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relatório técnico nº 113.347 1/36 INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO - ITEP Av. Professor Luiz Freire, 700 Cidade Universitária Recife PE CEP: 50.740-540 PABX: 81 3183.4399 Fax: 81 3183.4272 www.itep.br e-mail: [email protected] RELATÓRIO TÉCNICO Nº 113.347-R1 Recife, 14 de fevereiro de 2017 NATUREZA DO TRABALHO: Laudo técnico conclusivo e elaboração de projeto de recuperação e reforço estrutural do prédio que comporta o Museu de Arte Contemporânea de Olinda. CLIENTE: FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTISTICO DE PERNANBUCO REFERÊNCIA: CONTRATO Nº 807/2014, OS 001/2015 1.0 PRELIMINARES O MAC-PE está instalado em um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por ter sido a antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do Município de Olinda. O prédio, datado de 1765, foi projetado para ser o Aljube da Diocese, sendo durante todo o período da Inquisição a única prisão eclesiástica que se tem notícia na história do Brasil.[1] Localizado no sítio histórico de Olinda, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 1966, com a doação de parte da Coleção do Embaixador Assis Chateaubriand ao Estado. Hoje o museu conta com um acervo de mais de 4 mil obras das mais variadas técnicas, épocas e estilos, indo desde o academicismo francês até a contemporaneidade. Fissuras de grandes proporções foram detectadas na parte posterior da edificação, que associadas a outras manifestações patológicas, observadas nas edificações que contemplam a MAC, justificaram e necessidade da elaboração de laudo técnico e projeto de recuperação/reforço nas edificações. 2.0 DESCRIÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO DAS EDIFICAÇÕES O prédio do museu de arte contemporânea de Olinda é composto por três edificações sendo uma destinada ao museu propriamente dito, uma destinada à administração e outra destinada ao condicionamento/arquivo de obras de arte. A figura 01 mostra a vista frontal das edificações.

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RELATÓRIO TÉCNICO Nº 113.347-R1

Recife, 14 de fevereiro de 2017

NATUREZA DO TRABALHO: Laudo técnico conclusivo e elaboração de projeto de

recuperação e reforço estrutural do prédio que comporta o Museu de Arte Contemporânea de Olinda.

CLIENTE: FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTISTICO DE PERNANBUCO REFERÊNCIA: CONTRATO Nº 807/2014, OS 001/2015

1.0 PRELIMINARES

O MAC-PE está instalado em um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por ter sido a antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do Município de Olinda. O prédio, datado de 1765, foi projetado para ser o Aljube da Diocese, sendo durante todo o período da Inquisição a única prisão eclesiástica que se tem notícia na história do Brasil.[1]

Localizado no sítio histórico de Olinda, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 1966, com a doação de parte da Coleção do Embaixador Assis Chateaubriand ao Estado. Hoje o museu conta com um acervo de mais de 4 mil obras das mais variadas técnicas, épocas e estilos, indo desde o academicismo francês até a contemporaneidade.

Fissuras de grandes proporções foram detectadas na parte posterior da edificação, que associadas a outras manifestações patológicas, observadas nas edificações que contemplam a MAC, justificaram e necessidade da elaboração de laudo técnico e projeto de recuperação/reforço nas edificações.

2.0 DESCRIÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO DAS EDIFICAÇÕES

O prédio do museu de arte contemporânea de Olinda é composto por três edificações sendo uma destinada ao museu propriamente dito, uma destinada à administração e outra destinada ao condicionamento/arquivo de obras de arte. A figura 01 mostra a vista frontal das edificações.

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ANEXO II
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As três edificações, em tipologia de casarões, a edificação central em dois pavimentos com laje em estrutura de madeira e os dois laterais em um pavimento. Estruturalmente são tecnicamente caracterizadas como estrutura em alvenaria de tijolos cerâmicos maciços, argamassados com mistura a base de cal e/ou ligante orgânico, assentados em encosta com declive natural contida por paredões de alvenaria estruturados na forma de arcos, sendo a estrutura de telhado em madeira e telhas cerâmicas capa-canal.

