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Ano 2 | edição 56 entrevista | pág. 4 Pablo Vergara Mais Médicos e mais qualidade de vida no RJ RIO DE JANEIRO 26 de junho a 2 de julho de 2014 • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatorj Carlos Humberto /STF esporte | pág. 15 cidades | pág. 6 Alerj retira processos contra professores da rede estadual Deputados aprovaram também aumento de 9% para os profissionais Pablo Vergara “Grande imprensa age como partido político no país” Fernando Morais fala sobre política, regulação da mídia, espionagem e utopias Janete Longo cidades | pág. 5 O que rolou na Copa? Leia o resumo dos momentos marcantes da segunda semana da competição Rafael Ribeiro BAIXADA FLUMINENSE, é a região que recebeu o maior número de médicos até agora. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 800 mil pessoas estão sendo atendidos por médicos do programa só no estado do Rio. Segundo o ministério, 222 profissionais, sendo 198 estrangeiros, atuam em 23 municípios. cultura | pág. 11 MC Leonardo fala sobre carreira e a situação social das favelas Todas as culturas do Brasil se entranham no funk

Brasil de Fato RJ - 056

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 056

Ano 2 | edição 56

entrevista | pág. 4

Pablo Vergara

Mais Médicos e mais qualidade de vida no RJ

RIO DE JANEIRO“

26 de junho a 2 de julho de 2014 • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatorj

Carlos Hum

berto /STF

esporte | pág. 15

cidades | pág. 6

Alerj retira processos contraprofessores darede estadualDeputados aprovaram também aumento de 9% para os profissionais

Pablo Vergara

“Grande imprensaage como partidopolítico no país”Fernando Morais fala sobre política, regulação da mídia, espionagem e utopias

Janete Longo

cidades | pág. 5

O que rolou naCopa?Leia o resumo dos momentosmarcantes da segunda semanada competição

Rafael Ribeiro

BAIXADA FLUMINENSE, é a região que recebeu o maior número de médicos até agora. Estimativasdo Ministério da Saúde apontam que pelo menos 800 mil pessoas estão sendo atendidos por médicosdo programa só no estado do Rio. Segundo o ministério, 222 profissionais, sendo 198 estrangeiros,atuam em 23 municípios.

cultura | pág. 11

MC Leonardo fala sobre carreira e a situação social das favelas

Todas as culturas do Brasil se entranham no funk”

Page 2: Brasil de Fato RJ - 056

“Amou daquela vezcomo se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como sefosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção comose fosse máquinaErgueu no patamar quatroparedes sólidasTijolo com tijolo num dese-nho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar comose fosse sábadoComeu feijão com arrozcomo se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como

se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acabou no chão feitoum pacote flácidoAgonizou no meio dopasseio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego”...

Você conhece os versosao lado? Fazem parte de umamúsica de um dos maiorescompositores brasileiros detodos os tempos, Chico Buar-que, que completou 70 anosna última semana.

Ela se chama “Construção”e conta a história de um tra-balhador, como muitos ou-tros. Talvez, como eu ou você.Com uma vida simples e co-

mum, esse trabalhador en-controu a morte por conta dascondições precárias de traba-lho que lhe eram impostas.

Muitos trabalhadores emuitas trabalhadoras, infe-lizmente, continuam mor-rendo, sendo mutilados ouadquirindo sérios problemasde saúde física ou mental porserem submetidos a péssimascondições de trabalho.

Para a construção dos es-tádios da Copa, por exemplo,ao menos oitos operáriosmorreram. Como o trabalha-dor da música, essas pessoastinham parentes, história devida, projetos para o futuro.

Calar sobre isso, mesmodurante as comemoraçõesda Copa, é assumir a con-dição de cúmplices. Preci-

samos construir outro Bra-sil. Um país em que vidasnão sejam interrompidaspara que poucos lucrem so-bre o sangue de muitos. UmBrasil em que os interessesdo povo estejam acima dosinteresses dos ricos.

Esse Brasil só será cons-truído pela união e pela lutado povão. Não adianta acharque quem lucra com nossosuor e nosso sangue fará algo

para melhorar nossa vida.O cimento, a areia, os ti-

jolos e as ferramentas paraa construção desse novo Bra-sil se chamam projeto po-pular. Ele reúne o conjuntodas mudanças que queremospara construirmos o Brasilmelhor para todo mundo:saúde, educação, esporte, la-zer, transporte, moradia, se-gurança etc., feitas a partirda vontade da maioria.

Vaiar autoridades emeventos que reúnem multi-dões não é novidade emnosso país ou em qualqueroutro lugar do planeta. Noentanto, precisamos analisarde onde partiram os xinga-mentos que atingiram a mu-lher, a mãe e avó DilmaRousseff que, por decisão damaioria, é atualmente a Pre-sidenta da República.

O coro do “Ei Dilma, vátomar no c...” foi promovidopela elite branca endinhei-rada que passa férias em Mia-mi e na Disney. Rica, masdesprovida de educação, ci-vilidade e, mais ainda, de va-lores democráticos.

Os candidatos Aécio Neves(PSDB) e Eduardo Campos(PSB), que sonham em ele-ger-se para o cargo ocupadohoje por Dilma, trataram detirar proveito político e elei-toral do ato vergonhoso.

A mídia noticiou que oxingamento começou naárea vip do estádio e, preci-samente, com uma colunistasocial do jornal O Estado deS. Paulo, presente no cama-rote do Banco Itaú. Empresasde dois setores que defen-dem as bandeiras conserva-doras e neoliberais da polí-tica brasileira: a mídia e osistema financeiro.

Ambas são privilegiadís-

simas pelas políticas do Es-tado, inclusive nos governospetistas. Meia dúzia de fa-mílias monopolizam a infor-mação no país e devolvemum jornalismo que mente,omite, desinforma e confun-de a opinião pública. En-quanto isso, os bancos su-peram seus lucros estratos-féricos a cada ano.

Já é hora de confrontar es-ses setores com mudançasprofundas, iniciando comuma assembleia nacionalconstituinte exclusiva, quepromova uma reforma polí-tica para fortalecer a demo-cracia participativa.

A presidenta Dilma precisa

estar ciente que a democraciaexige políticas que promo-vam a democratização da co-municação. Não basta ter ocontrole remoto nas mãos.

É preciso uma reforma

agrária que promova a de-mocratização da terra e ummodelo de agricultura quepriorize a produção de ali-mentos saudáveis, livre deagrotóxicos. Além de umareforma urbana que com-bata a especulação imobi-liária e elimine o vergonhosodéficit habitacional.

Há também a necessidade,urgente, de uma política edu-cacional e cultural de valo-rização dos direitos humanose de combate a todas as for-mas de racismo e homofobia.São essas as mudanças queos ricos não querem, restasaber de que lado os gover-nantes querem estar.

editorial | Brasil

•A lição das vaias à Dilma

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 02 | opinião

Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, MarianeMatos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas –Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

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Redação Rio:[email protected]

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CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania RodriguesREVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo VergaraADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO:Stefano Figalo TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

A construção de outro Brasileditorial | Rio de Janeiro

“A presidenta Dilmaprecisa estar cienteque a democraciaexige políticas quepromovam a democratização dacomunicação__________________

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O apresentador da TV GloboLuciano Huck. Ele convocoubrasileiras para conhecer“gringos” em seu programa.A repercussão foi tão ruimque ele teve que apagar amensagem nas suas redessociais. Ele foi acusado de es-timular o turismo sexual.

A polêmica "mordida" doatacante Luis Suárez no za-gueiro italiano Giorgio Chiel-lini está sendo investigadaem um processo disciplinaraberto pela Fifa contra o jo-gador uruguaio, que podeimpedir a estrela da seleçãoceleste de jogar contra a Co-lômbia pelas oitavas de final

da Copa do Mundo. A estra-tégia da Celeste, segundo oadvogado da Federação Uru-guaia, Alejandro Balbi, serádizer que "não há provascontundentes" da mordida.Além disso, ele pretende en-tregar à Fifa uma carta escritapelo próprio Suárez expli-cando o incidente.

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 geral | 3

mandou

mal”

Seleção brasileirase prepara para enfrentar oChile no sábado(28) às 13h. O jogodas oitavas de final da Copa doMundo acontece no estádioMineirão, em Belo horizonte.

