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8/18/2019 Relatório Usinagem - Torneamento
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1. OBJETIVOS
O principal objetivo da prática é avaliar e relatar o torneamento de uma
peça, descrevendo as operações do processo e discutir como estas influenciam
nos parâmetros metrológicos finais obtidos, tais como tolerâncias dimensionais,geométricas e estado de superfície especificadas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A prática foi dividida em duas partes: na primeira foi feito o torneamento
de uma peça e na segunda foram feitas diversas análises metrológicas de outras
peças. As partes serão tratadas separadamente.
2.1. Torneamento
Os materiais utilizados na primeira parte da prática foram:
Torno mecânico ROMI TORMAX 330A;
Ferramenta para torneamento;
Ferramenta para corte;
Ferramenta para furar;
Ferramenta para sangramento
Ferramenta para roscamento;
Ferramenta para recartilhamento;
Paquímetro;
Barra cilíndrica de Aço ABNT 1020 com dimensões iniciais de Ø32mm x
103mm;
Escantilhão de 60º.
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Figura 1 – Ferramentas usadas na prática de torneamento
Primeiramente, o técnico do laboratório apresentou o torno que seria
utilizado e suas funções, como as velocidades e rotações por minuto; os
movimentos fundamentais da máquina, como seria feita a fixação da peça; a
função de alguns elementos (cabeçote, contra-ponto, carro porta-ferramenta,
etc); as ferramentas que seriam utilizadas, mostradas na Figura 1, e a uma peça
que demonstrava como a barra cilíndrica deveria ficar após ser usinada,
mostrada na Figura 2.
Figura 2 – Peça ao final das operações de usinagem
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Concluídas as apresentações do equipamento, foi iniciado o processo de
usinagem. A barra foi fixada à placa universal de três castanhas, fez-se um
faceamento na superfície e, com um furo de centro, determinou-se a centragem
da mesma. Nesse furo é que foi fixado o contra-ponto, de forma que a peça
ficasse apoiada firmemente e não se deslocasse, como mostrado na Figura 3.
Figura 3 – Contraponto utilizado na prática de torneamento
Foram feitos diversos processos para obter a geometria final da peça,
mostrada na Figura 4, sendo eles especificados na Tabela 1.
Tabela 1 – Especificações técnicas das operações de usinagem
OperaçãoRotação do motor
(rpm)Avanço (mm/rot)
Faceamento 710 0,6
Torneamento externo de
desbaste e acabamento 710 0,6
Recartilhamento 71 0,6
Roscamento externo 71 1,5
Furação de centro 950 0,6
Chanframento 710 0,6
Sangramento radial 710 0,6
Torneamento cônico
externo. 710 0,6
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Figura 4 –
Projeto da peça, contendo tolerâncias dimensionais e acabamento superficial
A ordem e os parâmetros de corte estão especificados na folha de
processo no item 4.1. deste relatório. Após cada operação, as medidas das
dimensões eram feitas com paquímetro. O escantilhão foi utilizado para medir o
ângulo da rosca, que deveria ser de 60º. Durante todo o processo, um fluido de
corte foi utilizado, sendo este chamado de óleo de refrigeração (1/40 água).
É válido ressaltar que apenas a ferramenta utilizada para o faceamentoera de metal duro, sendo todas as outras feitas de aço rápido.
2.2. Metrologia
Nesta parte da prática foram avaliadas as medidas das peças usinadas
em relação à sua precisão e se estas estavam dentro das especificadas em
projeto.O cálculo do erro e do desvio padrão, a discussão e a proposição de
melhorias de todas as análises metrológicas expostas do item 2.2.1. ao 2.2.4.
estão contidas na seção 4.2. deste relatório. É válido ressaltar que cada medida
utilizada corresponde a um grupo diferente, sendo os resultados obtidos
referentes ao dia que a prática foi realizada.
A peça utilizada como referência para os itens 2.2.1., 2.2.2. e 2.2.3. está
exposta na Figura 5.
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Figura 5 –
Peça referência para os itens 2.2.1., 2.2.2. e 2.2.3.
