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UFF – Universidade Federal Fluminense
Escola de Engenharia
TEQ – Departamento de Engenharia Química
Laboratório de Engenharia Química I
Prof.: Maria Luisa Rodriguez Peçanha
SEDIMENTAÇÃO
Por: Alan Jordão Ferreira
Camila Fontoura Paulo
Gabriel Alexandre Vasconcelos
Mariana Menezes
Niterói – RJ
10 de dezembro de 2012
1. Sinopse
1.1. Finalidades e objetivos
Através de um ensaio de sedimentação em batelada, utilizando um
Teste de Proveta, deseja-se determinar os parâmetros de projeto para um
sedimentador contínuo, ou seja, a seção transversal e a altura. Estes
parâmetros serão determinados através da construção da curva de
sedimentação.
1.2. Descrição da experiência
Uma suspensão de carbonato de cálcio 6% (p/v) é colocada numa
proveta de 1000 mL, a mistura é agitada e, em seguida, deixada em repouso
sobre a bancada. Medições de tempo sucessivas são realizadas a cada 50 mL
de clarificado durante a evolução da sedimentação.
A temperatura e a altura correspondente a 50mL são medidas.
1.3. Equações envolvidas nos cálculos
Foi utilizado o Método de Kynch, no qual:
A área é dada por:
onde, a é o mínimo da curva obtida quando colocamos: X V l
A altura do sedimentador é dada por:
com V = Vs + Vl e
A altura total do sedimentador é dada por: Ztotal = ZD + 6 ft
a
CFS AA
S
CF LL
S
VzD
*.. ttCF
tCF
V C
sol
AArs
sol
AAS
1.4. Comparação dos resultados
Os valores obtidos para a área e para a altura do sedimentador de 6,5
m² e 2,2 m, respectivamente; podem ser considerados compatíveis com os
valores conhecidos para os sedimentadores mais utilizados industrialmente,
pois, em média, um reator de sedimentação contínuo tem cerca de 2 m de
altura e área de seção transversal bem variada devido à vazão e à
concentração utilizadas.
1.5. Conclusão
Neste trabalho utilizou-se o “Teste de Proveta” para medir parâmetros de
um sedimentador contínuo em grande escala.
Foi encontrado uma área de seção transversal igual a 75,7 m2 e altura
igual a 2,1 m. Estes resultados estão coerentes com o esperado, pois sabe-se
que sedimentadores contínuos normalmente tem grande diâmetro e baixa
profundidade.
1.6. Recomendações
As principais recomendações que devem ser adotadas durante a
execução da prática são agitar a mistura adequadamente, buscando tampar a
abertura da proveta para evitar perdas de material. Além destas, é necessário
estar atento à evolução da sedimentação para obter as marcações de tempo e
altura da maneira correta.
Para que os efeitos de parede sejam minimizados seria ideal que a
proveta fosse substituída por uma de maior diâmetro.
2. Introdução
2.1. Finalidades e objetivos
Através de um ensaio de sedimentação em batelada, utilizando um
Teste de Proveta, deseja-se determinar os parâmetros de projeto para um
sedimentador contínuo.
Os sedimentadores são estruturas amplamente utilizadas na indústria
tanto para processos de clarificação quanto para os de espessamento. O
projeto destes equipamentos baseia-se na curva de sedimentação. Para
projetar um sedimentador contínuo são necessárias duas etapas: o cálculo da
área da seção transversal, relacionado à vaza da suspensa a ser tratada, e
cálculo da altura, relacionado à concentração desejada para a lama.
3. Resumo Teórico
3.1. Introdução Teórica
A sedimentação é um processo físico que tem o objetivo de separar
sólidos de líquidos ou dois líquidos. Consiste em deixar a mistura em repouso
até que a fase mais densa se deposite no fundo do recipiente pela ação da
gravidade.
Os processos de sedimentação na indústria química são realizados de
forma contínua ou descontínua em equipamentos denominados decantadores
ou sedimentadores. As operações que compõem estes processos podem ser
dividas em clarificação e espessamento. No espessamento o produto de
interesse é o sólido e na clarificação, o produto de interesse é o líquido
clarificado.
O formato de um sedimentador contínuo é geralmente feito de uma
parte cilíndrica e outra cônica, com função de facilitar a retirada da corrente de
fundo do equipamento. A parte superior do equipamento possui um vertedouro
por onde transborda a corrente de líquido clarificado. A alimentação é
posicionada na região central do equipamento, podendo ser feita no topo ou no
interior do mesmo.