Rafael Ribeiro/CBF

PortaldaCop

a

A contratação direta da Pe-trobras para explorar o óleoexcedente em quatro áreasda chamada cessão onerosa,no pré-sal. A CUT e a Federa-ção Única dos Petroleiros(FUP) afirmaram que deci-são da presidente DilmaRousseff atende à soberaniae aos interesses nacionais

mandou

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Moradores protestamapós morte de criançaA morte de um menino,de 4 anos, motivou mani-festação de moradoresde Costa Barros, zonanorte, nesta quarta-feira(25). A criança foi atin-gida com um tiro na ca-beça durante confrontoentre policiais e trafican-tes, mas não resistiu.

Balanço da Comissão daVerdade do RioA Comissão da Verdade

do Rio realiza, nestasexta-feira (27), às 15h, oFórum de Participação,que terá como pauta obalanço de um ano deatividades da CEV-Rio. Aatividade acontece noAuditório da Caarj, Av.Marechal Câmara, 210,6º andar.

Campanha noPico do SantaMartaOnze pessoas que colo-cam suas vidas em riscoe são criminalizadas pordefender direitos funda-mentais. Essa é a seleçãoda campanha Linha deFrente que será lançadano Rio de Janeiro na pró-xima quinta-feira (26), às17h, no campinho doPico do Santa Marta.

em foco

14 ônibus foram depredados

Jucemir Ferreira

O equATORIANO MANuAL CReSPO VIVeu hORAS De ANGúSTIA ANTeS DO equADOR e FRANçA, no Maracanã,nesta quarta-feira (25). O turista esqueceu a mochila dentro de um ônibus com sete entradas para o jogo. A bolsa com os ingressos foi encontrada e devolvida ao dono.

Não é hora de protesto contraa Copa”, opinou

Luciana Genro, candidataà presidência pelo PSOL

frase da semana

“Suárez: uma mordidainvestigada pela Fifa

Vergonha não é perder um gol ou sofreralgum. Vergonha são coisas como este vídeo,

disse o jogador Mario Balotelli, da seleção da Itália, respondendo a vídeo racista

Fabio Rod

rigues Pozzeb

om/ABr

Divulgação

Divulgação

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CONJUNTURA O jornalista Fernando Morais defente regulação da mídia e critica espionagem dos Estados Unidos

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 4 | entrevista

Fernando Morais é umdos jornalistas mais engaja-dos politicamente no Brasil.Nascido em 1948, na cidademineira de Mariana, fez car-reira em São Paulo atuandonas redações do Jornal daTarde, da Veja, da Folha deS. Paulo e da TV Cultura. Nes-sa entrevista, ele confirmaque não vai mais escreverbiografias. “Dá muito trabal-ho e pouco dinheiro. Assimque terminar o livro que es-tou escrevendo sobre o ex-presidente Lula, penduro aschuteiras”, assegura. Fernan-do fala ainda sobre váriostemas: política, governo Dil-ma, regulação da mídia, mar-co civil da Internet, espi-onagem americana e utopias.

Brasil de Fato – Você achaque Dilma fez um bom oumal governo?Fernando Morais - Fez, sim,um ótimo governo. Tenhoobjeções pontuais com re-lação à descontinuidade depolíticas importantes im-plantadas por Lula, como apolítica externa e a democ-ratização da aplicação dosrecursos de publicidade dasempresas estatais.

Brasil de Fato – A mídiacon servadora é desonesta?Toda generalização é pe -rigosa. Eu diria que muitosveículos da mídia conser-vadora se converteram empartidos políticos. Disfarça-dos, mas partidos políticos.Mas acho que devemos tratarde maneira diferente osveículos de papel daqueles

que são fruto de concessãopública. Não devemos perderde vista que a imprensa co -me r cial está sempre a serviçodos interesses e da ideologiade quem paga as contas nofinal do mês. Seja em Wash-ington, em Havana, no Rio ouem Beijing. No caso dos meioseletrônicos de comunicação,como o rádio e a TV, no en-tanto, é preciso ressaltar quese trata de uma propriedadesocial, uma concessão públicaque não pode, por exemplo,ser colocada a serviço de in-teresses antinacionais.

Brasil de Fato – O que pen-sa sobre a regulação damídia?Sou e sempre fui a favor. Jor-nais, revistas e TVs vêm en-venenando e confundindo aopinião pública ao associarregulação à censura. Regu-lação, como existe em outros países, é impedir proprie -dade cruzada: quem é donode concessão de TV não podeser concessionário de rádionem dono de jornal e revista;é proibir parlamentares e seusparentes de enésimo grau deserem concessionários de rá-dio e TV; é discutir com a

sociedade a renovação dasconcessões de rádio e TV.Nada de censura.

Brasil de Fato – Como vê aregulação da mídia na Ar-gentina?O modelo da Argentina foimuito bem sucedido. Lá aLey de Medios atacou fundoa propriedade cruzada. Oimpério encabeçado pelo jor-nal Clarín foi obrigado a sedesfazer de ativos para con-tinuar sendo concessionáriode meios eletrônicos.Brasil de Fato – A grandeimprensa age como quartopoder?Não. Age como partido políti-co. Meio envergonhada, por -que não tem coragem de as-sumir isso, mas age comopartido político. De direita.

Brasil de Fato – O que podeser feito para incentivar apequena imprensa?Primeiro que ela seja boa,legível e que traga notíciasque são escamoteadas pelagrande imprensa. As medidasimplantadas pelo ministroFranklin Martins, no governoLula, pulverizando as verbasde publicidade estatais entremilhares e milhares de veícu-los – verbas que antes eramdestinadas apenas à mídiaconservadora – foram umatransformação importantena democratização das co-municações.

Brasil de Fato – Como viu aespionagem americana rev-elada recentemente?A bisbilhotice planetária porparte dos Estados Unidos émais velha que a Sé de Braga.No final dos anos 90, quandoo FBI prendeu cinco cubanos

na Flórida, condenando-osa penas enormes (um delespegou duas perpétuas), FidelCastro reagiu: “É assombrosoque os Estados Unidos, o paísque mais espiona no mundo,acusem de espionagem jus-tamente a Cuba, o país maisespionado do mundo. Nãohá chamada telefônica minhapara qualquer dirigentepolítico no exterior que nãoseja captada e gravada porsatélites e sistemas de escutados Estados Unidos”.

Brasil de Fato – Qual seráo papel de Lula nestaseleições?A presença de Lula na cam-panha será importante nãosó porque ele se converteuna mais expressiva liderançapopular do Brasil. O governoDilma é a continuação doseu governo. Tenho acom-panhado o ex-presidente emsuas andanças pelo Brasil epelo mundo, como parte dotrabalho de campo de umlivro que escreverei sobre elee seu governo. Nas eleiçõesmunicipais de 2012 a pre-sença dele em palanques re-

gionais arrebatava multidõese alterava as pesquisas deopinião locais. Ter o apoiode Lula é um handicap (van-tagem) cobiçado por todocandidato de esquerda.

Brasil de Fato – Confereque não vai mais escreverbiografias?Confere. Como dizem os tu-canos, cansei. Dá muito tra-balho e pouco dinheiro – aocontrário do que imaginao Roberto Carlos. Assimque terminar o livro queestou escrevendo sobre oex-presidente Lula, penduroas chuteiras.

Brasil de Fato – Quais sãoseus projetos?Estou desenvolvendo com ocineasta Claudio Kahns umcanal internacional de notí-cias para a internet. Vamosver se dá certo.

Tem alguma utopia?A de sempre: a construçãodo socialismo. (Bafafá)

Ricardo Rabelodo Rio de Janeiro (RJ)

“Grande imprensa age como partido político”

“Jornais, revistas e TVsvêm envenenando e confundindo a opinião pública ao associar regulação à censura______________

Morais: “Imprensa comercial está sempre a serviço de quem paga as contas”

Janete Longo

Leia a entrevista na íntegrano site: www.bafafa.com.br

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Número de consultade primeira AtençãoMédica cresce 35%

A doceira Ângela Lacerda,de 50 anos, estava há quatroanos sem ir a um profissionalda saúde quando o progra-ma Mais Médicos foi insta-lado no seu bairro, o Parqueda Felicidade, em Duque daCaxias. “Antes era um sacri-fício. Até que um dia recebia visita do médico na minhacasa”, conta a doceira. Esti-mativas do Ministério daSaúde apontam que histó-rias como a de Ângela estãosendo contadas por pelo me-nos 800 mil pessoas só noestado do Rio. Segundo oministério, 222 profissionais,sendo 198 estrangeiros,atuam em 23 municípios.

