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24 a 30 de julho de 2014 • distribuição gratuita Roda do Sambastião nasceu de uma promessa ao santo e se consolidou na amizade dos integrantes cultura | pág. 11 Gabriel Santos Samba sob a bênção de São Sebastião brasil | pag. 8 Emissora não pagou imposto de renda dos direitos de transmissão da Copa de 2002 Rede Globo é acusada de sonegar mais de R$ 180 milhões Ano 2 | edição 60 O DESEMBARGADOR SIRO DARLAN, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (RJ) concedeu, na quarta-feira (23), habeas corpus a 21 dos 23 manifestantes acusados de participar de ações violentas em protestos. Na terça-feira (22), um ato na OAB reuniu movimentos e partidos que denunciaram abusos e violação de direitos cometidos pelo Poder Judiciário e pela Polícia Civil. Moradores da favela Santa Marta denunciam cobrança abusiva e pouca iluminação pública do lugar cidades | pág. 7 Conta de luz: tarifa que dói no bolso do trabalhador Presidente da Comissão da Verdade do Rio denuncia que militantes acusados não estão tendo direito à ampla defesa “Mídia não pode condenar antes da sentença” Ratão Diniz/Favela Em Foco Manifestantes presos garantem liberdade na Justiça Pablo Vergara entrevista | pág. 4 Pablo Vergara Pablo Vergara Pablo Vergara

Brasil de Fato RJ - 060

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24 a 30 de julho de 2014 • distribuição gratuita

Roda do Sambastião nasceu de umapromessa ao santo e se consolidouna amizade dos integrantes

cultura | pág. 11

Gab

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Samba sob a bênção de São Sebastião

1 | mundobrasil | pag. 8

Emissora não pagou imposto de renda dos direitos de transmissão da Copa de 2002

Rede Globo é acusada de sonegar mais de R$ 180 milhões

Ano 2 | edição 60

O DESEMBARGADOR SIRO DARLAN, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (RJ) concedeu, na quarta-feira (23), habeas corpus a 21 dos 23 manifestantesacusados de participar de ações violentas em protestos. Na terça-feira (22), um ato na OAB reuniu movimentos e partidos que denunciaram abusos e violação dedireitos cometidos pelo Poder Judiciário e pela Polícia Civil.

Moradores da favela Santa Marta denunciam cobrança abusiva e pouca iluminação pública do lugar

cidades | pág. 7

Conta de luz: tarifa que dói no bolso do trabalhador

Presidente da Comissão da Verdade do Rio denuncia que militantes acusados não estão tendo direito à ampla defesa

“Mídia não pode condenar antes dasentença”

Ratão Diniz/Favela Em Foco

Manifestantes presos garantem liberdade na Justiça

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Pablo Vergara

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Alguns dias depois daderrota acachapante que se-leção brasileira sofreu naCopa do Mundo, uma daspiores de sua história, a frágildemocracia brasileira sofreuma derrota de fato humi-lhante. O que comprova queo país não superou seus lon-gos, sombrios e ainda nãoesclarecidos períodos em quefoi dominado por regimesditatoriais.

Como se sabe, não é dehoje que o Rio de Janeiro as-siste às barbaridades come-tidas pela Polícia Militar. Des-de sempre, os que suposta-mente são pagos para pro-teger a população, protegem,na verdade, o lucro de algunspoucos. Sempre com uso deviolência contra os pobres eos que ousam se levantar emoposição a essas injustiças.

Depois das Jornadas de Ju-nho, e das inúmeras grevese lutas que se seguiram e quepassaram a fazer parte do co-tidiano do Rio de Janeiro, fi-cou evidente que o povo nãoqueria mais ficar apenas as-

sistindo o adversário jogar.Os poderosos então vieramcom força máxima, o que in-clui jogadores atuando naJustiça e todo o time da PolíciaMilitar, além dos seus me-lhores zagueiros, a Rede Glo-bo e a grande mídia.

Antes da Copa, já estavaevidente que o time dos po-derosos ia partir com tudoao ataque, mas apenas algu-mas ofensivas foram lança-das contra alguns jogadoresdo time dos que lutam parase manifestar. E já ali algumasprisões injustificáveis foramfeitas, inaugurando o placar

contrário à democracia. Mas foi no finalzinho da

Copa, mais precisamente,um dia antes da final, que seconsolidou a goleada dosopressores contra a demo-cracia. No sábado váriosmandados de prisão foramexpedidos pela 27ª Vara Cri-minal do Rio de Janeiro con-

tra manifestantes por supos-tamente participarem e in-citarem atos violentos. E nodomingo, manifestantes fo-ram cercados pela PolíciaMilitar, sendo impedidos deexercer seus direitos de ir evir e de livre manifestação.

O único gol marcado pelotime da Democracia é a co-

moção e unidade que vemse construindo em torno dorepúdio às prisões injustas eà crescente criminalizaçãodas lutas do povo. E mais doque um gol de honra, esse éum gol que dá esperançaspara que nos próximos jogosa Democracia possa reagir efinalmente vencer.

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 02 | opinião

• Ed

Para anunciar:

Redação Rio:[email protected]

• Ed

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania RodriguesREVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo VergaraADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO:Stefano Figalo TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

editorial | Rio de Janeiro

“O único gol marcadopelo time da Demo-cracia é a unidade emtorno do repúdio acrescente criminaliza-ção das lutas do povo________________

PREVISÃO DO TEMPO

Rio de Janeiro, Brasilquinta-feira, 24 de julho sol

29 ºC | F

Repressão 7 x 1 Democracia•

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Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 geral | 3

Morreu nesta quarta-feira (23), oescritor, poeta edramaturgo ArianoSuassuna. Ele foiautor de dezenas depeças de teatro e delivros, sendo o Autoda Compadecida, sua obra de maioralcance popular.

EBC Memórias

­­­

Constituinte já!Será realizado no pró-ximo dia 2 de agosto, ocurso massivo do Plebis-cito Popular por umaConstituinte Exclusiva. O“Curso das mil pessoas”tem o objetivo de prepa-rar centenas de ativistas emilitantes, para partici-par do plebiscito e orga-nizá-lo. Todas as ativida-des acontecem noColégio Pedro II, Campode São Cristóvão, 177

Constituintejá! 2O plebiscito vai aconte-cer de 1 a 7 de setembroe irá consultar a popula-ção com a seguinte per-gunta: "Você é a favor deuma Constituinte Exclu-siva e Soberana do Sis-tema Político?". A Consti-tuinte exclusiva é aproposta de centenas demovimentos em todo oBrasil, para fazer a re-forma do sistema políticobrasileiro.

Constituintejá! 3O plebiscito está sendoorganizado em todo oBrasil e pretende coletar10 milhões de votos, setransformando em umimportante instrumentode pressão popular paraalcançar as transforma-ções necessárias no sis-tema político brasileiro.

em foco

ESTá MARCADA PARA A PRóxIMA TERçA-fEIRA (29), na Cinelândia, mais um ato em apoio ao povo pales-tino. Diversos movimentos sociais e partidos políticos convocam a manifestação que acontece a partir das 17h.

Aécio será investigado por usar dinheiropúblico para interesses particulares

Ex-delegado revela detalhes da morte de Zuzu Angelmandou

malDivulgação

O filósofo de direita LuizFelipe Pondé atribuiu a um“marketing geopolítico” doHamas a morte de 423 pa-lestinos, incluindo cerca de100 crianças, contra Israel.“O Hamas espera que mui-tos palestinos morram paradizer que Israel é mau. Issoé puro marketing”, disse.

Div

ulga

ção

DivulgaçãoO jogador Paulo André, umdos líderes do Bom SensoFC que pediu, nesta quarta-feira (23), mais democraciana CBF, a entidade máximado futebol brasileiro. Ele semanifestou através das redessociais, assim como outrosjogadores como Paulo An -dré, D´Alessandro, Alex e RuyCabeção, que também parti-cipam do Bom Senso FC.

mandou

bemDivulgação

"A saudade é nossa alma dizendo para onde elaquer voltar”, escreveu o escritor e educadorRubem Alves, que faleceu, aos 80 anos, na manhãdo último sábado (19). Ele era uma das principaisreferências do país no assunto educação.

frase da semana

A denúncia, publicada pelaFolha de S. Paulo no últimodomingo (20), de que o go-verno de Minas construiu umaeroporto no município deCláudio, por R$ 14 milhões,em terreno que era da famíliado senador Aécio Neves mo-tivou reações. O primeiro elemento sus-peito é o local: o terreno teria

sido desapropriado em 2008,mas era de propriedade de umtio avô de Aécio, Múcio Tolen-tino. A 6 km do aeroporto, ficaa fazenda da Mata do espólioda avó Risoleta Neves.Além dis so, a chave doaeroporto não ficacom nenhum órgãopúblico, mas com afamília de Múcio.

