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1 4 Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) é o tipo de cromatografia por eluição mais usada para separar e quantificar as mais diversas substâncias químicas. Na cromatografia líquida, a fase móvel é um solvente líquido ou mistura de solventes líquidos, onde a amostra líquida é introduzida. O tipo de cromatografia líquida de alta eficiência é geralmente definido pelo mecanismo de separação ou pelo tipo de fase estacionária. (1) partição ou cromatografia líquido-líquido; (2) adsorção ou cromatografia líquido-sólido; (3) permuta iónica ou cromatografia iónica; (4) cromatografia por exclusão; (5) cromatografia por afinidade e (6) cromatografia quiral

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4 Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC)

A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) é o tipo de cromatografia por eluição

mais usada para separar e quantificar as mais diversas substâncias químicas.

Na cromatografia líquida, a fase móvel é um solvente líquido ou mistura de solventes

líquidos, onde a amostra líquida é introduzida.

O tipo de cromatografia líquida de alta eficiência é geralmente definido pelo

mecanismo de separação ou pelo tipo de fase estacionária.

(1) partição ou cromatografia líquido-líquido;

(2) adsorção ou cromatografia líquido-sólido;

(3) permuta iónica ou cromatografia iónica;

(4) cromatografia por exclusão;

(5) cromatografia por afinidade e

(6) cromatografia quiral

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4.1 Distribuição dos diferentes tipos de cromatografia líquida com a massa

molar e a polaridade dos solutos

Mas

sa m

ola

r

Iónico

Permuta

iónica

Polar não-iónico

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4.2 Guia para a seleção do tipo de cromatografia líquida mais adequado em

função do tipo de amostra

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4.3 Instrumentação e equipamento auxiliar

Degasser

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4.4 Colunas e fase estacionária

Não é comum usar-se colunas capilares com a fase estacionária suportada nas paredes

da coluna em HPLC, tal como sucede em GC

A viscosidade de um líquido é 100 a 1000 vezes superior à viscosidade de um gas

Em cromatografia líquida usam-se colunas de empacotamento

As colunas de empacotamento têm comprimento reduzido (5 - 30 cm), pelo que a sua

contribuição para a eficiência da coluna não será tão elevada como nas colunas

capilares (GC).

É necessário procurar outras contribuições para o aumento da eficiência, nomeadamente

o diâmetro médio das partículas que constituem a fase estacionária

A eficiência de separação de uma coluna de empacotamento aumenta com a diminuição

do diâmetro das partículas que constituem a fase estacionária.

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As partículas usadas em colunas de HPLC têm:

forma esférica e

diâmetros entre 3 e 10 μm

A diminuição do tamanho da partícula confere:

i) empacotamento regular, dando origem a fluxos uniformes, o que provoca a

diminuição do termo A da equação de van Deemter

ii) equilíbrio mais rápido do soluto entre a fase móvel e estacionária, o que

provoca a diminuição do termo C da equação de van Deemter

iii) maior resistência à passagem do eluente, o que provoca o aumento da pressão

para o mesmo fluxo

O número de pratos teóricos (N) de uma coluna de comprimento L e empacotada com

partículas sólidas de diâmetro médio dp é dado aproximadamente por:

md

cmLN

p

3000

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As colunas de HPLC são, em geral:

i) tubos de aço;

ii) comprimento entre 5 e 30 cm;

iii) diâmetro interno entre 1 e 5 mm (id = 4,6 mm, o mais usual)

Fatores de degradação das colunas

i) partículas sólidas provenientes dos eluentes ou das amostras mal filtradas

ii) interação irreversível de compostos com a fase estacionária e que a inativam

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Proteção das colunas

uso de pré-coluna: mesma fase estacionária que a coluna analítica,

comprimento muito menor. É colocada antes da coluna e após o injetor

Retém as partículas sólidas que não conseguiriam passar através do coluna e os

compostos que iriam interagir irreversívelmente com a fase estacionária

Influência da temperatura

O aumento da temperatura favorece:

i) a degradação da fase estacionária

ii) criação de bolhas gasosas

iii) A diminuição da viscosidade da fase móvel (diminuição da pressão)

iv) diminuição do tempo de retenção (menor constante de partição e maior

coeficiente de difusão)

