Upload
trankhuong
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF,
UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PRODOUTOR, PIBIT E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : 01/2015 a 07/2015 ( ) PARCIAL (X) FINAL Título do Projeto de Pesquisa: Concreto produzido com agregado graúdo provenientes da construção civil Nome do Orientador: Marcelo de Souza Picanço Titulação do Orientador: Doutor em Geologia e Geoquímica Faculdade: Faculdade de Engenharia Civil Instituto/Núcleo: Intituto de Tecnologia Laboratório: Laboratório de Engenharia Civil Título do Plano de Trabalho: Análise do módulo de elasticidade e resistência à compressão do concreto produzido com agregado de RCD Nome do Bolsista: Mateus Inacio Maciel e Silva Tipo de Bolsa : ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( ) PIBIC/PRODOUTOR ( ) PIBIC/PE-INTERDISCIPLINAR (X) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/PIBIT
1- INTRODUÇÃO
A busca pelo desenvolvimento sustentável na sociedade moderna decorre,
principalmente, pelo fato da preocupação com o meio ambiente e a escassez de recursos
naturais. John (2002) aponta a indústria da construção civil como sendo a atividade humana
com maior impacto sobre o meio ambiente. John (2000), estima que o setor de construção
civil brasileiro consuma 210 milhões de toneladas por ano de agregados naturais somente
para a produção de concretos e argamassas. Neste contexto, a reciclagem recebe grande
importância, seja para diminuir a quantidade de material retirado da natureza ou para destinar
o material rejeitado por este setor.
Perante estes motivos, deverão haver mais ações voltadas para a reutilização deste
material que gera mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos, segundo Pinto (2005). A
reciclagem deste RCC, em forma de agregado para a fabricação de concreto, tem se mostrado
bastante relevante, na composição do concreto. Dados de Mehta e Monteiro (2008) informam
que na substituição de 20% do agregado natural por Agregado Graúdo Reciclado de Concreto
(AGRC) as propriedades do concreto permanecem as mesmas que quando se utiliza 100%
de agregado natural. Por ser uma forma de reciclagem, é apresentado um importante tema a
ser debatido no meio técnico científico.
Inicialmente, o presente trabalho caracteriza as devidas propriedades dos agregados
reciclados. Posteriormente, apresenta os resultados do módulo de elasticidade, a resistência
à compressão axial dos concretos confeccionados. A discussão do trabalho se baseia em
observar a possibilidade de ser usado em estruturas na construção civil e o comportamento
mecânico das diferentes substituições de AGRC no produto final.
Para a confecção do concreto foi necessária a produção do agregado reciclado
beneficiado e a coleta dos demais componentes para o concreto. Após essa etapa, foram
feitos ensaios para verificar algumas propriedades dos agregados usados para fazer o cálculo
da dosagem. As substituições do AGRC no concreto utilizados foram de 0%, 20% e 100%.
Depois de preparados os corpos de provas, estes foram rompidos aos 7 e aos 28 dias após
o procedimento de cura, para retirar as informações do módulo de elasticidade e resistência
à compressão.
2- JUSTIFICATIVA
Com este trabalho espera-se fortalecer o conceito da sustentabilidade na construção
civil, com uso dos agregados provenientes de resíduos de construção e demolição para a
produção do concreto estrutural com um baixo impacto ambiental. Tendo em vista o
crescimento dia após dia da utilização dos RCC’s no Brasil, são necessárias pesquisas
voltadas a fim de consolidar este modelo de desenvolvimento que reaproveita os resíduos da
construção civil.
3- OBJETIVOS
Na presente pesquisa, um dos objetivos também é produzir um concreto mais
econômico a fim de atender diversos tipos de obras, razão da qual optou-se por não utilizar
aditivo plastificante ou superplastificante.
Em um primeiro momento, será analisado as propriedades dos agregados (areia, brita
e AGRC) como massa específica, granulometria, diâmetro máximo e a massa específica do
cimento utilizado.