“Meu pai tem um proble-ma grave de saúde, desdeque teve um acidente vas-cular cerebral (AVC). A visita

foi para orientar sobre a me-lhor forma de cuidar dele,mas o doutor acabou con-quistando nossa confiançae a família toda passou aconsultar com ele”, continuaÂngela. Em um exame pre-ventivo de rotina ela desco-briu uma infecção na áreagenital, que poderia ter seconvertido em algo mais gra-ve caso não tivesse sido de-tectada a tempo.

Outra moradora da Bai-xada, Andressa Batista, de20 anos, está grávida de oitomeses e já não precisa maisenfrentar as filas imensasde posto de saúde e hospi-tais públicos para fazer seupré-natal. “A grande dife-rença do atendimento querecebemos aqui é que omédico agora mostra inte-resse por mim e pela minhasaúde. Cansei de ir ao hos-pital público e médico nemolhar na minha cara. Aqui

o doutor conversa, ouve eorienta a gente”, afirma afutura mamãe.

Já a dona de casa Rita deCássia Azevedo, de 53 anos,conta que sua vida mudouradicalmente com a chegadado programa Mais Médicos.Ela está acamada há 21 anos,devido um acidente domés-tico. “Caí na cozinha e que-brei o fêmur. Nunca mais

pude andar, as várias cirur-gias nunca resolveram meuproblema. Minhas visitas aomédico eram sempre muitodolorosas, pois era levadade ambulância. Em uma des-sas vezes quebraram meupé durante a viagem. Masagora o doutor vem na mi-nha casa”, destaca a dona decasa, que também está compedra nos rins.

“O grande problema quevemos é que essas pessoasficaram muito tempo semassistência médica, quandoestavam doentes não eramtratadas, isso faz com quetenham acúmulos de pro-blemas de saúde”, ressalta omédico brasileiro João Mar-celo Goulart, neto do ex-pre-sidente brasileiro João Gou-lart (1961-1964).

SAÚDE Baixada Fluminense é a região que recebeu o maior número de médicos até agora

DOENÇAS Acompanhamento evita que casossimples se tornem complexos

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 cidades | 5

Desde que foi lançadoem julho de 2013, o númerogeral de consultas realiza-das cresceu quase 35%, deacordo com o Mistério daSaúde. “Problemas estru-turais existem, mas 90% dasconsultas que realizei pu-deram ser resolvidas noconsultório e evitamos quese tornassem problemas maiscomplexos”, explica o médico

João Marcelo Goulart.Ele conta que a decisão

de estudar medicina emCuba foi inspirada no avô.“A identificação dele coma classe trabalhadora in-fluenciou muito minhaescolha por uma forma-ção médica humanizada”,destaca Goulart. Sobre ascríticas ele é contunden-te: “quem critica a medi-cina cubana é porque nãoconhece. Meus pacientesestão contentes, para

mim é o suficiente”.Quem não para de tra-

balhar desde que chegou éa médica cubana YiselisMartinez. “Estou muito felizde fazer parte dessa missãoe ajudar as pessoas pobresdo Brasil. As críticas vêmde uma pequena parte, quenão representa a sociedade.Os pacientes que atendopensam diferente, sei dissoporque sempre recebomensagens de agradeci-mento”. (FR)

Mais Médicos e mais qualidade de vidapara comunidades pobres

•do Rio de Janeiro (RJ)

Pablo Vergara

Vida da dona de casa Rita de Cássia Azevedo mudou radicalmente com a chegada do programa Mais Médicos

João Marcelo Goulart: “Meus pacientes estão contetes, é o suficiente”

Pablo Vergara

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A Assembleia Legislativado Rio de Janeiro (Alerj) apro-vou na tarde desta quarta-feira (25) o reajuste de 9%para professores da rede es-tadual e a retirada de proces-sos administrativos contra gre-vistas. A proposta de aumento,que depende agora da apro-vação do governador Luiz Fer-nando Pezão (PMDB), é demenos da metade dos 20%reivindicados pela categoria.Os profissionais da educaçãodecidirão em assembleia, nes-ta sexta-feira (27) os rumosda paralisação.

Na rede municipal do Rio,no entanto, os processos ad-

ministrativos contra profes-sores em estágio probatório(período de prova pela qualdevem passar os recém-con-

tratados) ainda não foramretirados. Dezenas de ser-vidores grevistas foram con-siderados inaptos segundo

publicação no Diá-rio Oficial do Mu-nicípio.

Situação vividapor Fabiana de Pau-la, que ensina emuma escola munici-pal no bairro de San-ta Cruz, zona Oestedo Rio. Grávida de 4meses, ela questionaa punição. “Quandoeu vi meu nome nalista dos reprovadosno estágio probató-rio, minha reação foide susto. Me preo-cupei, pois comovou perder meu em-

prego grávida? Mas ao mes-mo tempo comecei a ver ocenário e vi que se tratavade uma perseguição políti-

ca”, denunciou Fabiana.Segundo Roberto Simões,

diretor do Sindicato Estadualdos Profissionais de Educa-ção (SEPE-RJ), a entidadeestá buscando meios legaispara reverter a situação eacompanhando os casos deprofissionais que estão re-cebendo esse tipo de pro-cesso. A paralisação ocorrede maneira unificada nas re-des municipal e estadual doRio e teve início há um mêse meio. “É uma greve quevem incomodando os go-vernos desde o dia 12 demaio. O sindicato se colocacontra esse tipo de perse-guição. Vamos nos defenderde eventuais demissões ede cortes nos pontos”, de-clarou o sindicalista.

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 6 | cidades

•André Vieira

do Rio de Janeiro (RJ)

Alerj retira processos contra professoresda rede estadualEDUCAÇÃO Deputados aprovaram também aumento de 9% para os profissionais, enquanto categoria exige 20%

Cerca de 500 moradoresde favelas e ativistas de ou-tros movimentos sociaismarcharam na tarde da úl-tima segunda-feira (21) pelaAvenida Atlântica, em Co-pacabana, zona sul do Rio.O ato “A festa nos estádiosnão vale as lágrimas nas fa-velas” teve como objetivodenunciar as remoções for-çadas de comunidades porconta dos megaeventos,como a Copa do Mundo, erepudiar a violência policialno Rio de Janeiro.

A atividade, que teve iníciono morro Chapéu Mangueirae seguiu até o morro do Can-tagalo, lembrou um ano da

violenta ação militar na Fa-vela da Maré e denunciouos assassinatos nas comu-nidades cariocas. “Juntocom a questão de um anoda chacina da Maré, a gentevincula a ideia de que osmegaeventos serviram mui-to mais para incentivar aespeculação imobiliária, prapromover remoções. De-nunciamos também os as-sassinatos que a polícia co-meteu antes dos megaeven-tos e que continuam come-tendo dia a dia”, revelou Elai-ne Freitas, da Rede de Co-munidades e Movimentoscontra a Violência.

A manifestação reuniutambém parentes de vítimasda ação policial. Deize Car-valho, moradora do Canta-

galo, participou daatividade e lembroua importância de es-tar nas ruas. “Nós mo-radores de favelas nãoaguentamos maisessa violência no in-terior de nossas co-munidades. A unifi-cação das favelas hojeé importante paramostrar para a socie-dade que as favelasvão se unir contraesse extermínio”, de-clarou. Ela teve seufilho assassinado noano de 2008.