.

Figura 1 – Vista das fachadas principais do museu

Posteriormente, em época não fornecida, sobre estes paredões de contenção foram construídas estruturas complementares formadas por pilares, vigas e lajes em concreto armado. A figura 2 mostra aspecto da vista posterior.

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Figura 2 – Vista posterior da edificação lateral (arquivo)

3.0 DESENVOLVIMENTO 3.1 Vistoria técnica

As vistorias técnicas foram realizadas pelos Engºs Carlos Welligton Pires Sobrinho, e Aroldo Vieira de Melo e pelo Arq. André Luiz Capezzera Vital, no período de 31.03.2015 à 10.04.2015, onde foram identificadas e registradas as principais manifestações patológicas nas edificações. 3.2 Avaliação das principais manifestações patológicas observadas

De uma forma geral, as mais expressivas fissuras foram observadas na edificação lateral que abriga o arquivo de obras de arte, tendo como origem recalques provocadas pela

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retirada do solo na base das paredes que funcionam como contrafortes na parte posterior da edificação. Esta retirada de solo ocorre devido à ação de formigas que vem atuando há certo tempo.

As figuras 3 a 6 mostram as principais ocorrências de deposição de solo retirado pelas formigas em vários locais do piso de áreas localizados na parte posterior da edificação que abriga o arquivo de obras.

Figuras 3 a 6 – Pontos de identificação de formigueiros nas áreas de piso localizados na região posterior da edificação lateral

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Como consequência direta dos recalques, que ocorreram nas bases das paredes de contrafortes de estruturação do muro de contenção da estrutura, surgiram as principais fissuras, a seguir apresentadas. Um mapeamento global e de localização das fissuras estão apresentadas no Anexo I.

Figura 7 – Vista da fissura 01 característica de rotação da estrutura complementar em

função do recalque do apoio

Figura 8 – Vista da fissura 2 característica de rotação da estrutura de contenção, em arco,

oriunda do recalque do apoio

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Figura 9 – Vista da fissura 3, na parede lateral da estrutura complementar, devido ao

recalque do apoio

Figura 10 – Vista da fissura 4, na parede externa posterior, característica de rotação da

estrutura em função do recalque do apoio

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Figura 11 – Vista da fissura 5 característica de rotação da estrutura em função do recalque

do apoio na parede sobre o muro de contenção da estrutura lateral (arquivo)

Figura 12 – Primeira vista da fissura 6 característica de rotação da estrutura

em função do recalque do apoio

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Figura 13 – Segunda vista da fissura 6 característica de rotação da estrutura em função do

recalque do apoio

Figura 14 – Vista da fissura 8 característica de rotação da estrutura em função

do recalque do apoio

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Figura 15 – Vista da fissura 9 característica de rotação da estrutura em função

do recalque do apoio

Na fachada posterior da edificação central foi identificada uma região de infiltração de

água decorrente do entupimento na tubulação de drenagem das águas de escoamento do

telhado, a figura 16 mostra aspectos da região de infiltração de água nesta parede de

fachada.

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Figura 16- Região de infiltração na parede posterior por águas de chuva pela tubulação

A figura 17 mostra uma trinca provocada por movimentação higroscópica. Essa trinca é

gerada por expansão dos tijolos por absorção de umidade, associado a concentração de

tensão abaixo da linha de coberta, provocando o fissuramento vertical da alvenaria.

Figura 17 – Vista da fissura 7, na parede da edificação central, característica da ação

combinada de movimentação higroscópica e concentração de tensões

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Figura 18 – Vista da fissura 10 característica da ação combinada de movimentação higroscópica e concentração de tensões na parede lateral

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Figura 19 – Vista da fissura 11 característica da ação combinada de movimentação higroscópica e concentração de tensões na parede lateral

Já na região de ampliação, é possível observar manifestações patológicas características de oxidação do aço nos elementos de concreto armado (pilares, vigas e lajes), sendo mais expressiva nas lajes, decorrente das infiltrações.

