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RIO DE JANEIRO Ano 4 | edição 185 13 a 15 de junho de 2016 distribuição gratuita Divulgação Temer quer tirar dinheiro da saúde e educação para cobrir gastos do governo Ódio aos gays motivou massacre nos Estados Unidos Pai de Omar Mateen, suspeito do ataque, afirma que homofobia teria sido o verdadeiro motivo do atentado Mundo, pág. 6 Cerro Corá se une para construir espaço cultural Moradores realizam campanha para arrecadar recursos e equipar a biblioteca e o cineclube Cidades, pág. 7 Fred sai de fininho do Fluminense Um dos maiores ídolos da história do time agora vai vestir a camisa do Atlético Mineiro Esportes, pág. 15 Diante da tentativa do governo Temer de cortar 30% dos gastos com serviços básicos como saúde, educação e previdência social, movimentos populares ocuparam o prédio do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro, semana passada. Os manifestantes afirmam que o governo interino está promovendo um verdadeiro desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) | Brasil e Cidades, págs. 4 e 5 “Campo Grande” Longa-metragem conta a história de duas crianças e mostra as desigualdades sociais entre os bairros do Rio de Janeiro Cultura, pág. 11 Divulgação Divulgação Mídia Ninja

Brasil de Fato RJ - 185

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RIO DE JANEIRO

Ano 4 | edição 185

13 a 15 de junho de 2016 distribuição gratuita

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Temer quer tirar dinheiro da saúde e educação para cobrir gastos do governo

Ódio aos gays motivou massacre nos Estados UnidosPai de Omar Mateen, suspeito do ataque, afirma que homofobia teria sido o verdadeiro motivo do atentadoMundo, pág. 6

Cerro Corá se une para construir espaço culturalMoradores realizam campanha para arrecadar recursos e equipar a biblioteca e o cineclubeCidades, pág. 7

Fred sai de fininho do FluminenseUm dos maiores ídolos da história do time agora vai vestir a camisa do Atlético MineiroEsportes, pág. 15

Diante da tentativa do governo Temer de cortar 30% dos gastos com serviços básicos como saúde, educação e previdência social, movimentos populares ocuparam o prédio do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro, semana passada. Os manifestantes afirmam que o governo interino está promovendo um verdadeiro desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) | Brasil e Cidades, págs. 4 e 5

“Campo Grande”Longa-metragem conta a história de duas crianças e mostra as desigualdades sociais entre os bairros do Rio de Janeiro Cultura, pág. 11

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Marcello Casal Jr.

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A cantora Elza Soa-res vai transformar seu show, no dia 2 de julho, no Circo Voador, em um ato de apoio à luta social. Durante o evento, o coletivo de Me-ninas Black Power vai re-ceber doações de mate-rial escolar para os colé-gios que realizam ativida-des educativas com crian-ças e adolescentes sobre temas que envolvem racis-mo e violência doméstica.

Durante uma entrevista, o MC Biel disse que “que-braria no meio” uma re-pórter do portal IG e que a jovem, de 21 anos, é “gos-tosinha”. Após repercussão do assédio sexual na mí-dia e redes sociais, o Co-mitê da Rio-2016 cortou o funkeiro da lista de condu-tores da Tocha Olímpica e a Rede Globo tirou a sua música da trilha da novela “Haja Coração”.

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Na década de 90, o Brasil sofreu o avanço do neolibe-ralismo. Através do Plano Nacional de Desestatiza-

ção, os governos de Collor e Fernando Henrique Cardoso entregaram o patrimônio público ao capital internacional, sob o pretexto de que não servia mais para o nosso país. Empresas de telecomunicação, grande parte do setor elé-trico e a então Vale do Rio Doce estão entre as mais de 150 empresas públicas que acabaram sendo entregues a gran-des corporações transnacionais a preços irrisórios. Não é à toa que todo este processo foi chamado de PRIVATARIA.

Desde 2003, o governo voltou a investir nas empresas es-tatais e freou a onda privatizante dos governos anteriores. Mas, com o golpe em curso no nosso país, o governo inte-rino de Michel Temer rapidamente colocou em prática o que expressou no documento “Uma ponte para o futuro”, ainda em outubro de 2015. Entre as propostas antipopula-res do programa golpista está o fantasma das privatizações.

AGENDA NEOLIBERALO plano de Temer é privatizar as empresas públicas como Petrobrás, Eletrobrás, Correios, Caixa Federal, Banco do Brasil, BNDES, entre outras. Além disso, está na agenda neoliberal do governo repassar o controle e a exploração dos recursos naturais estratégicos como o pré-sal, por exemplo. Por fim, também é proposta do go-verno privatizar os serviços públicos como o SUS, o sa-neamento e a educação.

Ou seja, a proposta de Temer é a redefinição do que é público. Não é à toa que escolheu Maria Sílvia Bastos Marques para ser a presidente do BNDES: ela foi uma das comandantes das privatizações do governo FHC. Além disso, o novo governo adotou a Medida Provisória 727, com força de lei, que dá as coordenadas para “privatizar tudo o que for possível”. Se não bastasse, tramita na Câ-mara dos Deputados o PL 4918, que abre portas à privati-zação das empresas públicas.

SOBERANIADiante dessas ameaças, o que não nos deve faltar é cora-gem! Coragem de participar de todas as manifestações contra as privatizações e em defesa das empresas estatais para que o país continue tendo soberania sobre suas rique-zas naturais estratégicas e sobre o seu patrimônio, cons-truído com o esforço dos trabalhadores e trabalhadoras!

O fantasma das privatizações

EDITORIAL Vitor TeixeiraEXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

O jornal Brasil de Fato circula com edições regionais nos seguintes estados: Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras.

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 20162 | Opinião

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O governo do Rio de Janei-ro anunciou na última

quinta-feira (9) que está em discussão um recorte de ren-da para que apenas usuários mais pobres mantenham o direito ao Bilhete Único Esta-dual. O subsídio do governo do estado permite que pas-sageiros do transporte públi-co tenham redução da passa-gem, quando fazem baldea-ções em viagens que usam barca, ônibus intermunici-pais e os trens da Supervia.