Em depoimento à Comissão daVerdade nesta quarta-feira (23),o ex-delegado do Dops CláudioGuerra, disse que o coronel

Freddie Perdigão, morto em1998, provocou o acidenteque resultou na morte da esti-lista Zuzu Angel, em abril de

1976. Zuzu era mãe de StuartAngel, militante preso pela di-tadura, cujo corpo jamais foiencontrado.

Agê

ncia

Sen

ado

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Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 4 | entrevista

DIREITOS Leia entrevista com a advogada Nadine Borges, presidente da Comissão da Verdade do Rio

O Brasil de Fato RJ con-versou com a presidente daComissão da Verdade do Rio,Nadine Borges, que partici-pou, nesta terça-feira (22), doato na OAB que discutiu asarbitrariedades cometidas naprisão de militantes na últimasemana. Ela também falousobre os trabalhos à frente daCEV-Rio e a questão da des-militarização da polícia.

Brasil de Fato - Em que me-dida as prisões dos militan-tes se confundem com osmétodos utilizados no pe-ríodo da ditadura militar? Nadine Borges - Na ditaduratodos eram culpados até quese provasse o contrário. Hoje,o que vemos são pessoas sen-do indiciadas e já julgadaspela mídia quando as própriasautoridades judiciárias nãoconseguem acessar os autosde um processo. O direito àmanifestação é garantido cons-titucionalmente. Só na dita-dura é que o habeas corpusfoi suprimido. Não é possívelque uma autoridade policialdescumpra o pedido de uma

autoridade judicial. Isso rachaa base de um estado demo-crático de direito. Ninguémpode ser acusado sem a indi-vidualização das condutas. Adenúncia do Ministério Pú-blico é inepta em si, ou seja,não pode produzir efeitos ju-rídicos, pois ninguém conse-gue se defender sem saber doque está sendo acusado. Naditadura era isso o que acon-tecia. Isso é inegociável na de-mocracia. Todos, sem exceção,têm direito ao contraditório eà ampla defesa. A mídia e osmeios de comunicação hege-mônicos não fazem parte daestrutura do judiciário, por-tanto, não podem condenaras pessoas antes das sentençasjudiciais serem julgadas.

Brasil de Fato - A PolíciaMilitar foi contestada pelouso excessivo da violênciaao coibir as manifestaçõesque tomaram conta das ruasdo país, desde o ano passado.A partir disso, o pedido peladesmilitarização da políciase intensificou. Como vocêenxerga esse processo?Em 1969, a partir de um de-creto do então presidenteCosta e Silva, as polícias mi-litares se tornaram força au-xiliar das Forças Armadas.Com isso, passaram a de-sempenhar um papel distin-to daquele que deveria sera sua função: garantir a in-tegridade física das pessoase a ordem pública. As ForçasArmadas são treinadas paraa defesa da soberania na-cional e recebem formaçãopara atuar, inclusive, em ca-sos de guerra. O que vemosatualmente é uma políciaque executa jovens, negrose pobres nas favelas e queos elegeram como inimigosa serem combatidos, comose vivêssemos em uma guer-ra. Criam guetos de estadode exceção na democracia.Faz-se urgente o debate so-bre a desmilitarização da po-lícia. Os policiais não rece-bem formação adequada ea responsabilidade não é de-les, do ponto de vista indi-vidual, mas sim do Estadoresponsável pela garantiados direitos humanos.

Brasil de Fato - Você assu-miu recentemente a presi-dência da Comissão da Ver-dade do Rio. Quais os pró-ximos passos da comissãoque entra em seu últimoano de trabalho?Estamos na metade do ca-minho e daremos continui-

dade ao trabalho que já vinhasendo desenvolvido. Umadas prioridades é a transfor-mação do prédio do DOPSem um espaço de memória.A ideia é que o local não selimite apenas à função demuseu, o que é indispensávelao resgate da memória e daverdade do país, mas quepossa funcionar como umcentro de pesquisa e difusão

dos direitos humanos. Outrapauta é o avanço nas inves-tigações sobre mortos e de-saparecidos. A comissão,desde o início, enfrenta re-sistência por parte das ForçasArmadas em disponibilizaros seus arquivos. O Minis-tério da Defesa, por exemplo,continua se negando a en-tregar dados do quadro defuncionários do Batalhão deInfantaria Blindada de BarraMansa. O pedido agora seráfeito por ofício, já que essasinformações são fundamen-tais para avançar nas pes-quisas da UFF, com finan-ciamento da FAPERJ, em par-ceria com a CEV-Rio. Sãomais de 20 agentes da re-pressão, como Dulene Gar-cez, ainda vivo, que atuou nosul fluminense antes de virpara o DOI-Codi. A CEV-Riovai continuar nessa luta paraa abertura dos arquivos.

Renata Sequeirado Rio de Janeiro (RJ)

“Mídia não pode condenar antes do julgamento das sentenças”

“Uma das prioridadesda Comissão é atransformação doprédio do DOPS em um espaço dememória________________

“Os policiais não recebem formaçãoadequada e a respon-sabilidade não édeles, mas sim do Estado________________

Nadine: “Só na ditadura é que o habeas corpus foi suprimido”

Tania Rego/Abr

Nadine denuncia que ativistas não estão tendo direito à ampla defesa

Tania Rego/Abr

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O Sindicato dos Petroleirosdo Estado do Rio de Janeiro(Sindipetro-RJ) emitiu umanota de repúdio a publicaçãoda matéria ‘A conexão sin-dical’, do jornal O Globo, naterça-feira (22). A reportagem

vincula o nome da entidadeao inquérito policial, referentea “suposto financiamento deatos violentos”. Segundo osindicato trata-se de “distor-ções e insinuações, que bus-cam criminalizar movimen-tos sociais e manchar o nomee a história de luta da nossaentidade de classe”.

O Sindipetro-RJ, informou

ainda, que em seus 55 anosde existência “sempre res-peitamos a Constituição e asleis brasileiras. Consideramoslegítimo o apoio à livre ex-pressão dos movimentos so-ciais na luta por direitos so-ciais e por uma vida melhor.Nada disso é proibido pelasleis brasileiras”, ressaltou aentidade. (FR)

O desembargador SiroDarlan, da 7ª Câmara Cri-minal do Tribunal de Justiça(RJ) concedeu, nessa últimaquarta-feira (23), habeas cor-pus a 21 dos 23 manifestantesacusados de participar deações violentas em protestos.Apenas Fabio Raposo e CaioSilva Rangel, citados no mes-mo processo, continuarãopresos até o julgamento. Emsua página nas redes sociais,Darlan publicou apenas aseguinte frase: “Liberdade!Liberdade! Abra as Asas sobreNós!”. Com isso os ativistasliberados poderão respondero processo em liberdade.

Desde o princípio, a in-vestigação e o processo contraos manifestantes têm causadopolêmica. Os ativistas acusama Polícia Civil e Justiça deviolarem vários de seus di-reitos, entre eles o Estatutodo Advogado (Lei 8.906. Noartigo 7º) que garante o sigilotelefônico entre os advogadose seus clientes.

Segundo os autos pelomenos 10 advogados tiveramseus telefones grampeados.

O advogado iago Melo, doInstituto de Defesa de Direi-tos Humanos (IDDH), afirmaque teve acesso ao inquéritoe ficou preocupado ao cons-tatar que o telefone fixo doIDDH tinha sido grampeadoe que inclusive consta noprocesso transcrição de con-versas suas com assistidos.

“Isso é ilegal. A lei garanteo direito a sigilo das conver-sas entre o advogado e o acu-sado. Trata-se de algo ina-ceitável”, afirma Melo. O ad-vogado também denuncioua criminalização de movi-mentos sociais e coletivos dejornalistas. “Existe uma claraconfusão entre o que é mo-vimento social e organizaçãocriminosa. O que estamosvendo são acusações de or-dem política”.

Um ato em defesa dosdireitos dos manifestantesfoi realizado na sede da Or-dem dos Advogados do Brasil(OAB-RJ), na terça-feira (22).Estiveram presentes advo-gados, parlamentares fede-rais e estaduais, represen-tante de sindicatos, organi-zações políticas e movimen-tos sociais, entre eles o Mo-vimento Sem Terra (MST),Sindipetro-RJ, IDDH, Comis-

são da Verdade do Rio, UniãoNacional dos Estudantes(UNE), PSTU, PCB, PSOL,PT, entre outros.

No ato foram denuncia-dos abusos e violação de di-reitos cometidos pelo PoderJudiciário e pela Polícia Civil.“Livros e panfletos viraramprovas contundentes. Pro-fessores, advogados e estu-dantes se tornaram crimino-sos. O acesso ao processo foinegado aos advogados e

apresentado à rede Globo”,pontuou o advogado MarinoD’Icarahy, responsável peladefesa de 15 ativistas.

