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RELATÓRIO DE ATIVIDADES EM MEIO AMBIENTE COMPLEXO ENERGÉTICO CERAN
Volume 2
Programas do Meio Físico Programas do Meio Biótico
Programas do Meio Antrópico
CC/064/005/2008
Julho a Setembro 2008
MEIO BIÓTICO CC/064/005/2008
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MEIO BIÓTICO
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III – MEIO BIÓTICO
1. PROGRAMA DE LIMPEZA DOS RESERVATÓRIOS 1.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos Durante o terceiro trimestre de 2008, foi finalizado o desmatamento do reservatório da UHE 14 de Julho, nos municípios de Veranópolis, Cotiporã e Bento Gonçalves. A lenha e a galharia resultantes do desmatamento estão sendo depositadas em pátios ao longo do reservatório, sendo possível posteriormente a retirada e o empilhamento das mesmas. Em medição final realizada na UHE 14 de Julho, verificou-se o desmatamento de 156,82 ha da área do reservatório, sendo 151,25 ha de sarandis e matas e 5,57 ha de pomares. As fotos a seguir ilustram as atividades realizadas.
1.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Não estão previstas atividades para o próximo trimestre. 1.3. Conclusões O Programa de Limpeza dos Reservatórios foi encerrado com a conclusão do desmatamento e da remoção de benfeitorias da área do reservatório da UHE 14 de Julho.
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2. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA
2.1 Descrição dos Trabalhos Desenvolvidos 2.1.1 Campanha de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Monte Claro e Complementação
do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos peixes das UHEs Castro Alves e 14 de Julho.
No terceiro trimestre de 2008, foram executadas três campanhas de monitoramento da ictiofauna da UHE Monte Claro e complementação do levantamento ictiofaunístico e bio-ecológico dos peixes das UHEs Castro Alves e 14 de Julho.
Nos Anexos 1 a 3 são apresentados os Relatórios Parciais 12, 13 e 14 referentes às campanhas realizadas pela empresa Limnobios.
2.1.2 Resgate da Ictiofauna na UHE Monte Claro Nos dias 02 de julho, 05 de agosto e 09 e 15 de setembro foram realizadas quatro campanhas de resgate de ictiofauna na alça de vazão reduzida da UHE Monte Claro. Os trabalhos foram concentrados em dois locais com possibilidade de ocorrer aprisionamento de peixes, a saber: lajeado dos Sanches e lajeado da foz do arroio Burati. Em nenhum dos dias foi registrada a presença de peixes aprisionados em poças ou mortos. A seguir são apresentadas fotos das campanhas executadas.
Vista panorâmica do lajeado dos Sanches e exemplo de formação de poça isolada no resgate
realizado no dia 02/07/2008.
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Vistoria em todas as poças existentes ao longo da área e material de pesca utilizado na inspeção
(02/07/2008).
Poças vistoriadas na propriedade dos Sanches (02/07/2008).
Durante a execução desta campanha (02/07), nenhum exemplar de ictiofauna foi encontrado
aprisionado ou morto ao longo da alça de vazão reduzida da UHE Monte Claro.
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Poças vistoriadas na foz do arroio Burati e Lajeado dos Sanches em 05/08/2008.
Equipe de Meio Ambiente fazendo a vistoria nas poças com possibilidade de haver
aprisionamento de peixes (05/08/2008).
Poça no lajeado dos Sanches e entrada do arroio Burati (09/09/2008).
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Poças isoladas no lajeado dos Sanches (15/09/2008).
Trecho inspecionado na foz do arroio Burati (15/09/2008).
2.1.3 Resgate da Ictiofauna durante parada de revisão contratual da Unidade Geradora 02 da UHE Monte Claro
Durante a parada de revisão contratual das 8.000 horas da máquina 02 da UHE Monte Claro, foi efetuado o resgate de ictiofauna nas dependências da Casa de Força. No dia 05 de agosto de 2008, logo após o esgotamento, efetuou-se uma inspeção na caixa espiral. Neste local, resgatou-se apenas um cascudo vivo. Não foram encontrados peixes mortos.
No dia seguinte, efetuou-se o salvamento dos peixes aprisionados no túnel de sucção da UG 02, após o esgotamento total do mesmo. Foram encontrados aproximadamente 1 Kg de peixes vivos, sendo dezenove mandis e um cascudo. Não foi registrada a ocorrência de mortandade de peixes local.
Por fim, no dia 07 de agosto, foram resgatados aproximadamente 4 Kg de peixes vivos, sendo oitenta e dois mandis, cinco cascudos, quatro lambaris e três jundiás. Também não foram encontrados peixes mortos.
A seguir, são apresentadas algumas imagens demonstrando a operação de resgate.
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Inspeção na caixa espiral da UHE Monte Claro e resgate de peixes.
Soltura dos peixes no leito do rio e inspeção no túnel de sucção.
Resgate no túnel de sucção e posterior soltura dos peixes no leito do rio
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Resgate de peixes no poço de esgotamento da UHE Monte Claro.
Indivíduos resgatados e posterior soltura dos peixes no leito do rio.
2.1.4 Resgate da Ictiofauna na UHE Castro Alves
No dia 02 de julho foi realizada uma campanha de resgate de ictiofauna na alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves. Os trabalhos foram concentrados em locais com possibilidade de ocorrer aprisionamento de peixes. A área de seixos, logo abaixo da ponte de serviço, a jusante do barramento, foi o único ponto onde houve a formação de poças isoladas. Não foram encontrados peixes aprisionados ou mortos.
Já nos dias 31 de agosto e 21, 27 e 28 de setembro foram realizadas quatro campanhas de resgate de ictiofauna em função da abertura da comporta de rafting, alterando assim a vazão do rio.
A área de seixos próximo da ponte de serviço foi o único local onde houve o aprisionamento de peixes. Neste ponto, no mês de agosto, foram resgatados vivos e devolvidos ao rio 93 lambaris, 12 cascudos e 03 joaninhas. Também foram encontrados 15 lambaris mortos que foram enterrados junto à margem do rio.
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Na primeira campanha de setembro foi feito o resgate de 3,0 Kg de lambaris, sendo a maior parte alevinos (aproximadamente 400 alevinos), uma traíra e uma joaninha que permaneceram aprisionados em poças formadas junto à ponte de serviço. Foi constatada ainda a mortandade de aproximadamente 15 lambaris, os quais foram enterrados na margem do rio.
Nas duas últimas campanhas do mês de setembro, foram resgatados vivos e devolvidos ao rio 182 lambaris, 04 jundiás e 03 joaninhas. Também foi encontrado 01 lambari morto, que foi enterrado junto à margem do rio. Os locais conhecidos como “cantonada” e “cachoeirão” também foram devidamente inspecionados, não sendo encontrado nenhum peixe aprisionado ou morto.
A seguir são apresentadas fotos das campanhas executadas.
Local de realização da campanha de resgate do dia 02/07/2008.
Local onde ocorreu a formação de poças isoladas e indivíduo resgatado vivo no local.
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Aprisionamento de peixes junto aos seixos rolados e lambaris encontrados mortos e enterrados
junto à margem do rio.
Vistoria nos locais denominados “cantonada” e “cachoeirão” para resgate de possíveis peixes
que pudessem ficar aprisionados.
Local com seixos localizado próximo ao barramento – comporta de rafting aberta (21/09/2008)
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Exemplares de lambari mortos e local onde foi feito o resgate – comporta de rafting fechada.
Exemplar de traira resgatado e soltura dos peixes no leito do rio.
Soltura dos peixes resgatados na UHE Castro Alves.
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Peixes resgatados vivos no trecho próximo a ponte e soltos novamente no rio (27/09/2008).
Soltura dos peixes resgatados no leito do rio (27/09/2008).
Trecho onde foram encontrados os peixes aprisionados e devolvidos ao leito do rio (vazões de
71,74 m3/s e 17,70 m3/s, respectivamente, no dia 28/09/2008).
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Trecho conhecido como “cantonada”. Nenhum peixe foi encontrado aprisionado e ou morto
(28/09/2008).
2.1.5 Resgate da Ictiofauna durante parada de inspeção do conduto forçado das Unidades Geradoras 01, 02 e 03 da UHE Castro Alves
Durante a parada de inspeção do conduto forçado da Unidade Geradora 02 da UHE Castro Alves, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior do mesmo. No dia 20 de agosto de 2008, logo após o esgotamento total, efetuou-se uma inspeção na caixa espiral e conduto forçado. Neste local, resgatou-se apenas um lambari vivo, o qual foi imediatamente devolvido ao rio. Não foram encontrados peixes mortos.
No mês de setembro, dia 02, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior da Unidade Geradora 03 Foram encontrados 02 lambaris mortos e nenhum peixe vivo. Os mesmos foram retirados e posteriormente enterrados. Novamente durante a parada de inspeção do conduto forçado, agora da Unidade Geradora 01, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior do mesmo. No dia 08 de setembro foram encontrados 129 lambaris vivos. Os peixes foram capturados e devolvidos ao rio. Não foram encontrados peixes mortos.
A seguir são apresentadas fotos das atividades realizadas.
Escotilha de entrada da caixa espiral e conduto forçado da Unidade Geradora 02.
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Inspeção da equipe de Meio Ambiente da O&M.
Ralo responsável pelo esgotamento na Unidade Geradora 03.
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Vistoria da equipe de Meio Ambiente na UG 03.
Escotilha aberta para a inspeção na Unidade Geradora 01.
Transporte dos peixes capturados na UG 01.
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Peixes capturados durante a inspeção.
Devolução dos peixes capturados na UG 01 ao rio
2.1.6 Atividades na Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves
No mês de agosto foi entregue o Relatório Parcial de Atividades – 4, da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves (Anexo 4). Este relatório apresenta os resultados da análise dos Índices de Aptidão de Habitat para as espécies dominantes no trecho compreendido entre a barragem e a casa de força da UHE Castro Alves.
2.2 Atividades previstas para o próximo trimestre Estão previstas para os meses de outubro a dezembro as seguintes atividades:
− Campanhas trimestrais de monitoramento da ictiofauna nos reservatórios das UHEs Monte Claro e Castro Alves;
− Entrega de relatórios de atividades com resultados parciais das campanhas;
− Resgate da ictiofauna nas estruturas e alça de vazão reduzida das UHEs Monte Claro e Castro Alves, quando constatada necessidade;
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− Resgate durante o enchimento do reservatório da UHE 14 de Julho, previsto para outubro de 2008.
2.3. Conclusões As atividades do Programa de Monitoramento da Ictiofauna estão sendo realizadas de acordo com o previsto no Projeto Básico Ambiental.
2.4. Anexos Anexo 1 – Relatório Parcial 12, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e
Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho.
Anexo 2 - Relatório Parcial 13, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho.
Anexo 3 - Relatório Parcial 14, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho.
Anexo 4 - Relatório Parcial de Atividades – 4, da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves.
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Anexo 1 Relatório Parcial 12, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e
Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho
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Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de julho de 2008.
Neste período foram realizadas amostragens da ictiofauna no Rio das Antas, em seu trecho compreendido das imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos, e realizadas as atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, triagem e identificação de ovos e larvas, digitação e conferência de dados.
Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes ao mês de junho de 2008.
Procedimentos em campo Limnologia básica
A cada amostragem da ictiofauna (16:00, 22:00 e 08:00hs) foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade e transparência da água. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, a batimetria em uma secção transversal e a velocidade da água.
Ictiofauna
A pesca experimental foi realizada de 03 a 12 de junho utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de espera, arrastes, tarrafas, espinhéis) com esforço padronizado para cada tipo de aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período.
APARELHOS MALHAGEM(1) / TAMANHO DIMENSÕES
Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14 10 m
Tarrafas 2,4, 4, 6
Espinhéis /4 /7 10 un.
Arrastos 0,5 20 m ou 10 m
(1). Medida entre nós não adjacentes, em cm.
As amostragens com redes de espera foram realizadas próximo às margens, e ficaram expostas no período das 16:00 às 8:00hs, com revistas à noite (22:00 h) e de manhã (8:00hs). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinheis, com a utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer.
Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura.
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O material foi remetido para ser processado no laboratório da Limnobios em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações:
1. data, e estação de amostragem;
2. aparelho de pesca e período de captura;
3. número do exemplar;
4. espécie;
5. comprimento total (cm);
6. comprimento padrão (cm);
7. peso total (0,1 g.);
8. peso do estômago (0,01 g.);
9. grau de repleção gástrica (0-3);
10. sexo;
11. estádio de maturação gonadal;
12. peso das gônadas (0,01 g.).
Dados preliminares 1. Locais de amostragem
A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo.
Local Código Coordenadas
Rio Taquari foz com o Rio Guaporé
ATQG S 29º 10’ 16”
W 51º 53’ 17”
Rio Das Antas, foz com o Rio Carreiro
ANCAR S 29º 05’ 32”
W 51º 42’ 45”
UHE 14 de Julho Jusante 14-JUS S 29º 04’27”
W 51º 37’58”
UHE 14 de Julho Lêntico 14-LEN S 29º 03’03”
W 51º 40’11”
14 de Julho Lótico 14-REM S 29º 00’38”
W 51º 22’29”
Castro Alves Jusante CA-JUS S 29º 02’24”
W 51º 33’51”
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Local Código Coordenadas
‘Castro Alves Lêntico CA-LEN S 29º 59’ 13”
W 51º 22’ 19”
Castro Alves Lótico CA-REM S 28º 57’01”
W 51º 14’53”
Castro Alves Montante CA-MON S 28º 56’31”
W 51º 11’03”
2. Condições Ambientais e Limnologia Básica
Condições Atmosféricas e Meteorológicas A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas entre as 16:00hs, 22:00hs e 08:00hs em todas as estações de amostragem. Verificou-se que durante o período de coleta, a temperatura do ar flutuou entre 7,00
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
6
8
10
12
14
16
18
20
22
TEM
PE
RA
TUR
A D
O A
R Média Min-Max
C e 20,0C (Fig. 1), sendo que as maiores temperaturas ocorreram nas amostragens da estação 14-LEN, e as menores ocorreram na estação 14-REM.
Figura 1. Variações nos valores de temperatura do ar em (oC) durante as amostragens realizadas
em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, são mostradas na Tabela 1.
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Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem (I=instalação; 10=primeira revista; 20=segunda revista) no mês de junho de 2008. (Nebulosidade: %
de cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada; I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte).
Local Nebulosidade Precipitação Vento
I 10 20 I 10 20 I 10 20
ATQG 0 0 100 A A A FR FR FR
ANCAR 5 0 0 A A A FR FR FR
14-JUS 10 10 0 A A A FR FR FR
14-LEN 0 10 0 A A A FR FR FR
14-REM 30 100 100 A A A FR FR FR
CA-JUS 30 30 30 A A A FR FR FR
CA-LEN 10 0 100 A A A FR FR FR
CA-REM 0 100 0 A A A FR FR FR
CA-MON 0 0 100 A A A FR FR FR
Observa-se que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos.
Variáveis Limnológicas e Básicas As menores temperaturas da água nos dias de amostragem foram registradas na região da Castro Alves Remanso (CA-REM) (13,1 0C), enquanto que as maiores foram registradas na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) (15,5 0
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
13,0
13,5
14,0
14,5
15,0
15,5
16,0
TEM
PE
RA
TUR
A D
A Á
GU
A
Média Min-Max
C )(Fig. 2). Como esperado, variações diárias em uma mesma estação de amostragem foram baixas quando comparadas a variações na temperatura do ar.
Figura 2. Variações nos valores de temperatura da água (o
C) durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de
amostragem.
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A transparência média da água variou de 38,0 a 177,0cm. Os menores valores de transparência foram registrados na estação ATQG (35,0cm) e os maiores no reservatório de Castro Alves na estação CA–LEN (180,0cm)(Fig. 3).
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
TRA
NS
PA
RÊ
NC
IA (c
m) Média Min-Max
Figura 3. Variações nos valores de transparência da água, medida com disco de Secchi, durante
as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 10,5mg.l-1. Os maiores valores foram registrados para a estação 14-JUS 10,76mg.l-1 e os menores para CA-LEN 7,60 mg.l-1. Os valores médio de oxigênio dissolvido oscilaram de 7,70 a 10,65 mg.l-1,
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
10,5
11,0
OX
IGÊ
NIO
DIS
SO
LVID
O(m
g/l)
Média Min-Max
(Fig. 4).
Figura 4. Variações nos valores de oxigênio dissolvido durante as amostragens realizadas em
junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores de condutividade média variaram entre 28,5 a 55,0uS.cm (Fig. 5). Os maiores valores foram registrados na estação ATQG 55,7uS.cm e os menores foram registrados na estação CA-MON 29,5uS.cm (Fig. 5).
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ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
28
32
36
40
44
48
52
56
60
CO
ND
UTI
VID
AD
E E
LÉTR
ICA
Média Min-Max
Figura 5. Variações nos valores de condutividade elétrica (uS.cm) da água durante as
amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores médios de PH variaram entre 6,53 a 6,83 (Fig. 6). Sendo os maiores valores de PH registrados na estação CA-REM (6,95) e os menores na estação CA-JUS(6,39) (Fig. 6).
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMCA-JUS
CA-LENCA-REM
CA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
6,4
6,5
6,6
6,7
6,8
6,9
7,0
PH
Média Min-Max
Figura 6. Variações nos valores de PH da água durante as amostragens realizadas em junho de
2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
3. Ictiofauna
Durante as amostragens no mês de junho de 2008 foram registradas 55 espécies de peixes, distribuídas em quatro ordens e 16 famílias (Tab. 1), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies.
A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha. As espécies grafadas em vermelho referem-se às migradoras de média e longa distância.
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631
Tabela 1. Lista de espécies registradas no rio das Antas e principais tributários durante todo o período amostrado. Espécies em destaque são reconhecidamente
migradoras. OSTEICHTHYES
CHARACIFORMES CHARACIDAE
TETRAGONOPTERINAE Astyanax eigenmanniorum (OPE, 1894) “lambari” Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) “lambari rabo amarelo” Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) “lambari rabo vermelho” Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 “lambari” Astyanax laticeps (OPE, 1894) “lambari” Astyanax sp. 4 “lambari” Astyanax sp. 6 “lambari” Astyanax sp. 7 “lambari” Astyanax sp. 8 “lambari” Astyanax sp. 10 “lambari” Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) “lambari” Bryconamericus sp. “lambari” Bryconamericus sp. 3 “lambari” Cheirodon sp. “lambari” Cheirodon interruptus (Jenyns, 1842) “lambari” Charax stenopterus (COPE, 1894) “lambari trasparente” Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) “lambari” Charax sp. “lambari” Diapoma speculiferum OPE, 1894 “lambari” Diapoma sp. “lambari” Diapoma sp. 1 “lambari” Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) “lambari” Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 “lambari” Pseudocorynopoma doriae (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “lambari” ACESTRORHYNCHINAE Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) “tambicu” Oligosarcus robustus Menezes, 1969 “tambicu” CRENUCHIDAE CHARACIDIINAE Characidium orientale Buckup & Reios, 1997 “canivete” PROCHILODONTIDAE Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) “grumatã” * CURIMATIDAE Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) “biru” Cyphocharax voga Cope, 1894 “biru” ANOSTOMIDAE Leporinus sp. 1 (Bloch, 1794) “piava” ERYTHRINIDAE Hoplias aff. Malabaricus (Bloch, 1794) “traíra” Hoplias sp. “traíra” SILURIFORMES PIMELODIDAE Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 “pintado” * AUCHENIPTERIDAE Glanidium sp. “manduvi” HEPTAPTERIDAE Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá” Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi” PSEUDOPIMELODIDAE
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632
Microglanis cottoides (Boulenger, 1889) “bagrinho” ASPRENIDAE Bunocephalus sp. “cascudinho” CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo” LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 “cascudo” LORICARIINAE Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) “viola” Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) “viola” Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) “viola” ANCISTRINAE Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo de espinhos” ICTALURIDAE Ictalurhus punctatus (Rafinesque, 1818) “bagre do canal” GYMNOTYFORMES GYMNOTIDAE Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 “morenita” STERNOPIGIDAE Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) “tuvira” PERCIFORMES SYNBRANCHIDAE Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana”
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará” Geophagus sp. “cará” Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) “cará”
Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870)“cará” Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) “cará” Gymnogeophagus sp. “cará”
Destaca-se que essa identificação é provisória e deverá ser confirmada ou não por especialistas até o final do cronograma de amostragens. Assim, algumas espécies poderão ter seu nome específico identificado ou alterado em função dessa análise. Ressalta-se o fato desse procedimento estar previsto no projeto.
Os resultados revelam que das 55 espécies registradas no mês de junho de 2008, quatro tiveram registro em todas as estações de amostragem, sendo elas os lambaris Astyanax henseli, Bryconamericus iheringii e Cyanocharax alburnus e o tambicu Oligosarcus jenynsii (Tab. 2).
Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no mês de junho de 2008 (ver descrição das áreas para o nome das estações) (em negrito,
espécies migradoras). Espécies ATQG ANCAR 14JUS 14LEN 14REM CAJUS CALEN CAREM CAMON A. eigenmanniorum X A. fasciatus X X A. henseli X X X X X X X X X A. jacuhiensis X X X X X X X A. laticeps X X Astyanax sp.10 X
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Astyanax sp.4 X X X X X X X X Astyanax sp.6 X X Astyanax sp.7 X Astyanax sp.8 X X X X B. iheringii X X X X X X X X X Bryconamericus sp. X Bryconamericus sp.3 X Bunocephalus sp. X C. alburnus X X X X X X X X X C. interruptos X X X C. orientale X C. paleatus X C. punctata X X C. stenopterus X C. voga X X Charax sp. X Cheirodon sp. X D. speculiferum X X X X X Diapoma sp. X Diapoma sp.1 X X X X E. virescens X G. brasiliensis X X X X X G. carapo X X G. gymnogenys X X X X X G. labiatus X X X X X X X X G. rhabdotus X X X X Geophogus sp. X Glanidium sp. X X Gymnogeophogus sp.1 X H. commersoni X H. jacuiensis X H. luetkenii X X X X X H. malabaricus X X X X X H. punctulatus X X X X X X X Hoplias sp. X I. punctatus X X X L. anus X X X X Leporinus sp.1 X M. cottoides X O. jenynsii X X X X X X X X X O. robustus X X X X X X P. doriae X P. lineatus X X P. maculatus X X X X X X R. cadeae X X X X X R. eriarcha X R. quelen X X X X X X X R. strigilata X X X X S. biornata X X X X X X X X N. de Espécies 25 38 22 11 17 20 18 16 20
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As espécies raras, com ocorrência em somente uma única estação de amostragem foram 17, sendo elas Astyanax eigenmanniorum, Coridoras paletaus e Charax sp. na estação ATQG; Bryconamericus sp., Briconamericus sp.3, Bunocephalus sp Gymnogeophagus sp., Leporinus sp1., Microglanis cottoides, Pseudocorynopoma doriae e Rhandella eriarcha na estação ANCAR, Astyanax sp. 5 e Eigenmannia virescens na estação 14-JUS; Charax stenopterus, Diapoma sp. e Cheirodon jacuiensis na estação 14-REM; Hypostomus commersoni, Cheirodon sp., e Characidium orientale na estação CA-JUS Hoplias sp. na estação CA-LEN e Astyanax sp.10 na estação CA-REM (Tab. 2)
Considerando-se o conjunto das estações de amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram C. alburnus com mais de 65% do total das espécies capturadas, seguida de B. iheringii, Geophagus brasiliensis e A. henseli. Entras espécies migradoras, Pimelodus maculatus foi a décima quarta espécie mais abundantes (Fig. 7). Ressalta-se, entretanto, que baixa captura de grandes peixes migradores é esperada quando a pesca não é dirigida.
C. albur
nus
B. iherin
gii
G. brasi
liensis
A. hense
li
G. gymnog
enys
D. specu
liferum
Astyana
x sp.4
Diapom
a sp.1
H. punct
ulatus
G. labia
tus
S. biorn
ata
A. jacuh
iensis
O. jenyn
sii
P. macu
latus
O. robus
tus
Demais
espéc
ies0
1020304050607080
Frequência Relativa (%)
Figura 7. Participação das principais espécies na pesca experimental realizada na bacia do rio
Antas, desde a foz do rio Guaporé até a do São Marcos no mês de junho de 2008.
A abundância numérica para cada estação de amostragem é mostrada nas figuras 8 a 16. Constata-se, de modo geral, uma forte dominância de espécies de pequeno porte, particularmente de Tetragonopterinae.
Na estação ATQG foram capturadas 25 espécies sendo que a mais importante foi o cara G. brasiliensis seguido dos lambaris B. iheringii e C. alburnus. (Fig. 8). As espécies raras nessa estação, ou seja, aquelas que apresentaram apenas um registro foram os lambaris A. eigemnanniorum, Astyanax sp. 8, Charax sp., a traíra Hoplias malabaricus, o bagre do canal Ictalurhus punctatus e o tambicu Oligosarcus robustus (Fig. 8).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
ATQG
C. alburnus
G. gymnogenys
G. brasiliensisB. iheringii
A. eigenmanniorum Astyanax sp.8 Charax sp. H. malabaricus I. punctatus O. robustus
Figura 8. Relação espécie x abundância na estação do Rio Taquari foz com o Rio Guaporé (ATQG)
no mês de junho de 2008.
Na estação ANCAR, foi registrado o maior número de espécies (38), B. iheringii foi a espécie mais abundante, seguida de C. alburnus, G. brasiliensis, G. gymnogenys e A. henseli (Fig. 9).
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
ANCAR
C. alburnus
G. gymnogenys
A. henseli
G. brasiliensis
B. iheringii
A. laticeps Bunocephalus sp. C. carapo C. voga Geophogus sp. Glanidium sp. H. malabaricus Leporinus sp.1 R. strigilata
Figura 9. Relação espécie x abundância na estação do Rio das Antas foz com o Rio Carreiro
(ANCAR) no mês de junho de 2008.
Na estação 14-JUS ocorreu o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de A. henseli e D. speculiferum (Fig. 10). Ressalta-se que na estação14-JUS foram registradas 22 espécies, sendo que as espécies raras foram Astyanax jacuhiensis, Astyanax laticeps, Astyanax sp.6, E. virescens, Hyphessobrycon luetkenii, Prochilodus lineatus e Rineloricaria cadeae (Fig. 10).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
100
200
300
400
500
600
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS 14-JUSC. alburnus
A. henseli
A. jacuhiensis A. laticeps Astyanax sp.6 E. virescens H. luetkenii P. lineatus R. cadeaeD. speculiferum
Diapoma sp.1
Astyanax sp.4H. punctulatus
Figura 10. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Jusante (14-JUS) no mês de
junho de 2008.
Na estação 14-LEN ocorreu o predomínio do lambari B. iheringii, seguido C. alburnus e dos caras G. gymnogenys e G. brasiliensis (Fig. 11). Nessa estação registrou-se apenas 11 espécies, sendo as espécies raras Astyanax jacuhiensis, Diapoma sp., Oligossarcus jenynsii, Hyphessobrycon luetkenii e Hoplias malabaricus (Fig. 11).
0 2 4 6 8 10
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
50
100
150
200
250
300
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS 14-LEN
C. alburnus
G. gymnogenys
G. brasiliensis
B. iheringi
A. henseli
A. jacuhiensis Diapoma sp.1 O. jenynsii H. luetkenii H. malabaricus
D. speculiferum
Figura 11. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Lentico (14-LEN) no mês de
junho de 2008.
Na estação 14-REM foram registradas 17 espécies, o predomínio do lambari C. alburnus para essa estação foi relevante (Fig. 12). As espécies raras registradas foram Astyanax sp. 7, B. iheringii, Cyphocharax. voga, Loricariichthys anus, O. jenynsii e Steindacnerina biornata (Fig. 12).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS 14-REM
C. alburnus
A. henseli
Astyanax sp.7 B. iheringii C. voga L. anus O. jenynsii S. biornata
D. speculiferumDiapoma sp.1
Figura 12. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Remanso (14-REM) no mês de
junho de 2008.
Na estação a jusante do reservatório de Castro Alves (CA-JUS) foram registradas 20 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus (Fig. 13). Para essa estação as espécies raras foram C. orientale, Crenicichla punctata, Cheirodon sp., G. brasiliensis, G. labiatus, G. rhabdotus, Glanidium sp. H. commersoni e H. malabaricus (Fig. 13).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
1000
2000
3000
4000
5000
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-JUSC. alburnus
B. iheringiiAstyanax sp.4
C. orientale C. punctata Cheirodon sp. G. brasiliensis G. labiatus G. rhabdotus Glanidium sp. H. commersoni H. malabaricus
Figura 13. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Jusante (CA-JUS) no mês de
junho de 2008.
Na estação Castro Alves Lêntico (CA-LEN) foram registradas 18 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 14). Para essa estação as espécies raras foram Cheirodon interruptos, G. gymnogenys, H. luetkenii, I. punctatus e Rineloricaria cadeae (Fig. 14).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
100
200
300
400
500
600
700
800
NÚ
MER
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E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-LENC. alburnus
H. punctulatusA. henseli
G. rhabdotus
C. interruptos G. gymnogenys H. luetkenii I. punctatus R. cadeae
Figura 14. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) no mês de
junho de 2008.
Na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) foram registradas apenas 16 espécies. Como pode ser observado o predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 15). Para essa estação as espécies raras Astyanax sp. 10, Astyanax sp.8, G. labiatus e R. cadeae (Fig. 15).
0 2 4 6 8 10 12 14 16
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
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ÍDU
OS
CA-REMC. alburnus
A. henseliH. punctulatus
B. iheringii
Astyanax sp.10 Astyanax sp.8 G. labiatus R. cadeae
Figura 15. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) no mês de
junho de 2008.
Na estação Castro Alves Montante (CA-MON) foram registradas 20 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de Astyanax sp.4, A. henseli e B. iheringii (Fig. 16). Para essa estação as espécies raras C. interruptos, G. brasiliensis, G. carapo, G. labiatus, I. punctatus, P. lineatus e R. cadeae (Fig. 16).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
30
60
90
120
150
180
210
240
270
NÚM
ERO
DE IN
DIVÍ
DUOS
CA-MONC. alburnus
A. henseli
Astyanax sp.4
B. iheringii
C. interruptos G. brasiliensis G. carapo G. labiatus I. punctatus P. lineatus R. cadeae
Figura 16. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Montante (CA-MON) no mês de
junho de 2008.
Considerações finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente ao mês de junho/08. O material amostrado no mês de julho encontra-se em análise e os dados serão apresentados no próximo relatório.
A pesca experimental para o mês de junho revelou a presença de 55 espécies. Esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. É, entretanto, um número relevante se considerado que o propósito dessa campanha de amostragem não foi o de inventário ictiofaunístico. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final.
Destaca-se neste mês de amostragem ocorreu a presença de uma espécie introduzida, o bagre do canal Ictalurhus punctatus.
Ressalta-se que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados já foram triadas e estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório.
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Anexo 2 Relatório Parcial – 13, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e
Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho
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641
Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de agosto de 2008.
Neste período foram realizadas amostragens da ictiofauna no Rio das Antas em seu trecho compreendido das imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos incluindo a pesca elétrica em distintos córregos da região. Juntamente foram realizadas as atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, identificação de ovos e larvas, digitação e conferência de dados.
Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes a pesca elétrica realizada no período de 3 a 13 de julho de 2008.
Procedimentos em campo Limnologia Básica
A cada amostragem da ictiofauna nos córregos foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, pH e condutividade. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas.
Ictiofauna
Com o objetivo de uma complementação do inventário ictiofaunistico, as amostragens foram realizadas de 03 a 10 de julho com o uso de equipamento de pesca elétrica.
A pesca elétrica foi padronizada para áreas com extensão de 50 m, delimitada por rede de bloqueio. Utilizando-se um gerador de 220 V, equipado com cabos de 50 m e dois puçás energizados (500 W, baixa amperagem
Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura.
O material foi remetido para ser processado no laboratório da Limnobios em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações:
1. data, e estação de amostragem;
2. aparelho de pesca e período de captura;
3. número do exemplar;
4. espécie;
5. comprimento total (cm);
6. comprimento padrão (cm);
7. peso total (0,1 g.);
8. peso do estômago (0,01 g.);
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9. grau de repleção gástrica (0-3);
10. sexo;
11. estádio de maturação gonadal;
12. peso das gônadas (0,01 g.).
Dados preliminares 1. Locais de amostragem
A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo.
Código Córrego Position Lat/Lon hddd-mm'ss.s" Position UTM
CONRO Nova Roma S28 59 21.5 W51 23 59.7 22 J 461044 6793134
COGER Geremias S29 00 35.6 W51 22 46.5 22 J 463031 6790859
COSUE Sueco S29 03 58.0 W51 22 10.4 22 J 464029 6784635
COLAU Laurindo S29 03 32.3 W51 23 38.4 22 J 461647 6785418
COVAN Vazin S28 56 48.7 W51 22 15.8 22 J 463841 6797846
COTRE Treviso S28 57 17.5 W51 23 10.7 22 J 462357 6796953
COCAR Carmo S28 58 14.2 W51 23 12.5 22 J 462314 6795208
COSVI São Vicente S28 58 49.9 W51 22 59.5 22 J 462671 6794112
COMIT Mitisen S29 00 13.4 W51 19 48.3 22 J 467852 6791558
COPEQ Cerro Pequeno S28 58 50.6 W51 19 20.1 22 J 468606 6794107
COCGR Cerro Grande S28 58 46.8 W51 19 06.9 22 J 468964 6794224
COSNE Serra Negra S28 56 33.4 W51 14 12.1 22 J 476933 6798349
CMICO Mico S29 03 47.9 W51 25 40.2 22 J 458353 6784925
COTEG Tegas S29 03 49.8 W51 19 31.1 22 J 468334 6784898
CONPA Nova Pádua S29 01 36.9 W51 19 42.4 22 J 468018 6788988
COSON Sonda S29 00 50.3 W51 21 44.1 22 J 464721 6790411
COPAU Paumará S28 55 56.3 W51 12 42.2 22 J 479366 6799494
CO21A Vinte e Um S28 52 22.7 W51 14 34.4 22 J 476314 6806062
COPOC Ponte Coberta S28 51 34.8 W51 15 16.9 22 J 475161 6807535
COLEO Leão (Castro Alves) S28 50 42.0 W51 16 11.7 22 J 473670 6809157
COINS Inferno Superior S28 52 34.6 W51 18 59.6 22 J 469131 6805679
COINI Inferno Inferior S28 53 24.5 W51 19 00.7 22 J 469106 6804143
COQUA Quaresma S28 52 51.0 W51 19 12.1 22 J 468794 6805176
COCLU Claudino S29 05 16.6 W51 40 41.9 22 J 433988 6782082
COBAR Bárbara S29 05 58.3 W51 41 20.2 22 J 432960 6780792
COSRO Santa Rosa S29 04 02.3 W51 43 00.4 22 J 430229 6784346
COPED Pedrinho S29 05 31.0 W51 37 23.0 22 J 439366 6781668
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COANH Santo Antoninho S29 05 29.5 W51 36 54.9 22 J 440127 6781719
COPAV Passo Velho S29 03 40.0 W51 35 51.2 22 J 441832 6785096
CLE14 Leão (14 de Julho) S29 01 00.5 W51 39 35.1 22 J 435751 6789972
CSTIN Sapatinho S29 00 44.4 W51 39 03.3 22 J 436606 6790473
CLAJE Lajeadinho S29 02 17.6 W51 37 10.1 22 J 439686 6787623
COOIT Oitenta Oito S29 02 38.2 W51 35 20.0 22 J 442665 6787001
CJABU Jabuticaba S29 02 38.0 W51 35 19.9 22 J 442670 6787007
COBIA Biasus S29 04 14.0 W51 22 07.2 22 J 464117 6784141
CVAIN Vanzin Inferior S28 57 40.7 W51 21 56.3 22 J 464374 6796246
2. Condições Ambientais e Limnologia Básica
Condições Atmosférica e Meteorológica A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas em todas as estações de amostragem. Verificou-se que durante o período de coleta, a temperatura do ar flutuou entre 7,00C e 23,0C (Tabela. 1), sendo que as menores temperaturas ocorreram no córrego Vanzin, e as menores no córrego Cerro Pequeno (Tabela 1).
As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, revelaram que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos (Tabela 1).
Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem com a pesca elétrica em diferente córregos da região no mês de julho de 2008. (Temperatura do ar oC; Nebulosidade: % de cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada;
I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte).
Local Temp. do ar Nebulosidade Precipitação Vento
CONRO 15,5 0 A FR
COGER 17,5 0 A FR
COSUE 17,0 0 A FR
COLAU 17,0 0 A FR
COVAN 7,0 0 A FR
COTRE 9,0 0 A FR
COCAR 13,0 0 A FR
COSVI 12,5 0 A FR
COMIT 22,0 0 A FR
COPEQ 23,0 0 A FR
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644
COCGR 20,0 0 A FR
COSNE 19,0 0 A FR
CMICO 13,0 0 A FR
COTEG 19,0 0 A FR
CONPA 21,0 0 A FR
COSON 16,0 0 A FR
COPAU 15,0 100 FR FR
CO21A 17,0 100 A FR
COPOC 16,0 100 A FR
COLEO 18,0 100 A FR
COINS 19,0 100 A FR
COINI 18,0 100 A FR
COQUA 18,0 100 A FR
COCLU 17,0 30 A FR
COBAR 18,0 0 A FR
COSRO 22,0 0 A FR
COPED 22,5 0 A FR
COANH 20,0 0 A FR
COPAV 16,0 0 A FR
CLE14 18,0 0 A FR
CSTIN 18,0 0 A FR
CLAJE 19,0 0 A FR
COOIT 21,0 0 A FR
CJABU 22,0 0 A FR
COBIA 13,0 0 A FR
CVAIN 14,0 0 A FR
Variáveis Limnológicas Básicas A temperatura da água variou de 11,4 0C a 16, 90C, as menores temperaturas foram registradas no córrego Vanzin e as maiores no córrego Pedrinho (Tab. 2).
Os valores de PH variaram entre 5,93 no córrego Treviso a 7,14 no córrego Santo Antoninho (Tab. 2).
A condutividade elétrica apresentou valores entre 32,3uS.cm registrados no córrego Serra Negra a 120,7uS.cm registrados no córrego Nova Roma (Tab. 2).
Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 8,5mg.l-1. Os maiores valores foram registrados no córrego Nova Pádua (14,51mg.l-1) e os menores no córrego Nova Roma 8,60 mg.l-1. (Tab. 2).
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645
Tabela 2. Variações nos valores de temperatura da água (oC), Ph, Condutividade e
Oxigênio durante as amostragens realizadas com pesca elétrica em julho de 2008, em distintos córregos da região.
Local Temp. da Água Ph Condutividade Oxigênio
CONRO 15,9 6,44 120,7 8,60
COGER 14,9 6,46 41,7 9,80
COSUE 15,8 6,79 40,4 9,50
COLAU 15,7 6,70 37,9 9,57
COVAN 11,4 6,09 56,1 10,50
COTRE 12,3 5,93 60,0 9,64
COCAR 12,2 6,15 34,1 10,03
COSVI 13,3 6,11 53,5 9,59
COMIT 14,7 6,50 61,5 10,40
COPEQ 16,0 6,65 43,4 9,49
COCGR 14,4 6,48 50,8 9,86
COSNE 13,8 6,97 32,3 9,96
CMICO 12,8 6,06 45,8 9,84
COTEG 13,7 6,70 114,2 11,03
CONPA 14,6 6,61 56,9 14,51
COSON 13,8 6,81 43,2 9,97
COPAU 13,9 6,26 35,8 9,67
CO21A 14,9 6,33 48,3 9,89
COPOC 14,6 6,50 45,6 10,12
COLEO 15,3 6,46 70,3 9,27
COINS 15,1 6,60 47,4 9,70
COINI 15,2 6,75 46,9 9,27
COQUA 15,0 6,80 44,7 9,46
COCLU 15,8 6,30 61,2 9,45
COBAR 16,0 6,53 55,0 8,82
COSRO 16,0 6,72 40,8 9,89
COPED 16,9 7,09 115,2 9,50
COANH 16,5 7,14 67,5 9,77
COPAV 15,9 6,35 65,4 9,69
CLE14 15,6 6,38 48,7 9,93
CSTIN 14,9 6,84 39,2 9,45
CLAJE 16,3 7,00 46,7 10,18
CC/064/005/2008
646
COOIT 16,2 7,12 44,2 9,73
CJABU 16,7 7,04 55,3 9,25
COBIA 14,7 6,28 67,7 9,66
CVAIN 13,7 6,64 47,1 9,63
3. Ictiofauna
Durante as amostragens nos diferentes córregos da região realizadas de 3 a 13 de julho de 2008 foram registradas 33 espécies de peixes, distribuídas em cinco ordens e dez famílias (Tab. 3), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies.
A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha.
Tabela 3. Lista de espécies registradas em distintos riachos da região no mês de julho de 2008.
OSTEICHTHYES CHARACIFORMES
CHARACIDAE
TETRAGONOPTERINAE
Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) “lambari rabo amarelo” Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 “lambari” Astyanax sp. 4 “lambari” Astyanax sp. 6 “lambari” Astyanax sp. 10 “lambari” Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) “lambari” Diapoma speculiferum Cope, 1894 “lambari” Diapoma sp 1. “lambari” Hypobrycon sp. “lambari” Moenkhausia sp. "lambari"
ACESTRORHYNCHINAE
Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) “tambicu” CRENUCHIDAE
CHARACIDIINAE
Characidium orientale Buckup & Reios, 1997 “canivete”
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647
CYPRINODONTIFORMES
POECILIIDAE Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868) "rivulus"
SILURIFORMES PSEUDOPIMELODIDAE
Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) "peixe-gato" TRICHOMYCTERIDAE
Trichomycterus sp. "peixe-gato" HEPTAPTERIDAE
Heptapterus mustelinus (Valenciennes, 1935) "peixe-gato" Heptapterus sp. "peixe-gato" Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá” Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi”
CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo”
HYPOPTOPOMATINAE Hisonotus sp. "peixe-gato"
LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE
Hypostomus sp. “cascudo” LORICARIINAE
Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) “viola” Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) “viola” Rineloricaria sp. “viola”
ANCISTRINAE Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo
de espinhos” Ancistrus brevipinnis. (Regan, 1904)“cascudo de espinhos” Ancistrus sp. "cascudo de espinhos"
PERCIFORMES CICHLIDAE
Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana” Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará” Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) “cará” Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870)“cará”
GYMNOTIFORMES GYMNOTIDAE Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758) "tuvira"
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Considerando-se o conjunto dos córregos amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram Astyanax henseli com mais de 25% do total das espécies capturadas, seguida de Bryconamericus iheringii, Hypobrycon sp. e Heptapterus mustelinus (Fig. 1).
A. hense
li
B. iherin
gii
Hypobry
con sp
.
H. must
elinus
R. quele
n
Astyana
x sp.6
Heptapt
erus s
p.
C. punct
ata
G. brasi
liensis
R. cadea
e
R. micro
lepido
gaster
G. carap
o
G. labia
tus
Hisonot
us sp.
M. cottoi
des
Demais
espéc
ies0
5
10
15
20
25
30Freqüencia Relativa (%)
Figura 1. Participação das principais espécies em distintos riachos da região no mês de julho de
2008.
