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I. Introdução 1. O presente relatório é apresentado pelo Relator Especial sobre a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, Juan E. Méndez, que realizou uma visita ao Brasil de 3 a 14 Agosto de 2015, a convite do Governo. O objetivo de sua visita era para ajudar o Governo nos seus esforços para erradicar a tortura e melhorar as condições das pessoas privadas de sua liberdade, através da avaliação da situação jurídica e factual da tortura e de maus-tratos no país e identificar as necessidades de reforma para evitar tortura emaus-tratos no futuro. II. Atividades do Relator Especial 2. Na capital, Brasília, e do Distrito Federal, o Relator Especial reuniu-se com altos funcionários dos ministérios das Relações Exteriores, da justiça e da saúde; as secretarias de políticas para as mulheres, direitos humanos e da juventude; o Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal; Sede da Geral Federal Defensoria Pública, e do Procurador-Geral da República; os conselhos nacionais sobre a justiça, sobre o ministério público, política criminal e prisão, e os direitos das crianças e adolescentes; o Conselho Nacional de Direitos Humanos; Comitê Nacional de Prevenção e Combate a Tortura; a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado; a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados; e o mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura. 3. Nos estados visitados pelo Relator Especial - São Paulo, Sergipe, Alagoas e Maranhão - ele se reuniu com representantes dos respectivos tribunais de justiça; escritórios do procurador- geral; secretarias de segurança pública, justiça e administração penitenciária; sindicatos de guardas prisionais; secretarias de direitos humanos, participação popular e da juventude; escritórios do defensor público; organizações da sociedade civil; vítimas e seus familiares; e organizações internacionais. 4. O Relator Especial visitou uma amostra representativa de lugares onde pessoas são privadas de sua liberdade, incluindo instituições psiquiátricas, delegacias, centros socioeducativos para crianças, instalações de pré-julgamento e penitenciárias.

Relatorio Tortura - Visita Ao Brasil - Relator Juan E Mendéz - Traduzido

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Tradução do Relatório sobre Tortura no Brasil

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I. Introdução1. O presente relatório é apresentado pelo Relator Especial sobre a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, Juan E. Méndez, que realizou uma visita ao Brasil de 3 a 14 Agosto de 2015, a convite do Governo. O objetivo de sua visita era para ajudar o Governo nos seus esforços para erradicar a tortura e melhorar as condições das pessoas privadas de sua liberdade, através da avaliação da situação jurídica e factual da tortura e de maus-tratos no país e identificar as necessidades de reforma para evitar tortura emaus-tratos no futuro.

II. Atividades do Relator Especial2. Na capital, Brasília, e do Distrito Federal, o Relator Especial reuniu-se com altos funcionários dos ministérios das Relações Exteriores, da justiça e da saúde; as secretarias de políticas para as mulheres, direitos humanos e da juventude; o Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal; Sede da Geral Federal Defensoria Pública, e do Procurador-Geral da República; os conselhos nacionais sobre a justiça, sobre o ministério público, política criminal e prisão, e os direitos das crianças e adolescentes; o Conselho Nacional de Direitos Humanos; Comitê Nacional de Prevenção e Combate a Tortura; a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado; a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados; e o mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura.

3. Nos estados visitados pelo Relator Especial - São Paulo, Sergipe, Alagoas e Maranhão - ele se reuniu com representantes dos respectivos tribunais de justiça; escritórios do procurador-geral; secretarias de segurança pública, justiça e administração penitenciária; sindicatos de guardas prisionais; secretarias de direitos humanos, participação popular e da juventude; escritórios do defensor público; organizações da sociedade civil; vítimas e seus familiares; e organizações internacionais.

4. O Relator Especial visitou uma amostra representativa de lugares onde pessoas são privadas de sua liberdade, incluindo instituições psiquiátricas, delegacias, centros socioeducativos para crianças, instalações de pré-julgamento e penitenciárias.

5. Ele expressa seu reconhecimento ao Governo para a cooperação prestadas a ele durante sua visita, em particular no que diz respeito ao acesso irrestrito a todos os lugares onde pessoas são privadas de sua liberdade, de acordo com os termos de referência parade averiguação missões por relatores especiais, 1 e para entrevistar os detidos em privado.

6. O Relator Especial expressa sua gratidão ao Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a presença pessoal Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em Brasília, e outras pessoas envolvidas na visita, pela sua excelente assistência durante a missão. Ele agradece sociedade civil brasileira e da comunidade internacional com sede no Brasil para a sua disponibilidade e insights valiosos.Ele é grato a todos os seus interlocutores, incluindo altos funcionários do Estado, representantes da sociedade civil, advogados e detidos, incluindo as vítimas de tortura emaus-tratos, com quem ele conheceu. O Relator Especial expressa solidariedade com as vítimas e sobreviventes de tortura, seus parentes e defensores brasileiros de direitos humanos, bem como o seu apoio aos seus esforços importantes.

1 Ver E / CN.4 / 1998/45, apêndice V.4

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III. Enquadramento jurídico

A. Nível internacional

7. O Brasil é uma festa para os principais tratados das Nações Unidas de direitos humanos proíbem a tortura e os maus-tratos, incluindo o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e os dois protocolos facultativos; Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes Tratamentos ou Penas bem como o respectivo Protocolo Facultativo; a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados; a Convenção sobre os Direitos da Criança;a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial;a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres;a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência; a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias; a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados; e da Convenção relativa ao Estatuto dos Apátridas. O Brasil também é signatário do Estatuto de Roma.

B. nível regional

8. A nível regional, o Brasil é uma das partes principais tratados de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos, incluindo a Convenção Americana sobre Direitos Humanos; o Inter-American Convenção para Prevenir e Punir a Tortura; o InteramericanoConvenção sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas; o Inter-American Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; e o Inter-American   Convenção Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Conexas de Intolerância. O Estado também reconhece a jurisdição do Interamericana de Direitos Humanos.

C. nível nacional

1. Constituição

9. A Constituição Federal é o principal instrumento político e jurídico do Brasil. Cada um dos 26 estados também tem a sua própria constituição, estabelecido pelo artigo 25 da Constituição Federal, e do Distrito Federal tem a sua própria Lei Orgânica, conforme artigo 32 da Constituição.

10. Civil, códigos penais e de procedimento são federal, e os estados são ao mesmo assunto, sem autoridade para criar os seus próprios. No entanto, os estados têm os seus próprios sistemas de segurança, tribunais e autoridades judiciais.

11. Artigo 5º da Constituição estabelece que ninguém será submetido a tortura ou tratamento desumano ou degradante (para III.); atos de tortura não estão sujeitos a fiança, graça ou anistia (para XLIII.); cruel punição é proibido (para XLVII.); e os prisioneiros têm o direito à

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integridade física e moral (para. XLIX). Direitos e garantias articulados na Constituição não são exclusivos (para. II). Tratados internacionais de direitos humanos têm estatuto constitucional especial: uma vez ratificado pelo Congresso federal, eles são imediatamente aplicáveis.

2. Legislação

12. O artigo 1º da Lei nº 9.455, de 1997 (Lei sobre a Tortura) define o crime de tortura como o ato de constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça da mesma, causando-lhes sofrimento físico ou mental (a) com a intenção de a obtenção de informação, ou um

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declaração ou confissão da vítima ou de terceiro; (B) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; e (c) como resultado de discriminação racial ou religiosa. Além disso, ele é considerado um crime de tortura para submeter alguém sob sua guarda, poder ou autoridade para o uso de violência ou grave ameaça de intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou como uma medida preventiva.

13. A penalidade para tal crime varia de dois a oito anos de prisão. Aqueles que se ausentar antes que ocorra a tortura, quando eles foram capazes de impedi-lo ou de tomar conhecimento de que iria ocorrer, são submetidos a reclusão de um a quatro anos. No entanto, se graves resultados de danos corporais do crime de tortura, a pena é de 4 a 10 anos, e se o resultado é a morte da vítima, a pena de prisão pode ser aumentada para 16 anos. A punição pode ser aumentada de um sexto a um terço da pena se o crime é cometido (a) por um agente público;  (b) contra as crianças, as mulheres grávidas, os adolescentes com deficiência ou;  ou (c) em conjunto com o sequestro. N.º 6 do artigo 1 da Lei sobre a Tortura determina que os crimes de tortura não estão sujeitos a fiança, graça ou anistia.

14. A Lei sobre Tortura é aplicável a todo o território do Brasil; no entanto, o crime de tortura não é um crime federal e, por conseguinte, cada Estado é responsável pela aplicação da lei e execução das sentenças judiciais.

15. Esta falta de poder federal de execução no que diz respeito à punição e prevenção da tortura para os resultados estaduais, na prática, em uma falta de aplicação efectiva da lei sobre a Tortura, devido, nomeadamente, a limitações de recursos, prioridades políticas ou funcionários cúmplices.