Já a deputada federalJandira Feghali (PCdoB-RJ)classificou as prisões de ar-bitrárias. “Quem está tran-sitando pela ilegalidade é oJudiciário. Nós estamos coma legalidade e queremos quetodos os direitos sejam res-peitados”, enfatizou. Para otambém deputado federal,

Jean Wyllys (PSOL-RJ), “de-cisão judicial se cumpre,mas também se questiona,sim. Não vamos aceitar ar-bitrariedade”, destacou.

Através das redes sociaisativistas movimentos so-ciais estão convocando umnovo ato público, intitulado“Ato Nacional - ProtestarNão É Crime”, programadopara a próxima quarta-feira(30), às 17h, na Candelária,no Centro do Rio.

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 cidades | 5

Manifestantes presos garantem habeas corpus na Justiça

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Ato na OAB denunciou abusos e violação de direitos cometidos pelo Poder Judiciário e pela Polícia Civil

Sindipetro contesta reportagem do jornal O Globo

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Sindicato também repudia criminalização de movimentos sociais

Ato na OAB reuniu advogados, parlamentares, sindicalistas e militantes de partidos e movimentos sociais

Manifestantes saíram às ruas pedindo anistia aos presos políticos

Pablo Vergara

Pablo Vergara

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“Durante 19 anos, eu sósabia que era domingo porcausa do nome. Tirava leitetodo santo dia.” Homero dosSantos, 69 anos, cuidava dogado na Fazenda SempreVerde, em Duque de Caxias.Até que um dia ouviu dizerque os sem terra estavamchegando. “No início fica-mos preocupados, mas nãoteve violência. Na época, euganhava menos de um sa-lário mínimo.”

Seu Homero hoje é donodo seu lote de terra no assen-tamento Terra Prometida. Oaipim é o carro-chefe da re-gião, mas ele também plantafeijão, milho, quiabo, além defrutas como limão e mamão.

Hoje e amanhã, os ca-riocas que moram ou traba-lham no centro da cidadepoderão saborear o trabalhode Seu Homero e conhecerum pouco mais a realidadeda reforma agrária no estado.Assentamentos ligados aoMovimento dos Trabalhado-res Rurais Sem Terra (MST)e parceiros irão levar a suaprodução para o Largo daCarioca, na 5ª Feira Estadualda Reforma Agrária CíceroGuedes. Além de frutas, le-gumes e verduras, serão ven-didos fitoterápicos, cosmé-ticos, artesanato e livros.

“Mais do que a venda deprodutos, a feira é um es-paço para conversarmoscom a população sobre anecessidade da reformaagrária para produção dealimentos saudáveis para

todos”, afirma Carlos Gou-vea, da coordenação daCoopaterra, cooperativa queorganiza a produção dos as-sentamentos da Baixada edo Sul Fluminense.

A produção de alimentosagroecológicos em coopera-tivas, na qual não há patrãonem empregado, é uma dasestratégias da Reforma AgráriaPopular, que o MST defende.Para o movimento, não bastadividir as terras: é necessárioque o campo seja um localbom de ser viver. Para isso, épreciso ter saúde, escolas docampo e opções de trabalhopara a juventude.

No entanto, a realidadeé que a reforma agrária noBrasil vai muito mal. De acor-do com Daniel Vieira, 29anos, também assentado doTerra Prometida, “falta es-trada, luz, habitação, drena-gem. Tem muitos lotes queestão interditados por causade alagamentos. Se ficarmosesperando pelo estado, nãosai. O descaso é muito gran-de, e as famílias sobrevivemcomo podem.”

Daniel é outro cooperadoda Coopaterra. “Eu acreditoque a cooperativa é um espaçode fortalecimento do assen-tamento e da sua produção.”

Ao mesmo tempo quetrabalha, ele tambémestuda Serviço Socialna UFRJ, em uma tur-ma especial para as-sentados da reformaagrária, criada em par-ceria com o Incra.

“Fiquei dois mesesfora estudando e quan-do voltei, tinha bastantemato no meu aipim.Mas o curso é impor-tante, e se conseguirme formar, quero con-tribuir com a coopera-tiva como assistente so-cial”, afirma.

Além do aipim doDaniel, do feijão do seu

Homero e da abóbora doCarlos, a feira terá tambématrações musicais. Estão con-firmados os grupos Us Ne-guin Q Ñ C Kala, Bailão daMula Preta e Apafunk. Aabertura da feira se dará comum ato político em defesada reforma agrária, nestaquinta-feira (24), às 16h30.Amanhã haverá ainda umafeira de troca de sementesàs 16h30, com objetivo defortalecer as sementes nati-vas, ameaçadas pelos trans-gênicos e biofortificados.

A feira funciona quinta esexta, das 8h às 18h, no Largoda Carioca.

O nome da feira estadualrealizada pelo MST home-nageia o camponês CíceroGuedes, assassinado emCampos dos Goytacazes noano passado. Ele coorde-nava o acampamento LuisMaranhão, nas terras daUsina Cambahyba. Há in-

dícios de que, durante a di-tadura, o local foi usadopara queimar corpos de mi-litantes de esquerda.

Nascido em Alagoas, Cí-cero trabalhou no corte dacana em condições análogasà escravidão. Ao chegar aoRio, iniciou pela ComissãoPastoral da Terra uma lutacontra o trabalho infantil eo trabalho escravo. Campos

dos Goytacazes tem umasdas maiores incidências des-ses crimes no país.

Cícero defendia a agroe-cologia (cultivo de alimentossem agrotóxicos) com unhase dentes. Em sua última en-trevista, afirmou: “O capi-talismo é cruel e devastatudo. Não tem esse negóciode remédio, é veneno mes-mo e veneno mata”. (AT)

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 6 | cidades

Centro do Rio recebe feira da Reforma Agrária

•Alan Tygel

do Rio de Janeiro (RJ)

feira Cícero Guedes, homenagem a um lutador

AlanTygel/ComunicaçãoMST

Assentados de todo o estado exibem sua produção no Largo da Carioca, quinta (23) e sexta (24)

do Rio de Janeiro (RJ)

Cícero foi assassinado em Campos dos Goytacazes, no ano passado

Seu Homero planta aipim feijão, milho, quiabo, além de frutas como limão e mamão

Page 7: Brasil de Fato RJ - 060

A favela Santa Marta, nazona sul do Rio, foi a primeiraa receber uma Unidade dePolícia Pacificadora (UPP) em2008. Ali, todos os meses, umadas tarifas que têm pesadomuito no bolso do trabalhadoré a conta de energia elétrica.Além da cobrança, conside-rada abusiva pelos moradores,existe ainda uma carência deiluminação pública em muitasvielas da comunidade.

Daniele Pessanha, de 25anos, vive com seus quatrofilhos em uma das casas doSanta Marta. Auxiliar de ser-viços gerais, ela é uma dasmoradoras que questionamo valor cobrado pelo serviçode energia. “No mês de maiodesse ano cheguei a pagar178,00 reais. Eu não tenhoquase nada dentro de casaque utiliza energia elétrica,tenho apenas uma geladeira,

uma televisão e um ventilador.É um absurdo, receber 600,00reais de salário e ter que pagarquase R$ 200,00 de luz. É qua-se o dinheiro todo, pra quemtem filho não dá”, reclama.

Outros viram sua conta deluz aumentar em quatro ve-zes mais. O vídeo “Históriasda Pacificação - Descaso daLight”, produzido por mora-dores da comunidade e que

está disponível na internet,revela a dificuldade enfren-tada pelo comerciante Fran-cisco Vieira da Silva, que vivehá mais de 60 anos no SantaMarta. De cerca de 300 reais

no mês de setembro de 2013,a cobrança para Franciscochegou a 1.258,00 no mês dedezembro. Em maio desteano a comunidade chegoua bloquear uma das vias do

bairro de Botafogo para pro-testar contra a cobrança ele-vada na tarifa de energia.

Segundo Vitor Lira, guiaturístico e residente da favela,mesmo com esse conjuntode mobilizações realizadaspela comunidade, ainda nãohouve nenhuma ação do po-der público nem da Light,concessionária responsávelpelo serviço, para modificaresta realidade vivida no SantaMarta. Outro problema apon-tado por ele é a carência deiluminação pública na comu-nidade. Para chegar em suacasa, que fica no topo do mor-ro, Vitor tem que caminharpor várias vielas na escuridão.“O serviço não é prestado damesma forma que é prestadono asfalto. A gente vê queexiste uma diferença. Muitosmoradores estão pagandomais caro do que os que mo-ram no asfalto, mas não têmretorno desse valor. A faltade iluminação pública vemgerando problemas para osmoradores, pois é muito difícilcaminhar à noite por contada escuridão”, revela.