Figura 20 – Vista da laje de piso do terraço com manifestação patologia

característica de oxidação das armaduras

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A figura 21 mostra aspectos de degradação dos tijolos, não completamente calcinados, fragilizados pela ação do recalque e por infiltrações de água nesta parede.

Figura 21 – Vista da parede que e recalcou/rotacionou, mostrando aspectos de

degradação decorrente das infiltrações de água da laje

A figura 22 mostra ação de cupins que migra de prédio vizinho em direção as edificações

do MAC, sendo importante seu combate e a extinção tanto do ninho identificado sobre o

telhado de uma edificação abandonada no quintal do prédio vizinho quanto um tronco de

árvore derrubado que serve de alimento para o cupinzeiro.

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Figura 22- Foco e avanço de cupins

4.0 ANÁLISE E PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Conforme apresentado, a principal causa do surgimento das fissuras na edificação mais

afetada decorre do recalque nas bases das paredes da parte posterior da edificação

lateral (prédio que abriga acervo de obras), que pela extensão dos danos, já há um

comprometimento da estabilidade da parte posterior da edificação.

Para garantir a estabilidade da edificação, em seu estágio atual, faz-se necessário

extinguir os formigueiros, reforçar as bases afetadas pela retirada do solo e intervir para

restabelecer, em parte, a monoliticidade da alvenaria.

4.1 Ações propostas para extinção dos formigueiros.

Os métodos químicos para controle de formigas são os mais frequentemente utilizados,

sendo o produto químico tóxico aplicado diretamente nos ninhos, nas formulações pó,

líquida ou líquidos nebulizáveis, ou apresentado na forma de iscas granuladas, aplicadas

nas proximidades das colônias [2].

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O emprego de iscas granuladas, principalmente através de porta-iscas (PI) e

microportaiscas (MIPIs), é considerado eficiente, prático e econômico, sendo utilizado

como substrato uma poupa cítrica desidratada. Este processo oferece maior segurança ao

operador, dispensam mão de obra e equipamentos especializados e permitem o

tratamento de formigueiros em locais de difícil acesso.

Associado a utilização de iscas granuladas, é importante a aplicação de pós à base de

fosforados, carbamatos e piretróides diluída em talco ou produtos pulverulentos inertes.

Este processo deve ser realizado repetitivamente, em intervalos de 7 dias durante 2

meses, no sentido de garantir a extinção dos ninhos.

No anexo III-1 está apresentado procedimento recomendados para extinção dos

formigueiro existentes.

4.2 Preenchimento dos vazios e consolidação do solo no entorno das bases.

Após o processo de extinção dos formigueiros faz-se necessário o preenchimento e

consolidação do solo no entorno das regiões do entorno das paredes. Para isso

recomenda-se utilizar a injeção de caldas em regime de baixa pressão.

A identificação dos locais e a estimativa do volume necessário para preencher os vazios

devem ser realizadas por perfurações e controle de vazão por infiltração de água.

As caldas a serem injetadas podem ser produzidas com cimento e argila adicionados água

em regime de agitação contínua, recomenda-se um estudo de dosagem para calda de

forma a possibilitar a injeção com equipamentos disponíveis. A pressão máxima

recomendada deve ser de 0,02 MPa, podendo ser utilizado tubo de PVC perfurado nas

regiões identificadas como as que apresentaram maior permeabilidade.

Recomenda-se inserir tubos perfurados a cada 0,5m a profundidade de 1,5m, e afastados

no máximo 0,2 m da lateral de cada parede, formando a primeira linha de contenção. A

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inserção dos tubos de PVC perfurados na lateral e vedados no fundo deve ser feito com

trado, com diâmetro superior ao diâmetro do tubo de PVC, que será perdido após injeção.

No anexo III-2 está apresentado procedimento para preenchimento dos vazios com calda

de solo-cimento.

Estima-se no global a demanda de 2,0 m3 de calda a ser injetada nestas regiões.

