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Relatório Ambiental
1 Relatório Ambiental
ÍNDICE
1 Introdução ..................................................................................................................................... 5
1.1 Apresentação ......................................................................................................................... 6
2 Licenciamento Ambiental ............................................................................................................. 7
2.1 No Estado do Piauí ................................................................................................................ 7
2.2 No Município de Teresina ..................................................................................................... 8
3 Rede de Iluminação Pública ....................................................................................................... 10
3.1 No Brasil.............................................................................................................................. 10
4 Diagnósticos ............................................................................................................................... 11
5 Meio Físico ................................................................................................................................. 12
5.1 Recursos Hídricos................................................................................................................ 12
5.1.1 Drenagem Urbana ...................................................................................................... 13
5.2 Clima ................................................................................................................................... 14
5.2.1 Regime Pluviométrico ................................................................................................ 15
5.3 Geologia .............................................................................................................................. 16
5.4 Relevo .................................................................................................................................. 17
5.5 Pedologia ............................................................................................................................. 19
6 Meio Biótico ............................................................................................................................... 23
6.1 Vegetação ............................................................................................................................ 23
6.2 Áreas de Proteção ................................................................................................................ 24
6.2.1 Parques Ambientais ................................................................................................... 25
6.2.2 Níveis Máximos De Iluminação em Áreas De Proteção Ambiental ........................ 27
6.3 Arborização Urbana ............................................................................................................ 27
6.3.1 Procedimentos para Poda .......................................................................................... 28
6.3.2 Remoção dos Restos de Poda .................................................................................... 30
7 Meio Socioeconômico ................................................................................................................ 31
7.1 O Município de Teresina ..................................................................................................... 31
2 Relatório Ambiental
7.2 Histórico de Ocupação Humana e Econômica .................................................................... 32
7.2.1 Adensamento Urbano ................................................................................................ 32
7.2.2 Polos Empresariais do Norte e Sul ............................................................................ 33
7.3 Aspectos Demográficos ....................................................................................................... 34
7.4 Economia ............................................................................................................................. 34
7.5 Indicadores Sociais .............................................................................................................. 35
7.5.1 Índice de Vulnerabilidade Social ............................................................................... 35
7.5.2 Índice de Desenvolvimento Humano ........................................................................ 35
7.5.3 Programa Parque Lagoas do Norte ........................................................................... 35
7.5.4 Segurança Pública ...................................................................................................... 36
7.6 Patrimônio Histórico e Cultural .......................................................................................... 37
8 Infraestrutura Urbana .................................................................................................................. 40
8.1 Sistema Viário ..................................................................................................................... 40
8.2 Sistema Elétrico ................................................................................................................... 41
8.3 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário .............................................................. 44
8.4 Resíduos Sólidos ................................................................................................................. 45
8.5 Saúde ................................................................................................................................... 45
8.6 Educação ............................................................................................................................. 45
9 Impacto da Luz De Led Na Cidade ............................................................................................ 47
9.1 Restrições à utilização dos postes e braços de iluminação pública ..................................... 47
9.2 Poluição Luminosa .............................................................................................................. 48
9.2.1 Legislação .................................................................................................................... 48
10 Passivo Socioambiental........................................................................................................... 49
11 Disposição de Resíduos .......................................................................................................... 50
11.1 Legislação aplicada ............................................................................................................. 50
11.2 Caracterização dos resíduos ................................................................................................ 52
11.3 Levantamento e Quantidades dos resíduos ......................................................................... 52
3 Relatório Ambiental
11.4 Transporte e Deslocamento dos Resíduos ........................................................................... 51
11.5 Área de Deposito de Resíduos............................................................................................. 51
11.6 Destinação Adequada de Resíduos...................................................................................... 52
11.6.1 Resíduos Classe I - Perigosos ...................................................................................... 52
11.6.2 Resíduos Classe II - Não Perigosos ............................................................................. 54
11.7 Receptores Adequados ........................................................................................................ 55
11.8 Conscientização Ambiental ................................................................................................. 57
12 Indicadores de Desempenho ................................................................................................... 58
13 Implantação e Atualização – CAPEX Ambiental ................................................................... 60
13.1 Destinação de Resíduos Perigosos ...................................................................................... 60
14 Manutenção e Operação – OPEX Ambiental ......................................................................... 62
14.1 Autorização para poda de vegetação. .................................................................................. 62
14.2 Destinação de Resíduos Comum ......................................................................................... 62
14.3 Implantação do Sistema de Gestão e Certificado ................................................................ 62
15 Conclusão ................................................................................................................................ 64
16 Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 66
4 Relatório Ambiental
Glossário
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
CAPEX - Despesa de Capital (Capital Expenditure)
CEPRO – Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí
CIP e/ou COSIP - Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública dos Municípios
CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
IBEAS – Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
IP – Iluminação Pública
NBR – Norma Brasileira
OPEX – Despesas Operacionais (Operational Expenditure)
PIB – Produto Interno Bruto
PPP – Parceria Público-Privada
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PROCEL-Reluz – Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica Eficientes
SDU – Superintendência de Desenvolvimento Urbano – Teresina
SEMAN – Secretaria Municipal de Meio Ambiente – Teresina
SEMCOP – Secretaria Municipal de Concessão e Parcerias – Teresina
SEMDUH – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano – Teresina
SEMPE - Secretaria Municipal Extraordinária de Projetos Estruturantes – Teresina
SEMPLAN – Secretaria Municipal de Planejamento – Teresina
SMA - Secretaria do Meio Ambiente
STRANS – Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito – Teresina
5 Relatório Ambiental
1 INTRODUÇÃO
Este Relatório Ambiental traz, conforme item 4.9 do edital PE AARH nº 39/2017, o conjunto de
elementos necessários e suficientes para atender aos requisitos previstos no art. 10, VII da Lei 11.079
de 2004, considerando os resultados do Projeto Conceitual de Engenharia, eventuais análises já
procedidas por órgão ambiental competente, e avaliando todas as questões relacionadas ao
licenciamento ambiental ou a riscos ambientais.
O presente relatório tem por objeto apresentar o diagnóstico ambiental para implantação do projeto
de atualização da rede de Iluminação Pública, com base no Projeto de Parceria Público Privada (PPP)
destinada à modernização, eficientização, expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede
de iluminação pública no Município de Teresina.
Este relatório, desenvolvido tecnicamente pelo Consórcio NTVS, bem como as opiniões e conclusões
nele contidas, são de uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
podendo delas dispor por intermédio de suas autoridades, dando total e ampla divulgação de seu
conteúdo. Qualquer usuário deste documento deve estar ciente das condições que nortearam este
trabalho, bem como das situações de mercado, econômica e tecnológica do Brasil. Ademais,
ressaltamos que este trabalho constitui-se apenas em atividade de apresentação do Relatório
Ambiental para a formatação dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental e suporte à
estruturação da Implantação da PPP de Iluminação Pública no município de Teresina, no Estado do
Piauí. A presente análise tem o objetivo exclusivo de servir como base estruturada de informações,
subsidiando o edital de licitação do Parque de Iluminação Pública de Teresina dando suporte às
decisões futuras da Administração Pública.
Este documento não é vinculante. Desta forma, eventuais interessados em participar da licitação
podem adotar premissas diferentes das descritas nesse documento, sempre em consonância com as
exigências estabelecidas no Edital de Licitação. Adicionalmente, esse estudo não tem qualquer valor
para questionamento por parte dos licitantes, nem terá qualquer valor para construções de pleitos e
solicitações de reequilíbrio econômico-financeiro.
Este documento está dividido em doze itens sendo o primeiro a introdução e apresentação. O item 2
contextualiza a situação atual do licenciamento ambiental, conforme item 4.9.1.1. do edital PE AARH
nº 39/2017. O item 3 apresenta um panorama nacional sobre a rede de Iluminação Pública. O item 4
apresenta uma introdução ao diagnóstico dos itens posteriores, sendo o item 5 o diagnóstico geral do
meio físico, o item 6 do meio biótico e o item 7 do meio socioeconômico. O item 8 caracteriza a
infraestrutura urbana do município. O item 9 considera os principais impactos da luz de LED na cidade
e a poluição luminosa. O item 10 identifica os passivos socioambientais existentes conforme o item
4.9.1.2 do edital PE AARH nº 39/2017. O item 11 caracteriza o plano de descarte de materiais e os
ricos de contaminação, conforme o item 4.9.1.6 do edital PE AARH nº 39/2017. O item 12 traz os
6 Relatório Ambiental
principais indicadores de desempenho. Os itens 13 e 14 trazem a definição de CAPEX e OPEX
destinados ao atendimento de todos os temas socioambientais vinculados ao projeto, conforme o item
4.9.1.7 edital PE AARH nº 39/2017. Por último, no item 15, a conclusão avaliando os benefícios, riscos
e impactos ambientais associados ao empreendimento.
1.1 Apresentação
As cidades e centros urbanos estão entre os maiores consumidores de energia elétrica no mundo. No
ambiente urbano, em geral, as redes de iluminação constituem uma importante fonte de consumo de
energia. De fato, no Brasil, a Iluminação Pública representa mais de 4% do consumo total de energia do
país, e o custo de energia para Iluminação Pública já representa um dos mais importantes gastos
municipais. Portanto, projetos de eficiência energética no setor de iluminação pública tem um papel
importante para a redução de emissões nas cidades, além de oferecer benefícios para a sociedade e
para o orçamento municipal (Banco Mundial, 2016).
Este relatório apresenta as informações legais preconizadas no Inciso VII, Art.10 da Lei 11.079/04, que
referência à necessidade de avaliação do impacto ambiental do empreendimento, sendo com a
obtenção de “licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do
empreendimento, na forma do regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir”.
Ainda neste documento, são analisados passivos socioambientais eventualmente existentes e aqueles
que possam surgir das intervenções previstas para atualização e modernização da rede de iluminação
no município de Teresina, especificamente nas regiões urbanas (zonas Leste, Norte Sudeste e Sul),
estabelecidas conforme Lei 4.423 de 16 de Julho de 2013.
Teresina, a capital do estado do Piauí, possui um parque de iluminação pública com aproximadamente
87,1 mil pontos. De modo geral o modelo de Iluminação Pública é defasado e a base de vapor de sódio
e mercúrio. O nível de iluminância das ruas e praças é considerado baixo. O Relatório de Diagnóstico
da Rede de Iluminação Pública apresentado com detalhes a situação da rede de iluminação pública e os
planos da Prefeitura Municipal de Teresina para a cidade.
Também é possível afirmar que a área central é a que mais carece de cuidado na iluminação. O aspecto
visual da fiação existente e da iluminação nesta área é esteticamente inadequado.
7 Relatório Ambiental
2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Este item corresponde à identificação dos diferentes atores, as etapas e prazos estimados do processo
de licenciamento ambiental em âmbito municipal, estadual e/ou federal para implementação de
SERVIÇÕES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, incluindo a emissão dos principais atos de regularidade
ambiental normalmente associados ao setor, conforme o item 4.9.1.1 do edital PE AARH nº 39/2017.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2004), o licenciamento ambiental é uma requisição legal e
um instrumento do poder público para o controle ambiental. É o procedimento no qual o poder
público, representado por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de
atividades, que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras.
Ainda segundo a CONAMA N°237 de Novembro de 1997, que regulamenta os aspectos de
licenciamentos ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente, em especifico no Art
2° § 1º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no
Anexo 1, parte integrante desta Resolução. Em análise ao referido anexo da resolução em tela, não foi
identificada a atividade de substituição e modernização da rede de iluminação pública, como passível
de licenciamento ambiental.
Como verificado nas legislações pertinente ao tema, o Ministério de Meio Ambiente e CONAMA
N°237/97 não listam substituição ou instalação de rede de Iluminação Pública como uma atividade
sujeita a licenciamento ambiental. Não sendo previsto a obtenção de licenças ambientais para os
trabalhos e atividades prevista neste estudo.
2.1 No Estado do Piauí
A Lei Nº 6947 de 09 de janeiro de 2017 dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental
estadual, estabelece os prazos e procedimentos para a emissão de licenças, declarações e autorizações
ambientais e dá outras providências.
O Decreto Nº 15.512 de 27 de janeiro de 2014 dispõe sobre a integração de execução das políticas de
regularização fundiária de licenciamento ambiental de autorização de supressão de vegetação e de
recursos hídricos e dá outras providências.
Ainda em análise as leis no âmbito estadual, não aplicados regulamentos ou a necessidade de
licenciamento ambiental para a manutenção e/ou modernização da Rede de Iluminação Pública no
Estado do Piauí.
8 Relatório Ambiental
2.2 No Município de Teresina
O Decreto Nº 14.079 de 2010 dispõe sobre os Preços Públicos dos Serviços Públicos prestados pela
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAR, e dá outras providências em seu Art. 1º:
“Parágrafo Único: Nas solicitações de licenciamento, quando o parâmetro para enquadramento de
porte estiver relacionando a Faturamento Anual, de acordo com o estabelecido em Resolução
CONSEMA 010/2009, o empreendedor deverá apresentar declaração com o valor do faturamento
do exercício anterior, ou valor projetado, quando se tratar de empreendimento em implantação”.
Contudo, neste decreto não há especificidades para a necessidade de licenciamento para manutenção
ou modernização da Rede de Iluminação Pública do município.
No caso específico para Iluminação Pública, ficou a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano de Teresina (SEMDUH), por meio da Lei Complementar n.º 4.359, de 22 de janeiro de 2013, a
criação de um setor específico para a Coordenação Especial e a Supervisão de Iluminação Pública.
Nesta Lei 4359/13, de acordo com o Art 4º:
Art. 4º: Os assuntos que constituem área de competência de cada órgão ou Secretaria são os
seguintes:
XIV – SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAÇÃO - SEMDUH:
e) Iluminação Pública:
1. Planejamento, coordenação e avaliação da política de iluminação pública municipal;
2. Planejar e coordenar os serviços de operação e manutenção do sistema de iluminação
pública de Teresina, descentralizando através das SDUs a operacionalização destes
serviços;
3. Gerir o Fundo Municipal de Iluminação Pública – FUMIP.
f) Projetos: planejar, elaborar, coordenar e supervisionar projetos básicos e executivos de obras
especiais de interesse do Município.
Sendo assim, cabem ao setor específico do SEMDUH o planejamento, coordenação, fiscalização e
supervisão para manutenção ou modernização da Rede.
A concessionária deverá manter contato direto com a SEMDUH, caso haja necessidade de autorizações
ou licenças ambientais específicas, que não estão explicitas na lei acima.
Tendo em vista que nenhuma Portaria do SEMDUH, até o momento de elaboração deste relatório,
consta a necessidade de licenciamento ambiental para a manutenção ou modernização da Rede de
Iluminação Pública do município de Teresina.
9 Relatório Ambiental
Em suma, com base na análise da legislação vigente, estadual e municipal, não preconizam necessidade
e /ou enquadramento de atividade que requeira licenciamento ambiental para manutenção e
modernização da Rede de Iluminação Pública em Teresina-PI.
10 Relatório Ambiental
3 REDE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
A Iluminação Pública é essencial à segurança e qualidade de vida nos centros urbanos, agindo como
instrumento de cidadania, permitindo aos habitantes desfrutar do espaço público no período noturno.
Atua na segurança do tráfego, previne a criminalidade, embeleza as áreas urbanas, valoriza
monumentos de valor artístico, prédios e paisagens, orienta percursos e permite aos cidadãos
aproveitarem melhor as áreas de lazer (DAMBISKI, 2007). Isto favorece as atividades de turismo,
comércio e lazer noturno, e ainda estimula a cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica,
contribuindo, assim, para o desenvolvimento social e econômico da população.
3.1 No Brasil
No Brasil, o serviço de Iluminação Pública era prestado, em sua grande maioria, pelas concessionárias
distribuidoras de energia elétrica. Tal situação começou a ser alterada, entretanto, a partir da
Resolução Normativa 414/2010, promulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que
dispõe acerca do repasse dos ativos de Iluminação Pública das distribuidoras para os municípios, bem
como sobre a competência dos municípios para a prestação deste serviço. Tal disposição tem base no
artigo 30 da Constituição Federal, que determina a competência dos municípios para “organizar e
prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local...”.