O próximo ato estámarcado para o dia13 de julho, próximo ao es-tádio do Maracanã, mesmodia da final da Copa do

Mundo da Fifa. A atividadelembrará a morte do aju-dante de pedreiro Amarildo

de Souza, vítima da ação po-licial na Favela da Rocinhaem 2013. (AV)

do Rio de Janeiro (RJ)

Ato denuncia assassinatos em favelas do RioCOPA Manifestação aproveita visibilidade do evento para denunciar violações aos direitos humanos

Grávida, Fabiana foi reprovada no estágio probatório após participar de greve

Pablo Vergara

Manifestação denunciou remoções forçadas e repudiou violência policial no Rio

Pablo Vergara

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As maiores empresas for-necedoras de energia elétricado Brasil estão pedindo au-mento significativo na contade luz dos brasileiros. Umlevantamento do Movimen-to dos Atingidos por Barra-gem (MAB), que acompanhao setor elétrico, revela que,das 65 distribuidoras deenergia que operam no país,22 já tiveram autorização dogoverno federal para aumen-tar o preço da conta em va-lores muito acima da infla-ção. Os reajustes variam de9,8% a 38,5%.

As principais responsáveispelo aumento são as empre-sas estatais de Minas Gerais,São Paulo e Paraná, as mes-mas que se recusaram, nofim de 2012, a renovar oscontratos de concessão como governo federal para ba-ratear a conta de luz. A re-cusa impediu que a presi-denta Dilma Rousseff cum-prisse a promessa de baixara conta residencial em cercade 18%. “Com os novos au-mentos desse ano, as contasvoltam a ter o mesmo valorde antes do anúncio do des-conto”, explica Gilberto Cer-vinski, da coordenação na-cional do MAB.

Essa semana, a AgênciaNacional de Energia Elétrica(Aneel) autorizou o reajustede 33,5% nas contas de luzda Companhia Paranaensede Energia (Copel). Trata-sede um dos maiores aumentosjá concedidos esse ano e elevai impactar sobre os maisde 4,2 milhões de consumi-dores da empresa no estado.A medida causou resultadopolítico imediato. Pelo twitter,o governador Beto Richa

(PSDB) se disse “surpreso”com o aumento e que pediriaa suspensão da aplicaçãodo reajuste. Porém, segundoGilberto Cervinski, do MAB,foi a própria empresa Copel,comandada pelo governodo Paraná, quem pediu oaumento à Aneel.

Em abril, outro estado go-vernado pelo PSDB pediuaumento na conta de luz. ACemig, de Minas Gerais, so-licitou reajuste de mais de29%, mas a Aneel só permitiuaumento de 15,78%. Na pró-

xima semana, a Eletropaulo,distribuidora que atende 6,7milhões de domicílios noestado de São Paulo, inclu-sive a capital, também de-verá ter o pedido de aumen-to aprovado pelo governofederal. A empresa solicitareajuste de 17% na tarifa e amudança deve entrar em vi-gor a partir de 4 de julho.

Gilberto Cervinski, doMAB, explica que os aumen-tos “tão elevados” se devema um processo de especula-ção tarifária provocada, prin-

cipalmente, pelas empresasgeradoras de energia de Mi-nas Gerais, São Paulo e Pa-raná. “Em 2012, a Copel, aCemig e a Cesp não aceita-ram renovar seus contratosde concessão e, ao mesmotempo, não aceitaram vendersua energia nos leilões rea-lizados pelo governo”. A re-novação das concessões, pro-posta pelo governo federal,garantiu a redução de R$ 100para R$ 33 o megawatt/hora.

Entretanto, com a negativadas três empresas, que juntas

produzem 10% da energiaelétrica do país, a reduçãodas tarifas ficou comprome-tida. Além disso, com o fimdos contratos de venda daenergia via leilão público,essas mesmas empresas fi-caram livres para vender aenergia no chamado Mer-cado de Curto Prazo, a umcusto muito alto. Estima-seque o valor da energia elé-trica vendida pela Cemig,esse ano, tenha alcançado,em alguns casos, cerca deR$ 822 megawatt/hora.

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 brasil | 7

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

empresas administradas pelo PSDBpuxam aumento da conta de luzENERGIA ELÉTRICA Na “guerra” da política, quem paga a conta é o povo

A energia mais cara do mundoO Brasil possui 80% da sua geração de energia elétrica

por meio das usinas hidrelétricas, considerada a formamais barata. Porém, essa realidade não se reflete nascontas de luz, que deixa o país entre os que cobram atarifa mais cara do mundo. Para se ter uma ideia, ageração de energia por meio de usinas hidrelétricascusta cerca de R$ 70 o megawatt/hora, enquanto asoutras formas de geração, como as termelétricas, chegama custar mais de R$ 120 o mesmo megawatt/hora. (PRV)

Mesmo com farta produção de energia no país, realidade não se reflete no preço das contas de luz que a população paga todo mês

Especulação tarifária explica aumentos elevados da tarifa de energia

Tandy Firmino

ElectroBras

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Nesta terça-feira (24), apro-ximadamente 300 pessoasprotestaram em Curitiba (PR)contra o reajuste de 33,5%nas tarifas de energia elétricapara 4,1 milhões de consu-midores, distribuídos em 395municípios paranaenses.

“Esse aumento é umamedida política, que temcomo responsável o gover-no estadual do PSDB quecontrola a COPEL. Nãoaceitamos pagar uma dastarifas de energia mais carasdo mundo”, afirmou RobsonFormica, coordenador doMAB (Movimentos dosAtingidos por Barragens).

LucroA Copel registrou lucro lí-

quido de R$ 1,072 bilhão em2013, um valor 53% maiorque os R$ 700,68 milhõesem 2012. Mesmo diante detanto lucro, a empresa rece-berá 33,5% de aumento nascontas de luz.

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 8 | brasil

Com horário alternativo na Copa, Voz do Brasil correrisco de extinção•Uma Medida Provisória(MP) permite que, duran-te o Mundial da Fifa, AVoz do Brasil seja trans-mitida entre as 19h e 22h.Na avaliação de comuni-cadores, a flexibilizaçãodo horário abre espaçopara as tentativas de ex-

tinção do informativo.Para o jornalista Beto

Almeida, a flexibilizaçãoatende a interesses econô-micos dos empresários dosetor. “Eles querem é umahora a mais de baixaria e decomércio no rádio brasi-leiro.” (Radioagência BdF)

Campanha busca sensibilizar população à doação de sangue•Com o tema "Seja paraquem for, seja doador", o Mi-nistério da Saúde lançou anova campanha de incentivoà doação de sangue. Atual-mente, são coletadas no país,cerca de 3,6 milhões de bol-

sas por ano. Para ser um doa-dor de sangue é necessárioestar bem de saúde, ter entre18 e 69 anos e pesar acimade 50 quilos. Não se esqueçade levar um documento comfoto. (Radioagência BdF)

O conhecimento indíge-na transmitido de geraçãoem geração é o tema de umapublicação recém-lançada.A cartilha “Folhas e Raízes– Resgatando a medicinatradicional Tupi-Guarani” éresultado de um trabalhocoletivo de professores, alu-nos e índios da aldeia Pia-çaguera, de Peruíbe, no li-toral sul de São Paulo.

No livro, os Tupis-Guara-nis compartilham o conhe-cimento do que chamam de“medicina do mato”, em re-ferência ao aprendizado ad-quirido no contato com anatureza. A publicação, pro-duzida com apoio da equipeda Comissão Pró-Índio deSão Paulo, traz uma pequenaamostra do vasto saber in-dígena com dicas de comoutilizar ervas, folhas e raízesencontradas na natureza.

Para o assessor de proje-tos da Comissão Pró-Índiode São Paulo, Otávio Pen-teado, a cartilha serve comouma forma de divulgar ossaberes indígenas tantopara os mais jovens das al-

deias como para a popula-ção em geral.

“Então esse livrinho temesse papel também de con -seguir divulgar melhor es -se trabalho que eles estãofa zendo e instigar mais pes -soas a procurar as pessoasmais velhas para saber maise mais sobre essas plantas,como é o uso delas e mesmoacessar melhor esse conhe-cimento”, afirma o assessor.

Penteado também ressal-ta que o resgate do conhe-

cimento indígena sobreplantas medicinais contri-bui para uma outra relaçãocom o cuidado da saúde,menos dependente de me-dicamentos.

“É uma tentativa deles deficar menos dependente donosso sistema de saúde deatendimento da cidade, doatendimento dos brancos”.A cartilha pode ser baixadapela internet no site da Co-missão Pró-Índio de SãoPaulo. (Radioagência BdF)

O Supremo TribunalFederal (STF) negou nestaquarta-feira (25) o pedidodo ex-deputado JoseGenoino para voltar acumprir pena em casaenquanto estiver com asaúde debilitada. Amaioria do colegiadoseguiu o voto do ministroLuís Roberto Barroso,relator das execuçõespenais dos condenados na Ação Penal 470, oprocesso do mensalão.

