42 9,46 13,43 15,17 14,06 14,68

Feijão 5,55 7,44 8,25 4,74 6,79 4,83 6,53 10,28 5,88 6,43 4,12 6,95

Batata – inglesa 6,33 4,80 6,20 5,06 6,33 4,83 5,90 4,37 7,33 5,61 2,69 3,26

Carvão vegetal 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,05 0,01

Mandioca 0,39 0,52 1,73 1,81 0,93 0,75 1,02 0,86 0,82 0,92 0,79 0,69

Tomate 3,35 5,16 4,27 5,50 4,62 2,74 2,91 2,87 3,24 2,14 2,25 2,24

Laranja 2,03 2,36 2,24 1,15 1,36 1,31 0,77 1,29 1,97 1,93 1,34 0,68

Banana 3,12 3,16 3,58 2,63 2,62 3,47 3,06 2,83 3,41 3,37 2,81 2,61

Algodão 0,67 0,80 1,04 1,44 1,29 0,83 0,79 0,56 1,04 1,33 2,75 1,50

Arroz 0,87 1,19 1,39 1,32 0,94 0,69 0,79 0,57 0,51 0,36 0,16 0,16

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

SEGMENTO BÁSICO Pecuária 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Boi vivo 34,82 36,48 33,98 37,64 35,18 41,40 36,91 36,88 37,16 38,77 38,63 38,82

Vaca viva 17,63 17,90 18,27 21,68 13,00 21,32 18,53 18,65 17,56 17,20 21,42 23,02

Frango vivo 10,04 10,26 10,05 8,86 10,09 7,42 8,13 8,33 8,82 8,42 7,60 7,84

Leite natural 27,38 25,96 26,79 23,25 31,30 22,63 28,21 26,65 27,85 26,46 24,25 21,58

Ovos 3,93 4,02 4,51 3,16 3,68 2,83 3,68 3,57 3,33 2,96 2,67 2,73

Suíno vivo 6,21 5,38 6,41 5,41 6,76 4,40 4,55 5,92 5,29 6,19 5,43 6,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

SEGMENTO INSUMOS

Insumos para a Pecuária 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Combustíveis e Lubrificantes 18,86 15,25 14,69 13,68 16,17 16,74 15,06 12,87 12,68 12,72 9,05 14,87 Adubos, Fert. e Cor. Solo 23,42 22,09 22,80 24,03 20,89 18,88 22,85 25,90 21,58 19,14 20,22 22,16 Alimentos para animais 57,72 62,66 62,52 62,29 62,94 64,38 62,08 61,23 65,73 68,14 70,73 62,97

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

SEGMENTO INSUMOS

Insumos para a Agricultura 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Combustíveis e Lubrif. 18,55 16,33 15,41 13,87 17,96 20,06 15,72 12,33 14,25 15,82 11,23 16,03 Adubos, Fert. e Cor. Solo 81,45 83,67 84,59 86,13 82,04 79,94 84,28 87,67 85,75 84,18 88,77 83,97

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

SEGMENTO INDUSTRIAL

Indústria da Pecuária 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Carne de boi 9,17 10,28 10,62 10,52 10,36 12,12 11,22 13,68 13,26 15,76 14,68 15,24

Carne de vaca 3,78 3,72 4,36 4,80 4,64 5,60 5,45 7,42 6,04 6,45 5,73 6,32

Carne suína 6,59 6,34 7,92 8,19 8,30 6,97 6,31 8,44 8,07 10,43 10,96 12,11

Carne de aves 11,96 13,55 13,92 12,47 13,17 12,66 11,60 12,91 13,69 15,30 16,95 17,34

Leite em pó 19,72 18,08 15,25 14,73 15,35 14,49 16,48 12,63 11,97 32,88 29,77 27,41

Leite UHT 17,75 17,70 18,10 18,76 17,52 18,15 18,43 15,72 17,02 13,50 16,55 18,12