2.2.1. Projetor de perfil
O projetor de perfil tem como finalidade, avaliar perfis de várias formas,
formas quadradas, retangulares, trapezoidais (como dentes de engrenagens),
circulares (diâmetros), cônicas, etc.
Ele permite projetar em sua tela a imagem ampliada da peça. A ampliação
da peça acontece devido ao jogo de luz criado pelo equipamento. A tela possui
gravadas duas linhas perpendiculares, que são utilizadas como referência nas
medições. O projetor possui uma mesa de coordenadas móvel com dois
cabeçotes micrométricos, ou duas escalas lineares, posicionados a 90º são
essenciais na medição: o movimento das mesas que proporciona a leitura das
medições. O projetor de perfil com a peça projetada utilizado na prática está
exposto na Figura 6.
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Figura 6 – Projetor de perfil e peça projetada utilizados na prática
Na prática o projetor de perfil foi utilizado para medir o passo da rosca, a
profundidade e o ângulo do filete da rosca. Para medir um ângulo, foi selecionado
um ponto da peça criando uma primeira linha e um outro ponto criando uma
segunda linha, tendo assim o ângulo maior e o menor.
No caso do passo da rosca, a intersecção das duas linhas foi alinhada
com uma das extremidades superiores da rosca. Após feito esse alinhamento, omedidor foi zerado e as placas foram movidas até o outro filete, criando a medida
do passo. O mesmo procedimento foi utilizado para medir a profundidade do
filete.
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2.2.2. Microscópio de Oficina
O microscópio de oficina é um equipamento que, assim como o projetor
de perfil, foi utilizado para caracterizar as peças usinadas.
Este funcionava como um microscópio normal, ampliando o perfil da peça
em questão. Entretanto, ele continha em suas lentes uma escala comparativa
com diversos tamanhos milimétricos de diâmetros de circunferências. Esses
diâmetros foram utilizados para comparar o diâmetro do canal de saída do
rebolo, sendo este indicado
2.2.3. Mesa entre pontos
Os relógios comparadores ou apalpadores são instrumentos de precisão
de grande sensibilidade, utilizados tanto na verificação de medidas, superfícies
planas, concentricidade e paralelismo para leituras diretas. Eles transformam um
pequeno deslocamento captado por um sensor de medição em um
deslocamento amplificado de um ponteiro, que possa ser lido num mostrador
digital. Este sistema, embora tenha um campo de medição restrito, alcança uma
precisão de até 0,001mm.
Os valores são indicados por intermédio de um ponteiro colocado no
centro do mostrador, que está dividido em 100 partes. O ponteiro indica valores
de 1 em 1 centésimo, completando 1 mm por volta. Dependendo do lado para
qual o ponteiro gira, é possível saber se a superfície está mais alta ou mais baixa
que a posição zero.
O processo de medição foi feito para:
Batida radial (µm) do diâmetro Ø36mm;
Batida axial (µm) para o detalhe A;
Coaxialidade (µm) para os diâmetros [Ø25(1) x Ø25(2)] mm.
Primeiramente o relógio foi fixado sobre uma peça de granito metrológica
plana e este foi zerado fazendo mostrador girar até a coincidência com o zero da
escala.
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Depois de zerar a leitura do relógio, este foi colocado em contato com a
peça e esta foi girada radialmente. Foram anotados os valores máximo e mínimo
medidos e a diferença no diâmetro (Δd) foi anotada. O mesmo procedimento foi
feito para o batimento axial do detalhe A. A Figura 7 mostra a medição da batida
axial.
Figura 7 – Aparelho utilizado na prática
Já para medir a coaxilidade dos diâmetros, foram utilizados dois relógios
fixados num aparelho, sendo que cada relógio estava medindo um dos
diâmetros, como mostrado na Figura 8.
Figura 8 – Medição de coaxilidade dos diâmetros
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Ambos foram zerados através do mesmo procedimento de batimento.
Quatro marcações perpendiculares entre si foram feitas na face da peça, que era
girada até atingir uma marcação. Quando a peça atingia a marcação, era feita a
leitura dos relógios, comparando a diferença entre elas e calculando Δd. Esse
procedimento foi repetido para as quatro marcações, sendo a maior diferença
registrada utilizada para realizar o cálculo de erro e as discussões.