Entretanto, uma mudança regulatória teve um impacto importante no segmento de Iluminação Pública
Brasil nos últimos anos. Em 2013, a ANEEL determinou que até o final de 2014 todos os ativos de
Iluminação Pública que antes estavam em domínio das concessionárias de energia elétrica deveriam
ser transferidos para os municípios, afetando aproximadamente a 42% de municípios brasileiros
(Resolução 587/2013). Com a conclusão dessa transferência, todos os municípios passaram a exercer
plenamente o direito à titularidade dos serviços, conforme determinado pela Constituição brasileira,
bem como com a obrigação de gerenciar os ativos e prestar serviço adequado à população.
Além disso, a resolução ANEEL 505 estabelece as disposições relativas à conformidade dos níveis de
tensão de energia elétrica em regime permanente e deve ser levada em conta para projeto e
especificação de materiais de Iluminação Pública. A confiabilidade do sistema de iluminação está
diretamente ligada às condições de fornecimento de energia elétrica e aos corretos níveis de tensão.
Também, utilizada como base para projetos de Iluminação Pública, tem-se a NBR 5101, norma
brasileira utilizada para determinar os parâmetros mínimos a serem considerados em um projeto de
Iluminação Pública e na sua verificação em campo após a instalação.
11 Relatório Ambiental
4 DIAGNÓSTICOS
Este item corresponde à avaliação dos benefícios, riscos e impactos ambientais associados às soluções
que possam ser praticadas conforme o item 4.9.1.5 do edital PE AARH nº 39/2017. As informações
abordadas nos próximos itens correspondem ao diagnóstico do município de Teresina-PI, refletindo as
condições atuais dos meios físico, biótico e socioeconômico. Considerando a infraestrutura urbana e o
levantamento de passivos socioambientais existentes para atualização da rede atual de Iluminação
Pública, bem como a geração de resíduos e passivos ao longo da operação.
O objetivo principal é identificar e descrever as inter-relações entre esses componentes, possibilitando
o entendimento da dinâmica dos processos nas diferentes áreas do município.
A seguir, apresentamos a Localização da área de estudo na Figura 4.1, com detalhe da Área Urbana de
Teresina – PI e respectivas divisas das zonas urbanas.
Figura 2.1: Detalhe da Área Urbana do município de Teresina-PI.
Fonte: Base Cartográfica da Prefeitura.
12 Relatório Ambiental
5 MEIO FÍSICO
O município de Teresina é a capital do Estado do Piauí, localizado no Centro-Norte Piauiense a 366
quilômetros do litoral, sendo, portanto, a única capital da região Nordeste que não se localiza no litoral
do Oceano Atlântico. Teresina tem parte de sua porção urbana localizada entre as coordenadas de
latitude Sul 05° e 05° 13’ e Longitude Oeste 42° 43’ e 42° 48’. De acordo com o IBGE, o município ocupa
uma área aproximada de 1399,93 km², onde 262,40 km² (18,7% do total) são considerados área
urbana, e o restante, área rural.
Neste item são apresentadas as características físicas da cidade, composta pelos temas: recursos
hídricos, regime pluviométrico e clima, geologia, pedologia.
5.1 Recursos Hídricos
Teresina esta localizada em baixa altitude, entre 70 e 150m, caracterizando-se por apresentar relevo
plano, com suaves ondulações. O município é cortado e margeado pelo Rio Poti e pelo Rio Parnaíba,
possuindo áreas ribeirinhas e baixas, propensa às inundações.
Segundo o Plano Diretor Municipal de Drenagem Urbana do Município de Teresina (PDDrU, 2012)
existem 3 macrobacias na margem direita do rio Parnaíba e nas margens esquerda e direita do Rio Poti
e 29 microbacias na zona urbana da cidade. Na zona rural existem 4 bacias hidrográficas, o que exige
atenção especial dos órgãos públicos, no planejamento urbano, e rigorosa fiscalização no sentido de
coibir a obstrução dos canais de alimentação e drenagem, assim como a ocupação com edificações do
leito das lagoas e rios.
O município se encontra em parte da área de pequenas bacias hidrográficas Difusas do Médio Parnaíba
e do rio Poti, sendo que o Parnaíba corresponde ao nível de base regional e em sua bacia encontram-se
90% da área piauiense.
O município é banhado pelo rio Parnaíba em toda sua extensão Norte-Sul, num percurso de 52,20 Km
formando o limite oeste com o Maranhão, sendo o trecho da área urbana de 27,32 Km de extensão. O
rio Poti, seu maior afluente neste município, apresenta um extensão de 57,03 Km, estando 25,18 Km
na área urbana. Ao cruzar a cidade de Teresina o rio Poti encontra-se no seu baixo curso, apresentando
traçado fortemente meandrante até sua foz no Parnaíba, contornando os morros residuais sustentados
por depósitos de “massará”.
Os demais rios/riachos afluentes do Paraíba e do Poti apresentam pequena extensão tendo, em sua
maioria, suas nascentes dentro do próprio município. Vários deles deságuam na área urbana e são
canalizados em galerias pluviais, para onde convergem também muitos esgotos residenciais de áreas
não contempladas com o esgotamento sanitário dessa capital. Este acontecimento provoca problemas
socioambientais, como inundações e isolamento de ruas por forte erosão/desabamentos na
13 Relatório Ambiental
pavimentação urbana, principalmente nos anos de ocorrência de maiores índices pluviométricos.
Destaque-se que, com a expansão da cidade, muitas lagoas formadas nos terraços desses rios vão
sendo aterradas para uso urbano, agravando os problemas sanitários e habitacionais da população.
Apresentamos a seguir na Figura 5.1.1 a Caracterização da Hidrografia e Feições hídricas na área
urbana de Teresina-PI.
Figura 5.1.1: Caracterização Hídrica da área Urbana do município de Teresina-PI.
Fonte: Base Cartográfica disponível na CPRM.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação - SEMDUH, juntamente com as
Superintendências de Desenvolvimento Urbano, compõem um todo administrativo responsável pela
implantação e manutenção do sistema de drenagem e pelo manejo das águas pluviais.
5.1.1 DRENAGEM URBANA
A drenagem e o manejo das águas pluviais corresponde à forma como as águas oriundas das chuvas
são escoadas nas áreas urbanizadas. Para alcançar um sistema eficiente é necessário que a
infraestrutura de drenagem e de manejo atenda as demandas atuais e futuras, respeite os cursos
d’água das bacias existentes, a vegetação, a topografia da área e, em especial, das regiões mais baixas.
Teresina é um sítio urbano que por sua configuração natural e espacial é vulnerável a enchentes
periódicas, principalmente inundações de áreas baixas e de lagoas em função das chuvas, que, nos
14 Relatório Ambiental
períodos mais intensos, inundam áreas residenciais de ocupação indevida. O excedente de água gerado
alaga ruas e avenidas (SEMPLAN, 2015: Agenda Teresina - 2030).
As enchentes dos rios Parnaíba e Poti já se constituíam como problemas socioambientais vividos pela
população teresinense, desde o século XIX. Esses problemas continuam até os dias atuais, sendo
consequência de um fenômeno natural e cíclico, conforme o regime da vazão e o estágio da dinâmica
do rio (LIMA, 2010; CPRM, 2010).
Devido a configuração característica, o município definiu as diretrizes para regulação relativa a
controle dos impactos da drenagem urbana de novos empreendimentos e inundações ribeirinhas, na
drenagem pluvial pública, e dá outras providências, conforme a Lei Complementar Nº 4.724/15.
Segundo os artigos:
“Art. 3º: As edificações localizadas em áreas inundáveis, para tempos de retorno menores ou
iguais a 10 anos, devem ser relocadas ou adquirir um seguro contra enchentes, ou realizar obras
contra enchentes que assegurem perdas mínimas, a critério da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitação – SEMDUH”;
“Art. 4º: As edificações localizadas em áreas inundáveis, para tempos de retorno menores ou
iguais a 100 anos e maiores que 10 anos, devem adquirir um seguro contra enchentes ou realizar
obras contra enchentes que assegurem perdas mínimas, a critério da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitação – SEMDUH”.
Para a verificação da linha de energia em escoamento subcrítico, deve-se conhecer a condição do
sistema a jusante da rede de drenagem em estudo. Este condicionante de jusante em redes de
drenagem, normalmente é um determinado nível de água, como, por exemplo, o rio Poti ou Parnaíba.
Esta condição pode estar especificada no projeto, fruto de um levantamento preliminar, ou pode ser
fornecida pela equipe de acompanhamento da prefeitura de Teresina.
A regulamentação do uso das zonas de inundação apoia-se em mapas com demarcação de áreas de
diferentes riscos e nos critérios de ocupação das mesmas, tanto quanto ao uso como quanto aos
aspectos construtivos. Para que esta regulamentação seja utilizada, beneficiando as comunidades, a
mesma deve ser integrada à legislação municipal sobre loteamentos, construções e habitações, a fim
de garantir a sua observância.
5.2 Clima
No município de Teresina o Clima segundo Köppen é classificado como Aw. Conforme dados obtidos
na Estação Meteorológica Automática do INMET, localizada na Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), na Zona Norte de Teresina, a cidade possui médias térmicas anuais entre
27ºC e 28 ºC. A média anual de temperatura se apresenta como um dado relevante, porque sinaliza um
quadro térmico mais geral da cidade (ANDRADE, 2016).
15 Relatório Ambiental
O clima de Teresina, de acordo com a classificação climática de Thornthwaite e Mather (1955), é
C1sA’a’, caracterizado como subúmido seco, megatérmico, com excedente hídrico moderado no verão
e uma concentração de 32,2% da evapotranspiração potencial no trimestre setembro - outubro -
novembro (ANDRADE et al., 2005)
A estação quente permanece por 2,6 meses, de 30 de agosto a 18 de novembro, com temperatura
máxima média diária acima de 36°C. O dia mais quente do ano normalmente ocorre em outubro, cuja
temperatura máxima média é de 37°C e a mínima média é de 25°C. A estação fresca permanece por 4,8
meses, de 12 de janeiro a 5 de junho, com temperatura máxima diária em média abaixo de 33°C. O dia
mais frio do ano é 26 de julho, com média de 23°C para a temperatura mínima e 34°C para a máxima.
5.2.1 REGIME PLUVIOMÉTRICO
Em geral, as chuvas começam por volta da segunda quinzena de dezembro, com aumento de volume
nos primeiros dias de janeiros e se prolonga até maio, sendo o trimestre mais chuvoso de fevereiro a
abril (SILVA et. al, 2015).
Dadas às informações climatológicas e dinâmicas do Nordeste do Brasil, o município de Teresina tem
seu clima controlado pela variabilidade espacial e temporal da Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), sendo sua atividade mais ao sul do equador, de acordo com Medeiros, (2013) devido a:
✓ Contribuição dos Vórtices Ciclônicos de altos níveis, deste que seu centro esteja no oceano;
✓ As formações e intensificações das linhas de instabilidade e dos aglomerados convectivos,
auxiliado pelos ventos alísios de nordeste;
✓ Convergência de umidade e a troca de calor sensível por latente e vice-versa;
✓ Contribuições dos efeitos locais, fatores que aumentam a cobertura de nuvens;
✓ A umidade relativa do ar, que provocam chuvas de intensidades moderadas à fraca em quase
todos os meses do ano, sendo o fenômeno La Ninã o principal fator para ocorrência de chuvas
acima da média histórica provocando inundações, alagamento, enchentes, enxurradas e
desmoronamento.
Figura 5.2-1: Regime pluviométrico de Teresina, em 2016.
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.
16 Relatório Ambiental
No município de Teresina, a precipitação pluviométrica mensal é grandemente variável na sua
distribuição espaço temporal ao longo dos anos. O quadrimestre mais chuvoso são os meses de janeiro
a abril com totais mensais médios entre 194 a 327,9 mm (SILVA et al., 2015).
5.3 Geologia
A Formação Piauí corresponde à formação topograficamente mais rebaixada. A sua porção inferior
compõe-se de bancos espessos de arenito fino a médio, pouco argiloso, róseo avermelhado, sub-
arredondado, enquanto sua parte superior é formada predominantemente por uma sequência de
folhelhos e argilitos de cor variegada com intercalações de dolomito. Essa Formação aflora nos níveis
mais baixos do município, ao longo dos vales dos rios Parnaíba e de seu afluente Poti, em faixas que se
alargam nos trechos de curvas meândricas, e que se estreitam nos segmentos mais retos dos canais
desses rios. Aflora ainda nos vales dos afluentes do Parnaíba: Riacho São Vicente (extremo norte do
município) e riachos Lages e Fundo (extremo sul do município).
Sobreposta a Formação Piauí, encontra-se a Formação Pedra de Fogo, (datada do Permiano) aflorando
de norte a sul, em cerca de 60% da área do município de Teresina. Ocorrem os arenitos brandos,
cauliníticos finos, que são muito friáveis. Os sedimentos carbonáticos dessa Formação são suscetíveis a
processos de dissolução e podem estar condicionando os processos de colapso que ocorrem de forma
ampla, na região central da cidade de Teresina. A Formação Piauí possui, entre outras, a sucessão
inferior, composta de arenitos cor-de-rosa, médios, maciços ou com estratificação cruzada e
intercalações de folhelho vermelho, e a superior, formada de arenitos vermelhos, amarelos, finos a
médios, contendo intercalações de folhelhos vermelhos, calcários e finas camadas de sílex. Siltitos e
lentes conglomeráticas também ocorrem. Essa unidade pertencente ao período permiano (VAZ et al.,
2007). Na Figura 5.3 apresentada a seguir, é possível identificar as formações Pedra de Fogo e Piauí,
presentes na área de estudo no município de Teresina.
17 Relatório Ambiental
Figura 5.3: Formação Geológica presente na área de estudo.
Fonte: Base Cartográfica disponível na CPRM.
5.4 Relevo
De acordo com o (CPRM, 2010) no município de Teresina na área em estudo pode ser identificada 4,
unidades de relevo, Planície Fluvial (R1a), Superfície de Aplainamento (R3a1 e R3a2), Tabuleiros
(R2a1), Colinas Amplas e Suaves (R4a1).
Em regiões próximas aos rios Parnaíba e Poti, temos as Planícies Fluviais, que são caraterizadas como
superfícies sub-horizontais, constituídas de depósitos areno-argilosos a argilo-arenosos, apresentando
gradientes extremamente suaves e convergentes em direção aos cursos d’água principais. Terrenos
imperfeitamente drenados nas planícies de inundação, sendo periodicamente inundáveis; bem
drenados nos terraços.
18 Relatório Ambiental
Nas regiões leste e oeste do rio Poti após a formação de Planície Fluviais são encontradas as
Superfícies de Aplainamentos com superfícies planas a levemente onduladas, promovidas pelo
arrasamento geral dos terrenos, representando, em linhas gerais, grandes extensões das depressões
interplanálticas do território brasileiro.
Encontrados em áreas mais afastadas dos cursos hídricos e a leste da área urbana, a formação
Tabuleiros está presente com formas de relevo suavemente dissecadas, com extensas superfícies de
gradientes extremamente suaves, com topos planos e alongados e vertentes retilíneas nos vales
encaixados em forma de “U”, resultantes de dissecação fluvial recente.
Localizadas nas porções sul e noroeste do município de Teresina, encontra-se mais presente a
Formação Colinas Amplas e Suaves com relevo de colinas pouco dissecadas, com vertentes convexas e
topos amplos, de morfologia tabular ou alongada. Sistema de drenagem esse principal com deposição
de planícies aluviais relativamente amplas
O relevo de Teresina tem, assim, nas suaves ondulações de seu plano a sua principal característica. As
feições topográficas mais frequentes na área são as colinas com topo achatado e flancos muito
inclinados, as chapadas representando a superfície plana e os vales pouco entalhados. Na Figura 5.4
apresentada a seguir apresenta a variação do relevo na região do município de Teresina.
19 Relatório Ambiental
Figura 5.4: Formação dos Relevos presente na área de estudo.
Fonte: Base Cartográfica disponível na CPRM.
5.5 Pedologia
Segundo a classificação de solos retirada do Mapa Temático de Solos do Brasil, seguindo
recomendações do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SBCS da Embrapa (1999), (Mapa de
Solos da Folha SB.23 – Teresina Mapa de Solos da Folha SB.23 – Teresina) há predominância de
Latossolos Amarelos, Plintossolo, Neossolo em Teresina. Apresentando as seguintes características de
formação:
Latossolo Amarelos: são solos compostos por material mineral, apresentando horizonte B latossólico
precedido de qualquer tipo de horizonte Adentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm
se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura.