Queijo 18,16 16,69 14,18 13,74 13,11 12,93 13,62 12,42 12,67 2,76 2,53 1,11

Leite pasteurizado 12,86 13,65 15,66 16,78 17,55 17,09 16,88 16,77 17,27 2,93 2,84 2,35

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

SEGMENTO INDUSTRIAL

Indústria Agrícola 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Celulose, papel e produtos de papel 21,68 21,11 20,54 21,45 20,76 16,13 19,50 17,65 13,23 12,11 10,75 8,92

Álcool Anidro 16,74 13,79 15,21 11,69 14,36 19,74 14,59 13,79 10,87 11,69 17,65 13,67

Álcool Hidratado 9,75 9,63 12,20 11,09 15,87 18,19 22,95 27,88 29,70 29,17 23,45 14,59

Têxtil 10,56 9,97 8,86 9,76 9,34 7,42 7,08 5,84 4,81 3,96 3,51 2,74

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

Page 22 CEPEA- CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

Indústria do café 14,36 12,70 10,97 13,98 12,14 9,94 11,82 11,12 10,35 11,02 11,62 11,07

Indústria do fumo 1,30 1,16 0,80 0,87 0,82 0,69 0,70 0,64 0,62 0,47 0,46 0,38

Indústria do açúcar 9,57 12,96 13,66 13,90 15,55 19,13 12,43 11,72 21,83 24,41 23,67 40,85 Óleos soja refinado 7,04 11,71 12,39 12,00 6,66 5,07 6,94 7,80 5,11 4,26 6,16 5,58 Indústria de bebidas 9,01 6,98 5,38 5,25 4,48 3,69 3,99 3,56 3,49 2,91 2,74 2,20

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.

Obs: As ponderações do presente ano derivam do valor bruto da produção do setor no ano anterior.

Tabela 6 – Taxas de crescimento acumuladas de 2013 (%)

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio

Pecuária -0,46 0,77 1,31 0,92 0,76

Agricultura -1,44 -0,04 -0,28 -0,22 -0,26

Agronegócio total -0,89 0,52 -0,07 0,27 0,21

Tabela 7 – Taxas de crescimento acumuladas em 2013 (%)

Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio

Pecuária -0,95 3,24 6,77 4,19 3,46

Agricultura -5,08 -0,25 -1,30 -1,05 -1,17

Agronegócio total -2,78 2,13 -0,30 1,16 0,92

Tabela 8 – Crescimento do volume e dos preços reais dos insumos (% a.a.) – 2013/12

Combustíveis e Lubrificantes Adubos, Fertilizantes e Cor. Solo Alimentos p/ animais

Quantidade 13,66 -11,34 -5,69

Preços reais 3,82 -4,96 4,87

Valor 18,00 -15,74 -1,10

Tabela 9 – Crescimento do volume e preços reais das lavouras (% a.a.) – 2013/12 Café Milho Soja Cana-de

-açúcar Feijão Batata –

Inglesa Carvão vegetal

Mandioca Tomate Laranja Banana Algodão herbáceo

Arroz

Quantidade -5,79 -2,52 9,64 10,12 -13,24 7,17 -3,72 0,00 16,59 3,47 6,58 -34,36 -28,68

Preços reais -30,05 3,52 2,41 -13,98 9,67 214,33 -11,26 29,17 122,90 -54,29 38,37 9,83 13,90

Valor -34,11 0,91 12,28 -5,27 -4,84 236,87 -14,56 29,17 159,88 -52,70 47,47 -27,91 -18,77

Tabela 10 – Crescimento do volume e preços reais da pecuária (% a.a.) – 2013/12

Boi Vacas Frango Leite Ovos Suínos

Quantidade 11,11 5,44 -3,80 -0,62 -5,79 6,66

Preços reais -4,42 -6,98 30,74 9,83 25,62 19,44

Valor 6,20 -1,92 25,77 9,15 18,35 27,40

Tabela 11 – Crescimento do volume e preços reais da agroindústria vegetal (% a.a.) – 2013/12