Após esta etapa, será necessário construir um diagrama de dosagem para descobrir o
traço para um concreto de referência (sem utilização do agregado reciclado) de 25 MPa de
resistência à compressão. Depois, serão produzidos concretos no mesmo traço de referência
com substituição de AGRC sobre o agregado natural de 20%, pois esta taxa de substituições
se encaixa nas convenções de diversos países e 100% para fazer um comparativo mais
explícito no desempenho dos concretos.
Ao final deste processo, avaliará algumas características no concreto fresco, a
resistência à compressão aos 7 e 28 dias e o módulo de deformação. Com os resultados, fará
uma comparação no desempenho entre o concreto convencional com o concreto reciclado e
uma análise do potencial uso em elementos estruturais destes em uma construção.
4- MATERIAIS E MÉTODOS
4.1- Materiais utilizados:
Os materiais utilizados para a pesquisa experimental foram inicialmente armazenados
e caracterizados até o seu uso. Os materiais utilizados na produção do concreto foram:
cimento, agregados e água.
4.1.1- Cimento
Foi utilizado Cimento Portland IV RS, pois este é amplamente utilizado ao redor da cidade de Belém do Pará. Foi determinada a massa específica de 3,03 g/cm³, analisado de acordo com a NBR NM 23 (ABNT, 2001).
Figura 1- Determinação da massa específica do cimento conforme a prescrição da NBR NM 23 (ABNT, 2001)
4.1.2- Agregados
Os agregados foram utilizados ocupando maior parte da massa do concreto. Utilizou-se agregado miúdo natural (areia), agregado graúdo natural (brita) e agregado reciclado.
4.1.2.1 Agregado miúdo
O agregado miúdo utilizado é de origem natural, retirado do leito de rio nas proximidades de Belém, com característica de ser de granulometria bastante fina. Foi lavado a fim de retirar a matéria-orgânica presente.
4.1.2.2 Agregado graúdo
Já o agregado graúdo convencional (brita) é proveniente de rochas graníticas britadas no município de Tracuateua (localizado aproximadamente a 250 km da capital do Pará). No intuito de retirar grande quantidade de materiais pulverulentos, foi lavado na peneira de 4,75 mm.
4.1.2.3 Agregado graúdo reciclado de concreto (AGRC)
Como matéria-prima para o agregado reciclado utilizou-se diferentes concretos
descartados no Laboratório de Engenharia Civil com objetivo de tentar trazer a realidade dos
materiais rejeitados nas construções ao redor da cidade de Belém.
A partir disso, o material foi cominuído no triturador de mandíbula do Laboratório de
Engenharia Química da UFPA e selecionados os grãos que ficavam retidos na malha de
4,75mm e passavam na malha 25mm. A partir desta etapa de beneficiamento (Fig. 2) os
agregados reciclados foram divididos por granulometria. Os diâmetros máximos armazenados
foram os seguintes: 6,3 mm; 9,5 mm; 12,5 mm; 19mm e 25 mm, obtidos na série de peneiras
do peneirador mecânico.
Figura 2- (a) Material descartado pelo Laboratório de Engenharia Civil. (b) Triturador de mandíbula com abertura de 25 mm fazendo o processo de cominuição dos resíduos. (c) Peneirador mecânico segregando o RCC por
granulometria (4,75mm; 6,3mm; 9,5mm; 12mm e 19mm). (d) Material beneficiado após passar pelo triturador e peneirador. Fonte: Autor
a b c d
4.1.2.4 Caracterização dos agregados
Os ensaios de caracterização para os agregados foram: massa específica para o
agregado graúdo natural (NBR NM 53, ABNT 2009), massa específica para o agregado
reciclado (Método Leite, 2001), massa específica para o agregado miúdo (NBR NM 52, ABNT
2009), massa unitária e volume de vazios (NBR NM 45, ABNT 2006), composição
granulométrica e módulo de finura (NBR NM 248, 2003).
