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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL FOLHA CABEDELO (SB-25-Y-A-VI) RELATÓRIO TÉCNICO – ETAPA FINAL Contrato 060/PR/08-CPRM/UFPE/FADE Recife, junho de 2014

RELATÓRIO TÉCNICO – ETAPA FINAL Contrato 060/PR/08 …rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/18323/4/relatorio_cabedelo.pdf · na folha as sedes dos municípios de Lucena, Marcação,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL

FOLHA CABEDELO

(SB-25-Y-A-VI)

RELATÓRIO TÉCNICO – ETAPA FINAL

Contrato 060/PR/08-CPRM/UFPE/FADE

Recife, junho de 2014

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RESUMO

Este relatório apresenta os resultados obtidos na Etapa Principal de trabalho na Folha

Cabedelo (SB-25-Y-A-VI). Essa Etapa Principal consistiu na integração de dados dos

trabalhos de campo e do levantamento e compilação de dados disponíveis, das análises

laboratoriais e elaboração do mapa geológico. Foram utilizados mapas geológicos derivados

de duas teses de doutorado, dois relatórios internos do Departamento de Geologia da UFPE

(Revisão Geológica da Faixa Sedimentar Costeira de Pernambuco, Paraíba e parte do Rio

Grande do Norte – 2001; Reavaliação do Potencial de Hidrocarbonetos da Bacia

Pernambuco/Paraiba – 2003), de 14 artigos publicados em periódicos, mapas geológicos dos

Estados de Pernambuco e da Paraíba, 1 Relatório de graduação, duas dissertações de mestrado

e dados inéditos. Além das informações geológicas disponíveis, o mapa foi também

confeccionado a partir da interpretação de fotografias aéreas disponíveis, mapas

aerogeofísicos e modelo digital de terreno. Foram desenvolvidas atividades de campo e de

laboratório de acordo com o cronograma de execução pré-estabelecido, com eventuais

modificações segundo as circunstâncias do próprio trabalho. No contexto geológico regional,

a Folha Cabedelo está inserida na Margem Continental da Província Borborema. O

embasamento cristalino não aflora na Folha Cabedelo e o preenchimento sedimentar da Bacia

Paraiba nessa folha compreende rochas mesozoicas e cenozoicas. O Mesozoico compreende

rochas do Cretáceo (Formações Beberibe e Gramame, mas não são mapeáveis na escala

1:100.000). O Cenozóico está representado por sedimentos do Grupo Barreiras, depósitos

colúvio-eluviais, depósitos litorâneos praiais, depósitos eólicos litorâneos vegetados,

depósitos de mangue e depósitos aluvionares. As altitudes da área variam de 0 a 90m. As

cotas mais elevadas são formadas pelos Tabuleiros costeiros que estão em contato com a

Planície costeira. As feições estruturais que se destacam na folha são as falhas de

Mamanguape e Itabaiana, ambas com direção ENE. O Alto de Mamanguape separa a Sub-

bacia Alhandra/Miriri da Sub-bacia de Canguaretama. A principal atividade de mineração da

Folha Cabedelo é a exploração de minerais pesados pela indústria Millenium Inorganic

Chemicals, no litoral de Mataraca. A lavra é feita a céu aberto através de desmonte mecânico,

utilizando tratores e esteiras. Os minerais pesados são separados da areia bruta por processo

gravimétrico, gerando dois concentrados: a) magnético (ilmenita) e b) não magnético

(zirconita, rutilo e cianita). As atividades minerárias secundárias na região são a extração de

areias, tanto dos sedimentos do Grupo Barreiras quanto dos depósitos praiais (areias

3

quartzosas) utilizadas na construção civil (aterros e mistura com cimento para o concreto) e

areias quartzosas das dunas para fim industrial.

ABSTRACT

This report presents results obtained during the main stage of work on the Cabedelo

Topographic Map Sheet (SB-25-Y-A-VI). This master step involved integration of fieldwork

and survey data with compilations of available data, laboratory analyses and geological map

preparation. Geological maps derived from two Doctoral Theses, along with two internal

reports from the Department of Geology of the Federal University of Pernambuco were used

to prepare the Geological Map involving the studied area (Geological Sedimentary Coastal

Track Review of Pernambuco, Paraíba and Rio Grande do Norte – 2001; Reappraisal of the

Hydrocarbon Potential of the Pernambuco/Paraíba Basin – 2003); 14 study papers in journals,

two geological maps (Pernambuco, and Paraíba State geological maps) and one Graduate

Study Report. In addition to the available geological information obtained, elaboration of the

map included interpretation of aerial photographs, land maps and Digital Terrain Modeling

(DTM). Field and laboratory activities were carried out following a pre-established schedule,

with alterations depending on circumstances involving the work. In the geological realm, the

Cabedelo Topographic Sheet is inserted into the Continental Margin of the Borborema

Province. The crystalline Precambrian basement does not exhibit outcrops in the Cabedelo

Topographic Sheet. The sedimentary basin infill of the Paraíba basin is composed of

Mesozoic and Cenozoic rocks. The Mesozoic rocks cover the Cretaceous (Beberibe and

Gramame) Formations, but are not mapped in 1:100,000 scale). The Cenozoic Period is

represented by sediments of the Barreiras Group, colluvium-elluvium deposits, coastal-beach

deposits, coastal aeolian vegetation deposits, mangrove deposits, and alluvial deposits.

Altitudes in the area range from 0 to 90 m. The higher levels are formed where the Coastal

Tableland contacts the Coastal Plain. Structural features that stand out on the Cabedelo

Topographic Sheet include the Mamanguape and Itabaiana faults, both oriented in the ENE

direction. The Upper Mamanguape region separates the Alhandra/Miriri Sub-basins, and the

Canguaretama Basin. The principle mining activity in the Cabedelo Topographic Sheet is the

exploration of heavy minerals by the Millennium Inorganic Chemicals Industry, located on

the coastal area of the city of Mataraca. Tractors and matting are utilized for open pit mining

involving mechanized separation. Heavy minerals are separated from the sand utilizing the

gross gravimetric process, generating two heavy metals types: a) magnetic (ilmenite), and b)

4

non-magnetic (zirconite, rutile and kyanite). Secondary mining activities in the region include

the extraction of sands from both the Barreiras Group, and beach deposits (quartz sand) used

in building construction (landfills, embankments and mixing with cement for concrete) and

quartz sand dunes for industrial purpose.