20 Relatório Ambiental
Plintossolos: são solos formados por material mineral, apresentando horizonte plíntico ou litoplíntico
ou concrecionário, em uma das seguintes condições: a) Iniciando dentro de 40 cm da superfície; ou b)
Iniciando dentro de 200 cm da superfície quando precedidos de horizonte glei ou imediatamente
abaixo do horizonte A, E ou de outro horizonte que apresente cores pálidas, variegadas ou com
mosqueados em quantidade abundante.
Neossolos: são solos pouco evoluídos constituídos por material mineral ou por material orgânico com
menos de 20 cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. Horizontes
glei, plíntico, vértico e A chernozêmico, quando presentes, não ocorrem em condição diagnóstica para
as classes Gleissolos, Plintossolos, Vertissolos e Chernossolos, respectivamente.
Contudo, segundo a Prefeitura de Teresina (2016), a região urbanizada de Teresina tem
predominância de solos do tipo Lactossolos Amarelos e Podzólicos Vermelho - Amarelo. Ambos se
distinguem pela forte acidez e pouca fertilidade. Consequentemente, há baixo nível de nutrientes.
Como pode ser verificado na Figura 5.5, apresenta a caracterização e pedológica na região de estudo
no município de Teresina.
21 Relatório Ambiental
Figura 5.5: Formação e composição pedológica na área de estudo.
Fonte: Base Cartográfica disponível na CPRM.
Em suma, o município de Teresina é cortado e margeado pelo Rio Poti e pelo Rio Parnaíba,
importantes para o abastecimento e para a harmonia paisagística da cidade, possuindo áreas
ribeirinhas e baixas. As zonas Norte, Sul e Sudeste de Teresina podem ser vistas como áreas contando
22 Relatório Ambiental
com a iminência do risco de enchentes. O clima é semiárido, com temperaturas elevadas durante todo
o ano e maiores volumes de chuvas no verão. Em sua geologia, encontra-se entre duas grandes
formações, Formação Piauí e Pedra de Fogo, com diferenças específicas entre elas devido a localização
no município e proximidades com os rios. O relevo de Teresina tem variações de suaves ondulações a
plano, sendo esta última a sua principal característica e há predominância na composição dos solos em
Latossolos Amarelos, Plintossolo, Neossolo.
Com essas informações, infere-se que a substituição e modernização da rede de Iluminação Pública
não interferirá no equilíbrio físico do município.
23 Relatório Ambiental
6 MEIO BIÓTICO
O meio biótico pode ser caracterizado, em linhas gerais, pelo conjunto de seres vivos avaliados em
determinada área e suas principais interações dentro do ecossistema de inserção.
No que diz respeito a áreas verdes, Teresina possui 271 praças, com 34 parques ambientais que juntos
somam a área de 226,8 hectares. Possui ainda uma reserva de áreas públicas dentro do perímetro
urbano, com aproximadamente 1.000 hectares, de grande valor ambiental. Esse patrimônio precisa ser
juridicamente regulamentado como área de reserva ambiental de uso sustentável como o Campus da
Universidade Federal e da Universidade Estadual do Piauí, a Secretaria de Agricultura no bairro Pirajá,
a área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, Parque Zoobotânico, o aeroporto,
o pátio de manobra e sede da Estação Ferroviária, áreas do exército (2º BEC, 25ºBC) e o Jardim
Botânico.
6.1 Vegetação
O município de Teresina está situado em uma região de baixas latitudes, abrangida pela transição dos
domínios morfoclimáticos do cerrado, caatinga e amazônico. O caráter de transitoriedade de paisagens
naturais possibilita a Teresina à existência de singularidades físicas expressas na vegetação, através
das matas de cocais, assim como através da vegetação de caatinga, que se alterna com as de cerrado e
de florestas. Na verdade, o município é repleto de ilhas de paisagens, que, conjugadas entre si e com os
outros elementos da natureza, dão as feições que lhes são particulares.
Especificamente, a vegetação da microrregião de Teresina caracteriza-se pela presença de manchas de
matas subcaducifólias, de matas dicótilo-palmaceas com presença marcante do babaçu, de matas de
interflúvio, de matas ripícolas, influenciadas pelos rios Poti e Parnaíba, principalmente por cerrados e
cerradões, dispostas numa configuração de transição ou de tensão ecológica (Cepro, 2003).
De acordo com o estudo (Árvores Nativas para a Arborização de Teresina – PI, 2006) foi realizado o
levantamento botânico das espécies nativas encontradas em parques e praças da cidade, sendo
observadas 48 espécies de árvores nativas, distribuídas em 42 gêneros e 21 famílias botânicas.
A figura abaixo representa a diversificação do uso do solo no município de Teresina, com
predominância de fragmentos florestais em áreas rurais.
24 Relatório Ambiental
Figura 6.1: Distribuição de fragmentos florestais próximos à área urbana de Teresina.
Fonte: SOS Mata Atlântica.
6.2 Áreas de Proteção
Por meio da Lei n° 1.939/88, reforçada pela Lei Complementar Nº 3.563/06, o Poder Público
Municipal criou zonas de preservação ambiental, instituiu normas de proteção dos bens de valor
cultural e deu outras providências. As Zonas de Preservação Ambiental estão assim discriminadas e
distribuídas no espaço municipal:
25 Relatório Ambiental
(I) Zonas de Preservação Ambiental 1, compreendendo a Praça Marechal Deodoro e seu
entorno;
(II) Zonas de Preservação Ambiental 2, abrangendo as duas laterais da Avenida Frei Serafim,
entre a Igreja de São Benedito e a Avenida Miguel Rosa;
(III) Zonas de Preservação Ambiental 3, compreendendo determinados imóveis isolados,
situados no território do município;
(IV) Zonas de Preservação Ambiental 4, compreendendo as áreas verdes consolidadas, situadas
no território do município;
(V) Zonas de Preservação Ambiental 5, compreendendo as encostas com declividade superior
a 30%; as áreas marginais ao rio Poti e as áreas marginais ao rio Parnaíba. No caso do rio
Poti, abrange uma faixa de largura equivalente à metade da largura do rio, salvo quando as
áreas já estejam ocupadas, o que abrangerá a largura da área ainda não urbanizada; no
caso do rio Parnaíba, a faixa terá largura de 100 metros, salvo quando já ocupada, situação
em que a faixa terá a largura da área ainda não urbanizada;
(VI) Zonas de Preservação Ambiental 6, compreendem as áreas de interesse paisagístico, de
propriedade privada, que serão utilizadas para implantação de parques urbanos ou
regionais;
(VII) Zonas de Preservação Ambiental 7, compreendem os terrenos destinados à implantação de
áreas verdes nos loteamentos aprovados pela Prefeitura Municipal, e as praças que não
possuem área verde consolidada;
(VIII) Zonas de Preservação Ambiental 8, compreendem as áreas próximas aos rios, sujeitas à
inundação, não integrantes das Zonas de Preservação
De acordo com a análise da legislação, não esta previsto explicitamente a proibição/inibição de
instalação ou manutenção da rede de Iluminação Pública nas Zonas de Preservação Ambiental
prescritas acima.
6.2.1 PARQUES AMBIENTAIS
Os parques ambientais de Teresina possibilitam o alívio das tensões urbanas, transmitem sensação de
paz e tranquilidade e até mesmo conforto térmico, tendo em vista que a cidade apresenta uma das
mais elevadas médias térmicas anuais entre as capitais brasileiras, devido sua posição geográfica
distante do litoral, à sua proximidade da linha do Equador, às baixas altitudes e o consequente tipo de
circulação das massas de ar atmosférico.
Contudo, em 2014 Teresina possuía 271 praças, 34 parques ambientais, que, juntos, somam a área de
226,8 hectares, além de um conjunto de áreas contiguas no perímetro urbano pertencentes ao poder
público, situadas às margens do rio Poti: a Fundação Zoobotânico, pertencente ao governo do Estado,
com 137 ha, o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí (UFPI), com 63 hectares,
uma área de 400 hectares pertencentes à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o
26 Relatório Ambiental
Jardim Botânico administrado pela Prefeitura de Teresina, com área de 38 hectares. A seguir na Figura
6.2-1 apresentamos os principais parques ambientais na área urbana, com exceção para um parque
que se encontra em área rural.
Figura 6.2-1: Relação de Parques Ambientais em Teresina.
Fonte: Biblioteca Fundação CEPRO, 2003.
Dentre os parques ambientais de Teresina, os que apresentam maior visibilidade, ou que são mais
conhecidos pela população, podem ser considerados: o Parque da Cidade, o Parque Ambiental de
Teresina/Mocambinho, o Zoobotânico, a Potycabana, o Parque Ambiental Encontro dos Rios e de
instalação mais recente: o Parque Ambiental Lagoas do Norte.
Importante ressaltar o Parque Ambiental Lagoas do Norte, localizado na Zona Norte de Teresina,
apresenta uma área de 25.867 m², entre os bairros Matadouro e São Joaquim. Esse parque surgiu a
partir de um projeto da Prefeitura de Teresina de recuperação e conservação de áreas consideradas
vulneráveis na cidade, por serem ocupadas por habitações totalmente submetidas a elevados riscos
ambientais e sociais (SANTOS, 2015).
Dentre os problemas sociais dessa área destacam-se as invasões de terra pela população, pois os
bairros Matadouro e São Joaquim tiveram suas origens ligadas a ocupações irregulares, ou seja,
através de invasões. O Matadouro, por sua vez, tem seu nome ligado ao Matadouro Municipal de
Teresina instalado em 1928 naquela área, enquanto o São Joaquim recebeu essa denominação em
referência a um sítio de mesmo nome que existia naquela localidade e, posteriormente a COHAB2
construiu um conjunto habitacional conservando esse nome (TERESINA, 2012).
27 Relatório Ambiental
6.2.2 NÍVEIS MÁXIMOS DE ILUMINAÇÃO EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
A legislação federal, estadual e municipal não preveem níveis máximos de iluminação pública em áreas
de proteção ambiental.
Apesar disso, um plano de Iluminação Pública contendo áreas verdes deve levar em consideração não
só os problemas de ordem luminotécnica, mas também as questões técnicas paisagísticas, como o
crescimento das espécies vegetais, estações do ano, comportamento das espécies sob a temperatura
das lâmpadas, além, evidentemente, das questões de ordem plástica e conceitual. De tal modo, um
roteiro básico de projeto deve considerar:
✓ Análise do projeto paisagístico;
✓ Características da vegetação;
✓ Elementos de composição da luz;
✓ Técnicas de iluminação criando efeitos;
✓ Escolha de lâmpadas e equipamentos;
✓ Cuidados com a manutenção, segurança e consumo de energia e
✓ Tendências futuras.
6.3 Arborização Urbana
A arborização é muito importante dentro da configuração do espaço urbano. Os benefícios ambientais
proporcionados, tais como a diminuição da poluição, diminuição do calor e do ruído, embelezamento e
maior permeabilidade do solo são essenciais à qualidade de vida. Para usufruir dessas vantagens, é
necessário manter as árvores bem cuidadas e tratadas.
Na relação entre a Iluminação Pública e a arborização, além da interferência desta no funcionamento
das redes elétricas, a obstrução das luminárias é um fato que deve ser tratado minuciosamente, pois
pode comprometer a eficiência e qualidade do serviço de iluminação. Existem equipamentos
específicos para aplicação em locais densamente arborizados, no entanto a ação mais efetiva é o
planejamento cuidadoso e a manutenção adequada da arborização.
O município de Teresina através de sua Lei de Nº 2.798/99 dispõe sobre a regulamentação e
monitoramento da vegetação arbórea na zona urbana da cidade, quaisquer atividades relacionadas aos
indivíduos arbóreos, tais como as podas e cortes no perímetro urbano, onde quaisquer umas destas
ações devem ser precedidas por autorização municipal, sejam elas em ambientes públicos ou privados.
De acordo com os artigos:
28 Relatório Ambiental
“Art. 11. Compete aos órgãos responsáveis pela instalação, manutenção e conservação dos
sistemas de telefonia, fornecimento de água e saneamento, de Iluminação Pública e de trafego e
trânsito da cidade, a adoção de medidas e ações que visem facilitar a manutenção do patrimônio
arbóreo urbano existente”.
“Art. 28. É vedada a poda excessiva ou drástica da arborização urbana pública que afete
significativamente o desenvolvimento da copa, salvo em casos de reconhecida necessidade por
medidas de segurança pública, justificadas e acompanhadas de parecer técnico”.
6.3.1 PROCEDIMENTOS PARA PODA
O procedimento de poda ou remoção de árvores, situadas em espaços públicos ou privados em
Teresina, está condicionado à autorização emitida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (SEMAM). A medida é assegurada pela Lei 2.798/1999, que dispõe sobre a
regulamentação e monitoramento da vegetação arbórea na zona urbana de Teresina. A solicitação
desse serviço deve feita na sede do órgão, localizado na Avenida Duque de Caxias, 3520, bairro
Primavera (Parque da Cidade).
De acordo com a Seção II, da Lei 2.798/99 de arborização pública:
Art 19º: corte de árvores de arborização pública e de competência exclusiva da Prefeitura,
através da SEMAM, podendo ser executado por algum solicitante, desde que atenda o
estabelecido no art. 14, § 1° da presente Lei.
§ 1° - Fica a SEMAM autorizada a recomendar às ferramentas e equipamentos a serem usados na
poda conforme o tipo de intervenção assim como criar e proceder a devida regulamentação de
taxas de serviços relativas às ações de poda corte, derrubada, remoção e transplante de árvores,
em casos necessários e estabelecidos nesta Lei.
§ 2° - Em caso de danos materiais ou riscos provocados pela e/ou ä árvore, devidamente
constatados pela SEMAM e após a expedição da autorização de corte, poderá o solicitante
executar a remoção ou transplante, ou ainda, solicitar ä SEMAM que o faca sem ônus para o
mesmo.
§ 3° - Havendo necessidade de corte ou transplante de árvores, não enquadrado no parágrafo
anterior, após a expedição da autorização, poderá o interessado efetuá-lo, ou solicitar a SEMAM
que o faça, mediante recolhimento da taxa de remoção.
“§ 4° - Fica autorizada a SEMAM proceder a convênios com órgãos ou entidades, devidamente
reconhecidas e legalizadas, para o procedimento de podas, cortes e derrubadas de árvores, desde
que devidamente autorizadas pela SEMAM”.
Sendo assim, a concessionária necessita:
29 Relatório Ambiental
• Se direcionar à SEMAM, preencher uma ficha no protocolo do órgão, necessária para abertura
do processo;
• Em seguida, o processo é encaminhado ao setor de monitoramento, que designa um fiscal para
realizar uma vistoria técnica, a fim de constatar se é necessário fazer o serviço de poda ou
supressão. Esta ação está especificada no Art 39 da Lei 2.798/1999, dispondo:
“Art 39º: Qualquer instituição, órgão, empresa ou entidade pública ou privada
que atue ou promova serviços de poda, corte ou derrubada de árvores deverá
sempre presentear o acompanhamento de um responsável técnico, lista completa
das ferramentas, bem como podadores devidamente treinados, conforme normas
técnicas aceitas pela SEMAM e pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana
(SBAU).
Parágrafo único - Entende-se por responsável técnico, profissional inscrito no
Conselho ou entidade de sua categoria profissional, devidamente qualificado com
diploma universitário de uma das seguintes áreas: Engenharia Agronômica,
Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola e Biologia”.
• Depois de autorizado, no caso específico de espaços públicos, o trabalho de retirada ou poda de
árvores é executado pelas Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs), através das
suas Gerências de Serviços Urbanos (GSUs).
Quando necessário a intervenção em áreas privadas, o serviço é de responsabilidade da
concessionaria, ficando a cargo da SEMAM emitir a autorização, a qual sujeita o cumprimento de
medida compensatória, com o plantio de uma determinada quantidade de árvores em local a ser
estabelecido. No caso de retirada de árvores nativas, deverá ser feito o replantio no mesmo imóvel ou
a doação ao Município de quatro mudas de espécies recomendadas pela SEMAM.
De acordo com a prefeitura, em alguns casos, autorização para poda pode ser avaliada por outros
órgãos. No caso de retirada de árvores tombadas, ou seja, aquelas que são centenárias ou se
aproximam disto, é necessário que o processo de autorização também seja submetido à avaliação do
Ibama e Iphan.
Além desses órgãos, procura-se informar ao Ministério Público do Estado do Piauí quando é necessário
fazer a supressão de uma árvore histórica, informando também sobre sua devida compensação.