Figura 3- (a) Série de peneiras para ensaio de granulometria do agregado miúdo, conforme a NBR NM 248. (b) Ensaio de granulometria do AGRC no peneirador mecânico, conforme a NBR NM 248. (c) Diferentes
composições granulométricas de AGRC. Fonte: Autor.
ABERTURA DAS PENEIRAS
mm
PORCENTAGEM PASSANTE %
RCC AGREGADO
GRAÚDO NATURAL AGREGADO
MIÚDO
25 100 100 -
19 92 65 -
12,5 44 21 -
9,5 24 17 -
6,3 10 12 -
4,75 3 - 100
2,36 0,5 - 100
1,18 0,4 - 100
0,6 0,3 - 95
0,3 0,3 - 44
0,15 0,2 - 9 Tabela 1: Porcentagem passante característica para os três tipos de agregados utilizados na pesquisa.
A figura 4 representa as curvas para os três tipos de agregados utilizados no concreto.
Tanto para o agregado reciclado quanto para o agregado graúdo convencional foi mantida a
faixa granulométrica de 4,75 mm até 25 mm de diâmetro. Percebe-se houve uma grande uma
grande quantidade de finos de RCC passantes na peneira, mostrando que houve uma grande
quantidade de materiais pulverulentos produzidos através do triturador de mandíbula, como
mostrado na tabela 1.
a b
a
a
c
a
a
Figura 4- Curvas granulométricas dos agregados utilizados na confecção do concreto.
O ensaio para determinação da massa específica do AGRC foi através do Método de
Leite (2001), pois as normatizações nacionais se enquadram para os de origem naturais,
merecendo neste caso, um ensaio exclusivo para a determinação de massa específica para
o agregado reciclado (Fig.5) por possuir uma porosidade maior devido a argamassa aderida
na sua superfície. A grande diferença deste ensaio em relação ao normatizado para
agregados graúdos é que se utiliza uma bomba de vácuo para retirar o ar aprisionado nos
agregados.
Figura 5- Realização do ensaio para massa específica do AGRC pelo Método Leite (2001). Fonte: Autor.
0 %
10 %
20 %
30 %
40 %
50 %
60 %
70 %
80 %
90 %
100 %
0,1110100
ABERTURA DA MALHA (mm)
%P
ASS
AN
TE
Areia RCCA. Graúdo Natural
Os valores característicos dos materiais utilizados estão expostos na tabela 2:
AGREGADOS MASSA
ESPECÍFICA
MÓDULO DE
FINURA
MASSA
UNITÁRIA
ÍNDICE DE
VAZIOS
DIÂMETRO
MÁXIMO
MIÚDO 2,63 kg/dm³ 1,52 1,53 kg/dm³ 41,82 1,18 mm
GRAÚDO
NATURAL 2,53 kg/dm³ 3,84 1,56 kg/dm³ 38,34 25 mm
RECICLADO 2,49 kg/dm³ 6,79 1,16 kg/dm³ 53,51 25 mm
Tabela 2- Propriedades do agregado miúdo, graúdo natural e reciclado.
4.1.3- Água
A água utilizada era provinda do próprio campus da UFPA. A caracterização da água utilizada na pesquisa está representada na tabela 3.
Amostra Cor
Aparente UH
Dureza mg/l
Ferro mg/L
Flúor mg/L
Amônia NH3
mg/L
NO3
mg/L pH
STD mg/L
Turbidez UNT
01ª 23 128 1,48 <0,1 0,2 <0,1 7,1 160 6,66 Tabela 3- Resultados analíticos dos parâmetros na água que abastece a Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto – Abastecimento feito através de produção da UFPA. Fonte: SINETEL Engenharia e Comércio
Ltda (12/03/2012)
4.2- Produção dos concretos
Inicialmente, foi realizado um projeto piloto e foram produzidos corpos de provas
contendo o traço principal (1:5), o traço rico (1:3,5) e o traço pobre (1:6,5), para a construção
do diagrama de dosagem do concreto, com a análise da resistência à compressão aos 7 dias
após a concretagem. Com isso, foi produzido o diagrama de dosagem proposto por Helene e
Terzian (1992) para determinar a relação água/cimento e o traço para o concreto de referência
de 25 MPa, utilizando apenas brita como agregado graúdo. Para a confecção dos concretos
com substituições de RCC, foram utilizados o mesmo traço do concreto de referência.