4.3 Consolidação das fissuras nas alvenarias

O processo de restabelecer a monoliticidade das alvenarias pode ser realizado através de

injeção de calda de microcimento ou graute fluido, através das fissuras nas alvenarias. A

calda de microcimento(graute fluido) é adequada para preenchimento de fissuras

molhadas, como é o caso das alvenarias das paredes de contenção que apresentam

fissuras devido ao recalque.

A pressão de injeção não deve ser elevada, sendo recomendada a pressão máxima de

0,05MPa. Para injeção devem-se promover uma linha de vedação no contorno das

fissuras com massa de argamassa tix forçada para não deixar saliente e após inserir

purgadores para injeção da calda.

4.4 Outras ações importantes referente a estética e a durabilidade das edificações

Na vistoria realizada foram identificadas outras patologias e/ou indicativos potencias

degradações nas edificações que compõe o Museu, que embora não afetem a segurança

estrutural interferem na salubridade e habitabilidade destas.

4.4.1- Desobstrução da tubulação de descida das águas pluviais do telhado.

As manchas de umidade na fachada posterior da edificação central, ver figura 16, mostra

que a tubulação de descida de águas, apresenta-se obstruída. Por informações dos

funcionários e técnicos que trabalham no Museu, esta tubulação, construída em manilhas,

apresenta obstrução constante devido a folhas e sujeiras no telhado.

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Sabendo das dificuldades de substituição por outra tubulação de maior diâmetro e

considerando a importância de evitar os constantes entupimentos, sugere-se a inclusão de

grades protetoras da tubulação e a instalação de procedimentos de limpeza periódica.

Caso seja possível e permitida propõe-se a retirada e substituição desta tubulação de

escoamento.

4.4.2- Recuperação das estruturas de concreto armado.

As estruturas de concreto armado, complementares as edificações em alvenaria, estão

mostrando indicativos fortes de oxidação da ferragem, acompanhado de desplacamento

em lajes e fissuração em vigas e pilares.

O Anexo III-4 estão apresentados os procedimentos para recuperação estrutural deste

elementos em concreto armado

4.4.3- Combate a ação de Cupins

A identificação de ninho de cupins, junto ao telhado de uma coberta abandonada no

quintal do prédio vizinho, associado ao foco alimentador de cupins, tronco de árvore

derrubado apoiado em muro no quintal do prédio vizinho, ver figura 22. O Avanço na

direção das edificações do MAC foi registrado na alvenaria da parte superior do jardim

posterior.

Há necessidade da retirada do tronco de árvore que alimenta o cupim e a eliminação do

ninho do cupinzeiro. A barreira química indicada no item 4.1, contribui para evitar o avanço

de outros focos de cupins.

Carlos Welligton de A. Pires Sobrinho Msc. Engenheira Civil

CREA. 50.986 D

Célia Gerlane Vidal Silva Esp..Engenheiro Civil CREA. 28.348 D PE

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ANEXO I

MAPEAMENTO GLOBAL DE LOCALIZAÇÃO DAS FISSURAS

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ANEXO II. a
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ANEXO II

MAPEAMENTO GLOBAL DE LOCALIZAÇÃO DOS FORMIGUEIROS E BARREIRA QUÍMICA

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Caixa de texto
ANEXO II.b
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Figura II.1 – Localização dos formigueiros