2.2.4. Rugosímetro
Para realização desta demonstração foram utilizados os seguintes
materiais:
Rugosímetro portátil digital (mostrado nas Figuras 9);
Peça usinada de aço inoxidável;
Peça usinada de alumínio.
Figura 9 – Rugosímetro utilizado na prática
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Nesta parte da prática foram determinados os desvios microgeométricos
existentes na superfície dos materiais que passaram por algum processo de
usinagem. Para realização do experimento de medição de rugosidade utilizamos
um rugosímetro em conjunto com os blocos padrões das peças, como mostrado
na Figura 10. Foram feitas medidas para os parâmetros de amplitude (Ra) e (Rt)
e parâmetro de espaçamento (Sm).
Figura 10 – Rugosímetro fazendo a medição na peça
A geometria das peças de aço e alumínio são mostradas na Figura 11 e
as condições de usinagem das partes da peça estão na Tabela 2, sendo estasas mesmas para ambas as peças.
Figura 11 – Geometria da peça utilizada na medição de rugosidade
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Tabela 2 – Condições de usinagem das partes da peça
Parte Avanço (mm/rot)
A 0,050
B 0,075C 0,100
D 0,150
As peças foram usinadas utilizando a rotação n=1400rpm, a profundidade
de usinagem ap=0,5mm e o raio da ponta da ferramenta rc = 0,4mm.
O cut-off utilizado foi de 0.8µm para todas as medidas feitas. Foram feitas
as medições com o rugosímetro para as partes A, B, C e D mostradas na figura
JODSHUIDH da peça e o aparelho disponibilizava, depois de alguns segundos,
o valor dos parâmetros a serem medidos. Este procedimento foi realizado para
ambas peças.
As peças também foram submetidas a uma perfilometria ótica, cujo
resultados estão contidos no Anexo A.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Folha de processo
A folha de processo do torneamento realizado na prática.
Nº Máquina Operação Desenho
10-Torno
Paralelo
Fixar uma face da barra
cilíndrica de 100mm de
comprimento por 31 de
diâmetro; facear a face
livre, e fazer a furação
de centro.
20-Torno
Paralelo
Fixar a peça com o
auxílio do contraponto
no furo de centro, e
realizar torneamento
externo de 31mm para
29, com avanço de
45mm.
30-Torno
Paralelo
Com a peça fixada e
apoiada no contraponto,
tornear externo, de
29mm para 25, com
avanço de 20mm. Fazer
chanfros de 1x45º, na
face livre, e em
comprimento de 45mm
a partir da face livre.
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40-Torno
Paralelo
Com a peça fixada e
apoiada no contraponto,
realizar sangramento no
diâmetro de 25mm,
para 23mm, com
espessura de 1,5mm,
em comprimento de 8,5
e 18,5 mm, a partir da
face livre
50-Torno
Paralelo
Com a peça fixada e
apoiada no contraponto,
realizar roscamento
externo (com passo de
1,5 mm), partindo do
chanfro da face livre, e
avançando 7,5mm no
comprimento da peça.
60-Torno
Paralelo
Soltar a peça do torno,
e fixá-la na outra face
com contraponto.
Facear a face livre.
Tornear o externo de
31mm para 27mm, com
avanço de 35mm apartir da face livre, e
fazer chanfro de 1x45º
a 35mm da face livre.
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70-
Torno
Paralelo
Com a peça fixada e
apoiada no contraponto,
fazer recartilha reta de
1,0mm, usando aferramenta de
recartilhamento sobre o
diâmetro de 31mm.
80-Torno
Paralelo
Com a peça fixada e
apoiada no contraponto,
realizar torneamento
cônico externo de 20º,com avanço de 10mm a
partir da face livre da
peça, de modo que o
diâmetro dessa face
resulte em 19,72mm.
A geometria da peça ao final de todas essas operações está contida na
Figura 12.
Figura 12 - Peça final, cotada, com tolerâncias geométricas e dimensional
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3.2. Metrologia
Nesta parte são discutidos os valores obtidos para as medidas obtidas na
prática.
3.2.1. Projetor de perfil
Os dados obtidos para o projetor de perfil seguem na Tabela 3.