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 cidades | 7

ENERGIA Moradores da favela Santa Marta denunciam cobrança abusiva e pouca iluminação pública do lugar

SETOR ENERGÉTICO Grupos se organizam para construir novomodelo para o sistema elétrico

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Desde 2010, trabalhado-res do ramo elétrico e outrasorganizações dos movimen-tos sociais estão se articu-lando através da PlataformaCamponesa e Operária paraEnergia, que tem o objetivode formular uma nova pro-posta para o setor de ener-gia. Segundo LeonardoBauer, do Movimento deAtingidos por Barragens(MAB) e que também com-

põe a plataforma, o modelovigente é feito para benefi-ciar o setor privado e o valorpago pelo consumidor nãotem relação com o custo deprodução.

“Para se ter ideia, a ele-tricidade cujo custo de pro-dução não é superior a R$30,00/MWh, foi recente-mente comercializada a R$822,00/MWh. Quase 30 ve-zes o custo de produção.Isso não é um ‘gato’, é um‘leão’. Os movimentos so-ciais lutam pelo fim da pre-

sença dos “leões” que rou-bam da sociedade boa par-te do valor extraído nas ta-rifas. É fundamental a re-tomada da propriedade es-tatal e o controle popularsobre o setor elétrico”, pon-tuou Leonardo.

ESTADO E LIGhT SEPRONuNCIAM

A Rioluz, responsável pelailuminação pública no Rio,informou que no ano de2010 o Santa Marta recebeu500 novos postes de ilumi-

nação e que vem periodi-camente realizando manu-tenção. Já a Light, informouque “em casos de dúvidassobre o valor da conta deenergia, o cliente deve en-trar em contato com a em-presa” e que existe “a pos-sibilidade de inclusão naTarifa Social de Energia Elé-trica, para consumidoresque possuem o Número deIdentificação Social (NIS)ou Benefício de PrestaçãoContinuada da AssistênciaSocial (BPC)”. (AV)

Conta de luz: tarifa que dói no bolsodo trabalhador

•do Rio de Janeiro (RJ)

Movimentos apostam na PlataformaCamponesa e Operária para Energia

“Muitos moradores estão pagandomais caro do queos que moram no asfalto, masnão têm retornodesse valor_____________

Alguns moradores viram sua conta de luz aumentar em quatro vezes mais

Pablo Vergara

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Para quem acha que aderrota de 7 a 1 para a Ale-manha foi o mais duro golpeno Brasil durante uma Copado Mundo de futebol, aindanão conhece um grave casode bastidores. O blogueiroMiguel do Rosário, do site “OCafezinho”, revelou com ex-clusividade, na semana pas-sada, o processo da ReceitaFederal contra a Rede Globo.Trata-se de uma sonegaçãofiscal multimilionária.

O relatório comprova quea emissora da família Mari-nho montou um esquemainternacional envolvendo di-versas empresas para mas-carar a compra dos direitosda Copa do Mundo de 2002.O objetivo principal seriaburlar o pagamento de im-postos que deveriam ser re-colhidos à União pela com-pra dos direitos.

O auditor fiscal AlbertoJosé Zile, que assina a açãofiscal, fala em “uma intricadaengenharia desenvolvida pe-las empresas do sistema Glo-bo” para simplesmente burlar

a operação financeira juntoà FIFA. Para escapar da tri-butação do imposto de rendana fonte, a Globo adquiriuos direitos de transmissãoda Copa sob a forma de in-vestimentos em participaçãosocietária no exterior. Em-presas criadas em paraísosfiscais, como as AntilhasHolandesas, Ilhas Caymane Ilhas Virgens Britânicas,adquiriram os direitos detransmissão da Copa e, de-pois, essas mesmas empre-sas foram vendidas para aGlobo. Uma simulação, se-gundo a auditoria.

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 8 | brasil

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

MÍDIA Processo da Receita Federal demonstra que emissora da família Marinho não pagou imposto de renda dos direitos

Rede Globo é acusada de sonegar mais de R$ 180 milhões

Valores devidos pela Globo devem chegar a R$ 615 milhões

Pablo Vergara

Nenhuma TV ou jornal, mesmo concorrentes, repercutiram revelação

Ao todo, o imposto de ren-da devido chega a R$ 183milhões de reais. Esse valorfoi calculado com base nopreço pago pelos direitos detransmissão na época, quechega a R$ 732 milhões. Po-rém, a Receita Federal infor-ma que a emissora vai terque pagar multa pesada, demais de R$ 274 milhões, alémda atualização dos juros demora, que ultrapassam os R$157 milhões. Dessa forma, osvalores devidos pela principal

empresa de comunicação dopaís devem chegar a uma for-tuna de R$ 615 milhões.

Para a coordenadora geraldo Fórum Nacional pela De-mocratização da Comunica-ção (FNDC), Rosane Bertotti,a revelação é um escândalo.“É um valor estratosférico,um crime de lesa-pátria con-tra a nação, contra a classetrabalhadora que paga seusimpostos. A situação se tornaainda mais grave porque aGlobo é concessionária deserviço público, que são oscanais de rádio e TV. Ao so-negar impostos, a Globo tam-

bém viola o contrato de con-cessão que tem com o Estadobrasileiro”, aponta.

O negócio bilionário detransmissão da Copa doMundo é processo poucotransparente. A Globo nãoinforma os valores pagos àFIFA para conquistar o di-reito de transmissão na Coparealizada. Desde a décadade 1970 as duas poderosasfazem acordos entre si. Mes-mo com cifras cada vez maisaltas, o retorno é sempre ga-rantido. De acordo com oFNDC, a Globo embolsoumais de R$ 1,44 bilhão ape-nas com patrocinadores naCopa do Mundo 2014, reali-zada no Brasil. Fora o quefatura com a cobrança pararetransmissão das imagenspor outros veículos de co-municação. “O monopóliode uma única emissora dosdireitos de transmissão degrandes eventos como aCopa é um desrespeito a li-

berdade de expressão e ademocracia”, acrescenta Ro-sane, do FNDC.

OuTRO LADOO Brasil de Fato tentou fa-

lar com a assessoria das Or-ganizações Globo para co-mentar as revelações, mas nãoconseguiu contato. Até agora,também não houve nenhumoutro pronunciamento públi-

co sobre o caso, nem mesmoda Receita Federal ou do Mi-nistério das Comunicações,responsável por fiscalizar oscontratos de concessão doscanais de rádio e TV.

Nos meios de comunica-ção, o silêncio sobre o assuntotambém impera. Nenhumaemissora ou jornal, mesmoos concorrentes, repercuti-ram a revelação. (PRV)

de Brasília (DF)

Para FNDC, sonegação viola contrato de concessão pública

A sonegação fiscal daRede Globo, em termos devalores, pode ser conside-rado o maior escândalo decorrupção dos últimos anos.O imposto devido, segundoatualização da Receita Fe-deral, é de R$ 615 milhões.O valor é 11 vezes maior doque o apurado no processodo mensalão, julgado em

2012 pelo STF (R$ 55 mi-lhões), até hoje classificadopela mídia como “o maiorcaso de corrupção da his-tória”. Já na denúncia de for-mação de cartel no metrôde São Paulo, que envolvepolíticos do PSDB, os valo-res envolvidos chegam a R$577 milhões, também infe-rior à sonegação global.

Dívida da Globo é 11 vezes maiorque mensalão

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Oficiais do alto escalãodo serviço de inteligência dosEstados Unidos afirmaramnesta terça-feira (22) que nãohá provas evidenciando aparticipação do governo daRússia na derrubada doBoeing-777 da Malaysia Air-lines, há uma semana.

Para os agentes norte-americanos ouvidos sob ano-nimato pela agência AP, aaeronave comercial com 298pessoas a bordo foi abatidapor um míssil terra-ar mo-delo SA-11 disparado pormembros do grupo separa-tista pró-russo — provavel-mente "por engano", segun-do crê um dos oficiais.

A hipótese de erro huma-no por parte dos separatistasé apoiada no retrospecto re-cente do conflito: 12 aero-naves militares ucranianasforam abatidas recentemen-te na região pelos grupos

anti-Kiev, de acordo com oque dizem os oficiais.

Conforme relata a AP, oserviço de inteligência dosEUA continua a acreditar queMoscou "criou as condições"que levaram ao incidente.No entanto, não há qualquerevidência da participação di-reta de Moscou: não há no-tícia da presença de militaresrussos durante o lançamentodo míssil ou informações so-bre treinamento oferecido

pela Rússia para a equipeque disparou o projétil.

