Upload
duongliem
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO
Período : Agosto/2014 a Julho/2015
( ) PARCIAL
(X) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa: Engenharia biológica de microalgas e cianobactérias: da prospecção de linhagens à produção de bioenergia.
Nome do Orientador: Evonnildo Costa Gonçalves
Titulação do Orientador: Doutor
Faculdade : Universidade Federal do Pará
Instituto/Núcleo: Instituto de Ciências Biológicas
Laboratório: Laboratório de Tecnologia Biomolecular
Título do Plano de Trabalho: Prospecção de aminoácidos tipo micosporinas de cianobactérias
de água doce da Amazônia
Nome do Bolsista: Thiago Tavares Lopes
Tipo de Bolsa:
(x) PIBIC/ CNPq
( ) PIBIC/CNPq – AF
( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador
( ) PIBIC/UFPA
( ) PIBIC/UFPA – AF
( ) PIBIC/ INTERIOR
( )PIBIC/PARD
( ) PIBIC/PADRC
( ) PIBIC/FAPESPA
( ) PIBIC/ PIAD
( ) PIBIC/PIBIT
2
1 INTRODUÇÃO
As cianobactérias possuem uma vasta distribuição ao longo do globo,
colonizando ecossistemas de água doce, marinhos e terrestres, e nos quais
possui uma grande importância ecológica no ciclo do carbono e como fixadoras
de nitrogênio. Recentemente, as cianobactérias têm despertado interesse na
área de bioenergia, sendo alvo de diversos projetos para a produção de
biodiesel, bioetanol e biohidrogênio (ERDRICH et al., 2014; KÄMÄRÄINEN et
al., 2012).
As cianobactérias apresentam vantagens sobre as atuais tecnologias e
matérias-primas utilizadas, pois não competem com solos agriculturáveis e
possuem grande capacidade para converter dióxido de carbono em lipídios ricos
em carbono e etanol, por exemplo. O estado do Pará possui uma grande
diversidade de cianobactérias em diferentes corpos d’água como o reservatório
da hidrelétrica de Tucuruí, de uma lagoa salina localizada no município de
Bragança ou dos reservatórios de abastecimento de Belém (BARAÚNA et al.,
2013, DALL’AGNOL et al.,2012, GRAÇAS et al.,2011, PUREZA et al.,2013).
Com base nos estudos do grupo de pesquisa do proponente, que identificou, em
algumas linhagens cianobacterianas, os genes responsáveis pela produção de
hidrogênio molecular (hidrogenases e nitrogenases), bem como codificantes de
lipases com potencial aplicação no processo de transesterificação para
produção de biodiesel.
Nesse sentido, a natureza dos projetos de bioenergia de microalgas e/ou
cianobactérias requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo engenheiros,
biólogos e químicos, isto é, enquanto os engenheiros têm foco na projeção de
aparatos para a otimização de cultivo, os biólogos e químicos focam na seleção
de espécies e linhagens, na caracterização molecular das vias metabólicas de
produção de biocombustíveis e na manipulação genética tanto destas vias como
naquela de fixação e armazenamento de carbono (LIMA et al., 2014).
2 JUSTIFICATIVA
3
As cianobactérias são microrganismos fotossintetizantes de morfologia
unicelular ou filamentosa, que colonizam uma grande variedade de ambientes,
como oceanos, corpos de água doce, rochas, desertos, placas de gelo, bem
como apresentam relação simbiótica com plantas, liquens e protozoários (ABED
et al. ,2009). Elas realizam fotossíntese na presença de luz e, em sua ausência,
a fermentação. Devido à diversidade de hábitats onde se encontram, seu
metabolismo adaptou-se de modo a produzir uma gama de substâncias com
potencial biotecnológico.