IV. Avaliação da situação

A. Geral

Superlotação

16. De acordo com o Ministério da Justiça, a população carcerária do Brasil é 711,463 prisioneiros (incluindo prisões domiciliares), tornando-se a quarta maior população carcerária do mundo per capita, em 193 pessoas por 100.000. Trinta anos atrás, a população carcerária era de cerca de 60.000. Números recentes mostram que houve um aumento de 74 por cento durante

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o período 2005-2012. Em 2012, 60,8 por cento de todos os presos eram de ascendência Africano e 54,8 por cento tinham menos de 29 anos de idade.

17. Apesar de um investimento de 1,2 mil milhões de reais brasileiros pelo governo federal para criar capacidade adicional de prisão, o aumento contínuo da população carcerária, combinada com uma capacidade prisional oficial de apenas 376.669 prisioneiros, criou um sistema penitenciário marcada por superlotação endêmica - em um Estado em 265 por cento além da capacidade.

18. O Relator Especial encoraja o Governo a concentrar-se na redução da população prisional, em vez de ampliação das instalações prisionais. Ele apoia fortemente as medidas alternativas à reclusão; No entanto, ele manifesta preocupação com a posição ao ar por algumas autoridades que tais medidas devem aplicar-se a violência doméstica e que a lei Maria da Penha (que aumentou as penas para a violência doméstica) é um obstáculo para o uso de medidas alternativas. O Relator Especial discorda, salientando que a violência doméstica é um crime muito grave. Qualquer tentativa de abordar a questão da superlotação, retornando à impunidade para a violência, inclusive contra mulheres e crianças, seria um erro.6

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19. O Relator Especial está preocupado com o elevado número de presos provisórios (40 por cento) e a quantidade de tempo gasto em prisão preventiva (cinco meses, em média), 2factores que contribuem para a superlotação grave.

20. Geralmente, o Relator Especial observa uma taxa de reincidência nacional entre 25 e quase 50 por cento, de acordo com vários estudos, mas incompletos, 3 e uma relativa falta de programas de reinserção social eficazes.

21. Ele observa que em 4 de Março de 2015, a Câmara dos Deputados do Congresso do Brasil criou uma comissão para investigar o sistema penitenciário no Brasil. Ele espera que a comissão será capaz de fornecer soluções para este desafio generalizada.

direito penal e processual: drogas

22. Os dados do boletim periódico chamado Infopen 4 mostram que em 2014 nada menos do que27 por cento de todos os detidos enfrentam relacionados com a droga encargos. Entre as mulheres e os adolescentes, os números eram 63 por cento e 24,8 por cento, respectivamente. Vinte e um por cento dos detidos enfrentaram furto ou roubo de cargas, um número que pode estar relacionado à primeira categoria. Muitos, se não a maioria, desses casos poderiam ser tratados por não privativas de liberdade medidas, reduzindo assim a superlotação.

23. O Relator Especial está ciente da Lei nº 11.343, que visa orientar os usuários de drogas no sentido de atenção médica e tratamento; No entanto, ele está preocupado com relatos de especialistas legais que a aplicação da lei na prática leva à prisão depequeno-tempo concessionários, toxicodependentes que apenas o comércio para apoiar o seu vício, e usuários de drogas acusado injustamente de lidar. Este grupo teve um aumento na taxa de detenção, de 2005 a 2012. 320 por cento Estes relatórios apoiar testemunho de que o Relator Especial recebeu de homens e crianças, que alegaram que tinham sido apanhados com quantidades de minimis para uso pessoal. O fato de que a população prisional feminina aumentou 246 por cento entre 2000 e 2012, em comparação com um aumento de 130 por cento

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para a população prisional masculina durante o mesmo período, também sugere uma inadequação em certas leis e um desnível sua aplicação.

24. O Brasil tem descriminalizou a posse de drogas para consumo pessoal, mas, para determinar o efeito da posse, os tribunais não aplicam um padrão baseado em quantidades fixas, mas sim uma presunção de intenção de comercializar com base no relatório da polícia de apreensão.

25. Como quase todas as prisões são relatados como "em flagrante", o testemunho do policial é muitas vezes decisivo para determinar a quantidade de tempo gasta um suspeito em detenção até o julgamento. O Relator Especial observa que uma prática judicial mais orientada para o objectivo de descriminalizar o porte para uso privado seria provavelmente resultará em uma redução significativa da superlotação.

Crianças e adolescentes

26. Por lei, a detenção de crianças e adolescentes está sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição especial de crianças e adolescentes em uma determinada fase de desenvolvimento. Na prática, no entanto, nem sempre é detenção utilizado como uma medida de

2 Os dados recolhidos pelo Sistema Penitenciário Federal (nem todos os estados fornecem dados) mostram que 60 por cento dos detidos gastar mais do que 90 dias em prisão preventiva.

3 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Reincidência Criminal no Brasil: Relatório de Pesquisa (Rio de Janeiro, Brasil, 2015), p. 111.4 Disponível a partir www.infopen.gov.br.7

A / HRC / 31/57 / Add.4último recurso, e de detenção condições muitas vezes não correspondem às necessidades específicas deste grupo, conforme descrito abaixo. Atualmente, mais de 20.000 crianças estão servindo sentenças.

Afro-brasileira comunidade

27. numeração 50,7 por cento do total da população, os afro-brasileiros representam apenas20 por cento do produto interno bruto; 78 por cento vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto 40 por cento completaram menos de sete anos de estudo, e são afetados significativamente mais do que a população em geral em quase todos os indicadores negativos possível.

28. De acordo com Infopen, em 2014 cerca de 67 por cento da população prisional total do Brasil foi classificada como "preto" ou "parda".

29. afro-brasileiros estão em um risco significativamente maior de encarceramento em massa, abuso policial, tortura e maus-tratos, negligência médica, sendo morto pela polícia, recebendo sentenças mais elevados do que os seus homólogos brancos para o mesmo crime e que sofrem discriminação na prisão - sugerindo um alto grau de racismo institucional.

30. Além disso, os afro-brasileiros são gravemente impactados por crime grave: a morte por homicídio é 87 por cento mais elevada entre os afro-descendentes do que na população como um todo; em algumas regiões, o número de homicídios entre os afro-brasileiros é mais do que 400 por cento maior do que entre outros grupos. O Relator Especial ouviu relatos preocupantes

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de envolvimento da polícia com esquadrões da morte que estão aterrorizando as comunidades negras.

31. Ele observa que em 4 de Março de 2015, a Câmara dos Deputados do Congresso federal criou uma comissão para investigar a violência contra afro-brasileira juventude.

Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais pessoas

32. O Relator Especial observa com preocupação que existem poucos dados sobre lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais em conflito com a lei no Brasil. Poucas pessoas se declaram como tal na prisão, a grande maioria dos incidentes não são relatados devido ao medo de retaliação por parte do autor (s), e há pouco interesse em mapeamento de tais incidentes.

33. A partir das informações disponíveis, o Relator Especial entende que eles são o alvo de ameaças sistemáticas e graves danos à sua integridade física e psicológica, incluindo a violência sexual e assassinatos durante a prisão e detenção, pela polícia e por agentes penitenciários, bem como pelo companheiro reclusos.

34. Resolução comum 1/2014 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e Lésbicas Nacional, Gay, Bissexual e Transgender Conselho prevê que lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais pessoas têm direito a asas e células específicos. Transferências obrigatórias são, em princípio, considerada uma violação, mas a resolução prevê nenhuma sanção em caso de incumprimento. Em termos de acesso, de acordo com Infopen, em 2014 apenas cerca de 5 por cento dos estabelecimentos tinham células especiais para este grupo.A resolução não é clara sobre como e por quem procuras de lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais deve ser conduzida. A implementação é deixada para cada instituição, e não existem sanções para o não cumprimento.

35. A resolução comum é, sem dúvida um passo positivo; no entanto, o Relator Especial está preocupado que poderia contribuir para o agravamento da exclusão e do isolamento dessas pessoas, dependendo de como ele é implementado.

36. Em termos de acesso aos serviços de saúde, lésbica, bissexual, transgênero e intersex pessoas são, em relação ao resto da população prisional, susceptíveis de serem adicionalmente afetadas por deficiências decorrentes da superlotação. A este respeito, a resolução conjunta estabelece8

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que as políticas nacionais de saúde relacionados com lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais, incluindo o acesso ao tratamento hormonal, também se aplicam nas prisões.

Parceiros e familiares de detentos

37. O Relator Especial observa com grande preocupação que os parceiros e membros da família, incluindo crianças, adolescentes, mulheres e idosos, a fim de ganhar acesso a penitenciárias, prisões e centros socioeducativos para visitar os presos, muitas vezes são submetidos a violento, humilhante e opressiva revistas corporais e outras formas de violência sexual. Isto implica remoção mulheres e forçando-os a se agachar sobre um espelho, contraia os músculos e abra o seu ânus e vagina com os dedos para permitir que o pessoal da prisão para inspecioná-los.  Este

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tratamento afecta principalmente as mulheres familiares (incluindo crianças) de internos, mas também é aplicado aos visitantes e presos do sexo masculino, incluindo adolescentes em centros socioeducativos.