Tabela 3 – Valores de média e desvio padrão para o projetor de perfil
PROJETOR DE PERFIL
Rosca M25 x 1,5mm e inclinação do cone de 30°
Medida Passo (mm)Profundidade do
filete (mm) Ângulo do filete (°)
1 1,46 0,6 64,28
2 1,5 0,76 63,1
3 1,48 0,75 60,52
4 1,5 0,75 58,38
Média 1,48500000 0,715000000 61,57
Desvio 0,016583124 0,066520673 2,289301203
3.2.2. Microscópio de oficina
Os dados obtidos para o microscópio de oficina seguem na Tabela 4.
Tabela 3 – Valores de média e desvio padrão para o microscópio de oficina
MICROSCÓPIO DEOFICINA
Canal de saída do rebolo
Medida Raio (mm)
1 1,5
2 1,5
3 1,5
4 1,5
Média 1,5
Desvio 0
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3.2.3. Mesa entre pontos
Os dados obtidos para a mesa entre pontos seguem na Tabela 5.
Tabela 5 – Valores de média e desvio padrão para a mesa entre pontos
MESA ENTRE PONTOS
Batimento radial, axial e coaxilidade
Medida Batida radial (µm) (Ø36mm)
Batida axial (µm)(Detalhe A)
Coaxilidade (µm) [Ø25(1)x Ø 25(2)]
1 150 40 70
2 130 60 70
3 160 60 70
4 140 50 70
Média 145 52,5 70
Desvio 11,18033989 8,291561976 0
3.2.4. Rugosímetro portátil digital
Os dados obtidos para o parâmetro de amplitude Ra seguem na Tabela 6.
Tabela 6 – Valores de média e desvio padrão para o parâmetro de amplitude Ra
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL DIGITAL
Parâmetro de Amplitude Ra
Medida Corpo A (µm) Corpo B (µm) Corpo C (µm) Corpo D (µm)
Aço 0,6 0,8 1,2 2
0,6 0,8 1,2 2
0,6 0,8 1,2 2
0,6 1 1,4 2
Média 0,6 0,85 1,25 2Desvio 0 0,08660254 0,08660254 0
Alumínio 0,6 1,2 1,4 2
0,6 1 1,4 2
0,6 1 1,4 2
0,6 1 1,4 2
Média 0,6 1,05 1,4 2
Desvio 0 0,08660254 0 0
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Os dados obtidos para o parâmetro de amplitude Rt seguem na Tabela 7.
Tabela 7 – Valores de média e desvio padrão para o parâmetro de amplitude Rt
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL DIGITAL
Parâmetro de Amplitude Rt Medida Corpo A (µm) Corpo B (µm) Corpo C (µm) Corpo D (µm)
Aço 6 6 6 9
4 5 7 9
7 6 8 9
5 7 6 9
Média 5,5 6 6,75 9
Desvio 1,118033989 0,707106781 0,829156198 0
Alumínio 6 7 9 9
4 6 7 9
4 6 7 9
5 7 8 9
Média 4,75 6,5 7,75 9
Desvio 0,829156198 0,5 0,829156198 0
Os dados obtidos para o parâmetro de espaçamento Sm seguem na Tabela 8.
Tabela 8 – Valores de média e desvio padrão para o parâmetro de espaçamento Sm
RUGOSÍMETRO PORTÁTIL DIGITAL
Parâmetro de Espaçamento Sm
Medida Corpo A (µm) Corpo B (µm) Corpo C (µm) Corpo D (µm)
Aço 146 83 109 162
115 83 108 163
114 87 112 163
113 89 112 163Média 122 85,5 110,25 162,75
Desvio 13,87443693 2,598076211 1,785357107 0,433012702
Alumínio 145 92 108 162
126 83 114 162
130 81 109 163
120 85 109 163
Média 130,25 85,25 110 162,5
Desvio 9,229707471 4,145780988 2,34520788 0,5
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3.3. Discussão sobre os erros de medida
Erros e imperfeições nas peças produzidas têm início no processo de
fabricação e variam com: o maquinário utilizado; o operador; o material utilizado
nas ferramentas de corte e na peça; a utilização ou não de lubrificantes; avelocidade de corte e avanço da ferramenta, etc. No caso dessa prática, um fator
de suma importância é o tempo muito curto no qual a peça foi feita.