Neste contexto, dentre outras aplicações as cianobactérias têm sido utilizadas
na biorremediação de áreas degradadas por vazamento de petróleo, na
produção de biocombustíveis e bioplásticos (ABED, 2009; RASTOGI & SINHA,
2009) e na produção de aminoácidos capazes de absorver a radiação
ultravioleta, isto é os MAAs (SHINA, 2008). Os MAAs, encontrados em muitos
microrganismos aquáticos e em alguns poucos terrestres, como fungos, algas
eucarióticas e cianobactérias, são substâncias solúveis em água caracterizadas
por um anel aminociclohexenimina ligado a um aminoácido, aminoálcool ou
aminogrupo (BANDARANAYAKE, 1998). O anel geralmente tem uma
subunidade de glicina no terceiro carbono.
Alguns MAAs também contêm ésteres de sulfato ou ligações glicosídicas
através dos substituintes iminas. Diferenças nos espectros de absorção dos
MAAs ocorrem devido às variações nos grupos laterais e nos substituintes do
nitrogênio. Um número de MAAs tem seu máximo de absorção na região da
radiação UV-B enquanto outros absorvem na UV-A. Sua forte absorção entre os
comprimentos de onda 310 a 360 nm, seu alto coeficiente de extinção molar
(€=28,100-50,000 M-1cm-1) (KLISCH, 2008) e fotoestabilidade em água doce ou
salgada apoiam a ideia de que eles apresentam papel fotoprotetor, visto que
estes compostos podem dissipar a radiação absorvida como calor sem produzir
espécies reativas de oxigênio.
Enquanto os MAAs conferem proteção aos organismos que possuem a via do
chiquimato. As cianobactérias produtoras de MAAs são abundantes em
ambientes hipersalinos. Dois MAAs foram obtidos de uma linhagem de
4
Euhalothece sp. que crescia, sob luminosidade intensa, em uma crosta de
gesso em uma lagoa hipersalina, um tendo máximo de 331 e outro de 362 nm.
O primeiro, deles, identificado como micosporina-2-glicina, foi pela primeira vez
descrito em cianobactérias, e o segundo foi identificado como Euhalothece-362,
o que se fazia inferir que Euhalothece sp. utiliza micosporina-2-glicina e
Euhalothece-362 para proteger sua maquinaria celular dos efeitos danosos da
radiação.
Na cianobactéria Synechocystis sp. PCC 6803 também foram identificados três
MAAs: o desidroxi-usujireno e o M-343, que são induzíveis por radiação UV-A, e
M-tau, induzidos tanto pela radiação UV-A como pela UV-B (ZHANG, 2007). Os
MAAs asterina-330, chinorina, palitinol e micosporina-glicina têm sido descrito
como tendo um papel fotoprotetor em cianobactérias epilíticas (que crescem em
rochas) de água doce (SOMMARUGA, 1999). Adicionalmente, chinorina e
porphyra-334 já foram observadas em Microcystis aeruginosa, o que talvez
explique sua habilidade de desenvolver e manter florações superficiais mesmo
em grandes quantidades de radiação solar (LIU, 2004). Uma colônia de
Leptolygbya da antártica foi significantemente inibida sob UV-B suplementar
enquanto a inibição de Phormidium foi menos proeminente devido seu conteúdo
25 vezes maior de MAAs que em Leptolygbya.
A indução da síntese de MAAs dependente de UV-B em Anabaena sp., Nostoc
commune e Scytonema sp. resulta na síntese de chinorina somente. A
localização exata dos MAAs nas cianobactérias não é exatamente conhecida,
porém, em Nostoc commune é extracelular e ligada a oligossacarídeos da
bainha. Os MAAs são osmoticamente ativos. Isto se deve ao fato de que
populações halotolerantes de cianobactérias acumulam altas concentrações de
MAAs.