Keywords: Paraiba/Canguaretama Basins, Cabedelo Topographic Map Sheet, Northern Portion of the João Pessoa City map.

5

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

Departamento de Geologia – UFPE

Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann – Coordenador Técnico

Departamento de Oceanografia – UFPE

Núbia Chaves Guerra – Vice-Coordenadora

Alunos de Curso de Graduação da UFPE

Camila Bezerra de Melo – Oceanografia

José Acioli Menezes Filho - Geologia

Rafael Pereira de Lima – Geologia

Acompanhamento Técnico

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Superintendência Regional de Recife

6

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL 1.INTRODUÇÃO ............................................................................................

1.1 APRESENTAÇÃO .....................................................................................

1.2 OBJETIVOS E LOCALIZAÇÃO ..............................................................

1.3 CLIMAS E ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS ....................................

1.4 GEOMORFOLOGIA .................................................................................

1.5 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................

7

7

7

9

10

11

2.CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ...............................................

12

3.UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS .........................................................

3.1 UNIDADES CENOZOICAS ..................................................................

3.1.1 Grupo Barreiras (ENb) ............................................................................

3.1.2 Depósitos colúvio-eluviais (NQc) .........................................................

3.1.3 Depósitos litorâneos praiais (Q2lp) ......................................................

3.1.4 Depósitos eólicos litorâneos vegetados (Q2elv) ...................................

3.1.5 Depósitos de mangue (Q2m) .................................................................

3.1.6 Depósitos Aluvionares (Q2a) ................................................................

4. GEOLOGIA ESTRUTURAL ................................................................

4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................

5. RECURSOS MINERAIS E ÁREAS POTENCIAIS ...............................

5.1 DEPÓSITOS DE MINERAIS METÁLICOS ...........................................

5.2 MINERAIS DE USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................................

5.3 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ..................................................................

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................

17

18

18

24

26

27

29

31

34

34

39

39

41

43

43

44

7

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

O presente relatório corresponde à ETAPA FINAL do PROGRAMA GEOLOGIA DO

BRASIL, através do contrato celebrado entre o Ministério das Minas e Energia/Companhia de

Pesquisa de Recursos Minerais e a Universidade Federal de Pernambuco (Contrato

060/PR/08-CPRM/UFPE/FADE). A área de estudo corresponde à Folha Cabedelo (SB.25-Y-

A-VI).

A folha Cabedelo articula-se com as folhas Guarabira, a oeste, Rio Guaju, a norte,

João Pessoa, a sul e com o Oceano Atlântico, a leste (Figura 1.1).

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

SÃO JOSÉDO MIPIBU RIO GUAJU

GUARABIRACABEDELO

SAPÉ JOÃO PESSOA

(SB.25-Y-A-VI)

35000' 34030'

6030'

7000'

35030'

6000'

7030'

Figura 1.1 – Articulação da Folha Cabedelo.

Para alcançar os objetivos propostos utilizou-se os mapas geológicos compilados de

duas teses de doutorado (Souza, 2006 e Barbosa, 2007), dois relatórios internos do

Departamento de Geologia da UFPE (Revisão Geológica da Faixa Sedimentar Costeira de

Pernambuco, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte – LAGESE, 2001; Reavaliação do

Potencial de Hidrocarbonetos da bacia Pernambuco/Paraíba – LAGESE, 2003), de 14 artigos

em periódicos (entre eles os de Feitosa e Feitosa, 1986, Mabesoone e Alheiros, 1988 e 1991),

mapas geológicos dos Estados de Pernambuco (1:250.000, Gomes, 2001) e da Paraíba

(1:500.000, Santos et al., 2002), 1 Relatório de Graduação e duas dissertações de Mestrado.

1.2 OBJETIVOS E LOCALIZAÇÃO

O presente trabalho objetivou mapear a Folha Cabedelo (SB-25-Y-A-VI) na escala de

1:100.000 através de um convênio celebrado entre o Ministério das Minas e

8

Energia/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais e a Universidade Federal de

Pernambuco. A folha Cabedelo localiza-se na parte nordeste do Estado da Paraíba, sendo

limitada pelas coordenadas 34°30´ e 35°00´ de longitude W e 6°30´ e 7°00´ de latitude S

(Figura 1.2). A principal aglomeração urbana é a cidade de Cabedelo. Também estão inseridas

na folha as sedes dos municípios de Lucena, Marcação, Baía da Traição e Mataraca, no

Estado da Paraíba. As altitudes da área de estudo variam de 0 a 90 m.

Figura 1.2 – Localização da área de estudo na Folha

Cabedelo, mostrando as principais cidades e rios.

9

1.3 CLIMAS E ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

Há três cidades principais representativas da população da Folha Cabedelo: Baía da

Traição, Lucena e Cabedelo (Figura 1.2).

O clima da região é o tropical, segundo a classificação de Köppen. No litoral norte do

Estado da Paraíba, na maioria dos meses do ano a pluviosidade é significativa, ocorrendo

apenas um curto período de seca, com uma temperatura média de 25,5 °C. A pluviosidade

média anual é de 1700 mm (Figura 1.3), sendo novembro o mês mais seco com 40 mm, e

junho é o mês de maior precipitação, com média de 300 mm. A temperatura média do mês de

Janeiro é de 26,8 ºC, enquanto a média de junho e julho é de 23,8 ºC.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Mínima, Máxima e Precipitação no Litoral Norte do Estado da Paraíba30

28

26

24

22

300

230

160

90

20

MesesPrecipitaçãoMínima Máxima

Figura 1.3 – Dados do comportamento da Temperatura (Mínima, Máxima) e da Precipitação no Litoral Norte do Estado da Paraíba ao longo do ano. As médias climatológicas são valores

calculados a partir de um série de dados de 30 anos observados. Fonte: INMET/CFS/Interpolação, 2013. www.climatempo.com.br/climato tologia/256/joaopessoa

A Microrregião do Litoral Norte da Paraíba possui uma área de 1.972 km2,

representando 3,5% do total do estado e tem uma população total de 128.359 pessoas (64.216

homens e 64.143 mulheres). Fonte: FIEPB (2006).