Para realizar os ensaios de compressão e módulo de elasticidade foram produzidos 24
corpos de prova, conforme está exposto na tabela 4.
ENSAIO TEOR DE SUBSTITUIÇÃO DE
AGRC 7 DIAS 28 DIAS
COMPRESSÃO
0% 3 CP’s 3 CP’s
20% 3 CP’s 3 CP’s
100% 3 CP’s 3 CP’s
MÓDULO DE ELASTICIDADE
0% - 2 CP’s
20% - 2 CP’s
100% - 2 CP’s Tabela 4- Unidades de CP’s para serem utilizados nos ensaios de compressão e módulo de elasticidade.
O cálculo de dosagem foi baseado no método IPT- EPUSP de Helene e Terzian (1992).
Utilizou-se o teor de argamassa seca (α) de 50% com abatimento de 70 ± 10 mm e traço de
1:4,2 (cimento : agregado). No caso do AGRC, optou-se por utilizar o método de saturação,
submetendo-o 24 horas em água seguido pela secagem por alguns minutos até atingir por
volta de 80% do total de água absorvida. Foi escolhido este teor, pois Cordeiro (2013) afirma
em seu estudo que por volta desta porcentagem é que os concretos apresentam maiores
desempenhos mecânicos. A relação água/cimento foi encontrada através da divisão do total
de água adicionado ao concreto fresco pelo total de cimento adicionado na mistura, até que
atingisse o abatimento necessário.
Figura 6: (a) Determinação da consistência do concreto através do abatimento do tronco de cone, conforme a NBR NM 67. (b) Concreto no nível de abatimento desejável, com abatimento de 63mm. (c) Moldagem dos corpos
de prova. (d) Corpos de provas no processo de cura, conforme prescreve a NBR 5738. Fonte: Autor.
Após atingir o abatimento necessário, foi introduzido o concreto nos moldes. Após 24
horas, os corpos de prova foram levados para o tanque de cura para promover a reação de
hidratação do cimento, como está ilustrado na figura 6.
4.3- Método de ensaios de desempenho mecânico
Os ensaios de compressão dos corpos de prova foram realizados aos 7 e 28 dias após
a produção do concreto, de acordo com a NBR 5739 (2007). Foram colocados discos de
neoprene na base e sobre os corpos de prova para corrigir as superfícies irregulares. Para o
ensaio de módulo de elasticidade ou deformação, os corpos de prova aos 28 dias foram
submetidos à prescrição da NBR 8522 (2008).
Figura 7: (a) Ensaio de compressão axial de um corpo de prova cilíndrico, conforme a NBR 5739 (2007)
(b) Ensaio de módulo de deformação, segundo a prescrição da NBR 8522 (2008). Fonte: Autor
b
a
a
c
a
a
d
a
a
a
a
a
b
a
a
a
a
a
5- RESULTADOS
5.1- Dosagem e concreto fresco
Para a confecção de um concreto de 25 MPa foi necessário a construção do diagrama
de dosagem proposto por Helene e Terzian (1992). Os resultados e os dados do projeto piloto
estão ilustrados na figura 8 e na tabela 5.
Figura 8: Diagrama de dosagem do concreto aos 7 dias.
BRITA α CIMENTO AREIA AGREGADO GRAÚDO ÁGUA
TRAÇO PRINCIPAL (1:5) 50% 1 2 3 0,71 TRAÇO RICO (1:3,5) 50% 1 1,25 2,25 0,60
TRAÇO POBRE (1:6,5) 50% 1 2,75 3,75 0,90 Tabela 5: Relação água/cimento e traço unitário do concreto para o projeto piloto.