O câncer de pele têm se tornado um problema de saúde pública. Segundo a
Organização mundial de saúde ocorrem anualmente, 2 a 3 milhões de casos de
câncer de pele do tipo não-melanoma e 132,000 casos do tipo melanoma. Com
a diminuição da camada de ozônio, a atmosfera perde sua proteção filtrante e
uma maior quantidade de radiação UV alcança a superfície da terra. Estima-se
5
que uma diminuição de 10% nos níveis de ozônio resultará em 300.000 casos
adicionais de câncer de pele do tipo não-melanoma, e 4.500 casos do tipo
melanoma. A incidência global do melanoma continua a aumentar. Entretanto,
os principais fatores que predispõe ao desenvolvimento do melanoma parecem
estar associados à exposição recreacional ao sol e a história de queimaduras
solares (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013).
Atualmente a melhor forma de minimizar esses efeitos da radiação ultra-violeta,
consiste no uso de produtos cosméticos contendo filtros solares, em especial os
de origem natural como é o caso do Helioguard®, que contem um extrato da
alga eucariótica vermelha Porphyra sp. que é rico em MAAs. Assim, dada sua
condições climáticas as cianobactérias da região amazônica apresentam grande
potencial para a produção de MAAs que possam vir a ser utilizados na
formulação de novos produtos com atividade fotoprotetora.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Prospectar aminoácidos tipo micosporinas em extratos de cianobactérias da
região amazônica.
3.2 Objetivos Específicos
- Otimizar um protocolo de obtenção de extratos de cianobactérias;
- Otimizar método LC/MS para análise das MAAs nos extratos das
cianobactérias;
- Identificar MAAs produzidos por linhagens cianobacterianas da região
amazônica.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Amostragem
6
As amostras utilizadas constaram das linhagens CACIAM 14, CACIAM 53,
CACIAM 54 e CACIAM 57 da Coleção Amazônica de Cianobactérias e
Microalgas (CACIAM) do Laboratório de Tecnologia Biomolecular/UFPA,
isoladas de água doce. As linhagens foram cultivadas em meio BG-11 (ALLEN,
1968) em estufa de fotoperíodo com a programação de 13 horas claro e 11
horas escuro, com uma temperatura de 28ºC, durante 49 dias.
4.2 Obtenções de Extratos
As culturas dedicadas à análise de metabólitos foram centrifugadas em
condições estéreis numa rotação de 5500 rpm por 45 minutos a 20°C. Após
desprezo do sobrenadante, à biomassa precipitada foi, então, adicionado 5 mL
de metanol. Esta mistura foi sonicada com uso do sonicador Unique DES500
por 60 segundos e armazenada a 4°C por 12 h. Em seguida, após centrifugação
durante 5 minutos e 5500 rpm a 20°C o sobrenadante foi retirado e monitorado
espectrofotometricamente entre 310 e 360 nm, com uso do espectrofotômetro
Biospectro SP-220. À biomassa foi adicionado um novo volume de 5 ml de
metanol (grau HPLC), seguida de mistura em vórtex por 1 min. Após nova
centrifugação por 5 minutos e 5500 rpm a 20°C, o sobrenadante foi novamente
monitorado como descrito acima. Estas extrações com metanol foram repetidas
até a não absorção espectrofotométrica. Os volumes de sobrenadante coletados
foram misturados até um total de 50 mL de extrato bruto. Esse extrato bruto (50
mL) foi particionado líquido-líquido de acordo com a seguinte proporção: 50 mL
de extrato bruto, 20 mL de metanol, 60 ml de clorofórmio, e 30 mL de água
ultrapura. Com auxílio de um funil de decantação, a fase superior foi transferida
para um novo frasco Erlemeyer. À fase inferior (do funil de decantação) foram
adicionados mais 60 mL de clorofórmio, 40 mL de metanol e 10 mL de água.
Essa mistura foi mais uma vez particionada, com recolhimento da fase superior,
que foi adicionada àquela coletada anteriormente. As amostras obtidas foram
secas em speedvac a 30°C e redissolvidas em 1 mL de ácido acético 0,02%.
4.3 Análises de MAAs por Espectrometria de massas
Uma análise preliminar foi feita por infusão direta num espectrômetro de massas
AB Sciex QTRAP 5500 com analisador triplo quadrupolo, de baixa resolução.