O sedimentadores podem ser utilizados em diversos ramos industriais,
tais como indústria automobilística, celulose e papel, têxtil, tendo como
principal função a potabilização da água, separação de hidróxidos, lavadores
de ar. Por exemplo, na indústria da mineração, os sedimentadores são
utilizados com as seguintes finalidades: obtenção de polpas com
concentrações adequadas a um determinado processo subseqüente;
espessamento de rejeitos com concentração de sólidos elevada, visando
transporte e descarte mais eficazes; recuperação de água para reciclo
industrial; recuperação de sólidos ou solução de operações de lixiviação,
utilizados em processos hidrometalúrgicos.
A operação de sedimentação é baseada em fenômenos de transporte,
onde a partícula sólida em suspensão está sujeita a ação das forças da
gravidade, do empuxo e de resistência ao movimento. O mecanismo da
sedimentação descontínua auxilia na descrição do processo contínuo, com o
uso do teste de proveta, que é baseado no deslocamento da interface superior
da suspensão com o tempo.
Durante o teste pode ser observada, após um tempo, a existência de
cinco regiões distintas: uma região de líquido clarificado, a de sedimentação
livre e a de compactação, como mostrado na figura abaixo.
Figura 1: Mecanismo da sedimentação descontínua
A região A mostra o líquido clarificado. Esta camada pode se mostrar
turva durante um tempo pela permanência de partículas finas na suspensão. A
região B tem a mesma concentração da suspensão inicial, ou seja, entre A e B
é possível notar nitidamente a linha que divide as regiões. A partir da região C,
chamada de zona de transição, a concentração da suspensão aumenta de
cima pra baixo, variando entre o valor inicial até a concentração da camada
mais espessa.
A região D mostra a suspensão espessada na zona de compressão, ou
seja, é a suspensão onde os sólidos decantados sob a forma de flocos se
encontram dispostos uns sobre os outros, sem atingirem a máxima
compactação. Os sólidos decantados logo no início do teste se localizam na
região E, a espessura desta zona praticamente não varia durante o ensaio.
Através da figura pode-se observar a evolução da decantação com o
tempo. As zonas A e D tornam-se mais significativas, enquanto a zona B
diminuiu. As zonas C e E permaneceram inalteradas. Ao final do processo B e
C desapareceram, ficando apenas o líquido clarificado, a suspensão em
compressão e o sedimento grosso. Este ponto também é chamado ponto de
compressão, ou ponto crítico. A zona A aumenta enquanto que a zona D
diminui lentamente até a superfície de separação das camadas A e D atingirem
o valor.
3.2. Dedução de todas as equações
3.2.1. Cálculo da área de seção transversal do sedimentador (Método de
Kynch)
Com os dados experimentais, é possível constrir o gráfico Z x t (altura
da interface clarificada x tempo obtido experimentalmente). Por esse gráfico,
obtêm-se as alturas da interface clarificada (zi), através de retas tangentes aos
pontos do gráfico.
Figura 2: Obtenção da Altura da Interface Clarificada
O balanço material para o sólido na proveta é:
iLoo VCVC ..
Equação 1
Onde:
C0 é a concentração inicial;
V0 é o volume inicial;
CL é a concentração na altura L;
Vi é o volume da interface clarificada.
Calcula-se, em seguida, os valores de CL, para cada zi correspondente
ao instante tL:
i
OO
LZ
ZCC
.
Equação 2
A velocidade de sedimentação de sólidos na proveta é dada por:
LttLdt
dZV
Equação 3
L
LiL
t
ZZV
Equação 4
Figura 3: Sedimentador Contínuo
Considera-se um sedimentador contínuo de seção transversal S para
se fazer os balanços de massa para sólido e para líquido, conforme
apresentado na Figura 3.
Balanços de massa, supondo CS = 0 (as partículas não são arrastadas
para o extravasante):
Para sólidos:
Equação 5
Para líquido:
Equação 6
Rearranjando e dividindo por S:
SCA
AAS
CCS
CF
S
F
_
.11
..