Celulose Álcool Anidro Álcool Têxtil Café Fumo Açúcar Óleo de soja Bebidas

Hidratado refinado

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Page 23

Quantidade -0,66 38,18 5,51 8,04 3,50 -14,06 5,26 7,89 -5,57

Preços reais 8,65 -0,06 -4,66 -1,98 -3,47 5,97 -25,89 -8,10 -0,83

Valor 7,93 38,09 0,60 5,90 -0,09 -8,93 -21,99 -0,85 -6,36

Tabela 12 – Crescimento do volume e preços reais da agroindústria animal (% a.a.) – 2013/12

Carne de Carne de Carne de Carne de Leite em Pó Leite UHT Queijo Leite

boi vaca suínos aves pasteurizado

Quantidade 31,48 31,23 6,66 -3,80 -1,16 0,05 -3,19 2,89

Preços reais -4,34 -3,63 20,35 17,46 19,14 4,49 4,21 -3,45

Valor 25,78 26,46 28,37 12,99 17,75 4,54 0,89 -0,66

OBS: Os números apresentados nas Tabelas 6 a 12 correspondem aos dados utilizados nas figuras do texto.

Tabela 13 – PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2001 a 2013 (R$ preços correntes)

AGRONEGÓCIO

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 1.687 11.453 6.778 8.852 28.769

2002 2.190 13.518 7.820 10.273 33.801

2003 3.079 17.166 10.576 13.437 44.257

2004 3.632 22.397 11.222 15.849 53.100

2005 3.897 20.765 12.589 16.190 53.442

2006 3.862 24.196 15.517 19.191 62.766

2007 4.612 26.902 16.700 21.237 69.450

2008 6.810 34.005 19.222 25.600 85.636

2009 6.298 31.649 20.725 25.582 84.254

2010 6.198 37.609 27.454 31.967 103.227

2011 8.004 48.981 30.514 38.024 125.523

2012 8.305 53.432 36.340 43.216 141.293

2013 8.840 58.917 39.346 47.316 154.418

AGRICULTURA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 835 4.592 5.391 4.829 15.648

2002 1.038 5.300 6.320 5.632 18.290

2003 1.475 6.256 8.678 7.379 23.788

2004 1.771 7.855 9.034 8.148 26.809

2005 1.812 7.974 10.160 8.865 28.811

2006 1.723 8.017 13.098 10.640 33.479

2007 2.216 8.065 13.573 10.942 34.797

2008 3.418 10.949 15.472 13.083 42.922

2009 2.910 10.093 17.124 13.775 43.902

2010 2.708 12.540 23.411 18.394 57.053

2011 3.501 16.269 26.194 21.360 67.323

2012 3.684 16.956 31.839 24.982 77.461

2013 3.850 18.362 34.198 26.885 83.296

Relatório PIBAgro - Minas Gerais

Page 24 CEPEA- CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

PECUÁRIA

INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL

2001 851 6.860 1.387 4.022 13.121

2002 1.152 8.219 1.500 4.641 15.512

2003 1.604 10.909 1.898 6.058 20.469

2004 1.861 14.542 2.188 7.701 26.292

2005 2.085 12.792 2.428 7.326 24.631

2006 2.139 16.179 2.419 8.551 29.287

2007 2.395 18.837 3.126 10.295 34.653

2008 3.391 23.056 3.750 12.517 42.714

2009 3.388 21.556 3.601 11.807 40.353

2010 3.490 25.068 4.043 13.572 46.174

2011 4.503 32.712 4.321 16.664 58.199

2012 4.621 36.476 4.501 18.234 63.832

2013 4.989 40.555 5.148 20.430 71.122

Fonte: Cepea-USP/Faemg/Seapa.