O governador em exercí-cio, Francisco Dornelles, e o secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, concederam entrevista cole-tiva à imprensa para anun-

Bilhete Único pode ser limitado apenas aos usuários de menor renda

ciar um pacote de medidas que pretende reduzir gastos em até R$ 2 bilhões.

Segundo o governador, há dificuldades administrativas com o subsídio e não há una-nimidade sobre qual deve ser esse limite. No entanto, ele antecipou que defende que seja o mesmo da isenção do Imposto de Renda. Atual-mente, é considerado isento do tributo quem tem renda inferior a R$1.903,98.

“A previsão que estamos fa-zendo é que só tenha direito quem ganha abaixo de uma determinada renda”, disse o governador, que não adiantou uma data em que a mudança possa entrar em vigor. (ABr)

FRASES DA SEMANA

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Disse a psicanalista Regina Navarro, do programa Amor & Sexo, da Globo.

Disse a atriz Patrícia Pillar em suas redes sociais, essa semana.

Os homens precisam de uma vez por todas recriminar os amigos [machistas] e parar de espernear contra as feministas

Não me convenço que esse impeachment sem vergonha pra colocar mafiosos no poder tenha valido a pena

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Após reação de usuários sobre a limitação da inter-net banda larga fixa, o Se-nado Federal criou uma enquete online para pes-quisar a opinião dos inter-nautas. A polêmica surgiu quando a Vivo anunciou que os planos oferecidos pela operadora poderiam penalizar internautas que gastassem toda a franquia de dados contratada com o bloqueio da conexão, como já acontece com a internet móvel.

A decisão gerou bastan-te polêmica e foi contes-tada por diversos órgãos ligados à defesa do con-sumidor e por petições que pediam o fim da li-mitação da internet.

Apesar do aumento de mulheres no mercado de trabalho nas últimas dé-cadas, a igualdade de par-ticipação com os homens pode levar até 80 anos, se-gundo o Relatório Global de Equidade de Gênero, do Fórum Econômico Mun-dial. Para tentar diminuir esse tempo, equivalente a uma geração, pesquisa in-dicou que medidas priori-tárias devem ser tomadas. Segundo o levantamento, é necessário “iluminar o ca-minho para a liderança fe-minina, acelerar a mudan-ça na cultura empresarial com políticas progressistas e construir um ambiente de apoio”, baseado no com-bate ao preconceito.

Em decreto publicado na última sexta-feira (9) para a adoção de medidas que re-duzam os gastos do Gover-no do Rio, está a proibição, por um ano, da realização de novos concursos para cargos efetivos. A medida entra em vigor em 1º de ju-lho. O mesmo documen-to também suspende a no-meação para cargos públi-cos efetivos, pelo mesmo período. No entanto, ficam garantidas as nomeações decididas judicialmente.

CRISE NO ESTADOGoverno proíbe concursos no Rio

INTERNETSenado faz enquete sobre limitação

EMPREGOSDesigualdade de gênero no mundo

Mídia Ninja

PROTESTONa última sexta-feira (10), várias manifestações aconteceram em todo o Brasil contra o golpe e o governo de Michel Temer. No Rio de Janeiro, um grande ato na Cinelândia reuniu centenas de pessoas.

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Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 2016 Geral l 3

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EBC Memória

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Serviços públicos vão piorar ou ficar como estãoJoão Sicsú, economista

Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF)

Desregulamentação das leis trabalhistas (CLT) e re-

dução de gastos sociais, como saúde, educação e moradia. Essa ampla reforma do Estado foi a moeda de troca para que as elites “aceitassem” as medi-das econômicas anunciadas pelo governo interino de Mi-chel Temer. Essa é a avaliação de economistas que acom-panham o cenário político.

As propostas contaram com simpatia imediata da gran-de mídia e do mercado finan-ceiro do país. No entanto, elas não garantem ajuste nas con-tas do governo, como foi pro-metido. No curto prazo, essas medidas vão aumentar ain-da mais a dívida pública, a co-meçar pelo déficit fiscal de R$ 170,5 bilhões aprovado pelo Congresso. Este valor é qua-se o dobro do que foi estipu-lado por Dilma no início do ano (R$ 96,7 bilhões), quando a presidente afastada foi bom-bardeada de críticas por con-ta de uma suposta “gastança”.

O principal mecanismo já foi anunciado pela equi-pe econômica de Michel Te-mer, liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Mei-relles. O governo interino vai apresentar uma proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos, de um ano para o outro, ao valor da inflação anual.

Na prática, se essa propos-

Temer quer atacar direitos básicos, como SUS e CLTMaior rombo fiscal só foi aceito em troca de cortes em gastos sociais e desregulamentação de leis trabalhistas

ta for levada ao Congresso e aprovada, o orçamento para áreas de saúde e educação, por exemplo, que já está abai-xo das necessidades da popu-lação, vai ficar praticamen-te congelado, sem aumento e melhorias no atendimento. O povo pode ser ainda mais prejudicado, pois esses servi-ços já estão abaixo das neces-sidades da população.

De acordo com o econo-mista João Sicsú, professor da

UFRJ, a consequência ime-diata dessa regra é que os “serviços públicos vão piorar ou ficar como estão”.

PRIVATIZAÇÃOQuando isso acontecer, vai começar a percepção de que o setor público não funcio-na e que o ideal é a privati-zação. Em Goiás, o governo estadual já está testando um projeto que transfere a ges-tão de escolas públicas para

Recursos da saúde e da educação na mira de Temer

Além da imposição de um limite de gastos públicos, o governo inte-rino trabalha pela apro-vação, no Congresso, da chamada “desvinculação de receitas da União”, a DRU, e também a desvin-culação de receitas de es-tados e municípios. Com isso, prefeituras, estados e governo federal pode-rão diminuir os gastos obrigatórios em saúde e educação, determinados pela Constituição.

A professora de econo-mia da USP, Leda Pau-lani, afirma que as me-didas de Temer vão ata-car direitos básicos ga-rantidos pela Constitui-ção de 1988, como a saú-de. “O SUS [Sistema Úni-co de Saúde] foi um mar-co civilizatório. Antes, a pessoa só era atendida se tivesse carteira de tra-balho”, declarou à Rede Brasil Atual (RBA).