Os resultados revelam que dos córregos amostrados o que apresentou o maior número de espécies foi o córrego Claudino com 19 espécies, sendo que a principal espécie capturada nesse córrego foi Heptapterus mustelinus, o segundo córrego em abundância de espécies foi o córrego Jabuticaba, onde registrou-se 18 espécies (principal espécie B. iheringii) (Tab. 4). Três córregos registram apenas uma espécie nas capturas, sendo eles os córregos Nova Roma, Geremias e Carmo. Ressalta-se que no córrego Sueco não ocorreu a captura de nenhuma espécie, ou seja, nenhum indivíduo foi capturado (a amostragem foi repetida duas vezes)(Tab. 4).
Tabela 4. Número de espécies e a principal espécie capturada nos distintos córregos da região no mês de julho de 2008.
Córrego N de esp. capturadas Principal espécie
CONRO 1 Astyanax sp.6
COGER 1 Heptapterus sp.
COSUE 0 Nenhum registro
COLAU 7 B. iheringii
COVAN 2 A. jacuhiensis
COTRE 2 Astyanax sp.6
COCAR 1 R. quelen
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COSVI 4 Astyanax sp.6
COMIT 5 R. quelen
COPEQ 2 Astyanax sp.6
COCGR 4 R. quelen
COSNE 14 H. mustelinus
CMICO 10 A. henseli
COTEG 10 R. quelen
CONPA 3 B. iheringii
COSON 2 Astyanax sp. 6
COPAU 5 A. henseli
CO21A 3 G. carapo
COPOC 4 A. henseli
COLEO 6 R. quelen
COINS 3 A. henseli
COINI 3 A. henseli
COQUA 4 A. henseli
COCLU 19 H. mustelinus
COBAR 9 Hypobrycon sp.
COSRO 9 Hypobrycon sp.
COPED 15 B. iheringii
COANH 15 A. henseli
COPAV 4 C. punctata
CLE14 12 B. iheringii
CSTIN 13 Hypobrycon sp.
CLAJE 11 Hypobrycon sp.
COOIT 3 H. mustelinus
CJABU 18 B. iheringii
COBIA 12 R. microlepidogaster
CVAIN 6 A. henseli
Considerações Finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente a pesca elétrica realizada em distintos córregos da região no mês de julho/08. O material amostrado com os demais aparelhos de pesca nas UHEs 14 de Julho, Monte Claro e castro Alves no mês de julho e agosto encontram-se em análise e os dados serão apresentados nos próximos relatórios.
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Os levantamentos nos córregos foram realizados com o objetivo de complementar o inventário ictiofaunístico no trecho da bacia, dessa forma, a amostragem nos córregos revelou a presença de 33 espécies, esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final.
Informamos que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório.
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Anexo 3
Relatório Parcial 14, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE
Castro Alves e 14 de Julho
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Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de setembro de 2008.
Neste período foram realizadas atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, identificação de larvas, digitação e conferência de dados.
Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes ao mês de julho de 2008.
Procedimentos em campo Limnologia básica
A cada amostragem da ictiofauna (16:00, 22:00 e 08:00hs) foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade e transparência da água. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, a batimetria em uma secção transversal e a velocidade da água.
Ictiofauna
A pesca experimental foi realizada de 03 a 13 de julho utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de espera, arrastes, tarrafas, espinhéis) com esforço padronizado para cada tipo de aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período.
APARELHOS MALHAGEM(1) / TAMANHO DIMENSÕES
Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14 10 m
Tarrafas 2,4, 4, 6
Espinhéis /4 /7 10 un.
Arrastos 0,5 20 m ou 10 m
(1). Medida entre nós não adjacentes, em cm.
As amostragens com redes de espera foram realizadas próximo às margens, e ficaram expostas no período das 16:00 às 8:00hs, com revistas à noite (22:00 h) e de manhã (8:00hs). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinheis, com a utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer.
Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura.
O material biológico foi remetido para o laboratório da Limnobios, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações:
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1. data, e estação de amostragem;
2. aparelho de pesca e período de captura;
3. número do exemplar;
4. espécie;
5. comprimento total (cm);
6. comprimento padrão (cm);
7. peso total (0,1 g.);
8. peso do estômago (0,01 g.);
9. grau de repleção gástrica (0-3);
10. sexo;
11. estádio de maturação gonadal;
12. peso das gônadas (0,01 g.).
Dados preliminares 1. Locais de amostragem
A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo.
Local Código Coordenadas
Rio Taquari foz com o Rio Guaporé ATQG S 29º 10’ 16” e W 51º 53’ 17”
Rio das Antas, foz com o Rio Carreiro ANCAR S 29º 05’ 32” e W 51º 42’ 45”
UHE 14 de Julho Jusante 14-JUS S 29º 04’27” e W 51º 37’58”
UHE 14 de Julho Lêntico 14-LEN S 29º 03’03” e W 51º 40’11”
14 de Julho Lótico 14-REM S 29º 00’38” e W 51º 22’29”
Monte Claro Jusante MC-JUS S 29º 03’50” e W 051º 29’55”
Monte Claro Lêntico MC-LEN S 29º 01’08” e W 51º 28’28”
Monte Claro Lótico MC-REM S 29º 01’59” e W 51º 27’13”
Monte Claro Foz do Prata MC-PRA S 29º 04’01” e W 51º 22’48”
Castro Alves Jusante CA-JUS S 29º 02’24” e W 51º 33’51”
Castro Alves Lêntico CA-LEN S 29º 59’ 13” e W 51º 22’ 19”
Castro Alves Lótico CA-REM S 28º 57’01” e W 51º 14’53”
Castro Alves Montante CA-MON S 28º 56’31” e W 51º 11’03”
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2. Condições Ambientais e Limnologia Básica
Condições Atmosféricas e Meteorológicas A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas entre as 16:00hs, 22:00hs e 08:00hs em todas as estações de amostragem. Durante o período de coleta, verificou-se que a temperatura do ar flutuou entre 10,0 e 25,0o
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
TEM
PERA
TURA
DO
AR
Média Mín-Máx
C (Fig. 1), sendo que as maiores temperaturas ocorreram nas amostragens da estação 14-LEN, e as menores ocorreram na estação CA-MON.
Figura 1. Variações nos valores de temperatura do ar em (oC) durante as amostragens realizadas
em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, são mostradas na Tabela 1. Observa-se que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos.
Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem (I=instalação; 10=primeira revista; 20=segunda revista) no mês de julho de 2008. (Nebulosidade: % de
cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada; I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte).
Local Nebulosidade Precipitação Vento I 10 20 I 10 20 I 10 20
ATQG 100 60 30 A A A FR FR FR
ANCAR 30 60 0 A A A FR FR FR
14-JUS 0 0 0 A A A FR FR FR
14-LEN 30 0 10 A A A FR FR FR
14-REM 0 0 80 A A A FR M M
MC-JUS 10 90 100 A A FR FR FR FR
MC-LEN 60 60 60 A A A FR FR FR
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MC-REM 60 60 60 A A A FR FR FR
CA-JUS 0 0 0 A A A FR FR FR
CA-LEN 10 60 60 A A A FR FR FR
CA-REM 30 0 00 A A A FR FR FR
CA-MON 0 0 10 A A A FR FR FR
Variáveis Limnológicas e Básicas As menores temperaturas da água nos dias de amostragem foram registradas na região Montante da UHE Castro Alves Remanso (CA-MON) (13,6 0C), enquanto que as maiores foram registradas na estação Castro Alves Lêntico (15,6 0
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
13,4
13,6
13,8
14,0
14,2
14,4
14,6
14,8
15,0
15,2
15,4
15,6
15,8
TEM
PER
ATU
RA
DA
ÁG
UA
Média Mín-Máx
C)(Fig. 2). Como esperado, variações diárias em uma mesma estação de amostragem foram baixas quando comparadas a variações na temperatura do ar.
Figura 2. Variações nos valores de temperatura da água (oC) durante as amostragens realizadas
em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
A transparência média da água variou de 37,5 a 65,0cm. Os menores valores de transparência foram registrados na estação MC-LEN (35,0cm) e os maiores no reservatório de Castro Alves na estação CA–MON (65,0cm)(Fig. 3).
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656
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
30
35
40
45
50
55
60
65
70
TRA
NSP
AR
ÊNC
IA
Média Mín - Máx
Figura 3. Variações nos valores de transparência da água (cm), medida com disco de Secchi,
durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 10,5mg.l-1. Os maiores valores foram registrados para a estação 14-JUS 10,76mg.l-1 e os menores para CA-LEN 7,60 mg.l-1. Os valores médio de oxigênio dissolvido oscilaram de 7,70 a 10,65 mg.l-1,
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
8,0
8,2
8,4
8,6
8,8
9,0
9,2
9,4
9,6
9,8
10,0
10,2
OX
IGÊ
NIO
DIS
SO
LVID
O
Média Mín - Máx
(Fig. 4).
Figura 4. Variações nos valores de oxigênio dissolvido (mg/l) durante as amostragens realizadas
em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores de condutividade média variaram entre 26,5 a 54,0uS.cm (Fig. 5). Os maiores valores foram registrados na estação MC-REM 61,0uS.cm e os menores foram registrados na estação CA-MON 25,7uS.cm (Fig. 5).
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ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
CO
ND
UTI
VID
AD
E E
LÉTR
ICA
Média Mín - Máx
Figura 5. Variações nos valores de condutividade elétrica (uS.cm) da água durante as
amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
Os valores médios de PH variaram entre 6,43 a 6,88 (Fig. 6). Sendo os maiores valores de PH registrados na estação ANCAR (6,98) e os menores na estação CA-JUS(6,23) (Fig. 6).
ATQGANCAR
14-JUS14-LEN
14-REMMC-JUS
MC-LENMC-REM
CA-JUSCA-LEN
CA-REMCA-MON
ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM
6,2
6,3
6,4
6,5
6,6
6,7
6,8
6,9
7,0
7,1
PH
Média Mín - Máx
Figura 6. Variações nos valores de PH da água durante as amostragens realizadas em julho de
2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem.
3. Ictiofauna
Durante as amostragens no mês de julho de 2008 foram registradas 49 espécies de peixes, distribuídas em cinco ordens e 14 famílias (Tab. 1), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies.
A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha. As espécies grafadas em vermelho referem-se às migradoras de média e longa distância.
CC/064/005/2008
658
Tabela 1. Lista de espécies registradas no rio das Antas e principais tributários durante todo o período amostrado. Espécies em destaque são reconhecidamente migradoras.
OSTEICHTHYES CHARACIFORMES
CHARACIDAE
TETRAGONOPTERINAE
Astyanax eigenmanniorum (COPE, 1894) “lambari”
Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) “lambari rabo amarelo”
Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) “lambari rabo vermelho”
Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 “lambari”
Astyanax laticeps (OPE, 1894) “lambari”
Astyanax sp. 4 “lambari”
Astyanax sp. 6 “lambari”
Astyanax sp. 8 “lambari”
Astyanax sp. 10 “lambari”
Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) “lambari”
Bryconamericus sp. “lambari”
Charax stenopterus (COPE, 1894) “lambari trasparente”
Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) “lambari”
Cyanocharax sp. “lambari”
Diapoma speculiferum OPE, 1894 “lambari”
Diapoma sp. “lambari”
Diapoma sp. 1 “lambari”
Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) “lambari”
Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 “lambari”
ACESTRORHYNCHINAE
Acestrorhynchus sp. “peixe cachorro”
Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) “tambicu”
Oligosarcus robustus Menezes, 1969 “tambicu”
PROCHILODONTIDAE
Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) “grumatã” *
CURIMATIDAE
Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) “biru”
ERYTHRINIDAE
Hoplias aff. Malabaricus (Bloch, 1794) “traíra”
Hoplias sp. “traíra”
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SILURIFORMES
PIMELODIDAE
Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 “pintado” *
Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1891) “mandi”
AUCHENIPTERIDAE
Glanidium sp. “manduvi”
HEPTAPTERIDAE
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) “jundiá”
Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) “mandi”
PSEUDOPIMELODIDAE
Microglanis cottoides (Boulenger, 1889) “bagrinho”
ASPRENIDAE
Bunocephalus sp. “cascudinho”
CALLICHTHYIDAE
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) “limpa-fundo”
LORICARIIDAE
PLECOSTOMINAE
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 “cascudo”
LORICARIINAE
Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) “viola”
Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) “viola”
Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) “viola”
Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) “viola”
ANCISTRINAE
Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 “cascudo de espinhos”
ICTALURIDAE
Ictalurhus punctatus (Rafinesque, 1818) “bagre do canal”
GYMNOTYFORMES STERNOPIGIDAE
Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) “tuvira”
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PERCIFORMES
CICHLIDAE
Australoherus “facetum” (Jenyns, 1842) “cará”
Crenicichla punctata Hensel, 1870 “joana”
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) “cará”
Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) “cará”
Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) “cará”
Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870)“cará”
SYNBRANCHIFORMES
SYNBRANCHIDAE
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 “muçum”
Destaca-se que essa identificação é provisória e deverá ser confirmada ou não por especialistas até o final do cronograma de amostragens. Assim, algumas espécies poderão ter seu nome específico identificado ou alterado em função dessa análise. Ressalta-se o fato desse procedimento estar previsto no projeto.
Os resultados revelam que das 49 espécies registradas no mês de julho de 2008, quatro tiveram registro em todas as estações de amostragem, sendo elas os lambaris Astyanax henseli, Bryconamericus iheringii e Cyanocharax alburnus e o tambicu Steindacnerina biornata (Tab. 2).
Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no mês de julho de 2008 (ver descrição das áreas para o nome das estações) (em negrito,
espécies migradoras).
Espécies
AT AN 14 14 14 MC MC MC CA CA CA CA
QG CAR JUS LEN REM
JUS LEN REM
JUS LEN REM MON
A. "facetum" X X
A. eigenmanniorum X X X X
A. fasciatus X
A. henseli X X X X X X X X X X X X
A. jacuhiensis X X X X X X X X X X
A. laticeps X
Acestrorhynchus sp. X
Astyanax sp.10 X
Astyanax sp.4 X X X X X X X X X
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661
Astyanax sp.6 X
Astyanax sp.8 X X X X X X
B. iheringii X X X X X X X X X X X X
Bunocephalus sp. X
Bryconamericus sp. X
C. alburnus X X X X X X X X X X X X
C. paleatus X X X
C. punctata X X X X
C. stenopterus X X X X
Cyanocharax sp. X
D. speculiferum X X X X X X X X
Diapoma sp. X X
Diapoma sp.1 X X
E. virescens X
G. brasiliensis X X X X X X X X X X
G. gymnogenys X X X X X X X
G. labiatus X X X X X X X X X X
G. rhabdotus X X X X X
Glanidium sp. X
H. commersoni X X X X
H. jacuiensis X X X X X X
H. luetkenii X X X X X
H. malabaricus X X X X X
H. punctulatus X X X X X X X X X X
Hoplias sp. X X X
I. punctatus X
L. anus X X X X
M. cottoides X
O. jenynsii X X X X X X X X X X X
O. robustus X X X X X X X X X X
P. lineatus X
P. maculatus X X X X X X X X X
P. nigribarbis X
R. cadeae X X X
R. eriarcha X X
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662
R. microlepidogaster X X X X X X
R. quelen X X X X X X X X X X
R. strigilata X X X X X X
S. biornata X X X X X X X X X X X X
S. marmoratus X
N. de Espécies 28 23 24 17 19 18 24 19 18 20 18 15
As espécies raras, com ocorrência em somente uma única estação de amostragem foram 14, sendo elas Acestrorhynchus sp. e Parapimelodus nigribarbis na estação ATQG; Bunocephalus sp, Microglanis cottoides e Synbranchus marmoratus na estação ANCAR; Cyanocharax sp. na estação 14-REM; Astyanax sp. 6 na estação MC-JUS; Astyanax laticeps na estação CA-JUS; Astyanax fasciatus e Ictalurus punctatus na estação CA-LEN e Bryconamericus sp. e Glanidium sp. na estação CA-REM (Tab. 2)
Considerando-se o conjunto das estações de amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram C. alburnus com mais de 60% do total das espécies capturadas, seguida de Diapoma speculiferum, B. iheringii e A. henseli. Entras espécies migradoras, Pimelodus maculatus foi a décima quarta espécie mais abundantes (Fig. 7). Ressalta-se, entretanto, que baixa captura de grandes peixes migradores é esperada quando a pesca não é dirigida.
C. albur
nus
D. specu
liferum
B. iherin
gii
A. hense
li
H. jacui
ensis
G. gymnog
enys
G. brasi
liensis
S. biorn
ata
O. jenyn
sii
H. punct
ulatus
Diapom
a sp.1
Astyana
x sp.4
G. labia
tus
P. macu
latus
O. robus
tus
A. jacuh
iensis
G. rhabd
otusL. a
nus
Astyana
x sp.8
R. strigi
lata
Demais
Espécie
s0
10
20
30
40
50
60
70Freqüencia Relativa (%)
Total
Figura 7. Participação das principais espécies na pesca experimental realizada na bacia do rio
Antas, desde a foz do rio Guaporé até a do São Marcos no mês de julho de 2008.
A abundância numérica para cada estação de amostragem é mostrada nas figuras 8 a 19. Constata-se, de modo geral, uma forte dominância de espécies de pequeno porte, particularmente de Tetragonopterinae.
Na estação ATQG foram capturadas 28 espécies (o maior número de espécies) sendo que a mais importante foi o lambari C. alburnus, seguido do cará Geophagus brasiliensis e do lambari B. iheringii (Fig. 8). As espécies raras nessa estação, ou seja, aquelas que apresentaram apenas um registro foram o cará Australoherus. “fascetum”, o lambari Astyanax eigemnanniorum, o peixe cachorro Acestrorhynchus sp., a joana Crenicichla punctata, o lambari
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663
Charax stenopterus, a traíra Hoplias sp., o pintado P. maculatus, o mandi Parapimelodus nigribarbis, o mandi Ramdella eriarcha e o biru Steindacnerina biornata (Fig. 8).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
ATQG
A. "facetum" A. eigenmanniorum Acestrorhynchus sp. C. punctata C. stenopterus Hoplias sp. P. maculatus P. nigribarbis R. eriarcha S. biornata
C. alburnus
G. brasiliensis
B. iheringiiG. gymnogenys
A. henseliD. speculiferum
Figura 8. Relação espécie x abundância na estação do Rio Taquari foz com o Rio Guaporé (ATQG)
no mês de julho de 2008.
Na estação ANCAR foram registradas 23 espécies, sendo os lambaris C. alburnus, B. iheringii e A. henseli foram às espécies mais abundantes (Fig. 9). As espécies raras nessa estação foram Diapoma sp., Geophagus brasiliensis, L. anus, Oligosarcus robustus, Prochilodus lineatus, S. biornata e S. marmoratus (Fig. 9).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
ANCAR
Diapoma sp. G. brasiliensis L. anus O. robustus P. lineatus S. biornata S. marmoratus
C. alburnus
B. iheringii
A. henseli
Figura 9. Relação espécie x abundância na estação do Rio das Antas foz com o Rio Carreiro
(ANCAR) no mês de julho de 2008.
Na estação 14-JUS ocorreu o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de B. iheringii, Diapoma sp. 1 e A. henseli (Fig. 10). Ressalta-se que nessa estação foram registradas 24 espécies, sendo que as espécies raras foram Astyanax sp.8, Corydoras paleatus, C. punctata, Hypostomus commersoni e Rineloricaria microlepidogaster (Fig. 10).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
100
200
300
400
500
600
700
800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
14-JUS
Astyanax sp.8 C. paleatus C. punctata H. commersoni R. microlepidogaster
B. iheringii
C. alburnus
Diapoma sp.1A. henseli
Figura 10. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Jusante (14-JUS) no mês de
julho de 2008.
Na estação 14-LEN ocorreu o predomínio do lambari B. iheringii, seguido D. speculiferum e do cara Gymnogheophagus gymnogenys (Fig. 11). Nessa estação registrou-se 17 espécies, sendo as espécies raras O. robustus e R. microlepidogaster (Fig. 11).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
50
100
150
200
250
300
350
400
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
14-LEN
O. robustus R. microlepidogaster
B. iheringii
C. alburnus
D. speculiferum
G. gymnogenys
Figura 11. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Lentico (14-LEN) no mês de julho
de 2008.
Na estação 14-REM foram registradas 19 espécies, novamente observou-se o predomínio do lambari C. alburnus, seguido dos lambaris Heterocheirodon jacuienis, D. speculiferum, Diapoma sp. e A. henseli (Fig. 12). As espécies raras registradas nessa estação foram Astyanax jacuhiensis, C. punctata, Cyanocharax sp., G. gymnogenys, H. luetkenii, L. anus, O. robustus e R. quelen (Fig. 12).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
14-REM
A. jacuhiensis C. punctata Cyanocharax sp. G. gymnogenys H. luetkenii L. anus O. robustus R. quelen
C. alburnus
H. jacuiensis
D. speculiferum
Diapoma sp.1
A. henseli
Figura 12. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Remanso (14-REM) no mês de
julho de 2008.
Na estação MC-JUS foram registradas 18 espécies, novamente o predomínio foi do lambari C. alburnus, seguido de D. speculiferum e A. henseli (Fig. 13). Nessa estação as espécies raras foram A. “ fascetum”, Astyanax sp. 6 e G. labiatus (Fig. 13).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
100
200
300
400
500
600
700
800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
MC-JUS
A. "facetum" Astyanax sp.6 G. labiatus
C. alburnus
D. speculiferum
A. henseli
Figura 13. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Jusante (MC-JUS) no mês de
julho de 2008.
Na estação lêntica do reservatório de Monte Claro (MC-LEN) foram registradas 24 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de D. speculiferum, (Fig. 14). Para essa estação as espécies raras foram Astyanax sp. 4, Eigenmannia virescens, Hemiancistrus punctulatus, Hoplias sp. e R. quelen (Fig. 14).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
MC-LEN
Astyanax sp.4 E. virescens H. punctulatus Hoplias sp. R. quelen
C. alburnus
D. speculiferum
A. jacuhiensis
B. iheringiiS. biornata
Figura 14. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Lêntico (MC-LEN) no mês de
julho de 2008.