38. revistas corporais invasivas nunca pode ser justificada por razões de com o objetivo de impedir o contrabando de objetos ilegais, a finalidade para a qual existem alternativas menos intrusivas. Vários organismos internacionais e regionais rejeitou enfaticamente a sua utilização.

39. O Senado Federal ea Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade um projeto de lei (7764/14) de proibir a prática no nível federal.  Ele está aguardando a aprovação pela Comissão de Segurança e da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Bill 404/2015, que proíbe a prática em estabelecimentos para jovens infratores, está pendente na Câmara dos Deputados.

40. O Relator Especial sublinha a responsabilidade do Estado para proteger a integridade física e psicológica dos reclusos e parentes, e insta a abolição imediata destes métodos.

41. O Relator Especial recebeu relatos consistentes de ameaças contra parceiras e familiares de reclusos por grupos criminosos organizados, que os obrigam, por exemplo, a participar no tráfico. Nestes casos, muitas vezes incluem estupro, prostituição forçada e tráfico de drogas em visitas. Ele está alarmado por relatórios sugerindo que tais atos são muitas vezes o resultado da cooperação entre o pessoal da prisão e chefes de drogas.

Policiais e prisionais

42. Além disso, policiais e prisionais sofrer como resultado de uma extensa encarceramento em massa e instalações superlotados. Eles não têm espaço físico e são afetados por condições de saúde e sanitárias precárias, bem como pelo ambiente de violência, em que muitos temem por sua vida e integridade física. O guarda-to-presidiárioproporção deveria ser 1: 5, no entanto, o Relator Especial aprendeu de estados onde as prisões foram curta de 1.000 funcionários, e de pelo menos uma prisão onde oguarda-to-presidiário relação era de 2: 490.

43. Os funcionários muitas vezes têm muito pobre treinamento, geralmente marcada por uma abordagem militarizada que mal prepara-los para lidar adequadamente com a complexidade e tensão que constitui a sua dia-a-dia de trabalho. Além disso, a combinação de falta de formação e condições de trabalho altamente inadequados só agrava o padrão de violência e tem um efeito directo e mensurável, inclusive em termos de homicídios cometidos por policiais militares.

44. Somando-se a este círculo vicioso, o Relator Especial recebeu relatos de casos em que os guardas prisionais haviam sido disparados por reportar incidentes e substituídos por agentes de segurança com duas semanas de treinamento.

Caso de Pedrinhas

45. O Relator Especial visitou o complexo de Pedrinhas, em São Luis, Maranhão.  Em 2013, ele se comunicava com o Governo, como resultado de uma revolta mortal em Pedrinhas. No momento da visita, as autoridades tinham conseguido pacificar da prisão através da separação da9

A / HRC / 31/57 / Add.4facções criminosas rivais, que muitas vezes atacaram uns aos outros nos últimos tempos.No entanto, as condições em Pedrinhas permanecem explosivo. As unidades são muito lotados, 5 e segurança é mal aplicada, mantendo presos em suas celas coletivas durante 22 ou 23 horas por dia. Visitas familiares ter lugar em condições de pesquisas humilhantes.Alimentos e serviços médicos são extremamente inadequado. Os membros do pessoal de segurança são fortemente

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armado dentro da prisão, que pode levar a uma nova rodada de tumultos mortais que afetam os presos, parentes e pessoal prisional igualmente.

instalações privatizadas

46. O Relator Especial visitou uma série de facilidades que terceirizam alguns serviços, tais como a distribuição de alimentos, para empresas privadas, bem como uma que é integralmente gerido por uma empresa privada sob contrato com o Estado. Esta empresa privada é responsável por todos os serviços prestados aos presos e pela disciplina interna, exceto para segurança de perímetro, que é da responsabilidade dos policiais fortemente armados.

47. Em nítido contraste com outras instalações visitadas, esta facilidade não estava superlotado, as condições em geral eram decentes, e ambos os médicos e enfermeiras estavam disponíveis round-the-clock.

48. O contrato entre estados e essas empresas privadas estipula que a prisão não pode ser forçado a receber presos além de sua capacidade, mais de 10 por cento.  Sob tais condições, instalações de gestão privada nunca será superlotadas; no entanto, é lógico que tal arranjo será um fator adicional no agravamento da superpopulação nas prisões são executados publicamente no mesmo estado.

49. O Relator Especial é cético em geral sobre prisões de gestão privada.  Ele observa que os acordos semelhantes em outros países resultaram em graves violações dos direitos das pessoas privadas de liberdade. Ele expressa a preocupação de que as linhas de responsabilização por má conduta por não estatais agentes podem ser turva, e que os serviços essenciais para os presos podem sofrer sob a pressão para maximizar os lucros corporativos. Segundo a lei internacional, o Governo continua a ser responsável pelobem-estar e segurança de todas as pessoas sujeitas à sua jurisdição.

B. Tortura e maus-tratos

Atos de tortura e maus-tratos

50. Inúmeros testemunhos credíveis de presos - mulheres, homens, meninas e meninos - escolhidos de forma aleatória, em vários centros de detenção, apontou para o uso freqüente de tortura e maus-tratos, variando em métodos e da gravidade da dor e do sofrimento infligido. Isso ocorre no contexto de detenção e interrogatório pela polícia e tratamento por agentes penitenciários.

51. grave chutar, bater (às vezes com paus e cassetetes), sufocação, a administração de choques elétricos com armas Taser, o uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo, bombas de ruído e de balas de borracha, e quantidades profusas abuso verbal e ameaças são relatados como os métodos mais frequentes usados por policiais e prisionais, e não como um meio de controlar a multidão legítimo ou de dividir distúrbios que merecem algum uso da força, mas sim no contexto de uso excessivo da força e / ou punição.

5 superpopulação nas prisões Oficial Maranhão é 111 por cento (Infopen, 2014). No entanto, o número é enganoso, porque a capacidade é estimada em níveis que já estão superlotadas. Condições observadas em todas as células visitados confirmou essa avaliação.10

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52. penitenciárias dentro, agentes penitenciários são muitas vezes fortemente armados, inclusive com fuzis, espingardas e armas de mão - em um exemplo, a delegação ainda vimos um gás lacrimogêneo e de flash-bang lançador de granadas - que atesta a um nível extraordinariamente elevado de tensão . O Relator Especial observa com preocupação o risco de tal alimentação armamento em um círculo vicioso de desconfiança e tensão entre o pessoal e os presos.

53. Lei nº 13.060, aprovada em 22 de Dezembro de 2014, prevê que a prioridade deve ser dada ao uso de não-letais armas pelas forças de segurança, seguindo os princípios da legalidade, necessidade e proporcionalidade; No entanto, as notas Relator Especial que diziam que a lei aplica-se apenas às forças de segurança (não à prisão oficiais) e não menciona quais as armas são e não são incluídos, e que mais regulamentação é necessária.

54. Os adolescentes submetidos a medidas socioeducativas relataram uma alta frequência de maus-tratos pela polícia aquando da detenção e por pessoal em centros socioeducativos. Espancamentos, às vezes com paus e cassetetes, parecia ser uma questão de curso, assim como o abuso verbal profusa e ameaças.

55. O Relator Especial descobriu que adolescentes que se queixam de tal tratamento são punidos por espancamento ou pela perda de benefícios, incluindo longos períodos de tempo em celas de isolamento.

56. Além disso, ele ouviu relatos de pesquisas de rotina violentas de células, muitas vezes depois de visitas semanais, durante os quais o pessoal, sob o pretexto de procurar por drogas e / ou armas, iria destruir tudo e torturam os presos, incluindo o uso de cães.

57. O Relator Especial também ouviu falar sobre casos de prisioneiro-on-prisioneiroviolência, para que o pessoal da prisão fechar os olhos ou que até mesmo incentivada. Este tipo de abuso é difícil de documento, como visitas são simplesmente negado imediatamente após tais incidentes.

58. Os casos de tortura e outros maus-tratos são substancialmente subnotificados. A maioria dos entrevistados - adultos e adolescentes - disse o Relator Especial que se abstiveram de fazer denúncias sobre maus-tratos por medo de tornar as coisas piores, ou porque eles esperavam que seria inútil. Este padrão é apoiado por vários monitores da sociedade civil com as quais o Relator Especial se reuniu; reclusos afirmam ter sido torturados, mas não pode ser persuadido a fazer acusações formais.

59. Tortura e maus-tratos desta natureza constitui uma prática arraigada e generalizada que tem sido "naturalizada", de tal forma que os presos não mencioná-lo a menos que solicitado. O Relator Especial reconhece o Comitê Nacional para a Prevenção e Luta contra a Tortura eo mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura como passos na direção certa para lidar com ocorrências de tortura, e manifesta a esperança de que estes resultam em uma política sólida para assegurar a responsabilização e quebrar o ciclo de impunidade.