Outro projeto que deve ganhar destaque no pró-ximo período é o da ter-ceirização da mão de obra, que já passou na Câmara, no ano passa-do, mas ainda precisa ser aprovado no Senado. A medida abre caminho para redução de salários e desrespeito a direitos como férias e 13º salário.

Orçamento da saúde, que já está abaixo das necessidades, vai ficar congelado

entidades privadas, com re-dução de gastos.

O economista Guilherme Mello avalia que essa regra vai inviabilizar que se façam investimentos sociais como os que foram realizados du-rante o governo Lula, quan-

do a economia do Brasil vi-via um ciclo de crescimento. “Quando o país voltar a cres-cer, as receitas vão crescer acima da inflação, o superá-vit primário vai crescer. Du-rante o governo Lula, uma parte virava primário [paga-mento de juros da dívida pú-blica], mas outra virava Pro-natec, Bolsa Família, Prouni, Mais Médicos”.

Governo interino ameça retirar direitos dos trabalhadores

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 20164 | Brasil

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

Desde a última quarta-fei-ra (8), um grupo de tra-

balhadores e usuários do Sis-tema Único de Saúde (SUS) ocupou o Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj), no cen-tro da cidade. A ocupação foi decidida a partir de uma as-sembleia como estratégia de pressão contra o governo in-terino de Michel Temer e em defesa do SUS.

Uma semana antes do mo-vimento do Rio se organi-zar, grupos de trabalhadores ocuparam os prédios regio-nais do SUS na Bahia e em Minas Gerais. O movimento, que permanece organizado nos três estados, é chamado de OcupaSUS.

As ocupações tiveram início com o anúncio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a limitação de gastos na área da saúde. Além disso, está prestes a acontecer uma votação no Senado Federal a respeito de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que retira a obrigatoriedade de gastos em saúde, no valor de 20% da arrecadação de impos-tos dos estados e municípios. No caso da União, esse per-centual seria de 30%.

Trabalhadores e usuários ocupam sede do Ministério da Saúde no RioManifestantes protestam contra governo interino de Michel Temer e em defesa do SUS

O Conselho Nacional de Saúde estima que, se a me-dida for aprovada, a perda para o setor de saúde será de R$ 35 bilhões a R$ 45 bilhões já em 2017. Isso represen-

ta quase a metade do orça-mento anual do Ministério da Saúde, que gira em torno de R$ 100 bilhões.

CORTES DE VERBAS“A gente entende que o orça-mento do SUS hoje já sofre es-trangulamento para que pos-sa funcionar em formato de um sistema único e universal. O que a gente precisa é de au-mento do orçamento e não de corte”, afirma um funcionário da rede municipal de saúde que prefere não ser identifi-cado. “Tem havido demissões de trabalhadores do Ministé-rio da Saúde que apoiam mo-vimentos e ocupações. Então temos receio de nos identifi-carmos”, explica.

Outras reivindicações da ocupação são a saída do mi-nistro da Saúde, Ricardo Bar-ros, e repúdio à privatização

da gestão da saúde pública, expressa através da Empresa Brasileira de Serviços Hospi-talares (EBSERH) e Organiza-ções Sociais (OSs).

PLANO DE SAÚDE“O que o governo propõe é um desmonte da saúde pú-blica. E as pessoas não sabem que os planos de saúde não vão oferecer os serviços pres-tados pelo SUS em situações

de grande dificuldade. Trata-mento de câncer, hemodiáli-se e casos crônicos é no SUS que todos vão fazer tratamen-to.  Se as pessoas acham que ter plano vai melhorar a situa-

ção delas, estão sendo enga-nadas”, afirma uma médica da Rede de Médicas e Médicos Populares, que também pre-feriu não ser identificada.

Todos os dias, o grupo, que está instalado no nono andar do prédio do Nerj, realiza as-sembleias no hall de entrada, geralmente no final da tarde, além de atividades culturais durante a noite. No primei-ro dia de ocupação, a assem-bleia foi impedida de ser rea-lizada porque a segurança do prédio fechou os portões e não permitiu que outros trabalha-dores entrassem. No segun-do dia, a assembleia ocorreu normalmente após negocia-ção com a segurança. O grupo recebe apoio de movimentos populares e centrais sindicais.

“Acreditamos que o movi-mento tem uma força grande por se tratar da ocupação de um patrimônio público dura-mente conquistado e que está claramente sendo ameaçado. Mas não é a única forma de pressão. Também estaremos nas ruas lutando contra isso. Nossa aposta tem que ser o fortalecimento do SUS, que é a nossa grande conquista”, con-clui a integrante da Rede de Médicas e Médicos Populares.

Fotos: Mídia Ninja

A ocupação iniciou com o anúncio dos cortes de recursos da saúde

Manifestante protesta conta Temer

O orçamento do SUS hoje já sofre estrangulamento. O que a gente precisa é de aumento do orçamento e não de corteTrabalhador da rede municipal de saúde

Prédio do Ministério da Saúde no Rio foi ocupado por manifestantes

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Escravidão moderna atinge 45 milhões de pessoas no mundo

O número de pessoas sujeitas a alguma forma de escravidão moderna é superior à população da Argentina, por exem-plo, que hoje tem 41 mi-lhões de habitantes. A estimativa é do relatório Índice de Escravidão Global 2016, da Funda-ção Walk Free, divulga-do no final de maio.

Segundo o documen-to, 58%, ou seja, mais da metade dessas pessoas vivem em apenas cin-co países: Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão.

A escravidão moder-na ocorre quando uma pessoa controla a ou-tra de tal forma que re-tira dela sua liberdade individual, com a in-

Trabalhador rural é a principal vítima da escravidão

tenção de explorá-la. Entre as formas de

escravidão estão o trá-fico de pessoas, o tra-balho infantil, a explo-ração sexual, o recruta-mento de pessoas para

conflitos armados e o trabalho forçado em condições degradan-tes, com extensas jor-nadas e sob coerção, violência, ameaça ou dívida fraudulenta.