Equação 7
S
FS - velocidade de ascenção do líquido limpo
Onde:
AC
ACA
CC
CCc
.._
Equação 8
Para um nível L qualquer dentro do sedimentador, numa região de
mesma seção transversal, temos uma dedução análoga:
Para sólido:
Equação 9
FA.(A - CA) = FS. S + FA.(C - CC)
FA. CA = FC.CC
FL.CL = FC.CC
Para líquido:
Equação 10
Rearranjando e dividindo por S:
SCL
LLS
CCS
CF
S
F
_
'.
11.
.
Equação 11
Onde:
LC
cCLL
CC
CC
..'
_
Equação 12
Para que as partículas não sejam arrastadas para o extravasante
(hipótese inicial: Cs =0), a velocidade de sedimentação dos sólidos deve ser
maior ou no caso limite, igual a Q/S.
Neste ponto, ligaremos o teste de proveta com o sedimentador
contínuo fazendo:
L
S VS
F
Equação 13
Onde:
FS/S é a velocidade de ascensão do líquido no sedimentador;
VL é a velocidade de sedimentação dos sólidos no teste de proveta.
proveta) de testeno ),(t a associados sólidos de ãoconcentraç(or)sedimentad do L nível no sólidos de ãoconcentraç( L LZLL CC
i
OO
LZ
ZCC
.
Equação 14
FL.(L – CL) = FS.S + FC.(C - CC)
SCL
LLL
CC
V
S
CF
_
'.
11
.
Equação 15
Determinam-se os valores FL.CL/S e plotando-se o gráfico ((FL.CL)/S)
x (VL), encontra-se o valor mínimo da curva obtida, que será utilizado para o
cálculo da área mínima necessária para um sedimentador contínuo, pois:
aS
CF LL
min
.
Equação 16
a
CFSCFCF AA
AALL
. ..
Equação 17
Figura 4: Determinação do Valor mínimo da Curva
3.2.2. Cálculo da altura do sedimentador
A região D do Teste de Proveta corresponde à zona de compactação
que vai de uma determinada altura ao fundo do equipamento.
Figura 5: Esquema mostrando a região D do teste de proveta
Para determinarmos a altura, precisamos inicialmente do volume da
zona de compressão (V). Este volume é a soma do volume de sólidos (Vs) e de
líquido (VL).
V = Vs + VL
Equação 18
Determina-se o valor de t* (tempo crítico durante o teste de proveta
quando passa a haver somente duas zonas) através da curva de Z versus t;
encontra-se o tempo associado ao ponto da curva cortado pela bissetriz do
ângulo formado pelas retas correspondentes à fase inicial (sedimentação
linear) e final (compressão) da sedimentação (Figura 7).
Constrói-se o gráfico de 1/CL versus t para determinar o valor de tC
(tempo necessário para chegar à concentração desejada) e o valor da área
abaixo da curva, no intervalo entre t* e tc .
Determina-se o valor de VS (volume de sólidos na zona de
compressão):
*ttCF
V C
sol
AAS
Equação 19
Determina-se o valor de VL (volume de líquido na zona de compressão)
*
c.sol
.líq.líq
.líq
AAL tt.Area.x
CFV
Equação 20
Figura 6: Esquema para determinação de t*
S
VZD
Equação 21
A altura total do sedimentador pode ser estimada, adicionando à altura
da zona de compressão, as alturas que se seguem (segundo Foust):
2 ft para fundo (cônico/ piramidal);
2 ft de estocagem;
2 ft submersão do duto de alimentação.
ftZZ Dtotal 6
Equação 22
4. Parte Experimental
4.1. Materiais e equipamentos
Fluido:
- 1L de água destilada
Sólido:
- 60 g de carbonato de cálcio (CaCO3)
Equipamentos:
- Proveta volumétrica de 1000 mL
- Bécher de 1000 mL
- Balança Digital com erro de 0,005 g
- Bastão de vidro
- Cronômetro digital
- Pisset com água destilada
- Paquímetro com erro de 0,05 mm
- Termômetro com precisão de 0,2°C
- Papel filme
4.2. Descrição da instalação
A instalação corresponde a uma proveta volumétrica de 1000 mL com
uma suspensão de carbonato de cálcio a 6% (p/v). O sistema é agitado,
cuidadosamente, para que a homogeneidade da mistura seja obtida. O
conjunto permanece em repouso sobre a bancada para que se inicie o teste de
proveta.
4.3. Procedimento experimental
Em uma balança digital, pesou-se o bécher e tarou-se a balança.