Uso excessivo de força: assassinatos e " mortes acidentais " durante as detenções e sob custódia

60. Apesar de notar que o número de mortes por policiais caiu em lugares onde"Unidades de Polícia Pacificadora" foram estabelecidas, o Relator Especial está preocupado que, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 2.200 pessoas morreram durante operações policiais em todo o Brasil, em 2013, uma média de seis pessoas por dia. No estado de São Paulo, de acordo com um estudo recente do Instituto Sou da Paz, assassinatos, com a participação de policiais aumentaram 2 por cento nos últimos meses, enquanto que a taxa

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de homicídios em geral diminuiu durante o mesmo período.Alegadamente, mais de 75 por cento das vítimas de 2010 a 2013 eram pobres afro-brasileirashomens com idade entre 15 e 29 anos.

61. Enquanto alguns assassinatos cometidos pela polícia resultar do uso legítimo da força, muitos não o fazem. Na grande maioria dos casos de uso excessivo da força, a polícia rotineiramente apresentar relatórios que indicam "resistência à parada seguida de morte", evitando, assim, o dever de levar os autores perante um tribunal. Números da Anistia Internacional mostram que, a partir de 220 investigações,11

A / HRC / 31/57 / Add.4apenas uma levou a uma condenação. Ele encoraja fortemente Congresso para aprovar projeto de lei nº 4.471 de 2012, que suprime "resistência à parada seguida de morte" ( auto de resistência ) e mecanismos semelhantes.

62. Em estabelecimentos penitenciários, a taxa de mortalidade (homicídios e mortes acidentais e naturais) é muito elevada. De acordo com Infopen, no primeiro semestre de 2014, 565 mortes foram registradas, das quais cerca de metade eram mortes intencionais, equivalente a 167,5 por 100.000 por ano; num Estado, a taxa foi tão alto quanto 1.502 por 100.000 por ano. Alegadamente, essas mortes ocorrem principalmente no contexto dos motins nas prisões, alguns dos quais já estariam encenadas pelos agentes, erelacionada a gangues violência preso, durante o qual os autores podem ser presos, guardas prisionais ou membros da polícia enviados para controlar a insurgência.

63. Em 2014, o julgamento para o motim de 1992, no Carandiru Penitenciária, em que 111 presos foram mortos na sequência de uma intervenção violenta pela polícia militar, foi concluído. Oitenta e quatro policiais foram condenados. Carandiru foi demolido em 2002. Na sequência do início do julgamento, em 2013, disse ter deixado cair o número de mortes nas prisões causados pela violência por agentes do Estado.

64. O Ministério da Justiça emitiu protocolos para investigações de homicídios em uma etapa geral de boas-vindas para quebrar o ciclo de impunidade. Não há protocolos específicos no local, no entanto, para a investigação de homicídios que são prima facie atribuível aos agentes da lei ou correções. Por outro lado, em tais casos, são realizados esforços significativos para "torná-los invisíveis".

A impunidade por atos de tortura e maus-tratos e mortes sob custódia

65. O Relator Especial observa que o Brasil tem feito progressos recentes na luta para superar a tudo permeia impunidade para os crimes graves cometidos por agentes do Estado durante a ditadura militar (1964-1984), incluindo o valioso trabalho da Comissão de Anistia dentro o Ministério Federal da Justiça e do relatório contundente da Comissão da verdade nacional lançado em 2014.

66. Lei nº 9.455, de 1997 define o crime de tortura e estabelece sanções correspondentes.O Relator Especial observa, no entanto, que há um longo caminho a percorrer na luta contra a impunidade. Atualmente, os casos de agentes policiais que cometem abusos contra detentos e internos não são investigados de forma significativa e esses autores raramente são levados à justiça. Nenhum mecanismo de investigação independente está no local para prevenir casos de simplesmente sendo arquivado.

67. Aprendeu de casos de medidas administrativas disciplinares e de instauração de acções penais. Para a maior parte, no entanto, os agentes acusados de crimes graves, incluindo tortura, não tinha sido preso, ou, se for preso, logo tinha sido liberado.

68. Além disso, o Relator Especial observa com preocupação que casos envolvendo violações cometidas por agentes militares contra civis são julgados em tribunais militares (embora este

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último incluir alguns magistrados civis). Quando o suspeito é um membro da Polícia Civil, a competência cabe aos tribunais criminais comuns.

69. Continuam a existir obstáculos à aplicação da decisão do 2010 Interamericana de Direitos Humanos no caso de Gomes Lund v. Brasil , que declarou a incompatibilidade de como a lei de anistia é aplicado com as obrigações do Brasil no âmbito da Convenção Americana sobre Direitos Humanos Direitos.

70. O Relator Especial observa que a impunidade por tortura, além de seus outros impactos negativos, contribui para um aumento da criminalidade violenta, como delinquentes resistir à prisão ao invés de render-se a enfrentar a tortura, ou buscar vingança pela tortura sofrida.  A impunidade, assim, cria riscos para a vida ea integridade pessoal dos agentes da lei.  A espiral de violência criminal que afeta o Brasil só é agravada pela impunidade que prevalece.12

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71. Ele toma nota do projeto de lei nº 4.471 de 2012, que está pendente de aprovação do Congresso, exigindo a devida investigação de mortes e ferimentos resultantes das ações de agentes estatais. Apesar de notar que não é feita qualquer referência à "omissão agentes estatais", ele é incentivado com a perspectiva de que esta legislação irá prevenir a violência, determinar responsabilidades e, finalmente, superar a impunidade. Ele observa que medidas semelhantes àquelas em que a conta já estão a ser aplicadas, em certa medida, em alguns estados, e que outros estados poderiam se beneficiar de suas lições aprendidas.

72. O Relator Especial recebe um "relatório sobre o crime organizado e seu controle sobre o sistema prisional" prevista, que ele entende é destinado a abordar o problema da cooperação entre autoridades e grupos criminosos organizados.

Documentação da tortura e do papel do Médico-Legal Institute

73. A documentação de tortura, maus-tratos e morte sob custódia (incluindo mortes naturais e violentas) é um componente importante na luta contra a impunidade. Por conseguinte, o Relator Especial expressa preocupação com a acima mencionadasubnotificação ea falta de documentação apropriada.

74. As investigações sobre alegações de tortura, maus-tratos e morte sob custódia não são sempre, ou mesmo regularmente, complementadas com análise científica das vítimas conduzidas por especialistas treinados em medicina legal, o que leva a uma preocupante falta de documentação da tortura e maus -Tratamento e, por sua vez, contribui para a impunidade.

75. Os detidos, autoridades e não-governamentais (ONGs) denunciar, por unanimidade, que o exame e questionar sobre os ferimentos são muito raros, que os exames médicos são realizados esporadicamente em ambos os centros de detenção e prisões, e que esses exames médicos superficiais que acontecem são deficiente em qualidade, e muitas vezes levada a cabo na presença dos oficiais que estão presumivelmente responsável pela tortura emaus-tratos.

76. O Relator Especial expressa sua preocupação de que os serviços forenses no Brasil, incluindo o Médico-Legal Institute, são marcados por uma profunda falta de formação sobre as normas médicas forenses internacionais, como o Manual para a Investigação e Documentação Eficazes da Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, desumanos ou Degradantes Tratamentos ou Penas (Protocolo de Istambul) eo Protocolo Modelo para uma Investigação Legal das execuções extrajudiciais, arbitrárias e Sumárias (Minnesota Protocol).

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77. O Médico-Legal Instituto faz parte da Polícia Civil e relatórios para o departamento do respectivo estado de segurança pública. O Relator Especial sublinha a falta de independência e o risco de minar a imparcialidade dos examinadores forenses. Se a imparcialidade fica comprometida, torna exames e relatórios de fontes não confiáveis de dados científicos forenses.

78. Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça formulou a sua recomendação 49, que fornece diretrizes para juízes em investigações de denúncias de tortura nos sistemas de reforma adulto prisionais e da juventude. Tais orientações são não-vinculativo, no entanto, o que torna difícil afirmar em que medida os juízes cumpri-las.

79. Há uma ausência crítica de um sistema integrado para monitorar e mapear os dados relevantes relacionados à violência e mortes causadas por policiais e prisionais.  A partir de 2012, o governo federal começou a investir em um sistema nacional de recolha e divulgação de informações sobre o assunto, um esforço muito digno que resulta no boletim periódico chamado Infopen, citados muitas vezes no presente relatório. Infopen, no entanto, atualmente se baseia em receber informações dos estados, que recebem informações das respectivas unidades prisionais - uma cadeia de informação que é frequentemente interrompido ou quebrado. No que diz respeito às delegacias de polícia, não sistemáticade coleta de informações existe.13

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80. É de importância crucial para reforçar a capacidade do país para produzir e divulgar dados claros e relevantes, incluindo a incidência de tortura, maus-tratos e morte sob custódia entre os vários grupos vulneráveis, incluindo racial, sexual, sexo e outros grupos minoritários.