Um dos funcionários dogoverno norte-americanodisse ainda que os EUA nãosabem nem o nome nem aposição do autor do disparo— "nem estamos 100% certosde que haja uma nacionali-dade". Segundo ele, os EUAnão têm a pretensão de che-gar a conclusões definitivasque esclareçam o evento.(Opera Mundi)

de São Paulo (SP)

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 mundo | 9

Para oficiais, ouvidos sob anonimato, aeronave foi abatida "por engano"

Mídia Ninja

Autoridades dos EuA dizem não ter provas que liguem Rússiaà derrubada de aviãoNão há qualquer evidência da participação direta de Moscou na Ucrânia

Milhares de pessoas emtodo o mundo saíram às ruasno sábado (19) para protestarcontra a ofensiva realizadapor Israel a Gaza, que desdeo começo da operação dei-xou mais de 600 mortos emilhares de feridos e deslo-cados. Em Londres, mais decem mil pessoas protagoni-zaram um dos maiores pro-testos dos últimos anos. Paraa presidente do ConselhoMundial da Paz, Socorro Go-mes, a tendência é que esses

“protestos aumentem emtom, quantidade e contun-dência das denúncias” noBrasil e no mundo.

Na capital inglesa, milharesde pessoas juntaram-se à pas-seata que foi do gabinete doprimeiro-ministro David Ca-meron até a embaixada israe-lense. Na capital francesa, apolícia reprimiu violentamen-te a manifestação. Pelo me-nos 38 pessoas foram deti-das. “Somos todos palestinos”,gritavam os manifestantesque ignoraram a proibição daSecretaria de Segurança Pú-blica para a realização do ato.

Também foram realizadas

manifestações em Santiagodo Chile, onde por volta decinco mil pessoas saíram àsruas com uma bandeira pa-lestina gigante para demons-trar descontentamento comas ações do governo israe-lense. Belgas, sul-africanos,turcos, indonésios, alemãese até israelenses também ma-nifestaram solidariedade àcausa palestina.

Em São Paulo, cerca detrês mil pessoas caminharamda sede da Rede Globo até oConsulado de Movimentossociais de diversas tendênciassomaram-se à mobilização.(Opera Mundi)

Vanessa Martina Silvade São Paulo (SP)

Milhares saem às ruas em todo o mundo emprotesto contra o ataque de Israel a Gaza

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• MúsicaSemana do Rock

O que? Evento em come-moração ao Dia Mundial doRock traz 17 bandas ao mu-nicípio de Mesquita e esperareceber 15 mil pessoas.Quando? De 25 a 27/7Onde? Paço Municipal deCaxias, Rua Artur de OliveiraVecchi, 120Que horas? 17hQuanto? Grátis

• TeatroTeatro no Parque

O que? Maior circuito de tea-tro a céu aberto do mundochega ao Rio, em julho, comapresentações gratuitas emdiversos parques da cidade.Quando? Sábados e domin-gos de 19/7 a 10/8Onde? Aterro do Flamengo,Parque de Madureira, Quin-ta da Boa Vista e Parquedos Patins. Horário? 11hQuanto? Grátis

Censura LivreO que? Adaptação do mu-sical “Liberdade, Liberdade”,de Fábio Rangel e Millôr Fer-nandes, homenageia gran-des nomes da história uni-versal envolvidos na lutapela liberdade.

Quando? Sábados, de 18/7 a 16/8Onde? Espaço Cultural Có-digo, Rua David, 397, JaperiQue Horas? 19hQuanto? Grátis

• MistoUna Isï Kayawa – Livroda Cura

O que? Seguindo o lança-mento do livro “Una Isï Kaya-wa – Livro da Cura”, do pajéAgostinho Mandura Mat-heus Ïka Muru, serão reali-zadas diversas atividadescomo exposições fotográfi-cas, mostra de filmes indí-genas, contação de históriaspor pajés, oficinas de tece-lagem e pintura corporal, ro-

das de cantoria, entre outras.Quando? Diariamente até 27/7Onde? Parque Lage, R. Jar-dim Botânico, 414, JardimBotânicoQue horas? 14hQuanto? Grátis

40 Anos sem Pixinguinha

O que? Homenagem aomestre do choro conta comcantoras como Selma Reis eVânia Bastos, além do bai-xista acústico Marcos Paiva.Quando? Quinta, 24/7Onde? SESC - Tijuca, Rua Barão de Mesquita, 539,Tijuca. Que horas? 22hQuanto? R$10 (inteira), R$5 (meia)

Festival X-Tudo CulturalO que? Festival traz espe-táculos de artistas comoRio Maracatu, Metá Metá,Nicolas Krassik, Mahmun-di, entre outros. Tambémhaverá apresentações gra-tuitas no Largo do Macha-do e na Feira de Vinil.Quando? Até 2/8Onde? Teatro Sesi Centro,Teatro Sesi Jacarepaguá eTeatro Sesi CaxiasQue horas? A partir das 8hQuanto? R$10

Sem grandes mistériosa serem revelados, “EmFamília” teve um final“chocho” como foi toda ahistória. Manoel Carloserrou a mão. Sua últimanovela está a léguas dedistância do sucesso deoutros trabalhos, como“Viver a Vida” e “MulheresApaixonadas”. A novela searrastou, mas não podeser totalmente execrada.Por isso, como somos vi-ciados em novelas e asassistíamos sempre jun-tos, queremos aplaudir evaiar o bom e o ruim de“Em Família”.

Comecemos pelas vaias.Elas vão para a história deHelena e Luiza. A genteacha que é possível tratare resolver questões de re-lacionamento na vida.Mas, sinceramente, a filhacasar com o ex-noivo damãe, que quase matou opai, (aff!) isso não desce,por mais bem resolvidasque elas sejam. Pura “for-çação” de barra.  

Vaiamos também a re-presentação preconceituo-sa que a novela fez do pe-queno núcleo pobre, in-serido apenas quando vie-ram as críticas ao abur-guesamento da história.Jairo e sua comunidadepassam a imagem que po-bre é grosseiro, bandido,

vulgar e que não tem saí-da. Uma lástima!

Passemos aos aplausos.Se teve uma história querealmente valeu a pena efez a diferença foi a deClara, Cadu e Ivan. Os trêssouberam enfrentar asmudanças com que se de-pararam no decorrer datrama. Clara, o novo e ou-tro amor por Marina,Cadu, o novo coração e asuperação da rejeição, Ivane a naturalidade de umacriança que entendeu onovo e não questionou aamor dos pais e o lugarda família. A história mos-tra como pode ser leve teruma ex-mulher, mãe, filhaou irmã bissexual. Nisso,Maneco inovou.

Porém, os aplausos demelhor atuação vão paraViviane Pasmanter e suavenenosa Shirlei, VanessaGerbelli e a saga de Julianaem busca do filho perdidoe Ângela Vieira com suaácida Branca. As três foramconvincentes e certeirasna composição de seuspersonagens complexos.

Ainda assim, “Em Fa-mília” não vai deixar sau-dade! Já vai é tarde! E quefique o aprendizado deque fórmulas prontas jánão fazem o gosto do pú-blico. É preciso inovar efazer acontecer na trama.Mesmo que a vida coti-diana seja quase semprechocha como foi a históriada última Helena, que deheroína não teve nada. 

Joaquim Vela eJanete Oliveira

de Belo Horizonte (MG)

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 10 | cultura

NOVELA | [email protected] SE DIVERTIR DE GRAÇA?

Em família: Manoel Carloserrou a mão

Com final chocho, novela não vai deixar saudades

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NEM TUDO É DE GRAÇA

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O padroeiro da cidadedo Rio de Janeiro abençoa aRoda do Sambastião, queacontece uma vez por mês,na praça Luís de Camões, naGlória. Fruto de uma pro-messa feita por um dos mú-sicos, a roda teve sua primeiraedição na semana de 20 dejaneiro de 2012 e está prestesa completar 3 anos comouma das rodas populares quemais respaldo tem entre osbambas do samba.

Tudo começou em 2011,quando o músico MarceloGimenez, o Paxú, teve umgrave problema de saúde.Ainda no hospital, ele pro-meteu a São Sebastião que,caso fosse curado, faria umaroda de samba no bairroonde foi criado.

"A intenção era fazer ape-nas uma roda, mas os mora-dores e amigos pediram a se-gunda, a terceira. Desde pe -queno eu frequentava as fes-tas de São Sebastião que acon -

teciam na praça do Russel eme tornei devoto", lembra.

Com o passar dos anos,outras histórias de supera-ção se uniram à de Paxú, ehoje em dia a reunião men-sal é sagrada. A roda tem in-clusive um samba, o "Hinoda Ro da", composto porRaphael Moreira, iagoFreitas e Vinicius Oliveira,que diz: "Hoje tem samba napraça / Hoje tem flecha noar / É Oxossi quem nosguia", cantada para o orixáque é São Sebastião no sin-cretismo.

A roda não tem sábadofixo para acontecer. Os orga-nizadores do evento costu-mam dizer que ela acontece"no melhor sábado do mês".Por isso, é importante acom-panhar a página da Roda doSambastião no facebook,onde as datas são divulgadas.