Adicionou-se o carbonato de cálcio no bécher até que o seu peso atingiu 60,03
g. Acrescentou-se uma pequena quantidade de água destilada ao bécher, afim
de transferir a mistura para a proveta, este procedimento foi repetido até que
todo o sólido tivesse sido carreado. Em seguida, completou-se o volume da
proveta com água destilada até atingir a marca de 1000 mL.
Tapou-se a boca da proveta com papel filme e, com o auxílio da palma
da mão, agitou-se a mistura para homogeneização. O sistema foi posicionado
em repouso sobre a bancada e iniciou-se o cronômetro. A cada marcação de
50 mL de clarificado o tempo foi registrado.
Com o paquímetro, mediu-se o comprimento correspondente a 50 mL
na proveta volumétrica. Durante a sedimentação, mediu-se, também, a
temperatura da mistura.
A penúltima marcação foi realizada após o clarificado ter percorrido 30
mL em relação à marcação anterior, enquanto a última foi efetuada no dia
seguinte à prática.
5. Apresentação e Discussão dos Resultados
5.1. Apresentação e discussão dos resultados
Os dados foram obtidos a partir da medição do tempo necessário para
cada redução do volume da interface clarificada em 50 mL. A partir do diâmetro
da proveta, que é constante, relacionou-se a variação de volume com a
variação de altura da interface clarificada. A Tabela 1 reflete os dados obtidos
bem como a relação do volume com a altura a partir da Equação 1:
Equação 1: Equação da altura
Tabela 1: Dados experimentais e cálculo da altura correspondente
Tempo (s) Marcação da Proveta (mL) Altura correspondente (cm)
0 1000 34.9
112.77 950 33.155
239.62 900 31.41
383.21 850 29.665
525.58 800 27.92
671.15 750 26.175
874.99 700 24.43
1045.87 650 22.685
1273.33 600 20.94
1556.15 550 19.195
1903 500 17.45
2322 450 15.705
2783 400 13.96
3330 350 12.215
3967 300 10.47
4903 250 8.725
6788 220 7.678
261908 165 5.7585
Para o cálculo dos parâmetros do sedimentador, inicia-se elaborando
duas retas com os dados experimentais. A primeira reta considera haver
somente sedimentação linear (zona 1) nos primeiros oito pontos, que podem
ser bem ajustados para uma reta, e a segunda reta considera acontecer
somente compressão (zona 3) nos dois últimos pontos. Já os pontos
intermediários foram ajustados para uma função logarítmica, representando a
zona de transição (zona 2). Segue abaixo os gráficos das três zonas:
y = -0,0116x + 34,369 R² = 0,9928
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 200 400 600 800 1000 1200
Alt
ura
da
inte
rfac
e c
lari
fica
da
(cm
)
Tempo (s)
Zona de Sedimentação Linear
Pontos Experimentais
Linearização dos pontos
y = -8E-06x + 7,7291 R² = 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000
Alt
ura
da
inte
rfac
e cl
arif
icad
a (c
m)
Tempo (s)
Zona de Compressão
As equações encontradas em cada uma das zonas foram:
Zona 1:
Zona 2:
Zona 3:
5.2. Cálculo da área da seção transversal do sedimentador:
5.2.1. Cálculo de , e :
A partir das equações em cada zona, calculou-se a velocidade de
sedimentação ( ) derivando as equações em cada ponto. Também foi
calculado , que é a altura de interface clarificada de uma suspensão de
concentração homogênea igual a , com a mesma quantidade de sólidos da
suspensão original.
a) Zona 1
[ ]
Pode-se perceber então que é o coeficiente linear da reta, ou seja,
para todos os pontos dessa região.
y = -9,169ln(x) + 86,611 R² = 0,9994
0
5
10
15
20
25
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Alt
ura
da
inte
rfac
e c
lari
fica
da
(cm
)
Tempo (s)
Zona de Transição
Pontos Experimentais
Curva dos pontos
b) Zona 2
[ ]
c) Zona 3
[ ]
Usando a mesma consideração da Zona 1, então .
Para o cálculo do foi utilizado a equação abaixo para as três zonas,
onde e :
Segue abaixo na Tabela 2 os valores encontrados:
Tabela 2: Valores encontrados para , e .