C. Salvaguardas e prevenção

81. Nos termos da lei constitucional, substantivo e processual, a legislação brasileira, no papel, oferece garantias adequadas contra a maus-tratos dos seus cidadãos. O Relator Especial saúda as políticas e medidas adoptadas ou previstas, em vários níveis de governo para combater a tortura e os maus-tratos.

82. No entanto, ele observou durante sua visita como o aumento súbito de detenções e encarceramento tinha contribuído para sobrecarregar a infra-estrutura física e de recursos humanos, em detrimento da observância destas salvaguardas.

83. Ele aprendeu que o Gabinete do Provedor de Justiça nacional dos Direitos Humanos tem um serviço hotline que recebe denúncias de tortura e maus-tratos. Entre janeiro de 2012 e Junho de 2014, que recebeu 5.431 dessas queixas (cerca de 181 por mês), dos quais 84 por cento referidos a incidentes nas esquadras de polícia e centros de detenção. No entanto, como sugerido acima, a grande maioria dos actos de tortura, maus-tratos e assassinatos nunca foram relatados.

84. Lei nº 12,847 de 02 de agosto de 2013 estabelece um sistema nacional de prevenção e combate à tortura, que inclui uma comissão nacional para prevenir e combater a tortura e um mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura, tal como exigido pelo Protocolo Facultativo à Convenção Contra tortura, que nomeou todos os seus membros e recentemente começou as atividades de formulação de políticas e monitoramento.

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85. Atualmente, apenas seis estados têm leis que estabelecem um mecanismo de prevenção da tortura, e só dois deles têm efetivamente implementado um mecanismo preventivo estadual, modelado após requisitos do Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura. O Relator Especial expressa sua preocupação com a falta relatado de financiamento para esses mecanismos.

86. O mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura é colocado fisicamente e financeiramente dependente, Secretaria de Direitos Humanos, com recursos provenientes do orçamento geral deste último.

87. O Relator Especial encoraja o Governo a garantir que a informação chave é feita disponíveis e facilmente acessíveis ao público. Representação equitativa das ONGs em vários conselhos é contemplada na Lei nº 12,847 / 2013. Seria importante para tornar públicos os critérios aplicados na nomeação dos 12 membros de ONGs do mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura.

88. O mecanismo nacional empreendeu suas primeiras visitas em junho de 2015 e publicou seu primeiro relatório, destacando a falta de cumprimento das normas internacionais e oferecendo recomendações a várias instituições governamentais. O Relator Especial encoraja o Governo a garantir que estas recomendações receber a adequadafollow-up.

89. Paralelamente às actividades de acompanhamento do mecanismo nacional, bem como mecanismos de prevenção em todo o estado, as prisões no Brasil são regularmente visitados pelo monitoramento instituições, tais como defensorias públicas, procuradores e uma série de organizações da sociedade civil. Com algumas excepções, todos têm acesso a centros de detenção.

90. Além disso, o Relator Especial recebeu sobre os relatórios de um incidente recente, em 17 de Agosto de 2015, quando uma equipe do mecanismo preventivo estadual de Pernambuco, durante uma visita de detenção, foi submetido a insultos racistas e transfóbicos e ameaças de morte por14

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um guarda, que supostamente também sacou a arma. Tais atos são absolutamente prejudicial para os esforços de monitoramento e documentação e deve ser imediatamente impedido, investigados e punidos.

91. federais e estaduais governos cooperem entre si e com as organizações independentes da sociedade civil em vários conselhos nacionais que foram estabelecidas para fins específicos, tais como a Comissão Nacional de Prevenção e Combate a Tortura. O Relator Especial sublinha a necessidade urgente de esforços genuínos para assegurar a aplicação a nível nacional das salvaguardas oferecidas por essas instituições e procedimentos.

92. Ele está preocupado com o uso de em flagrante delito detenções. Mandados de prisão judiciais parecem ser a exceção, quando deveriam ser a regra, e os policiais usam uma definição elástico da flagrancia que tem pouca semelhança com a circunstância em que um agente realmente testemunhas o cometimento de um crime. A noção de flagrancia é muitas vezes uma busca disfarçada ilegal e apreensão, ou o resultado de medidas de investigação ilegais. Ele

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observa que uma abordagem mais rigorosa a prisões legitimação poderia reduzir a população prisional e facilitar uma melhoria no relacionamento entre a polícia ea comunidade.

93. O Relator Especial descobriu que o acesso a um advogado desde o momento da detenção geralmente não está disponível, e que o número relativo de defensores é extremamente baixa (em um estado, o defesa-to-presidiário relação era de 11: 3000), impedindo -los de manter-se com as suas outras funções cruciais, incluindo a representação em juízo aqueles que não podem pagar um advogado particular (que no Brasil é bem acima de 90 por cento de todos os réus criminais) ou a propositura de ações judiciais relacionados a tortura ou maus tratos. A maioria das prisões oferecem serviços de assistência jurídica para os presos no julgamento ou na pendência de recursos, em vez de a partir do momento da detenção. Muitos presos disseram à delegação que o serviço não foi eficaz.

94. Na maior parte do país, as pessoas detidas vir antes de um juiz, em média, cinco meses após a prisão. Isso viola a obrigação internacional clara dos direitos humanos e priva essas pessoas de uma garantia essencial não só contra a tortura, mas também contra a prisão arbitrária.

95. Um semelhante, insustentável, o atraso se aplica ao acesso ao Ministério Público, cujo papel na defesa da legalidade poderiam proteger os detidos de abuso. Remédios como o habeas corpus, por causa da morosidade excessiva, são de facto de pouco uso como proteção imediata. Ele expressa sua preocupação com a actual falta de controle externo do Ministério Público doEscritório. Um juiz que obtiver provas de tortura não podem, segundo a legislação brasileira, iniciar a acusação, mas só pode comunicar o fato a um promotor. Um papel crucial na proteção contra maus-tratos é, portanto, de valor limitado.

96. A este respeito, o relator especial aprendeu durante a sua visita de uma iniciativa criativa por alguns promotores, defensores públicos, advogados de interesse público e organizações não governamentais, designadamente o da propositura de ações civis em nome de classes de vítimas. A eficácia de tal acção é posta em causa, no entanto, pelo fato de que muitos tribunais estão relutantes em conceder alívio e, quando o fazem e agências estatais apelar, o processo de apelação suspende qualquer injunção ou ordem que podem ter sido emitida, acrescentando, portanto, as muitas camadas de recurso de tais ordens disponíveis na legislação brasileira. Parte deste problema resulta do fato de que os recursos concedidos tenderam a ser ordens para construir novas prisões ou já existentes de reparação, ou o encerramento de algumas instalações. Restrições orçamentais dadas, os Estados sem surpresa tendiam a bloquear tais ações, apelando aos tribunais superiores.

audiências de custódia

97. Uma das iniciativas mais importantes de política pública para resolver os problemas de prisão arbitrária ea tortura é um projeto piloto promissor, lançado em Fevereiro de 2015, para realizar audiências de custódia em cinco estados, incluindo duas visitados durante a missão.Após o lançamento do projecto-piloto, todos os estados assinaram hoje um acordo com o Conselho Nacional de15

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Justiça sobre audiências de custódia. O objetivo do projeto é resolver os problemas com as garantias legais discutidos acima, cumprindo o dever mandato internacional do Estado para trazer cada pessoa detida imediatamente a um juiz, que (a) Regras sobre a legalidade da detenção; (b) determina a necessidade da prisão preventiva, as ordens de libertação sob fiança

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ou própria até o julgamento fiança do detido, ou impõe medidas sobre o detido, short de detenção, para assegurar a comparência em tribunal; e (c) detecta tortura e maus-tratos.

98. audiências de custódia tem a vantagem de reduzir o número desproporcionalmente elevado de detentos à espera de julgamento (40 por cento, em média, e, em um Estado, 78 por cento), e servir o propósito importante de desencorajar o uso da tortura. O Relator Especial entende que, no projeto piloto, são constituídas provisões para trazer o acusado ao tribunal no prazo de 24 horas após a prisão de uma audiência na presença de um advogado de defesa, um promotor, um juiz e, se houver sinais de maus tratos, um médico para realizar um exame médico forense imediata.

99. As estatísticas mostram que as audiências de custódia, onde aplicadas, resultaram na libertação após 24 a 48 horas de 43 por cento dos detidos (em um estado, 52 por cento), em oposição a 10 por cento anteriormente.

100. O Relator Especial observa que o Supremo Tribunal Federal ativamente campeões esses processos e que o Governo está a seguir a legislação nacional para esse fim. Ele congratula-se com a expansão das medidas alternativas à prisão preventiva, como a prisão domiciliar, dispositivos de monitoramento eletrônico, as restrições às viagens, a retenção dos passaportes ea obrigação de informar periodicamente ao tribunal. Ele observa que os fundos foram gastos em medidas mais avançadas, como a vigilância electrónica com pulseiras de tornozelo, que se espera que sejam postas em prática em breve.