Na estação MC-REM foram registradas 19 espécies, novamente observou-se o predomínio do lambari C. alburnus, seguido dos lambaris D. speculiferum e A. henseli (Fig. 15). As espécies raras registradas nessa estação foram C. stenopterus, Diapoma sp. e G. labiatus (Fig. 15).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
MC-REM
C. stenopterus Diapoma sp. G. labiatus
C. alburnus
D. speculiferum
A. henseli
Figura 15. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Remanso (MC-REM) no mês de
julho de 2008.
Na estação a jusante do reservatório de Castro Alves (CA-JUS) foram registradas 18 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus (Fig. 16). Para essa estação as espécies raras foram Astyanax sp. 8, H. commersoni, H. punctulatus (Fig. 16).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-JUS
Astyanax sp.8 H. commersoni H. punctulatus
C. alburnus
B. iheringiiA. henseli
Figura 16. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Jusante (CA-JUS) no mês de
julho de 2008.
Na estação Castro Alves Lêntico (CA-LEN) foram registradas 20 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de A. henseli e O. jenynsii (Fig. 17). Para essa estação as espécies raras foram A. fasciatus, I. punctatus e S. biornata (Fig. 17).
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
100
200
300
400
500
600
700
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-LEN
A. fasciatus I. punctatus S. biornata
C. alburnus
O. jenynsii
A. henseli
Figura 17. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) no mês de
julho de 2008.
Na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) foram registradas 18 espécies. Como pode ser observado o predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 18). Para essa estação as espécies raras A. jacuhiensis, Astyanax sp. 10, Astyanax sp.4, G. brasiliensis, G. labiatus, Glanidium sp., H. luetkenii, R. quelen e S. biornata (Fig. 18).
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-REM
A. jacuhiensis Astyanax sp.10 Astyanax sp.4 G. brasiliensis G. labiatus Glanidium sp. H. luetkenii R. quelen S. biornata
C. alburnus
B. iheringii
O. jenynsiiA. henseli
Figura 18. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) no mês de
julho de 2008.
Na estação Castro Alves Montante (CA-MON) foram registradas apenas 15 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de S. biornata (Fig. 19). Para essa estação a espécie rara foi o lambari C. stenopterus (Fig. 19).
0 2 4 6 8 10 12 14 16
POSIÇÃO DAS ESPÉCIES
0
20
40
60
80
100
120
140
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS
CA-MON
C. stenopterus
C. alburnus
B. iheringii
O. jenynsii
S. biornata
Astyanax sp.4
A. henseli
Figura 19. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Montante (CA-MON) no mês de
julho de 2008.
Considerações finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente ao mês de julho/08. O material amostrado no mês de agosto encontra-se em análise e os dados serão apresentados no próximo relatório.
A pesca experimental para o mês de julho, revelou a presença de 49 espécies. Esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. É, entretanto, um número relevante se considerado que o propósito dessa campanha de amostragem não foi o de inventário ictiofaunístico. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final.
Destaca-se neste mês de amostragem ocorreu a presença de uma espécie introduzida, o bagre do canal Ictalurhus punctatus.
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669
Ressalta-se que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados já foram triadas e estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório.
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670
Anexo 4 Relatório Parcial de Atividades 4 da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da
UHE Castro Alves
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671
Introdução O presente relatório visa informar a CERAN, Companhia Energética do Rio das Antas, em caráter preliminar, acerca dos trabalhos desenvolvidos pelos técnicos da Limnobios – Consultoria em Ambientes Aquáticos durante os períodos 03 a 10 de janeiro e 09 a 15 de marco de 2008. Nesse relatório são apresentados os resultados da análise dos Índices de Aptidão de Habitat para as espécies dominantes no trecho compreendido entre a barragem e a casa de força da UHE Castro Alves, no rio das Antas e visa subsidiar a Walm Ambiental na avaliação dos efeitos de redução de vazão nesse trecho sobre as comunidades bióticas.
As atividades de amostragem desenvolvidas seguiram estritamente o previsto no projeto original Porém, visando atender a demandas específicas das análises subseqüentes a serem realizadas pela Walm Ambiental, foram efetuadas pequenas modificações na análise dos dados, particularmente em relação às variáveis profundidade e tipo de substrato.
Dessa maneira, neste relatório parcial são apresentados os procedimentos utilizados nos estudos da distribuição das espécies por habitat, considerando a natureza do substrato, a profundidade e a velocidade da água. Especificamente, são repassados os índices de aptidão de hábitats, para que as simulações sobre os diversos cenários de vazões reduzidas sejam feitas antecipadamente. Embora as informações aqui fornecidas sejam definitivas, o relatório final deverá detalhá-las conforme previsto na proposta inicial.
Procedimentos em Campo Este relatório detalha as análises dos resultados obtidos em experimentação em campo, realizadas durante o os períodos 03 a 10 de janeiro (antes do fechamento da barragem) e 09 a 15 de marco de 2008 (após o fechamento), e que tiveram como objetivo avaliar a distribuição e a abundância das espécies de peixes nos diferentes habitats existentes na alça de vazão reduzida (barragem - casa de força) da UHE Castro Alves. Tendo em vista a necessidade de representatividade dos diferentes habitats da alça, foram selecionadas cinco secções transversais eqüidistantes, com 500 m de largura cada. Os atributos de habitat considerados foram a profundidade, a velocidade e a natureza do substrato.
No total foram obtidas 444 amostras de peixes (200 em janeiro e 244 em março), das quais 334 foram positivas (com pelo menos um peixe capturado), sendo as características de habitat descritas ou mensuradas para cada uma delas.
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PEIXES
As amostras de peixes foram obtidas com o uso de pesca elétrica, redes de arrasto, redes de espera e tarrafas.
A pesca elétrica foi realizada embarcada, com o auxílio de gerador (2500W), com transformador de corrente (1000V; 1A) e fonte retificadora, equipado com dois puçás, um dos quais energizado (positivo). Este equipamento foi operado nas áreas com profundidade de até 2 metros, durante o dia e a noite.
Redes de arrastos de 20 metros, com malhas de 0,5 cm foram operadas em áreas com profundidades de até 1,5 m. Os arrastos foram realizados durante a manhã e a noite.
Baterias de redes de espera (malhagens de 24 mm a 140 mm, entre nós alternados) foram operadas em cada secção. As amostras obtidas em cada rede foram separadas conforme a profundidade, a velocidade da água e o substrato, medidas por ocasião da despesca. Estes equipamentos foram operados durante um período de 16 h em cada estação de amostragem.
As tarrafas (malhas 30, 40 e 50 mm entre nós opostos), também operadas durante o dia e à noite, foram empregadas em amostras nas áreas com até 2,0 m de profundidade.
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672
A Figura 1 mostra algumas cenas de operação destes equipamentos.
Figura 1. Vista geral da operação dos diferentes tipos de equipamentos de pesca (A e B = pesca
elétrica; C = redes de espera; D = redes de arrasto; E = tarrafas).
VARIÁVEIS DE HABITAT
Natureza do Substrato A natureza do substrato local onde cada amostra de peixes foi registrada, sendo preliminarmente classificada numa das seguintes categorias:
Rochoso regular: formado por lajes aproximadamente regulares, com baixa disponibilidade de abrigo para peixes (Fig. 2A).
Rochoso irregular: fundo irregular com grandes matacões rochosos e alta disponibilidade de abrigos para peixes (Fig. 2B).
Arenoso: áreas com depósitos de areia com diferentes granulometria, baixa disponibilidade de abrigos (Fig. 2C).
Areno-lodoso: presença de argila em proporções variáveis, com escassa disponibilidade de abrigo fornecida por algumas pedras roladas (Fig. 2D).
Rochoso + areia: fundo com rochas entremeadas por grandes depósitos de areia, com alta disponibilidade de abrigos (Fig. 2E).
Rochoso + argila: fundo com rochas entremeadas por depósitos de argila, com alta disponibilidade de abrigos (Fig. 2F).
Cascalho: leito dominado por seixos com proporção de areia variável, com alta disponibilidade de abrigo para espécies de pequeno porte ou juvenis das maiores (Fig. 2G).
A B
C D
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2. Vista geral dos tipos de substratos onde as amostragens de peixes foram realizadas (A =
rochoso regular; B = rochoso irregular; C = arenoso; D = areno-lodoso; E = rochoso + areia; F = rochoso + argila; G = cascalho.
Para efeito de calculo do Índice de Aptidão de Habitat, seguindo a análise e padronização em relação aos estudos feitos pela Walm Ambiental, estas categorias foram agrupadas em:
Matacão – Rochoso irregular;
Rocha – Rochoso regular;
Seixo – Cascalho;
Solo – arenoso, areno-lodoso;
Solo + rocha – Rocha + areia, rocha + argila.
A B
C D
F E
G
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A distribuição das amostras positivas, obtidas em cada categoria de substrato, é mostrada na Figura 3, onde se verifica o amplo predomínio daquela classificada como solo + rocha, solo e matacões.
MATACÃO
ROCHA
SEIXO
SOLO+ROCHA
SOLO
NATUREZA DO SUBSTRATO
0 20 40 60 80 100 120 140NÚMERO DE AMOSTRAS
N = 334
Figura 3. Proporção entre os tipos de substratos nos quais as amostras de peixes foram obtidas
no período deste relatório.
Velocidade da água A velocidade da água foi aferida em cada local e obtida com o auxílio de fluxômetro eletrônico (flowmate Marsh-Mcbirney, modelo 2000) – Fig. 4.
As velocidades aferidas nos locais onde ocorreram as capturas de peixes variaram de 0,0 a 1,43 m/s. Amostras em áreas de maior velocidade não são possíveis de realizar com equipamentos convencionais. A maioria das observações foram inferiores a 0,15 m/s, como mostrado na Figura 5.
Figura 4. Fluxômetro eletrônico utilizado na aferição da velocidade da água.
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675
0 - 0,1
0,1 - 0,2
0,2 - 0,3
0,3 - 0,4
0,4 - 0,5
0,5 - 0,6
0,6 - 0,7
1,0 - 1,1
1,4 - 1,5
VELOCIDADE (M/S)
0 50 100 150 200 250 300NÚMERO DE AMOSTRAS
N = 334
Figura 5. Freqüência de observações em diferentes classes de velocidade da água durante as
amostragens da ictiofauna.
Profundidade A profundidade da água nos locais onde foram realizadas as amostras foi medida com o auxilio de uma sonda portátil, como mostra a Figura 6.
Figura 6. Aferição da profundidade com o uso de sonda portátil.
As profundidades dos locais amostrados variaram de 0,18 a 9,7 m, sendo que a maioria das amostras foi obtida em profundidades inferiores a 2,0 m. Para melhor modelar a profundidade, amostras foram coletadas de maneira de incorporar a variação dessa variável na região (Fig. 7).
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0 - 1,01,0 - 1,51,5 - 2,02,0 - 2,52,5 - 3,03,0 - 3,53,5 - 4,04,0 - 4,54,5 - 5,05,0 - 5,55,5 - 6,06,0 - 6,56,5 -7,0
7,0 - 7,5> 7,5
PROFUNDIDADE (M)
0 20 40 60 80 100 120 140 160NÚMERO DE AMOSTRAS
N = 334
Figura 7. Distribuição de freqüência das profundidades dos locais onde foram realizadas
amostragens de peixes durante o período.
DADOS DE LABORATÓRIO
O material biológico, depois de capturado e sacrificado, foi fixado em formaldeídeo e encaminhado ao laboratório da Limnobios para a identificação e tomada de dados biométricos. A identificação foi realizada conforme coleção de referência dos peixes da bacia, sendo os indivíduos com dúvidas na identificação ou as espécies com primeiro registro para a região, encaminhados ao Museu de Ciências da PUC-RS.
Os seguintes dados biométricos foram obtidos para cada indivíduo na amostra:
comprimento total, comprimento padrão, peso total, sexo, grau de repleção do estômago e estádio de desenvolvimento gonadal.
ESPÉCIES MAIS CAPTURADAS
Durante as amostragens, foram capturados 10052 indivíduos pertencentes a 48 espécies. As espécies mais capturadas nas amostragens foram C. alburnus, B. iheringii, A. henseli, D. speculiferum e H. punctulatus, que juntas contribuíram com 75% das capturas (Tabela 1).
Tabela 1. Lista das espécies mais capturadas durante as amostragens conduzidas na
alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves.
Espécies Total %
C. alburnus 2962 29,47
B. iheringii 1597 15,89
A. henseli 1402 13,95
D. speculiferum 1024 10,19
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H. punctulatus 601 5,98
G. brasiliensis 323 3,21
G. gymnogenys 304 3,02
H. jacuiensis 230 2,29
G. labiatus 224 2,23
C. punctata 143 1,42
H. luetkenii 133 1,32
P. maculatus 124 1,23
R. quelen 123 1,22
Astyanax sp.4 89 0,89
O. jenynsii 87 0,87
S. biornata 72 0,72
Hypobrycon sp. 65 0,65
Diapoma sp. 56 0,56
A. jacuhiensis 52 0,52
R. strigilata 51 0,51
Demais (28) 390 3,88
Total 10052 100,00
ÍNDICE DE APTIDÃO DE HABITAT
Para este item, foram selecionadas as espécies mais abundantes (C. alburnus, B. iheringii, A. henseli, D. speculiferum e H. punctulatus,), uma vez que os procedimentos de amostragem foram padronizados nos diversos segmentos amostrados. Além disso, no nosso entender, a abordagem sobre as espécies mais abundantes é reducionista e, devido a isto, foi feito uma análise um pouco mais abrangente, considerando a abundância total capturada e a riqueza (número) de espécies nas amostras.
Profundidade Em projeto anterior, os técnicos da Limnnobios fizeram a análise de profundidade utilizando somente os equipamentos comparáveis (pesca elétrica e arrasto), pois são operados em áreas similares. Nesta etapa., os técnicos da Walm solicitaram que, para o cálculo do Índice de Aptidão de Hábitat (IAH), fosse incluídas áreas mais profundas, o que foi possível devido a padronização das amostras. Devido a essa necessidade, houve diferença no modelo ajustado para o cálculo do IAH, que passou de quadrático para um exponencial negativo (Fig. 8).
Aparentemente, a inclusão das profundidades maiores parece ter contribuído para melhor expressão do IAH, uma vez que a não captura em profundidades menores pode ser decorrente do comportamento evasivo dos peixes, ao perceberem a aproximação da embarcação.
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0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
PROFUNDIDADE (M)
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS A
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
PROFUNDIDADE (M)
0
2000
4000
6000
8000
10000
NÚ
MER
O D
E IN
DIV
ÍDU
OS B
Figura 8. Número de indivíduos capturados nas diversas profundidades, utilizando as mesmas categorias de estudos anteriores (A) e incluindo as áreas mais profundas (B), dos locais onde
foram realizadas amostragens de peixes na alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves.
O IAH para a profundidade, então, foi obtido através do ajuste de uma modelo linear aos dados da abundância (estes transformados em logaritmo na base 10). Após o ajuste das equações, foi obtido para cada categoria de profundidade, o valor estimado da abundância das espécies, abundância total e riqueza de espécies. Em seguida, cada valor estimado foi dividido pelo maior valor do ajuste para as diversas categorias, com a finalidade de trazer todos eles para a mesma escala (variando de 0 a 1).
Na Tabela 2 estão representados os valores dos parâmetros do modelo linear (log10
Variáveis
) para cada espécie analisada e para a abundância total e riqueza de espécies.
Tabela 2. Parâmetros e inclinações dos modelos lineares (log10 Y = a+blog10 X) ajustados as dados de profundidade (transformados em log10) e abundância das
espécies, abundância total e riqueza de espécies (log10 variável +1 devido a presença de zeros).
Parâmetros (a) Inclinações (b)
Cyanocharax alburnus 2,28376 -3,26361
Bryconamericus iheringii 1,99554 -2,46546
A. henseli 2,32078 -2,35883
D. speculiferum 2,18151 -2,70844
H. punctulatus 2,11638 -1,98160
Abundância total 3,11600 -2,49537
Riqueza de espécies 1,56606 -1,07214
Na Figura 9 estão representados os IAH para cada espécie considerada, além daqueles para a abundância total e a riqueza de espécies.
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0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
C. alburnus
0 1 2 3 4 5 6 7
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
B. iheringii
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
A. henseli
0 1 2 3 4 5 6 7
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
D. speculiferum
0 2 4 6 8 10 12
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
H. punctulatus
0 2 4 6 8 10 12
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
Abundância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
PROFUNDIDADE (M)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
Riqueza
Figura 9. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação a profundidade para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada na alça de
vazão da UHE Castro Alves.
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Velocidade O IAH para a velocidade foi obtido de maneira similar ao da profundidade, ajustando, também, o modelo exponencial negativo, linearizado através de transformação logarítmica (log10
Variáveis
) para as duas variáveis (Tab. 3). O ajuste para esta variável foi mais simples que o verificado para a profundidade, uma vez que a variabilidade da variável foi menor.
Tabela 3. Parâmetros e inclinações dos modelos lineares (log10 Y = a+blog10 X) ajustados as dados de velocidade (transformados em log10) e abundância das espécies (transformadas em log10 abundância +1, devido a presença de zeros), abundância total e
riqueza de espécies (transformadas em log10).
Parâmetros (a) Inclinações (b)
Cyanocharax alburnus 0,69594 -1,83824
Bryconamericus iheringii 0,51150 -1,95708
A. henseli 0,44462 -2,01346
D. speculiferum -0,14903 -2,24561
H. punctulatus 0,25114 -1,93014
Abundância total 2,84651 -1,39960
Riqueza de espécies 0,737576 -0,753464
Assim, os valores de IAH apresentados na Figura 10 representam toda a variação da velocidade da água nos locais amostrados. Todas as espécies consideradas preferiram locais onde a velocidade da água foi baixa, cabendo ressaltar a preferência de D. speculiferum para locais onde a velocidade não foi tão elevada.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
C. alburnus
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
B. iheringii
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
A. henseli
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
D. speculiferum
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0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
H. punctulatus
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
Abundância
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6VELOCIDADE (M/S)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
IAH
Riqueza
Figura 10. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação à velocidade para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada no rio das
Antas.
Substrato Lembrar que para efeito de calculo do IAH, seguindo a análise e padronização em relação aos estudos feitos pela Walm Ambiental, as categorias de substrato foram agrupadas em: i) Matacão (rochoso irregular); ii) Rocha (rochoso regular); iii) Seixo (Cascalho); iv) Solo ( arenoso, areno-lodoso); e v) Solo + rocha (rocha + areia, rocha + argila).
A obtenção do IAH para os diferentes substratos, foi baseada em histogramas de freqüência (não apresentados aqui devido a existência de cinco categorias de substrato). Nesta abordagem, o IAH é determinado dividindo-se a abundância da espécie ou a riqueza de espécies pelo maior valor observado, transformando todos os valores para a escala de 0 a 1. Ou seja, a maior abundância fica com valor máximo e as demais são corrigidas em função desta (Tab. 4).
O maior valor do IAH para C. alburnus, B. iheringii, A. henseli e D. speculiferum no solo, para H. punctulatus no matacão. Já a abundância total e a riqueza de espécies, que representam o conjunto das espécies de peixes, o maior IAH foi registrado para o substrato solo e matacão, respectivamente, demonstrando a importância destes para a região.
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682
Tabela 4. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação ao substrato para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada no rio das Antas (C. alb: C. alburnus; B.ihe: B. iheringii; A.hen: A. henseli; D.spe: D. speculiferum; H.pun: H. punctulatus; Abun: Abundância total; S: riqueza de
espécies
Substrato C. alb B.ihe A. hen D.spe Hpun Abun S
MATA 0,48 0,83 0,94 0,56 1,00 0,72 1,00
ROCHA 0,20 0,47 0,33 0,26 0,58 0,33 0,59
SEIXO 0,09 0,65 0,11 0,00 0,15 0,18 0,52
SOLO+ROCHA 0,21 0,98 0,91 0,34 0,76 0,60 0,77
SOLO 1,00 1,00 1,00 1,00 0,06 1,00 0,82
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações contidas neste relatório parcial foram obtidas com a finalidade específica de subsidiar os estudos de avaliação dos efeitos de redução de vazão sobre as assembléias de peixes a jusante da barragem da UHE Castro Alves, em desenvolvimento pela Walm Ambiental. Neste contexto, o foco dos estudos foi a estimativa dos valores do Índice de Aptidão de Habitat, baseado na distribuição das principais espécies, considerando diferentes categorias de profundidade, velocidade e substrato. Para minimizar o efeito das diferentes seletividades dos aparelhos de pesca, estes foram padronizados em todos os segmentos amostrados. Aparentemente, a inclusão de áreas mais profundas pareceu mais realístico, devido a possibilidade de fuga dos peixes em baixa profundidade. Para os diversos substratos, o agrupamento parece ter favorecido a categoria solo, pois nela foram agrupadas as áreas com argila e areia. No relatório final, será feita uma comparação entre as categorias de substrato usadas pela Walm e pela Limnobios.
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3. PROGRAMA DE SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FAUNA 3.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos 3.1.1 Resgate de Fauna durante o Desmatamento da UHE 14 de Julho Nos meses de julho e agosto foi dada continuidade ao acompanhamento do desmatamento na área do reservatório da UHE 14 de Julho, sendo realizados resgates quando necessário. 3.1.2 Monitoramento da Fauna Terrestre pós-enchimento na UHE Castro Alves Entre os dias 21 e 25 de julho, foi realizada a segunda campanha de monitoramento de fauna terrestre no período pós-enchimento da UHE Castro Alves. A seguir é apresentado o relatório referente a esta campanha.
3.1.2.1 Materiais e Métodos
A segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre ocorrente na área de influência da UHE Castro Alves, após o enchimento do reservatório, foi realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008. As amostragens foram realizadas nas áreas de influência do empreendimento, incluindo as margens do rio das Antas e as áreas de preservação permanente.