O primeiro fator que deve ser destacado é o torno utilizado. O equipamento
é um torno mecânico e possui erros associados a possíveis folgas nos diversos
sistemas existentes na máquina. Por exemplo, no sistema de fixação da peça.
Um possível "jogo" no eixo árvore, mesmo que muito pequeno, pode também
causar pequenas alterações quanto à qualidade da peça final quando
comparada com o projeto. Assim, pode-se generalizar esses fatores para as
outras dezenas de partes do torno; se qualquer uma delas possuir um pequeno
desajuste, - e esse desajuste sempre existe - a peça final será afetada, mesmo
que isso não a "mate" (inutilize a peça por erros maiores que os tolerados nas
especificações de projeto).
O segundo fator que deve ser mencionado dentro dos erros associados ao
processo de fabricação é o operador do torno. Nessa prática observou-se que
diversas medidas obtidas na peça resultaram de um julgamento visual, portanto
subjetivo, do operador do torno. Com o auxílio de um paquímetro, o operador
decidia quando parar o avanço da máquina e também utilizava esse instrumento
de medida para conferir os diâmetros da peça.
O material da peça e das ferramentas de corte, o líquido de lubrificação e
as velocidades de corte e avanço da ferramenta não serão levados em
consideração quanto a fatores que desencadeiam desvios de tolerância tanto
geométrica quanto dimensional, pois tais fatores não ocasionaram diferenças
entre os grupos, tendo sido estes constantes em todas as peças usinadas.
Outro fator que pode gerar um conflito entre as reais medidas da peça
final e as medidas de projeto são os erros associados a medições realizadas
depois que a peça já está pronta, como erros de paralaxe, inexperiência dos
integrantes do grupo para utilizar os equipamentos de medição, diferentes
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regiões da peça onde são realizadas as medições por batimento, e superfícies
de análise do rugosímetro digital utilizado.
Os erros de paralaxe, que são os erros associados às diferentes posições
as quais o observador adota em relação ao instrumento de medida e que podem
gerar diferentes valores para cada integrante do grupo, fazem com que os
valores aferidos nas medições sejam subjetivos e não tenham alta precisão,
erros de paralaxe foram os principais causadores dos erros das medidas feita
pelo projetor de perfil e pelo microscópio de oficina, mas está sempre presente
em todas as medições, principalmente quando são utilizados mostradores
analógicos. Outro tipo de erro causado por conta do operador do instrumento de
medida é justamento o uso incorreto desse aparato, pois nem todos integrantes
do grupo têm a mesma experiência para manusear e fazer a devida leitura de
micrômetros e paquímetros. Em decorrência disso, ocorrem desvios nos valores
finais das medições.
Quanto aos erros durante as medidas de batimento o principal fator que
interfere se deve à escolha do local a ser realizada a aferição. Portanto, o
resultado das medições sempre depende de onde o operador posiciona o
apalpador. Como cada operador pode escolher uma posição diferente, os
valores obtidos dificilmente tendem a serem iguais, tanto nas aferições do
batimento radial, quanto no batimento axial e no de coaxialidade.
Erros associados às medições de rugosidade estão intimamente ligados à
escolha de que parte da superfície o operador do rugosímetro apoia o
instrumento para efetuar as medições, pois como em outros sistemas de
medições, cada operador pode escolher um ponto diferente para o qual o
rugosímetro inicia a medição.
Além disso, no dado ponto de escolha do operador, a superfície da peçapode tanto ser regular, como conter qualquer imperfeição, tais como
sobressaltos ou vacâncias, ou simplesmente marcações do passo da ferramenta
sobre a superfície da peça, conforme mostrou os resultados obtidos através das
medições realizadas com o perfilômetro óptico.
Outro ponto no qual a aferiação de medida do rugosímetro pode sofrer
variação em relação à medida real, se deve a um possível problema estrutural
do próprio instrumento de medida, dado que, um pouco antes do apalpador quetoca a peça ser analisado, existe, no rugosímetro, uma região esférica que às
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vezes toca a peça e acaba levantando a ponta do sistema, ocasionando um pico
na medição do rugosímetro por conta de uma espécie de alavanca que é gerada.