De acordo com a prefeitura, está em andamento a elaboração de um Plano Diretor de Urbanização na
cidade, elaborado em parceria com a CODEVASF, onde será feito o mapeamento de toda a cidade para
saber que tipo de vegetação pode ser ou não cultivada em determinado local.
Caso os procedimentos detalhados não sejam cumpridos, haverá penalidades gerais previstas em lei,
conforme o Art. 40º:
30 Relatório Ambiental
6.3.2 REMOÇÃO DOS RESTOS DE PODA
Segundo a Lei especificada e detalhada anteriormente, no Art. 19º:
§ 2° - Em caso de danos materiais ou riscos provocados pela e/ou árvore, devidamente
constatados pela SEMAM e após a expedição da autorização de corte, poderá o solicitante
executar a remoção ou transplante, ou ainda, solicitar ä SEMAM que o faça sem ônus para o
mesmo.
Segundo a prefeitura, a concessionária deve solicitar junto à Superintendência de Desenvolvimento
Urbano de sua região a remoção dos restos de poda e pagar a taxa que será equivalente à quantidade
de material a ser recolhido. O serviço é feito por um caminhão cadastrado pela Prefeitura de Teresina.
Isso porque o resto de poda de árvores não pode ser depositado com outros tipos de materiais,
constituindo responsabilidade da concessionária, sendo ideal que seja programado o recolhimento da
poda das árvores com antecedência.
Em linha gerais, o município de Teresina está situado em uma região de baixas latitudes,
compreendida pela transição dos domínios morfoclimáticos do cerrado, caatinga e amazônico. De
acordo com o levantamento botânico feito no perímetro urbano do município, há aproximadamente 48
espécies de árvores nativas, distribuídas em 42 gêneros e 21 famílias botânicas. O município ainda
conta com 271 praças, 34 parques ambientais, que, juntos, somam a área de 226,8 hectares, além de
um conjunto de áreas contiguas no perímetro urbano, pertencentes ao poder público, situadas às
margens do rio Poti.
Com essas informações, infere-se que a principal intervenção do meio biótico será na poda de árvores
instaladas no perímetro urbano, de forma que as suas copas não interfiram no cone de luz projetado
pelas lâmpadas da Iluminação Pública. Há necessidade de atendimento as Legislações e das instruções
normativas impostas pelo município para o trabalho poda de árvores, que deverá ter obtidas as
autorizações pela concessionaria e serviços executado pela prefeitura através do SEMAM.
Tomada essas providências, infere-se que a reforma e manutenção da rede de Iluminação Pública não
interferirá no equilíbrio biótico do município.
31 Relatório Ambiental
7 MEIO SOCIOECONÔMICO
Para apresentação e caracterização regional do meio socioeconômico foram utilizados dados
secundários, em especial a base de dados demográficos atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), onde foram constatados os aspectos relacionados à dinâmica dos municípios,
indicando definições básicas quanto ao uso e ocupação dos solos, além de uma caracterização da
estrutura produtiva regional, dados sociais e demográficos, bem como dados econômicos, como
emprego, renda e atividades desenvolvidas pela sociedade.
Este diagnóstico infere-se ao item 4.9.1.4 do edital PE AARH nº 39/2017, considerando medidas
mitigatórias e de compensação de caráter social e ambiental, com soluções e estratégias de
viabilização do PROJETO do ponto de vista socioambiental.
7.1 O Município de Teresina
Teresina está localizada na região centro-norte piauiense, à margem direita do rio Parnaíba. De acordo
com o IBGE, o município ocupa uma área aproximada de 1399,93 km², onde 262,40 km² (18,7% do
total) são considerados área urbana, e o restante, área rural.
O município é o principal centro de referência da “Região Integrada de Desenvolvimento da Grande
Teresina” – RIDE, criada pela Lei Complementar n.º 112, de 19/09/2001, sendo um aglomerado
metropolitano de um conjunto de 15 cidades que, juntas, configuram a, com o objetivo de articular as
ações do poder público, conforme a figura abaixo.
Figura 7.1-1: Mapa Localização RIDE – Grande Teresina.
Fonte: Malha Setores Censitários do IBGE 2010 (Lima, 2017).
32 Relatório Ambiental
Esta região específica é formada pelos municípios de Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos,
Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária,
Pau D’Arco, Teresina e União acrescida do vizinho município de Timon, no Maranhão, com uma área
territorial de 11.317,68 km². Com essa configuração, a população residente dessa região em 2010
atingiu um total de 1.153.965 pessoas (TERESINA, 2014).
O crescimento de Teresina se deu, não somente em função do incremento natural da população
residente, mas, sobretudo, em decorrência do intenso fluxo migratório de cidades de pequeno porte e
de áreas rurais em direção à capital do Estado.
7.2 Histórico de Ocupação Humana e Econômica
O problema do uso e ocupação do solo urbano em Teresina, caracterizado pela ocupação por uma
parcela significativa da população nas áreas periféricas, vem desde a criação da cidade. Os
aglomerados residenciais criados por diferentes inciativas governamentais ou por ocupações
irregulares sempre foram carentes de infraestrutura urbana.
7.2.1 ADENSAMENTO URBANO
Na cidade de Teresina, os problemas ambientais decorrentes de ocupações de áreas de riscos
ambientais concentram-se, principalmente no entorno das lagoas da Zona Norte, áreas de recepção e
drenagem das águas pluviais e, ao mesmo tempo, habitadas pela população de baixo poder aquisitivo
da cidade.
Até o ano 2000 a política urbana da cidade era direcionada para ocupar as áreas periféricas, seguindo
um modelo da expansão urbana tipicamente horizontal. Os conjuntos residenciais populares eram
implantados em áreas distantes e dispersos. Entretanto, se esta política habitacional dispersiva
barateava os custos iniciais das construções, por outro lado, o valor financeiro da montagem da
infraestrutura de saneamento básico é alto e de implantação lenta. A população mais pobre e, em
maior número, fica sacrificada com moradias pequenas, quentes e simplórias e com serviço de
saneamento básico precário.
33 Relatório Ambiental
Figura 7.2.1: Zona urbana da cidade de Teresina – 2007.
Fonte: Plano Diretor de Transportes e Mobilidade Urbana de Teresina.
A acentuada expansão horizontal em direção às bordas do perímetro urbano da cidade tem aumentado
consideravelmente as distâncias a serem percorridas pela população, principalmente as mais
vulneráveis. Todos os setes grandes aglomerados humanos de Teresina (Figura 7.2.1) encontram-se
distantes dos serviços urbanos e localizados na periferia, sendo que a maioria dessa população
encontra-se na faixa classificada como de baixa renda com ganhos de até três salários mínimos e boa
parcela dela não dispõe de veículo particular para efetuar o seu deslocamento, necessitando utilizar o
transporte coletivo.
Além disto, as tendências de urbanização de Teresina mostram que a expansão urbana sem um
necessário planejamento tem criado problemas relacionados com a ocupação de importantes áreas de
interesse e sensibilidade ambiental, como a região do encontro dos Rios Parnaíba e Poti. É um desafio
constante acomodar um contingente crescente da população urbana, suprindo as infraestruturas e
serviços públicos, e ainda perseguindo uma qualidade ambiental por meio de uma densidade que dê
suporte aos ideais de qualidade e sustentabilidade (DE ESPINDOLA, 2016).
Vale ressaltar que o Projeto de Iluminação Pública prevê a modernização da rede apenas em áreas
cadastradas e regularizadas perante a prefeitura.
7.2.2 POLOS EMPRESARIAIS DO NORTE E SUL
Os dados disponibilizados pelo SEBRAE/PI com base no período de março/2015, no cadastro de
empresas ativas com foco na atividade empresarial mostram a existência de 43.423 empresas. Destas
34 Relatório Ambiental
49% são do setor de comércio, 34% de prestação de serviços, 12% indústria, 5% da Construção civil e
0,1% da agropecuária.
A cidade de Teresina possui um Distrito Industrial, localizado às margens da Rodovia PI-113, com uma
área de 196 hectares, dividida em 131 lotes, todos com edificação. Outra área em expansão é o Polo
Empresarial Sul, com 430 hectares. Esse espaço foi criado para receber empresas com baixo potencial
poluidor. O Polo Empresarial Norte, localizado na região da Santa Maria da Codipe, está em fase de
implantação, com as primeiras empresas se instalando em um centro de negócios em expansão.
7.3 Aspectos Demográficos
Ao longo das últimas três décadas o censo demográfico registrou um significativo crescimento
populacional de Teresina com concentração na zona urbana. Em 1980 a população total era de
377.774 habitantes, em 2014 foi estimada em 840.600 habitantes, apontando um crescimento
absoluto de 462.826 habitantes, correspondente ao aumento de mais de 100% em três décadas
(SEMPLAN, 2015).
Mantida a atual tendência de crescimento, estima-se que em 2030 a população de Teresina alcance
1.122.796 habitantes, com densidade média de 806.606 habitantes/km². Este cenário implica no
aumento da geração de efluentes e de resíduos oriundos dessa população, consequentemente requer
dos gestores públicos ações socioambientais compatíveis e investimentos em infraestrutura para
atender essas demandas.
Segundo o IBGE (2000), os bairros que possuem maiores densidades populacionais são: Promorar –
193,6 habitantes/ha; Morro da Esperança – 184,8 habitantes/ha; São Francisco – 143,8 habitantes/há.
7.4 Economia
O Produto Interno Bruto (PIB) do município de Teresina em 2010 atingiu o montante de R$ 10,5
bilhões de reais representando 47,8% do PIB estadual, ocupando a 1ª colocação no estado do Piauí. O
PIB per capita de Teresina no ano de 2000 era de R$ 3.356,00, em 2010 evoluiu para R$ 12.940,66, um
crescimento de 285,6%, muito superior à média do Piauí (SEMPLAN, 2015).
Os dados do Ministério do Trabalho sobre o número de empregos formais em 2011 mostram um total
de 254.344 pessoas ocupadas em Teresina (64,6% do total do Estado), com destaque para o setor de
serviços (34,4%), administração pública (28,5%) e comércio (17,9%).
A taxa de ocupação da População Economicamente Ativa (PEA), em Teresina, cresceu de 83,17%, em
2000, para 90,22% em 2011. A parcela da população desocupada e/ou trabalhando na informalidade,
em 2000, era de 315.738 pessoas e em 2011 subiu para 396.724, o que se justifica pelo aumento da
população.
35 Relatório Ambiental
7.5 Indicadores Sociais
Observam-se graves problemas no que diz respeito às vulnerabilidades do espaço habitado e os riscos
socioambientais que certas comunidades enfrentam no município. Dentre eles, destaca-se a ocupação
de forma desordenada de populações que residem próximas as Lagoas da Zona Norte da Capital.
7.5.1 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Teresina está entre as quatro capitais e os 32 municípios nordestinos com um índice baixo de
vulnerabilidade social. O dado foi divulgado no estudo Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios
Brasileiros, realizado pelo IPEA.
No estudo de Chaves e Lopes (2011), fazendo uma análise comparativa entre a situação das quatro
zonas da cidade que são vulneráveis, concluíram que as zonas Norte, Sul e Sudeste de Teresina podem
ser vistas como áreas de alta vulnerabilidade socioambiental, pois seus residentes enfrentam
problemas tanto de ordem social quanto de ordem ambiental, contando com a iminência do risco de
enchente e com péssimas condições socioeconômicas, comprometendo, dessa forma, a sua qualidade
de vida. Nessas zonas, além da característica natural de risco ambiental – enchentes-, bem como a
ausência de urbanização refletida na falta de rede de esgoto, torna a população residente nessas
regiões extremamente vulnerável. Já as Zonas Centro e Leste podem ser consideradas como de baixa
vulnerabilidade socioambiental, posto que apresentem os melhores índices nos indicadores analisados
e por conseguinte, refletindo numa melhor qualidade de vida dos seus ocupantes.
7.5.2 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) para 2010, recentemente divulgado pelo
PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), mostra Teresina com índice de 0,751,
ocupando o 526º lugar entre todos os municípios brasileiros. Teresina ocupa o 21º lugar entre as
capitais, o 1º lugar no Estado e um crescimento de 0,131 entre 2000-2010, maior do que o observado
no Brasil.
7.5.3 PROGRAMA PARQUE LAGOAS DO NORTE
O projeto do Parque Lagoas do Norte teve sua implantação na região Norte do município, sendo uma
área de várzea adjacente ao encontro dos rios Parnaíba e Poti, formada por diversas lagoas, que foi
paulatinamente ocupada e aterrada por famílias de baixa renda na busca por espaços para moradia e
pela atividade oleira por possuir argila de boa qualidade e água em abundância. Esse contexto gerou
uma intensa degradação ambiental e é enfatizado pela difícil situação de vulnerabilidade social em que
se encontra a população dali. Assim, em 2008, se estabeleceu uma parceria entre a prefeitura, o
governo federal e o Banco Mundial que deu origem ao programa “Lagoas do Norte”, centrado nos
princípios do desenvolvimento sustentável, para a requalificação da área.
36 Relatório Ambiental
A região é constituída de 13 bairros, ocupando uma área de 1.310,85 hectares. O projeto tem como
principal objetivo o incremento das condições ambientais, urbanas e de desenvolvimento econômico
social da região conhecida como Lagoas do Norte (IBEAS, 2014).
7.5.4 SEGURANÇA PÚBLICA
A Iluminação Pública assume papel fundamental na qualidade de vida e segurança para as cidades, em
virtude do crescimento da urbanização e dos problemas gerados por esse crescimento. Atualmente, a
falta ou deficiência da de Iluminação Pública contribui bastante para a prática de crimes, pois a
escuridão e a falta de iluminação prejudicam os cidadãos, que, geralmente, em razão do trabalho ou
estudo, acabam transitando à noite nas ruas.
Em Teresina, oito bairros se destacam como sendo os com maiores índices de violência do município,
sendo estes: Santa Maria da Codipi e o São Joaquim, na zona Norte; o Promorar e a Vila Irmão Dulce, na
zona Sul; a Pedra Mole, na zona Leste e o Monte Horebe, Todos os Santos e o Dirceu, na zona Sudeste. A
seguir foram levantadas estatísticas criminais segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do
Piauí, em relação aos Roubos e Crimes Violentos Letais em Teresina.
37 Relatório Ambiental
Figura 7.5.4: Estatísticas criminais em Teresina.
Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí.
Observa-se uma média de 1500 a 2000 crimes de roubos, uma média de 200 crimes roubos de veículos
e uma média de 30 crimes violentos letais intencionais nos últimos anos por mês em Teresina.
De acordo com os dados referentes ao ano de 2014 apresentados no 9º Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, Teresina figura entre as capitais com as maiores taxas de homicídios do país. A
capital piauiense ocupa a 6ª posição com índice de 53,1 para cada 100 mil habitantes. Para a
Organização Mundial da Saúde (OMS), locais com índices iguais ou superiores a 10 são tidos como
zonas endêmicas de violência.
7.6 Patrimônio Histórico e Cultural
A maior parte do patrimônio edificado da cidade está na região mais central, o chamado Centro
Histórico de Teresina, principalmente o acervo existente no entorno das praças. Há legislação
específica que trata da proteção do patrimônio histórico, porém não há uma política eficaz na proteção
da história da cidade.
A Lei Nº 3.602/06 dispõe sobre a preservação e o tombamento do Patrimônio Cultural do Município
de Teresina e dá outras providências. Segundo esta, no Art. 14º:
Art. 14º: Os bens tombados não podem ser destruídos, demolidos ou mutilados, nem, sem prévio
parecer do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Teresina e expressa autorização da
Prefeitura Municipal, serem reparados, pintados ou restaurados, sob pena de multa de 100 % (cem
por cento) do valor da obra.
O Conselho Municipal de Política Cultural foi criado em outubro de 2017, sendo um órgão colegiado,
de composição paritária entre Poder Público e Sociedade Civil, com caráter consultivo, deliberativo e
normativo. O objetivo principal é assessorar a Prefeitura de Teresina e a Fundação Municipal de
Cultura Monsenhor Chaves, no âmbito da sua competência, bem como contribuir para a execução das
políticas públicas do Município, articulado aos Sistemas Nacional e Estadual de Cultura.
38 Relatório Ambiental
A seguir são detalhados os principais patrimônios históricos e culturais do município de Teresina.