Cartilha resgata a medicinatradicional Tupi-Guarani

Carlos Penteado

José Cruz/ABr

RePReSeNTANTeS DO MOVIMeNTO DOS SeM-TeTO protestaram, na terça-feira (24), em frente à Câmara de Vereadores deSão Paulo, pedindo urgência na votação do Plano Diretor da cidade. Com cornetas, gritos e batucada, os sem-teto reivindica-vam que os vereadores defissem uma data para a votação do Plano Diretor.

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Cartilha dá dicas de como utilizar ervas, folhas e raízes

Protesto reuniu militantes do MAB

Marcelo Camargo/Abr

MAB protesta em Curitibacontra aumento da luz

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Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 mundo | 9

Com depoimentos em ví-deo de 72 sobreviventes doHolocausto, foi inauguradonesta semana o arquivo di-gital "Sprechen trotz allem"("Falar apesar de tudo"). Oobjetivo é evitar o esque-cimento do genocídio na-zista, que custou a vida deseis milhões de judeus.

"Eu era criança. Ficougravado na memória tudo

o que vi em Auschwitz eoutros campos. Vivi, escuteie experimentei e, após aguerra, soube que tinha quecontar e dar um sentido aminha vida, em nome da-queles que não tinham so-brevivido", ressaltou YehudaBacon, de 85 anos, na apre-sentação do projeto em Ber-lim. Site: http://www. stiftung-denkmal.de/ (Opera Mundi)

RIOS DA BACIA DO PRATA TRANSBORDAM e DeIxAM 200 MIL DeSABRIGADOS NA ARGeNTINA e NO PARAGuAI. Situaçãoé mais grave no Paraguai, onde a capacidade de socorro é menor do que a necessidade dos atingidos pelas cheias. A pre-visão é de que as chuvas continuem nos próximos dias, o que coloca a situação como “crítica”, segundo as autoridades.

Após os protestos anti-Copa e as greves ao redordo país, um correspondenteda Al Jazeera no Brasil es-creveu no dia 1 de junhoque “nada iria mudar radi-calmente nos próximos 12dias”. O prenúncio do desas-tre continuou sendo susten-tado pela imprensa interna-cional, que manteve o tomapocalíptico até a aberturada Copa do Mundo. Mas otratamento mudou.

Mas como esse pessimis-mo deu lugar à euforia?Chamemos isso de “milagrebrasileiro”, define o Le Mon-de. Nele, o jornal francês re-força que a catástrofe anun-ciada não aconteceu. Apesarde problemas logísticos edo atraso, o Brasil “organizaum Mundial à sua maneira:desordenado e simpático,

despreocupado e receptivo”,define.

A análise do jornal francêssegue a mesma linha de umareportagem publicada peloNew York Times, intitulada“As previsões do juízo finaldão lugar a soluços menoresno Brasil”. A matéria do jornaldos Estados Unidos reco-nhece que o funcionamentodos estádios e do transportepúblico merece uma avalia-ção positiva.

A revista e Economistelogia os aeroportos brasilei -ros: apenas 6,5% dos vôosatrasaram no primeiro fimde semana de competição,bem abaixo dos 15% consi-derados aceitáveis pelos pa-drões internacionais, ressaltao veículo inglês. (PatríciaDichtchekenian, do OperaMundi)

Após prever fracasso, imprensa internacionalmuda tom sobre Copa

Jornais estrangeiros reconhecem pontos positivos da Copa

Rafael Ribeiro/CBF.j

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Cristina Kirchner quersuspender sentença sobredívidas

O governo da Argen-tina anunciou na se-gunda-feira (23) que pe-dirá à justiça dos EUA asuspensão da medidaque obriga o país a pagaros fundos especulativos(chamados de fundosabutre) para poder cum-prir seus compromissoscom os outros credoresde dívida.

Jornalistas daAl-Jazeera sãocondenados aprisão

Um tribunal egípciocondenou na segunda-feira (23) três jornalistasdo canal Al-Jazeera eminglês , por suposta-mente divulgar notíciasfalsas sobre o Egito e co-laborar com a IrmandadeMuçulmana. As penasserão de 7 a 10 anos.

EM FOCO

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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Projeto em Berlim dá voz às memórias do holocausto

Projeto quer contar história de sobreviventes do genocídio nazista

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ARGENTINA

EGITO

Cristina quer evitar calote

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Page 10: Brasil de Fato RJ - 056

• exposição“Beth Carvalho, a madrinha do samba”

O que? A exposição trazum acervo de fotos raras,que marcam o encontrode Beth com composito-res como Nelson Cava-quinho e Zeca Pagodinho.Quando? Segunda a sex-ta-feira, das 13h às 22h,sábado e domingo, das 10hàs 22h. Até 03/08Onde? No Imperator, Cen-tro Cultural João Noguei-ra, Rua Dias da Cruz, 170,MéierQuanto? Grátis

• MúsicaCátia de França

O que? Show da cantora ecompositora paraibana Ca-tia de França. Quando? Quinta-feira (27),às 19h.Onde? Teatro Municipal deNiterói (Rua XV de Novem-bro 35, Centro)Quanto? R$ 40 (leitor doBrasil de Fato que levar ojornal paga meia)

Roda de Choro noBandolim de OuroO que? Na roda de choroda loja de instrumentos

Bandolim de Ouro, no Cen-tro do Rio, os músicos vãochegando e tocando clássi-cos de Pixinguinha, WaldirAzevedo, Ernesto Nazareth,entre outros. A loja recen-temente mudou de local,do nº 52 para o nº 120. HO-RÁRIOQuando? Todos os sábados,das 9h as 12hOnde? Av. Marechal Floria-no, 120, CentroQuanto? Grátis

Tânia MalheirosO que? Cantora canta re-pertório que vai de Donga,passando por Nelson Sar-gento, Paulo Cesar Pinheiroe Wilson das Neves, entreoutros mestres.Quando? Sexta-feira (28),às 21hOnde? No Severyna, RuaIpiranga 54, LaranjeirasQuanto? R$ 20

Batuque no Coreto na Praça São SalvadorO que? Batuque no Coretoé um samba honestíssimo,no qual sempre cabe maisum instrumento. Teve pro-blemas com a Prefeitura, masacabou liberado para fazersua roda aos sábados na sim-pática Praça São Salvador. Quando? Todo sábado, das18h às 22h. Atenção: terminarigorosamente às 22h.Quanto? GrátisOnde? Praça São Salvador,Laranjeiras

Chorinho da General GlicérioO que? O grupo Pixin-Bo-dega surgiu no final de 2010,quando jovens e experientesinstrumentistas decidiramhomenagear o mestre Pi-xinguinha. Além do com-positor são interpretadasobras de Jacob do Bandolim,Altamiro Carrilho, WaldirAzevedo e K-Ximbinho. Quando? Todos os sábado,das 12h30 às 14h30Onde? Praça Jardim Laran-

jeiras, na Rua General Gli-cério, LaranjeirasQuanto? Grátis

• FestaBailão do CasteloO que? O Bailão do Castelotoca amplo repertório sobo comando dos DJs Magoo,Sapucaia e Doni. Quando? Sábado (29), das18h a 1h.Quanto? R$ 20Onde? Ladeira dos Tabaja-ras, 681, Copacabana

Arraiá do Prata Preta

O que? O Arraiá do PrataPreta recebe o grupo Forróde Rabeca com DanielSouto e a quadrilha “CantaCoruja” da paróquia Sagra-da Família. Comidas típicasno local e muita brincadeirapara a criançada. Pede-separa o público comparecera caráter. Onde? Praça da Harmonia,na SaúdeQuando? Sábado (29), das18h às 00h.Quanto? Grátis

Samba do trabalhador no Renascença

O que? O compositor Moa-cyr Luz apresenta a roda“Samba do Trabalhador”no Clube Renascença. Orepertório é recheado depérolas do samba.Quando? Toda segunda,das 15h às 20hOnde? Rua Barão de SãoFrancisco, 54, AndaraíQuanto? R$ 20

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 10 | cultura

Separar é um processo.É isso que nos mostra ahistória de Cadu e Clara,o casal aparentementemais feliz de “Em Família”.O casamento dos dois, de-pois de um longo períodode desgaste, de situaçõesna corda bamba, de apro-ximações e distanciamen-tos, chegou ao fim.