7
Tal espectro MS1(figura 1) foi obtido e apresenta uma faixa de varredura de
relação m/z 300 a 600. A fonte de ionização utilizada foi a de electrospray. Na
configuração das condições de fonte, foram testadas utilizadas voltagem de
cone no valor de 35 e 40 eV, e a voltagem do spray de 3500 e 4000 V.
4.4 Análises de MAAs por Cromatografia líquida de Alta Eficiência.
Cem microlitros da amostra obtida foram diluídos para 1 mL de ácido acético
0,02% em Metanol. As amostras foram analisadas com auxilio de um HPLC
Agilent 1200 series com bomba capilar binária, injetor automático e coluna em
temperatura ambiente (17°C). A programação da fase móvel constou de um
sistema isocrático com tempo de corrida de 20 minutos, sendo o solvente A
solução de ácido acético na concentração de 0,02% e o solvente B, metanol.
Utilizou-se uma coluna Zorbax 300SB-C8 150 x 0,3 com tamanho de partícula
de 3,5 micrômetros. O fluxo utilizado foi de 10 μL/min.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Extrações de MAAs
Em sua maioria os métodos descritos na literatura mostram extrações de
cianobactérias com metanol. Foram descritos extrações com metanol 20% em
água (FERRONI et al., 2010; KEDAR; KASHMAN; OREN, 2002) e metanol
100% (BALSKUS; WALSH, 2010; SINGH et al., 2008b, 2010; SINHA et al.,
2003) e em diferentes temperaturas (SINGH et al., 2008b, 2010; SINHA et al.,
2003, KEDAR; KASHMAN; OREN, 2002, BALSKUS; WALSH, 2010; FERRONI
et al., 2010). Os trabalhos de extração também envolvem extração líquido-
líquido (SINGH et al., 2008b, 2010), filtração em MWCO (KEDAR; KASHMAN;
OREN, 2002) e Centrifugação (SINHA et al., 2003).
O método de preparo de amostra, para análises em HPLC capilar, neste
trabalho foi baseado em Cardozo (2006) e Whitehead (2002) com pequenas
alterações que se mostraram eficientes para mais um possível método de
obtenção de extratos de cianobactérias.
5.2 Análises de MAAs por LC/MS
8
Os valores de voltagem do Ionspray e da voltagem de cone para os
experimentos de MS1 que resultou em melhor intensidade de ionização foi
voltagem de cone de 40 eV, e a voltagem de Ionspray é de 4000V. A faixa de
varredura de relação m/z 300 a 600 foi escolhida numa tentativa de encontrar
MAAs sem a necessidade de fragmentação dos mesmos. Neste experimento de
MS1 não foram observados íons de relação massa/carga sugestiva de MAAs
(Tabela 01). Contudo, a presença de íons mais concentrados pode mascarar a
de íons menos concentrados.
Tabela 01: Relações massa/carga a serem monitoradas
MAA Peso molecular [MH+] Micosporina-glicina 246
Palitina 245 Palitinol 303
Asterina-330 289 Chinorina 333
Porphyra-334 347 Paliteno 286
Ácido Palitênico 329
Figura 01: Espectro de massas modo full scan (MS1) dos metabólitos da linhagem CACIAM 14(Cyanobium
sp.)
9
Para o experimento de MS2 os valores da voltagem do ionspray foram de 4000 V, alta pressão de colisão, voltagem de cone de 60 eV e energia de colisão de 20 eV. As aquisições dependentes de informação selecionaram cinco dos íons mais abundantes que excederam a intensidade de 10000. Os valores de massa analisadas foram os valores protonados de palitina, micosporina-glicina, paliteno, asterina-330, palitinol, chinorina, ácido palitênico e porphyra-334, conforme a tabela 01.