RESPALDO DE BAMBAS

A Roda do Sambastião éapadrinhada pelo cantorAtaulpho Alves Jr., filho dosambista precursor Ataulfo

Alves, cantor e compositorde grandes pérolas do sambae da MPB como "Ai, que sau-dades da Amélia", "LaranjaMadura", "Atire a primeirapedra", entre outras.

Também morador da ruado Russel, Ataulpho é umpadrinho exigente, masorgulhoso dos apadrinha-dos. "Quando o Paxú mefalou sobre a idéia, eu disse:'se for para fazer roda de

samba de brincadeira eunão apoio. Eu coopero se for'à vera'. Era 'à vera' e hoje aroda está ficando cada vezmais bonita. Eu fico orgu-lhoso e levo o nome dessaroda onde puder", garante.

O padrinho não é o únicoque atesta a qualidade daroda. Já frequentaram o Sam-bastião os bambas Monarco,Noca da Portela, Wilson Mo-reira, Dorina, entre outros.

uMA RODA DE AMIGOS

A amizade é a marca prin-cipal da Roda do Sambas-tião. Grande parte dos músi-cos nasceram ou foram criadosali na rua do Russel e, porisso, a afinidade transpareceno clima familiar da roda.

Os amigos músicos queintegram o Sambastião sãoRaphael Moreira, pandeiroe voz, Marcos Santos, cavacoe voz, Marcelo Gimenez(Paxú), cuíca, Emerson Lo-pes, tantã e caixa, Fumaça,no surdo, Ney 7 cordas, vio-lão 7 cordas, Romulo Fra-zão, flauta e Leandro Henri-que, no banjo.

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 cultura | 11

Roda de samba sob a bênção de São SebastiãoSAMBA E FÉ Roda do Sambastião nasceu de uma promessa ao santo e se consolidou na amizade dos integrantes

Gabriel Araujodo Rio de Janeiro (RJ)

Levar as crianças para osamba não é um problemapara quem frequenta o Sam-bastião. O escritor RaphaelMoreira, que também é mú-sico na roda, leva para apraça do Russel o espaçoSamba Menino. Inspiradono nome do personagem dolivro escrito por Raphael, oespaço tem "contação musi-cal da história do samba",desenhos e pintura, confec-ção manual de mini-instru-

mentos, cantigas de roda eoutras brincadeiras.

Samba menino é o sambapersonificado na pele de umacriança que veio da Áfricapara o Brasil. O personagemvive aventuras na Bahia e noRio de Janeiro, onde encontrapersonalidades importantespara a história do estilo mu-sical, como a Tia Ciata.

"Foi a forma que encon-trei de levar a história dosamba para as crianças. Noespaço Samba Menino elasaprendem se divertindo",afirma o escritor.

O Sambastião também éum dos pontos de "liberta-ção de livros" do projeto Li-vro de Rua. Uma estante ficadisponível no local para quequalquer pessoa possa em-prestar ou pegar empresta-dos livros diversos.

SERVIçORoda do SambastiãoOnde: Praça Luís de Camões, GlóriaQuando: "No melhor sábado do mês"Preço: Gratuito

Samba menino é a opção para acriançada na Roda do SambastiãoLIVRO DE RUA Estante itinerante promove a "libertaçãode livros" no espaço da roda

do Rio de Janeiro (RJ)

Grande parte dos músicos nasceram ou foram criadas na rua do Russel

Andre Moreira

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Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 12 | opinião

A aprovação da lei quepermite o uso de armas pelaGuarda Municipal no Con-gresso Nacional caracterizao aumento da militarizaçãona administração públicaao invés da busca de nego-ciação para resolver os con-flitos urbanos. Seja com ocomércio ambulante oucom a população em situa-ção de rua, os parlamentarespreferem armar agentes pú-blicos para impor a ordemda desigualdade social.

O descrédito do Con-gresso Nacional ficou pa-tente nas manifestações dejunho de 2013 e se agravacom a persistente surdezao grito das ruas contra amilitarização das políciasmilitares. Isso fica evidentena prisão de manifestantesno último 12 de julho, diaanterior ao jogo final daCopa do Mundo, com o ca-ráter claro de intimidaçãoaos protestos e que teveseu clímax com o bloqueioda manifestação “As Festasnos Estádios Não Valem asLágrimas das Favelas” naPraça Saens Peña, com di-reito a todo tipo de violên-cia policial. Nesse dia, pro-fissionais de imprensa, ado-lescentes e advogados ti-veram o tratamento das bo-tas dos policiais militares.Com a nova legislação te-remos o reforço de guardasmunicipais com armas em

punho para cuidar da po-pulação carente.

O MUCA – MovimentoUnido dos Camelôs temfeito a campanha “ForaGuarda Municipal da Fis-calização do Comércio Am-bulante”. Por isso nos sur-preende a insensibilidadedos senadores na aprova-ção de mais um degrau daescalada militar com a per-missão do uso de todo tipode armas pelas GuardasMunicipais. Essa aprovaçãorepresenta mais uma açãodos políticos profissionaiscontra as vozes das ruas,que pedem mais moradias,mais saúde, mais educação,mais transporte e mais par-ticipação, porém o governoresponde com “porrada ebomba”. A elite política, fi-nanciada por bancos e em-preiteiras, querem calar avoz do povo nas ruas.

Precisamos garantir quea autoridade policial res-peite os cidadãos, indepen-dente de raça e classe. Paraconquistar essa segurançatemos que enfrentar os in-teresses econômicos no trá-fico de drogas, buscandosoluções políticas para queo poder realmente emanedo povo, as organizaçõescomunitárias devem se for-talecidas com a responsa-bilidade de fiscalizar e cui-dar das escolas, dos hos-pitais e da ação policial.

Presenciamos a forma-ção de um Estado policialem que as pessoas se sub-metem à violência da guer-ra, às drogas e à violênciada polícia que desaparececom seres humanos, osmata e não respeita os di-reitos constitucionais.

Maria dos Camelôs e Hertz Leal

são do MUCA – Movimen-to Unido dos Camelôs

Maria dos Camelôs e hertz Leal

O chamado Canal da Ci-dadania é fruto da regula-mentação da TV Digital emnosso país (2006), que prevêa existência de um único canalda TV digital aberta em cadaMunicípio brasileiro, voltadopara a cidadania, com multi-programação. Na realidadetrata-se de 04 faixas de pro-gramações diferenciadas, umasob gestão da Prefeitura, outrado Governo do Estado e outrasduas de organizações da so-ciedade civil constituídas emassociações. É, portanto, umaoportunidade ímpar para asociedade civil organizada terduas faixas de conteúdo deprogramações de TV aberta,em cada município, com pro-duções próprias, comunitá-rias, alternativas, indepen-dentes, populares, públicas,sindicais. Se efetivamente im-

plementado, poderá ser umpasso importante na luta pelademocratização da comuni-cação em nosso país.

Em muitos Municípios bra-sileiros, a pressão da socie-dade civil organizada tem fei-to com que os Poderes Exe-cutivos locais encaminhem ademanda do Canal da Cida-

dania ao MiniCom. Cartilhas foram elaboradas

pelo Senado Federal e pelaACERP, orientando o passoa passo para conquistar essedireito. O FNDC – Fórum Na-cional pela Democratizaçãoda Comunicação, e seu Co-mitê no RJ (FALERIO) temestado à frente desta iniciativaaqui no Estado, organizandoseminário, visitas às Prefei-turas e autoridades munici-pais, estimulando as TV's Co-munitárias locais (onde exis-tem) a disputarem uma des-sas faixas de programação,constituindo GT's para de-bater e elaborar propostas.Venha participar você tam-bém desta luta!.

Orlando Guilhoné da Coordenação

Executiva da FNDC

Orlando Guilhon

Canal da cidadania, uma trincheirada democratização da mídia

Latuff

“Se efetivamente implementado, poderáser um passo importantena luta pela democrati-zação da comunicaçãoem nosso país__________________

Mais polícia e menos política

“Nos surpreende a insensibilidade dos senadores naaprovação de maisum degrau daescalada militar ________________

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É considerado um acidente do trabalho aqueleque ocorre com o trabalhador quando este está aserviço da empresa, ou em decorrência do exercíciodo trabalho, e cujo resultado pode ser desde umalesão corporal, passando pela perda ou redução -permanente ou temporária - da capacidade para otrabalho, podendo chegar até a ocorrência de morte.

Outras situações também podem ser consideradasacidentes de trabalho: doença profissional (aquelaproduzida ou desenvolvida no exercício da atividade

laboral), ou ainda aquela que acontece em razãodas condições especiais onde o trabalho é realizado.Da mesma maneira, o acidente que ocorre no trajetoda residência do empregado até o local da empresa,é considerado um acidente deste tipo.

O empregador deve comunicar o acidente do tra-balho ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)até o primeiro dia útil seguinte ao da sua ocorrênciaatravés do preenchimento da CAT (Comunicaçãode Acidente de Trabalho).