As coordenadas geográficas dos pontos de amostragem foram obtidas através da utilização de aparelhos GPS (Global Positioning System) modelo Garmin V. Todos os pontos apresentados neste relatório encontram-se no sistema de coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator) zona 22J, datum SAD69.
Considerando-se o fato de que as condições climáticas podem influenciar a atividade de alguns grupos animais, são apresentados na tabela 1 as condições do tempo e os índices pluviométricos registrados na região de inserção do empreendimento durante o período de amostragens (fonte: DEFESA CIVIL/RS).
Tabela 1. Condições do tempo e índices pluviométricos registrados na região de inserção
da UHE Castro Alves, no rio das Antas, entre os dias 21 e 25 de julho de 2008. Data Condições do tempo * Índices pluviométricos (mm) *
21/07/2008 parcialmente nublado 2.0
22/07/2008 chuva fraca 22.0
23/07/2008 nublado 0.0
24/07/2008 nublado 0.0
25/07/2008 tempo bom 0.0 * Condições do tempo e índices pluviométricos registrados para o Município de Veranópolis, RS (fonte: DEFESA CIVIL/RS).
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Para cada grupo de fauna avaliado (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) foram utilizadas metodologias específicas e esforço amostral condizente com as necessidades. Para uma melhor amostragem dos ambientes ribeirinhos, foram efetuados deslocamentos embarcados ao longo do reservatório durante todos os dias de estudo.
Durante este estudo, sempre que possível, procurou-se repetir os pontos de amostragem e o esforço amostral das campanhas anteriores. A seguir, são detalhados os métodos utilizados para cada grupo faunístico.
Anfíbios
Duas metodologias, ambas descritas em HEYER et al. (1994), foram adotadas durante o monitoramento da fauna de anfíbios: o método de censo por encontros visuais (visual encounter survey - VES) e o método das transecções auditivas (audio strip transect - AST). Ambas as metodologias foram utilizadas em transecções limitadas por tempo, na qual duas pessoas realizaram buscas ativas diurnas (total de 24 horas) e noturnas (total de 9 horas). De acordo com o método do censo por encontros visuais (VES), foram verificados possíveis abrigos e microambientes normalmente utilizados pelos anfíbios, assim como troncos, pedras, corpos d'água lênticos e lóticos (temporários e permanentes), bromélias, gravatás e serrapilheira, entre outros.
No método das transecções auditivas (AST) foram registradas as espécies em atividade de vocalização nos pontos de amostragem pré-estabelecidos da área estudada. As amostragens noturnas ocorreram em três oportunidades, nas três primeiras horas após o pôr do sol, já que esse é o período no qual a maioria das espécies de anuros costumam vocalizar. Com relação à campanha anterior (BIOLAW, 2008), realizada em fevereiro de 2008, foram amostrados os mesmos pontos (tabela 2), tendo-se observado um maior volume d'água nesses locais, com o surgimento de muitos corpos d'água temporários lênticos e lóticos que antes não estavam disponíveis.
A nomenclatura e a classificação das espécies foram baseadas em FROST (2008) e em SBH (2007a).
Tabela 2. Pontos de amostragem de anfíbios nas áreas de influência da UHE Castro Alves,
no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Ponto Coordenadas UTM 22J Tipo de ambiente
P1 462709 / 6797005 arroio
P2 461089 / 6793174 arroio
P3 463616 / 6793551 arroio
Répteis
A metodologia utilizada para o monitoramento da fauna de répteis foi a transecção limitada por tempo, na qual duas pessoas realizaram buscas ativas diurnas (total de 24 horas) e noturnas (total de 9 horas). Com o objetivo de minimizar possíveis erros metodológicos, buscou-se a padronização das áreas percorridas, do período de amostragem e do esforço humano em relação à campanha realizada em fevereiro de 2008, a primeira após o enchimento do reservatório (BIOLAW, 2008).
Durante as transecções, foram verificados prováveis abrigos – rochas, troncos caídos, entulhos, entre outros – com o fim de encontrar animais entocados. Tendo em vista o registro
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685
de animais em atividade, foram realizadas caminhadas silenciosas, principalmente em áreas de mata. As atividades de campo realizadas no período noturno ocorreram nos mesmos pontos utilizados para o monitoramento da fauna de anfíbios (tabela 2).
O ambiente terrestre foi mais intensamente amostrado, abrangendo áreas abertas e florestais. Adicionalmente, o ambiente aquático foi amostrado através de observações realizadas a partir da margem e da realização de buscas embarcadas ao longo do reservatório. Como metodologia complementar, realizou-se a verificação das vias de acesso entre os locais de amostragem.
A nomenclatura e a classificação das espécies seguiram SBH (2007b) e a bibliografia consultada para auxiliar na identificação dos animais foi LEMA (2002) e ACHAVAL & OLMOS (2007).
Aves
A comunidade de aves presente na área de estudo foi amostrada qualitativa e quantitativamente. Amostragens quantitativas foram realizadas em 22 pontos de contagem, espalhados pela margem direita do rio das Antas. Para permitir comparações com o monitoramento anterior (BIOLAW, 2008), a nomenclatura dos pontos de amostragem foi mantida a mesma (tabela 3). Cada ponto de contagem foi definido como o centro de um círculo imaginário com raio de 25 m, no interior do qual era feito o registro de todas as aves presentes no momento da contagem (auditiva ou visualmente). A distância mínima entre um ponto e outro foi de 200 m. As contagens foram conduzidas pela manhã, iniciando aproximadamente ao nascer do sol. Cada contagem teve a duração de dez minutos, iniciados a partir da chegada do observador ao centro do ponto. A abundância de cada espécie foi calculada através do Índice Pontual de Abundância (IPA) que é igual ao número de contatos obtidos dividido pelo número de pontos de contagem, sendo nesse caso n/22.
A taxonomia e os nomes vulgares das aves listadas seguiram as orientações de CBRO (2007), exceto para Poospiza cabanisi que segue (ASSIS et al. 2007). Espécies ameaças de extinção foram consideradas nos níveis regional (MARQUES et al., 2002), nacional (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2003) e global (IUCN, 2007).
Tabela 3. Pontos de contagem de aves nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período
pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008. Pontos de contagem Coordenadas UTM 22J
P4 462955 / 6796871
P5 463160 / 6796842
P6 463363 / 6796834
P7 463563 / 6796795
P13 463943 / 6796642
P14 464059 / 6796478
P15 464222 / 6796358
P16 464363 / 6796209
P17 464424 / 6796013
P18 464461 / 6795814
P19 464458 / 6795612
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Pontos de contagem Coordenadas UTM 22J
P20 464498 / 6795415
P21 464524 / 6795216
P22 464440 / 6795033
P23 464426 / 6794831
P24 464330 / 6794652
P25 462187 / 6791701
P26 462160 / 6791902
P27 462265 / 6792075
P28 462411 / 6792220
P29 462519 / 6792396
P30 462482 / 6792598
Mamíferos
O monitoramento da fauna de mamíferos foi conduzido através da utilização de metodologias variadas, de maneira a contemplar a variação de tamanho corpóreo, os diferentes hábitos de vida e as preferências de hábitats dos mamíferos não-voadores com ocorrência confirmada e potencial para a região de amostragem. Foram mantidos os mesmos pontos amostrados na campanha anterior (tabela 4).
Tabela 4. Pontos de amostragem de mamíferos não-voadores nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de
monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Ponto Coordenadas UTM 22J
P31 462308 / 6792116
P32 463920 / 6793958
P33 465243 / 6795070
P34 466704 / 6795656
P35 477063 / 6798547
Quatro métodos foram aplicados, totalizando cerca de 70 horas de esforço amostral:
- busca por vestígios: foram realizadas buscas por pegadas, material fecal, tocas, carcaças e demais vestígios indiretos de mamíferos de médio/grande porte nos cinco pontos amostrais, com esforço amostral igualmente dividido entre os pontos. A identificação dos vestígios referentes aos felinos baseou-se em OLIVEIRA & CASSARO (2005), enquanto que para os demais mamíferos utilizou-se BECKER & DALPONTE (1991) e TRAVI & GAETANI (1985).
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- contato visual: foram realizados percursos noturnos com a utilização de farol de milha (2.500.000 velas) buscando a visualização de espécimes. As rotas noturnas tiveram um total de 200 km percorridos de automóvel e de barco, abrangendo todos os pontos de amostragem de modo a compreender o maior número de hábitats e contemplar os táxons de comportamento florestal e semi-aquático. Além disso, também foram considerados os avistamentos acidentais durante a execução de outras metodologias.
- armadilhas fotográficas: quatro armadilhas fotográficas foram instaladas, totalizando 12 armadilhas-noite distribuídas pelos cinco pontos de amostragem.
- armadilhas live traps: para a amostragem de mamíferos de pequeno porte foram utilizadas 75 armadilhas modelo Sherman (dimensões de 30 x 8 x 8 cm) e 30 armadilhas modelo Tomahawk (22 x 9 x 9 cm). A fim de contemplar todo o espectro trófico do grupo sob questão, as iscas oferecidas variaram entre uma combinação de frutas, pasta de amendoim e óleo de peixe. Foram dispostas 35 armadilhas (com espaçamento de 10 metros entre as unidades amostrais) em diferentes estratos em cada um dos pontos P31, P32 e P34, totalizando um esforço amostral de 315 armadilhas-noite. As armadilhas foram instaladas no final da tarde e revisadas pela manhã, de acordo com metodologia descrita em CADERMARTORI (2005).
Os pequenos mamíferos capturados foram sexados e examinados quanto à presença ou ausência de vestígios reprodutivos, segundo McCRAVY & ROSE (1992).
A identificação dos espécimes pertencentes ao gênero Akodon baseou-se em caracteres morfológicos, segundo metodologia descrita em CHRISTOFF et al. (2000).
A freqüência de ocorrência das espécies encontradas nesta campanha foi determinada pela razão entre o número de pontos em que a espécie foi registrada e o total de pontos amostrados, tendo sido consideradas incomuns nesta amostragem as espécies com freqüência entre 0-33%; comuns, entre 34-66% e abundantes, entre 67-100%. Vale ressaltar que o cálculo foi realizado separadamente para pequenos mamíferos (três pontos de amostragem) e para as espécies de médio e grande porte (cinco pontos de amostragem) e levando-se em consideração que o esforço amostral para os diferentes grupos foi igual em todos os pontos.
Os níveis de ameaça regional e nacional das espécies seguiram FONTANA et al. (2003) e MACHADO et al. (2005), respectivamente.
Os nomes comuns são listados conforme SILVA (1994), enquanto que a seqüência filogenética e a ordenação taxonômica seguem WILSON & REEDER (2006).
3.1.2.2 Resultados e Discussão
Anfíbios
Na atual campanha foram registradas dez espécies de anfíbios anuros, pertencentes a seis famílias distintas (tabela 5): Rhinella icterica e Melanophryniscus simplex, da família Bufonidae; Dendropsophus minutus, Scinax granulatus e Scinax fuscovarius, da família Hylidae; Leptodactylus ocellatus, da família Leptodactylidae; Physalaemus cuvieri e Physalaemus lisei, da família Leiuperidae; Elachistocleis bicolor, da família Microhylidae e Lithobates catesbeianus, da família Ranidae.
Duas espécies tiveram seu primeiro registro na atual campanha: o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex) e a perereca-de-banheiro (Scinax granulatus).
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Tabela 5. Espécies de anfíbios registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no
rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Taxa Nome comum 1 Tipo de registro (número de indivíduos)
ANURA
BUFONIDAE
Rhinella icterica sapo-cururu VES (17)
Melanophryniscus simplex sapinho-de-barriga-vermelha
2 VES (5)
HYLIDAE
Dendropsophus minutus perereca-guria AST (6)
Scinax fuscovarius perereca-de-banheiro VES (7)
Scinax granulatus perereca-de-banheiro VES (1)
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus ocellatus rã-crioula VES (1)
LEIUPERIDAE
Physalaemus cuvieri rã-cachorro VES (1)
Physalaemus lisei rã-mosquito VES (8)
MICROHYLIDAE
Elachistocleis bicolor sapinho-guarda VES (1)
RANIDAE
Lithobates catesbeianus rã-touro 3 VES (2) Legenda: VES = levantamento por encontros visuais; AST = método das transecções auditivas. 1 Segundo FROST (2007) e SBH (2007a). 2 Espécie ameaçada de extinção na categoria “deficiência de dados” (IUCN, 2008). 3 Espécie exótica.
O registro da perereca-de-banheiro (Scinax granulatus) se deu através do encontro de um indivíduo entocado ao lado de uma estrada não asfaltada, próximo a moradias (461148 / 6792248). Trata-se de uma espécie relativamente comum no Estado e que comumente pode ser registrada em áreas urbanas (ACHAVAL & OLMOS, 2007).
Outra espécie desse gênero, de hábitos e de morfologia muito similares, foi registrada na atual campanha. Foram encontrados seis indivíduos de Scinax fuscovarius, também chamada de perereca-de-banheiro, em baixo de pedras em afloramentos rochosos de áreas abertas, entre os pontos 462920 / 6796801, 462905 / 6796814, 462907 / 6796855 e 462855 / 6796788. Além desses, um indivíduo foi avistado atravessando uma via de acesso ao barramento (462584 / 6791455).
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A rã-crioula (Leptodactylus ocellatus) e o sapinho-guarda (Elachistocleis bicolor) são espécies comuns no Estado e freqüentemente podem ser encontradas em ambientes alterados. A primeira foi encontrada em local próximo a um córrego temporário (462920 / 6796801), e o segundo ao lado de uma via de acesso ao reservatório, ambos em repouso embaixo de pedras.
Duas espécies do gênero Physalaemus foram registradas na atual campanha. Um indivíduo da rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) foi encontrado embaixo de pedras nas proximidades de moradias (461164 / 6793329), enquanto que a rã-mosquito (Physalaemus lisei, figura 1) foi encontrada em abundância nas proximidades do ponto P2 (461148 / 6792248). Essa espécie habita áreas úmidas em florestas, sendo comumente encontrada em florestas secundárias ou borda de matas dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (KWET & DI-BERNARDO, 1999).
Figura 1. Indivíduo de rã-mosquito (Physalaemus lisei) registrado na área de influência da UHE
Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho
de 2008.
O sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex, figura 2) pertence ao grupo tumifrons do gênero Melanophryniscus e foi descrito por CARAMASCHI & CRUZ (2002). Sua distribuição é pouco conhecida, sendo oficialmente registrada apenas para a localidade-tipo (Município de São Joaquim, Estado de Santa Catarina) e na Estação Ecológica Estadual Aratinga, no Município de São Francisco de Paula, Estado do Rio Grande do Sul (FROST, 2008), sendo que o presente registro (Município de Nova Roma do Sul) amplia sua área de ocorrência neste Estado. Ademais, COLOMBO et al. (2007) acreditam que a distribuição de Melanophryniscus simplex e de Melanophryniscus tumifrons (outra espécie morfologicamente bastante similar) sejam muito próximas, sendo provável que aquela espécie apresente-se amplamente distribuída em ambos os estados na qual ocorre.
Os cinco indivíduos de sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex) registrados nesta campanha foram encontrados entre rochas próximas a vias de acesso ao barramento e nas proximidades de riachos temporários, provavelmente formados devido às chuvas (463635 / 6796823, 462703 / 6792161, 462141 / 6791872, 461148 / 6792248 e 461148 / 6792248).
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Segundo BALDO & BASSO (2004) e COLOMBO et al. (2007) esse é o tipo de ambiente no qual Melanophryniscus simplex reproduz. Durante a presente campanha, no entanto, não foram encontrados indivíduos vocalizando ou em amplexo. COLOMBO et al. (2007) ressaltam que, diferentemente de outras espécies do gênero, Melanophryniscus simplex apresenta hábitos reprodutivos noturnos. Durante esta amostragem apenas um indivíduo foi encontrado durante a noite, deslocando-se no folhiço. Os outros quatro indivíduos estavam entocados embaixo de pedras e foram registrados durante buscas diurnas. Provavelmente os resultados aqui encontrados corroboram a hipótese levantada no estudo citado, de que a espécie tem hábito noturno.
Figura 2. Indivíduo de sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex) registrado na
área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre
os dias 21 e 25 de julho de 2008. A) vista dorsal; B) vista ventral.
Três espécies de Melanophryniscus encontram-se presentes em listas de espécies ameaçadas no Rio Grande do Sul, sobretudo devido à perda do habitat. COLOMBO et al. (2007) acreditam que o mesmo deva ocorrer com Melanophryniscus simplex, uma vez que seu hábitat vem sendo ameaçado por diversos tipos de impacto antrópico, incluindo a silvicultura com espécies exóticas (árvores do gênero Pinus) e a pecuária. Esta espécie foi considerada “deficiente em dados” pela IUCN (2008), devido à escassez do conhecimento acumulado sobre ela.
A perereca-guria (Dendropsophus minutus) foi a única espécie registrada em atividade de vocalização durante a presente amostragem. Cinco indivíduos vocalizaram durante a noite, sendo três próximos ao ponto P2 (461148 / 6792248) e dois próximos ao ponto P1 (462709 / 6797005). Além disso, um indivíduo vocalizou durante o dia em uma área aberta (462870 / 6796933). Encontra-se amplamente distribuída pela América do Sul, ocorrendo comumente na borda de florestas e em áreas abertas, podendo também ser encontrada em áreas urbanas (FROST, 2008; LIMA et al., 2005).
A exemplo do observado na campanha anterior (BIOLAW, 2008), o sapo-cururu (Rhinella icterica, figura 3) foi a espécie mais abundante, tendo sido encontrados 17 indivíduos.
A B
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A maior parte dos indivíduos foram encontrados nas cercanias do barramento, embaixo de pedras em áreas muito próximas (464420 / 6794970, 464426 / 6794904, 464426 / 6794887, 462677 / 6792168, 463616 / 6793551, 466668 / 6795500, 462703 / 6792161, 464391 / 6794746 e 464466 / 6794991). Além disso, foi registrado um atropelamento no antigo canteiro de obras (462417 / 6791481). O sapo-cururu pode ser encontrado em uma ampla variedade de ambientes no nordeste do Paraguai, na região de Missiones na Argentina e nas regiões central, sudeste e sul do Brasil, ocorrendo substancialmente em ambientes alterados.
Figura 3. Indivíduos de sapo-cururu (Rhinella icterica) registrados na área de influência da UHE
Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho
de 2008.
A rã-touro (Lithobates catesbeianus) é uma espécie exótica, originária dos Estados Unidos da América, e que vem sendo introduzida em diversos países devido à atividade de ranicultura (PEREYRA et al., 2006). É uma espécie invasora que contribui significativamente para a degradação das comunidades nativas (ISSG, 2008) e que apresenta hábitos alimentares generalistas, podendo contribuir para a dispersão e transmissão de patógenos (PEREYRA et al., 2006; HANSELMANN et al. 2004). Durante o presente estudo, foram encontrados dois indivíduos dessa espécie.
Ao longo das campanhas de monitoramento na área da UHE Castro Alves, a rã-touro (Lithobates catesbeianus) foi a espécie mais comumente encontrada, tendo sido registrada em sete das oito campanhas já realizadas. Após, aparecem o sapo-cururu (Rhinella icterica), registrado em seis campanhas, a perereca-guria (Dendropsophus minutus), a perereca-de-banheiro (Scinax fuscovarius) e a rã-das-pedras (Limnomedusa macroglossa), registradas em cinco campanhas.
A rã-das-pedras (Limnomedusa macroglossa) não foi registrada em nenhuma das duas campanhas de monitoramento na fase pós-enchimento, apesar de ter sido encontrada em cinco das seis campanhas da fase pré-enchimento. Essa espécie apresenta um alto grau de especificidade ambiental, em todas as fases de seu desenvolvimento, estando associada a ambientes pedregosos em cursos d'água lóticos. Com a formação do lago, esse tipo de hábitat deixou de existir, provavelmente prejudicando as populações da espécie anteriormente
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existentes no local. Ademais, vale ressaltar que, no Estado do Paraná, a rã-das-pedras é considerada “criticamente em perigo” de extinção, devido sobretudo à perda de habitat causada pela instalação de usinas hidrelétricas nos rios daquele estado (MIKICH & BERNILS, 2004).
Répteis
Apenas uma espécie de réptil foi registrada na atual campanha de monitoramento. Seis indivíduos da lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii, figura 4) foram encontrados embaixo de pedras em afloramentos rochosos de áreas abertas (462907 / 6796855, 462922 / 6796843, 462920 / 6796801, 462855 / 6796788). Esse pequeno lagarto semifossório pode ser encontrado em abundância nesse tipo de hábitat (ACHAVAL & OLMOS, 2003) e apresenta ampla distribuição geográfica, sendo considerada a espécie de lagartixa mais comum do sul do Brasil (LEMA, 1994; LEMA, 2002).
Além disso, foi encontrado um ninho de serpente com três ovos já eclodidos embaixo de pedras, na borda da mata ciliar de um arroio (461148 / 6792248). No entanto, como a literatura sobre ovos de serpentes é escassa, não foi possível identificar a qual espécie ou família a desova pertencia.
Até o momento, oito espécies de répteis foram encontradas na área de influência da UHE Castro Alves. Algumas serpentes de hábito semi-arborícola, como a parelheira (Philodryas patagoniensis), a caninana (Spilotes pullatus) e a cobra-espada (Tomodon dorsatus), foram registradas apenas nas primeiras campanhas de monitoramento.
Figura 4. Indivíduo de lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii) registrado na área de
influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre
os dias 21 e 25 de julho de 2008.
A lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii) e o lagarto-do-papo-amarelo (Tupinambis merianae) foram as espécies mais freqüentemente registradas nas campanhas de monitoramento, tendo sido encontradas em 50% das amostragens (quatro campanhas). Todas as outras espécies foram registradas apenas uma vez.
