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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA IESB Seminário Trabalho escrito do texto Achados e Perdidos: Análise semiótica de cartazes de cinema Brasília DF 2014

Relatório TECOM

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Relatório 2º semestre.

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    CENTRO UNIVERSITRIO

    INSTITUTO DE EDUCAO SUPERIOR DE BRASLIA

    IESB

    Seminrio Trabalho escrito do texto Achados e Perdidos: Anlise

    semitica de cartazes de cinema

    Braslia DF

    2014

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    Professora

    Profa. Luciane Agnez

    Alunos

    Joo Vital Parente Correia

    Paulo Bandeiras Botelho

    Lucas Freitas

    Lino Maury

    Curso

    Cinema Diurno 3 Semestre

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    SUMRIO

    1 INTRODUO......................................................................................... 4

    2 O QUE?.................................................................................................... 5

    3 COMO?.................................................................................................... 6

    4 COM BASE EM QUE?............................................................................. 7

    5 CONCLUSO........................................................................................... 10

    6 REFERNCIAS......................................................................................... 13

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    1 INTRODUO

    Pretende-se fazer uma leitura e anlise do artigo Achados e perdidos:

    anlise semitica de cartazes de cinema de Lucia Teixeira, publicado em 2008

    no livro Anlises do discurso hoje, e achar os seguintes pontos: O que? (o objeto

    de estudo); Como? (a metodologia, o caminho percorrido); Com base em que?

    (os principais conceitos utilizados com os respectivos autores, quais conceitos

    centrais so base da fundamentao terica do trabalho); Concluses (a que

    concluso chegou a autora em relao a seu objeto de estudo).

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    2 O QUE?

    O objetivo do estudo no artigo escrito por Lucia Teixeira entender de

    forma aprofundada os significados que signos, como foram utilizados e com

    que inteno de dois cartazes do filme americano de 2003 da diretora Sofia

    Coppola, Encontros e Desencontros (Lost in Translation, no original) por meio de

    teorias prvias da semitica.

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    3 COMO?

    Com esse objetivo a autora traz uma detalhada explicao sobre duas

    reas de estudos da semitica a discursiva e a social. Primeiramente, faz uma

    comparao entre os dois por meio de detalhes de seus conceitos e depois

    mostra que ir utilizar da semitica discursiva, tratando-se mais especificamente

    de textos sincrticos.

    Comprova seus escritos e suas explicaes por meio de autores e obras.

    Isso prepara o leitor, conceitualmente, para uma leva de comprovaes e testes

    em seu objeto de estudo.

    Alm disso tudo, explica-nos um modo de ler e interpretar discursos. O

    mesmo modo (mtodo) que foi usado para a dissecao do cartaz do filme e que

    pode ser usado para outros meios e formas de comunicao (seja provrbios,

    cartazes, livros, filmes, propagandas, etc.)

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    4 COM BASE EM QUE?

    Como j dito no tpico anterior, a autora fezG, antes de apresentar os

    principais conceitos usados para demonstrar melhor seu objeto de estudo, uma

    comparao entre dois conceitos da rea da semitica a social (textos

    multimodais) e a discursiva (textos sincrticos), pois ambas falam do mesmo

    assunto, o estudo da semitica direcionada para vrias linguagens, mas tratam-

    no de forma distinta.

    Na semitica social denomina-se os textos em que se integram vrias

    linguagens de multimodais. Para uma melhor demonstrao do que o conceito,

    Teixeira traz o significado, a composio, da palavra: multi- traz ideia de

    quantidade e disperso, e modal refere-se a modo, maneira, modalidade. A partir

    da entende-se melhor do que se trata o conceito.

    Trazendo uma frase de Denise Brtoli Braga, do texto A comunicao

    interativa em ambiente hipermdia: as vantagens da hipermodalidade para o

    aprendizado no meio digital de 2005, cada modalidade expressiva integra um

    conjunto diferenciado de significado possveis, pode-se entender que os

    estudos dos textos multimodais tratam-se da busca de vrios sentidos, ao

    contrrio de apenas um, para depois ocorrer a integrao destes em estruturas

    narrativas e simblicas.

    V-se no artigo tambm que os analistas da semitica social estudam

    particularmente texto em que podem utilizar a gramtica do design visual

    proposta por Kress e Van Leeuwen que afirmavam no texto Multimodal

    discourse: the modes and media of contemporary communiation de 2001 que

    [multimodalidade] o uso de vrios modos semiticos na concepo de um

    produto ou evento semitico, logo, tratando-se de modos, pode-se afirmar que

    a multimodalidade fala de possibilidades expressivas que se articulam num texto

    para indicar diferentes direes de sentido.

    Depois de uma explicao mais superficial e simples para apenas situar

    o leitor dentro desses conceitos, ele descarta a semitica social, textos

    multimodais, para prevalecer e aprofundar-se na teoria que ser utilizada para

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    explicar e comprovar seus argumentos em seu objeto de estudo: a semitica

    discursiva, os textos sincrticos. O estudo destes ocorre apenas para fortalecer

    um significado maior, ou seja, so vrios significados em funo de uma unidade,

    o que no acontece na semitica social.