Demora-se para sepa-rar. Ainda mais quandonão se tem um motivoevidente, como uma trai-ção ou um traço inacei-tável do outro, um bar-raco ou a revelação deum segredo bombástico.Demora-se para separar,

ainda mais quando setem um filho, um negóciofamiliar, quando se é com-panheiro e se vive bemcom o outro. Viver bemcom o outro não bastapara sustentar um casa-mento. É caso de Cadu eClara e de muitos casaisou ex-casais por aí.

A história dos dois épeculiar. Cadu, bom ma-rido, pai exemplar, umcompanheirão da ex-es-posa, andava perdido em

altos e baixos profissio-nais. Qualquer instabili-dade desequilibra a re-lação e a admiração pelooutro vai embora. Clara,apesar de amá-lo, se can-sou da “mocidade” em-preendedora do ex-ma-rido e aí, quando o outrocomeça a fatigar, o desejose desloca e vai minandopouco a pouco. De re-pente, aparece na vidade Clara uma mulher, eque mulher!, que a en-canta e lhe abre possibi-lidade de viver um outroe novo amor. Ninguémestá livre disso, aindamais quando, em casa,as noites não andam se-quer mornas. Marina éo limite final com o queClara e Cadu se deparam,mas, como já disse, de-mora-se para separar.

Clara e Cadu devemseguir com as suas vidas.Serão mais que amigos,e não há razão para serdiferente. Ivan os une parasempre. Eles terão de sehaver com a curiosidadedo filho em entender anova e outra relação damãe. A história de Clarae Marina promete, e aindafalaremos dela. Acho queIvan vai construir bem anovidade. Como tambémo fará, se Cadu finalmentese entregar a Verônica ouDra. Sílvia.

E que tarde, mas nãofalhe o fim de uma rela-ção, quando se descobrirque ela foi eterna en-quanto durou.

NOVELA | [email protected] CULTURAL

“De repente, aparece na vida de Clara uma mulher, e que mulher!, que a encanta e lhe abrepossibilidade deviver um outro enovo amor______________

Joaquim Velade Belo Horizonte (MG)

...enquanto durou. e quevenham novas relações!

A paixão de Clara e Marina

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Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 cultura | 11

Autor de sucessos como“Endereço dos Bailes” e“Rap das Armas” ao lado deseu irmão Júnior, MC Leo-nardo se tornou uma dasgrandes vozes defensoras dofunk enquanto cultura a serrespeitada.

Brasil de Fato - Para co-meçar, gostaria que vocêfalasse um pouco da suaformação.MC Leonardo - Eu nascisem a cabeça do fêmur, fiz16 cirurgias no quadril, oque me dificultou ter estudoformalizado. Tenho só o pri-mário. Fui salvo pelos livros.Lia tudo que me vinha à mão.O primeiro eu nem sabia queera um clássico, era “Os Ser-tões”, em 1986, eu tinha deonze para doze anos quandocomecei. Foi um pacienteque esqueceu no hospital eeu fiquei com ele, esperandoque ele fosse buscar.

Brasil de Fato - E a músicacomo entrou na sua vida?Meu interesse surgiu da li-gação do meu pai. Ele tocavatriângulo e cantava, gravoudois discos com o Jackson[do Pandeiro]. Minha infân-cia foi baião, xaxado, coco.Eu tinha minha cultura, masvivendo outra realidade.Mas em 86 surge a coletânea“Só Pagode”, endossado pelaBeth Carvalho. Eles come-çaram a cantar aquilo queeu estava vivendo: a chuva,o barracão, telha de zinco.Foi amor à primeira vista.Em 89, minha irmã comprouum disco chamado “SuperQuente”. Tinha uma música

com uma batida que euachei muito legal. Depoisveio o “Funk Brasil n. 1”. Eunão ia para o baile, masdisse: “a primeira oportuni-dade que surgir eu vou”.

Brasil de Fato - Como foiseu primeiro baile?No final de 92, eu entrei nobaile pela primeira vez e meinscrevi em um concurso. Eununca fui de puxar bonde,de dançar passinho. Partici-pei de dez concursos e fuicampeão de nove. Meu ir-mão e eu conhecemos, atra-vés do funk, outros bairros:o Borel, Canta Galo, PavãoPavãozinho. O que está no“Endereço dos Bailes”. De-pois fizemos o “Rap do ABC”só com nomes das favelas.Fizemos então o “Rap dasArmas” que foi sucesso nomundo todo depois do[filme] Tropa de Elite.

Brasil de Fato - De ondeacha que vem essa sensibi-lidade social?Foi a garra dos meus paisnos anos 70. Do mutirão, aorganização da qual eles fi-zeram parte e que impediua Rocinha de ser removida.Eu nasci na Rocinha combarraco de madeira. Euconvivi com a participaçãoda Igreja, colégio e associa-ção de moradores nessaluta. Vivi nessa fase, de aju-dar construir casas, se livrardas enchentes.

Brasil de Fato - E o que mu-dou desde então?Existe uma facilidade maior,mais linha de crédito, maisopções de consumo. Existiauma quantidade muito infe-rior de produtos. Biscoito re-cheado, danone, só tinha

um. Mas a gente não podeassociar desenvolvimentoapenas ao consumo. Os ser-viços públicos pioraram. A

ambulância me pegava emcasa para tirar ponto no hos-pital. Eu tinha seis refeiçõesmesmo. Havia assistente so-cial, que me tratava comogente. Essa figura sumiu,não sei por onde anda.

Brasil de Fato - Depois devinte anos, como você de-finiria o funk?Nós fomos criados no meiodo improviso. Nossa água,nossa luz, nosso esgoto fo-ram improvisados. Esse im-proviso se reflete na música.O funk tem uma influênciade batida norte-americana,mas o restante é tudo nosso.O frevo tá ali. Molequedança frevo, mas chama depassinho. Em cima de tam-bor de macumba. A cirandade roda tá ali, na formacomo a gente canta [canta-rola “eu só quer é ser feliz”].É uma cultura nacionalizadamesmo, todas as culturas doBrasil se entranham no funk.

Brasil de Fato - Você fa-lou em perseguição, foidisso que surgiu a ideiada Apafunk?Eu vi o surgimento do Bondedo Tigrão e do Naldinho. Fui

atrás dessa galera para verse os contratos dos artistasestavam melhorando. Des-cobri que eles tinham assi-nado piores do que eu em95. Então a luta começa pelaquestão do direito autoral.Fui pesquisando, vi que ofunk não era reconhecidocomo cultura pelo Estado. Aluta nunca foi pra todo mun -do gostar de funk. Eu exijorespeito, como qualquer ou-tra cultura.

Brasil de Fato - E as UPPsnesse cenário?Os bailes não voltaram, pelocontrário. Sou totalmentecontra essa política. Tá colo-cando jovem para matar jo-vem. Os policias são mole-ques de vinte e poucos anos.O efeito disso é a atrocidade.O estado brasileiro precisalegalizar todo e qualquertipo de substância química.Só assim, não existe outramaneira de acabar com otráfico. O estado diz quequer acabar com as armassem acabar com o tráfico,isso é uma besteira. Morresempre inocente. Não con-sigo entender isso.

“Todas as culturas do Brasil se entranham no funk”FUNK MC LeONARDO fala sobre carreira e a situação social das favelas

Rafael Tatemotode São Paulo (SP)

“Eu nasci na Rocinha com barraco de madeira.Eu convivi com aparticipação daIgreja, colégio e associação de moradores nessa luta.______________

“Nós fomos criados no meio do improviso. Nossa água, nossaluz, nosso esgotoforam improvisados.Esse improviso se reflete na música______________MC Leonardo: “A luta nunca foi pra todo mundo gostar de funk”

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MC Leonardo, da Apafunk

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Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 12 | opinião

Quando nasci, era preto.Quando cresci, era preto.Quando pego sol, fico preto.Quando sinto frio, continuo preto.Quando estou assustado, também fico preto.Quando estou doente, preto.E, quando eu morrer continuarei preto !