• Praça Marechal Deodoro da Fonseca (Praça da Bandeira)
Primeira igreja da cidade, antecipou a sua fundação, nela estava concentrado todo o poder da época,
executivo, legislativo, judiciário e a igreja. Principais prédios Igreja Nossa Senhora do Amparo,
Ministério da Fazenda, Arquivo Público (Casa Anísio Brito), Banco do Nordeste (antigo local onde
morou mestre Isidoro França), Palácio da Cidadania (Antiga Justiça Federal), Fundação Wall Ferraz
(antiga Intendência), Prefeitura de Teresina (antiga Escola Normal), Fundação Cultural do Piauí
(antiga Assembleia Legislativa), COMEPI (antiga Alfândega), Troca-Troca, Shopping da Cidade,
Mercado Central, Museu do Piauí (Casa Odilon Nunes), Luxor Hotel (antigo Hotel Piauí), Teatro de
Arena (Complexo Cultural Hélio Correia Lima), Coluna em homenagem ao Conselheiro Saraiva e o
Marco Zero.
• Praça Rio Branco
Foi no século passado a praça preferencial dos encontros sociais da cidade e ainda hoje continua sendo
o centro do comércio de Teresina. Foi chamada de Passeio Público, foi o primeiro local a receber
energia elétrica e tinha um jardim em estilo francês. Na praça está a primeira coluna de relógio público
da cidade ainda hoje existente.
• Praça Pedro II
Centro Artesanal Mestre Dezinho (antigo Quartel da Polícia Militar), Teatro 4 de Setembro, Cine Rex, a
residência do primeiro deputado federal negro do Piauí, Francisco Freire de Andrade que hospedou
Getúlio Vargas, o busto de Dom Pedro II e, no seu entorno, está o Clube dos Diários e o antigo prédio do
Cine São Luís.
• Praça Saraiva
Igreja Nossa Senhora das Dores, Casa da Cultura de Teresina, Colégio Diocesano (Colégio São Francisco
de Sales), anexo da Universidade Federal do Piauí (antiga Faculdade de Filosofia) e busto do
Conselheiro Saraiva.
• Praça João Luiz Ferreira
Esta praça abriga o primeiro edifício da cidade, o prédio IAPC (Instituto de Assistência e Previdência
dos Comerciários) e a casa onde funciona a sede da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, tombada
pelo patrimônio histórico municipal. Destaca-se pelos seus jardins e os postes em estilo colonial de sua
iluminação.
• Avenida Antonino Freire
39 Relatório Ambiental
Correios e Telégrafos, Palácio de Karnak (Palácio do Governo) e casa do Ex-Governador Eurípedes de
Aguiar. É a menor Avenida do Brasil, com apenas duas quadras.
• Avenida Frei Serafim
Palácio Episcopal, Convento de São Benedito (Convento dos Capuchinhos), Colégio Sagrado Coração de
Jesus (Colégio das Irmãs), Hospital Getúlio Vargas, Edifício Chagas Rodrigues (Departamento de
Estradas e Rodagem - DER), Estação Ferroviária, Quartel do 2º Batalhão de Engenharia e Construções
(2º BEC), Centro Pastoral Paulo VI (antigo Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus) e as
estátuas, bustos e monumentos de Frei Serafim, Wall Ferraz, Getúlio Vargas, Petrônio Portela e
monumentos em homenagem às ferrovias e o Cruzeiro.
Na relação de locais que merecem uma iluminação de destaque no município de Teresina, constatou-se
que vários monumentos devem ser valorizados nos seus aspectos histórico e cultural. Sendo assim, um
projeto luminotécnico vai valorizar os aspetos arquitetônicos dos monumentos no município.
Ao que tange, o principal tema relacionado ao diagnóstico do meio socioeconômico de Teresina são os
problemas ambientais decorrentes de ocupações de áreas de riscos ambientais que se concentram
principalmente no entorno das lagoas da Zona Norte, área de recepção e drenagem das águas pluviais
e, ao mesmo tempo, habitada pela população de baixo poder aquisitivo da cidade. Há também áreas
com maior adensamento populacional, como os bairros de Promorar, Morro da Esperança e Vila São
Francisco que necessitam de atenção, além do crescimento populacional expressivo que o município
vem recebendo, devido ao seu atrativo econômico e com altos índices nos indicadores sociais. Bairros
como Santa Maria da Codipi e o São Joaquim, na zona Norte; o Promorar e Angelim (Vila Irmã Dulce),
na zona Sul; a Pedra Mole, na zona Leste e os bairros Todos os Santos e o Dirceu, na zona Sudeste
foram classificados como os mais perigosos, necessitando de melhorias na rede de iluminação, que
mitigará o número de incidentes.
Com essas informações, infere-se que a reforma e a manutenção da rede de Iluminação Pública
interferirá de forma positiva e expressiva no equilíbrio socioeconômico do município, sendo que o
projeto em questão é de elevada importância para o município, pois a falta de Iluminação Pública nas
ruas das cidades contribui significativamente para a falta de segurança da população. Além disso, o
projeto de iluminação urbana seja de vias públicas, praças ou monumentos, promoverá realce aos
equipamentos, de acordo com as especificidades do local, dando ênfase a iluminação de destaque para
os lugares listados como Patrimônio Histórico e Cultural.
40 Relatório Ambiental
8 INFRAESTRUTURA URBANA
A região tem com limites os rios Poti e Parnaíba, as avenidas Miguel Rosa, Frei Serafim, Antonino
Freire e a Rua Senador Teodoro Pacheco. Locais que concentram à infraestrutura urbana implantada
pelo poder público e o surgimento de atividades econômicas mais diversificada e dinâmica criando
inúmeras novas opção de bem-estar do cidadão e do desenvolvimento regional. A construção de
muitos conjuntos residências e a criação de vila aumentou significativamente a população.
Figura 8: Principais aspectos da infraestrutura urbana de Teresina.
Fonte: Plano Diretor de Iluminação Pública de Teresina.
8.1 Sistema Viário
Teresina é a única capital nordestina que se encontra no interior, o que lhe confere uma situação toda
especial. A sua posição geográfica permitiu que se tornasse um importante entroncamento rodoviário
e por ser a cidade que guarda a melhor distância rodoviária com todas as capitais nordestinas, o que
potencialmente favorece as mais diversificadas atividades econômicas.
A malha urbana de Teresina tem dois eixos orientadores. Um que tem um referencial às margens dos
dois rios, e o outro do próprio modelo urbano da cidade, que tem o centro da cidade como um polo
convergente. O movimento de tráfego da cidade se faz principalmente por ruas e avenidas que
funcionam como corredores de escoamento, ligando a área central a todas as regiões da cidade.
41 Relatório Ambiental
Destacam-se as avenidas Maranhão (norte/centro/sul), Barão de Gurguéia (centro/sul), Frei Serafim
(centro/leste/sudeste), Miguel Rosa (circular), Santos Dumont (centro/norte), Centenário
(centro/norte) e as ruas Coelho Resende, Pires de Castro, Barroso e Rui Barbosa, que são de grande
importância na ligação transversal norte/centro/sul (SEMPLAN, 2015).
Um dos mais recentes problemas de Teresina tem sido o da mobilidade urbana, sobretudo, em função
da condição de município polo que concentra a oferta dos serviços e das atividades econômicas,
exercendo uma forte atração sobre a população de outros municípios da região em direção à área
central da cidade, bem como em direção a seus principais corredores de transporte, de modo que o
aumento da frota de veículos se aproxima do limite de saturação, contribuindo, a cada dia, para a
elevação dos níveis de poluição por emissão de gases e ruídos.
Os dados a seguir trazem um panorama sobre a situação atual do sistema viário do município,
retirados do Plano Diretor de Transportes e Mobilidade Urbana de Teresina (2008).
A utilização do sistema viário pelo transporte coletivo demonstra uma oferta máxima de ordem de 224
ônibus/hora na Avenida Frei Serafim, local onde convergem praticamente todas as linhas radiais com
destino a Praça da Bandeira na área central, onde são transportados cerca de 7.000
passageiros/hora/sentido.
O município possuiu Metrô, constituído pelo Ramal Itararé/Matinha, com extensão e 13,5 km e 9
estações ao longo de seu itinerário. A demanda média é de 8.000 passageiros por dia, considerando
uma elevação em relação aos últimos dados, devido à inauguração da estação do centro.
Em relação ao transporte a pé, não exige nenhum equipamento ou infraestrutura especial. O espaço de
circulação dos pedestres é reduzido, mas nem por isto é bem cuidado.
A qualidade das calçadas, a iluminação e a arborização podem estimular as caminhadas, mas as
distâncias e as condições de segurança são atributos determinantes nas escolhas, às vezes de maneira
aparentemente contraditórias: “pedestres preferem o risco de atravessar grandes avenidas em meio à
alta velocidade dos veículos, para ganhar tempo e diminuir seus percursos, mas mudam seus
itinerários para se prevenirem quanto a assaltos” (GODIN, 2001).
Em relação à infraestrutura para bicicletas, o município Teresina conta atualmente com uma rede
cicloviária com cerca de 50 km de extensão. Desta rede fazem parte ciclovias bidirecionais, ciclofaixas
e passeios compartilhados em pontes. A maioria das ciclovias existentes ou em construção obedece a
um padrão semelhante, sendo construídas no canteiro central de avenidas.
8.2 Sistema Elétrico
Em cinco décadas o sistema elétrico do Piauí passou de núcleos isolados de usinas termelétricas, em
que a energia era disponível para um número reduzido de pessoas e havia horário marcado para ligar
42 Relatório Ambiental
e desligar a rede, a uma Empresa que distribui energia elétrica para cerca 1,2 milhão de consumidores
nos 224 municípios do Estado do Piauí.
Nesse período, a Empresa Eletrobrás Distribuição Piauí ampliou tanto sua capacidade operacional,
como a construção de subestações e milhares de quilômetros de redes, quanto sua ação comercial.
Em nível doméstico, 92% dos imóveis são atendidos. A Companhia Energética do Piauí demonstra em
seu Relatório Anual de Responsabilidade Socioambiental (2015) o consumo de energia do mercado
atingiu 3.169 GWh, 5,06% acima de 2014. O setor industrial, com 218 GWh, cresceu 1,1%, por outro
lado, as classes residencial e comercial que juntas representam 70,3% do mercado global avançaram
6,6% e 6,5% respectivamente. Em dezembro de 2015 a empresa contabilizou no seu sistema de
faturamento 1.172.997 consumidores, o que representou uma entrada média mensal de 2.389
clientes/mês.
A Eletrobrás Distribuição Piauí cuida da distribuição de energia elétrica. Atualmente, a operação e
manutenção da Iluminação Pública, tais como lâmpadas e postes e demais componentes da iluminação
das ruas e locais públicos e também a sua expansão, passou a ser de responsabilidade das prefeituras e
de seus órgãos competentes. Em Teresina esse trabalho é realizado pela empresa CitéLuz.
A provisão de Iluminação Pública se caracteriza como um típico bem público, tendo em vista que seu
consumo é não excludente e não rival, isto é, o consumo da Iluminação Pública por um cidadão não
exclui os demais do mesmo serviço e nem reduz a quantidade de serviços disponíveis para os demais.
É considerado como serviço público de Iluminação Pública aquele destinado a iluminar vias, praças,
passarelas, jardins, parques, abrigos de usuários de transporte coletivo e logradouros, bem como
quaisquer outros bens públicos de uso comum e livre acesso, inclusive a iluminação de monumentos,
fachadas, fontes luminosas e obras de arte de valor histórico, cultural ou ambiental, localizadas em
áreas públicas. Dadas as suas características típicas de bem público, uma provisão eficiente de
Iluminação Pública (iluminação de qualidade a um custo baixo) traz inequivocamente benefícios
significativos à coletividade.
Outro ponto a ser destacado refere-se às questões ambientais e consumo de energia. A melhor gestão e
manutenção do sistema de Iluminação Pública podem levar ao uso de tecnologias que resultem em
maior eficiência energética e menor consumo de energia trazendo ganhos financeiros e ambientais.
Esta é uma questão relevante para a administração pública que deve estar cada vez mais focada na
alocação eficiente dos recursos públicos e no alcance do desenvolvimento econômico sustentável.
Teresina possui um parque de Iluminação Pública com aproximadamente de 87,1 mil pontos. Segundo
o Plano Diretor de Iluminação Pública da capital piauiense, o nível de iluminância das ruas e praças é
considerado baixo, denotando grande necessidade de investimentos e melhoria nos serviços. Entre as
propostas apresentadas na área, está à iluminação adequada de pontos relevantes de identificação
43 Relatório Ambiental
urbana, incremento da iluminação de praças públicas, previsão anual de demanda para iluminações
comemorativas, fiação subterrânea para o Centro histórico, entre outras.
Figura 8.2-1: Projeto prévio para PPP de Iluminação Pública.
Fonte: Base Cartográfica da Prefeitura.
44 Relatório Ambiental
De acordo com o projeto de engenharia inicial apresentado na Figura 8.2-1, um ponto importante a
ser tratado é o que chamamos de “eficiência energética negativa”. Trata-se de aumento de potência
para adequação da iluminação para atendimento dos níveis luminotécnicos previstos na NBR
5101/2012. As vias classificadas como V1 e V2 com lâmpadas de 70W devem ser requalificadas para
atendimento dos níveis luminotécnicos, com aumento da potência instalada.
Por outro lado, salvo por razões dimensionais da via (largura do leito carroçável, largura das calçadas,
etc.), as vias V3 e V4, onde são utilizadas as potências de 250W e 400W, serão requalificadas para
atendimento dos níveis luminotécnicos com redução de potência instalada.
As vias constantes no Plano de Mobilidade, inclusive BRT e Plano Diretor Cicloviário, e as vias de
acesso à infraestrutura pública de serviços (Educação, Saúde, Segurança e Lazer) merecem tratamento
especial na iluminação. Tal tratamento consiste em um nível diferenciado de iluminação, cerca de 20%
acima do recomendado pela norma na via motorizada e nas calçadas. Estimamos que 40% das vias V1
e V2 recebam este tratamento diferenciado e que 10% das vias V4 passem a ser classificadas com V3.
8.3 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
O gerenciamento do sistema de abastecimento d’água em Teresina é de responsabilidade da AGESPISA
– Águas e Esgotos do Piauí S.A., uma sociedade de economia mista, que tem o Governo do Estado do
Piauí como acionista majoritário. A Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos de Teresina –
ARSETE é a responsável pela regulação, fiscalização e o controle do sistema de abastecimento de água
de Teresina.
A captação de água é feita de duas fontes, do rio Parnaíba (94%) e de poço tubular (6%). As três
estações de tratamento de água (ETA I, ETA III e ETA IV) funcionam em condições precárias. Estão
localizadas em uma única área, às margens do rio Parnaíba e tratam um volume médio de água da
ordem de 6 bilhões de litros/mês, o suficiente para atender a população de Teresina.
Segundo a versão Preliminar do Plano de Saneamento Básico do Município, a coleta e tratamento de
esgoto em Teresina, atende aproximadamente 17% da população da capital. E de acordo com o IBGE,
aproximadamente, 62% dos domicílios teresinenses utilizam sistema de fossa sumidouro e os outros
20% lançam diretamente nas galerias, riachos e rios do município.
No município o tratamento de esgotos ocorre de forma descentralizada, através de lagoas de
estabilização. Existem três Estações de Tratamento de Esgoto (ETE):
✓ ETE Pirajá: localizada no bairro Pirajá e atende parte dos Bairros da zona central e norte da
cidade;
✓ ETE Alegria: localizada próximo à margem do Rio Poti, recebe parte dos efluentes oriundos da
zona sul de Teresina;
45 Relatório Ambiental
✓ ETE Leste: localizada próximo às instalações do campus da Universidade Federal do Piauí,
beneficia alguns bairros da zona leste da cidade.
Dos 12.061 domicílios verificados no censo de 2010, apenas 8,3% enquadram-se na forma considerada
adequada pelo IBGE, sendo que a maioria dos domicílios, 64,1%, é considerada semi adequada e
27,7% são classificados como inadequados.
8.4 Resíduos Sólidos
Com base na definição, caracterização e classificação dos resíduos sólidos através da Lei
n°12.305/2010 e da ABNT NBR 10004:2004 realizou-se um diagnóstico ambiental mais coerente do
manejo de resíduos na cidade de Teresina. Para isto foram utilizados dados do Plano Municipal de
Saneamento Básico de Teresina que teve com base de dados primários – por meio de levantamento em
campo e dados secundários disponíveis em site oficiais como IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística e o SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento.
