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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA Arquitetura e Urbanismo Planejamento Urbano II Professora Camila Bandeira RELATÓRIO DE VISITA – MACIÇO DE BATURITÉ Alunas: Isadora Cartaxo Tavares, 1224046 Mariana Soares Rola, 1223933 Thaiza Cavalcante Ricarte, 1210670 Victória Dias Loiola, 1221095 Turma: T35AB

Relatório-PU2

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relatório de visita tecnica ao maciço de baturite

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Page 1: Relatório-PU2

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

Arquitetura e Urbanismo

Planejamento Urbano II

Professora Camila Bandeira

RELATÓRIO DE VISITA – MACIÇO DE BATURITÉ

Alunas: Isadora Cartaxo Tavares, 1224046

Mariana Soares Rola, 1223933

Thaiza Cavalcante Ricarte, 1210670

Victória Dias Loiola, 1221095

Turma: T35AB

Fortaleza – CE

Abril/2015

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• PRINCIPAIS PONTOS VISITADOS E OBSERVAÇÕES IN LOCO

Conhecida como primeira cidade brasileira a libertar os escravos, Redenção tem

como sua economia a agricultura e a pecuária. Na área da educação podemos

conhecer a sede da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-

Brasileira (Unilab) é uma instituição de ensino superior pública, é voltada aos países da

África que possuem como sua língua principal o português. A universidade está

passando por reformas para poder atender o grande número de estudantes, porém o

mercado de trabalho da cidade não é compatível ao número de alunos, eles tem que

se deslocar para as grandes capitais como Fortaleza, para conseguir empregos.

Como turismo podemos observar lá no alto um grande crucifixo e à imagem de Nossa

Senhora das Graças, uma escadaria com 720 degraus e o Museu Senzala Negro

Liberto que registra todo um conjunto arquitetônico colonial, composto por casa-

grande, senzala e o canavial, no local também conhecemos toda produção da

aguardente Douradinha.

Localizada a aproximadamente 106 km de Fortaleza, Baturité foi a primeira cidade

a qual visitamos. Com um clima agradável, podemos ver belas paisagens naturais. A

cidade é marcada pela a presença do catolicismo, composta por igrejas antigas e um

conjunto de equipamentos urbanos que resistem no local. Algumas das praças já

foram restauradas pela prefeitura e equipadas com aparelhos de ginástica e

acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência, são limpas diariamente por

funcionários da prefeitura, porém em alguns locais já mostram marcas de descuido.

Podemos ver também uma quadra esportiva que sofre traços de abandono. A igreja

matriz de Baturité possui um estilo bizantino gótico com predominação no barroco

construída no século XVIII, está impecável e recebe um grande número de visitantes

católicos. As ruas não são asfaltadas e não possuem sinalização, sendo assim um dos

pontos negativos da cidade. Possui um comercio pequeno, as pessoas acabam tendo

que ir até outras cidades para conseguir recursos. Os pontos de saúde nem sempre

estão com médicos e as ambulâncias passam por problemas. As escolas sofrem

dificuldades, pois não é sempre que possuem refeições para os alunos. Os meios de

transporte legais são os ônibus e micro-ônibus e os irregulares são os famosos pau de

arara.

Pacoti é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e dista aproximadamente 130 km

de Fortaleza. A cidade já teve seu comercio ligado a agricultura, porém hoje em dia o

comércio varejista já tomou conta da cidade. As praças não são muito bem

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preservadas, os equipamentos estão quebrados, a cidade é meio desorganizada,

confusa e desalinhada.

Mesmo com seus altos e baixos, calçamento péssimo e falta de saneamento

básico, a cidade recebe visitantes, pois possui alguns hotéis que oferecem aos seus

visitantes uma parada com contato direto com a natureza, além de passeios com

caiaque, pedalinho, entre outros, Pacoti preza pela simplicidade. A cidade passa por

problemas com a saúde e segurança.