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PATRIMÔNIO BRASILEIRO Antigos bondinhos do Rio de Janeiro agora rodam nos Estados Unidos. Uma empresa restaurou bondes de 1911. Eles agora são atrações de passeios turísticos promovidos por um museu no estado da Pensilvânia.

A cidade da Disney ficou banhada de sangue nes-

te último domingo (12). O ódio levou um assassino a matar 50 pessoas e ferir de-zenas de outros inocentes, frequentadores de um clube gay, em Orlando, nos Esta-dos Unidos.

Um homem armado com um rifle e uma pistola dispa-rou contra os frequentado-res do local e fez reféns por cerca de três horas. Depois de um período em que ten-tou negociar com o atirador,

Motivado por ódio aos gays, assassino mata 50 pessoas nos EUA

a polícia decidiu entrar e ati-rou no homem. Após o epi-sódio na boate, foi declarado estado de emergência na ci-dade de Orlando.

No domingo à noite, o presidente Barack Oba-ma fez um pronunciamen-to sobre o ataque. “Esse foi um ato de terror e de ódio. Hoje é um dia especialmen-te triste para nossos amigos, nossos companheiros ame-ricanos que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgê-nero”, afirmou.

Logo nas primeiras horas após o massacre, a impren-sa norte-americana tratou de buscar ligação entre Omar Mateen, apontado como o assassino, e o grupo terroris-ta Estado Islâmico. Entretan-to, o pai de Omar, Mir Seddi-que, disse à rede NBC News que a verdadeira motivação do filho foi o ódio aos gays.

Segundo Mir, o filho ficou transtornado, há cerca de dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami. Familiares das vítimas choram ao receber notícia sobre o atentado

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 20166 | Mundo

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Há alguns anos, a Associa-ção de Moradores da fa-

vela Cerro Corá, no Cosme Velho, era um espaço pouco utilizado, sem atividades cul-turais. Mas hoje não é mais assim. Com a mobilização de várias pessoas, hoje a asso-ciação tem biblioteca, cine-clube e até um pré-vestibular. Agora, moradores se mobili-zam para arrecadar dinhei-ro e melhorar a estrutura do espaço. Tudo para oferecer o melhor da cultura popular para a comunidade.

O pessoal começou a ocu-par a associação com ativi-dades culturais em 2013. Na época, moradores fizeram uma exposição de fotografias e vídeos para resgatar a me-mória da favela. Além de co-mover muita gente, a mostra marcou o surgimento do gru-po “Cerro Corá – Moradores em Movimento”. A partir daí, o projeto não parou: reabriram

Moradores do Cerro Corá arrecadam doações para atividades culturaisA ideia é conseguir R$ 8 mil até agosto e comprar equipamentos para biblioteca, cineclube e outros projetos

Victor Ohanado Rio de Janeiro (RJ)

a associação e, com doações de livros, inauguraram uma biblioteca em uma das salas.

CINEMAOutra atividade que os mora-dores criaram é o “Cine Mor-rão”, um cineclube que pre-tende ser um espaço de dis-cussão e cultura. “Na primei-

ra sessão, exibimos os curtas ‘Ilha das Flores’ e ‘A Histó-ria das Coisas’, e debatemos questões ambientais e so-ciais”, diz Janderson Ferreira, de 26 anos, membro do co-letivo. A ideia é exibir, numa próxima oportunidade, o fil-me “Libertem Angela Davis”, sobre a militante negra co-

munista dos Estados Unidos que fez história na luta racial.

O problema é que faltam ma-teriais para o funcionamento dessas atividades, como lâmpa-das, ventiladores, estantes, be-bedouro, armário, computado-res, impressora, data show (para exibir filmes) e outros itens.

Por isso, os moradores es-

tão arrecadando doações na internet desde maio, pelo link benfeitoria.com/cerrocora. A meta é conseguir R$ 8 mil. De acordo com as regras do site, se a meta não for atingida até agosto, a quantia arrecadada voltará para os doadores. O mínimo de doação é R$ 20.

O interessante é que, de acordo com o valor da doa-ção, o contribuinte pode re-ceber presentes, como cane-ca, camisa, quadro e até um passeio guiado no morro. Para mais informações, é só acessar o site e se cadastrar.

Movimento de moradores promove atividades culturais como contação de histórias e sessões de filme

Moradores do Cerro Corá se mobilizam para arrecadar dinheiro e melhorar a estrutura da Associação de Moradores

Shana Reis / GERJ

RISCO OLÍMPICO Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), apresentado semana passada, afirma que não há segurança para a operação da Linha 4 do metrô. De acordo com o presidente do órgão, Jonas Lopes de Carvalho, o período de testes dos trens foi encurtado por conta do atraso nas obras. A inauguração está prevista para o dia 5 de agosto.

Cerro Corá/Moradores em Movimento

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 2016 Cidades l 7

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O quê: Aulão promete ensinar todo mundo a dançar forró, um ritmo nacional e caloroso, para alegrar o público e iniciar bem a semana. Músicos e dançarinos se apresentarão no evento.Onde: Aterro do Flamengo – Flamengo. Quando: Domingo (18), 9h30.Quanto: 0800

O quê: Espetáculo teatral conta a história de três mulheres que convivem num pequeno conjugado, explorando o universo feminino nos anos 70.Onde: Sesc Tijuca – Rua Barão de Mesquita, 539, Tijuca.Quando: Sextas, sábados e domingos, 19h. Até 12/7.Quanto: 0800

O quê: Exposição comemora quatro décadas do Black Rio, um movimento que, desde 1976, influenciou várias gerações e transformou a cultura negra no Rio de Janeiro.Onde: Praça dos Arcos da Lapa.Quando: Todos os dias, a partir das 19h. Até 7/7.Quanto: 0800

O quê: Biblioteca Popular de Campo Grande oferece grande acervo de livros e contação de histórias para crianças.Onde: Biblioteca Popular de Campo Grande - Praça Thelmo Gonçalves Maia, s/n, Campo Grande.Quando: Todos os dias, de 9h às 16h.Quanto: 0800

