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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃOCURSO DE PEDAGOGIA
TURNO NOTURNO
RELATÓRIO LIBRAS
Daniella Ferreira Bezerra
NATAL – RN 2008.1
Relatório Sobre Alunos com Deficiência Auditiva da Escola Estadual Augusto Severo
O presente relatório enforca questões atuais sobre o ensino para deficientes
auditivos na Escola Estadual Augusto Severo, refletindo e questionando sobre a atual
conjuntura da educação regular, especial e do surdo nesta escola.
Após esta visita feita a Escola Augusto Severo posso afirma que a convivência
entre alunos deficientes e não deficientes representa uma conquista não só para o
deficiente, como também para os demais alunos, que têm a possibilidade de aprender a
conviver com as diferenças presentes na coletividade.
Pela proposta inclusiva atual, pessoas com necessidades especiais auditivas
com perda acima de 25 dB quando estão em idade escolar, não importando o nível de
comprometimento, são matriculadas nas classes comuns, sendo que muitas delas
freqüentam em outro período a sala de recursos. Aqui no nosso Estado (RN), a Escola
Augusto Severo é a única intuição pública regular que possui recursos pedagógicos,
financiados pelo governo estadual, para atender os deficientes auditivos.
Investiguei as opiniões dos alunos deficientes auditivos, de alunos ouvintes, da
Escola Estadual Augusto Severo, de pais, que estavam presente na escola quando fui
fazer este relatório, e de professores sobre inclusão de alunos deficientes auditivos,
verifiquei que a maioria dos participantes é favorável à inclusão escolar, expressando
que os deficientes auditivos devem estudar em classe comum e podem trabalhar e ser
bem-sucedidos. Em contrapartida, fizemos outra pesquisa na escola Estadual Anísio
Teixeira, esta escola que fica próximo à escola Augusto Severo, é uma escola publica
regular que não possui alunos deficientes, a pesquisa que fiz lá mostrou resultado
diferente, ou seja, os alunos não deficientes manifestaram que os surdos poderiam ser
mais bem assistidos numa escola especial, e expressaram que eles não tinham o mesmo
desempenho mostrado pelos ouvintes.
Ao realizar este trabalho de pesquisa com os alunos deficientes auditivos dessa
escola estadual, constatei que esses alunos, ao serem integrados em classes comuns,
eram normalmente segregados em função do prejuízo que apresentavam em relação á
comunicação oral, o que dificultava a interação com alunos ouvintes. Para que essa
segregação não ocorresse seria necessário, que essas crianças incluídas cumprissem de
fato e sistematicamente todas as atividades da classe; incluindo as lições de casa, os
exercícios de aula, as redações e as apresentações orais, e engajarem-se nas atividades
sociais e lúdicas no pátio durante o recreio e os intervalos, bem como nas aulas de
Educação Física e Artes. Para isso seria necessário um investimento por parte do
governo em computadores e equipamentos de alta tecnologia que digitalizem a voz do
deficiente auditivo, aumentando a sua autonomia e diminuindo o desvio entre a
deficiência e a normalidade. Mas, o que ocorre, é que esse investimento não tem sido
feito, e normalmente esses alunos são colocados nas classes comuns, sem nenhum
suporte. E com isso tanto o professor da sala comum, quanto o professor da sala de
recursos, e os outros alunos tentam se comunicar com os alunos deficientes auditivos
através de métodos de comunicação alternativa. No entanto, os alunos deficientes
auditivos, da Escola Estadual Augusto Severo, incluídos nas classes comuns
normalmente se comunicam com as pessoas ouvintes através de mímicas, alfabeto
digital e leitura labial, e com a comunidade de surdos através das LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais). O que não tem sido suficiente, pois não tem promovido à inclusão
total desses alunos junto à comunidade escolar, principalmente no que se refere às
relações interpessoais sem a presença do professor.
Observei que os alunos deficientes auditivos em sala de aula não conseguiam
interagir com os alunos não deficientes, e no horário do recreio, verifiquei que os
estudantes deficientes interagiram ainda menos com os seus colegas (ouvintes), sendo
que, na maior parte do tempo, foram observados brincando sozinhos ou interagindo com
adultos (professores).
A Escola Estadual Augusto Severo tenta impor como escopo principal a
habilitação, reabilitação e educação das pessoas surdas, proporcionando oportunidades
para o seu pleno desenvolvimento, bem como a sua integração ou reintegração à
sociedade, permitindo maior independência e autonomia.