Tais erros acima citados são mais claramente perceptíveis quando
realizadas medições de rugosidade num perfilômetro óptico. De acordo com as
medidas obtidas nesse instrumento, notou-se que para o aço inox – que é o
material do qual a peça foi torneada- em avanços pequenos, a rugosidade média
(Ra), é pequena, podendo ter valor menor que 500nm.
Nota-se também que nesse caso, as marcas do passo da ferramenta
sobre a superfície são visíveis, bem como alguns pontos de irregularidades tais
como sobressaltos ou vales. À medida que se aumenta o valor do avanço, a
rugosidade sofre aumento gradual – quanto maior o avanço, maior o aumento
dos valores da rugosidade – bem como um aumento gradual dos valores médios
das amplitudes entre os picos e vales, além de que as irregularidades
observadas num avanço mínimo, não são mais quase visíveis. Ou seja,
conforme ocorre aumento do avanço, menor quantidade de marcas de passo da
ferramenta sobre a superfície haverá, entretanto apresentará amplitudes médias
maiores em relação a avanços inferiores.
3.3.1. Perfilômetria óptica
Os resultados da perfilômetria ótipca (Anexo A) para a liga de alumínio,
usinada sob os mesmos valores de avanço submetidos ao aço inox, para efeito
de comparação entre os materiais. Para o menor valor de avanço observado
(0,05mmrev) a rugosidade média obtida foi cerca de 150nm maior em relação à
aferição do aço inox, sendo visível porém uma homogeinidade maior, tendo uma
superfície mais próxima do zero da escala do medidor (caracterizado pela maiorhomogeinidade da cor azul na superfície do material), o que demonstra haver
poucos sobressaltos e poucas profundidades mais acentuadas na superfície em
análise.
Conforme foi-se aumentando gradativamente o valor do avanço, foi-
se proporcionalmente observando-se com maior nitidez as marcas
provenientes do passo da ferramenta sobre a superfície, como também ogradativo aumento nos valores médios das amplitudes dos picos.
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Portanto, quando em avanços maiores, os valores obtidos para a liga de Al
e para o aço inox, se equiparam. Já quando se têm avanços menores, nota-se
menores valores de rugosidade por parte do aço inox, pois quando material
apresenta menor relação entre módulo elástico e dureza, sob pequenos
avanços, há menor chance de ocorrer remoção de material por deformação da
superfície ao invés de cisalhamento puro, de modo que resulta em menores
valores de rugosidade. Isso é válido para pequenos valores de avanço pois
nessa condição a espessura nominal de usinagem é próxima de seu valor crítico.
E um maior número de irregularidades visíveis na imagem do perfilômetro
quanto ao aço inox, deve-se ao fato de o aço conter mais defeitos, inclusões e
vazios - em geral - do que uma liga de Al.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O torneamento é um processo de fabricação amplamente utilizados nas
industrias no dia de hoje, tanto no setor automobilístico, metalúrgico, setor
plástico (usinagem de moldes) e vários outros setores. Seu processo dá umótimo acabamento na confecção de peças cilíndricas e cônicas, com diâmetros
e geometrias variáveis. Isso é possível devido ao fato do torno possuir várias
funções, tais como: furação, torneamento de rosca, corte, faceamento,
sangramento, entre outros.
Nos processos de usinagem, alguns fatores interferem diretamente nos
resultados das medições aferidas na peça final. Esses fatores são diversos e
podem ser ou não prejudiciais ao funcionamento da peça quando integrada a um
mecanismo.
Para diminuir os erros associados o processo de usinagem feito na
prática, mais tempo para realizar o torneamento e uma máquina mais precisa,
como as CNC, diminuiriam esses problemas, especialmente em relação àquelas
medidas obtidas que reprovariam o lote da peça.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Notas de aula – Professores Alessandro Roger e Renato Jasinevicius.
SEM0560.
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ANEXO A
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8/18/2019 Relatório Usinagem - Torneamento
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