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4.4.1 Características das fases estacionárias

Quanto mais regulares forem as partículas das fases estacionárias mais reprodutível é a

separação e mais eficientes são as colunas

Tipo de partículas usadas em colunas de HPLC:

i) quanto à rigidez: sólidos rígidos, semi-rígidos ou maleáveis

ii) quanto à porosidade: porosos ou com camada pelicular

iii) quanto à forma: esféricos ou irregulares

iv) quanto ao tamanho: preferem-se partículas de diâmetros reduzido.

Sólidos rígidos:

Cromatografia líquido-sólido (adsorção) e líquido-líquido (partição)

Partículas de sílica (menos vulgarmente de alumina)

i) elevada estabilidade mecânica e resistência a pressões elevadas

ii) passíveis de ligação à superfície de grupos funcionais (modificação das

características superficiais das partículas)

iii) partículas microporosas e esféricas com dimensões regulares e com elevado

grau de pureza

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iv) solubilidade em água apreciável para pH > 8 (não se podem usar eluentes com

pH > 8)

v) hidrólise das ligações covalentes das fases ligadas para pH < 2 (as fases ligadas

só podem ser utilizadas para pH entre 2 < pH < 8)

Estrutura química da sílica

A fase estacionária mais comum em HPLC são partículas de sílica microporosas com

grau de pureza muito elevado com formato esférico e uniforme e com a superfície

modificada (cromatografia líquida com fase ligada)

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Sílica com a superfície modificada com organosilanos

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Parâmetro indicador da qualidade de uma modificação de fase

% de carbono da fase estacionária indica o grau de recobrimento das partículas

Indicador muito importante sobretudo se a fase ligada for apolar.

Se a cobertura for deficiente, os grupos silanol superficiais que restam, de

características polares, afectam a separação

Devido a limitações estereoquímicas, os grupos silanol superficiais nunca são todos

modificados, ficando alguns activos.

Em geral, após a modificação da superfície faz-se uma posterior modificação com um

reagente (ClSiR3 em que R = CH3) para aumentar a extensão de grupos silanol

modificados (end capping)

Compostos com grupos ácidos ou básicos podem dar origem a picos arrastados

(assimétricos) devido a interações com grupos silanol desprotegidos (não

modificados)

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4.5 Fase móvel

As fases móveis usadas em HPLC devem:

i) ter elevada pureza

ii) dissolver os componentes da amostra, mas não reagir com eles

iii) não alterar a fase estacionária

iv) ter baixa viscosidade

v) ser compatíveis com o modo de deteção

Solventes mais utilizados como eluentes com a fase estacionária do tipo C18 (HPLC de

fase reversa)

Metanol

Acetonitrilo

Tetrahidrofurano

Água

Baixa viscosidade

pureza elevada

Janela de transmitância no UV

São miscíveis uns com os outros

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A seleção da fase móvel é mais complexa do que em GC.

Em HPLC a fase móvel interage diretamente com os solutos e diferentes solutos têm

interações específicas com diferentes solventes.

Contudo, a característica mais importante na seleção de um solvente é a

polaridade

i) um solvente polar interage mais com solutos polares e um solvente pouco polar

interage mais com solutos pouco polares

ii) a polaridade de um solvente pode ser avaliada através do índice de polaridade,

P’ (solventes polares têm valores de P’ maiores)

A SÉRIE ELUOTRÓPICA permite obter indicações sobre a polaridade de solventes.