Apesar da população do litoral norte paraibano continuar participando cada vez menos do

setor primário, este ainda representa a base da economia do Estado. Os principais produtos

agrícolas na área são: o abacaxi na região de Mamanguape, dando a Paraíba o título de maior

produtor nacional, e a cana-de-açucar, com importantes derivados como o álcool usado como

combustível e o açucar.

10

A exploração de minerais pesados pela indústria Millenium Inorganic Chemicals, no

litoral de Mataraca e a extração de areias, tanto dos sedimentos do Grupo Barreiras quanto de

Terraços Marinhos utilizadas na construção civil e areias quartzosas das dunas para fim

industrial são as principais atividades de mineração da Folha Cabedelo.

1.4 GEOMORFOLOGIA E SOLOS

A Figura 1.4 apresenta as unidades geomorfológicas da área.

Baía da Traição

Lucena

Cabedelo

35º00' 34º30'

35º00' 34º30'6º30'

7º00'

6º30'

7º00'

N

Legenda

Platô residual costeiro e vertente(Tabuleiros costeiros)

Planície e Terraços fluviais

Planície fluvio-marinha (Depósitosde mangue)

CidadeRio

Terraços marinhosPlanícieLitorânea

ouCosteira

Planaltosedimentarcosteiro

Planície eólico-marinha (Depósitoseólicos litorâneos vegetados)

6 km

MAPA GEOMORFOLÓGICO DA FOLHA SB-25-Y-A-VI Cabedelo

Morfoescultura

Cordões arenosos

Figura 1.4 – Mapa Geomorfológico simplificado da Folha Cabedelo.

Geomorfologicamente duas grandes unidades foram individualizadas: O Planalto

sedimentar costeiro com cotas que variam de 40 a 90m acima do nível do mar e a Planície

litorânea ou costeira (cotas abaixo dos 40m de altitude).

O Planalto sedimentar costeiro representa os Tabuleiros costeiros e suas vertentes. São

platôs residuais resultantes da deposição dos sedimentos do Grupo Barreiras e dos depósitos

11

colúvio-eluviais. Localizam-se predominantemente na parte oeste da folha, continente

adentro, mas na nas áreas norte de Lucena e sul da Baía da Traição, formam “falésias vivas”.

A Planície litorânea ou costeira compreende as seguintes morfoesculturas: Planície e

Terraços fluviais, Planície flúvio-marinha, Planície eólico-marinha, Terraços marinhos e os

Cordões arenosos.

A Planície e Terraços fluviais correspondem às áreas baixas e planas que ocorrem ao

longo dos vales fluviais, englobando as formas resultantes da deposição. São as formas

alongadas nas quais predominam o escoamento. Na Folha Cabedelo a Planície e os Terraços

fluviais situam-se ao longo dos rios principais, cujas drenagens correm na direção nordeste,

coincidentes com as falhas geológicas principais ocorrentes na área mapeada. Este

compartimento pode ser subdividido em duas subunidades. A primeira são os terraços

erosivos compostos por vários tipos de sedimentos. A outra unidade é o leito fluvial, onde

predominam a deposição de aluviões compostos de argilas, siltes, areias e cascalhos.

A Planície fluvio-marinha é a zona de intermarés, nas quais se desenvolvem os

manguezais. São compostos principalmente por sedimentos argilosos escuros, com bastante

matéria orgânica e conchas, e fragmentos de conchas.

A Planície eólico-marinha está constituída pelas dunas vegetadas. São áreas que os

sedimentos provenientes da deposição eólica tornam-se fixos, devido à vegetação que se

instala no topo das dunas. Os sedimentos desta morfoescultura são areias amarelas a

alaranjadas e brancas

Os Terraços marinhos foram formados a partir do retrabalhamento e deposição dos

sedimentos arenosos provenientes das duas últimas transgressões (120.000 A.P. e 5.100 A. P.)

e subsequentes regressões.

Os Cordões arenosos foram formados a partir dos sedimentos trazidos pelo rio e

depositados nas proximidades da sua foz por influência da deriva costeira e das ondas.

Os solos encontrados na área de estudo são representados pelos latossolos, argissolos e

neossolos nos topos dos tabuleiros costeiros; neossolos nas pequenas depressões nos

tabuleiros, nos vales fluviais (Neossolos flúvicos = Depósito aluvial) e nos Terraços marinhos

(Neossolos quartzarênicos = Depósitos litorâneos praiais); e gleissolos nas áreas de várzeas e

Planície aluvial-marinha.

1.5 MATERIAL E MÉTODOS

A execução dos trabalhos obedeceu às seguintes etapas:

12

Levantamento  bibliográfico  que  envolvesse  a  Bacia  Paraíba  (desde  o  Lineamento 

Pernambuco até a Falha de Mamanguape) e a Plataforma de Natal (da Falha de Mamanguape até o 

Alto de Touros). 

Foi realizada a fotointerpretação de toda área, utilizando-se fotografias aéreas na

escala de 1:70.000 de 1969 da SUDENE. Os dados obtidos na fotointerpretação foram

correlacionados com o mapa geológico feito pela CPRM (Gomes, 2001) na escala de

1:250.000. Com base nos resultados da fotointerpretação foi elaborado um mapa geológico

preliminar.

Seis etapas de campo foram efetuadas. A primeira etapa com objetivo principal de

reconhecimento geológico da área, com descrição macroscópica dos afloramentos

encontrados, identificando os tipos litológicos, suas estruturas sedimentares e levantamento de

perfis estratigráficos.

A Folha Cabedelo (SB-25-Y-A-VI), da SUDENE, na escala de 1:100.000, foi utilizada

como base cartográfica para as atividades de campo e confecção do mapa geológico. A

localização dos afloramentos foi feita com base em coordenadas UTM, determinadas por

GPS.