Tempo (s) Altura correspondente (cm) vL (cm/s) Zi (cm) CL (g/ml)
0 34.9 0.000000 34.369 0.060957462
112.77 33.155 0.011600 34.369 0.060957462
239.62 31.41 0.011600 34.369 0.060957462
383.21 29.665 0.011600 34.369 0.060957462
525.58 27.92 0.011600 34.369 0.060957462
671.15 26.175 0.011600 34.369 0.060957462
874.99 24.43 0.011600 34.369 0.060957462
1045.87 22.685 0.011600 34.369 0.060957462
1273.33 20.94 0.007201 30.109 0.069582085
1556.15 19.195 0.005892 28.364 0.07386289
1903 17.45 0.004818 26.619 0.078704948
2322 15.705 0.003949 24.874 0.084226381
2783 13.96 0.003295 23.129 0.090580959
3330 12.215 0.002753 21.384 0.097972643
3967 10.47 0.002311 19.639 0.106677886
4903 8.725 0.001870 17.894 0.117080977
6788 7.678 0.000008 7.7291 0.271059632
261908 5.7585 0.000008 7.7291 0.271059632
5.2.2. Cálculo de ( )/
Nessa parte, usou-se os dados:
⁄
Para calcular (densidade da corrente de alimentação) e
(densidade da corrente do concentrado) foram usados os valores de volume da
Tabela 3, volume este calculado a partir da equação . Depois de
encontrado os volumes, foi usado novamente esta equação para encontrar e
.
Tabela 3: Valores de na alimentação e no concentrado
ρ (g/ml) m (g) V (ml) C(g/ml)
Alimentação
Sólido 2.7300 60.03 21.99
0.6003 Líquido 0.9968 974.87 978.01
Corrente 1.0349 1034.90 1000.00
Concentrado
Sólido 2.7300 120.06 43.98
1.2006 Líquido 0.9968 952.95 956.02
Corrente 1.0730 1073.01 1000.00
Então:
Ainda houve a necessidade de encontrar 'ρ_
de modo a obter todos os
dados necessários para realizar o cálculo de . Temos:
'ρ_
'ρ_
Com todos os dados obtidos, podemos usar a equação abaixo:
(
)
'ρ_
Porém:
'ρ_
Então, simplificando e rearranjando a equação temos:
(
)
Segue abaixo a Tabela 4 com os valores de ⁄ .
Tabela 4: Valores de
CL(g/l) 1/CL(l/g) vL (dm/s) Fl*Cs/S (g/s.dm²)
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
60.95746167 0.016404883 0.00116 0.143640553
69.58208509 0.014371515 0.00072008 0.119172314
73.86288958 0.013538598 0.000589211 0.113104618
78.70494759 0.012705682 0.000481818 0.110091802
84.22638096 0.011872765 0.000394875 0.111433447
90.58095897 0.011039848 0.000329465 0.1215432
97.9726431 0.010206931 0.000275345 0.146634835
106.6778858 0.009374014 0.000231132 0.221211541
117.0809769 0.008541097 0.000187008 0.882410932
A partir desses valores, um gráfico de X foi feito para
encontrar o ponto mínimo (a).
É possível então calcular a área da seção transversal a partir do ponto
mínimo, sendo:
5.3. Cálculo da altura do Sedimentador
5.3.1. Cálculo de trl
Para calcular trl, que é o tempo de residência do líquido na zona de
compressão do sedimentador, encontramos primeiro os valores de t* e tC. No
cálculo de tC, pela proximidade com o último ponto obtido na zona 2, e pela
proximidade da curva obtida com os pontos (R²=0,9994) utilizaremos essa
equação para obter o tempo para se atingir Cc.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001 0,0012 0,0014
Fl*C
s/S
(g/s
.dm
²)
vl (dm/s)
O valor de t* é o tempo associado ao ponto da curva z X t pela bissetriz
do ângulo formado pela reta da fase inicial (Zona 1) com a reta da fase final
(Zona 3) como representado no gráfico abaixo:
Equação da reta bissetriz:
Juntamente com a equação da zona 2 é possível saber em qual ponto
essas duas curvas se cruzam. Este é o ponto com t*, sendo:
Agora com os valores de tC e t* é possível calcular trL.
∫
(
)
Porém, a equação de trL tem uma integral de CL em função do tempo.