O índice de polaridade, P’, procura quantificar a polaridade dos solventes, desde não

polar até muito polar. A “força de eluição” de um solvente é definida para uma dada

fase estacionária (depende da fase).

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A polaridade de uma mistura de solventes pode ser estimada a partir dos índices de

polaridade dos solventes individuais. Adopta-se média aritmética pesada.

Exemplo: Mistura de metanol e água (30:70)

P’metanol/água = 0,30P’metanol + 0,70P’água

Fase estacionária polar: deve-se usar solvente pouco polar

Solventes polares têm grande poder de eluição (exemplo: a água pode ficar

irreversivelmente ligada à sílica, tem grande poder de eluição)

Fase estacionária pouco polar: deve-se usar solvente polar

Solventes apolares têm grande poder de eluição (exemplo: solventes imiscíveis com a

água podem ficar irreversivelmente ligados à coluna, têm grande poder de eluição)

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4.5.1 Eluição isocrática e eluição gradiente

Em HPLC pode-se alterar o poder de eluição do eluente ao longo de uma separação

através da variação da composição do eluente

Eluição isocrática: a eluição é realizada mantendo constante a composição da fase

móvel

Eluição gradiente: a eluição é realizada variando a composição da fase móvel

Separação isocrática de uma mistura de

compostos aromáticos: (1) álcool benzílico; (2)

fenol; (3) 3,4-dimetoxiacetofenona; (4)

benzoina; (5) benzoato de etilo; (6) tolueno; (7)

2,6-dimetoxitolueno; (8) 2-fenilanisol.

Eluente: Solução tampão pH 3,5 (A) e

acetonitrilo (B)

Coluna: fase reversa (C18 em partículas de

sílica - 5 µm); 25 cm x 4,6 mm

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Eluição gradiente de uma mistura de

compostos aromáticos: (1) álcool benzílico; (2)

fenol; (3) 3,4-dimetoxiacetofenona; (4)

benzoina; (5) benzoato de etilo; (6) tolueno; (7)

2,6-dimetoxitolueno; (8) 2-fenilanisol.

Eluente: Solução tampão pH 3,5 (A) e

acetonitrilo (B)

Coluna: fase reversa (C18 em partículas de

sílica - 5 µm); 25 cm x 4,6 mm

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Vantagens da eluição gradiente:

i) menor tempo de eluição

ii) melhor definição dos picos cromatográficos e optimização da resolução da

separação de misturas complexas

Desvantagens:

incompatibilidade com certos tipos de cromatografia e certos detectores

A utilidade de uma eluição gradiente pode ser estimada do seguinte modo:

(i) Faz-se uma variação gradiente numa gama extensa, por exemplo, entre 10% e

90% de solvente orgânico (aumento do poder de eluição) em 40 min (tg).

(ii) Se a diferença entre os tempos de retenção do soluto menos retido e mais

retido (Δtr) for tal que Δ tr /tg > 0,25, então será útil fazer uma eluição

gradiente

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4.6 Bombas

Principais requisitos a que deve obedecer uma bomba de HPLC:

i) elevada estabilidade (fluxo sem pulsos) e reprodutibilidade do caudal debitado

ii) inerte quimicamente aos solventes usados em HPLC

Características gerais das bombas:

i) fluxos reprodutíveis até 10 mL/min (aplicações analíticas)

ii) pressão até 40 MPa (400 bar)

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Princípio de funcionamento das bombas:

em geral, são utilizadas bombas de pistão recíproco

Utiliza-se uma bomba com dois

pistões recíprocos, de tal forma

que quando um suga a fase móvel

o outro expulsa-a para fora da

bomba (coluna)

Vantagens:

fluxo constante

permite fazer gradiente

alimenta o sistema continuamente

Desvantagens:

pode ocorrer pulsação do fluxo

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4.6.1 Criação de gradientes

Gradiente de baixa pressão

é produzido através de um sistema de válvulas de admissão que controla a

quantidade de solvente de cada canal.