2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

A Folha Cabedelo está inserida na Margem Continental da Província Borborema

(Almeida et al. 1977), entre a Bacia Paraíba e a Plataforma de Natal.

A Folha Cabedelo localiza-se no trecho da margem continental brasileira entre a parte

norte da Bacia Paraíba e a parte sul da Plataforma de Natal (Figura 2.1). Região denominada

como Alto de Mamanguape, que apresenta o embasamento elevado e uma reduzida cobertura

sedimentar, composta por depósitos do Neo-Cretáceo. Nesse trecho a plataforma estreita

termina de forma abrupta contra a placa oceânica, formando um talude escarpado.

Essa faixa corresponde à Zona Transversal do Nordeste (ZTN), formada por duas

extensas zonas de cisalhamento que funcionaram como zonas de amortecimento dos esforços

de rifteamento dos braços norte e sul do rifte. Durante o Aptiano ocorreu uma deflexão do

rifte para NE, contornando a Província da Borborema e a ZTN. A resistência desse bloco à

ruptura criou uma região elevada e saliente no golfo proto-Atlântico que resultou na ausência

de deposição da fase rifte no lado brasileiro, que foi deslocada para o lado africano.

13

Figura 2.1 - Mapa estrutural das bacias costeiras do nordeste oriental brasileiro. A compartimentação das bacias marginais se dá através de zonas de cisalhamento e de altos estruturais (Barbosa & Lima Filho, 2006; Barbosa, 2007). Os domínios estruturais que compõem a Província Borborema estão destacados. O limite de crosta continental (COB Continent-Ocean plate Boundary) se deve a Karner & Driscoll (1999).

Neste trabalho foi considerada a Bacia Paraíba conforme a Figura 2.1, ou seja, entre o

Lineamento Pernambuco (LPE) e a o Lineamento Patos (LPA). Segundo Lima Filho et al.

(1998), Barbosa et al. (2003), Souza (2006) e Barbosa (2007), o seu preenchimento

sedimentar (Figura 2.2) está representado pelas formações Beberibe (Santoniano?-

Campaniano), Itamaracá (Campaniano-Maastrichtiano), Gramame (Maastrichtiano) e Maria

Farinha (Daniano).

14

Figura 2.2 – Quadro litoestratigráfico da Bacia da Paraíba e da Bacia de Pernambuco,

mostrando duas evoluções estratigráfica-estruturais distintas (Barbosa, 2007).

A partir do LPA, as unidades estratigráficas encontradas são as pertencentes à

Plataforma de Natal e à Bacia Potiguar. Pessoa Neto et al. (2007) propõem que o registro

estratigráfico da Bacia Potiguar (Figura 2.3) inclui três supersequências: Rifte (Cretáceo

Inferior, formações Pendência e Pescada); Pós-Rifte (Aptiano-início do Albiano Inferior,

Formação Alagamar) e Drifte (Albiano Inferior-Recente, formações Açu, Ponta do Mel,

Quebradas, Jandaíra, Ubarana, Tibau e Guamaré).

15

Figura 2.3 – Carta Estratigráfica da Bacia Potiguar (Pessoa Neto et al., 2007).

16

3. UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS

A estratigrafia adotada para a Folha Cabedelo é a sugerida por Barbosa (2004 e

2007) para a Bacia da Paraíba (Figura 2.3) e a de Pessoa Neto et al. (2007) para a Plataforma

de Natal e Bacia Potiguar (Figura 2.4), ambas resumidas na Figura 3.1.

Figu

ra 3

.1 –

Ses

são

geol

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17

A partir da análise preliminar dos dados estratigráficos e sedimentológicos

apresentados por Mabesoone e Alheiros (1993), Feitosa et al. (2002); Barbosa et al. (2003) e

Barbosa (2004 e 2007), foi sugerido 4 (quatro) unidades litoestratigráficas principais:

formações Itamaracá e Gramame (Bacia da Paraíba) e depósitos indivisos (Plataforma de

Natal) e o Grupo Barreiras, que recobre essas formações e os depósitos indivisos.

Apesar de terem sido estudados poucos afloramentos das Formações Beberibe e

Gramame, as unidades litoestratigráficas cartografadas são de idade cenozoica, e estão

representadas na Figura 3.2.

Os Depósitos colúvio-eluviais ocupam uma área de cerca de 80% da Folha

Cabedelo, enquanto que o Grupo Barreiras e as coberturas cenozóicas ocupam

aproximadamente 20%.

Figura 3.2 – Relações tectono-estratigráficas da Folha Cabedelo.

3.1 UNIDADES CENOZOICAS

3.1.1 Grupo Barreiras (ENb)

Os litotipos desta unidade foram descritos pioneiramente por Moraes Rego (1930)

como Série das Barreiras, nas regiões do Vale do Amazonas, costa norte, nordeste e leste do

Brasil (Brasil, 1984). Oliveira e Leonardos (1940) sugeriram a denominação de Formação

Barreiras, enquanto Bigarella e Andrade (1964) de Grupo Barreiras, constituído por duas

formações separadas por uma discordância: Formação Guararapes e Formação Riacho Morno.

18

Alheiros e Lima Filho (1991) revisando a geologia da faixa costeira de Pernambuco-

Paraíba-Rio Grande do Norte, a luz de uma análise integrada dos processos ambientais para a

definição dos sistemas deposicionais, propuseram para os arenitos argilosos, conglomeráticos,

ricos em seixos a designação Formação Barreiras. Também, na Carta Estratigráfica para a

bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba elaborada por Córdoba et al., (2007), foi considerado o

termo Formação Barreiras. Contudo, neste relatório foi adotado a denominação de Grupo

Barreiras, a mesma utilizada pela CPRM-Serviço Geológico do Brasil pelo fato de se ter pelo

menos três unidades distintas ao longo da costa individualizadas como formação.

O Grupo Barreiras, em termos de abrangência, compreende menos de 10% da área

estudada, pois se encontra encoberto pelos depósitos colúvio-eluviais (Figura 3.3).