Mesmo com a pré-saturação dos agregados reciclados, a trabalhabilidade do concreto
com substituição de AGRC foi claramente afetada, principalmente no teor de substituição de
100%. Segundo Mehta e Monteiro (2008), a forma e a textura superficial dos agregados são
características que influenciam mais nas propriedades do concreto no estado fresco do que
as no estado endurecido. O formato angular e a textura áspera do RCC provavelmente
contribui para este aumento do fornecimento de água ao concreto fresco. Os valores estão
representados na tabela 6.
COMPOSIÇÃO DE AGREGADO GRAÚDO TRAÇO UNITÁRIO A/C
100% BRITA 1 : 1,6 : 2,6 0,66 100% AGRC 1 : 1,6 : 2,6 0,76
80% BRITA; 20% AGRC 1 : 1,6 : 2,6 0,67 Tabela 6: Dosagem para os concretos produzidos na pesquisa.
5.2 Compressão axial
Diversos pesquisadores observaram que a resistência à compressão de concretos
produzidos com agregados reciclados é menor que os produzidos com agregados naturais,
sendo o mesmo consumo de cimento. As resistências do concreto com 100% de agregado
reciclado ficaram abaixo do concreto de referência, conforme mostrado na tabela 7 e na figura
9. Já o concreto com substituição de 20% de AGRC, a resistência à compressão foi similar ao
de referência, conseguindo até ultrapassar aos 28 dias. Mehta e Monteiro (2008) analisaram
os resultados de um concreto com a mesma taxa de substituição e também não houve grande
diferença na resistência à compressão.
Tabela 7: Resistência à compressão dos concretos produzidos aos 7 e 28 dias.
Figura 9- Desempenho da resistência à compressão dos diferentes concretos.
5.3- Módulo de elasticidade
Observou-se na tabela 8 que com o aumento do teor de agregado graúdo reciclado
houve uma diminuição do módulo de elasticidade. Levy (1997) atribui este fato à camada de
argamassa antiga aderida à superfície do agregado reciclado de concreto e a maior
porosidade dos materiais que compõe o resíduo. Na figura 10 está exposta linha de tendência
característica para cada um tipo de concreto produzido e suas equação lineares da fase
elástica.
0
5
10
15
20
25
30
REFERÊNCIA 20% 100%
7 DIAS 28 DIAS
fcK
(M
Pa)
COMPOSIÇÃO DE AGREGADO GRAÚDO fck
7 dias 28 dias
100% BRITA 27,10 MPa 28,24 Mpa 100% AGRC 20,90 MPa 21,37 Mpa
80% BRITA; 20% AGRC 26,28 MPa 29,03 Mpa
TIPO DE CONCRETO (28 DIAS) MÓDULO DE ELASTICIDADE (GPa)
100% A. NATURAL 23,39
20% A. RECICLADO 23,20
100% A. RECICLADO 18,27 Tabela 8- Módulo de elasticidade para os três tipos de concreto pesquisados.
Figura 10- Gráfico tensão-deformação resultante do concreto de referência.
6- Conclusões
Conforme visto, o concreto produzido com agregado reciclado pode entrar como
concreto estrutural, devido aos valores da resistência à compressão e do módulo de
elasticidade relativamente bons. Mas para isto, os agregados reciclados bem manejados,
caracterizados e dosados corretamente. Vale ressaltar, também, que foi feita a pré-saturação
por 24 h do material antes de realizar a concretagem.
No concreto de 20% de AGRC do total de agregado graúdo utilizado esses valores se
tornaram muito próximos do concreto de referência. O concreto com 100% de AGRC, apesar
de possuir uma resistência à compressão menor, conseguiu ultrapassar 20 MPa de
resistência à compressão, podendo assim, ser usado em alguns elementos estruturais.