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Gradiente de alta pressão

A mistura dos solventes é feita após o seu bombeamento. Cada solvente é bombeado

por uma bomba própria

Sistema muito preciso

dispendioso pois usa

uma bomba para cada

canal de solvente

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4.7 Válvulas de injeção

As válvulas de injeção são

constituídas por ‘loops’ de

capacidade entre 2 e 1000 μL.

i) suportam as elevadas pressões

de funcionamento do sistema

ii) possuem duas posições, de

carga do ‘loop’ e de injeção

iii) são inertes quimicamente

iv) podem ser manuais ou automáticas

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4.8 Detetores

Permite monitorizar o eluato que sai da coluna, dando preferência à deteção dos solutos.

Para isso, precisa de ter sensibilidade distinta para os solutos e para a fase móvel.

A propriedade física medida deverá ser específica dos solutos e pouco sensível à fase

móvel

Características gerais de um detetor:

i) elevada sensibilidade

ii) capacidade de resposta adequada às mudanças de composição do eluato

iii) resposta linear num intervalo alargado de quantidade de substância

iv) estável e período curto de estabilização

v) não deve contribuir para a dispersão (volume de célula desprezável)

vi) pouco sensível a alterações de fluxo, temperatura, composição da fase

móvel (compatível com eluição gradiente) e pressão

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Detetores de HPLC mais comuns:

i) detector espectrofotométrico UV-Vis

ii) detector espectrofotométrico de “diode array”

iii) detector fluorimétrico

iv) detector de índice de refracção

v) detector electroquímico

vi) detector de condutividade eléctrica (cromatografia iónica)

4.8.1 Detetores espectrofotométricos

A fase móvel não deve absorver ao comprimento de onda da

medição de absorvância para se conseguir a sensibilidade

máxima

Baseia-se na medição da absorvância a um dado comprimento

de onda fixo

é selectivo e de aplicação muito generalizada em HPLC

é muito versátil (200 – 900 nm)

é pouco sensível a alterações de temperatura e composição do eluente

(compatibilidade com eluição gradiente)

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Esquema de um detector de UV-Vis.

eluente

sol. referência

monocromador

lente

janelas de quartzo

filtrofonte de radiação

policromática

fotodetector

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Nos últimos anos surgiu um outro detetor espectrofotométrico designado por “diode

array”.

Nestes detetores consegue-se fazer a medição da absorvância a vários comprimentos de

onda simultaneamente, obtendo-se os espectros do eluato a qualquer momento da

separação cromatográfica.

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4.8.2 Detetor de Fluorescência

Baseia-se na medição da fluorescência do eluato

i) tem elevada sensibilidade (1000 vezes mais sensíveis que os detectores de

UV-Vis)

ii) tem aplicação muito específica em HPLC (poucos compostos são

fluorescentes)

iii) dada a sua elevada sensibilidade, é comum derivatizar os solutos por forma

a torná-los fluorescentes

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4.8.3 Detetor de Índice de Refração

Baseia-se na medição comparativa entre o índice de refracção da fase móvel pura e o

eluente que sai pela coluna

i) é um detector quasi-universal

ii) baixa sensibilidade

iii) elevada sensibilidade a alterações de temperatura e pressão

iv) resposta linear restrita

v) não é compatível com a eluição

gradiente

vi) aplica-se principalmente em

cromatografia de exclusão

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4.8.4 Detetor Electroquímico

Baseia-se na medição da intensidade de corrente resultante de processos de oxidação ou

redução, quando se fixa o potencial aplicado ao eléctrodo de trabalho

i) elevada sensibilidade

ii) a selectividade depende do potencial aplicado

iii) é pouco reprodutível em alguns eluatos

iv) não é compatível com a eluição gradiente

eléctrodo de trabalho

eléctrodo de referênciaeléctrodo auxiliar

potenciostato de

3 eléctrodos

eluente

eluente