Figura 3.3 – Falésia viva na região da Aldeia do Forte, município de Baia da Traição,

mostrando o contato dos sedimentos do Grupo Barreiras (ENb) e os Depósitos colúvio-eluviais (NQc).

Segundo Mabesoone et al. (1972) os sedimentos Barreiras estão capeados por

depósitos de intemperismo que constituem unidades edafo-estratigráficas (areias brancas e

amarelas).

Esta unidade apresenta sua geomorfologia dominada por tabuleiros (Figura 3.4) só

observados no litoral onde há deslizamentos ou voçorocas que expõem seus sedimentos.

Recobrem os sedimentos das sequências carbonáticas e siliciclásticas inferiores e rochas do

Grupo Barreiras

Depósitos colúvio-eluviais

19

embasamento cristalino conforme dados dos poços tubulares e correlação com a coluna

estratigráfica da Folha Guarabira.

Figura 3.4 – Tabuleiro costeiro, constituído por sedimentos do Grupo Barreiras, próximo à

Barra de Camaratura – Paraíba.

Na área estudada o Grupo Barreiras consiste de camadas arenosas a conglomeráticas

intercaladas com camadas areno-argilosas (Figura 3.5), representando um sistema

deposicional continental de leques aluviais e fluviais. Apresentam várias cores dependendo da

sua constituição mineralógica e granulométrica. Em geral apresentam cores variando entre

amarela, laranja, vermelho e roxo.

Foram individualizadas três fácies principais, denominadas informalmente de: fácies 1

(conglomerado sustentado por matriz arenosa, Figura 3.6), fácies 2 (arenitos muito grossos,

grossos e médios, Figura 3.7) e fácies 3 (siltitos e argilitos, com intercalação de arenitos finos

a médios, Figura 3.8).

20

Figura 3.5 – Camadas arenosas a conglomeráticas intercaladas com camadas areno-argilosas

do Grupo Barreiras. PB-025 em direção a Lucena.

Figura 3.6 – Fácies 1 do Grupo Barreiras. Conglomerado sustentado por matriz arenosa com

estratificação cruzada acanalada. Praia do Forte, município de Baia da Traição – PB.

Depósitos colúvio-eluviais

Grupo Barreiras

0,5m

21

No arcabouço da fácies 1 predominam seixos de quartzo e feldspatos. Algumas

concentrações ferruginosas conferem a esta fácies uma coloração avermelhada a amarelada.

Os seixos de quartzo são subangulosos a subarredondados (Figura 3.9) .

A fácies 2 é representada por arenitos de textura muito grossa, grossa a média, de

coloração amarelada, exibindo estratificação cruzada acanalada e tabular, mostrando

eventualmente níveis de seixos orientados e ciclos (15 a 30 cm de espessura) de grano-

decrescência ascendente (Figura 3.7).

Figura 3.7 – Fácies 2 do Grupo Barreiras, mostrando ciclos de grano-descrescência

ascendente e estratificação cruzada acanalada de médio porte. Próximidades de Barra de

Camaratuba – Paraíba.

Os cascalhos sustentados por matriz arenosa (fácies 1), as areias conglomeráticas,

muito grossas e grossas correspondem a depósitos de preenchimento de canal gerados pela

migração de barras longitudinais. As areias com textura grossa e média com estratificações

cruzadas acanaladas e tabulares e ciclos de grano-decrescência ascendente (fácies 2)

representam os depósitos de barras de acresção frontal e lateral.

22

Figura 3.8 – Fácies 3 do Grupo Barreiras, mostrando os areias fina a média intercaladas com

silte e argila, sobreposta à fácies 2 . Próximidades de Barra de Camaratuba – Paraíba.

Figura 3.9 - Seixos de quartzo subangulosos a subarredondados do Grupo Barreiras (fácies 1). Próximidades de Barra de Camaratuba – Paraíba.

Fácies 3

Fácies 2

23

3.1.2 Depósitos colúvio-eluviais (NQc)

Os Depósitos colúvio-eluviais recobrem os tabuleiros que são formados pelos

sedimentos do Grupo Barreiras, perfazendo 80% da Folha Cabedelo. Apresentam uma

espessura variável que pode alcançar até 10m (Figura 3.10). Esses depósitos estão

constituídos por areias brancas (Figura 3.11) e amarelas (Figura 3.12), que são retiradas para

utilização na construção civil e por paleocascalheiras (Figura 3.13).

Figura 3.10 – Areias amarelas dos Depósitos colúvio-eluviais que recobrem os sedimentos do Grupo Barreiras. As areias são retiradas para serem utilizadas como aterro na construção civil.

Afloramento próximo à cidade de Lucena – PB.

Figura 3.11 – Areias brancas dos Depósitos colúvio-eluviais. Afloramento próximo à cidade

de Lucena – PB.

1m

24

Figura 3.12 – Areias amarelas dos Depósitos colúvio-eluviais. Afloramento próximo à cidade

de Lucena – PB.

Figura 3.13 – Cascalheira dos Depósitos colúvio-eluviais. Afloramento próximo a Indústria

Millenium Inorganic Chemicals, no litoral de Mataraca – PB.

25

3.1.3 Depósitos litorâneos praiais (Q2lp)

Esses depósitos localizam-se nas praias e regiões dos cordões litorâneos. São

constituídos por coberturas quartzosas com granulação variando de areia muito fina a

grânulos (figuras 3.14 e 3.15), com predominância da areia fina. Compõe-se por grãos de

quartzo subangulosos a angulosos, mas apresentam, também, bioclastos e concentrações

esporádicas de minerais pesados em forma de bolsões.

Figura 3.14 – Depósitos litorâneos praiais. Lucena – PB.

Figura 3.15 – Areias quartzosas de granulação média a fina. Baía da Traição – PB.

26

3.1.4 Depósitos eólicos litorâneos vegetados (Q2elv)

Esses depósitos estão localizados na parte norte da Folha Cabedelo entre a cidade de

Baía da Traição e o limite norte da área. Constituem-se de areias finas a médias e representam

os depósitos de dunas vegetadas (Figuras 3.16 e 3.17).