Se a empresa não fizer a comunicação do acidente,podem fazê-lo o próprio acidentado, seus depen-dentes, o sindicato profissional que o representa, omédico que o assistiu ou qualquer autoridade pública.

É considerado como dia do acidente, a data doinício da incapacidade do trabalhador para o exercíciodas suas atividades habituais.

O trabalhador que sofreu acidente do trabalhotem garantia do emprego de pelo menos 12 meses,após a cessação do auxílio-doença acidentário. AJustiça do Trabalho tem o entendimento de que sefor constatada doença do trabalho, mesmo após otérmino do contrato empregatício, o empregadotem direito a reintegração ao trabalho.

Por Carlos Duarte, advogadotrabalhista e previdenciário

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 variedades | 13

NOSSOS DIREITOS

Comunicação de acidentedo trabalho

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

Uma nova forma de me-ningite está se espalhandopelo Brasil, nos últimosanos. Transmitida princi-palmente por moluscos,incluindo o caramujo gi-gante africano, ela já foidiagnosticada em seis es-tados, nas regiões Nordeste,Sudeste e Sul do país. Des-de 2006, foram confirma-dos 34 casos da infecçãoem pacientes de Pernam-buco, Espírito Santo, Riode Janeiro, São Paulo, Pa-raná e Rio Grande do Sul,com um óbito.

No Brasil, a infecção cos-tuma ocorrer por meio daingestão acidental destesanimais ou do muco libe-

rado por eles. Crianças e in-divíduos com deficiênciamental, assim como pessoasque trabalham em hortas ejardins podem ser conside-rados grupos de risco paraa doença. O consumo deverduras, legumes e frutascrus sem a higienização ade-quada também pode levarà infecção, uma vez que osmoluscos liberam muco so-bre os alimentos.

Catar os caramujos é aprincipal medida recomen-dada para eliminá-los. Se-gundo Silvana, os própriosmoradores podem fazer alimpeza de quintais e hortasinfestados, adotando me-didas de precaução. Evitar

o contato dos moluscoscom as mãos é fundamen-tal. Na ausência de luvas,deve-se usar um saco plás-tico para proteger a pele.

A água sanitária tambémdeve ser utilizada para hi-gienizar verduras, legumese frutas, mas em uma con-centração muito menor doque a usada para matar oscaramujos: a orientação écolocar uma colher de sopado produto em um litro deágua e deixar os alimentosde molho por 30 minutosantes do consumo.

Por Maíra Menezes, da Fiocruz

Casos de meningite transmitida por caramujo se espalham pelo país

NOSSA SAÚDE

Ceviche Peruano

BOA E BARATA | Por Pablo Vergara

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O Ceviche é um prato típico epopular na culinária Peruana.Nessa edição apresentamosuma forma simples e econô-mica de preparar a tradicionaliguaria para sua família.

Corte os filés de “Congrio Rosa”em tirinhas para logo cortarem cubinhos. Coloque em umrecipiente e guarde na geladeiraenquanto vai preparando oresto dos ingredientes. Acres-cente o coentro picado e a pi-menta dedo de moça, mexen-do com uma colher de pau. “Leche de Tigre” (Caldo a basede limão que vai marinhar seurefrescante ceviche)Esprema os 8 limões e coloqueo suco no liquidificador. Vaiacrescentando a pimenta do

reino, ogengibre(2 cm da raiz),um pedacinho pe-queno de cebola, dois cubinhosde peixe e coloque e sal a gosto.Bata no liquidificador e adicioneo molho no recipiente ondeestá o peixe. Mexa até os cubosde peixe mergulharem no suco. Apresentação do pratoNum prato de sopa coloqueuma folha aberta de alface,ponha um bocado de cebolaroxa cortada em tiras e amor-tecidas antes, durante 5 min,em água morna com sal. Emseguida ponha o peixe já ma-rinhado durante uns 5 a 10minutos, espalhe o milho verdepelo peixe, e distribua as ba-tatas- doces pela beira do prato.Agora é só a compartilhar comseus queridos.

Modo de preparoIngredientes2kg de Filé de Congrio Rosaou Linguado (limpo e sempele). 8 limões2 pimentas vermelhas picadas (de preferência dedo de moça)1 maço de coentro picado3 cebolas roxas em rodelas02 batatas-doces cozidas1 Lata de milho verdeUm pedacinho de GengibrePimenta do reino1 pé de alface. Sal

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Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 14 | variedades

Romantismo no ar. Estará expressandomuito bem as emoções, cuidado ape-nas com os ataques de ciúmes. Hámuita energia e resistência física nestafase, mas por outro lado, a área profis-sional está delicada e exige atenção.

Sensibilidade em alta, o que não é sur-presa. Existe forte poder de comunica-ção e aprendizado, sua memóriafuncionará como nunca, mas eviteguardar mágoas. Há a probabilidadede engoradar nesse período, cuide-se.

A semana pode ser turbulenta, com im-previstos ou conflitos. Há muita sensibili-dade, mas você também estaráexpressando seus sentimentos mais di-reta e honestamente. Evite discutir assun-tos muito sérios ou complexos agora.

Disciplina e foco estão em alta e issoresultará em resultados benéficos. Asemoções estão intensas, procure nãofugir. Em vez disso, enfrente seusmedos com coragem e seja presen-teado com o autoconhecimento.

Estará expressivo e com vontade de seaprofundar em assuntos novos. Hámuita segurança e força nos pensa-mentos e palavras, cuide para que issonão se transforme em agressividade eorgulho intelectual.

Alto poder de atração, possibilidadede paqueras ou amores platônicos.Tome cuidado para não se confundircom os sentimentos, não ignore olado racional totalmente. Verbal-mente, está muito objetivo e direto.

Ideias ousadas e originais podem lhedar destaque. Está generoso e altruísta,o que faz com que sua companhia sejabem vinda. Porém, cuidado para nãoagir como se soubesse o que é melhorpara os outros.

A saúde está favorecida, protegendo-lhe contra as enfermidades. Há grandevitalidade e amor pela vida. Você estarámais caloroso, espontâneo e bem hu-morado. A vontade de mudanças tam-bém prevalece esta semana.

Aproveite para organizar pendências efocar na concentração e objetividade.Sua energia emocional pode estar pe-sada ou confusa, procure respirar fundoe pensar com calma antes de tomar decisões importantes.

Há iniciativa, criatividade e disposiçãopara enfrentar as limitações da vida. Es-tará otimista e caloroso com seus ami-gos e parentes. Porém, no âmbitoprofissional, poderá haver conflitoscom superiores, cuidado.

Possibilidade de mudanças benéficasna área profissional. Além disso, haverámuita sensibilidade, intuição e umadose de sorte, que podem ajudá-lo adescobrir qual o melhor caminho atomar também na área pessoal.

Pode sofrer pela falta de companhia,exercite o amor próprio e sinta-se bemcom sua própria companhia. Atividadesartísticas que pedem sensibilidade econtato com o interior lhe ajudarão apreencher esse vazio.

HORÓSCOPO

Keka Campos, astróloga • [email protected]

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Com time “velho”, Brasil buscaser mais que só um convidado

Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014 esporte | 15

opinião | Bruno Porpetta

flaBrasilEnganou-se quem pen-

sou que o Flamengo fossea Alemanha, por conta dacor da camisa. O Flamengoé o retrato do futebol brasi-leiro, no pior sentido.

Enquanto a CBF tiraonda com a nossa cara aotrazer o ex(???)-empresá-rio Gilmar Rinaldi, para sero cara que “mudará” onosso futebol, e Dunga,para abandonar a ideia defamília e recolocar ascrianças no colégio in-terno, o Flamengo é o lan-terna do Brasileirão.

Aliás, campeonato difícilde assistir depois dos jogosda Copa. É evidente que ofutebol brasileiro carece deuma nova direção. Estaturma de Marin e Del Nerodeve sair imediatamente.

A diretoria rubro-negra,que parecia um sopro denovidade, se perdeu emsuas escolhas. Sucumbiu àpolítica interna do Fla-mengo e hoje alimentamonstros que colocaram oclube na situação em quese encontra.

A goleada sofrida para oInternacional, embora tec-nicamente inferior, foi umnovo Brasil X Alemanha

para os rubro-negros. Noentanto, desta vez, o Fla-mengo era o Brasil.

Um bando em campo,uma cratera no meio-campo para o Inter passear,corredores enormes atrásdos laterais e outra goleada.Não chegou aos 7 porque oInter não chega a ser umaAlemanha, embora tenhafeito um excelente jogopara os padrões do nossocampeonato.

Ney Franco teve um mêsinteiro para organizar estabagunça. Não importam asrazões, ele não conseguiu.O elenco do Flamengo é oquarto mais caro do Brasil.

Em crise, a diretoria nãosabe o que fazer. Os antigoscaciques do clube se agi-tam. As organizadas per-dem a cabeça e fazem maisbobagens. Mudanças sãonecessárias e não podemser como as da CBF, quenão mudam nada.