O manejo dos resíduos e a limpeza urbana em Teresina são de competência da Prefeitura, tendo como
operador a SEMDUH – Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação juntamente com
as Superintendências de Desenvolvimento Urbano - SDUs (zona urbana) e SDR - Superintendência de
Desenvolvimento Rural (zona rural).
Em 2016, alguns pontos de coleta foram desativados e novos foram estipulados, devido à demanda. Ao
todo atualmente são 14 pontos de coleta seletiva voluntária, ou postos de entrega voluntária – PEV.
8.5 Saúde
Segundo o IBGE, a taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 15.15 para 1.000 nascidos vivos.
As internações devido a diarreias são de 1.2 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os
municípios do estado, fica nas posições 95 de 224 e 160 de 224, respectivamente. Quando comparado
a cidades do Brasil todo, essas posições são de 2005 de 5570 e 2173 de 5570, respectivamente.
De acordo com o Ministério da Saúde/DATASUS (2015), a cidade de Teresina possui 906
estabelecimentos de saúde distribuídos em 26 tipos distintos, de acordo com a classificação do
Ministério da Saúde. Esse dado chama a atenção pela sua dimensão quantitativa, despertando para os
possíveis impactos dessa atividade na reprodução do espaço urbano teresinense.
8.6 Educação
Segundo o IBGE, em 2015, os alunos dos anos primeiros anos da rede pública da cidade tiveram nota
média de 5.9 no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Para os alunos dos anos finais,
essa nota foi de 4.6. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais
colocava esta cidade na posição 5 de 224. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição
46 Relatório Ambiental
passava a 18 de 224. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 97.8 em 2010. Isso
posicionava o município na posição 108 de 224 dentre as cidades do estado e na posição 2411 de 5570
dentre as cidades do Brasil.
✓ Número de estabelecimentos de ensino fundamental em 2015: 385 escolas;
✓ Número de estabelecimentos de ensino médio, em 2015: 178 escolas.
Em suma, Teresina conta com problemas na parte de infraestrutura do sistema viário, devido a sua
importância e expansão urbana e econômica no Estado, o qual demanda maior planejamento na
questão de mobilidade urbana. Atenção para áreas de grande tráfego em relação ao transporte público,
como na Avenida Frei Serafim, local onde convergem praticamente todas as linhas radiais com destino
a Praça da Bandeira na área central. O município ainda consta com estações de metrô e expressivo
número de pedestres e ciclistas. O sistema elétrico atende próximo de 92% dos imóveis do município.
A captação de água é feita de duas fontes, do rio Parnaíba (94%) e de poço tubular (6%). As três
estações de tratamento de água (ETA I, ETA III e ETA IV) funcionam em condições precárias
localizadas em uma única área, às margens do rio Parnaíba. O município ainda conta com
aproximadamente de 906 estabelecimentos de saúde, 385 escolas de ensino fundamental e 178
escolas de ensino médio.
A infraestrutura urbana do município deverá ser a maior beneficiada com a renovação e manutenção
da rede de Iluminação Pública, pois as áreas com maior demanda e necessidades de melhorias são: as
vias de tráfego e BRT; entorno das estações de metrôs, ciclovias; estabelecimentos de saúde e de
ensino, que deverão ser considerados prioritários neste plano.
47 Relatório Ambiental
9 IMPACTO DA LUZ DE LED NA CIDADE
Em geral, as luzes de LED tem impacto positivo na vida cotidiana nas cidades. A seguir são
demonstrados alguns fatores que reforçam as vantagens do LED na iluminação pública (U.S. DOE,
2012; OSRAM, 2009).
Segurança: Além de a iluminação coibir a criminalidade, a cor da luz do LED (branco-azulada) é mais
bem percebida pelos nossos olhos à noite. Percebemos a luz de uma forma diferente após o pôr do sol,
enxergando melhor os espectros azuis e verdes e eliminando praticamente todo o espectro emitido
pela lâmpada de sódio, aquela amarela que está na maioria nas ruas. Isso significa que a sensação de
claridade que temos quando andamos em vias iluminadas com luz branca é realmente verdade e pode
ser decisiva na prevenção da criminalidade e de acidentes noturnos.
Economia e serviços: O LED produz mais luz (lúmens) por watt consumido, levando à economia de
energia – de 50% a 80% – quando comparado a tecnologias tradicionais, resultando em redução de
custo e de emissões de carbono. Nas lâmpadas incandescentes, mais de 90% da energia elétrica é
desperdiçada em forma de calor (radiação infravermelha).
Quando acontece a reestruturação luminotécnica de grandes centros urbanos para uma tecnologia
como o LED, é preciso gerenciar bem esse investimento, devido a quantidade de luminárias para
gerenciamento. Um sistema de telegestão controla e monitora os pontos de toda a cidade. Se um
circuito queima, a gestora da iluminação é notificada imediatamente, ou seja, o consumidor não
precisa fazer isso pelos telefones do serviço.
Este sistema inteligente permite o monitoramento em tempo real, inclusive com registro do consumo
energético da cidade e do desgaste da luz, fazendo com que a gestão dos pontos seja mais eficaz. Com a
telegestão também é possível controlar a intensidade luminosa, para que alguns pontos não iluminem
em excesso ou outros tenham menos luz do que de fato necessitam.
Meio ambiente: Lâmpadas de vapor de sódio, de mercúrio ou de vapor metálico devem ser
descartadas de forma especial por conta de seus metais pesados. O LED não possui esses metais em
sua composição e 98% dos seus componentes são recicláveis.
A alta durabilidade da tecnologia também diminui a quantidade de lixo e, por consumir menos energia,
diminui drasticamente a quantidade de CO2 emitida na atmosfera, o que pode combater o
aquecimento global.
9.1 Restrições à utilização dos postes e braços de iluminação pública
Os postes e braços de Iluminação Pública são dimensionados apenas para os esforços mecânicos das
luminárias e/ou projetores. Por questões de segurança, não podem ser instalados:
✓ Cabos de RDA, telefonia, TV por assinatura, transmissão de dados, etc;
48 Relatório Ambiental
✓ Equipamentos para rede de distribuição;
✓ Placas de propaganda;
✓ Placas de sinalização viária de indicação, educativas e de atrativo turístico;
✓ Equipamentos de telefonia móvel ou fixa;
✓ Equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade;
✓ Câmeras de monitoramento;
✓ Estruturas diversas como esculturas, banners, enfeites natalinos, etc;
✓ Floreiras, lixeiras ou faixas;
✓ Ligações provisórias ou permanentes para atendimento a feiras e eventos.
9.2 Poluição Luminosa
A poluição luminosa é definida como a luz externa mal direcionada que não é aproveitada
devidamente, causando o brilho visto acima das cidades, ao invés de somente iluminar o chão. Este
fenômeno é o resultado do mau planejamento dos sistemas de iluminação. No caso da iluminação
pública, a poluição luminosa é manifestada em projetos com níveis de iluminância
superdimensionados e/ou falta de controle da distribuição luminosa das luminárias.
9.2.1 LEGISLAÇÃO
De acordo com a lei de Bases do Ambiente, Lei n.°11/87 de 7 de Abril, a luz faz parte dos diversos
componentes ambientais naturais descritos nesta lei (artigo 6°) e também destacando para o artigo 9°,
da seguinte forma: “Todos têm o direito a um nível de luminosidade conveniente à saúde, bem-estar e
conforto (…) ”, “O nível de luminosidade para qualquer lugar deve ser o mais consentâneo com vista ao
equilíbrio dos ecossistemas transformados de que depende a qualidade de vida das populações”. Começa-
se a falar de poluição luminosa, quando o limite do natural é ultrapassado.
Segundo Gargaglioni (2007), no Brasil existem poucos locais com algum tipo de legislação neste
assunto. Destas legislações, duas são municipais (Lei Municipal Nº 10.850 De 07 de Junho de 2001 –
Campinas/SP e a Lei Municipal de Caeté-MG), ambas visando à proteção de sítios astronômicos, e
outra que trata da proteção das tartarugas marinhas na costa brasileira (PORTARIA IBAMA Nº 11/95)
que serão apresentadas a seguir.
Para o estado do Piauí, não foi verificada legislação pertinente quanto ao impacto causados pela
iluminação na flora e fauna.
49 Relatório Ambiental
10 PASSIVO SOCIOAMBIENTAL
Este item corresponde ao atendimento dos itens 4.9.1.2 e 4.9.1.3 do edital PE AARH nº 39/2017. Para
o projeto em estudo, será considerado como passivo ambiental de acordo com a Lei n° 9.605/98, que
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. Entre outras determinações, estabelece que ao se adquirir um terreno ou indústria que
apresente passivos ambientais, os responsáveis ficam sujeitas às sanções penais da lei." E também "o
Art. 3° da Lei 10.650/2003 bem como breve digressão sobre os aspectos constitutivos do passivo
ambiental, tem-se que é possível exigir que as empresas declarem seus “passivos” ambientais já que,
como será visto a seguir, eles se constituem fontes de impactos ambientais e efetivos de suas próprias
atividades, posto que, muitas vezes, permanecem na natureza sem uma solução adequada, gerando
situações de risco permanente para a coletividade, que geralmente desconhece essa matriz geradora
em potencial de acidentes ambientais”.
Desta maneira todos os resíduos e infrações ambientais que não foram gerenciados de maneira
adequada de acordo ao preconizados nas normas e legislações específicas para os temas, provenientes
das atividades já realizadas nos serviços de Iluminação Pública na zona urbana de Teresina-PI, serão
enquadradas como passivos socioambientais
Entende-se como passivos ambientais, todos aqueles resíduos que serão destinados, quando dado
início das atividades de implantação e operação das melhorias dos sistemas de iluminação de Teresina.
O responsável pela operação do parque de iluminação deverá realizar todas as ações para execução
dos procedimentos de destinação dos resíduos e materiais inservíveis gerados durante todo o
transcorrer da operação.
Em consulta aos órgãos competentes, não foram encontrados processos referentes aos passivos até
esta data.
Também não foram encontrados, até a data da realização deste estudo, processos de licenciamento em
curso ou concluídos, bem como autorizações especificas para execução atuais das atividades
referentes à manutenção da Rede de Iluminação Pública em Teresina.
50 Relatório Ambiental
11 DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS
Este item corresponde ao Plano de Descarte de materiais e risco de contaminação, conforme o item
4.9.1.6 do edital PE AARH nº 39/2017. Para este item, serão detalhadas as classificações dos principais
resíduos provenientes das atividades descritas anteriormente, apresentando também as definições
para armazenamento, acondicionamento, transporte e destinação final. Ações essas serão realizadas
de acordo ao preconizado nas legislações ambiental vigentes do município de Teresina-PI, e demais
âmbitos estadual e federal, pertinente ao tema.
Os resíduos sólidos podem ser de pós venda ou pós-consumo. Os primeiros retornam ao ciclo de
negócios por término de validade, estoques excessivos ou problemas de qualidade, podendo usar a
própria cadeia de distribuição direta. Os bens pós-consumo, após cumprirem sua função original,
podem ser reaproveitados, usando os canais reversos de reuso ou reciclagem (LEITE, 2009). O retorno
destes resíduos é mais complexo por estarem dispersos por grande número de fontes geradoras,
tornando mais oneroso à coleta e transporte. A PNRS, lei 12.305/2010, artigo 3º, inciso XVI, define
resíduos sólidos como:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água (BRASIL 2010a).
A concessionária deverá, ao longo de toda a vigência da concessão, adequar todos os seus
procedimentos e infraestrutura às eventuais atualizações, alterações e ampliações da legislação
ambiental, arcando com as respectivas despesas decorrentes.
11.1 Legislação aplicada
Dentre as principais legislações pertinentes ao tema de resíduos sólidos, deve-se observar ao
preconizado na Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos – PNRS, esta lei define os princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Em
especifico ao Art. 13, o qual classifica os resíduos conforme origem e periculosidade.
Ainda no âmbito nacional, a Resolução CONAMA 275/01 especifica o código de cores para os
diferentes tipos de resíduos passíveis de reciclagem ou não gerados no empreendimento. E Resolução
CONAMA 313/02 que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
51 Relatório Ambiental
Ao que se refere às legislações no âmbito estadual, a Lei N°4.854 de 10 de Julho de 1996, dispõe sobre
a política de meio ambiente do Estado do Piauí, e dá outras providências. Com apoio da Lei Ordinária
Nº 5.733 de 07/02/2008, que dispõe sobre a Política Estadual de Reciclagem de Materiais e dá outras
providências e o Decreto nº 15.132/2015 que institui a Taxa de Serviços Municipais Diversos - TSMD,
sobre prestação do serviço de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos
extradomiciliares.
Quanto à destinação de lâmpadas no Estado do Piauí, a Lei Nº 6599 de 17/11/2014, torna obrigatório
que os estabelecimentos situados no Estado do Piauí, que comercializam lâmpadas fluorescentes,
coloquem à disposição dos consumidores lixeiras para a sua coleta quando descartadas ou inutilizadas, e
dá outras providências.
Art. 1º: Ficam os fabricantes, distribuidores, importadores, revendedores e
comerciantes de lâmpadas fluorescentes situados no Estado do Piauí, obrigados a
colocar à disposição dos consumidores, recipientes para a sua coleta, quando
descartadas ou inutilizadas.
Já na esfera municipal, a Lei complementar nº 4.359/2013, que define atribuições do poder público
para planejar, coordenar, executar e avaliar a política de limpeza pública, a Lei 4.474/2014, chamada
lei do lixo zero, visa eliminar todos os lixões irregulares.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEMDUH) da prefeitura de Teresina utiliza-se de
empresa terceirizada para coleta de resíduos domiciliares e passíveis de revalorização. Além da coleta
domiciliar, destaca-se a coleta seletiva, com Pontos de Entrega Voluntária (PEV) distribuídos em
diversos pontos da capital. Indicadores revelam que em 2015, a cobertura da coleta de resíduos
domiciliares estava em 90% da população, mas em 5,03% da coleta seletiva (SEMDUH/PMT).
Os resíduos formados por vidros, metais, plásticos e papéis, são coletados por meio dos PEV
distribuídos na cidade, usando equipamentos e veículos específicos. As entidades de reciclagem ainda
são incipientes.
De acordo com as diretrizes de gestão operacional do Plano Municipal de Saneamento Básico de
Teresina, as lâmpadas fluorescentes são classificadas como resíduos especiais, Classe I – Perigosos,
seguindo a NBR 12235/92, na qual se aplica ao armazenamento de todos e quaisquer resíduos
perigosos Classe I, conforme definido na NBR 10.004/04 e a NBR 13.221/94 na qual se aplica para o
transporte de resíduos, tendo como destinação final o sistema de logística reversa.
Para as lâmpadas que contenham mercúrio, após o uso, serão classificadas como resíduos perigosos
(Classe I) pela Norma ABNT 10.004/04. Diante disto, merecem cuidados especiais quanto aos
52 Relatório Ambiental
procedimentos de manuseio (retirada/coleta), acondicionamento, transporte, armazenagem e
destinação final, em função das suas características peculiares e dos riscos que apresentam.
11.2 Caracterização dos resíduos
Os resíduos aqui descritos foram classificados conforme CONAMA 313/02 e NBR 10.004/04, e
recomendação especifica dos fabricantes. Visando assim, uma padronização das informações e
nomenclaturas para o gerenciamento do mesmo durante a operação das atividades.
11.3 Levantamento e Quantidades dos resíduos
Apresentamos a seguir na Tabela 11.3-1, descrição dos principais resíduos a serem gerados no
processo de modernização e operação da Iluminação Pública, elaborada de acordo as diretrizes
preconizadas na NBR 10.004/04 e CONAMA 313/02, e Lei Nº 12.305/10.