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BARREIRA QUÍMICA

Acervo

74.32 m²

WC

8.20 m²

Sala de Exposição

84.13 m²

Sala de Exposição

45.92 m²-0.70

-0.75

0.00

-0.10

-0.20

WC 2.57 m²

Sobe

linha de eixo de cumeeira

21

4

3

5

13 25 4678

-3.45

1

2

3

4

5

6

7

1

2

3

4

2.1

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

1.25

1.40

1.101.20

1.12

4.371.286.761.304.19

.80

.82

4.4

6.5

13.0

31.2

7.2

7

4.631.286.761.305.621.271.341.271.451.14

.66.501.00.501.00.50

.87

1.07.791.08

1.5

6.1

53.7

2.1

53.3

2

7.36 .73 7.56

1.7

01.0

31.8

4

3.36.843.36.73

8.53

8.04

3.30

2.9

0

.20

8.9

1

3.9

2.2

08.9

0

1.17

.85 .15

.61 .56

.863.45

2.6

2

1.65

1.5

2 2.0

4

-0.75

WC

4.80 m²

1.3

6

.23

.30

3.6

0

3.8

3.3

0

5.9

9

.30

.38

1.31

3

2.41

2.51

1.10

4.6

2

4

5

678

9

10

11

12

1314 15

16

17

Sala de Exposição

34.51 m²

.87

.24 .19.20

1.00

Projeção Mezanino

PLANTA BAIXA DO CONJUNTO - TÉRREOESC 1/125 Limite da calçada

4

3

2

1

1 2 3 4 5 6 7 8

1

2

3

4 1

2

3

4

5

4.9

7

-0.80

-0.70-0.80

-2.35

-0.70

.15

.18Desce

Desce

Desce

Desce

Sobe

Sobe

À Construir

À Demolir

LEGENDA

Elevador

Sala de Exposição

2

1.20.73.96 1.50

.51

1

Sobe

7.36.89

.51

6.0

8

Proj. Interior

Proj. da Coberta Proj. do suportedo ar condicionado

Proj. Interior

Proj. Interior

Caixa d'águasup. 1000 L

.53

Proj. Interior

2.3

91

0.3

8

39.12

18.6

0

9.0

3

Ø.05 Ø

.10

.50

DETALHE 01

1.5

0

.10

2.5

4

Figura II.2 – Locação da barreira química

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BARREIRA QUÍMICA

12.4

5

-0.80-0.70

-2.45

-3.45

-4.65-4.45

-5.25

7.9

0

3.85

1.7

51

.00

1.2

0.6

0

Sala de Exposição

Sala de Exposição

Sala de

Exposição

CORTE CCESC 1/100

4.5

5

.10

.30

.15

18.78

.70

ÁREA A SER PREENCHIDA

COM PÓ QUÍMICO

ÁREA A SER

REATERRADA

DETALHAMENTO DA BARREIRA QUÍMICA

30 c

m10 cm

70 cm 15 cm

MURO DE DIVISA

DO TERRENO

Figura II.3 –Detalhes da vala da barreira química

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ANEXO III

ETAPAS DE EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DOS PROJETOS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO

katarina.tavares
Caixa de texto
ANEXO II.c
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III-1 PROCEDIMENTO PARA EXTINÇÃO DOS FORMIGUEIROS E BARREIRA TÓXICA

Contextualização: Os formigueiros instalados e em atividade nas regiões junto as bases

das paredes de contenção devem ser extintos, já que os mesmos foram responsáveis

pelos recalques nos muros de contenção das edificações.

Premissa: As técnicas de extinção de formigueiros utiliza pó químico e iscas granuladas

possibilitando o transporte das mesmas para o interior dos formigueiros e a posterior

liberação de gases tóxicos..

Procedimento extinção de formigueiros

a) Identificar todas as portas de entrada de formigas (buracos) de forma a utilizar como

indutor de materiais tóxicos;

b) Utilizar pulverizadores aplicados nestas portas com o produto a base de inseticida

piretóide e deltrametina ( K-Othrine 2P,Boaretto & Fortin 3), na dosagem de 10g do

produto comercial por m2 de formigueiro.

c) Após uma semana proceder a colocação de iscas granuladas, a base de sulfluramida

(N-etil perfluooctano sulfonamida), pertencente ao grupo químico das sulfonas

fluoralifáticas;

d) Proceder a colocação destes produtos, em torno destas portas dos formigueiros,

recomendo-os por um período de 7 em 7 dias, durante 2 meses.

Procedimento para criação de barreira tóxica

a) Na faixa indicada em projeto, perimetral na área do quintal, escavar uma vala nas

dimensões indicada na figura II.3;

b) Colocar pó químico a base de inseticida piretóide e deltrametina, na dosagem de

50g por metro linear na área perimetral da vala e proceder o preenchimento da

mesma com o solo dali retirado.