Sabe-se que seu valor está na zona 2, podemos calcular a integral:
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Alt
ura
da
inte
rfac
e cl
arif
icad
a (m
m)
Tempo (s)
Cálculo de t*
Pontos experimentais
Reta zona 1
Reta Zona 3
Bissetriz
∫
∫
Com o valor da integral, foi calculado o valor de trL:
5.3.2. Cálculo de VS e VL
Por fim, a altura do Sedimentador é dada por:
Como, segundo Foust, a altura total do Sedimentador será p zD
acrescido de 2 ft para fundo (cônico/piramidal), 2 ft para estocagem e 2 ft de
submersão do duto de alimentação, ztotal será:
6. Conclusões
Este trabalho teve como objetivo dimensionar um sedimentador contínuo
a partir do “Teste de proveta”, que é um ensaio de sedimentação em batelada
realizado no laboratório. O sedimentador dimensionado apresentou uma área
de seção transversal de 75,7 m2 e altura de 2,1 m. Estes resultados foram
coerentes com o esperado, pois se sabe que sedimentadores contínuos são de
grande diâmetro e baixa profundidade.
Portanto, os valores encontrados para a área e para a altura do
sedimentador podem ser considerados satisfatórios, pois, em média, um reator
de sedimentação contínuo tem cerca de 2 m de altura e área de seção
transversal bem variada devido à vazão e à concentração utilizadas.
Recorrendo ao Perry´s Handbook, podemos encontrar tanques de
sedimentação industriais com diâmetros de até 30 m.
Pode-se concluir então que a prática realizada cumpriu com o seu
objetivo de demonstrar como calcular parâmetros de um sedimentador
industrial a partir de um simples teste em escala laboratorial.
7. Recomendações
Para minimizar os erros experimentais algumas recomendações devem
ser seguidas durante a execução da prática:
1) Verificar se a proveta está adequadamente limpa antes de transferir
a mistura.
2) Durante a agitação da mistura deve-se ter cuidado para não ocorra
perda de material, ou seja, deve-se buscar vedar a boca da proveta
da melhor forma possível.
3) A agitação deve ser realizada até que seja possível observar que
não existe deposição do sólido no fundo da proveta para que a
homogeneização da mistura seja alcançada.
4) Observar constantemente a deposição do material para que o
tempo e a altura sejam tomados adequadamente.
Outras recomendações poderiam ser adotadas para melhorar o
desempenho da prática:
1) Utilizar uma proveta com um diâmetro maior para minimizar os
efeitos de parede.
2) Fazer um estudo sobre a influência do uso da densidade da
partícula (considerando o volume de poros) ao invés da densidade
do sólido sobre os cálculos.
8. Apêndice
8.1. Notação empregada
’- densidade média
A - densidade da alimentação
C - densidade do concentrado
liq. - densidade do líquido
S - densidade do sobrenadante.
sol - densidade do sólido
CA - concentração da alimentação
CC - concentração de concentrado
CL - concentração na altura L
CO - concentração inicial
CS - concentração do sobrenadante
FA - vazão na Alimentação
FC - vazão de concentrado
FS - vazão do sobrenadante
S - área da Seção transversal de um Sedimentador Contínuo
t = tL - tempos obtidos experimentalmente
t* - tempo crítico, é quando passa haver duas fases na proveta
correspondente à uma concentração crítica C*
tC - tempo necessário para chegar a concentração desejada no
concentrado CC
trL - tempo de residência do líquido na zona de compressão do
sedimentador
trS - tempo de residência do sólido na zona de compressão do
sedimentador
V - Volume Total
Vi - volume na altura L
vL - velocidade de ascensão do líquido no sedimentador
VL - Volume total de líquido
V0 - Volume inicial
VS - Volume total de sólidos
ZD - altura do sedimentador
Zi - altura de interface clarificada
ZL - altura da interface clarificada em t = tL
Z0 - Altura inicial ztotal - altura final do sedimentador
8.2. Bibliografia consultada
FOUST, A.S., WENZEL, L.A., CLUMP, C.W., MAUS, L., ANDERSEN, L.B.;
“Principles of Unit Operations”; John Wiley & Sons, Inc. New York and London;
Japan; Toppan Printing Company LTD; 1960; pp. 465 - 472.
BUTZEK, Ana Carolina; LINDEMANN, Caroline; SCHMIDT, Vanesse Wendt.
Sedimentação. Rio Grande, 2010. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA6-kAB/sedimentacao# . Acesso em:
30 de janeiro de 2013.