101. Não obstante, ele identifica uma série de desafios: (a) o processo não é actualmente aplicável às pessoas acusadas de assassinato, tentativa de homicídio ou crimes semelhante graves;(B) a taxa em que os réus se queixam de maus tratos não é significativamente maior do que antes, o que sugere uma subnotificação de alegações, ea taxa de prova real da tortura continua insignificante; (C) com o projeto atual, o detido arrisca esperando muito tempo na presença dos policiais que ele ou presos a ela, em vez de numa instalação adequada; e (d) a cobertura geográfica dentro de cada estado não está completa, levando a disparidades de tratamento entre os detidos em instalações localizadas semelhante. Mesmo que todos os Estados tenham assinado o acordo, aplica-se apenas às capitais e cidades maiores.

102. Um objetivo da audiência é determinar se o réu experimentou tortura ou maus-tratosapós a detenção, ou nas primeiras horas de detenção na delegacia (delegacia) . O ministro da Segurança de Estado de São Paulo disse à delegação que, seis meses no programa e com 4.198 pessoas que tenham sido levado perante um juiz, não havia nenhuma evidência crível de abuso policial. Dado o número de relatos credíveis sobre maus-tratos durante os interrogatórios recebeu durante a sua visita, o Relator Especial observa que a ausência de queixas provavelmente não reflete a realidade: os agora em Prompt de audiências não podem ter tido um sucesso tão imediato na redução tortura em interrogatórios. Na verdade, os especialistas legais disseram o Relator Especial que os detidos tinham relatado tortura durante entrevistas informais, por exemplo, no decurso de inspecções, mas recusou-se a formalizar reclamações por medo de represálias e devido a uma percepção de que nada iria ser adquirida por denunciando tortura formalmente - ambos os argumentos que ele também ouviu de presos.

103. De acordo com o tribunal do Estado de São Paulo, entre 24 de Fevereiro e 31 de Agosto de 2015, os juízes do quinto Departamento (Dipo 5) investigou 466 queixas de tortura e / ou maus-tratos que tinham sido trazidos durante as audiências de custódia. Em 277 dos casos, o Tribunal encontrou provas que corroborem ( indícios de tortura ) e os enviou para as unidades militares e policiais civis Corregedoria para mais investigações. A partir da elaboração do16

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presente relatório, nenhuma investigação tinha sido concluída e ninguém havia sido indiciado criminalmente.

104. A fim de permitir o exame de todos os réus imediatamente após o contato com o juiz, defensor público e procurador, exames forenses ter lugar em centros forenses específicas estabelecidas no tribunal onde as audiências de custódia são realizados. O Relator Especial expressa sua preocupação, no entanto, com o facto de estes exames não são muitas vezes com a presença do defensor público ou o juiz, mas, paradoxalmente, muitas vezes são atendidos pelos oficiais que investigam.

105. Ele deseja reiterar a importância de abordar os desafios relacionados à falta de formação e conhecimento das normas forenses internacionais entre médico-legal do pessoal, bem como a falta de independência do Médico-Legal Institute. Ele apoia plenamente a proposta de emenda constitucional para conceder a independência total de todos os serviços forenses federais e estaduais.

106. O Relator Especial encoraja a expansão das audiências de custódia, e insta os tribunais a considerar redesenhar o processo com vista a eliminar as restrições que actualmente impedem detidos de apresentação de queixas e obstruem a documentação demaus-tratos, bem como a capacidade do Estado para monitorar sua prevalência preciso.

107. Para além do projecto audiência de custódia, o Relator Especial está ciente do uso dechamados mutirões , que agilizam casos individuais, agrupando-os em audiências de massa.Embora de alcance limitado, eles são uma tentativa promissora para simplificar os procedimentos, nomear juízes substitutos e evitar atrasos desnecessários na administração da justiça.

Proposta para reduzir a idade de responsabilidade penal e prolongar o tempo máximo de detenção

108. No que diz respeito às salvaguardas e prevenção para adolescentes, o Relator Especial está ciente do projeto de lei 171/1993, que propõe para reduzir a idade da responsabilidade penal de 18 para 16 anos. O projeto de lei foi aprovado na primeira rodada de debates na Câmara dos Deputados em junho de 2015; no entanto, em que altera a Constituição, a lei tem de passar tanto a Câmara dos Deputados e do Senado com pelo menos dois terços dos votos, em duas rodadas.

109. Ele está muito preocupado com esta medida, notando que processar adolescentes infratores como adultos pode violar as obrigações do Brasil no âmbito da Convenção sobre os Direitos da Criança e afecta seriamente o estatuto de 1990 sobre crianças e adolescentes, considerado um marco por defensores dos direitos da criança . Aprovação destas propostas iria piorar as condições nos centros de detenção de adultos já seriamente superlotadas em todo o Brasil.

110. O Relator Especial aprendeu que, para contrariar o acima mencionado projeto de lei, o governo federal havia apresentado outro projeto de lei para aumentar o tempo máximo de detenção em centros socioeducativos dos atuais três anos para até 10 anos.

111. Esta proposta parece minar de forma semelhante os direitos concedidos a crianças e adolescentes no âmbito do direito internacional e federal, e a prejudicar seriamente a educação e reintegração de adolescentes na sociedade. Em um pior caso cenário, ambas as contas poderia ser aprovada.

112. O Relator Especial insta Congresso a abster-se de passar as emendas constitucionais propostas e permitir que as crianças e adolescentes de continuar a usufruir das garantias que lhes foram concedidas.17

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D. Condições de detenção

113. Na maioria dos centros de detenção visitados, as condições de detenção ascendeu a tratamento cruel, desumano ou degradante, devido à grave superlotação.

114. Isto gerou um clima tenso, violento e caótico dentro das instalações, nas quais física e psicológica maus-tratos de presos - mulheres, homens, meninas e meninos- Tornou-se a norma, e grande impacto nas condições de vida dos reclusos e seu acesso a alimentos, água potável, cuidados de saúde, visitas familiares, defesa legal, apoio psicossocial e de trabalho e de educação de oportunidades, bem como sol, o ar fresco e recreação .

115. O Relator Especial observou condições insalubres de forma aguda em células e lavatórios, pátios e, principalmente, áreas de punição. Em menor medida, cozinhas, áreas de visita e outras salas comuns foram também abaixo dos padrões aceitáveis de saneamento.Apenas dois dos centros de detenção visitados apresentaram níveis aceitáveis de saneamento; Em ambos os casos, eles estavam ocupados abaixo da capacidade.

116. A maioria das prisões visitadas tinham celas de castigo. Embora muitas vezes construídas como celas de isolamento, eles podem acomodar 10 a 15 pessoas ao mesmo tempo, por dias e semanas, sem saneamento mesmo mínima, como um banheiro ou água corrente. O Relator Especial aprendeu de um caso em que uma célula construída para oito pessoas estava sendo usado para armazenar 58 pessoas.

117. Além disso, ele aprendeu de condições semelhantes em Esquadra travamentos, onde, muitas vezes, os detidos são mantidos por períodos mais longos em condições superlotados e em instalações totalmente inadequados, antes de eventualmente ser transferidos a um estabelecimento penitenciário- Onde alguns gastam suas frases inteiras - enquanto ato pessoal da polícia como guardas prisionais.

118. A principal preocupação dos reclusos penitenciários é a qualidade dos alimentos. O Relator Especial foi capaz de verificar os relatórios consistentes de invariáveispobres em nutrientes refeições. Possivelmente devido ao transporte inadequado, em algumas prisões as refeições tornam-se frequentemente não comestíveis no momento em que chegar aos detentos, que reprepare a comida em suas celas usar aparelhos elétricos caseiros perigosos.

119. Ele foi capaz de observar alguns lugares onde os presos foram dadas oportunidades de participar em certas atividades, incluindo o trabalho. No geral, no entanto, essas atividades eram inadequadas. Ele encoraja fortemente o governo para fornecer mais oportunidades para a atividade significativa para todos os grupos de presos, para o seubem-estar e independência económica e para equipá-los para a vida após a prisão.

120. Além disso, não se observa separação entre presos provisórios e criminosos condenados. Devido ao aumento sem precedentes e rápido, no encarceramento, instalações originalmente concebidos para uma ou outra categoria são usados indiscriminadamente. As

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medidas tomadas para reduzir a superlotação em alguns lugares têm apenas retardou o aumento exponencial da superpopulação. Estados Mesmo que levaram o caminho na redução prisão preventiva têm visto os seus números da população de prisão permanecem os mesmos.

121. O Relator Especial ouviu falar sobre medidas disciplinares exageradamente agressivos, incluindo os casos em que os presos tinha invocado um direito (por exemplo, solicitar um colchão) e foi punido por exibir "liderança negativa" com penas prolongadas, ou meses ou anos em isolamento. As medidas disciplinares foram tipicamente aplicado coletivamente e sem uma audiência ou um aviso de o período de tempo a medida seria aplicada.