Como principal cidade do maciço, Guaramiranga é hoje considerada uma das

principais cidades serrana mais visita do estado. É o menor município do estado, tem

um grande foco turístico pelo clima frio ao longo de todo o ano. A agricultura já teve

sua marca no local, porém hoje o comercio está ligado principalmente para a rede

hoteleira. Composta por uma única rua principal, reúne turistas de todos os locais do

mundo. A cidade possui uma pequena população, que depende dos recursos vindos

de outras cidades. O comércio não é muito desenvolvido, podemos ver poucas lojas,

estas procuram mostrar artesanatos locais e possuem seus maiores lucros anuais nas

épocas de férias e de festivais. Os poucos equipamentos urbanos são preservados

para atrair os turistas, pois é de lá a maior economia do maciço. Podemos ver uma

grande praça, uma igreja e alguns restaurantes e lojas na rua principal. Os hotéis se

concentram ao longo da serra, sendo os mais altos os mais privilegiados, com uma

melhor vista e menor temperatura por conta da altitude. As cachoeiras, trilhas e o pico

alto, são algumas das atrações que encontramos no local. A cidade passa por crise de

água em épocas de grande fluxo, e possui pouca segurança e pouco recursos na área

da saúde e educação local.

• QUESTÕES RELEVANTES PARA O CONTEXTO DA REGIÃO

Durante a visita, podemos compreender e analisar melhor como vive a população

local e identificar suas necessidades. Apesar da região estar em um momento de forte

crescimento, observamos que a população ainda possui grande carência de aspectos

básicos, como saúde e educação.

Em entrevista com moradores, nos foi mostrado uma realidade dif ícil. A região

possui ambulâncias, mas estas não funcionam sempre e estão em situação precária,

assim como as unidades de saúde da região, que não possuem materiais básicos para

atendimento e com isso a população quase sempre precisa se deslocar para outra

cidade do maciço para receber atendimento. Ainda nas entrevistas, outro ponto que a

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região possui carência é em educação, tanto na educação básica como em uma mais

especializada, pois mesmo maciço possuindo faculdades, os transportes para os

alunos não são disponibilizados, tornando o curso superior inviável para a população.

Entrevistando ainda uma professor de uma escola de ensino infantil municipal, e

descobrimos que a merenda das crianças esta em falta ha mais de dois mêses,

obrigando a escola a fechar mais cedo, e consequentemente atrapalhando o

aprendizado e desenvolvimento das crianças.

Outro fator que nos chamou a atenção, pois foi mencionado em todas as entrevistas

feitas por nos, foi o grande aumento da criminalidade no maciço de baturité. De

acordo com moradores, todos os dias acontecem assaltos e até mortes, alem da livre

passagem de drogas pelo local. Concluímos na nossa pesquisa que a população esta

realmente insatisfeita com a situação que a região se encontra no momento.

• RELAÇÕES SOCIOECONÔMICAS ENTRE OS MUNICÍPIOS VISITADOS

O maciço Baturité abrange treze municípios: Acarape, Aracoiaba, Aratuba,

Barreira, Baturité, Capistrano, Itapiúna, Guaramiranga, Mulungu, Ocara, Pacoti,

Palmácia, e Redenção. No entanto, todos os municípios do maciço são dependentes

entre si, ocasionando em uma intensa migração de pessoas a procura de bens e

serviços nas cidades vizinhas.

Sendo o turismo a principal atividade que sustenta a economia do maciço,

destacando-se na cidade de Guaramiranga, percebe-se que o rico comércio de

artesanato e hortifruit acontece devido a esta grandiosa atividade e ao clima e solo da

região. Porém, algumas como, Pacoti e Baturité, destacam-se como o centro de

negócios.

Aracoiaba e Redenção destacam-se como estudantil, pois nelas estão localizadas

as sedes da UniLab – Universidade de Integração Nacional da Lusofonia Afro-

Brasileira, onde recebem alunos de vários lugares do mundo. Estas e os demais

municípios contam com a rede de ensino pública e privada.

Na saúde, em Baturité a UMPA (Unidade Municipal de Pronto Atendimento)

funciona atendendo cerca de 100 pacientes, de emergência, por dia. Há, também, o

Hospital Regional Universitário de Redenção. Ambos, recebem diversas transferências

dos demais municípios que compõem o maciço.

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A violência mostra-se crescente em toda a região do maciço, causando medo e

repulsa tanto a população local, quanto à turista que, estão evitando todo o percurso

turístico da região.