O espectrograma de MS2 (Figura 02) foi obtido e foi possível observar um padrão de fragmentação que indica a presença do MAA Chinorina que possui a relação m/z de 333(Ver Tabela 01). Outros indícios que apontam a presença da Chinorina são os íons de fragmentos entre ele, o fragmento de m/z 186(Tabela 02), o qual de acordo com Whitehead & HEDGES (2002) é diagnóstico da presença de MAAs. Além de fragmentos de m/z 255, 241, 230 e 211(Tabela 02), também reportados por Whitehead & Hedges (2002), que reforçam a presença de chinorina.
Figura 02: Espectro de fragmentação (MS2) dos íons m/z 333 observados no experimento de
infusão direta dos metabólitos da linhagem cianobacteriana CACIAM 14 (Cyanobium sp.).
Tabela 02: Dados espectrais de massa em Whitehead (2002).
MAA Peso molecular
Fragmentos Referências
Micosporina-glicina
245 [MH+] 246, 228, 210, 200, 182, 168, 146
Palitina 244 [MH+] 245, 230, 209, 199, 186, 184, 162, 155, 150, 137
(WHITEHEAD; HEDGES,
10
Palitinol 302 [MH+] 303, 288, 243, 231, 199, 197, 186, 168, 150, 137.
2002)
Asterina-330 288 [MH+] 289, 273, 243, 230, 213, 199, 197, 186, 168, 150, 137
Chinorina 332 [MH+] 333, 255, 241, 230, 211, 197, 186, 185, 168, 137
Porphyra-334 346 [MH+] 347, 303, 243, 231, 199, 197, 186, 168, 151, 137
Paliteno 284 [MH+] 285, 241, 223, 205, 197, 195, 193, 179, 166, 149, 137
Ácido Palitênico 328 [MH+] 329, 314, 296, 283, 268, 251, 241, 237, 225, 197, 193, 182, 175, 150, 138
5.2.1 Análise cromatográfica
O cromatograma (Figura 03) mostra o resultado da análise preliminar cromatográfica do extrato obtido para a linhagem CACIAM 14, sendo este um cromatograma de íons totais. A identificação de MAAs por cromatografia concentrou-se primeiramente em íons precursores com relação m/z 333 (Chinorina), resultantes do experimento de MS1. Contudo, pela falta de um padrão de identificação de injeção capilar de MAAs não foi possível identificar a presença da chinorina.
Figura 03: Cromatograma de íons totais. CACIAM14(Cyanobium sp.).
11
Em relação aos íons precursores do experimento MS2 revela a presença de
isóbaros que pode ser confirmada pela detecção de vários íons de m/z 333 em
diferentes tempos de retenção (Figura 04) na análise cromatográfica. No
presente estudo, estes íons fragmentos (m/z= 186 e 197) apareceram no
mesmo tempo de retenção de m/z 333 (Figura 05), sugerindo a produção de
chinorina, cuja m/z = 333, pela linhagem CACIAM 14 (Cyanobium sp.).
Figura 04: Seleção de íons precursores de m/z 333. CACIAM (Cyanobium sp.).
Na figura 05 têm-se o extrato de fragmentos oriundos dos íons de m/z 333, no tempo de retenção 9 minutos, é possível observar os fragmentos 186 e 197, que tanto Whitehead & Hedges (2002) quanto Cardozo (2006) sugerem como diagnóstico para a presença de MAAs.
Figura 05: Seleção de íons filho (mz/ 186 em azul e 197 em vermelho) dos íons precursores de m/z 333. CACIAM14(Cyanobium sp.).
6 PUBLICAÇÕES
Até o fim da execução deste projeto não foi gerada nenhuma publicação relativa a esses resultados.
12
7 CONCLUSÃO
O meio de cultivo BG-11 para cianobactérias foi baseado em Allen (1968), e
mostrou-se eficiente tanto para o crescimento das linhagens como para a
produção de biomassa. O método de extração também se mostrou eficiente,
porém há necessidade de realizar otimizações na extração para minimizar a
quantidade de contaminantes interferentes nas amostras. A cromatografia
capilar é uma técnica que pode ser utilizada para análise de MAAs
especialmente acoplada a espectrometria de massas com fonte de ionização de
Electrospray, devido sua alta sensibilidade, e também por necessitar de
pouquíssima quantidade de amostra.