Relatório Ambiental
Identificação Código Fonte Descrição Componentes Estado Físico Codigo de
AcondicionamentoTratamento Destinação Final Classificação
Armazenamento
temporário
Empresas
Destinatárias
Fios de Cobre A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Sucatas metálicas de cobre cobre Sólido R13 - Reciclagem T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA) Caçamba A ser contratada
Alumínio A004
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Sucatas metálicas de alumínio Alumínio Sólido R13 - Reciclagem T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA) Caçamba A ser contratada
Pilhas D002
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Resíduo perigoso por
apresentar corrosividade
metais pesados altamente tóxicos
e não-biodegradáveis,
como cádmio, chumbo e mercúrio
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas ,
localizada em area impermeável
e coberta
T34 - Recicladoras
especificas Devolução ao fabricante Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
Baterias D002
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Resíduo perigoso por
apresentar corrosividade
Lítio, chumbo, mercúrio, zinco-
manganês e alcalino-manganêSólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas ,
localizada em area impermeável
e coberta
T34 - Recicladoras
especificas Devolução ao fabricante Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
-
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Lâmpadas de LED
Componente eletrônico
semicondutor, ou seja, um diodo
emissor de luz ( L.E.D = Light
emitter diode ), mesma
tecnologia utilizada nos chips dos
computadores
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de
modo que não ocorra a quebra e
danificação do mesmo
R99
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
F044
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Lâmpadas com vapor metálico
Vidro, Metal (Alumínio), Sal de
Sódio, Mercúrio, Iodetos de
metal, gases inertes, Césio,
Estanho, Tálio, Estrôncio, Bário,
Ítrio, Chumbo, Vanádio, ETR
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de
modo que não ocorra a quebra e
danificação do mesmo
R99
B30 - Tratamento especifico
para descontaminação dos
vidros e aproveitamento do
mercúrio
Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
-
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Lâmpadas com vapor de sódio*
Vidro, Metal(Alumínio)Gás de
Sódio, Gases inertes, Mercúrio
(pequenas quantid.), Bário, Ítrio,
Chumbo, , Estrôncio Vanádio, ETR
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de
modo que não ocorra a quebra e
danificação do mesmo
R99
B30 - Tratamento especifico
para descontaminação dos
vidros e aproveitamento do
mercúrio
Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
F044
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Lâmpadas com vapor de
mercúrio
Vidro, Metal (Alumínio), Mercúrio,
gases inertes, estrôncio, bário,
Ítrio, Chumbo, Vanádio, ETR
Sólido
Z 08 / S 08 - Caixas especificas de
modo que não ocorra a quebra e
danificação do mesmo
R99
B30 - Tratamento especifico
para descontaminação dos
vidros e aproveitamento do
mercúrio
Perigoso (I A) Caixas especificas A ser contratada
Material elétrico A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Sobra de material de oficinas
(os reatores e ignitores)
Compostos de cádmio; chumbo;
ácido sulfúricoSólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (II) Caçamba A ser contratada
Resíduo Orgânico A001
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Resíduos comuns sobras de comida, papel higênico,
papel toalhaSólido
Z 03 / S03 - Caçamba com
cobertura
T34 - envio para aterro de
terceiros B04 - Aterro Sanitário Não perigoso (IIA) Caçamba A ser contratada
Plástico A207
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Pequenas embalagens de
plástico- Sólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA)
Coletores e baias de
armazenamento em área
coberta
A ser contratada
Madeira A099
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Madeira contendo substâncias
não tóxicas
Oriundos de sobras de oficinas e
carretéisSólido R13 - Reciclagem
T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA) Caçamba A ser contratada
Vidro A117
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Resíduos de vidros - Sólido R13 - Reciclagem T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA)
Coletores de
armazenamento com
cobertura
A ser contratada
Ferro A004
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Sucata de Metais ferroso - Sólido R13 - Reciclagem T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIB) Caçamba A ser contratada
Papel A006
NBR 10004/04 -
RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/02
Resíduos de papel e papelão - Sólido R13 - Reciclagem T34 - Recicladoras
especificas
B30 - Empresa devidamente
licenciada para realizar a
reciclagem deste material
Não perigoso (IIA)
Coletores de
armazenamento com
cobertura
A ser contratada
Lâmpadas
*No caso dos sais de sódio presentes nas lâmpadas de sódio a baixa pressão, existe algum risco de reação destes com água, aonde produzem soluções potencialmente corrosivas de hidróxido de sódio e a gás de hidrogênio que é extremamente inflamável e explosivo.
51 Relatório Ambiental
11.4 Transporte e Deslocamento dos Resíduos
Para o transporte dos resíduos, devem-se avaliar as condições operacionais da geração dos resíduos
até a destinação final, de maneira a atender as recomendações especificas pelo Código Brasileiro de
Transito – CBT e Agência Nacional de Transporte Terrestre-ANTT.
O transporte rodoviário por via pública de produtos perigosos, por representarem risco para a saúde
de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e aos
procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos,
Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela Resolução
ANTT nº. 5.232/16 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada
produto.
Ainda relacionado ao transporte de produtos perigoso a Resolução ANTT n°420 de fevereiro de 2004,
apresenta as seguintes medidas a serem adotadas para o transporte de produtos perigoso em
território nacional.
✓ Classificação;
✓ Relação de Produtos Perigosos;
✓ Provisões Especiais Aplicáveis a Certos Artigos ou Substâncias;
✓ Produtos Perigosos Embalados em Quantidade Limitada;
✓ Disposições Relativas a Embalagens;
✓ Marcação e Rotulagem;
✓ Identificação das Unidades de Transporte e de Carga;
✓ Documentação;
✓ Prescrições Relativas às Operações de Transporte
11.5 Área de Deposito de Resíduos
As áreas de depósitos de resíduos deverão seguir as instruções normativas da NBR 11174 de
armazenamento de resíduos Classes II - não inertes e a da NBR 12235 de armazenamento de resíduos
sólidos perigosos.
Ambas as áreas são de contenção temporária de resíduos, em área autorizada pelo órgão de controle
ambiental, à espera de encaminhamento à reciclagem, recuperação, tratamento ou disposição final
adequada, desde que atenda às condições básicas de segurança.
Estas áreas de depósitos de resíduos deverão ter isolamento e sinalização; controle da poluição do ar;
controle da poluição do solo e águas; treinamento dos operadores e equipamentos de segurança. Além
disso, o encarregado da operação deve inspecionar, periodicamente, as áreas de armazenamento,
verificando os possíveis pontos de deterioração dos recipientes e vazamentos causados por corrosão
52 Relatório Ambiental
ou outros fatores, assim também como o sistema de contenção. Qualquer irregularidade constatada
deve ser anotada e as ações corretivas necessárias devem ser executadas em tempo, procurando-se
evitar maiores danos.
11.6 Destinação Adequada de Resíduos
A seguir são detalhados os procedimentos para a destinação de resíduos provindos da reforma da rede
de Iluminação Pública, destacando para a destinação correta dos Resíduos de Classe I e II provenientes
dos processos.
11.6.1 RESÍDUOS CLASSE I - PERIGOSOS
Os resíduos Classe I (Perigosos) são aqueles cujas propriedades físicas e químicas que podem
acarretar riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de
forma inadequada.
11.6.1.1 Lâmpadas contendo Mercúrio, Sódio e Vapor Metálico
As lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de vapor de sódio e vapor metálico são compostas por
componentes químicos altamente poluentes e tóxicos ao meio ambiente e, portanto, essas lâmpadas
não podem ser descartadas em aterros públicos diretamente, necessitando de uma prévia recuperação
destes compostos para evitar os danos ambientais.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu a obrigatoriedade de estruturação e implantação
de sistemas de logística reversa para lâmpadas fluorescentes, responsabilizando os fabricantes e
distribuidores pelo retorno dos produtos após o seu uso pelo consumidor, de forma independente do
serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos (SILVA, 2013).
A reciclagem é a opção ambientalmente mais adequada para o descarte de lâmpadas contendo
mercúrio após seu uso. Na reciclagem de lâmpadas, o objetivo principal é a recuperação do mercúrio e
de outros elementos nelas contidos para posterior reutilização, evitando a contaminação do solo. O
alumínio, o vidro e o pó de fósforo podem ser reaproveitados tanto na construção de novas lâmpadas
como na produção de outros produtos.
Deverão ser seguidas as seguintes recomendações:
1. As lâmpadas contendo mercúrio e outros componentes tóxicos, consideradas inservíveis às
instalações de Iluminação Pública, deverão ter uma destinação final adequada de modo que
não coloquem em risco o meio ambiente e a saúde das populações.
2. As lâmpadas inservíveis deverão preferencialmente ser enviadas para empresas especializadas
em reciclagem de lâmpadas que contêm mercúrio, devidamente credenciadas junto ao órgão
ambiental estadual e/ou federal.
53 Relatório Ambiental
3. No caso da não existência, em certa região, de firma especializada em reciclagem de lâmpadas,
ou inexistência de local apropriado para fazer a disposição final do resíduo (aterro industrial -
classe I), o gerador do resíduo de lâmpadas deve entrar em contato com o órgão ambiental
estadual ou com a firma de limpeza pública (resíduo sólido) local, para solicitar orientações e
cooperação para encontrar a melhor solução de destinação final do resíduo.
11.6.1.2 Lâmpadas de LED
Com a instalação de Lâmpadas de LED na Rede De Iluminação Pública do município, estes serão
inicialmente caracterizados como classe I, resíduos perigosos e, se comprovado pelo fabricante que o
valor encontrado de resíduos perigosos (cromo, antimônio e níquel) se encontram dentro dos limites
definidos na Norma ABNT NBR 10005, os módulos de LED poderão ser tratados como classe II. Além
dos resíduos perigosos, os dispositivos de LED geram resíduos como: plásticos em geral, alumínio,
cobre e zinco.
Atualmente, as lâmpadas LED não estão sendo armazenadas e destinadas à reciclagem, pois é
necessário um processo de reciclagem apropriada que permita recuperar os materiais valiosos.
Contudo, ainda não existe nenhum processo de reciclagem de LED adequado no Brasil. Por isso, a
destinação final destas seria em recicladoras específicas, visando à tentativa de reciclagem do maior
número de materiais possível.
Para as lâmpadas de LED, deverão ser discriminados no Plano de Tratamento de Descarte de
Materiais, minimamente, os procedimentos e responsáveis pelo:
✓ Manuseio;
✓ Acondicionamento;
✓ Armazenamento;
✓ Coleta realizada;
✓ Transporte;
✓ Reuso e reciclagem;
✓ Tratamento em moagem/separação;
✓ Destinação final para descontaminação
11.6.1.3 Reatores com Óleo Ascarel
Durante o período de modernização e eficientização, caso sejam retirados da Rede Municipal De
Iluminação Pública reatores contendo óleo ascarel, classificado como perigoso e não passível de
reutilização, a concessionária deverá seguir todas as orientações da Norma ABNT 8371 e cumprir as
obrigações estabelecidas no Decreto Federal nº 96.044. Sendo assim, compete à Concessionária incluir
os procedimentos para o seu adequado manuseio, acondicionamento, rotulagem, armazenamento,
transporte, procedimentos para equipamentos em operação e destinação final.
54 Relatório Ambiental
11.6.2 RESÍDUOS CLASSE II - NÃO PERIGOSOS
Todos os resíduos não perigosos, gerados em decorrência da execução dos serviços de Iluminação
Pública deverão ser envolvidos em um Plano de Tratamento e Descarte de Materiais, destacando-se
entre eles:
✓ Braços de luminárias;
✓ Luminárias;
✓ Relés fotoelétricos;
✓ Instalações elétricas (fiação, conectores);
✓ Reatores eletromagnéticos;
✓ Reatores eletrônicos;
✓ Postes de cimento;
✓ Postes metálicos;
✓ Resíduos gerados no escritório.
Para cada um dos itens listados acima, deverá constar minimamente:
✓ Caracterização (Classe A ou B, resíduos reutilizáveis ou recicláveis);
✓ Forma de manuseio;
✓ Local de acondicionamento;
✓ Tempo de armazenamento;
✓ Procedimento de coleta;
✓ Tipo de transporte;
✓ Procedimentos de reuso;
✓ Procedimentos e responsáveis por reciclagem (quando aplicável);
✓ Forma e responsáveis pelo tratamento;
✓ Procedimento de destinação final;
✓ Volume mensal estimado (em unidades ou Kg).
Os materiais que serão substituídos e/ou descartados deverão ser armazenados em local adequado,
devidamente separadas para posterior envio para reciclagem principalmente os de valores agregados
como: alumínio e aço.
11.6.2.1 Reatores (Eletromag e eletrônicos) e Relés Fotoelétricos
Os reatores e os relés fotoelétricos deverão ser armazenados em local arejado, protegido das
intempéries, devidamente separado para posterior envio para reciclagem de lixo eletrônico.
No Brasil, existem os postos coletores, mercados e revendedores de produtos eletrônicos que aceitam
os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). Apesar de não possuir uma alta
55 Relatório Ambiental
tecnologia de reciclagem, o país inicia essa caminhada para intervir na crescente produção de lixo
eletrônico.
O lixo eletrônico gera uma preocupação ambiental, pois sua disposição inadequada pode acarretar na
liberação de substâncias tóxicas que podem causar sérios impactos à natureza. Quando despejados no
lixo comum, as substâncias químicas presentes nos componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio,
arsênio, cobre, chumbo e alumínio, entre outras, penetram no solo e nos lençóis freáticos.
A destinação destes materiais deverá ser para recicladoras específicas, sendo uma empresa
devidamente habilitada para realizar a reciclagem deste material.
11.7 Receptores Adequados
Com um transporte especializado, os resíduos coletados deverão ser conduzidos até os receptores
licenciados junto aos órgãos ambientais.
Foram levantadas e indicadas no Quadro 11.7-1, possíveis empresas que se encontram preparadas
para reciclagem e recebimento de resíduos no nordeste do Brasil, destacando para o Estado do
Maranhão que se encontra na divisa com o Piauí.
Quadro 11.7-1: Relação de empresas recicladoras presentes no Nordeste do Brasil
Nome da Recicladora Município Contato Endereço Bairro Tipos de Resíduos
Recebidos
ASCAMAR - Associação de Catadores de Materiais
Recicláveis
São Luís
(98) 98923-9312
Rua São Pantaleão, N°1094 Madre Deus Embalagens Longa Vida;
Metais; Papel Branco; Plástico.
COOMARCO - Cooperativa de Catadores de Materiais
Recicláveis da Cidade Operária
(98) 98724-2377
Rua da Vitória, quadra 128, Nº 3
Cidade Olímpica
Embalagem longa vida, Metais, Plástico.
AMREVIMA - Associação das Mulheres Recicladoras de
Vidro do Maranhão
(98) 98843-6660 /
98814-6590 / 98843
2039
Avenida Cônego Ribamar Carvalho, N°04.
Sá Viana Garrafas de vidro em
geral.
ACOMAR RECICLADORA (98) 3241-
7839
Avenida Engenheiro Emiliano Macieira, 40 B
km 10.
Distrito Industrial
-
COMTRABB - Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras
da Bacia do Bacanga
(98) 99963-5830 /
98844-5833
Rua Cobalto, Quadra 54, N°03
Coroado Resíduos não-perigosos
COOPGEST - Cooperativa de Gestão de Resíduos
Sólidos da Microrregião do Anjo da Guarda
(98) 98805-3402
Rua Bolívia, Quadra 18, Nº 36
Anjo da Guarda
papel, papelão, plastico.
COOPRESL - Cooperativa de Reciclagem de São Luís
(98) 98771-5675
Av. dos Portugueses, 1966. Campus da UFMA (Atrás
da garagem)
Vila Bacanga Papel; Plásticos; Metais.
Depósito de Papelão Muscapel
(98) 3223-3462
Rua Tupininquins, 136,CEP: 65041-000
João Paulo. Papel; Papelão; Plásticos.
EMAPLA Gerenciamento de Resíduos
(98) 3241-9074
R. Santo Antônio, 659 Vila Isabel Cafeteira
Reciclagem de resíduos sólidos classe II
A e II B , retirada de efluentes, oferece
serviços de coletas e destinação final.
56 Relatório Ambiental
Nome da Recicladora Município Contato Endereço Bairro Tipos de Resíduos
Recebidos
GRD - Gestão em Resíduos Tecnológicos
(98) 98869-1510 / 8158-
8158 Av. Norter Interna, S/N
Cidade Operária
Resíduo eletrônico, metálico, ferroso e não
ferroso.
J R Lemos Masseti (98) 3225-
3700 R. 1, nº 03
Parque Guanabara. Cohab Anil Sucata metálica ferrosa
J.A Costa Sousa-ME (98)
81242396 AV. Tupinamba, 10
Maracuja Vila
Maracuja Plástico
LIMA METAIS - Comercial Lima de Metais Ltda - Epp
(98) 3276-0932
Br. 135 - KM 13, Nº 40 Pedrinhas Sucata metálica ferrosa
OLEAMA (98) 3217-
3900
Avenida Engenheiro Emiliano Macieira 3715 -
km 5 Tirirical Óleo de cozinha usado
RECICLAGEM SÃO LUÍS (98) 98859-
8741 / 3249-1756
Rua Projeto, Nº 05
João Paulo -
RIPEL RECICLAGEM (98) 3258-
2904 Rua Adelman Correia, 200 Anil
Embalagem longa vida, metais, papel branco e
plástico.