Procedimento para extinção da fonte de cupins

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a) Retirada e queima do tronco de árvore, da edificação vizinha, que habita um colônia

de cupins;

b) Retirada de uma colônia de cupins que se localiza no telhado da edícula no quintal

da edificação vizinha;

c) Retirar todo vestígio de caminho de cupim que exista nas paredes do quintal do

MAC e da edificação vizinha;

d) A barreira desenvolvida no item anterior possibilitará o controle de acesso de novos

cupins.

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III-2A PROCEDIMENTO PARA INJEÇÃO DE SOLO-CIMENTO NOS VAZIOS

FORMADOS PELOS FORMIGUEIROS (após a etapa de extinção dos formigueiros)

Contextualização: Os vazios no solo gerados pelos formigueiros desestruturaram as bases

das paredes de contenção, havendo a necessidade de reforço destas áreas situadas

abaixo das paredes.

Premissa: As injeções de solo-cimento, realizada após a extinção dos formigueiros,

penetram nos vazios preenchendo-os e impedindo novos abatimentos e recalques.

Procedimento de execução:

a) Execução de um furo com diâmetro mínimo de 4”, que atravessa a camada a ser

tratada. Conforme figura III.1;

b) Colocação de um tubo de PVC rígido com diâmetro interno entre 2”, devidamente

preparado com válvulas-manchete, com espaçamentos entre 10 cm. Injeta-se o

material até o preenchimento total do espaço anelar entre o tubo de PVC e o furo

(bainha). Conforme figura III.1;

c) Com auxílio de um obturador duplo, a partir da válvula-manchete inferior, executa-se a

injeção, que irá promover o rompimento da bainha e a introdução de um volume pré-

determinado de material no solo, em tantas fases quantas forem necessárias;

d) Para injeção utilizar misturadores de alta turbulência, com rotação mínima de 1.700

rpm, na sua parte inferior, para possibilitar mistura homogênea entre

cimento+água+argila;

e) Utilizar agitador de calda com capacidade igual à do misturador, capaz de manter a

calda em agitação. Entre o misturador e o agitador é instalada peneira, com 2 mm de

abertura, que deve ser facilmente removível para as constantes limpezas;

f) Para injeção utilizar bomba de pistão triplex das marcas Royal Bean, Boyles, Clivio,

Sondap ou similar, com capacidade de injetar vazões de 50 litros/minuto com

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pressões de 50 Kg/ cm² em furos que estejam distantes pelo menos 50 metros da

central de injeção;

g) Utilizar um estabilizador de pressão capaz de reduzir oscilações manométricas.

Devem ser instalados nos circuitos tantos equipamentos quantos forem necessários,

até se alcançar a estabilidade. Manômetro de 4”, provido de dispositivo salva-

manômetro, com capacidade entre 10 e 100 Kg/cm²;

-0.10

1

2

3

4

Proj. Interior

Proj. da Coberta

Proj. Interior

Proj. Interior

Proj. Interior

Ø.05 Ø

.10

.50

DETALHE TUBO

INJETOR E DE

SUA FURAÇÃO

1.50

.10

2.5

4

Figura III.2A – Esquema para injeção de solo-cimento e detalhamento dos injetores

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III-2B PROCEDIMENTO PARA REFORÇO DA BASE DOS ARCOS(após a etapa de

injeção de solo-cimento nas bases dos arcos).

Premissa: A execução desta técnica exige conclusão da etapa de consilidação das bases

por injeção de solo-cimento e com cuidados especiais para não desmoronar o solo abaixo

das bases.

Procedimento de execução

1- Demarcar as áreas a serem escavadas, respeitando os trechos selecionados no

projeto, seguindo a ordem estabelecida para cada base;

2- Escavar, protegendo os limites com pranchas de madeira ou aço, para evitar

desmoronamento, na profundida e estabelecida em projeto. Verificando se existe

vazios.