E tu, cara branco.Quando nasce, é rosa.

Quando cresce, é branco.Quando pega sol, fica vermelho.Quando sente frio, fica roxo.Quando se assusta, fica amarelo.Quando está doente, fica verde.Quando morrer, ficará cinzento.

E vem me chamar de homem de cor ?

* Escrito por uma criança angolana

Síndrome de cor

Problemas constantescom o transporte públicoatrapalham a vida de pes-soas que utilizam trens,metrô, ônibus ou barcas noRio de Janeiro. Em buscade melhorias, a Associaçãode Defesa do Usuário deTransporte no Estado doRio de Janeiro (ADUT-RJ)recebe denúncias e as en-caminha aos órgãos de fis-calização competentes.

A associação surgiu pe -la demanda dos problemasde transporte público. Co -mo um coletivo a associa-ção consegue fazer com

que as denúncias cheguemaos órgãos competentescomo a Agência Regulado-ra de Serviços PúblicosConcedidos de TransportesAquaviários, Ferroviários eMetroviários e de Rodovias

do Estado do Rio de Janeiro(Agetransp), por exemplo.Muitas vezes as autoridadesnão tem conhecimento doscasos. Através das denún-cias e protestos ficam sa-bendo e a solução podesurgir. Por isso, quanto maisreclamações, melhor.

Os usuários podem fazersuas reclamações atravésdo site da instituição(www.adut-rj.com.br) oudo Facebook (www.face-book.com/adutrj). Caso te-nha fotos ou vídeos,

uma denuncia poderáser enviada ao órgão de fis-calização específico. Rei-vindique, participe!

Marcelo Santosé presidente da

Associação de Defesado Usuário de Transporte

no Estado do Rio de Janeito (ADUT-RJ)

Marcelo SantosPedro Nathan

Por um transportepúblico de qualidade

“Através das denúncias e protestos ficam sabendo e a soluçãopode surgir. Porisso, quanto maisreclamações, melhor________________

“Problemas constantes com otransporte públicoatrapalham a vidade pessoas que utilizam trens,metrô, ônibus oubarcas no Rio deJaneiro______________

Sind

apBahia

Pablo Vergara

Page 13: Brasil de Fato RJ - 056

O tradicional bolo for-migueiro ganha uma ver-são de cupcakes, aquelesbolinhos metidos a besta,

mas que são uma delícia.Aprenda abaixo como pre-parar doze cupcakes for-migueiro.

Para a massa, na batedeira,bata na velocidade médiao açúcar e uma xícara(chá) de manteiga até con-seguir um creme. Junte osovos, um a um, e tambéma baunilha. Desligue a ba-tedeira e acrescente, demaneira alternada, a fari-nha e o creme de leite. Porúltimo, junte o chocolate

granulado e o fermento.Coloque a massa nas for-minhas e leve ao fornomédio por uns 20 minutos.Deixe esfriar antes de co-locar a cobertura. Para acobertura de brigadeiro,misture tudo e leve aofogo. Espere esfriar com-pletamente e use para co-brir os bolinhos.

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 variedades | 13

O trabalho informal ainda é uma realidade presenteno Brasil. Muitos empregadores se recusam em con-tratar seus funcionários pela CLT (Consolidação dasLeis do Trabalho), não registrando o contrato nacarteira de trabalho e deixando o trabalhador sem di-reitos na demissão (como o FGTS, o INSS, o avisoprévio e o seguro desemprego).

Estes empregadores costumam dizer que seus fun-cionários são “autônomos”, chegando inclusive a con-tratar somente aqueles que possuem um CNPJ aberto.Porém, por detrás destes contratos pode haver fraudeà legislação trabalhista.

A legislação estabelece cinco requisitos para se ca-racterizar a relação de emprego tutelada pela CLT - oque garante mais direitos e benefícios:

a) trabalho feito por pessoa física – porém, como seviu, a contratação de pessoa jurídica (microempreen-dedor individual) pode esconder um vínculo de emprego,se estiverem presentes os demais requisitos;

b) pessoalidade – o trabalho deve ser executado pelopróprio trabalhador. Caso o empregado falte, não podemandar outra pessoa em seu lugar (permitindo-sesubstituições pontuais);

c) habitualidade – o trabalho não pode ser eventual,em que se trabalha quando quer. Mesmo quem trabalheuma vez por semana, por algum período, é empregadoprotegido pela CLT;

d) onerosidade – quando o trabalho é feito em trocade um salário, diferente do voluntariado;

e) subordinação – o empregado se sujeita às ordensdo patrão ou de seus gerentes, ou seja, não trabalhacomo quer.

Devemos estar atentos a estes requisitos e exigirnossos direitos!

Por Danilo Uler Corregliano, advogado trabalhista e diretor do Sindicato dos Advogados

Cupcake formigueiro(rende 12 bolinhos)

Modo de preparo

NOSSOS DIREITOSBOA E BARATA | Por Elizabeth de Oliveira

Os requisitos da relação de emprego

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

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Ingredientes

- 1 xícara (chá) de açúcar- 1 xícara (chá) + 1 colher(sopa) de manteiga em temperatura ambiente- 4 ovos- 1 colher (sopa) de essência de baunilha- 2 xícaras (chá) de farinhade trigo- 1/2 xícara (chá) de creme de leite- 1/2 xícara (chá) dechocolate granulado- 1 colher (sopa) de fermento em pó

Cobertura:- 1 lata de leite condensado- 1 colher de sopa de manteiga- 3 colheres de sopa de chocolate em pó- ½ lata de creme de leite sem soro

O refluxo é caracterizadopelo retorno do conteúdodo estômago para o esôfagoe outras áreas como a boca.É um evento comum nosprimeiros meses de vida,que na maioria das vezesnão causa sintomas gravese está ligada à regurgitação,também conhecida comogolfada. Essas acontecemduas ou mais vezes por diaem quase metade dascrianças até os dois meses,e em 1% daquelas com cer-ca de um ano. A melhoraestá relacionada ao cres-cimento e desenvolvimentoda criança.

Cabe ao pediatra dife-renciar o refluxo fisioló-

gico — ou seja, aquelesem sintomas — do ca-racterizado como doençado refluxo, que pode pro-vocar complicações. O re-fluxo torna-se doençaquando a frequência, aduração e a quantidadedo material refluído sãoelevadas e associam-se a

alguns sintomas. Entreeles estão recusa alimen-tar, sangramento digesti-vo, dificuldade respirató-ria, episódios de bradi-cardia (redução do ritmocardíaco), anemia, irrita-bilidade excessiva, ganhode peso insatisfatório echoro constante

Por Claudia Neves, da área de Atenção Clínica ao Recém-Nascido do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz)

Refluxo nos bebês: especialista esclarecedúvidas sobre o tema

NOSSA SAÚDE

Reprodução

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Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 14 | variedades

Emoções turbulentas, cuidado ao re-velar os sentimentos, pois pode estarexagerando e colocandomuita importância em coisas banais.Prefira expressá-los na forma escrita,com poesia ou música.

Sua aparência está frágil e delicada,pode estar precisando de apoio emocional dos mais próximos eisso é muito importante para o fortale-cimento e restabelecimento da saúdee do ânimo para seguir em frente.

Seu poder de sedução está em alta, masao mesmo tempo existe a tendência ase iludir quantoàs pessoas que você está atraindo. Cui-dado com parceiros aparentementeperfeitos, isso pode ser uma máscara.

Pode estar rebelde e ser “do contra”muitas vezes, pois tende a se inco-modar com a opinião alheia e situa-ções que fogem do seu controle.Além disso, sua aparência não con-tribui, pois mostra-se muito sério edesconfiado.

Energia mental a mil por hora! Hámuita curiosidade e vontade de criar ese expressar, falando ouescrevendo. Cuidado apenas com a so-brecarga de ideias, que pode leva-lo aostress e dores de cabeça constantes.

Apresenta-se mais ativo e forte quede costume. Use esta energia paramodificar o que está sendo adiado,como renovar a casa, guarda-roupaou local de trabalho. Sua saúde estáótima e se fortalecendo rapidamente.