122. No que diz respeito a crianças e adolescentes, observou com preocupação que os centros socioeducativos parecia, na prática, para funcionar de uma forma muito semelhante às instalações penitenciárias para adultos, falhando assim a prestar especial atenção às necessidades e direitos das crianças e adolescentes. Arquitetonicamente, os centros socioeducativos seguir o princípio de um centro de detenção regular, com os jovens atrás das grades em quartos que são semelhantes, se não igual a celas de prisão, com um sistema disciplinar que muitas vezes é igualmente rígida.18

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123. Tal como os seus homólogos para adultos, muitas instalações de detenção juvenil sofrem de superlotação excessiva. Adolescentes passam a maior parte do seu tempo em seus quartos com pouco ou nenhum tempo gasto nas áreas comuns ou no exterior. Muitos tomam as suas refeições dentro de seus quartos.

124. O Relator Especial está preocupado com a falta de implementação da dimensão sócio-educativa do sistema de justiça juvenil. Os jovens devem continuar a sua escolaridade nos centros socioeducativos; no entanto, as aulas são muitas vezes cancelados devido a uma falta de guardas disponíveis para supervisionar as classes. Da mesma forma, as atividades recreativas também são escassos ou inexistentes.

125. Ele observa com preocupação a ausência de um mecanismo de funcionamento queixa permitindo que os jovens a apresentar queixas relativas ao seu tratamento sem medo de represálias ou de um agravamento da situação.

126. Ambos os presos e funcionários testemunharam uma constante falta de disposições de base, como cobertores, sabão, absorventes higiênicos, lâminas de barbear, colchões, luvas de plástico e serviço de lavandaria, levando a impactos negativos sobre higiene e saúde, incluindo doenças de pele e outras doenças .

127. O Relator Especial não visitar o "conector" no São Paulo-Guarulhos Aeroporto, onde no início de 2015, foi relatado que os refugiados detidos e migrantes detidos após a sua chegada no país esperou muitos dias para ter seus casos ouvidos, em muito condições precárias e sem comunicação ou acesso a advogados ou intérpretes. O governo federal e as autoridades locais tomaram medidas para melhorar essas condições e as instalações.

128. Enquanto a escassez físicas, médicas e nutritivos e insuficiências constituem um problema geral no sistema penitenciário do Brasil, o Relator Especial sublinha os impactos assimétricos que têm em certos grupos, incluindo mulheres e meninas (em particular durante a gravidez, o parto ou a amamentação, ou se eles são acompanhados por crianças) e pessoas com deficiência.

Serviços de saúde

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129. De um ponto de vista médico, com poucas exceções, as condições de detenção em locais visitados sofria de deficiências significativas sobre saneamento básico e acesso à água potável, alimentos comestíveis, e atenção médica e psicológica.

130. A extrema falta de saneamento encontrado na maioria dos lugares visitados, combinada com a presença de doenças altamente contagiosas - tuberculose, lepra e hepatite - e superlotação, transformaram prisões, especialmente aqueles para os presos do sexo masculino, em lugares onde a prevenção da doença é uma permanente eo desafio não atendida.

131. O plano nacional de saúde para o sistema penitenciário e a política nacional de atenção integral à saúde para as pessoas privadas de liberdade na prisão estabelecido o princípio de que, em teoria, o sistema público de saúde abrange todos os detentos. Este não é o caso na prática, no entanto. Devido à grave superlotação, serviços de saúde nas prisões estão faltando criticamente capacidade para realizar eficazmente a sua missão de prestar assistência médica básica para os presos.

132. Todas as instalações visitadas tinha enfermarias, que fornecem um mínimo de conforto e privacidade; no entanto, nenhum tinha as instalações físicas ou técnicas adequadas necessárias para uma análise forense completa. Eles tinham uma equipe básica de técnicos e uma presença esporádica de profissionais de saúde, principalmente médicos, dentistas e psicólogos. O Relator Especial recebeu inúmeros relatos de presos alegando que não tinham visto um médico em meses, ou nunca. Em todas as prisões visitadas pelo Relator Especial, ele viu um médico presente em apenas um deles, uma prisão para mulheres.19

A / HRC / 31/57 / Add.4133. O número de funcionários profissional que serve as necessidades médicas de internos em geral é severamente inadequada, como são os suprimentos médicos e instalações vizinhas.

134. Em uma prisão, ele encontrou pacientes deitados no chão, cuidada apenas por outros detentos doentes cuja situação física foi apenas um pouco melhor.

135. As situações de saúde dos presos devem ser submetidos a uma avaliação periódica por peritos neutros, sem demora; em situações em que um preso tem uma doença crônica ou terminal ou condição, ele ou ela deve ter a possibilidade de ter o seu regime alterado para um mais adequado, por exemplo, casa de detenção ou prisão hospital.

136. O Relator Especial recebeu relatos numerosos e preocupantes de sedativos sendo usado excessivamente com o objetivo de "manter os adolescentes calma" e confirmou, em um lugar visitado, que a maioria das crianças estavam recebendo sedativos pela prescrição.

137. A inclusão de presos no sistema geral de saúde pública é insuficiente; há uma necessidade de responder às necessidades particulares de internos que resultam de condições de detenção superlotados, e para prevenir e tratar doenças prevalentes.

138. O Relator Especial recebe um investimento previsto de R $ 50 milhões em 2015, a política nacional de cuidados de saúde para as pessoas privadas de liberdade, conforme estabelecido por uma portaria dos ministérios da Justiça e da Saúde, em 2 de Janeiro de 2014. Um objectivo estratégico desta investimento é o de "contribuir para o controle e / ou redução das queixas mais frequentes que afetam a população prisional". Ele entende que 24 estados já estão tomando parte na implementação da política.

139. Observando que muitas pessoas mentalmente doentes não são tratados, mas apenas encarcerado, o Relator Especial visitou um hospital psiquiátrico público, que teve uma área

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específica para os presos que haviam sido enviados em uma ordem judicial. Ele aprendeu que alguns desses presos não tinha justificação médica para estar lá, mas estavam sendo mantidos como uma "cortesia", uma vez que as condições eram muitas vezes melhor, e superlotação menos pronunciada do que em instalações de detenção comuns.

140. A Lei nº 11.343 destina-se a orientar os usuários de drogas à atenção médica e tratamento fornecido por chamadas "comunidades terapêuticas", instituições privadas parcialmente financiados pelo Estado no âmbito do Ministério da Justiça. Pacientes de saúde mental também estão detidos em comunidades terapêuticas. O Relator Especial recebeu preocupantes relatos de tortura freqüentes e maus-tratos, bem como condições precárias. Ele faz questão de sublinhar a responsabilidade do Governo para proteger a integridade física e psicológica das pessoas nestas instalações, independentemente da filiação da instalação, ou ausência da mesma, com o Estado. Isto inclui a aplicação dos mecanismos de supervisão.

V. Conclusões e recomendações

A. Conclusões

141. No que diz respeito à legislação, salvaguardas, prevenção e reforma institucional, o Brasil tem feito progressos significativos em papel; No entanto, a implementação está a ficar muito para trás.

142. Tortura e maus-tratos no curso de interrogatório são ocorrências freqüentes.Mortes por policiais e pelos funcionários da prisão continuar e não são incidentes isolados.Eles principalmente afeta pessoas pertencentes a racial, sexual, sexo e outros grupos minoritários.20

A / HRC / 31/57 / Add.4

143. As condições de detenção, muitas vezes equivale a tratamento cruel, desumano ou degradante. A grave superlotação leva a condições caóticas no interior de instalações, e grande impacto nas condições de vida dos reclusos e seu acesso a alimentos, água, defesa legal, cuidados de saúde, apoio psicossocial, oportunidades de trabalho e educação, assim como o sol, o ar fresco e recreação.

144. A impunidade continua a ser a regra e não a exceção, em parte devido a procedimentos de alta deficientes e práticas relacionadas com a monitorização e documentação.

145. O Relator Especial saúda as medidas tomadas ou previstas, em vários níveis de governo, para combater a tortura, maus-tratos e mortes desnecessárias. Ele insta o Governo intensificar os esforços para garantir a aplicação a nível nacional e eficaz e de execução destas medidas, para proteger os seus cidadãos.

B. Recomendações

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146. Num espírito de cooperação e parceria, o Relator Especial recomenda que o Governo, com a assistência adequada da comunidade internacional, tomar medidas decisivas para implementar as recomendações descritas abaixo.