3- Proceder a aplicação do concreto de 25Mpa com armadura indicada, respeitando

as cotas de projeto; ver figura indicativa abaixo, detalhado em projeto;

4- Proceder o reaterro complementar

Figura III-2b- planta e corte da proposta de reforço nas bases dos arcos

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III-3 PROCEDIMENTO PARA RESTAURAÇÃO DA MONOLITIDADE DAS ALVENARIAS Contextualização: As alvenarias que constituem o muro de contenção da edificação, na

forma de arcos e localizados na parte posterior. Apresentam-se fissurados devido aos

recalques sofridos ao longo do tempo. Após a consolidação dos vazios no solo de

fundação obtido pela injeção de solo-cimento (Etapa 2) há necessidade de restaurar a

monoliticidade das alvenarias para reestabelecer sua função de contenção.

Premissa: As injeções de resina de poliuretano rígido entre as fissuras são as mais

indicadas, já que grande parte das fissuras apresentam-se úmidas ou sob presença de

água.

Procedimento de execução:

a) Limpeza manual da superfície do concreto, utilizando escova com cerdas de aço, numa

faixa média de 30 cm ao longo da extensão da fissura, com a finalidade de retirar a

película de nata superficial, partículas soltas, semi-soltas, eventuais materiais orgânicos

incrustados no concreto para melhorar as condições de aderência do material de

vedação com o concreto;

b) Abertura de uma cavidade superficial em forma de V com 10 mm de largura e 5 mm de

profundidade, em toda a extensão da fissura, com o emprego cinzel e escova com fios

de aço, conforme especificação pertinente;

c) Execução de furos para a implantação das mangueiras que devem ser fixadas com o

adesivo tixotrópico de vedação; executar furos com diâmetro 12,5 mm, ou compatível

com o diâmetro dos furos, com profundidade de penetração não inferior a 3 cm,

atendendo ao espaçamento mínimo: - cada 15 cm: fissuras com abertura ≤ 1,0 mm; -

cada 30 cm: fissuras com abertura >1,0 mm.

d) Quando a fissura seccionar o elemento estrutural, os tubos devem ser dispostos em

ambas as faces com o mesmo espaçamento, mas intercalados;

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e) A furação deve ser feita com brocas apropriadas para evitar a micro-fissuração nas

regiões circunvizinhas; recomenda-se que os furos sejam executados a partir de pré-

furos com broca mais fina e, sucessivamente, amplia-se o furo até o diâmetro desejado;

f) A selagem da fissura e fixação dos bicos de injeção, ao longo de toda a extensão da

fissura, exige substrato limpo, isento de soltos, resultado da aplicação de ar

comprimido;

g) O produto utilizado para a vedação da fissura e fixação dos bicos de injeção deve ser

um adesivo estrutural a base de gel de poliuretano bi-componente de consistência fluida

ou tixotrópica, sem solventes, impermeável a água e óleos(recomenda-se utilizar a

resina MC-Injekt 2300 NV, ou similar);

h) A aplicação do adesivo de vedação deve ser executada por meio de trinchas,

friccionando vigorosamente contra as superfícies da cavidade preparada; o

procedimento termina com nivelamento da superfície;

i) A fissura deve estar limpa, isenta de impurezas, antes do procedimento de injeção

prosseguir, mediante aplicação do ar comprimido através dos tubos; se a fissura estiver

úmida, o jateamento deve durar tempo suficiente para secá-la; este procedimento é útil

para verificar e garantir perfeita comunicação entre os bicos; caso não seja verificada,

os serviços devem ser, necessariamente, refeitos;

j) Injetar a resina epoxídica observando as recomendações práticas abaixo que objetivam

o controle da qualidade da injeção: - a manutenção de pressão constante: a pressão

depende da viscosidade do material e da abertura da fissura; como orientação

preliminar 1,0 MPa atende à maioria dos casos; fissuras mais abertas pedem menos

pressão: 0,6 MPa a 0,8 MPa; - observar o comportamento dos purgadores como

indicador de eficácia; - viscosidade da resina conforme recomendação do fabricante e

exeqüibilidade; - não efetivar as injeções quando a temperatura ambiente for elevada,