O quê: Festa tem apresentação das bandas locais Riko Vianna & Os Dias de Calor, Gaiatos em Gaia e Arco de Pipa, com um repertório musical repleto de MPB e maracatu. Onde: CAUR, UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quarta-feira (15), 22h.Quanto: 0800

O quê: Festa de Santo Antônio chama a moçada para rodar a saia e dançar muito carimbó, numa celebração cheia de brincadeiras e comidas típicas.Onde: Largo de São Francisco da Prainha – Rua Sacadura Cabral, Gamboa. Quando: Segunda (13), 18h.Quanto: 0800

O quê: Evento musical tem apresentação de bandas independentes de todo o Rio e também conta com exposições e biblioteca aberta para doação e troca de livros. Onde: Galpão 252 – Rua Senador Salgado Filho, 252, Olinda, Nilópolis. Quando: Todo domingo, 19h.Quanto: 0800

Domingos de Rock

Aulão de Forró Giramundo

Baile dos namorados

Movimento Black Rio 40 anos

Contação de histórias

Há vagas para moças de fino trato

EBC

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Gaiato sem gaia

EBC Memória

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Francisco Costa

O quê: Teatro infantil conta história do príncipe africano Kwagalana, que foi raptado e vendido como escravo para trabalhar nas minas brasileiras.

Onde: Espaço Cultural Paschoal Carlos Magno – Av. Além Paraíba, 530, Higienópolis.

Quando: Sábados e domingos, 11h. Até 31/7.

Quanto: 0800

Kwagalana - histórias de um príncipe negro

AGENDA CULTURAL DA SEMANA | [email protected]

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Paula Puga

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 201610 | Cultura

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Fotos Divulgação

Campo Grande, um dos principais bairros da

zona oeste do Rio de Janeiro, é o tema de um filme que está nos cinemas. Dirigido pela cineasta Sandra Kogut, o lon-ga-metragem conta a história de duas crianças, Ygor e Rayane. Os irmãos são deixa-dos em Ipanema pela mãe, com o endereço de uma mu-lher e a promessa de que vol-taria para pegá-los.

A mãe deixa seus filhos na porta da casa de Regina, uma mulher dona de casa, de classe média e divorciada, que está se mudando. Regina também passa por proble-mas, já que está reconstruin-do a sua vida e a relação com sua filha após a separação.

Normalmente, em outros fil-mes, quando uma criança é dei-xada na porta de casa de uma pessoa, os donos da casa aca-bam adotando. Mas em “Cam-po Grande”, a personagem tenta encontrar outras soluções.

Filme “Campo Grande” mostra contradições sociais do Rio

Essa chegada repentina e inesperada na vida de Re-gina e a busca pela mãe das crianças irá mudar suas vi-das para sempre. Por causa de Ygor, Regina acaba conhe-cendo Campo Grande e tem um choque cultural dentro da mesma cidade. É aí que o bairro da zona oeste passa a ser cenário de uma grande história sobre a diferença de classes no Rio de Janeiro.

A ideia do filme é trabalhar com uma cidade cinza, esbu-

Na semana em que o som do grito #estupro-nuncamais ganhou mais potência, depois do estu-pro coletivo contra uma jovem no Rio de Janeiro, foi impossível não lem-brar como a violência contra a mulher já foi re-tratada nas novelas.

Em “Mulheres Apaixona-das”, Raquel (Helena Ranal-di) apanhava diariamente de Marcos (Dan Stulbach) com uma raquete de tênis. Depois de muito tempo submissa ao marido ma-chista e cansada de desa-mor, acaba se aproximan-do de um aluno, Fred (Pe-dro Furtado), com quem redescobre o afeto. Marcos passa a perseguir o rapaz, até que Raquel o denuncia. No fim, Marcos arma uma emboscada para Fred e os dois morrem no aciden-te. Raquel acaba sozinha e grávida do garoto.

Em 2008, na novela “A Fa-vorita”, Catarina (Lilia Ca-bral) era agredida pelo ma-rido Léo (Jackson Antunes). Também desencorajada a denunciá-lo,  ela sofreu muito com o autoritarismo do crápula até que deci-diu dar um pé na bun-da dele. A moça se aproxi-mou de Vanderlei (Alexan-dre Nero), mas acabou ao

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim Vela

Violência na tela da televisão

Divulgação

lado de Stela (Paula Bula-marqui), que fez Catarina se sentir valorizada.

Por fim, em “Fina Estam-pa”, o conflito aconteceu entre os personagens Ce-leste (Dira Paes) e Baltazar (Alexandre Nero). O mari-do é cruel com ela e com a

filha. A moça também cus-ta a conseguir virar o jogo. No final, ele vira hóspede dela e finalmente passa a pagar pelo que fez.

IMPUNIDADENão é curioso que nestas histórias os agressores não sejam punidos como de-vem? Tivemos, sim, avan-ços legais e políticos recen-tes, como a Lei Maria da Pe-nha e as Delegacias Espe-ciais no Atendimento a Mu-lheres (DEAM). Apesar dis-so, a Justiça brasileira ain-da está despreparada para classificar, investigar e pu-nir os crimes de violência contra a mulher. Isso é de dar lágrimas nos olhos.

racada de obras, onde con-tradições sociais chamam mais atenção. Isso também inclui as mudanças urbanís-ticas impulsionadas pela es-colha da capital fluminen-se como um dos palcos da Copa do Mundo, em 2014, e sede dos Jogos Olímpicos desse ano.

TRAJETÓRIAO filme chega ao Brasil depois de uma excursão pelo mundo e de passar por oito festivais, a começar pelo de Toronto, no Canadá. No Festival de Hava-na, em Cuba, o filme venceu o prêmio de Melhor Direção. Além disso, ganhou o troféu de Melhor Montagem no Fes-tival do Rio 2015.

A diretora, Sandra Kogut, fi-cou conhecida pelo filme “Mu-tum”, que dirigiu em 2007, que se passa no sertão de Minas Gerais. Foi durante as filma-gens desse filme que “Campo Grande” surgiu como ideia.