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A dificuldade de amostragem da fauna de répteis em formações florestais tende a ser maior do que em formações abertas, principalmente durante o inverno, quando normalmente os animais encontram-se inativos. Espécies que usam áreas abertas são, portanto, mais fáceis de serem encontradas. Além disso, a destruição e/ou fragmentação do hábitat costumam afetar mais as espécies de hábito exclusivamente silvícolas (RODRIGUES, 2005), tornando seu registro ainda mais dificultoso. Portanto, é de se esperar o predomínio de registro de espécies que habitam áreas abertas e / ou matas secundárias.
Tabela 6. Espécies de répteis registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no
rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Táxon Nome comum 1 Número de indivíduos SQUAMATA
SAURIA GYMNOPHTALMIDAE
Cercosaura schreibersii lagartixa-comum 6 1
Aves
Durante a presente amostragem foram registradas 83 espécies de aves (tabela 7). Dessas, duas ainda não haviam sido registradas em campanhas anteriores realizadas na área: o sabiá-do-banhado (Embernegra platensis) e o vira-bosta (Molothrus bonariensis). Segundo BELTON (1994), ambas são espécies consideradas comuns e abundantes no Rio Grande do Sul. Das espécies registradas, duas constam como quase ameaçadas de extinção pela IUCN (2007): o pica-pau-dourado (Piculus aurulentus) e o cais-cais (Euphonia chalybea).
As espécies mais abundantes durante a presente amostragem foram o pula-pula (Basileuterus culicivorus) e o tororó (Poecilotriccus plumbeiceps), com IPA = 0,32, seguidos pelo bico-chato-de-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens) e o pula-pula-assobiador (Basileuterus leucoblepharus) com IPA = 0,27. Em relação à área amostrada, a maior parte das espécies apresentaram baixos valores de IPA, o que pode representar indícios de uma baixa qualidade ambiental (figura 5). No entanto, vale salientar que as amostragens foram sensivelmente prejudicadas pelas condições climáticas desfavoráveis ocorrentes no período de amostragem, incluindo chuvas e densos nevoeiros durante algumas manhãs.
Segundo SBH (2007b).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0,05 0,09 0,14 0,23 0,27 0,32
IPA
n° d
e es
péci
es
Figura 5. Número de espécies, em cada classe de índice pontual de abundância (IPA),
registradas através de pontos de escuta na área do reservatório da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-
enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
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De modo geral, pode-se afirmar que a avifauna registrada é composta, em sua maioria, por espécies comuns no Estado e de hábitats predominantemente florestais. Sendo assim, torna-se prioritária a manutenção dos remanescentes florestais existentes ao longo das encostas do rio das Antas, de modo a manter uma área florestal contígua, a ponto de permitir a manutenção das populações existentes.
O joão-pobre (Serpophaga nigricans), espécie típica de ambientes ribeirinhos, não foi detectado durante a presente campanha, apesar de ter sido procurada em ambientes característicos. No entanto, na campanha anterior (BIOLAW, 2008), realizada após o enchimento do reservatório, foram registrados dois indivíduos da espécie. Dada a especificidade de hábitat do joão-pobre, é esperado que a formação do lago afete negativamente suas populações. No entanto, apesar da ausência de contato durante esta amostragem, os registros realizados na campanha anterior sustentam que ainda é prematuro afirmar que a espécie desapareceu da área de influência do empreendimento, sendo necessárias mais campanhas para a constatação do grau de influência da formação do lago sobre suas populações.
Tabela 7. Espécies de aves registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-
enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008. Táxon Nome comum 1 IPA
TINAMIDAE
Crypturellus obsoletus inhambuguaçu X
THRESKIORNITHIADE
Theristicus caudatus curicaca X
CATHARTIDAE
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha X
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X
ACCIPITRIDAE
Rupornis magnirostris gavião-carijó X
FALCONIDAE
Caracara plancus carcará X
Milvago chimachima carrapateiro X
Falco sparverius quiriquiri X
RALLIDAE
Aramides saracura saracura-do-mato X
CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis quero-quero X
COLUMBIDAE
Columbina picui rolinha-picui X
Patagioenas picazuro pombão X
Zenaida auriculata pomba-de-bando X
Leptotila verreauxi juriti-pupu X
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Táxon Nome comum 1 IPA
CUCULIDAE
Piaya cayana alma-de-gato X
CUCULIDAE
Crotophaga ani anu-preto X
Guira guira anu-branco X
TYTONIDAE
Tyto alba coruja-de-igreja
STRIGIDAE
Megascops sancataecatarinae corujinha-do-sul X
TROCHILIDAE
Stephanoxis lalandi beija-flor-de-topete 0,23
Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco X
TROGONIDAE
Trogon surrucura surucuá-variado X
ALCEDINIDAE
Megaceryle torquata martim-pescador-grande X
RAMPHASTIDAE
Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde X
PICIDAE
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira X
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó 0,05
Piculus aurulentus pica-pau-dourado X
Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela X
THAMNOPHILIDAE
Batara cinerea matracão X
Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora X
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 0,23
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 0,09
Drymophila malura choquinha-carijó X
CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga lineata chupa-dente X
RHINOCRYPTIDAE
Scytalopus notorius tapaculo-preto X
FORMICARIIDAE
Chamaeza campanisona tovaca-campainha 0,05
Chamaeza ruficauda tovaca-de-rabo-vermelho X
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Táxon Nome comum 1 IPA
DENDROCOLAPTIDAE
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde 0,14
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande X
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado X
FURNARIIDAE
Furnarius rufus joão de barro X
Synallaxis ruficapilla pichororé 0,14
Synalaxis cinerascens pi-puí 0,05
Synallaxis spixi joão-teneném 0,09
Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete 0,09
Lochmias nematura joão-porca X
Heliobletus contaminatus trepadorzinho X
TYRANNIDAE
Leptopogon amaurocephalus cabeçudo X
Poecilotriccus plumbeiceps tororó 0,32
Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato 0,23
Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta 0,27
Platyrinchus mystaceus patinho 0,14
PIPRIDAE
Chiroxiphia caudata tangará 0,09
TITYRIDAE
Schiffornis virescens flautim 0,05
Pachyramphus castaneus caneleiro X
VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis pitiguari 0,05
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 0,05
HIRUNDINIDAE
Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa X
TROGLODYTIDAE
Troglodytes musculus corruíra 0,05
MIMIDAE
Mimus saturninus sabiá-do-campo X
TURDIDAE
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 0,05
Turdus amaurochalinus sabiá-poca X
Turdus albicollis sabiá-coleira 0,09
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Táxon Nome comum 1 IPA
THRAUPIDAE
Pyrrhocoma ruficeps cabecinha-castanha 0,05
Tachyphonus coronatus tiê-preto 0,09
Thraupis bonariensis sanhaçu-papa-laranja X
Stephanophorus diadematus sanhaçu-frade 0,05
Pipraeidea melanonota saíra-viúva 0,05
EMBERIZIDAE
Zonotrichia capensis tico-tico 0,14
Poospiza cabanisi quete 0,05
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro X
Embernegra platensis sabiá-do-banhado X
CARDINALIDAE
Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro X
Saltator maxillosus bico-grosso 0,09
Cyanocompsa brissonii azulão 0,05
PARULIDAE
Parula pitiayumi mariquita 0,23
Basileuterus culicivorus pula-pula 0,32
Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador 0,27
ICTERIDAE
Cacicus chrysopterus tecelão 0,09
Molothrus bonariensis vira-bosta X
FRINGILLIDAE
Carduelis magellanica pintassilgo X
Euphonia chalybea cais-cais 0,09
Chlorophonia cyanea bandeirinha 0,05 Legenda: IPA = Índice Pontual de Abundância; X = espécies registradas apenas na amostragem qualitativa. 1 Segundo CBRO (2007), exceto Poospiza cabanisi, que segue (ASSIS et al., 2007).
Mamíferos
Durante as amostragens foram registradas em campo 15 espécies de mamíferos não-voadores (tabela 8), das quais quatro (um cervídeo e três carnívoros) são citadas em listas de ameaça de extinção (FONTANA et al., 2003; MACHADO et al., 2005). É importante salientar o aumento significativo na riqueza de espécies desta amostragem com relação aos registros da primeira campanha de monitoramento pós-enchimento do reservatório (BIOLAW, 2008), no qual foram capturadas apenas espécies com grande tolerância a situações de estresse ambiental e espécies potencialmente colonizadoras de ambientes instáveis.
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Tabela 8. Espécies de mamíferos registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-
enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Táxon ¹ Nome comum Tipo de registro Conservação RS BR
DIDELPHIMORPHIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branc visual - rastro NA NA CINGULATA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus tatu-galinha visual - rastro NA NA RODENTIA CAVIIDAE Hydrochoerus hydrochaeris capivara visual – rastro - feze NA NA CRICETIDAE Akodon montensis rato-do-chão visual NA NA Akodon paranaensis - visual NA NA Akodon aff. serrensis - visual NA NA Euryoryzomys russatus rato-do-mato visual NA NA Oligoryzomys nigripes camundongo-do-mato visual NA NA Sooretamys angouya - visual NA NA CARNIVORA FELIDAE Leopardus tigrinus gato-do-mato-pequeno rastro VU VU CANIDAE Cerdocyon thous graxaim-do-mato visual – rastro - feze NA NA MUSTELIDAE Eira barbara irara Visual - rastro VU NA Lontra longicaudis lontra rastro - fezes VU QA PROCYONIDAE Procyon cancrivorus mão-pelada visual NA NA ARTIODACTYLA CERVIDAE Mazama gouazoubira veado-virá visual VU NA Mazama sp. veado rastro EP/CR NA/VU
Legenda: RS = espécies ameaçadas no Rio Grande do Sul (FONTANA et al., 2003).; BR = espécies ameaçadas no Brasil (MACHADO et al., 2005); CR = Criticamente em perigo; EP = Em perigo; VU = Vulnerável; QA = Quase Ameaçada; DD = Deficiente em dados; NA = não ameaçada. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Segundo SILVA (1994).
O veado-virá (Mazama gouazoubira) utiliza bordas de matas e áreas campestres (MÄHLER JR. & SCHNEIDER, 2002) e teve ocorrência confirmada nesta campanha através do exame dos caracteres crânio-dentários (baseados em ROSSI, 2000) de um macho encontrado morto no ponto P31. O avançado estágio de decomposição da carcaça impossibilitou um exame mais detalhado, porém não é afastada a hipótese do animal ter sido caçado ou atacado por cães domésticos. O crânio foi coletado e depositado na coleção de mamíferos do Museu de Ciências Naturais da Universidade Luterana do Brasil/Canoas.
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Além disso, foram encontrados diversos rastros de veado (Mazama sp.) ao longo das áreas de amostragem. Como a diferenciação dos rastros em cervídeos é imprecisa, não se descarta a ocorrência de outras duas espécies desse gênero para região: o veado-mateiro (Mazama americana) e o veado-poca (Mazama nana), classificados como “em perigo” e “criticamente em perigo”, respectivamente, em FONTANA et al. (2003).
Entre os carnívoros, o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) apresenta porte e proporções corporais semelhantes às do gato-doméstico, sendo a menor espécie de felino silvestre do Brasil (OLIVEIRA & CASSARO, 2005). Ocorre em grande parte do território brasileiro, atingindo o seu limite sul de distribuição no nordeste do Planalto Riograndense, sendo considerado o felino típico das formações florestais dessa região. A espécie é considerada “vulnerável” em níveis regional e nacional de ameaça de extinção. Sua presença foi registrada através de pegadas encontradas no ponto P34. Mesmo sem fundamentação científica, carrega a má fama de ser nocivo às criações de aves domésticas, sendo freqüentemente caçado. Concomitantemente, os atropelamentos em rodovias são causas de mortalidade que precisam ser avaliadas.
A lontra (Lontra longicaudis) é uma das espécies enquadradas como ameaçada de extinção que teve sua ocorrência confirmada através de fezes e de pegadas encontradas nos pontos P31, P33 e P35. Indivíduos dessa espécie marcam o território depositando fezes e muco anal com odor característico em locais conspícuos nas margens dos rios. Provavelmente a espécie é abundante ao longo do curso do rio das Antas, mas por ocorrer naturalmente em baixas densidades e por ter pouca mobilidade (quando comparada aos carnívoros terrestres), poderá haver um decréscimo populacional na área do reservatório se a alteração no regime de vazão das águas provocar alterações drásticas na composição da ictiofauna, já que a disponibilidade de alimentos e abrigos são fatores determinantes para sua presença (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003). A espécie é considerada “vulnerável” no Estado e “quase ameaçada” nacionalmente.
A irara (Eira barbara) é um carnívoro tipicamente florestal e que teve presença confirmada nesta campanha através da visualização de um indivíduo no ponto P33. A espécie é considerada “vulnerável” no Estado e acredita-se que tenha sofrido grande decréscimo populacional em conseqüência dos desmatamentos, aliado aos atropelamentos em rodovias e à caça motivada por prejuízos a avicultores e apicultores (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003).
Com relação às freqüências de ocorrência de espécies de médio e de grande porte nesta campanha, destaca-se a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), por ter apresentado maior freqüência de ocorrência e maior número de avistamentos nos pontos amostrados. Essa espécie foi considerada abundante durante a presente amostragem (FO=100%) e parece ser o mamífero de médio/grande porte que vem obtendo maior vantagem em relação às modificações no habitat. O graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), a lontra (Lontra longicaudis), o veado-virá (Mazama gouazoubira) e o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) foram considerados comuns nesta campanha (tabela 9).
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Tabela 9. Freqüências de ocorrência (FO) de mamíferos de médio e de grande porte registrados nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a
segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Táxon ¹ P31 P32 P33 P34 P35 FO Categoria 2
DIDELPHIMORPHIA
DIDELPHIDAE
Didelphis albiventris X - - X - 40% comum
CINGULATA
DASYPODIDAE
Dasypus novemcinctus X - - - - 20% incomum
RODENTIA
CAVIIDAE
Hydrochoerus hydrochaeris X X X X X 100% abundante
CARNIVORA
FELIDAE
Leopardus tigrinus - - - X - 20% incomum
CANIDAE
Cerdocyon thous X - X X - 60% comum
MUSTELIDAE
Eira barbara - - X - - 20% incomum
Lontra longicaudis X - - X X 60% comum
PROCYONIDAE
Procyon cancrivorus 3 - - - - - - -
ARTIODACTYLA
CERVIDAE
Mazama gouazoubira 4 X - X X - 60% comum
Riqueza de espécies (N) 4 6 1 4 6 2 - -
Riqueza de espécies (%) 4 75 12,5 50 75 25 - - Legenda: P = pontos de amostragem; FO = freqüência de ocorrência. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Categorias de ocorrência nesta campanha. 3 Registro fora dos pontos de amostragem (462584 / 6791455). 4 Riqueza mínima das espécies registradas nos pontos de amostragem, considerando os registros de Mazama sp. como pertencente ao táxon com ocorrência confirmada Mazama gouazoubira.
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O mão-pelada (Procyon cancrivorus) foi visualizado na área de influência da UHE Castro Alves, porém a jusante do barramento, onde o rio das Antas ainda mantém características lóticas ideais para a conservação dos macro-invertebrados aquáticos utilizados como recurso alimentar pela espécie. Sua ausência a montante pode ser reflexo de algum tipo de estresse resultante das atuais mudanças físicas da paisagem. Essa espécie apresenta grande plasticidade em relação ao uso do habitat, sendo um dos poucos carnívoros não presente em listas de ameaça no Estado (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003).
Com relação aos mamíferos de pequeno porte, seis espécies foram capturadas (tabela 10), com destaque para a captura de três indivíduos de Akodon aff. serrensis (figura 6), cuja a identificação preliminar foi possível através do exame de caracteres morfológicos externos (sensu CHRISTOFF et al., 2000). Porém, devido ao caráter críptico do gênero Akodon, é necessário um exame mais detalhado, incluindo aspectos genéticos para a confirmação segura deste táxon, o que resultaria no primeiro registro confirmado da espécie para o Rio Grande do Sul (Alexandre Christoff, comunic. pess.).
O roedor Akodon paranaensis, por sua vez, foi recentemente descrito e ocorre em áreas de floresta com araucária e campos dos três estados do sul do Brasil (CHRISTOFF et al., 2000). Essa espécie foi a mais abundante (43%) nesta campanha e, junto com o rato-do-mato (Euryoryzomys russatus) e o camundongo-do-mato (Oligoryzomys nigripes), foram consideradas freqüentes em todos os pontos amostrados.
Tabela 10. Espécies de pequenos mamíferos capturados (e respectivas abundância relativa e freqüência de ocorrência) nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas,
durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
Táxon ¹ n AR (%) Proporção M:F V.R.
P31 P32 P34 FO Categoria (n) (%) (n) (%)
RODENTIA
CRICETIDAE
Akodon montensis 1 2,4 1:00 100:0 0 0 X - - 33,3 incomum
Akodon paranaensis 18 43 14:4 77,8:22,2 5 27,8 X X X 100 abundante
Akodon aff. serrensis 3 7 2:1 66,7:33,3 0 0 - - X 33,3 incomum
Oligoryzomys nigripes 10 23,8 8:2 80:20 1 10 X X X 100 abundante
Sooretamys angouya 1 2,4 0:1 0:100 0 0 - X - 33,3 incomum
Euryoryzomys russatus 9 21,4 7:2 77,8:22,2 1 11 X X X 100 abundante
Total 42 100 32:10 76,2:23,8 7 16,67 - - - - -
Sucesso de captura (%) 13,33 - - - - - 18,1 11,4 10,5 - - Legenda: n = número de indivíduos capturados; AR = abundância relativa; M = machos; F = fêmeas; V.R. = vestígios reprodutivos; P = pontos de amostragem; FO = freqüência de ocorrência. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Categorias de ocorrência nesta campanha.
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Figura 6. Indivíduo de Akodon aff. serrensis registrado na área de influência da UHE Castro Alves, no
rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
O ponto P31 obteve maior sucesso de captura (18,1%) durante esta campanha. No entanto, o sucesso de captura neste ponto, bem como o sucesso de captura total (13,33%), foi prejudicado devido à intervenção de um casal de graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), que predou vários indivíduos já capturados nas armadilhas (figura 7).
Dentre os indivíduos de pequeno porte capturados através de armadilhamento, 76,2% eram machos e 23,8% fêmeas (tabela 10). Os espécimes que apresentavam vestígios reprodutivos, como testículos escrotados ou vagina perfurada, representaram apenas 16,67% da amostra.
Apesar da grande pressão historicamente exercida pela caça furtiva, conforme constatado durante os trabalhos de campo e confirmado através de conversas informais com os moradores locais, as espécies de mamíferos da região de inserção da UHE Castro Alves aparentemente conseguiram manter suas populações devido ao relevo acidentado da região, que dificulta o acesso às matas. Além disso, as características do rio das Antas antes do enchimento do reservatório, que o tornavam impróprio à navegação, limitavam em parte a ocupação humana, criando refúgios ideais para a conservação das espécies.
A perda de habitat, causada pela formação do lago, poderá ter como conseqüência o deslocamento de espécies para áreas mais próximas às “colônias” e áreas urbanas, aumentando a probabilidade de ocorrência de impactos como atropelamentos e caça. Por outro lado, uma correta implementação das áreas de preservação permanente (APP) poderá garantir à fauna local um refúgio valioso, caso essas áreas sejam fiscalizadas contra a caça e a pesca predatórias.
O uso de áreas alteradas por espécies ameaçadas pode ser reflexo da perda dos hábitats florestais preservados e antigamente disponíveis nas margens do rio das Antas. O uso atual do antigo canteiro de obras, das estradas intermunicipais e das estradas de desmatamento expõe os mamíferos a atritos com a comunidade local. A presença de mamíferos em áreas de fácil acesso a humanos contribui para o aumento da caça ilegal de espécies cinegéticas, como os veados (Mazama spp.), o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) e a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), bem como a caça aplicada como forma de controle aos predadores como o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) e a irara (Eira barbara), normalmente associados a ataques a criações domésticas, bem como a lontra (Lontra longicaudis), mal vista por pescadores por predar peixes em redes.
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Figura 7. Indivíduo de graxaim-do-mato (Cerdocyon thous) com gaiola utilizada para a amostragem de pequenos mamíferos registrados através de armadilha-fotográfica na área de influência da UHE
Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2008.
3.2. Atividades previstas para o próximo trimestre Estão previstas para o próximo trimestre as seguintes atividades:
− Continuidade do monitoramento de fauna no período pós-enchimento da UHE Castro Alves;
− Resgate de fauna durante o enchimento da UHE 14 de Julho.
3.3. Conclusões As atividades do Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento de fauna estão sendo realizadas de acordo com o previsto no Plano Básico Ambiental.
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4. PROGRAMA DE SALVAMENTO, MONITORAMENTO E RESGATE DA FLORA
4.1.Descrição dos trabalhos desenvolvidos 4.1.1. Acompanhamento do Desmatamento da UHE 14 de Julho O desmatamento da área do reservatório da UHE 14 de Julho iniciou no mês de abril e foi finalizado no mês de julho. Durante este período foram realizadas atividades de resgate e relocação de epífitas, bem como a marcação das espécies imunes ao corte. No final do mês de julho foi entregue o segundo relatório deste acompanhamento, confome é apresentado no Anexo 1.
4.1.2. Projeto de Propagação de Espécies Endêmicas Nos meses de julho, agosto e setembro foram realizadas coletas de propágulos de espécies endêmicas, conforme o convênio com a UCS – Universidade de Caxias do Sul, de propagação “in vitro” das espécies endêmicas ocorrentes no Complexo. Em setembro foi entregue o segundo relatório semestral referente às atividades realizadas pela universidade.
4.1.3. Monitoramento de Encostas Florestais Nos dias 05 e 06 de agosto foram instaladas as duas parcelas controle referente ao monitoramento das encostas florestais na UHE Castro Alves. As planilhas com as parcelas instaladas encontram-se no Anexo 2.