DEPÓSITO "O GARRAFEIRO" (98) 98803-
6922 / 3247-0089
Av Este Externa, 103. Cidade
Operária Garrafas de vidro e
plástico.
FÁBIO SILVA ARTESANATOS
(98) 98906-7022
Vila Cafeteira
Pneus
URCD Ilha Grande (98) 98815-
8577 / 3226-6900
R. Nossa Sra. da Vitória, 25.
Altos do Turu III
Entulho construção civil e demolição (classe A)
COOPCARE - Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Paço do
Lumiar
(98) 98701-1465
Rua da Fábrica, 18. Iguaiba Resíduos não-perigosos
INDAMA - Indústria de Derivados de Animais do
Maranhão
Paço do Lumiar São José
de Ribamar
(98) 3274-1145 / 3274-
1237 / 98789-
2135
Rua Itatuaba, Nº10 Íguaiba
Óleo vegetal saturado, popularmente conhecido como óleo de fritura ou
óleo de cozinha
COPCAMAR (98) 98823-
1712 / 98783-8212
Rua do Campo, Nº 03. Multirão Garrafas PET, ferro e
alumínio
ASCAMARI - Associação dos Catadores de Materiais
Recicláveis de Imperatriz
Imperatriz (99) 99169-
4912 Avenida Cacauzinho , 0.
Recanto Universitário
Embalagem longa vida, metais e plásticos
COOLIBE - Cooperativa Mista dos Catadores de Lixo para Reciclagem de Barra do
Corda
Barra do Corda
(99) 3643-4939 /
98102-8541 / 98160-
6816
Avenida Governadora Roseana Sarney, 477.
Trezidela
coleta de resíduos não-perigosos de origem
doméstica, urbana ou industrial por meio de
lixeiras, veículos, caçambas, etc.
Fonte: SEMA: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais; Gestão de Resíduos no Estado do Maranhão.
Em relação ao lixo eletrônico, mesmo com a determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a
capital piauiense não possui política específica para o descarte e recolhimento de lixo eletrônico e não
foram identificadas possíveis áreas para realizar a destinação e reciclagem dos materiais eletrônicos.
Quanto à destinação dos resíduos perigosos e/ou contaminados, apresentamos a seguir no Quadro
11.7-2, as áreas identificadas para recebimento dos materiais Classe I.
57 Relatório Ambiental
Quadro 11.7-2: Empresas para recebimento de resíduos Classe I – Perigoso
Estado Nome Endereço Tipo de Material Recebido
Piauí
Sterlix Piauí R. Des. Pires de Castro, 562 - Marquês de
Paranaguá, Teresina Resíduos perigosos Classes I e II
Central de Tratamento de Resíduos (CTR)TERESINA
PI-130 Comunidade Salobro – Zona Rural – CEP 64.040-090 – Teresina
Classes I e II A / II B
São Paulo Trampoo – Gestão Sustentável de
Lâmpadas Av. dos Autonomistas, 4900 – Km 18 –
Osasco Classe I
Maranhão Ciclo – Logística Reversa e Meio Ambiente
Estrada da Raposa 110 A – Bairoo Araçapy Raposa – MA
Classe I
Bahia Reciclagem Fenix Rua Rua José Abreu Pita Pinheiro, 327 -
Bairro Gererau - Itaitinga Resíduos sólidos domésticos e
industriais
Rio Grande do Norte
EcoAtiva Rua Eng. Roberto Freire, 214, Centro - São
Gonçalo do Amarante Lâmpadas Fluorescentes e Resíduos Eletroeletrônicos
11.8 Conscientização Ambiental
O eficiente tratamento e descarte dos ativos de Iluminação Pública estará diretamente relacionado aos
hábitos dos envolvidos na prestação dos serviços executados pela concessionária. Nesse sentido,
compete à concessionária incluir ao Plano de Tratamento e Descarte de Resíduos um programa de
educação ambiental para seus funcionários, que servirá como uma importante ferramenta para
garantir a adoção de padrões de conduta mais adequados ao modelo de gestão de resíduos por ela
proposto. A implantação desse programa deverá propiciar também condições para que os
profissionais saibam com clareza suas responsabilidades, em relação ao meio ambiente, bem como o
seu papel como cidadãos.
Além disso, quando da realização de treinamentos, todos os funcionários da concessionária que
tenham contato direto com os resíduos gerados deverão ser devidamente instruídos para a utilização
das ferramentas, utensílios e dos Equipamentos de proteção individual – EPIs necessários, conforme
as normas de saúde e segurança do trabalho.
58 Relatório Ambiental
12 INDICADORES DE DESEMPENHO
A aplicação de indicadores para o tema Ambiental permite promover uma avaliação e
acompanhamento das atividades executadas pela concessionária com relação às exigências legais e
normativas aplicáveis em vigência. Os indicadores também têm sido utilizados como ferramenta
padrão, auxiliando na compreensão das informações sobre fenômenos complexos, em diversos
estudos nacionais e internacionais.
Os indicadores de desempenho são requisitos que avaliam a qualidade dos serviços obrigatórios
prestados pela concessionária, com avaliações periódicas do patamar de qualidade atingido em
determinado período. Avaliando também padrões de qualidade diferentes conforme o grau de
engajamento e outputs de benefícios gerados pela concessionária.
O acompanhamento será registrado por meio da apresentação de documentos que comprovem
procedimentos relacionados à gestão ambiental, devendo também a concessionária apresentarem os
certificados de descontaminação e destinação final dos resíduos poluentes gerados em seus processos
de atualização e manutenção dos PI.
Apresentamos a seguir, o Quadro 12-1 com a proposta inicial para atribuição de indicadores para
gerenciamento ambiental e procedimentos adotados pela concessionária.
Quadro 12-1: Indicadores de Conformidade dos Certificados e Certificação.
Categoria Avaliação Forma de Medição Nota
Gestão Ambiental
ISO 14001 Apresentação trimestral de certificado ISO 14001
1 - Certificado valido apresentado 0 - Certificado valido não apresentado
Tratamento e Descarte de
Materiais
Descontaminação e destinação final de 100% dos resíduos poluentes gerados no período.
Apresentação trimestral de certificado emitido por empresa credenciada e autorizada contendo a totalidade de resíduos descartados
1 - Certificado válido apresentado 0 - Certificado válido não apresentado (*) Caso não existam resíduos descartados no período a nota do indicador será 1 (um).
A principal norma de gestão ambiental é a norma internacional ISO 14001. Ela faz parte do conjunto
ISO 14000, sendo a única norma certificável dentro deste conjunto. A norma NBR ISO 14001 tem sido
o instrumento mais utilizado para desenvolver a gestão ambiental nas indústrias e empreendimentos
sustentáveis. Este processo de gestão tem por objetivo fornecer às organizações os elementos de um
Sistema de Gestão Ambiental eficaz, passível de integração com os demais objetivos da organização.
Sua concepção foi idealizada de forma a aplicar-se a todos os tipos e partes de organizações,
independente de suas condições geográficas, culturais e sociais.
59 Relatório Ambiental
Convém salientar que a norma ISO 14.001 não coloca requisitos absolutos ao desempenho ambiental
da empresa, exceto a obrigação de cumprir a legislação e prescrições aplicáveis e do compromisso com
a melhoria contínua.
Os indicadores referentes à certificação ISO 14.001 serão auditados a cada 2 anos e pontuados
conforme atendimentos as exigências preconizadas nos procedimentos. Neste processo deverá conter
os indicadores relacionados ao tratamento e descarte de materiais, onde será avaliado se a
concessionária obteve o certificados emitidos por empresa credenciada e autorizada, para
descontaminação e/ou destinação final, que comprove a realização de 100% (cem por cento) da
correta destinação dos resíduos retirados das atividades relacionadas a rede de iluminação pública de
Teresina.
60 Relatório Ambiental
13 IMPLANTAÇÃO E ATUALIZAÇÃO – CAPEX AMBIENTAL
A seguir apresentamos a memória de cálculo para composição de preços dos serviços e atividades
ambientais a serem desenvolvidas no período de implantação da Concessionária.
13.1 Destinação de Resíduos Perigosos
Para destinações final dos resíduos perigosos gerados durante o processo de substituição das
lâmpadas consideradas neste estudo, foram avaliadas empresas com capacidade de realizar os
procedimentos de acordo com as leis vigentes.
Apresentamos no quadro a seguir, valor médio obtido para destinação final por lâmpada gerada no
processo de substituição.
Composição de Valores para Destinação Final de Lâmpadas
Empresa 1 - Ciclo Logística Reversa Empresa 2- Trampoo Gestão Sustentável de Lâmpadas
R$ 1,39 R$ 1,35
Valor Médio para descarte unitário R$ 1,37
De acordo com a estimativa de geração 87.100 de Lâmpadas na substituição integral nos dois
primeiros anos, e uma nova substituição do mesmos pontos de iluminação após doze anos do início da
concessionaria, é apresentado a seguir no quadro os valores para destinação final dos resíduos
perigosos durante as operações.
Serviços de destinação de resíduos Perigosos - Classe I
Trabalhos Iniciais
Destinação Final de Lâmpadas Quantidades Valor Unitário
(Vapor de Sódio; Vapor Metálico; Vapor de Mercúrio; LED; Fluorescente; Mista
174.200 R$ 1,37
Total 174.200 R$ 238.654,00
* 87.100 para atualização das lâmpadas no1° e 2°;11° e 12° ano.
Valor médio entre 2 orçamentos apresentados por empresas que realizam este tipo de operação.
Para o descarte deste resíduos, foram considerados 2 eventos por ano para descarte durante o período
de substituição das lâmpadas, considerando que serão realizados os eventos nos anos 1° e 2°, bem
como 11° e 12°.
Taxa Para Transporte de Produtos Perigosos Quantidades Valor Unitário
Transporte de resíduos por empresa devidamente licenciada 8 R$ 1.878,00
Total 8 R$ 15.024,00
61 Relatório Ambiental
* Valor estimado de acordo com consulta no mercado, podendo sofrer alterações de devido ao local de escolha para destinação final.
Para execução do transporte dos resíduos perigosos gerados no processo, deverá ser obtido junto a
SEMAR - PI, Autorização para transporte de resíduos de interesse ambiental. Apresentamos a seguir o
valo para obtenção da autorização.
Autorização para Movimentação de Resíduos Perigosos Quantidades Valor Unitário
Obtenção de certificado de Movimentação de Resíduos Perigosos junto ao órgão ambiental - SEMAR
2 R$ 2.000,00
Total R$ 4.000,00
*estima-se a emissão de 2 autorização devido
62 Relatório Ambiental
14 MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO – OPEX AMBIENTAL
A seguir apresentamos a memória de cálculo para composição de preços dos serviços e atividades
ambientais a serem desenvolvidas no período de operação da Concessionária.
14.1 Autorização para poda de vegetação.
De acordo com a necessidade ao longo da operação e manutenção do sistema de iluminação é previsto
a obtenção pela concessionaria das autorizações para podas e cortes de vegetações junto à Secretaria
de Meio de Ambiente de Teresina. Para obtenção da respectiva autorização deve-se atender ao
procedimentos legais e normas vigentes. Deste modo, apresentamos no quadro abaixo, os valores para
solicitação de autorizações.
Autorização para Corte e Pode de Vegetação Quantidades Valor Unitário
Obtenção de autorização para poda e corte de vegetação Incluindo (Laudo por profissional habilitado)
6 R$ 10.000,00
Total R$ 60.000,00
14.2 Destinação de Resíduos Comum
Ainda relacionado ao tema resíduos, encontra-se previsto neste item a composição de custo para
destinação de resíduos comuns, sendo aqueles que não foram passiveis de serem destinados a coleta
seletiva e/ou incorporados em processos de logística reversa. Apresentamos a seguir quadro com a
composição de valores, foram atribuídos valores médios de mercado, considerando que custo seja
atribuído mensalmente ao longo de toda operação da Concessionária.
Destinação de Resíduos Comum Quantidade Valor Unitário
Considerado valor de acordo com as atividades e números de funcionários
Mês R$ 2.000,00
Por ano R$ 24.000,00
* Valor de mercado para coleta, transporte e destinação final Total R$ 480.000,00
14.3 Implantação do Sistema de Gestão e Certificado
Apresentamos os custos para implantação do sistema de gestão, bem como valores para processo de
auditorias prevista a cada 2 anos, que certificam os atendimentos proposta durante o processo de
implantação e certificação.
Sistema de Gestão e Certificação Quantidades Valor Unitário
Implantação de Sistema de Gestão e Certificação 1 R$ 75.000,00
Auditorias e Certificações à cada 2 anos 10 R$ 25.000,00
Total R$ 325.000,00
63 Relatório Ambiental
64 Relatório Ambiental
15 CONCLUSÃO
Este relatório apresenta o diagnóstico ambiental para as atividades de modernização, eficientização,
expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública no Município de
Teresina prevista no item 4.9 do edital PE AARH nº 39/2017.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2004) e CONAMA N°237/97, bem como nas legislações
estaduais e municipais, não há listados processos passiveis de licenciamento relacionados à
substituição ou instalação de rede de Iluminação Pública como uma atividade sujeita a licenciamento
ambiental. Desta maneira, as atividades prevista neste estudo não requerem licenciamento ambiental.
Em análise ao diagnóstico ambiental, avaliou-se que para o meio físico, não foram avaliadas alterações
e /ou impactos provenientes das atividades previstas para este empreendimento.
Ao que se refere ao meio biótico, não foi avaliado impactos diretos, porém identificou-se a necessidade
de execução de atividades de poda e corte de vegetação instaladas no perímetro urbano que possam
promover interferências no sistema de Iluminação Pública. O procedimento deverá seguir as diretrizes
estabelecidas na Lei 2.798/1999, que dispõe sobre a regulamentação e monitoramento da vegetação
arbórea na zona urbana de Teresina, tendo em vista que os tramites para a obtenção da autorização
será realizado pela concessionária, bem como a execução das podas e cortes da vegetação será de
competência exclusiva da Prefeitura.
Em relação ao meio socioeconômico, foram avaliadas diversas áreas com carência de iluminação
adequadas e com a proposta de melhoria, não serão observados impactos sociais, e sim medidas de
melhorias após o projeto de iluminação urbana com aumento de segurança, melhor aumento da
qualidade das vias públicas, praças ou monumentos, e também promoverá realce aos equipamentos
públicos e dando ênfase à iluminação de destaque as áreas Históricas e Culturais do município. Sendo
observado o que preconiza a Lei Nº 3.602/06 dispõe sobre a preservação e o tombamento do
Patrimônio Cultural do Município de Teresina e dá outras providências quando realizada as atividades
em áreas preservadas e consideradas como Patrimônio Cultural.
Em relação aos impactos da luz de LED na cidade, não foram encontradas legislações previstas para o
Estado do Piauí ou para o município de Teresina.
Ao que se refere aos passivos socioambientais, não foram identificados até o presente momento em
consulta à informações públicas. Também não foram encontrados processos de licenciamento em
curso ou concluídos referentes à manutenção ou modernização da Rede de Iluminação Pública em
Teresina. O gerenciamento de resíduos gerados em todas as etapas do processo de modernização
deverá seguir as obrigações previstas nas leis, decretos e normas vigente durante todo período de
concessão.
65 Relatório Ambiental
Para controle e acompanhamento das atividades, foi considerada à implantação do sistema de gestão
ambiental ISO 14.001, sendo fundamental para rastreabilidade de todos os produtos inservíveis
descartados, e controle de processos realizados pela concessionária durante todo o período de
concessão.
Os valores atribuídos para o CAPEX e OPEX Ambiental, foram compostos através de cotações de
mercado e valores de consultorias especializadas no tema e destacados em itens específicos.
Com as informações apresentadas neste documento, infere-se que a manutenção e modernização da
Rede de Iluminação Pública não causarão riscos ambientais. Entre os benefícios podem ser listados a
maior segurança das vias; economia de energia, quando comparado a tecnologias tradicionais,
executados com responsabilidade ambiental e executados os serviços preferencialmente com a
utilização de materiais recicláveis.
66 Relatório Ambiental
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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