O Flamengo tem tempo,pode subir na tabela, masnão pode apenas se fiar nacamisa e na torcida. Umbom começo é baixar opreço dos ingressos ao níveldo espetáculo, que não valenem um galo.

AndersonVaresjão/NBA

Dos dez convocados, seis vão participar de seu quarto mundial

O brasileiro Felipe Massa,que capotou sua Williams logona primeira curva do GP da Ale-manha, no autódromo de Hoc-kenheim, virou vítima de piadasna internet.

Foi o quarto acidente naatual temporada envolvendoFelipe Massa. Logo na estreia,o brasileiro foi atropelado pelojaponês Kamui Kobayashiainda na largada. Depois Massaainda protagonizou acidentescom Sergio Perez, no GP do Ca-nadá, na última volta e outrocom o finlandês Kimi Raikon-nen, na Inglaterra.

Em outras provas, o brasi-leiro foi prejudicado por errosnos boxes ou na estratégia da

equipe e acabou com resulta-dos inferiores ao esperado.

Diante deste momento dopiloto, usuários de redes so-ciais compartilham inúmeraspiadas que fazem alusão à“zica” de Massa.

Em uma delas, um memecom a foto da capotagem naAlemanha traz escrito: “A zicacontinua... E Bottaszica nisso”,brincando com o nome docompanheiro de equipe deMassa na Williams, o finlandêsValtteri Bottas.

O próximo desafio paraMassa tentar afastar a “zica”para longe é no circuito de Hun-garoring, em Budapeste, nopróximo domingo (27). (BP)

Acidente na Alemanha faz brasileiroMassa virar piada na internet

Ney Franco teve um mês para organizar bagunça no Flamengo

BINóCuLO

Até no Basquete...

Às vésperas doMundial Interclubes,que acontecerá em se-tembro, o Flamengoperde um de seus jo-gadores importantesno bicampeonato daNBB. O pivô Shiltonnão terá seu contratorenovado com o clube.O treinador José Neto,que está acompa-nhando a seleção bra-sileira, preferiu nãocomentar o assunto,mas contava com o jo-gador para a próximatemporada.

um desce,outro sobe

Enquanto o tenistabrasileiro Thomaz Bel-lucci rola barrancoabaixo no ranking daATP, outro saltou 44posições do início dejunho para cá. É o casode João Souza, conhe-cido como Feijão, quehoje ocupa o posto denúmero 106 domundo. A ascensão sedeve a boas participa-ções nos torneios chal-lengers, onde chegouàs semifinais de quatrodos seis que disputou.

Brasil no Mundial dehandebol

A seleção brasileirade handebol mascu-lino já conhece seusadversários da pri-meira fase do Mun-dial. O Brasil pega aatual campeã Espa-nha, além de Eslovê-nia, Bielorrússia e Ca-tar, que sedia acompetição.

O Brasil disputará o Mun-dial de Basquete masculinocom o time mais velho da com-petição. A média de idade de 32anos é a maior dentre as 24 se-leções participantes do torneio.

Dos dez convocados, seis vãoparticipar de seu quarto mun-dial. Leandrinho, Alex, TiagoSplitter e Guilherme Giovannoniestrearam no Mundial disputadonos Estados Unidos, em 2002.

Já Marcelinho começou em1998, chegou a se aposentar enão disputou a última edição,mas foi reconduzido à seleçãopelo treinador argentino RubenMagnano. O atleta do Flamengotem 39 anos de idade.

A presença do Brasil nestemundial se deu por convite daFIBA, pois a seleção não se qua-lificou para participar do tor-

neio. Em 2013, a equipe de Mag-nano perdeu todos os quatro jo-gos pela Copa América, sendoeliminada precocemente e nãogarantindo sua classificação.

Porém, a avaliação geral daequipe atribui o resultado ruimna competição sul-americana àausência das principais estrelasdo basquete brasileiro. Os joga-dores da NBA não participaramdo torneio, provocando polê-mica com o treinador à época.

A expectativa para o Mundialé desfazer esta má impressão,conquistando uma medalha einterrompendo um jejum quejá dura desde 1978, entre Mun-diais e Olimpíadas. SegundoMarcelinho Huertas, capitão daequipe, ao site globoesporte.com,o Brasil tem “time, caráter e umgrande treinador”. (BP)

Alexandre Vidal/FlaImagens

Page 16: Brasil de Fato RJ - 060

O Vasco foi ao Moisés Lu-carelli, em Campinas, iniciaruma sequência de três jogosem oito dias contra a PontePreta. São dois pela Copa doBrasil e outro pela 13ª rodadada série B do Brasileirão.

Com uma proposta maiscautelosa de Adilson Batista,a primeira grande chancefoi do Vasco, com Thallesbatendo mal na bola apóslindo passe de Douglas. Ape-sar desta oportunidade logono início, a tônica do pri-meiro tempo foi de domíniodo clube paulista.

O jogo foi bastante fracotecnicamente e a Ponte Preta,

apesar do domínio, não con-seguiu produzir muito noataque. No fim das contas, oempate em 0 a 0 na primeiraetapa foi justo.

As equipes voltaram dointervalo com a mesma pro-posta de jogo. A Ponte com abola, tentando o ataque, e o

Vasco esperando uma boaoportunidade para contra-atacar, que surgiu aos 10 mi-nutos, em bola bem enfiadapor Douglas para Diego Re-

nan, que dominou no peitoe bateu para abrir o placar.

O Vasco equilibrou a pos-se de bola e, diante de umadversário atordoado, logoampliou o marcador. Kleberchutou de fora da área e, norebote do goleiro Roberto, oatacante alles, livre de mar-cação, só empurrou para arede, aos 16.

Depois do segundo gol,a Ponte tentou chegar aogol, mas com a mesma ine-ficiência do restante da par-tida. Com isso, para o Vascorestou tocar a bola e esperaro fim do jogo.

16 | esporte Rio de Janeiro, 24 a 30 de julho de 2014

Com problemas muitosemelhantes aos do nossofutebol, os jogadores daprimeira e segunda divi-sões do campeonato equa-toriano de futebol decidi-ram paralisar a competiçãopor tempo indeterminado.

Os atletas, representadospela Associação de Futebo-listas do Equador, reivindi-cam aos clubes o pagamen -to de salários atrasados, ocumprimento de compro-

missos contratuais e o es-tabelecimento de multasrescisórias, no caso de que-bra do vínculo.

Segundo Jorge Guzmán,gerente da Associação, ementrevista à AFP, a greve sóterá fim quando os objeti-vos da categoria foremconquistados e afirmouque a greve foi o último re-curso “ante a desatençãode que estão sendo víti-mas”. (BP)

EXEMPLO Equatorianos paralisaram ocampeonato a partir desta quarta-feira (23)

Vasco vence jogo de ida e abre boa vantagemCOPA DO BRASIL Vasco pode até perder por 1 a 0 em São Januário para seguir adiante

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Marcelo Sadio

Thalles marcou o segundo gol do Vasco, em Campinas

futebol no Equadorentra em greve

Sob desconfiança da tor-cida, o Flamengo resolveudemitir Ney Franco do co-mando técnico do time e cha-mar em seu lugar, pela quartavez, Vanderlei Luxemburgo.

O treinador estava desem-pregado desde novembro de2013, após passagem peloFluminense quando deixouo time na zona de rebaixa-mento, e assinou com o Fla-mengo até o final de 2015.

Após sua demissão em2012, Luxemburgo voltou aoclube para votar nas eleiçõespara a diretoria, vestido com

a camisa amarela da chapade Patrícia Amorim. Ela ten-tava a reeleição à época efoi derrotada pela chapaazul, de Eduardo Bandeirade Mello.

O atual presidente, ao co-mentar a contratação de Lu-xemburgo para o comandotécnico do time à ESPN Brasil,disse: “A gente sempre pensaque (o trabalho) vai ser demédio a longo prazo”.

O próximo desafio para sairda lanterna do Brasileirão éneste domingo, no clássicocontra o Botafogo. (BP)

CRISE NA GÁVEA Após demissão conturbadaem 2012, Luxemburgo retorna ao Flamengo

Ex-opositor, Luxa é chamado para projeto de“médio ou longo prazo”

fIChA TÉCNICA

0 x 2Ponte Preta Vasco

Moises Lucarelli – 23/07 – 22h

Brasileirão12º RODADA

Classificação Série A

Zona de classificação para LibertadoresZona de rebaixamento para Série B

SAN ChA

CRu fIG

CRI VIT

BAh INT

SPO CAM

COR PAL

CAP fLu

GOI SAO

SPO BOT

x Sáb. 26/07

18h30

xSáb. 26/07

18h30

x Sáb. 26/07

18h30

xSáb. 26/07

21h

xDom. 27/07

16h

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