Equipamentos como o Parque Handara (Guaramiranga) e Kalabar (Pacoti) são

exemplos de lazer, sem esquecer dos percursos naturais, como as trilhas, diante a

preciosa fauna e flora local.

• MORFOLOGIA URBANA DE CADA MUNICÍPIO

- Redenção

Os arredores da sede do município é formado por com belas paisagens naturais,

casas da época colonial, com senzalas, pelourinhos, e engenhos de cana-de-açúcar.

Verificou-se também que muitas das habitações dentro do perímetro urbano do

município estão localizadas em áreas inadequadas. Exemplo disto cita-se moradias

em áreas de vertentes sem infraestrutura e saneamento básico.

Em Redenção encontra-se o Museu Senzala Negro Liberto, já que esta foi a

primeira cidade do Brasil a abolir a escravatura. Encontra-se também a UNILAB

Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira. O projeto da Unilab visa

integrar países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Tem o objetivo de promover o intercâmbio acadêmico, fomentar pesquisas e ministrar

ensino superior público em países como Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau,

Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e até Macau, região

administrativa especial da China.

- Baturité

Por causa do clima ameno e da água em abundância, Baturité e outros municípios

vizinhos serviram de refúgio para populações sertanejas de cidades como Canindé e

Quixadá, que ali se abrigaram durante a Seca dos Três Setes. Um marco da

presença católica no município é o grupo de igrejas, conventos e mosteiros que ainda

resistem ao tempo e alguns deles convertidos em hospedarias nos dias atuais.

Baturité possui uma APA (Área de Proteção Ambiental) nos remanescentes

de Mata Atlântica existente no município, trilhas, cachoeiras, áreas propícias para

prática de esportes de aventura e um grande acervo cultural espalhado por toda a

cidade como museus, monumentos e edificações centenárias.5

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O município se encontra em uma situação difícil quanto à gestão da cidade, uma

grande instabilidade na prefeitura e falta de recursos à população.

- Pacoti

O município tem características peculiares já que sua ocupação não se faz de

forma linear à via principal de acesso, devido seu terreno acidentado, de modo geral,

dispõe de uma boa infraestrutura, tendo um dos melhores índices de desenvolvimento

humano (IDH) do Ceará.

O sistema viário urbano é muito confuso em determinados trechos, justamente na

ligação central da cidade o tráfego fica congestionado nos horários de entrada e saída

do trabalho e nos dias de Feiras. A sinalização das ruas é precária, carecendo de um

maior número de placas indicativas.

Existe uma companhia rodoviária – Fretcar, que opera o trecho Fortaleza-Pacoti,

com frequência de até 10 vezes diárias. Também tem-se como alternativas de

transporte veículos tipo “van”, que ligam Pacoti às cidades vizinhas ou “pau-de-

arara”, interliga Pacoti aos municípios vizinhos, ou possibilidade de se contratar um

moto táxi, serviço explorado por particulares.

- Guaramiranga

A cidade está cercada por matas verdes e localizada num vale. Conta com apenas

uma via de acesso e duas ruas paralelas. A Sede municipal é o local de encontro dos

visitantes. À noite, o fluxo de veículos aumenta.

Existe uma multiplicidade de empreendimentos uni e multifamiliares, assim como de

finalidade hoteleira e de recreação e lazer que prolifera por todos os espaços da

cidade.

Em Guaramiranga percebe-se um imenso abismo entre o lugar que o turista

visita (área preservada, onde tudo parece perfeito; a riqueza natural feita de

cachoeiras, paisagens exuberantes, mirantes, trilhas ecológicas; temperaturas

agradáveis; diversidade de artesanato; restaurantes com cardápio variado) e aquele

vivido pelos moradores dos sítios e povoados, onde a natureza, ao invés de encantar

com suas belezas, é a principal fonte e matéria-prima para a sua sobrevivência,

através do artesanato e de pequenos cultivos agrícolas.

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Inicialmente o turismo surge como uma forma de trazer benefícios como

emprego e melhoria na qualidade de vida das populações locais; porém, não passa

muitas vezes de mais um discurso a favor da rentabilidade dos negócios imobiliários,

culturais e da valorização da natureza.

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