Figura 3.16 – Dunas vegetadas constituídas por areias brancas. Próximas à indústria

Millenium, Mataraca – PB.

Figura 3.17 – Depósitos eólicos vegetados em Barra de Camaratuba (foz do rio Camaratuba).

Esses depósitos alcançam 30m de espessura.

27

Junto às areias brancas estão os minerais pesados que são explorados na região

litorânea de Mataraca pela Millenium Inorganic Chemicals. A lavra é feita a céu aberto com

desmonte mecânico, utilizando tratores, esteiras e tubulações (Figuras 3.18 e 3.19).

Figura 3.18 – Tratores e tubulações utilizados na exploração de minerais pesados na

Jazida de Guaju, Mataraca – PB.

Figura 3.19 – Exploração mecanizada de minerais pesados nos Depósitos eólicos

vegetados – Jazida Guaju, Mataraca – PB.

28

3.1.5. Depósitos de mangue (Q2m)

Os depósitos de mangues que formam a planície de inundação localizam-se na zona

da desembocadura dos principais cursos fluviais (Figura 3.20) e estão influenciados pelas

interações entre as flutuações das marés e o fluxo fluvial, que controlam a sua presença.

Figura 3.20 – Distribuição dos manguezais nos estuários dos principais rios da Folha

Cabedelo. Fonte: Maia et al., 2011.

Nas desembocaduras dos principais rios (Figura 3.21) ocorrem uma série de outros

depósitos característicos destes meios, sendo os mais destacados: as barras de desembocadura

e os beachrocks, na zona de domínio das marés e as barras e depósitos marginais na zona de

domínio fluvial, mas nenhum desses são mapeáveis na escala de 1:100.000.

Na Paraíba, as planícies flúvio-marinhas constituem os trechos terminais dos baixos

vales dos rios que provêm do interior e que são talhados nas acumulações dos sedimentos

“Barreiras”. Elas são produzidas por depósitos deixados pelos rios e pelo mar. Estão presentes

desde a desembocadura dos rios que deságuam no mar até onde se faz presente a ação das

marés. As maiores altitudes por elas alcançadas situam-se entre 15 e 16 metros

(CEGET/CNRS/UFPB, 1980). As mais expressivas, correspondem às situadas nas

desembocaduras dos rios Paraíba e Mamanguape (Moreira, 2006).

A vegetação de mangue da Folha Cabedelo é representada por um estrato arbóreo de

tamanho variado (figuras 3.22 e 3.23). Entre as espécies representativas ali existentes

relacionam-se: mangue verdadeiro – Rhizophora mangle, mangue manso – Laguncularia

racemosa e mangue de botão – Conocarpus erectus, samambaia – Acrostichum sp.

Folha Cabedelo

29

Figura 3.21 – Imagem aérea do estuário do rio Miriri e sua desembocadura, onde são observados os depósitos de mangue. (foto: José Medeiros de Lima)

Figura 3.22 – Depósitos de mangue em Barra de Camaratuba. Rhizophora mangle.

30

Figura 3.23 – Manguezal com altura variada em Barra de Camaratuba.

3.1.6. Depósitos aluvionares (Q2a)

Os Depósitos aluvionares foram depositados nos vales dos principais rios da Folha

Cabedelo (Paraíba, Miriri, Mamanguape e Camaratuba) e seus afluentes. Desde o período

colonial na Paraíba, que nesses depósitos era plantada a cana-de-açúcar (Figura 3.24).

Esses depósitos estão constituídos de argilas síltico-arenosas às vezes ricas em matéria

orgânica. Também são localizados junto a áreas alagadas com bastante junco (figuras 3.25 e

3.26).

31

Figura 3.24 – Plantação de cana-de-açúcar nos Depósitos aluviais nas várzeas dos rios

e riachos. Próximo à indústria Millenium, Mataraca – PB.

32

Figura 3.25 – Depósitos aluviais junto a áreas alagadiças com vegetação de junco. Saída da

cidade de Lucena – Paraíba.

Figura 3.26 - Depósitos aluviais junto a áreas alagadiças com vegetação de junco. Saída da

cidade de Lucena – Paraíba.

33

4. GEOLOGIA ESTRUTURAL

4.1 INTRODUÇÃO

A compartimentação tectônica da Folha Cabedelo foi embasada nas análises de

poços, no mapa aeromagnético de campo total, que ajudaram na definição de estruturas

profundas e nos mapas aerorradiométricos de contagem total e dos canais de U, Th e K que

auxiliaram na distinção das estruturas, principalmente das feições rasas. Dados de perfis

sísmicos foram utilizados para os estudos geológicos e estruturais da região off-shore.

A Figura 4.1 apresenta a situação do rifte durante o Aptiano (a), quando os ramos sul

e norte abortaram a tentativa de cortar o bloco da Borborema e o contornaram através de sua

borda leste (zona de colagem), causando uma deflexão do rifte para o lado africano. Devido à

diferença reológica entre o bloco da Borborema e a placa africana, a evolução das bacias nas

duas margens se deu de forma muito assimétrica, permanecendo a borda leste da Borborema

como um alto do embasamento (amarelo). Situação durante o Albiano (b) quando a deriva

permitiu a circulação oceânica sem restrições. Durante o Neo-Albiano o hotspot Santa Helena

causou evento magmático na Bacia de Pernambuco, a sul da ZCPE (Barbosa et al., 2008).

Figura 4.1 – Evolução das margens continentais brasileira e africana durante o Aptiano (a) e o

Albiano (b). Barbosa et al. (2008).

BACIAS

34

O embasamento da plataforma marginal apresenta uma flexura suave para E, cujo

gradiente varia de 1 a 3°, com falhamentos normais de pequeno rejeito. Na região costeira a

espessura da cobertura sedimentar apresenta um máximo de 400m, e na região plataformal a

espessura pode ser estimada em um máximo de 1500m (Barbosa & Lima Filho, 2006).