Raquel, de “Mulheres Apaixonadas”, era espancada pelo marido

Violência contra a mulher também não é punida nas novelas

Lançado no início do mês, longa-metragem usa bairro da zona oeste como cenário de uma história de abandono

Filme fala sobre história de duas crianças abandonadas pela mãe

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O Brasil está preso nas mãos de homens que não querem salvar o Brasil, querem apenas se salvar e salvar os seus.

Não me impressiona o fato do julgamento do Eduardo Cunha no Conselho de Ética ser o caso mais longo na his-tória do Congresso Nacio-nal. O que me impressiona é a apatia do povo brasilei-ro, de setores de esquerda e de direita, de centro e de ex-tremos, aceitando tudo sem fazer nenhum movimen-to mais forte e contundente com relação a isso.

Não me assusta que Re-nan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá e Eduardo Cunha tenham recebido pedido de prisão pelo Pro-curador Geral da Repúbli-ca. O que me assusta é sa-ber que estes homens ain-da estão soltos.

Não era mentira quando escreveram num protesto: “Somos milhões de Cunhas”. Essa é a mais pura verda-de. Somos uma sociedade de corruptos. Adoramos le-var vantagem e passamos a mão na cabeça dos nossos quando fazem parte de algo que importa a nós.

Cada um tenta se dar bem no que está a seu al-

Brasil, mostra a tua cara

cance. Uma cola na pro-va ou um troco errado que embolsamos. Uma grana para se livrar de uma mul-ta ou a compra de alguma vantagem diante das bu-

rocracias do cotidiano. O imposto de renda ou uma obra superfaturada. Todos querem o seu.

CORRUPÇÃOEstamos diante de um grande espelho e isso fi-cou tão claro que não sabe-mos como resolver, simples-mente porque não sabemos como é viver de outra forma.

Pense com carinho so-bre essa questão e se per-gunte em qual parte des-se sistema você se encai-xa. Você vai ver que isso só funciona porque nós parti-cipamos e aceitamos tudo isso no nosso dia a dia, sem constrangimento.

NO OLHO DA REVOLUÇÃO | Tico Santa Cruz

Em meio à crise institucio-nal do governo federal foi

sancionada, sem muita pu-blicidade, a lei do terrorismo (13.260/2016), marcando um grave retrocesso na luta dos movimentos populares.

A história dessa lei come-çou lá em 2013. Durante as manifestações daquele ano surgiram os primeiros es-boços desse projeto, de lei, que pode agravar a repres-são de protestos. Já naque-la época foi apresentado o PL 508/2013, que tratava do mes-mo assunto e foi derrotado pelas manifestações de rua.

Dois anos depois, em junho de 2015, novo projeto de lei foi proposto pelo governo Dilma. Dessa vez, o retrocesso não pôde ser impedido. No dia 26 de março de 2016 foi adiciona-do ao nosso vasto repertório penal o crime de terrorismo.

Apesar de prever a não apli-cação da lei em movimentos populares ou protestos, a defi-nição do tipo penal é aberta e o judiciário não tem um histó-rico legalista no que se refere a movimentos populares. Bas-ta ver como a Justiça crimi-nalizou o Movimento de Tra-balhadores Rurais Sem Terra (MST), no Rio Grande do Sul em 2009. Além disso, a Lei de Segurança Nacional foi usada para prender 23 manifestan-tes no Rio de Janeiro em 2013, acusados de “associação cri-minosa”, sem nenhuma prova que justificasse as detenções.

A instabilidade política deve nos preocupar ainda

Natália Damazio

mais, principalmente no que se refere ao uso do terroris-mo como novo dispositivo de criminalização dos movi-mentos populares.

Isso também pode se con-verter em ataques a protes-tos e abalo às nossas frágeis e autoritárias instituições. Em abril de 2016, a Comissão In-

teramericana de Direitos Hu-manos já havia apontado um aumento nos atos de violên-cia, repressão e criminaliza-ção dos movimentos popula-res em nosso país.

A experiência nos mostra que o termo “antiterrorismo” vem sendo utilizado na Amé-rica Latina para combater pro-testos, manifestações e mo-vimentos. Como ocorreu no Chile, em 2014, contra os ín-dios Mapuche.

Sob a justificativa da luta contra o terrorismo, o Estado cria mecanismos que podem servir para combater os mili-tantes sociais e políticos, colo-cando em risco também os de-fensores dos direitos humanos.

Natália Damazio é advo-gada, pesquisadora e colabo-

radora da ONG Justiça Global

Lei que propõe combate ao terrorismo é um retrocesso

O que me impressiona é a apatia do povo brasileiro, dos diferentes setores políticosA experiência

nos mostra que o termo “antiterrorismo” vem sendo utilizado na América Latina para combater protestos

Lei antiterror poderá ser usada para reprimir protestos políticos

Principais articuladores do golpe podem ser presos

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 201612 | Opinião

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Meus olhos estão sempre irritados, secos. Uso um colírio diariamente, mas fiquei preo-cupada quando ouvi falar de uma doença chamada “Síndrome do olho seco”. Será que tenho a doença? Devo me preocupar?

Ilza Márcia, psicóloga.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Deve se preocupar sim, Ilza. Não é es-

perado que nossos olhos fiquem secos. Produzi-mos lágrimas constan-temente e, quando pis-camos, todo o olho é hi-dratado por elas. Vários problemas podem cau-sar o olho seco, desde fa-tores ambientais, como ar condicionado, vento, bai-xa umidade do ar, até fa-tores orgânicos, como o envelhecimento ou de-feitos no funcionamen-to das glândulas com re-dução da produção de lá-

timento da visão. Procure avaliação oftalmológica o mais rápido possível.

grimas. Se não tratado, este problema pode gerar lesões na córnea e até comprome-

Ingredientes• 8 bananas nanicas verdes

Modo de preparoColoque água suficiente para cobrir as bananas em uma panela de pressão e leve ao fogo. Somente quando a água estiver fervendo acrescente as bananas com casca e feche a panela, deixando em fogo alto até pegar pressão. Assim que começar a apitar, conte 10 min. Desligue e deixe sair a pressão naturalmente. Depois retire as bananas quentes da água, descasque com ajuda de um pegador e faca, e passe a polpa das bananas (sem a casca) no processador ou no liquidificador, ainda quentes. A massa é pesada. Se for usar o liquidificador, coloque um pouco de água quente (não a do cozimento) para ajudar a bater.