7- Referências Bibliográficas
ANGULO, S.C. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. EPUSP, Departamento de Construção Civil, São Paulo, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados - Determinação da composição granulométrica. NBR NM 248. Rio de Janeiro. 2003.
0
1
2
3
4
5
6
0 0,00005 0,0001 0,00015 0,0002 0,00025 0,0003
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregado - Determinação da massa unitária e do volume de vazios. NBR NM 45. Rio de Janeiro. 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregado graúdo - Determinação da massa específica e massa específica aparente. NBR NM 53. Rio de Janeiro. 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregado miúdo - Determinação da massa específica e massa específica aparente. NBR NM 52. Rio de Janeiro. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados para concreto - Especificação. NBR 7211. 2009. Rio de Janeiro. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Determinação da
consistência pelo abatimento do tronco de cone. NBR NM 67. Rio de Janeiro. 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão. NBR 8522. Rio de Janeiro. 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos - Método de ensaio. NBR 5739. Rio de Janeiro. 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cimento Portland e outros materiais em pó - Determinação da massa específica. NBR NM 23. Rio de Janeiro. 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cimento Portland Pozolânico. NBR 5736. Rio de Janeiro. 1999. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. NBR 5738. Rio de Janeiro. 2015. CORDEIRO, L. N. P. Análise dos parâmetros principais que regem a variabilidade dos concretos produzidos com agregado graúdo reciclado de concreto. 2013. Tese (Doutorado em Engenharia) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre. GUIMARÃES, J. C. B.; KARPINSKI, L. A.; KUREK, J.; PANDOLFO, A.; PANDOLFO, L. M.; REINEHER, R. Gestão diferenciada de resíduos da construção civil: uma abordagem ambiental. [Et al.]. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: Edipucrs, 2009. HELENE, P. R. L.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São Paulo: Pini; Brasília: SENAI, 1992. 349p. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. Tese (Livre Docência) – USP, São Paulo, 2000. JOHN, L. (Ed.) Ciência e Meio Ambiente. O Estadão, São Paulo, 4 jun. de 2002. Disponível em <http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2002/jun/04/261.htm>. Acesso em 17 nov. 2005. LEITE, M. B. Avaliação das propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. 2001. 270 p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.
LEVY, S. M. Reciclagem do entulho de construção civil, para utilização como agregado de argamassas e concreto. São Paulo. 147 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica – Universidade de São Paulo, 1997. MANZI, S.; MAZZOTTI, C.; BIGNOZZI, M.C. Short and long-term behavior of structural concrete with recycled concrete aggregate. Dipartimento di Ingegneria Civile, Chimica, Ambientale e dei Materiali, Università di Bologna, Italy, 2013. MEHTA, P. K. e MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e Materiais. 3. ed. São Paulo: IBRACON, 2008. PINTO, T. P. (Coord.) Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do Sinduscon-SP, São Paulo: Obra Limpa: I&T: Sinduscon-SP, 2005. SILVA, A. I M. Análise Econômica de sistema de abastecimento de água público fechado: estudo de caso da Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto – Belém (PA). Universidade Federal do Pará. Belém, 2012.
DIFICULDADES:
Falta de alguns recursos financeiros e a espera para realização dos ensaios devido o laboratório de Engenharia Civil está somente com uma máquina de ensaios funcionando e a falta de técnicos para realização dos mesmos.
PARECER DO ORIENTADOR: Informo que o aluno cumpriu com os objetivos do plano de trabalho elaborado inicialmente, apresentando um ótimo desempenho de suas atividades.
DATA : 10/08/2015
MARCELO DE SOUZA PICANÇO
ASSINATURA DO ORIENTADOR
MATEUS INACIO MACIEL E SILVA
ASSINATURA DO ALUNO
FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES
ASPECTOS DO RELATÓRIO :
1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas?
2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho ?
3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos?
4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?
5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório
6. Parecer Final: Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou recomendações)
Reprovado ( )
7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________ Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o
desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.
Data : _____/____/_____.
________________________________________________
Assinatura do(a) Avaliador(a)