4.2 ANÁLISE ESTRUTURAL DO PRECAMBRIANO

O embasamento pré-cambriano não aflora na Folha Cabedelo, mas ocorre na região

das Sub-Bacias Miriri e Canguaretama (Folha Guarabira) e inclui porções da Zona

Transversal do Nordeste (ZTN). Nesta área a ZTN é dividida nos Terrenos (Figura 4.2): Rio

Capibaribe (TRC), Alto Moxotó (TAM) e Alto Pajeú (TAP).

Brito Neves (1995) definiu uma hierarquia tectônica constituída por sistemas ou faixas

de dobramentos, maciços medianos e lineamentos, cujas raízes foram mantidas em estudos

recentes de cunho estrutural/geocronológico (Van Schmus et al., 1995; Brito Neves et al.,

1995; Neves et al., 2000, Santos et al., 2004) e renovadas com a aplicação dos conceitos da

tectônica de terrenos tectono-estratigráficos (Brito Neves et al., 1995; Santos, 1995; Santos &

Medeiros, 1999; Santos et al., 1999; Santos, 2001).

Estudos recentes sobre a margem continental a norte da Zona de Cisalhamento

Pernambuco (ZCPE) até o Alto de Touros (Brito Neves et al., 2000; Jardim de Sá et al., 2004;

Lima Filho et al., 2005; Barbosa & Lima Filho, 2006; Barbosa, 2007; Barbosa et al., 2008)

sugerem que esse trecho apresenta-se como um pedaço da margem continental cujo

comportamento rígido durante a fase de rifteamento permitiu que ficasse elevado e sofresse

pouco estiramento, e uma consequente ausência de deposição da fase rifte na faixa costeira e

plataforma. A flexão mais importante ocorreu durante a fase pós-rifte, possivelmente, a partir

do Turoniano-Santoniano? (Figura 4.3).

35

Recife

40º00'W 38º00"W 36º00'W 34º00'W

6º00"S

8º00'S

10º00'S

Bacia do Araripe

Bacia Potiguar

CratonSão Francisco

TerrenoSergipano

TerrenoRio Capibaribe

TerrenoPernambuco-Alagoas

TerrenoSeridó

TerrenoRio Piranhas

Terreno Granjeiro

TerrenoJaguaribe

Bacia dePernambuco

NatalBacia de Iguatu

Linha de costa

100 km

N

TerrenoSão José doCampestre

TerrenoMonteOrebe

Folha Cabedelo

TerrenoBanabuiú

Figura 4.2 – Esboço geológico da Província Borborema na região Nordeste do Brasil e suas

unidades principais (Santos et al. 2004).

A área entre as sub-bacias de Miriri e Canguaretama (Figura 4.3), a plataforma é

estreita, terminando de forma abrupta na região de borda, formando um talude íngreme que

termina quase que diretamente na placa oceânica (Barbosa & Lima Filho, 2006; Barbosa,

2007).

36

Figura 4.3 – Localização da Bacia da Paraíba e sua compartimentação em sub-bacias,

mostrando a influência dos lineamentos (zonas de cizalhamentos) précambrianos na sua estruturação e divisão (Barbosa, 2004 e Barbosa e Lima Filho, 2006, Barbosa et al., 2007). A

Folha Cabedelo está situada na parte leste das sub-bacias Miriri (3) e Canguaretama (4).

A Figura 4.4 exibe os compartimentos tectônicos da Folha Cabedelo, onde se pode

distinguir:

1) A Falha de Itabaiana;

2) A Falha de Miriri;

3) A Falha de Mamanguape;

4) O Alto de Mamanguape; e,

5) A Falha de Casserengue.

CASSERENGUE

37

Figura 4.4 – Compartimentos tectônicos da folha Cabedelo, destacando-se o Alto de Mamanguape, as falhas de Itabaiana, Miriri, Mamanguape e Casserengue. A Falha de

Mamanguape separa a Bacia da Paraíba da Plataforma de Natal. A direção principal das falhas é NE-SW.

Apesar de mapas aeroradiométricos e aeromagnéticos serem pouco utilizados em

áreas sedimentares, na área de estudo as estruturas maiores são bem delineadas por esses

mapas, como mostrados nas figuras 4.5 e 4.6, os quais ressaltam muito bem os contrastes

entre a Bacia da Paraíba (Sub-bacia Miriri) e a Plataforma de Natal (Sub-bacia de

Canguaretama) pelo Alto de Mamanguape.

Oceano Atlântico

Falha de Mamanguape

Falha de Itabaiana

Falha de Miriri

Alto de Mamanguape

Bacia da Paraíba Sub-bacia Miriri

Plataforma de Natal Sub-bacia Canguaretama

Falha de Casserengue

279965 327965 327965 327965 327965 327965 327965

279965 327965 327965 327965 327965 327965 327965

9271993

9231993

9279993

9263993

9255993

9247993

9239993

7º00’00’’ S 34º30’00’’W

34º30’00’’W6º30’00’’ S

35º00’00’’W

35º00’00’’W

38

Figura 4.5 - Mapa aero-gamaespectrométrico, canal de K, da folha Cabedelo.

Falha de Casserengue

279965 327965 327965327965327965327965 327965

279965 327965 327965327965327965327965 327965

9271993

9231993

9279993

9263993

9255993

9247993

9239993

7º00’00’’ S 34º30’00’’W

34º30’00’’W6º30’00’’ S

35º00’00’’W

35º00’00’’W

Oceano Atlântico

Falha de Mamanguape

Falha de Itabaiana

Falha de Miriri

Alto de Mamanguape

Bacia da Paraíba Sub-bacia Miriri

Plataforma de Natal Sub-bacia Canguaretama

39

Figura 4.6 - Mapa aeromagnético campo total da folha Cabedelo.

5 – RECURSOS MINERAIS E ÁREAS POTENCIAIS

5.1 DEPÓSITOS DE MINERAIS METÁLICOS

As principais atividades minerais da Folha Cabedelo são as explorações de minerais

pesados pela indústria Millenium Inorganic Chemicals, no litoral de Mataraca. A lavra se

localiza na jazida de Guaju (Figura 5.1) e é feita a céu aberto e para tanto utilizam tubulações,

tratores e esteiras, caracterizando um desmonte mecânico (Figuras 5.2 e 5.3) das areias das

praias da região de Mataraca. A separação dos minerais pesados é feita por processo

gravimétrico, o que gera dois concentrados: a) magnético (ilmenita) e b) não magnético

(zirconita, rutilo e cianita).