Dica: Se não for usar toda a massa diretamente, congele em pequenas porções para facilitar o armazenamento. Para usar, descongele na temperatura ambiente e depois leve ao fogo com um pouco de água, mexendo até que fique homogênea. Lembre-se que quanto mais fogo, mais grossa ela fica!

AGROFLORESTA E REFORMA AGRÁRIAEsta receita foi selecionada do livro Receitas da floresta que a gente planta, produzido pelo projeto Flora. Esse projeto teve como objetivo recuperar áreas rurais degradadas pelo agronegócio através de agroflorestas, que são florestas manejadas ecologicamente para produzir alimentos. As receitas foram coletadas das famílias Sem Terra que trabalharam nas agroflorestas. Confira a versão digital do livro, que é gratuita e pode ser acessada em http://e.eita.org.br/receitas_flora

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Biomassa de banana

A biomassa de banana pode ser usada para engrossar cremes, sopas e caldos. Pode ser utilizada na massa de bolos e pães. Substitui leite condensado, creme de leite e maisena. Pode ser utilizada em receitas doces e salgadas.

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 2016 Variedades l 13

DICAS MASTIGADAS | Alan Tygel ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

AMIGA DA SAÚDE

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Áries (21/3 a 20/4)Vai passar por uma tendência forte em criar ilusões. Não se deixe levar por falsas promessas.

Touro (21/4 a 20/5)Este mês será muito agradável e com poucos problemas. Terá muita vontade de se divertir.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Deve agir com muita cautela. Não fuja de compromissos ou de comportamentos habituais.

Câncer (21/6 a 22/7)Ao longo deste período, os contatos emocionais com os amigos serão muito importantes.

Leão (23/7 a 22/8)Vai entrar num período de calma e serenidade. Poderá parar e analisar, sem sentir a pressão do costume.

Virgem (23/8 a 22/9)Neste período você tende a estar emocionalmente sensível, e por isso mesmo talvez mais vulnerável.

Libra (23/9 a 22/10)Tudo vai se consolidar para caminhar rapidamente em direção aos seus objetivos e anseios.

Escorpião (23/10 a 21/11)Neste período as suas energias serão muito fortes e por vezes tenderá a agir e falar por impulso.

Sagitário (22/11 a 21/12)Vai desejar viver experiências fortes que podem se tornar inesquecíveis, deixando de lado a rotina.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Terá tendência a sentir uma sensação de solidão. Aproxime-se mais das pessoas que são queridas.

Aquário (21/1 a 19/2)Tenderá a fazer apenas o que te agrada. Contudo, deve pensar nas pessoas que gostam de você.

Peixes (20/2 a 20/3)Terá, no decorrer deste período, a vida equilibrada. Não sentirá falta de nada para se sentir feliz.

HORÓSCOPO PREVISÃO DO TEMPO

FASES DA LUACheia 20/6

Minguante 27/6

Crescente 13/6

Nova 4/7

Segunda-feira, 13 de junho, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F21Parcialmente nublado 21° 15°

SEG

23° 16°

TER

24° 17°

QUA

Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 201614 | Variedades

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Paulo Pinto / Fotos Públicas

De olho na Rio 2016, Nadal fica fora de WimbledonTenista espanhol comunicou desistência de tradicional torneio na Inglaterra

A Justiça bloqueou R$ 130 milhões que seriam pagos pela Prefeitura ao consórcio das empreiteiras Queiroz Galvão e OAS, que execu-ta as obras do Complexo de Deodoro. As empreiteiras são investigadas pela Ope-ração Lava Jato, mas Eduar-do Paes isentou a Prefeitura de responsabilidade.

Para Paes, a apuração de ir-regularidades nas obras em Deodoro é um caso de polí-cia. Ele afirma que a Prefei-tura tomou todas as precau-

Para prefeito, Deodoro é caso de políciações legais para não come-ter infrações. Uma das supos-tas irregularidades, investiga-das pelo Ministério Público, é o início das obras sem assina-tura de contrato.

Eduardo Paes afirmou ain-da que a Prefeitura assumiu a obra que deveria ter sido fei-ta pelo Governo Federal. As obras começaram antes dos projetos terem sido aprova-dos. Isso teria acontecido, de acordo com Paes, para que os prazos de término fossem cumpridos. (BP)

BASQUETELesões preocupam Warriors

Depois de oito tempora-das, dois títulos brasilei-ros e 172 gols, chegou ao fim a história de Fred no Fluminense. De forma tão rápida quanto surpreen-dente, o atacante acertou sua ida para o Atlético Mi-neiro após cumprir o li-mite dos seis jogos pos-síveis por um clube para poder se transferir.

Pois bem, existem inúme-ras razões que podem expli-car a saída de Fred do trico-lor. Ficar mais perto da fa-mília, ganhar mais, tentar ser campeão (o que valeria, caso jogasse em um clube pequeno), entre outras.

Fred não é um Jamie Var-dy, do Leicester e da sele-ção inglesa, que precisa de um bom contrato para ga-rantir a aposentadoria.

Ele sai para ganhar me-nos no Galo, depois de jogar seis partidas pelo Flu e ter provocado uma crise de molecagem du-rante o Carioca.

Fred sai pela porta dos fundos do Flu, porque não suportou ser menor que o clube. Não soube reco-

nhecer o esforço que o tri-color fez para poder man-tê-lo no elenco. Queria mais, queria tudo. Mais

salários, mais poder.No entanto, topou com Le-

vir Culpi. O homem que dis-pensou Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli do Galo. Tornou-se ídolo por lá e quis deixar claro que ninguém é maior que o clube.

Fred não aceitou. As feri-das dessa rusga com Levir não fecharam e Fred saiu.

Essa situação não apaga toda a história do atacante no Fluminense, longe dis-so. Ele é o terceiro maior artilheiro da história do clube e protagonizou pági-nas importantes da trajetó-ria do tricolor.

Será sempre ídolo. Mas podia ter saído por cima. Podia...