Em setembro foram realizadas atividades de remarcação das parcelas de monitoramento de encostas florestais da UHE Monte Claro.
4.1.4. Coleta de material para xiloteca No mês de setembro foram finalizadas as atividades de coleta de material para a xiloteca da Ceran. 4.2 Atividades para próximo período Para o próximo trimestre estão previstas as seguintes atividades:
− continuidade do monitoramento das encostas florestais;
− continuidade das coletas para o Projeto de Propagação de Endêmicas, conforme convênio com a UCS;
− continuidade da coleta de sementes para a Área de Coleta de Sementes através do convênio Fepagro-Serra.
4.3 Conclusões O Programa está sendo executado conforme o estabelecido no PBA, com algumas alterações de cronograma, por readequação das atividades ao cronograma das obras.
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4.4 Anexos Anexo 1 – Relatório de acompanhamento do desmatamento do reservatório da UHE 14 de
Julho
Anexo 2 – Planilhas das parcelas de monitoramento de encostas florestais na UHE Castro Alves
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Anexo 1
Relatório deAcompanhamento do Desmatamento do Reservatório da UHE 14 de Julho
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INTRODUÇÃO A Usina Hidrelétrica (UHE) 14 de Julho situa-se no rio das Antas, pertencente à Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, em áreas pertencentes aos municípios de Bento Gonçalves e Cotiporã.
Em virtude do enchimento do reservatório, previsto a ser realizado no período de setembro/outubro de 2008, a Ceran executa o desmatamento das áreas a serem alagadas, sendo essa atividade objeto do Programa de Limpeza dos Reservatórios. O reservatório da UHE 14 de Julho terá extensão de aproximadamente 5 km2
MATERIAIS E MÉTODOS
e tem previsão de enchimento para outubro de 2008.
O resgate da flora epífita e marcação de espécies na área de influência dessa UHE faz parte do Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora presente no Plano Básico Ambiental (PBA) das usinas hidrelétricas do Complexo Energético Rio das Antas. Esse Programa tem por objetivo principal estabelecer diretrizes para garantir a preservação da diversidade da flora e manutenção da variabilidade genética, através do resgate, conservação in situ e ex situ.
Este relatório tem por objetivo apresentar as informações referentes às atividades realizadas pela equipe de flora durante o desmatamento do reservatório da UHE 14 de Julho. Fazem parte das atividades o resgate e relocação das epífitas e a marcação das espécies nativas imunes ao corte presentes na área, no município de Cotiporã, RS. A coleta das epífitas é realizada nas arvores a serem suprimidas da área de cheia, anterior e posteriormente ao corte.
Além das atividades de campo, foram realizadas capacitações para os funcionários responsáveis pelos desmatamentos. Esta atividade visa capacitar os operários para a identificação das espécies imunes e a forma menos impactante de se efetuar o desmatamento.
As atividades relacionadas ao resgate de flora, apresentadas neste relatório, iniciaram em abril de 2008 juntamente com o desmatamento, sendo executada até o presente.
Durante o trabalho de campo, foram coletados exemplares das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, Cactaceae, Piperaceae e outras, para posterior relocação em áreas definidas dentro de áreas adquiridas pela Ceran, a serem preservadas. Para a relocação das epífitas foram utilizados fios de sisal, visando auxiliar na fixação das mesmas.
Após identificadas as espécies imunes ao corte, estas foram marcadas com auxílio de fita zebrada e/ou spray de tinta. Além desta marcação, os indivíduos foram etiquetados com placas de identificação devidamente numeradas.
RESULTADOS Levantamento da Vegetação
Durante o período das atividades de desmate, a equipe de flora seguiu sempre à frente das equipes responsáveis pelo desmatamento, pois com a diminuição destas frentes, não houve necessidade de marcar as espécies imunes, bem como resgatar as epífitas com antecedência, sendo estas atividades realizadas concomitantemente.
As atividades foram divididas de acordo com as seguintes etapas:
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Identificação de Espécies a Serem Transplantadas
A avaliação do grupo de indivíduos que foram definidos como próprios para transplante, usou como critério as plantas de pequeno e médio portes, tendo no máximo 6 metros de altura, estando em bom estado fitossanitário e com acesso possível de maquinário e operários para efetuar o transplante. Todas as espécies definidas para transplante foram identificadas com placas numeradas.
Durante os primeiros vinte dias do mês de Julho, não ocorreu supressão de vegetação, sendo priorizado nesse período o trabalho de recolhimento de galharia e tronco das áreas a serem atingidas pelo enchimento do reservatório. A continuação do desmatamento ficou programada para a última semana de julho, em pontos isolados de ocorrência de vegetação.
Juntamente a estas novas áreas de corte, serão realizados os transplantes das espécies marcadas, programado para iniciar no dia 28 de Julho.
Marcação de Espécies Imunes ao Corte
A atividade de marcação de espécies imunes ao corte foi realizada de acordo com as definições do Código Florestal Estadual 9.519 de 1992 (gêneros Erythrina e Ficus), e do gênero Syagrus, recomendado para transplante pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP-RS). A marcação desses gêneros é realizada pelo profissional, juntamente com o auxiliar de campo, utilizando-se de fitas zebradas e/ou spray de tinta. Os indivíduos imunes marcados são fotografados.
Esta atividade sofreu uma interrupção devido ao período, como citado anteriormente, onde apenas três equipes de desmatamento permaneceram a campo realizando o recolhimento de troncos e galharias. Após a definição das novas áreas de supressão vegetal, foi retomada a marcação das espécies imunes, a fim de liberar o corte.
A partir dessa varredura, são liberadas as áreas para o corte da vegetação, preservando e respeitando a marcação das árvores, e cuidando para não causar nenhum dano físico à mesma, que será posteriormente transplantada, quando viável.
Foto1: Vegetação suprimida empilhada para ser removida e estocada. Ao lado encontra-se um
individuo da espécie Syagrus romanzoffiana, imune ao corte, devidamente identificado com placa para posterior transplante.
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Resgate e Relocação de Epifitas
O resgate das epífitas, devido à diminuição das equipes de desmatamento, passou a ser a principal atividade desenvolvida no período, principalmente em indivíduos arbóreos já suprimidos e que estavam no solo para recolhimento dos troncos. Desta atividade, resultaram aproximadamente 110 sacos de adubo cheios de epífitas até o momento, sendo 95% destas já relocadas em áreas próximas a obra que não serão atingidas pelo enchimento do reservatório, sendo possível o acesso posterior ao local a fim de efetuar o monitoramento dos indivíduos.
As epífitas estão sendo afixadas com a utilização de corda de sisal, em local relativamente úmido, com boa aeração e propício para o pleno estabelecimento das mesmas. Cabe salientar que o período atual é o ideal para essa atividade, devido ao elevado índice pluviométrico. Apesar de não ter sido um período de chuvas significativas, em monitoramento feito constantemente aos locais de relocação é possível observar o alto índice de adaptação destas epífitas aos seus novos locais, caracterizados por uma vegetação fechada com boa preservação da umidade.
Foto2: Equipe fazendo o resgate de epífitas após a supressão da vegetação.
Foto3: Epífitas sendo resgatadas de árvore suprimida.
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Foto4: Epífitas resgatadas, antes de serem acondicionadas para transporte.
Foto 5: Epífitas sendo transportadas.
Foto6: Epífitas acondicionadas provisoriamente, para posterior relocação a campo.
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Foto7: Epífitas resgatadas para posterior relocação.
Foto8: Epífita relocada com auxílio de fio de sisal.
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Foto9: Epífitas relocadas.
Foto10: Epífitas relocadas em área preservada.
Foto11: Epífitas relocadas.
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Foto12: Imagem de satélite onde é possível identificar um dos principais locais onde estão
sendo relocadas as epífitas, na margem esquerda do rio. Supressão
A supressão das espécies imunes ao corte é utilizada como última opção, ou seja, quando não são possíveis os transplantes pela ausência de acessos ou declividade do terreno, impossibilitando a chegada das máquinas ao local ou mesmo pelo estado fitossanitário dos indivíduos.
O material resultante da supressão vegetal continua sendo recolhido e acondicionado em área determinada pela Ceran, locais estes onde as cheias do reservatório não atingiriam, para posterior recolhimento.
Até o momento foram liberados para supressão 504 indivíduos imunes ao corte que não teriam viabilidade para transplantes, e identificados para transplante 190 indivíduos divididos entre Erythrina, Ficus e Syagrus. A quantificação ainda está sendo determinada por gênero, mas a partir do próximo relatório será a nível de espécies e com as coordenadas de localização dos indivíduos para transplantes.
Foto13: Vista geral de margem após o corte e recolhimento do material.
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Foto14: Vista geral das duas margens, uma já concluída e outra logo após a supressão vegetal
com troncos e galhos ainda presentes no solo.
Foto15: Equipe fazendo mutirão de recolhimento de troncos e galharias.
Foto16: Vista geral de área com vegetação empilhada, separadas em troncos e galharias para
posterior recolhimento.
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Foto17: Detalhe do acesso para recolhimento de troncos e galharias da zona de cheia do
reservatório.
Foto18: Galharia recolhida para ser transportada até o local de armazenamento.
Foto19: Equipe fazendo o transporte de troncos da área do reservatório, para local
determinado, onde não é atingido pela cheia.
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Foto20: Vista geral da área do desmatamento.
Foto21: Vegetação já suprimida na margem esquerda do futuro reservatório.
Palestras de Capacitação Neste período, devido ao desenvolvimento dos trabalhos de desmatamento ter se encaminhado para a parte final, não foram integradas mais equipes de trabalho e consequentemente não houve necessidade de palestras de capacitação de equipe. Mas cabe salientar que durante esse período as abordagens foram sempre constantes e ocorreram em momentos de acompanhamento do recolhimento dos troncos e galharias, onde ocorre a troca de informações das dificuldades e situações encontradas a campo.
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Anexo 2 Parcelas instaladas na UHE Castro Alves referente ao Monitoramento das Encostas
Florestais
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UNIDADE AMOSTRAL N.: 01 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – 500 metros do barramento, margem esquerda do rio das Antas
UTM 6791847 Nova Pádua/RS DATA: 30/04/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 01 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 17,4 2 1 1 2 - -
02 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 11,9 1 1 2 1 - -
03 Guajuvira Patagonula americana 79,6 1 1 1 1 -
04 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 14,5 2 1 4 1 -
05 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 17 2 1 4 1 -
06 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 17,1 3 1 2 1 -
07 Guajuvira Patagonula americana 32,4 1 2 1 1 -
08 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 13,6 3 1 3 1 -
09 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 15,9 2 1 3 1 -
10 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 13,8 2 1 3 1 -
11 Laranjeira-do-mato Actinostemom concolor 28,1 2 4 2 3 -
12 Canela-amarela Nectandra oppositifolia 10,5 2 1 3 1 -
13 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 42,4 2 3 3 3 -
14 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 57,5 1 2 2 2 -
15 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 36,9 1 2 2 2 -
16 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 10,9 3 2 2 1 -
17 Camboatá Vermelho Cupania vernalis 16,5 2 2 2 1 -
18 Camboatá Vermelho Cupania vernalis 27,2 2 2 2 1 -
19 Guabiroba Campomanesia guaviroba 22,2 1 1 1 1 -
20 Canela Nectandra lanceolata 45,7 2 2 2 2 -
21 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 16,6 2 2 2 1 -
CC/064/005/2008 719
22 Cabriúva Myrocarpus frondosus 30,1 2 2 1 1 -
23 urtigão Urera bacífera 16,2 3 4 4 3 -
24 louro Cordia trichotoma 42,6 2 3 1 2 -
25 Timbaúva Enterolobium contorstisiliquum 38,5 2 2 1 2 -
26 Chá de bugre Casearia silvestre 18,6 2 2 1 2 -
27 Pitanga Eugenia uniflora 13,5 2 1 1 1 -
28 Cabriúva Myrocarpus frondosus 19 2 1 1 1 -
29 Canela Aiouea saligna 12 2 2 1 2 -
30 Cabriúva Myrocarpus frondosus 17,7 2 2 1 1 -
31 Cabriúva Myrocarpus frondosus 27,9 2 2 2 1 -
32 Cabriúva Myrocarpus frondosus 19,2 2 1 1 1 -
33 Camboatá vermelho Cupania vernalis 23,4 2 1 3 2 -
34 Cabriúva Myrocarpus frondosus 20 2 3 2 2
35 Sapopema Sloanea monosperma 17,4 2 1 1 1 Em flor
36 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 30,6 1 1 1 1
37 Cabriúva Myrocarpus frondosus 15,4 1 1 1 1
38 Guabiroba Campomanesia guaviroba 11 2 1 2 1
39 Uva do Japão Uvenia dulcis 31,7 1 1 1 1
40 Camboatá vermelho Cupania vernalis 29,8 1 1 1 1
41 Cabriúva Myrocarpus frondosus 23 1 1 1 1
42 Cabriúva Myrocarpus frondosus 17,2 1 1 1 1
43 Cabriúva Myrocarpus frondosus 21,1 2 1 2 1
44 Cabriúva Myrocarpus frondosus 13 2 2 2 2
45 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 11,7 2 1 2 1
46 Guabiroba Campomanesia guaviroba 23,2 1 2 1 2
CC/064/005/2008 720
47 Aguaí Chrysophyllum marginatum 19,4 1 1 1 1
48 Ni 13,3 3 2 2 2
49 Camboatá vermelho Cupania vernalis 41,8 1 2 2 2
50 Pitangueira Eugenia uniflora 23,5 3 2 2 1
51 Canela amarela Nectandra lanceolata 14,1 3 1 2 1
52 Canela amarela Nectandra lanceolata 12,8 3 1 2 1
53 Sapopema Sloanea monosperma 15,2 3 1 1 1
54 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 24,3 1 1 1 1
55 Sapopema Sloanea monosperma 21,6 2 1 1 1
56 Guajuvira Patagonula americana 36 2 1 1 1
57 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 18,7 3 2 1 2
58 Cabriúva Myrocarpus frondosus 18 1 2 2 2
59 Pata de vaca Bauhinia forficata 13,6 3 2 1 2
60 Cabriúva Myrocarpus frondosus 14,6 3 2 3 2
61 Pau ervilha Trichilia elegans 11,6 3 1 2 1
62 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 10,9 3 1 2 1
63 Pau ervilha Trichilia elegans 13 3 1 2 1
64 Chal-chal Allophyus edulis 13,2 3 1 2 1
65 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 30,5 1 1 3 1
66 Guabiroba Campomanesia guaviroba 17,7 2 2 2 1
67 Guabiroba Campomanesia guaviroba 18 2 2 2 1
68 Guabiroba Campomanesia guaviroba 14,5 2 1 2 1
69 Guabiroba Campomanesia guaviroba 17,3 2 1 2 1
70 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 40 1 1 1 1
CC/064/005/2008 721
UNIDADE AMOSTRAL N.: 02 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – aprox.1000 metros do barramento, margem direita do rio das Antas
UTM 6792506 - Nova Roma do Sul/RS - DATA: 01/05/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 71 Chá de bugre Casearia silvestris 13,5 3 1 1 1
72 Canjerana Cabralea canjerana 25,2 1 1 1 1
73 Cincho Sorocea bomplandii 10 3 1 2 1
74 Camboatá vermelho Cupania vernalis 24,5 2 1 2 1
75 Angico Parapitadenia rigida 22,6 2 1 3 1
76 Camboatá vermelho Cupania vernalis 48,1 1 1 1 1
77 Canela Nectandra lanceolata 16,2 2 1 2 1
78 Grápia Apuleia leiocarpa 29,4 2 1 2 1
79 Camboatá Cupania vernalis 27 2 2 2 1
80 Camboatá Cupania vernalis 26 2 1 2 1
81 Cabriúva Myrocarpus frondosus 17,1 3 1 2 1
82 Canjerana Cabralea canjerana 46,5 1 1 1 1
83 Capororoca Myrsine umbellata 11,8 3 1 3 1
84 Angico Parapitadenia rigida 10,8 3 1 3 1
85 Camboatá vermelho Cupania vernalis 20,3 2 1 3 1
86 Canela Nectandra sp 83,3 1 2 1 2 Oncidium sp
87 Quaresmeira Tibouchina sp 18 3 2 3 2
88 Quaresmeira Tibouchina sp 48,9 1 1 2 1
89 Quaresmeira Tibouchina sp 24,4 2 1 2 1
90 Quaresmeira Tibouchina sp 37,2 2 1 2 1
91 Angico Parapitadenia rigida 11 3 2 3 1 92 Pau ervilha Trichilia elegans 11,6 3 2 3 1
CC/064/005/2008 722
93 Cabriúva Myrocarpus frondosus 29,5 2 1 3 1 94 Camboatá vermelho Cupania vernalis 18,8 3 2 3 1 95 Pau ervilha Trichilia elegans 12,5 3 1 3 1 96 Angico Parapitadenia rigida 20 2 1 3 1 97 Canjerana Cabralea canjerana 46,4 1 1 1 1 98 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19,4 2 1 2 1 99 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19 3 1 3 1
100 Camboatá vermelho Cupania vernalis 14 3 2 3 2 No Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 101 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 13 3 3 3 2 102 Camboatá vermelho Cupania vernalis 22,4 2 1 3 1 103 Catinguá Trichilia claussenii 16,8 3 1 2 1 104 Camboatá Cupania vernalis 16,6 3 1 2 1 105 Angico Parapitadenia rigida 17,1 2 1 3 1 106 Pau ervilha Trichilia elegans 11,4 3 1 2 1 Frutos 107 Angico Parapitadenia rigida 15,8 3 1 3 1 108 Pau ervilha Trichilia elegans 11,4 3 1 2 1 109 Canela Ocotea sp 26,2 2 1 2 1 110 Camboatá vermelho Cupania vernalis 42,5 1 1 2 1 111 Camboatá vermelho Cupania vernalis 59,4 1 1 2 1 112 Camboatá vermelho Cupania vernalis 38,9 1 1 2 1 113 Camboatá vermelho Cupania vernalis 37 1 1 2 1 114 Caixeta Schefflera morototoni 25,9 2 1 1 1 115 Aguaí Chrysophyllum marginatum 82,1 1 1 1 1 116 Camboatá vermelho Cupania vernalis 46,1 2 1 2 1 117 Camboatá vermelho Cupania vernalis 53,4 1 1 2 1
* Parcela 02: Muitas árvores mortas em pé.