Os dados até então obtidos nos levam a creditar que a cianobactéria CACIAM
14 (Cyanobium sp.) é um potencial alvo para a produção de MAAs. Devido ter
sido isolada do ambiente regional, possui adaptação para as condições locais o
que facilitaria sua utilização em aplicações biotecnológicas que gerem produtos
de alto valor agregado e ao mesmo tempo valorizem a biodiversidade
amazônica de maneira sustentável.
8 REFERÊNCIAS
ABED R. M. M, DOBRETSOV S, SUDESH K. Applications of cyanobacteria in biotechnology. Journal of Applied Microbiology. n.106. p:1-12. 2009.
ALLEN, M.B. 1968. Simple conditions for growth of unicellular blue-green algae on plates.Journal of Phycology, 4: 1-4.
BANDARANAYAKE, W. M. Mycosporines. Are They nature’s sunscreens? Natural Products Report . n.15. V.2, P: 159-172. 1998
BARAÚNA, R. A.; GRAÇA, D. A., MIRANDA, P. R., GHILARDI, R., BARBOSA, M. S., SCHNEIDER, M. P. C. AND SILVA, A. (2013) Prokaryotic Diversity of the Tucuruí Hydropower Plant Reservoir in the Brazilian Amazon. Aquatic Science and Technology.
CARDOZO, K. H. M. et al. Fragmentation of mycosporine-like amino acids by hydrogen/deuterium exchange and electrospray ionisation tandem mass spectrometry. Rapid communications in mass spectrometry : RCM, v. 20, n. 2, p. 253–8, jan. 2006a.
13
CARRETO, J. I.; CARIGNAN, M. O. Mycosporine-like amino acids: relevant secondary metabolites. Chemical and ecological aspects. Marine drugs, v. 9, n. 3, p. 387–446, jan. 2011.
CARRETO, J. I.; CARIGNAN, M. O.; MONTOYA, N. G. A high-resolution reverse-phase liquid chromatography method for the analysis of mycosporine-like amino acids (MAAs) in marine organisms. Marine Biology, v. 146, n. 2, p. 237–252, 26 ago. 2004.
Dall’agnol, L. T., Ghilardi, R., Mcculloch, J. A., Schneider, H., Schneider, M. P. C. and Silva, A. (2012) Phylogenetic and gene trees of Synechococcus: choice of the right maker to evaluate the population diversity in the Tucuruí Hydroelectric Power Station Reservoir in Brazilian Amazonia. Jounal of Plankton Research, 245-257.
ERDRICH, P. et al. Cyanobacterial biofuels: new insights and strain design strategies revealed by computational modeling. Microbial cell factories, v. 13, n. 128, p. 1–15, 2014.
GRAÇAS, D. A., MIRANDA, P. R., BARAUNA, R. A., MCCULLOCH, J. A., GHILARDI, R., JR., SCHNEIDER, M. P. AND SILVA, A. (2011) Microbial Diversity of an Anoxic Zone of a Hydroelectric Power Station Reservoir in Brazilan Amazonia. Micro Ecol, 853-61
HELBLING, E. W. et al. Photoacclimation of antarctic marine diatoms to solar ultraviolet radiation. n. 96, 1996.
KÄMÄRÄINEN, J. et al. Physiological Tolerance and Stoichiometric Potential of Cyanobacteria for Hydrocarbon Fuel Production. Journal of biotechnology, v. 162, n. 1, p. 67–74, 30 nov. 2012.
KLISCH, M. HADER, D-P. Mycosporines-like aminoacids and marine toxins: the common and the different. Marine Drugs. N. 6 p:147-163. 2008.
LEÃO, P. N. et al. The chemical ecology of cyanobacteria. Natural product reports, v. 29, n. 3, p. 372–91, mar. 2012.