Facilidade em se relacionar com o sexooposto, podendo firmar bons contatosagora. Ao mesmo tempo, há dificul-dade em lidar com os sentimentos,portanto evite se envolver intimamentepara evitar desgastes emocionais.

Essa semana é bem tranquila e produ-tiva para você, que se mostra otimista,intuitivo e com muita força regenera-tiva. Pessoalmente, tem um brilho espe-cial e pode conquistar muitos objetivos,até os que pareciam impossíveis.

Obstáculos na área profissional. Fiqueatento aos deslizes, preguiça e falta deatenção, pois podem comprometerseu desempenho. O lado pessoal tam-bém precisa de ajustes, observe aenergia que está emanando.

Você tende a desligar-se da realidade.Embora a sua engenhosidade nãotenha limites, suas idéias muitas vezesnão são viáveis ou falta-lhe a disciplinade realizá-las. Exercite a consistência econtrole a teimosia.

Há muita energia física, mas ela podenão ser benéfica o tempo todo, poisestá se irritando com facilidade. Prati-que alguma atividade introspectiva erelaxante, que o ajudará a observar-se eajustar os conflitos internos.

As faculdades espirituais se tornam no-táveis, sobretudo, emocionalmente esob forma de atividades artísticas e mu-sicais. Deveria exprimir suas idéias deum modo acessível, pois, caso não ofaça, se perderia em sonhos irracionais.

HORÓSCOPO

Keka Campos, astróloga • [email protected]

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O goleirocolombiano Faryd

Mondragón se tornouo homem mais velho a dis-

putar uma partida de Copa doMundo em toda a história.

O recorde anterior pertenciaa Roger Milla, de Camarões, quejogou com 42 anos e 39 dias deidade, contra a Rússia, na Copa

de 1994, nos EUA. Mondragónentrou em campo aos 38 minu-tos do segundo tempo do jogoentre a Colômbia e o Japão, ven-cida pelos colombianos por 4 a1 na última terça (24), com 43anos e três dias de idade.

O goleiro foi muito aplau-dido pela torcida, mas a FIFAnão permitiu que seus filhospudessem compartilhar destemomento com ele dentro decampo.

O ex-atacante do Botafo -go protagonizou uma dassituações mais hiláriasdesta Copa. Após o apitofinal que decretou a classi-ficação do Uruguai para asoitavas-de-final da compe-tição, Loco Abreu não seconteve de tanta emoção.

Ao ser chamado pelo nar-rador Dudu Monsanto, daESPN Brasil, que o indagou

sobre a grandiosidadeda seleção uruguaia,Loco soltou overbo: “Oscaras são f...mesmo! P...que pariu!”.

No retornoao narrador,este elogiou o“francês” do ata-cante uruguaio.

Loco Abreu perde a linhaO atual treinador da Ale-

manha, Joachim Low, eraauxiliar de Jurgen Klins-mann em sua seleção naCopa de 2006, herdando ocargo do ex-atacante cam-peão do mundo em 1990.

Agora, Klinsmann di-rige a seleção dos EUA,que enfrenta a Alemanhanesta quinta-feira (26), às13h, na Arena Pernambuco,pela última rodada da pri-

meira fase do grupo G.O jogo vai rolar com o

sol na moleira e o empateclassifica as duas seleções.Cheiro de marmelada?

Segue a indefinição so -bre a disputa de uma vagano time titular entre Pauli-nho e Fernandinho.

Apesar das perguntasdos jornalistas presentesna entrevista coletiva, da -da por Willian e Luiz Gus-tavo, procurando pistassobre a posição de Felipãoa respeito de quem entrano time, ninguém deu ne-nhuma informação.

No entanto, a expecta-tiva é que Fernandinho en -tre no time titular para ojogo contra o Chile, valen -do pelas oitavas-de-finalda Copa.

Os “cumpádis” alemães

Com a vitória sobre aCoreia do Sul, válida pelasegunda rodada do grupoH da Copa, por 4 a 2, a se-leção argelina entrou paraa história como a pri-meira da África a marcarquatro gols em uma par-tida. Os heróis argelinossão Slimani, Halliche, Dja-bou e Brahimi.

Além disto, quebrou uma

escrita de 32 anos sem vi-tórias em Copas. A últimatinha sido em 1982, na Es-panha, contra o Chile,vencida pelos argelinospor 3 a 2.

Agora, a Argélia dependede um empate contra osrussos, nesta quinta- feira(26), na Arena da Baixada,em Curitiba, para avançaràs oitavas-de-final.

Argélia faz história

Se no primeiro tempodo jogo contra Camarõeso meio-campo brasileironada produziu, caindotoda a responsabilidadesobre os ombros de Ney-mar, no segundo, com a

entrada de Fernandinhono lugar de Paulinho, a coi-sa parece ter mudado.

Como Fernandinho, porcaracterística, se projeta me-nos à frente, recebe o passeda defesa e distribui no

meio-campo, facilita o tra-balho da armação de jogadase, consequentemente, os ata-cantes recebem mais bolasem condição de definir.

Agora, tá na mão do téc-nico Felipão.

Bruno Porpetta | do Rio de Janeiro (RJ)

‘Neymardependência’ à prova

COPA DO MUNDO Análise dos momentos mais marcantes na segunda semana da competição que empolgou o país

Copa: O quejá rolou?

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Mondragón bate recorde de Milla

Seleção Brasileira

Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014 esporte | 15

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Argentina e Nigéria se en-frentaram no Beira-Rio, emPorto Alegre, e em menosde cinco minutos dois golsjá haviam sido marcados. Aseleção alvi-celeste abriu oplacar, com Messi aprovei-tando rebote de uma bola natrave, e Musa empatou comum golaço para a Nigéria.

Depois deste início frené-tico, os times se assentaramem campo e o ritmo dimi-nuiu um pouco, apesar deuma leve superioridade ar-gentina, a Nigéria deu poucosespaços. A melhor chanceda seleção argentina no pri-meiro tempo foi de Higuaín,que driblou o excelente go-leiro Enyeama, mas bateu narede pelo lado de fora.

A Argentina só voltou aestar na frente do placar nofinal da primeira etapa, emlinda cobrança de falta deMessi, sem chances para ogoleiro nigeriano.

Na volta para o segundotempo, logo a Nigéria encon-trou o empate, novamente

com Musa, mas a Argentinavoltou a pular na frente emdois minutos, após jogada deescanteio e conclusão de Rojo.

Aos 17 minutos da segun-da etapa, Messi foi substituí-do para ser poupado, visandoas oitavas-de-final, com Al-varez entrando em seu lugar.

A Nigéria tentou pressio-nar, mas foi ineficaz dianteda defesa argentina. Parasorte dos nigerianos, a Bós-nia venceu o Irã por 3 a 1 naFonte Nova e garantiu a clas-sificação da seleção africana,apesar da derrota para osargentinos.

Com dois de Messi, Argentinagarante o 1º lugar no grupo

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Lionel Messi foi escolhido pela FIFA como o melhor jogador em campo

COPA DO MUNDO Em jogo movimentado, Argentina vence a Nigéria e ambos se classificam

FIChA TÉCNICA

3 x 2Argentina Nigéria

Beira-Rio – Porto Alegre – 13h – 25/06 - quarta-feira

Classificaçãoda Copa

16 | esporte Rio de Janeiro, 26 de junho a 2 de julho de 2014

A França enfrentou oEquador em jogo sem gran-des emoções. Enquanto aseleção sul-americana con-tava com a força de sua tor-cida, mas esbarrava nas li-mitações técnicas, os fran-

ceses jogavam com o regu-lamento debaixo do braço,poupando alguns titulares.

Assim, o time francêsnão se expôs muito e oEquador tentou penetrarna defesa azul, criandoalgumas boas chances,mas sem sucesso nas con-clusões.

Com o empate, a Françagarantiu o primeiro lugardo grupo, com sete pontos.O Equador, com quatro, aca-bou eliminado. A Suíça seclassificou em segundo lu-gar, com seis pontos, apósderrotar Honduras por 3 a0, com direito a um golaçode Shaqiri, em Manaus. (BP)

em jogo chocho, França se garante com time misto

do Rio de Janeiro (RJ)

COPA DO MUNDO França e Equador não saem do 0 a 0, no Maracanã

Palacio Piratini