    Entrando agora no conceito de semitica discursiva usado no objeto de

    estudo os dois cartazes do filme Encontros e Desencontros a autora o

    introduz basicamente da mesma forma que fez com a semitica social,

    primeiramente ela traz a composio, o significado, da palavra, neste caso,

    sincrtica: sin- acolhe os sentidos de unidade e integrao e a segunda parte,

    vinda de crethos, tem origens mais complexas, significando coisas como

    impostor, velhaco e etc, mas, mais tarde, veio a ter o sentindo de fuso de

    elementos diversos, variados, numa unidade. E nesse ltimo que a autora foca:

    o termo sincrtico reafirma em suas duas unidades mrficas constituintes a ideia

    de unidade.

    Por fim, a abordagem da semitica discursiva designa como sincrtico um

    objeto que, acionando vrias linguagens de manifestao, est submetido, como

    texto a uma enunciao nica que confere unidade variao.

    Depois de situar o leitor dentro de ambos os conceitos e deixar claro que

    o conceito utilizado para comprovao do objeto de estudo ser a semitica

    sincrtica, ela aprofunda-se nela e cria dois tpicos separados para explicar a

    Semitica Discursiva e os Textos Sincrticos.

    No segundo tpico citado acima, fala-se principalmente de como o

    conceito cresceu com o passar do tempo, desde sua origem at sua ampliao,

    como j foi citado alguns pargrafos acima, e exemplos, aplicaes, da teoria

    explicada.

    no primeiro tpico que percebe-se uma maior teorizao e

    exemplificao dos conceitos, usando autores como Zilberberg e Fontanille, no

    livro Tenso e Significao de 2001, e conceitos como prxis enunciativa para

    melhor entendimento dos conceitos, novamente, j explicados.

    Primeiramente e mais importantemente, explica-se que a produo de

    sentidos na semitica concebida a partir de um percurso gerativo constitudo

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    de trs patamares: o fundamental, onde procura-se um mnimo de sentido para

    o texto; o narrativo, onde expandido o sentido primeiramente achado; e, por

    fim, o discursivo, onde h a transformao das narrativas anteriores em discurso,

    usando-se projees das categorias sintticas de pessoas, tempo e espao e da

    disseminao de temas e figuras que constituem a cobertura semntica do

    discurso.

    Como exemplo bem simplrio, a autora fez a anlise do provrbio popular

    Quem espera sempre alcana usando os conceitos descritos no pargrafo

    anterior, e depois afirmando que ser esse o mtodo usado para dissecar os

    dois cartazes do filme.

    Antes de entrar propriamente na anlise dos dois cartazes, ela cita a

    importncia do mesmo como meio de comunicao. Diz que um cartaz de

    cinema apresenta um modo prprio de composio, por meio de recursos

    verbovisuais; ele convida o pblico e antecipa protocolos de interao, usando a

    expectativa e o impacto que ele prprio gera.

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    5 CONCLUSO

    Por fim, aps uma breve introduo de como seria detalhadamente sua

    anlise dos cartazes e o que pretendia com isso o que j foi escrito de forma

    separada nos tpicos anteriores desse texto , Lucia Teixeira pega dois cartazes

    do filme de Sofia Coppola, Encontros e Desencontros, onde cada cartaz

    apresenta um personagem do filme. Primeiramente h a anlise do cartaz da

    personagem feminina do filme, Charlotte. Posteriormente, a da personagem

    masculino, Bob Harris.

    Assim como dito no tpico anterior, no comeo h uma anlise mais

    superficial, analisando apenas a composio do cartaz.

    Em primeiro plano est a personagem, em segundo a

    cidade de Tquio representada por prdios altos, com

    luzes fortes e letreiros. Os dois planos divididos pelo

    guarda-chuva que ela carrega para se proteger da

    chuva.

    J aprofundando mais e entrando em outro nvel de

    anlise, percebe-se que a mulher porta um guarda-

    chuva que no s a protege da chuva, mas a isola do

    ambiente desconhecido, a cidade de Tquio. O objeto

    transparente e isso um reflexo da prpria personagem: percebe-se uma leveza

    em sua composio transparncia , alm da expresso que sua face passa,

    uma sensualidade leve e olhando, vagamente, para algo. Por fim, desta forma

    que a personagem v Tquio, atravs de seu guarda-chuva transparente, toda

    borrada e embaada, ou seja, estranha ela.

    O plano da personagem est predominantemente na horizontal, enquanto

    a cidade, seus prdios altos, esto na vertical. Reforando de forma mais clara

    a oposio proposta pelo cartaz. Alm destas, a cidade caracterizada pela

    variedade, a totalidade e a angulosidade; a mulher, pela uniformidade,

    parcialidade e voluptuosidade.