147. No que diz respeito à legislação, o Relator Especial recomenda que o Governo do Brasil:

(a) Assegurar a execução e aplicação da legislação existente eficaz, e remover os obstáculos relacionados com a escassez de recursos ou prioridades políticas inadequadas;

(b) Use mais assiduamente e eficazmente os poderes conferidos por lei a promotores federais para cobrar as autoridades estaduais e federais com as violações das normas constitucionais, incluindo a proibição da tortura e dos maus-tratos (atualmente uma medida excepcional que nunca foi utilizado para esses fins );

(c) efetivamente implementar e aplicar a legislação existente condicionando o financiamento federal sobre o cumprimento do estado;

(d) Introduzir medidas eficazes para superar a superlotação, atrasos e gargalos, inclusive com referência às melhores práticas e lições aprendidas pelos estados e outros países;

(e) Introduzir a reforma da política de drogas e desenvolver padrões para determinar finalidade de posse com base nas quantidades fixas;

(f) Fortalecer alternativas ao castigo, tais como prevenção e tratamentodo uso de drogas;

(g) Definir e implementar uma abordagem mais rigorosa a detenções legítimas, para abolir o uso atual das flagrancia ;

(h) Por lei, expandir imediatamente a aplicação de audiências de custódia a todo o país, e garantir uma cobertura geográfica completa dentro de cada estado;

(i) Widen audiências de custódia para cobrir todas as categorias de crime;

(j) incentivar as vítimas a falar e tomar medidas para a documentação eficaz da tortura ou maus-tratos;

(k) Eliminar as restrições que atualmente impedem detidos a partir formalmente denunciar, eo Estado de saber, a prevalência exacta de tortura e maus tratos;21

A / HRC / 31/57 / Add.4(l) evitar o enfraquecimento das garantias concedidas aos filhos, e abster-se de

aprovar emendas constitucionais propostas no que respeita à idade de responsabilidade criminal e o tempo máximo de detenção;

(m) as lacunas atuais Fechar na Lei nº 13.060, definir quais armas qualificar como não-letal e elaborar sobre a interpretação da "legalidade", "necessidade" e "proporcionalidade";

(n) estabelecer os meios eficazes para o controlo e sanção, a utilização pela aplicação da lei e pessoal de detenção de força inadequada, tais como artilharia pesada, e sancionar o armazenamento de tais equipamentos;

(o) Abolir, na lei e na prática, revistas corporais invasivas, passar a conta pendente (7764/14) e olhar para outros países para medidas alternativas;

(p) Morada as piores conseqüências da superlotação e estabelecer um programa formal específico para a atenção médica nas prisões, incluindo programas especiais para prevenir e tratar doenças prevalentes;

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(q) Reduzir o elevado número de execuções extrajudiciais, incluindo os crimes de "resistência", e aprovar projeto de lei nº 4471, introduzido em 2012, abolindo a "resistência à parada seguida de morte" e de mecanismos semelhantes de impunidade;

(r) Garantir que as violações cometidas por agentes militares contra civis são julgados por tribunais penais civis.

148. No que diz respeito às salvaguardas e à prevenção, o Relator Especial recomenda que o Governo:

(a) Assegurar a aplicação efectiva de facto e à execução das salvaguardas existentes e medidas de prevenção;

(b) reduzir a superlotação e endereço atrasos na aplicação de medidas como a libertação antecipada nas fases posteriores do cumprimento de penas de prisão, especialmente para o bom comportamento e benefícios obtidos;

(c) Garantir a afectação de recursos adequados à formação abrangente de pessoal da polícia e penitenciário, em particular para lidar respeitosamente com e proteger os membros do racial, sexual, sexo e outras minorias;

(d) Proporcionar condições de trabalho apropriadas, e remuneração adequada, para a polícia e do pessoal prisional;

(e) Tomar medidas para eliminar a discriminação contra grupos minoritários, incluindo com base na raça, orientação sexual e identidade de gênero;

(f) Assegurar que todos os estados seguem a recomendação contida na resolução comum (1/2014) do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e Lésbicas Nacional, Gay, Bissexual e Transgender Conselho, para estabelecer celas separadas para pessoas que são particularmente exposto por causa da orientação sexual e identidade de gênero, e protegê-los contra a exclusão e isolamento;

(g) Implementar a funcionar mecanismos de reclamação em todas as instalações para permitir que todos os presos de apresentar queixas relativas ao seu tratamento sem medo de represálias ou um agravamento da sua situação;

(h) Garantir a aplicação efectiva do mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura, garantir a transparência do Comité Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e fornecer independência física, financeira e política completa do mecanismo preventivo nacional, de acordo com orientações sobre22

A / HRC / 31/57 / Add.4

um mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura no âmbito do Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura;

(i) Garantia de que nenhuma pessoa sofre qualquer represália, como resultado de ter conversado com o Relator Especial ou outro mecanismo de acompanhamento;

(j) Lidar com a falta de documentação da tortura, maus-tratos e morte sob custódia, garantir que todos os médico-legais funcionários recebam a formação necessária, especialmente na aplicação adequada do Istambul e o Minnesota protocolos, e que a infra-estrutura necessária e equipamentos estão disponíveis e acessíveis para a realização de exames;

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(k) Erradicação do uso excessivo da força, incluindo assassinatos, pela polícia e impunidade associada, e alocar pessoal e recursos suficientes para os procuradores responsáveis pela investigação desses casos.

149. No que diz respeito às condições de detenção, o Relator Especial recomenda que o Governo:

(a) Tomar medidas imediatas para eliminar a superlotação e implementar plena observância das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Reclusos (a Mandela Regras Nelson) e as normas mínimas de espaço necessário para cada preso vivo (ver Comité Europeu para a Prevenção da tortura e Desumanos ou Degradantes Tratamentos ou Penas, básicos Requisitos mínimos para pessoais espaço Viver em Estabelecimentos Prisionais (2015));

(b) oferecer mais oportunidades para atividade significativa para todos os grupos dereclusos;

(c) Garantia de que os jovens tenham acesso à escolaridade e actividades recreativas durante a sua estadia em centros socioeducativos, e implementar plena observância das Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil (Regras de Beijing);

(d) Alocar recursos suficientes para garantir um pessoal adequado de centros socioeducativos;

(e) Abordar a falta de capacidade efetiva de alcançar um nível básico de qualidade nos serviços de saúde dentro de centros de detenção;

(f) Garantir prestação efectiva de pessoal e materiais, adequados em quantidade e qualidade, para atender às necessidades de saúde de cada indivíduo;

(g) Melhorar a supervisão de enfermarias;

(h) evitar a escassez físicos, médicos e nutricionais e inadequações de afetar de forma assimétrica mulheres e meninas, e implementar plena observância das Regras das Nações Unidas para o Tratamento das mulheres presas e não privativas de liberdadeMedidas para Mulheres Delinquentes (Regras de Bangkok).

150. No que diz respeito à reforma institucional, o Relator Especial recomenda que o Governo:

(a) fechar a lacuna entre a lei ea prática e assegurar a aplicação Federal e supervisão da implementação do Estado no que diz respeito à punição e prevenção da tortura;

(b) enfrentar os desafios estruturais que atualmente permite que a impunidade prevaleça;

(c) Reforçar a capacidade científica e garantir a completa independência, de brasileiros médico-legal sistema;23

Page 24: Relatorio Tortura - Visita Ao Brasil - Relator Juan E Mendéz - Traduzido

A / HRC / 31/57 / Add.4(d) Assegurar a supervisão dos serviços forenses que têm a capacidade de fazer

recomendações vinculativas e tomar medidas disciplinares em casos de negligência;

(e) Criar um ambiente interestadual prática para compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas sobre a luta contra a tortura e maus tratos;

(f) Coloque no lugar e aplicar mecanismos para responder à actual falta de supervisão, incluindo em instalações especiais, tais como "conectores" e "comunidades terapêuticas";

(g) Assegurar que as recomendações de órgãos de supervisão, incluindo o mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura e os mecanismos preventivos estaduais, recebem adequado seguimento;

(h) a independência de Garantia ao mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura, os mecanismos de prevenção em todo o estado e outras entidades de acompanhamento, e conceder-lhes acesso livre a todos os lugares onde pessoas são

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privadas de sua liberdade, a todas as informações e registros, e entrevistas privadas com pessoas privadas de liberdade;

(i) prevenir, investigar e punir toda e qualquer forma de intimidação, ameaças e violência por parte do pessoal prisional ou de terceiros contra as pessoas que participam nas actividades de controlo, incluindo os membros do mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura e os mecanismos preventivos estaduais;

(j) Estabelecer um sistema integrado para monitorar e fazer números publicamente disponíveis e números sobre as ocorrências de violência e mortes na polícia e custódia da prisão.

151. O Relator Especial recomenda que o Governo assegurar a implementação e aplicação de recomendações do Relator Especial, o Subcomitê de Prevenção da Tortura e Outros mecanismos cruéis, desumanos ou degradantes ou punição e vários relevantes, eficazes e adequadas, tais como o mecanismo nacional para prevenir e combater a tortura e os mecanismos preventivos em todo o estado.

152. Ele pede à comunidade internacional para apoiar os esforços do Brasil para implementar as acima mencionadas recomendações, em particular, assegurando a aplicação eficaz e abrangente de leis e políticas novas e já existentes.24