>30º; - direcionar as injeções de baixo para cima nas fissuras verticais; - alternar o lado

das aplicações das injeções no caso de fissuras passantes; - atender às limitações de

aplicabilidade da resina pot-life, 40 m contada após mistura dos componentes,

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conforme recomendação do fabricante; - a fissura é considerada injetada quando a

pressão, mantida constante, mantiver fluxo purgado constante; caso isso não ocorra, é

sinal que a resina ainda está penetrando na fissura ou saindo por outro local; - após a

injeção consumada, convém manter uma pressão de, aproximadamente, 0,6 MPa,

aplicada por um espaço de tempo não muito longo, cerca de 60 segundos, com a

finalidade de garantir alguma penetração de resina pelas porosidades e capilaridades

do concreto.

k) Após o término da injeção e do endurecimento da resina, cujo tempo de cura é indicado

pelo fornecedor do produto, aproximadamente 24 horas à temperatura ambiente de 18

ºC, as pontas dos purgadores devem ser cortadas e a superfície local deve ser objeto

de acabamento simples.

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III-4 PROCEDIMENTO PARA RECUPERAÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE

CONCRETO ARMADO

Contextualização: Os elementos estruturais de concreto armado (pilares, vigas e lajes),

objeto de ampliação na parte posterior das edificações, apresentam indicativos de

corrosão da armadura, com destacamento do concreto em algumas áreas.

Premissa: Para restabelecer a capacidade resistente e tratar as superfícies para

restabelecer os aspectos estéticos, há necessidade de tratamento das ferragens e

correção com graute, nos pilares e vigas e argamassa tixotrópica na face inferior das lajes.

Procedimento de execução:

Pilares e vigas:

a) Identificação das regiões que apresentam oxidação de armadura e/ou

destacamento de concreto.

b) Proceder o desbaste desta região até encontrar a armadura principal oxidada,

estendendo esta região para 0,5m de cada lado;

c) Desbastar o concreto até ter acesso a parte posterior da armadura de foma a

possibilitar seu lixamento e limpeza com escova de fios de aço ou lixa de ferro;

d) Lixar para retirar as formações de oxido de ferro formadas com a corrosão;

e) Aplicar um jateamento com areia quartoza úmida sobre toda superfície a ser

recuperada;

f) Verificar a necessidade de incorporar novos estribos, fazendo-os outros com aço de

diâmetro de 5.0mm;

g) Utilizar forma resinada e contraventada de forma a suportar a pressão do graute,

com escoramento compatível a estrutura a ser recuperada;

h) Preencher com graute 30MPa, com no máximo 30% de pedrisco;

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Laje:

a) Proceder escoramento que suporte eventual deformação da laje;

b) Montar andaime para possibilitar a limpeza total da superfície da laje, esta limpeza

deve chegar a toda armação e do seu entorno;

c) Verificar se a armadura principal teve corrosão intensa( mais de 15% da seção),

caso sim recolocar barras, devidamente ancoradas na parte não tracionada na

quantidade que reponha a área danificada;

d) Proceder ao lixamento da armadura com escova de fios de aço e/ou com lixadeira

mecanizada;

e) Aplicar um jateamento com areia quartoza úmida sobre toda superfície a ser

recuperada;

f) Utilizar grauth tixotrópico de baixa viscosidade a aplicar com lançamento em pelo

menos duas camadas, de forma a ter um cobrimento total de pelo menos 2cm.

III-5 PROCEDIMENTO ALTERNATIVO PARA CONSOLIDAÇÃO DAS BASES DOS

ARCOS DE ALVENARIA

Contextualização: As estruturas de alvenaria de pedra, na forma de arcos, devem ser

consolidadas. Uma das alternativas é consolidar com melhoria de solo abaixo das

alvenarias e construção de bases em concreto, sendo realizado por etapas bem definidas.

Premissa: Para restabelecer a capacidade resistente na base dos arços foi desenvolvido

um projeto de reforço em concreto armado sobre solo tratado com solo-cimento, conforme

projeto a seguir.

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ANEXO IV

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA BASE E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICA DOS SERVIÇOS

katarina.tavares
Caixa de texto
ANEXO III