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    Olhando, agora, mais para os meios verbais (ttulo e subttulo,

    respectivamente: Lost in Translation e Everyone wants to be found). O ttulo est

    cruzando a personagem, como se ela estivesse perdida na traduo (traduo

    literal do ttulo original); j o subttulo est em cima em letras pequenas, em

    oposio s grandes do ttulo principal, e em cor preta, em oposio branca do

    ttulo do filme, dizendo que todos querem ser encontrados, mas isso est l em

    cima no cartaz e presta-se maior ateno no ttulo principal. E a prpria frase j

    prope uma oposio: todos querem ser achados, mas estamos perdidos na

    traduo o que de certa forma pode servir como sntese do prprio filme. Por

    fim, a segunda frase serve apenas para reforar a segunda, principal.

    Assim como no primeiro cartaz ela primeiramente

    analisa o cartaz superficialmente para depois

    aprofundar sua anlise.

    Em primeiro plano est Bob Harris, e em segundo plano

    a cidade de Tquio. Da mesma forma que o primeiro

    cartaz, percebe-se que ambos objetos da cena esto

    divididos, neste caso, pela janela. O fundo est

    embaado e v-se o reflexo do quarto da personagem

    principal.

    Bob Harris est, a princpio, relaxado, mas suas mos cruzadas sugerem o

    contrrio, ou seja, ele aparenta estar relaxado, mas no fundo est incomodado

    com toda sua situao. E tambm h harmonia cromtica entre cenrio e figura

    humana j falada no primeiro pargrafo anterior, sugerindo oposio.

    A oposio entre ttulo principal e o subttulo ainda permanece, mas desta

    vez percebe-se uma diferena ao primeiro, pois o ttulo do filme no est na parte

    inferior do cartaz e, sim, no meio. Isso acontece por que, assim como foi dito na

    anlise do cartaz da personagem de Charlotte, ele existe para mostrar em que

    situao se encontra o personagem, ou seja, o ttulo tem que atravessar o

    personagem, pois no teria o mesmo efeito caso no o fizesse.

    Uma coisa tambm importante a se falar para a direo para onde Bob

    Harris est olhando em oposio onde a personagem de Charlotte est

    encarando. A segunda olha para a nossa esquerda, com o olhar perdido e vago;

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    j o primeiro olha para o pblico, o espectador, como se ele apelasse seus

    problemas, seus conflitos, para a audincia do filme. Isso sugere tambm uma

    maior empatia desse personagem com essa audincia.

    Alm da anlise em si, a autora tambm usa quadros para acentuar seu

    objetivo: a oposio. Temos, ento, uma oposio muito marcada, do ponto de

    vista figurativo dos cartazes, entre a exterioridade representada pela cidade e a

    interioridade das personagens, a primeira produzindo um efeito de confuso,

    perplexidade e atemorizao sobre o estado de espera e recolhimento de Bob e

    Charlotte. Ocorre, entretanto que se fato que no cartaz 1 a moa se protege na

    sombrinha e, no cartaz, 2, o homem est fechado no quarto, tambm verdade

    que a cidade em 1 desfocada e nela interfere a vida em movimento, enquanto

    em 2 ela se oferece como imagem vista atravs do vidro da janela, distante e

    reduzida a cores frias.

    Por fim, o que cartaz prope, e o que Teixeira quer nos fazer entender,

    uma oposio em relao aos objetos apresentados pessoa x cidade; cor fria

    x cor quente; o mundo de Charlotte x o mundo de Bob Harris, afinal por isso

    que h a diviso entre dois cartazes, um para cada personagem; e etc. Ou seja,

    usando a semitica discursiva todas essas significaes achadas e dissecadas

    na anlise dos dois cartazes serviram para comprovar apenas um fato, ou seja,

    uma unidade que, no caso de Encontros e Desencontros a oposio.

    E esse fato dialoga completamente com a narrativa do filme: o cartaz

    transmite algo da ordem do particular, do sensvel, da temporalidade estendida,

    da busca das profundezas inquietas mais que das superficialidades atraentes.

    Logo o pblico que esse cartaz ir interagir no ser os fs de ao, nem da

    comdia romntica; ele ir dialogar com pessoas que estejam se sentido como

    os personagens esto se sentindo tanto na transmisso de seus sentimentos

    pelos cartazes, quanto pelo filme.

    Sem dvidas, ao analisar esses cartazes, v-se o filme de outra maneira,

    com um outro olhar. Isso vale para qualquer meio de comunicao que for ser

    analisado tanto pela semitica social, quanto pela discursiva. Percebe-se isso

    muito bem no artigo de Lucia Teixeira ao l-lo e analis-lo por completo.

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    REFERNCIAS

    CERDERA,Fbio. Prxis enunciativa: relaes interdiscursivas e criao

    plstica na obra histrica de Antnio Parreiras. 19&20, Rio de Janeiro, v. VII,

    n. 3, jul./set. 2012. Disponvel em:

    .

    LARA, Glaucia Muniz Proena; MACHADO, Ida Lucia; EMEDIATO, Wander

    (orgs.). Anlises do discurso hoje. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. p.169-

    198.

    Autor DESCONHECIDO. Funtivo. Data e lugar desconhecidos. Visitado em 20

    de maio de 2014. Disponvel em: .

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