As feridas dessa rusga com Levir não fecharam e Fred saiu

O Golden State Warriors fez uma temporada espe-tacular, batendo o recorde de vitórias que pertencia ao histórico Chicago Bulls de Michael Jordan. Mas a pós-temporada, os chama-dos playoffs da NBA, tem trazido muita preocupação para a equipe de Oakland.

Os Splash Brothers, Ste-phen Curry e Klay Thomp-son, já sofreram lesões. Curry teve uma lesão no tornozelo contra o Hous-ton Rockets e outra no joe-lho contra o Portland Trail Blazers, que o fez perder algumas partidas do con-fronto. Já Thompson levou uma pancada forte na coxa de Timofey Mozgov, dos Cavs, no jogo 3 da série fi-nal da liga, em Cleveland.

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O tenista espanhol Rafael Na-dal comunicou que está

fora do Torneio de Wimbledon, na Inglaterra. O torneio de tênis está entre os quatro mais impor-tantes da temporada e faz par-te do chamado Grand Slam.

Nadal realizou exames e consultou seus médicos an-tes de tomar a decisão, após uma lesão no punho que o fez desistir de Roland Garros, na França, competição onde é o maior vencedor da histó-ria, ainda na terceira rodada.

Saída à francesa

Segundo Nadal, através de uma rede social, os médicos acharam positivo que ele ti-vesse um tempo maior de recuperação. Um dos gran-des objetivos do tenista para esta temporada são os Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Essa é a segunda grande baixa em Wimbledon. A rus-sa Maria Sharapova também está fora pela punição de dois anos imposta pelo uso de meldonium, que a tirou igualmente dos Jogos. (BP)

Nadal busca se preservar para os

Jogos do Rio

Investigações apontam possíveis irregularidades em obras

Chegou ao fim a história

de Fred no Flu, melancolicamente

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TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

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O Flamengo foi a Florianópo-lis (SC) enfrentar o Figueirense, que comemorava seus 95 anos de fundação, e a torcida do alvi-negro catarinense acabou sen-do presenteada com a vitória.

Depois da festa montada pelo clube de Floripa para seu aniversário, o jogo, que marcou a estreia do zaguei-ro Rafael Vaz, foi quase todo do Flamengo. Porém, o time rubro-negro era pouco efeti-vo na frente, além de levar al-guns sustos atrás.

No primeiro tempo, o jogo foi travado pela marcação do Figueira. Com mais posse de bola, o Fla teve pouco espa-ço e criou poucas chances. Os dois goleiros tiveram traba-lho. Gatito Fernández salvou bola de Willian Arão e Mura-lha fez uma excelente defesa após bicicleta de Ermel.

Já no final, aos 41 minutos, Rafael Vaz foi para a esquer-da marcar Carlos Alberto,

Fla esbarra em goleiro e perde outraApesar do maior volume de jogo, rubro-negro parou nas mãos de Gatito Fernández

Rafael Vaz estreou bem, mas deu espaço para gol do Figueirense

que deu belo passe no espa-ço deixado vazio pelo zaguei-ro, onde estava Rafael Moura. O He-Man deixou ela quicar uma vez e bateu de primeira, fazendo um belo gol.

A etapa final, apesar da bola perigosa de Ayrton no pri-meiro minuto, foi um massa-cre rubro-negro. Aí apareceu o grande destaque da partida, Gatito Fernández.

O goleiro do Figueira sal-vou o time catarinense, com belíssimas defesas, pelo me-nos em três oportunidades.

A maior delas foi uma cabe-çada de Felipe Vizeu à quei-ma-roupa. Gatito operou um milagre e ajudou a garantir a vitória por 1 a 0 do alvinegro.

FRED MARCA NA ESTREIA

Em sua estreia pelo Atlético-MG, o atacante Fred, recém-saído do Fluminense, marcou um dos dois gols do time no clássico contra o Cruzeiro. No entanto, não foi suficiente para impedir a derrota por 3 a 2, no estádio Independência.

O ala do Golden Sta-te Warriors, Draymond Green, levou um jogo de suspensão pela confusão em que se envolveu com LeBron James, do Cleve-land Cavaliers, no jogo 4 das finais da NBA, em Cleveland (EUA).

Em uma disputa de

Green pega suspensão por um jogojogo, Green caiu no chão e LeBron passou por cima dele. Neste momento, Green acerta a virilha de James, quase no final da partida. A arbitragem não marcou a falta técnica, mas o lance foi conside-rado pela liga como “falta flagrante 1” e puniu o ala.

Com a punição aplicada pela Comissão de Revisão, Green não disputa o jogo 5 das finais, nesta segun-da-feira (13) em Oakland, onde o Golden State War-riors pode conquistar o bi-campeonato da NBA. Os Warriors estão vencendo a série por 3 a 1. (BP)

Tumulto rendeu punição ao ala dos Warriors

O Botafogo recebeu o Vitória, em Volta Re-donda (RJ), com o pior público do Campeonato Brasileiro, e não passou de um empate. Desper-diçou mais dois pontos quando vencia até os 46 minutos do segun-do tempo. O resultado manteve o Botafogo na lanterna da competição.

O jogo começou com um triste aconteci-mento, logo aos cinco minutos. Flávio, do Vi-tória, chocou a cabeça contra o alvinegro Bru-no Silva e caiu no gramado, sofrendo con-

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Gilvan de Souza/Flamengo

Vitor Silva SSPress/Botafog

Fogão leva empate no fim e segue na lanterna

vulsões. O jogador saiu do jogo e foi encaminhado pa-ra um hospital.

O time alvinegro não teve uma atuação ruim, como na partida contra o Santos. Do-minou as ações por quase toda a partida, mas só en-controu o gol no início do segundo tempo, com Sassá, aos seis minutos.

No final da partida, a de-fesa assistiu ao cruzamento na área que Victor Ramos completou para empatar, nos acréscimos. O alvinegro marcou seu quinto ponto no Brasileirão, mas precisa voltar a vencer para sair da zona da degola. (BP)

Sassá marcou para o Botafogo, que não segurou a vitória

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

16 | Esportes Rio de Janeiro, 13 a 15 de junho de 2016