LIMA, A. R. J.; SIQUEIRA, A. S.; SANTOS, B. G. S.; SILVA, F. D. F.; LIMA, C. S.; CARDOSO, J. F.; VIANEZ-JUNIOR, J. L. S. G. ; DALL’AGNOL, L.T., MCCULLOCH, J.; NUNES, M. R. T.; GONÇALVES, E. C. Draft Genome Sequence of the Brazilian Cyanobium sp. Strain CACIAM 14. vol. 2 no. 4 e00669-14.
LIU, Z. HADER, D-P. SOMMARUGA, R. Occurrence of mycosporine-like amino acids (MAAs) in the bloom forming cyanobacterium Microcystis aeruginosa. Journal of Photochemistry and Photobiology Biology. N. 86. P: 240-245.2007.
NAKAMURA, H.; KOBAYASHI, J. Separation of Mycosporine-like aminoacids in marine organisms using reversed-phase high performance liquid chromatography. Journal of Chromatography, v. 250, n. 3, p. 113–118, 1982.
14
Pureza, L. M. S., Graças, D. A., Gonçalves, E. C., Correa, J. A. M., Silva, A. and Schneider, M. P. C. (2013) Bacterial Diversity in an Amazonia Mangrove Ecosystem. Aquatic Science and Technology, 66-85.
RASTOGI, R. P. SINHA, R. Biotechnological and industrial significance of cyanobacterial secondary metabolites. Biotechnology Advances. 27, 521-539, 2009.
SHINA, R. HADER, D. UV Protectants n cyanobacteria. Plant Science. n.174 p:278-289. 2008.
SILBERRING, J. Introduction to Proteomics and Strategy for protein Identification. In: KRAJ, A.; SILBERRING, J. (Eds.). Proteomics. Introduction to Methods and Applications. 1st. ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 2008. p. 1–5.
SHICK, J. M.; DUNLAP, W. C. Mycosporine-like amino acids and related Gadusols: biosynthesis, acumulation, and UV-protective functions in aquatic organisms. Annual review of physiology, v. 64, n. 1, p. 223–62, jan. 2002.
SINGH, S. P. et al. Mycosporine-like amino acids (MAAs): chemical structure, biosynthesis and significance as UV-absorbing/screening compounds. Indian journal of experimental biology, v. 46, n. 1, p. 7–17, jan. 2008a.
WHITEHEAD, K.; HEDGES, J. I. Analysis of mycosporine-like amino acids in plankton by liquid chromatography electrospray ionization mass spectrometry. Marine Chemistry, v. 80, n. 1, p. 27–39, dez. 2002.
WHITEHEAD, K.; HEDGES, J. I. Electrospray ionization tandem mass spectrometric and electron impact mass spectrometric characterization of mycosporine-like amino acids. Rapid communications in mass spectrometry : RCM, v. 17, n. 18, p. 2133–8, jan. 2003.
WHITEHEAD, K.; HEDGES, J. I. Photodegradation and photosensitization of mycosporine-like amino acids. Journal of photochemistry and photobiology. B, Biology, v. 80, n. 2, p. 115–21, 1 ago. 2005.
WHITEHEAD, K.; KARENTZ, D.; HEDGES, J. Mycosporine-like amino acids (MAAs) in phytoplankton, a herbivorous pteropod (Limacina helicina), and its pteropod predator (Clione antarctica ) in McMurdo Bay, Antarctica. Marine Biology, v. 139, n. 5, p. 1013–1019, 1 nov. 2001.
15
DIFICULDADES: Houveram problemas técnicos relacionados ao LC/MS que atrasaram as análises dos espectros preliminares dos MAAs, porém os mesmos foram resolvidos permitindo identificação preliminar de alguns dos componentes.
PARECER DO ORIENTADOR: O Thiago realizou suas atividades com interesse e responsabilidade e considero seu desempenho excelente.
DATA : 10/08/2015
_________________________________________
ASSINATURA DO ORIENTADOR
_________________________________________
ASSINATURA DO ALUNO
16