O produto da ilmenita (FeTiO3) é o dióxido de titânio (TiO2), que é uma substância

branca utilizada como base em pinturas de alta qualidade. O mineral ilmenita é geralmente

Falha de Casserengue

Oceano Atlântico

Falha de Mamanguape

Falha de Itabaiana

Falha de Miriri

Alto de Mamanguape

Bacia da Paraíba Sub-bacia Miriri

Plataforma de Natal Sub-bacia Canguaretama

279965 327965 327965327965327965327965 327965

279965 327965 327965327965327965327965 327965

9271993

9231993

9279993

9263993

9255993

9247993

9239993

7º00’00’’ S 34º30’00’’W

34º30’00’’W6º30’00’’ S

35º00’00’’W

35º00’00’’W

40

maciço, porém também é encontrado como cristais romboédricos. Nas areias de praias é

encontrado normalmente como partículas arredondadas com um diâmetro entre 0,1 e 0,2 mm.

O Brasil é o segundo maior produtor de Ti do mundo e Mataraca o maior depósito do País.

Figura 5.1 – Vista aérea da Mineração – Jazida de Guaju, Mataraca, Paraíba. Imagem

Google Earth.

Figura 5.2 – Depósitos eólicos vegetados sendo explotado para retirada de minerais pesados

na jazida de Guaju, litoral de Mataraca – PB.

41

Figura 5.3 – Explotação de minerais pesados de coloração escura, separados das areias

quartzosas. Mineração - Jazida de Guaju - Dunas de Mataraca – Paraíba.

5.2 MINERAIS DE USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As atividades minerais secundárias na região são a extração de areias tanto dos

sedimentos do Grupo Barreiras quanto dos Depósitos colúvio-eluviais utilizadas na

construção civil.

De acordo com as unidades mapeadas podem ser distinguidos os seguintes usos:

a) Grupo Barreiras – areias grossas, médias e finas e cascalhos, utilizados na

construção civil para aterro e mistura com cimento para reboco (Figura 5.4).

Seixos e cascalhos utilizados como material artesanal e em moinhos de bola.

b) Depósitos colúvio-eluviais – areias médias a grossas, utilizadas na construção civil

(Figura 5.5).

c) Depósitos eólicos litorâneos vegetados – areias médias a finas, bolsões com rutilo,

ilmenita, zircão e cianita utilizados em ligas especiais e abrasivos (Figura 5.6).

d) Depósitos litorâneos praiais – areias médias, grossas e finas, utilizadas na

construção civil (Figura 5.7) e raramente como bolsões de minerais pesados.

42

e) Depósitos aluviais – areia fina e argila que formam as aluviões utilizadas para

fabricação de telha e tijolo (Figura 5.8).

Dentre o material sedimentar inconsolidado, dois tipos principais são utilizadas na

construção civil, seja como aterro, ou como material para mistura com o cimento ou reboco:

Figura 5.4 – Sedimentos do Grupo Barreiras, utilizados na construção civil. Proximidades

de Baia da Traição.

Figura 5.5 – Coberturas colúvio-eluviais. Material utilizado na construção civil.

Proximidades de Baia da Traição.

Figura 5.6 – Bolsões de rutilo, ilmenita, zircão e cianita utilizados em ligas especiais e

abrasivos. Litoral de Mataraca – PB.

Figura 5.7 – Areias brancas dos depósitos praiais, utilizados na construção civil. Lucena.

Figura 5.8 – Areias finas, siltes e argilas utilizados para a fabricação de telhas e tijolos. Lucena – PB.

43

as areias e as aluviões. As areias dos Depósitos colúvio-eluviais formam extensos areais

(sheet sands) que recobrem os sedimentos do Grupo Barreiras, em sua maioria, provenientes

do retrabalhamento do próprio Barreiras.

Foram identificados no limite sul da área da Folha Cabedelo ocorrências de pequenos

depósitos de argila e areias formando concentrações econômicas nas planícies aluvionares do

Rio Paraíba e nos depósitos eólicos (dunas antigas). As argilas ocorrem nas aluviões dos

tributários do Rio Paraíba, predominando as argilas de cor creme-avermelhada, constituídas

principalmente, por argilo-minerais do grupo da caulinita. As aluviões do Rio Paraíba são

utilizadas para a fabricação de cerâmica em geral (tijolo e telha).

5.3 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

As águas subterrâneas são restritas aos níveis mais arenosos e conglomeráticos do

Grupo Barreiras, encerrando-se nos níveis mais finos e argilosos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Folha Cabedelo afloram somente os sedimentos da Bacia da Paraíba e da

Plataforma de Natal. Arenitos grossos e conglomerados da Formação Beberibe e as rochas de

praia (beachrocks) afloram na folha, mas não na escala mapeável de 1:100.000.

Os sedimentos do Grupo Barreiras estão recobertos em quase toda a área dos

tabuleiros costeiros por extensas coberturas arenosas (areias brancas e amarelas) e de

cascalhos, denominadas coberturas colúvio-eluviais. As áreas aflorantes se localizam como

porções isoladas nas proximidades dos principais rios (vales fluviais).

Na zona da linha de costa ocorrem os depósitos litorâneos praiais. Constituem as

areias quartzosas das praias e dos cordões arenosos.

Próximo ao litoral norte e recobrindo as sequências sedimentares subjacentes estão as

paleodunas, denominados depósitos eólicos vegetados, ou dunas fixas. Nelas estão contidas os

depósitos de minerais pesados.

Os depósitos de mangue situam-se nos estuários dos rios e predominam na área sul da

folha, na região da foz do rio Paraíba, nas proximidades de Cabedelo.

Os depósitos aluviais preenchem os vales dos rios e suas maiores extensões estão

localizadas no vale do rio Mamanguape.

44

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alheiros, M. M.; Lima Filho, M. F., 1991. A Formação Barreiras. In: Mabesoone, J. M.

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