CC/064/005/2008 723
UNIDADE AMOSTRAL N.: 03 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – 1.500 metros do barramento, margem esquerda do rio das Antas
UTM 6792713 - Nova Pádua/RS - DATA: 01/05/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 118 Cincho Sorocea bomplandii 32 2 2 2 2
119 Camboatá vermelho Cupania vernalis 50,7 1 1 1 1
120 Canela Nectandra lanceolata 18,8 3 2 3 1
121 Pau ervilha Trichilia elegans 13 3 2 3 2
122 Camboatá vermelho Cupania vernalis 23,5 3 2 3 2
123 Pau ervilha Trichilia elegans 11,2 3 3 3 3
124 Canela Nectandra lanceolata 15 3 1 3 1
125 Ni 18,3 3 2 3 2 Fruto espinho
126 Figueira Ficus enormis 38,8 1 2 2 1
127 Pau ervilha Trichilia elegans 11,1 3 1 2 1
128 Canela Nectandra lanceolata 14,9 3 2 2 1
129 Camboatá vermelho Cupania vernalis 44,5 1 1 2 1
130 Catinguá Trichilia claussenii 17,7 2 1 2 1
131 Canela Nectandra lanceolata 10,1 3 1 2 1
132 Canela Nectandra lanceolata 15,2 3 1 2 1
133 Cincho Sorocea bomplandi 13,6 3 1 2 1
134 Canela Nectandra lanceolata 16 3 2 4 2
135 Catinguá Trichilia claussenii 10 3 1 2 1
136 Canela Nectandra lanceolata 12,8 3 1 2 1
137 Camboatá vermelho Cupania vernalis 31,5 1 1 1 1
138 Cabriúva Mirocarpus frondosus 12,6 2 1 1 1
CC/064/005/2008 724
139 Sapopema Sloanea monosperma? 12,4 2 1 2 1
140 Sucará Xylosma ciliatifolia 17,8 2 1 1 1
141 Canela Aiouea saligna 54,2 1 2 1 1
142 Canela Aiouea saligna 25 2 2 2 1
143 Pau ervilha Trichilia elegans 15,4 3 1 1 1
144 Camboatá vermelho Cupania vernalis 14 2 1 1 1
145 Pau ervilha Trichilia elegans 11,3 3 1 3 1
146 Pau ervilha Trichilia elegans 12 3 2 2 2
147 Figueira Ficus sp 44,4 2 1 1 1
148 Pata de vaca Bauhinia forficata 18,5 3 2 3 2
149 Canela Nectandra lanceolata 16,7 3 2 3 2
150 Chal chal Allophylus edulis 16,1 2 2 3 2
151 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19 2 1 2 1
152 Figueira Ficus sp 16,4 2 1 2 1
153 Catinguá Trichilia claussenii 16,2 2 1 3 1
154 Canela Nectandra lanceolata 11,3 2 1 3 1
155 Cabriúva Mirocarpus frondosus 35 2 1 3 1
156 Canela Nectandra lanceolata 14 3 1 3 1
157 Ni 57,5 1 1 1 1
158 Pau ervilha Trichilia elegans 12 3 1 3 1
159 Cincho Sorocea bomplandii 20,5 2 1 2 1
160 Canela Nectandra lanceolata 10,1 3 1 4 1
161 Chal-chal Allophylus edulis 22 2 1 2 1
162 Pata de vaca Bauhinia forficata 27 2 2 2 1
163 Camboatá vermelho Cupania vernalis 47 1 1 1 1
CC/064/005/2008 725
164 Canela Nectandra lanceolata 14,6 3 1 2 1
165 Canjerana Cabralea canjerana 32,1 2 1 2 1
166 Catinguá Trichilia claussenii 12,8 3 1 2 1
167 Catinguá Trichilia claussenii 26,1 3 1 4 1
168 Canela Nectandra lanceolata 16 3 1 4 1
169 Chal chal Allophylus edulis 15,5 3 1 4 1
170 Canela Nectandra lanceolata 14 3 1 4 1
171 Camboatá vermelho Cupania vernalis 28 1 1 1 1
172 Canela Nectandra lanceolata 18 3 1 3 1
173 Quebra-machado Achatocarpus praecox 16 2 1 3 1
174 Cincho Sorocea bomplandii 10,5 3 1 3 1
175 Cincho Sorocea bomplandii 40,8 2 1 1 1
176 Cincho Sorocea bomplandii 10,8 3 1 3 1
177 Cincho Sorocea bomplandii 11,5 3 1 3 1
178 Chá de bugre Casearia silvestris 28 2 1 2 1
179 Canela Ocootea sp 80,7 1 3 1 3
180 Camboatá vermelho Cupania vernalis 95 1 3 1 3
181 Chá de bugre Casearia silvestris 17 3 2 2 2
182 Sobragirana Margaritaria nobilis 18 2 2 3 2
183 Guabiroba Campomanesia guaviroba 15 2 1 3 2
184 Cincho Sorocea bomplandii 17,5 2 1 2 1
185 Chá de bugre Casearia silvestris 28 2 2 2 1
186 Amoreira Morus Nigra 27,5 2 1 2 1
187 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12 3 1 3 1
188 Angico Parapitadenia rigida 64,5 1 1 1 1
CC/064/005/2008 726
189 Camboatá vermelho Cupania vernalis 48,6 1 3 1 3
190 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11 3 1 3 1
191 Figueira Ficus eximia 31,2 1 1 2 1
192 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 19,7 2 1 3 1
193 Camboatá vermelho Cupania vernalis 46 1 1 2 1
194 Ni 31 1 1 1 1
195 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13 3 1 3 1
196 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12,5 3 1 3 1
197 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12,7 3 1 3 1
198 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11,5 3 1 3 1
199 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 23 3 1 3 1
200 Cincho Sorocea bomplandii 20 2 1 2 1
201 Cincho Sorocea bomplandii 24 2 1 2 1
202 Angico Parapitadenia rigida 32,1 2 1 2 1
203 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12 3 1 3 1
204 Aguaí Pouteria gardneriana 56,2 1 1 1 1
205 Açoita cavalo Luehea divaricata 13 3 3 3 1
206 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14 3 3 3 1
* Grande quantidade de árvores mortas caídas
CC/064/005/2008 727
UNIDADE AMOSTRAL N.: 04 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem direita do das Antas
UTM 6794286 - Nova Roma do Sul - DATA: 07/05/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 207 Açoita cavalo Luehea divaricata 65,3 1 1 2 1
208 Guajuvira Patagonula americana 31,9 1 1 1 1
209 Farinha-seca Machaerium paraguariense 11,2 2 2 2 1
210 Tarumã-de-espinho Citharexylum montevidense 31 2 1 2 1
211 Timbaúva Enterolobium contortisiliquum 20,5 2 1 3 1
212 Farinha-seca Machaerium paraguariense 10,5 3 1 3 1
213 Farinha-seca Machaerium paraguariense 11,5 3 1 3 1
214 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,3 3 1 3 1
215 Guabiroba Campomanesia guaviroba 28,8 2 1 3 1
216 Guabiroba Campomanesia guaviroba 17,7 2 1 3 1
217 Guabiroba Campomanesia guaviroba 17,4 2 1 3 1
218 Eugenia Eugenia ramboi 29 2 1 2 1
219 Canela Nectandra megapotamica 45,6 2 1 1 1
220 Farinha-seca Machaerium paraguariense 26,5 2 1 3 1
221 Cincho Sorocea bomplandii 15 3 1 2 1
222 Pata de vaca Bauhinia forficata 10,1 2 1 3 1
223 Pimenta de macaco Piper aduncum 11,1 3 1 2 1
224 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 19 3 1 2 1
225 Canela Nectandra lanceolata 57 1 1 1 1
226 Pata de vaca Bauhinia forficata 14 3 1 2 1
227 Canela Nectandra lanceolata 39 1 2 2 2
CC/064/005/2008 728
228 Canela Nectandra megapotamica 43,5 1 1 1 1
229 Branquilho Sebastiania comersoniania 18 3 1 2 1
230 Branquilho Sebastiania comersoniania 16,3 3 2 3 2
231 Branquilho Sebastiania comersoniania 29 2 2 2 1
232 Pata de vaca Bauhinia forficata 13 3 2 3 3
233 Branquilho Sebastiania comersoniania 17 2 3 3 2
234 Branquilho Sebastiania comersoniania 28,2 2 2 2 2
235 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 19,3 2 1 2 1
236 Canela Ocootea sp 53,4 1 1 1 1
237 Camboatá vermelho Cupania vernalis 42,6 2 1 2 1
238 Camboatá vermelho Cupania vernalis 14 3 1 3 1
239 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 21 2 1 3 1
240 Araticum do brejo Annona glabra 14 2 1 3 1
241 Branquilho Sebastiania comersoniania 16 2 2 3 2
242 Farinha-seca Machaerium paraguariense 15 3 1 3 1
243 Pata de vaca Bauhinia forficata 14 2 2 3 2
244 Pitanga Eugenia uniflora 12,1 2 1 3 1
245 Araticum do brejo Annona glabra 11,5 2 1 3 1
246 Branquilho Sebastiania comersoniania 18,6 2 1 3 1
247 Branquilho Sebastiania comersoniania 16,8 2 1 3 1
248 Branquilho Sebastiania comersoniania 22,1 2 1 3 1
249 Camboatá vermelho Cupania vernalis 23 2 1 3 1
250 Canela Nectandra megapotamica 49,8 1 1 1 1
251 Canela Nectandra megapotamica 64,2 1 1 1 1
252 Canela Nectandra megapotamica 58 1 1 1 1
CC/064/005/2008 729
253 Camboatá vermelho Cupania vernalis 26 2 1 2 1
254 Branquilho Sebastiania comersoniania 14,1 2 2 3 2
255 Branquilho Sebastiania comersoniania 17,2 2 2 3 1
256 Branquilho Sebastiania comersoniania 17 2 2 3 2
257 Branquilho Sebastiania comersoniania 17 2 2 3 2
258 Branquilho Sebastiania comersoniania 20 2 2 3 2
259 Branquilho Sebastiania comersoniania 45,5 2 2 3 2
260 Branquilho Sebastiania comersoniania 32,5 2 2 3 2
261 Pata de vaca Bauhinia forficata 13 2 2 3 2
262 Branquilho Sebastiania comersoniania 12,1 3 3 3 3
263 Branquilho Sebastiania comersoniania 16,7 2 2 3 2
CC/064/005/2008 730
UNIDADE AMOSTRAL N.: 05 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem esquerda do rio das Antas
UTM 6794926 - Nova Pádua/RS - DATA: 08/05/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 264 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13 3 1 2 1
265 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10 3 3 3 3
266 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 15 2 1 2 1
267 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 17 2 1 2 1
268 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 13 3 1 3 1
269 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10 2 1 3 1
270 Café do mato Faramea montevidensis 43 1 2 2 1
271 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 35 1 1 1 1
272 Araticum Magnolia ovata 17 2 1 2 1
273 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10 3 1 3 1
274 Guabiroba Campomanesia guaviroba 34 2 1 2 1
275 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 19 2 1 2 1
276 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 31,5 2 1 2 1
277 Ni 31 1 1 1 1
278 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,5 3 1 3 1
279 Ni 18 1 1 2 1
280 Ni 26,5 1 1 2 1
281 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 10,5 3 1 1 1
282 Camboatá vermelho Cupania vernalis 12 3 1 3 1
283 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 16,5 2 1 2 1
284 Chal chal Allophylus edulis 30,6 2 1 2 1
CC/064/005/2008 731
285 Camboatá vermelho Cupania vernalis 17,5 2 1 2 1
286 Figueira Ficus eximia 68,5 1 1 1 1
287 Branquilho Sebastiania commersoniana 10,2 3 1 3 1
288 Cangica Rhamnus sphaerosperma 25,5 2 1 2 1
289 Rabo de bugio Lonchocarpus sp 10,5 3 1 3 1
290 Pau ervilha Trichilia elegans 11 3 1 3 1
291 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 19 2 1 2 1
292 Camboatá vermelho Cupania vernalis 17,5 2 1 2 1
293 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,8 3 1 1 1
294 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11 3 1 2 1
295 Canela Nectandra megapotamica 71,5 1 1 1 1
296 Rabo de bugio Lonchocarpus campestris 12,3 3 2 3 1
297 Camboatá vermelho Cupania vernalis 21,5 2 1 3 1
298 Camboatá vermelho Cupania vernalis 13,5 3 1 3 1
299 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11,5 3 1 3 1
300 Pitanga Eugenia uniflora 11 3 1 3 1
301 Pau ervilha Trichilia elegans 10 3 1 3 1
302 Canela Nectandra megapotamica 84 1 1 1 1
303 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13,5 3 1 3 1
304 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 18,5 2 1 2 1
305 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11 3 1 3 1
306 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10 3 1 3 1
307 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,9 3 1 3 1
308 Café do mato Faramea montevidensis 24,3 2 2 1 1
309 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10,2 2 1 3 1
CC/064/005/2008 732
310 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,5 2 1 3 1
311 Pata de vaca Bauhinia forficata 14,1 2 1 3 1
312 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 17,5 2 1 3 1
313 Canela Nectandra megapotamica 76,3 1 1 1 1
314 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10 3 1 3 1
315 Branquilho Sebastiania comersoniania 11,5 3 1 3 1
316 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11,5 3 1 3 1
317 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13 3 1 3 1
318 Angico Parapitadenia rigida 77,5 1 1 1 1
319 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12,3 2 1 3 1
320 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12 3 1 3 1
321 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11,5 3 1 3 1
322 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 16,5 3 1 3 1
323 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12,5 3 1 3 1
324 Araticum do mato Rolinia sylvatica 16 3 1 3 1
325 Ni 21,2 2 1 1 1
326 Araticum Magnolia ovata 14 2 1 2 1
327 Araticum Magnolia ovata 11,3 2 1 2 1
328 Pata de vaca Bauhinia forficata 15,2 2 2 3 2
329 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,3 2 1 3 1
330 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 11,3 2 1 3 1
331 Chal chal Allophylus edulis 18,8 2 1 1 1
332 Pau ervilha Trichilia elegans 10,1 3 1 2 1
333 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13,5 3 1 3 1
334 Canela Nectandra megapotamica 152 1 1 1 1
CC/064/005/2008 733
335 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10,4 3 1 1 1
336 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 10,5 3 1 1 1
337 Vassourão Vernonia discolor 12,2 3 1 2 2
338 Farinha seca Machaerium stipitatum 14,6 2 1 3 1
339 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 13,4 2 1 3 1
340 Pata de vaca Bauhinia forficata 12,7 2 1 2 1
341 Chal chal Allophylus edulis 17,5 2 1 3 1
342 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,3 3 1 3 1
343 Canela Nectandra megapotamica 87,2 1 1 1 2
344 Chal chal Allophylus edulis 16,5 3 1 2 1
345 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 14,5 3 1 3 1
346 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 16 3 1 3 1
347 Pau de tamanco Dendropanax cuneatus 12 3 1 3 1
CC/064/005/2008 734
UNIDADE AMOSTRAL N.: 06 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem direita do Rio das Antas
UTM 6794997 - Nova Roma do Sul - DATA: 18/06/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 348 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 13 3 2 4 1
349 Sucará Daphnopsis spinescens 15,7 2 1 2 1
350 Pata de vaca Bauhinia forficata 12 2 2 2 2
351 Vassourão branco Piptocarpha angustifolia 34 2 1 1 1
352 Angico Parapitadenia rigida 19 2 2 2 2
353 Tanheiro Alchornea triplinervea 15 2 1 1 1
354 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 22,5 2 1 2 1
355 NI 22,5 2 1 2 1
356 Baga de bugre Solanum sp 17 2 1 2 1
357 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 27 2 1 2 1
358 Tanheiro Alchornea triplinervea 32 2 1 2 1
359 Canela Nectandra megapotamica 46 1 1 1 1
360 Tanheiro Alchornea triplinervea 18,5 2 1 2 1
361 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 32,5 2 1 2 1
362 Canela Nectandra lanceolata 19 2 1 3 1
363 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 31 2 1 2 1
364 Baga de bugre Solanum sp 15 2 1 2 1
365 Canela Nectandra megapotamica 16,25 3 3 4 2
366 Canela Nectandra megapotamica 18 3 3 4 2
367 Cabreuva Mirocarpus frondosus 15 2 2 2 1
368 Tanheiro Alchornea triplinervea 17 2 2 2 1
CC/064/005/2008 735
369 Canela Nectandra megapotamica 34 1 1 1 1
370 Cabreuva Mirocarpus frondosus 13,5 2 1 3 1
371 Canela Nectandra megapotamica 62 1 1 1 1
372 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 14 1 1 2 1
373 Canela Nectandra megapotamica 19,5 2 1 3 1
374 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 22 2 1 3 1
375 Canela Nectandra megapotamica 68,5 1 1 1 1
376 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 19,33 2 2 3 2
377 Canela Nectandra megapotamica 23 2 1 1 1
378 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,5 3 1 3 1
379 Ni 12 3 2 3 2
380 Camboatá vermelho Cupania vernalis 23 2 2 2 1
381 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 11 3 1 3 1
382 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 12 3 1 3 1
383 Canela Nectandra megapotamica 32 1 1 1 1
384 Ni 14,5 2 1 3 1
385 Canela Nectandra megapotamica 64,5 1 1 1 1
386 Canela Ocotea sp 10,5 2 1 2 1
387 Baga de bugre Solanum sp 10,5 3 1 3 1
388 Chá de bugre Casearia obliqua 14 3 1 3 1
389 Açoita cavalo Luehea divaricata 35 2 1 2 1
390 Baga de bugre Solanum sp 12,5 2 1 2 1
391 Camboatá vermelho Cupania vernalis 12,5 2 1 2 1
392 Chá de bugre Casearia obliqua 25,6 2 1 2 1
CC/064/005/2008 736
UNIDADE AMOSTRAL N.: 07 (contígua a UA 06) LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem direita do Rio das Antas
UTM 6794997 - Nova Roma do Sul - DATA: 19/06/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 393 Camboatá vermelho Cupania vernalis 20 2 1 2 1
394 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,5 2 1 2 1
395 Ni 14 2 1 2 1
396 Angico Parapitadenia rigida 61 1 1 1 1
397 Camboatá vermelho Cupania vernalis 17 2 1 2 1
398 Camboatá vermelho Cupania vernalis 18,7 2 1 2 1
399 Tanheiro Alchornea triplinervea 14,9 2 1 2 1
400 Grápia Apuleia leiocarpa 11,5 2 1 2 1
401 Camboatá vermelho Cupania vernalis 33
402 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,7 3 1 3 1
403 Sobragirana Margaritaria nobilis 12,8 3 1 3 1
404 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,1 3 1 3 1
405 Canela Nectandra megapotamica 41,1 1 1 1 1
406 Camboatá vermelho Cupania vernalis 28,7 2 1 2 1
407 Tanheiro Alchornea triplinervea 36 2 1 2 1
408 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 28 2 1 2 1
409 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,75 3 1 2 1
410 Camboatá vermelho Cupania vernalis 22,2 2 1 2 1
411 Angico Parapitadenia rigida 33,3 2 1 2 1
412 Canela Ocotea sp 53,2 1 1 1 1
413 Angico Parapitadenia rigida 12,2 3 1 3 1
CC/064/005/2008 737
414 Angico Parapitadenia rigida 13 3 1 3 1
415 Angico Parapitadenia rigida 54 1 1 1 1
416 Eugenia Eugenia sp 15,66 3 1 3 1
417 Sobragirana Margaritaria nobilis 17 3 1 3 1
418 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 23,5 2 1 2 1
419 Angico Parapitadenia rigida 18 2 1 3 1
420 Canela Nectandra megapotamica 48,5 1 1 1 1
421 Camboatá vermelho Cupania vernalis 25,35 2 1 1 1
422 Aguaí Pouteria gardneriana 36 1 1 2 1
423 Camboatá vermelho Cupania vernalis 17,15 2 1 2 1
424 Tanheiro Alchornea triplinervea 14 3 1 3 1
425 Tanheiro Alchornea triplinervea 13,8 3 1 3 1
426 Angico Parapitadenia rigida 42,5 1 1 1 1
427 Tanheiro Alchornea triplinervea 10,2 3 1 3 1
428 Angico Parapitadenia rigida 32 2 1 1 1
429 Angico Parapitadenia rigida 48 1 1 1 1
430 Camboatá vermelho Cupania vernalis 21 2 1 2 1
431 Canela Nectandra megapotamica 38,8 1 1 1 1
432 Camboatá vermelho Cupania vernalis 14,5 2 1 3 1
433 Grápia Apuleia leiocarpa 15,2 3 1 3 1
434 Camboatá vermelho Cupania vernalis 15,3 2 1 3 1
435 Camboatá vermelho Cupania vernalis 12,2 3 1 3 1
436 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11,5 2 1 3 1
437 Camboatá vermelho Cupania vernalis 15,5 2 1 3 1
438 Camboatá vermelho Cupania vernalis 15,5 2 1 3 1
CC/064/005/2008 738
439 Camboatá vermelho Cupania vernalis 20,3 2 1 2 1
440 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 19,3 2 1 3 1
441 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19,6 2 1 2 1
442 Eugenia sp 12,5 3 1 2 1
443 Canela Nectandra megapotamica 71,8 1 1 1 1
444 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11 3 1 3 1
445 Pata de vaca Bahuinia forficata 12,6 3 1 3 1
446 Camboatá vermelho Cupania vernalis 18,5 3 1 3 1
447 Camboatá vermelho Cupania vernalis 18,8 3 1 3 1
448 Camboatá vermelho Cupania vernalis 24,7 2 1 2 1
449 Camboatá vermelho Cupania vernalis 13,5 3 1 3 1
450 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11 3 1 4 1
451 Ni 54,8 1 1 1 1
452 Guaçatunga Casearia decandra 19,6 2 1 3 1
453 Canela Ocotea sp 54,5 1 1 1 1
454 Camboatá vermelho Cupania vernalis 31,4 2 1 2 1
455 Angico Parapitadenia rigida 13,6 3 1 3 1
456 Grápia Apuleia leiocarpa 12,8 3 1 3 1
457 Canela Nectandra megapotamica 37,5 1 1 1 1
458 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 16,4 2 1 1 1
459 Ni 26,6 2 1 1 1
460 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,4 3 1 2 1
461 Guajuvira Cordia americana 33,72 2 1 2 1
462 Camboatá vermelho Cupania vernalis 16,8 3 1 3 1
463 Camboatá vermelho Cupania vernalis 17 2 1 3 1
CC/064/005/2008 739
464 Angico Parapitadenia rigida 25 2 1 2 1
465 Canela Ocotea sp 19,3 2 1 2 1
466 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 27 2 1 2 1
467 Canela Nectandra megapotamica 75,6 1 1 1 1
468 Canela Nectandra megapotamica 63,9 1 1 1 1
469 Canela Nectandra megapotamica 17,8 1 1 1 1 Em flor
470 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 18,1 2 2 1 2
471 Tanheiro Alchornea triplinervea 41,2 2 1 2 1
472 Angico Parapitadenia rigida 11,7 3 1 2 1
473 Camboatá vermelho Cupania vernalis 25,2 2 1 2 1
474 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 21,5 3 1 2 1
475 Canela Nectandra megapotamica 11 3 1 3 1
476 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19,6 2 1 3 1
477 Camboatá vermelho Cupania vernalis 24 2 1 2 1
478 Grápia Apuleia leiocarpa 11 3 1 3 1
479 Camboatá vermelho Cupania vernalis 20 2 1 2 1
480 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11,3 3 1 3 1
481 Camboatá vermelho Cupania vernalis 47,8 1 1 2 1
CC/064/005/2008 740
UNIDADE AMOSTRAL N.: 08 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem esquerda do Rio das Antas
UTM 6796704 - Nova Roma do Sul - DATA: 19/06/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 482 Chá de bugre Casearia silvestris 45,7 1 2 1 2
483 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 30 1 2 1 1
484 Sena Senna corymbosa 11,7 2 1 2 1
485 Canela Nectandra megapotamica 20,6 2 2 2 1
486 Canela Ocotea sp 30,5 2 1 2 1
487 Canela Nectandra megapotamica 27,5 2 1 2 1
488 Guajuvira Cordia americana 28,3 2 1 2 1
489 Chá de bugre Casearia obliqua 10,6 3 2 3 1
490 Celtis Celis ehrenbergiana 24,1 2 2 2 1
491 Canela Nectandra megapotamica 47,5 1 1 1
492 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 24,6 1 1 1
493 Cabreuva Mirocarpus frondosus 18 2 2 2 1
494 Angico Parapitadenia rigida 35 2 2 2 1
495 Angico Parapitadenia rigida 14,6 3 1 2 1
496 Café do mato Faramea montevidensis 44,3 1 1 1 1
497 Ni 23 2 1 2 1
498 Guajuvira Cordia americana 23 2 1 2 1
499 Cabreuva Mirocarpus frondosus 31,1 1 1 1 1
500 Cabreuva Mirocarpus frondosus 10 3 1 2 1
501 Angico Parapitadenia rigida 14,8 3 2 2 1
502 Canela fogo Cryptocarya aschersoniana 16,4 3 1 2 1
CC/064/005/2008 741
503 Angico Parapitadenia rigida 43 1 1 1 1
504 Canela fogo Cryptocarya aschersoniana 16,6 2 1 2 1
505 Vassourão branco Vernonia discolor 21 2 1 2 1
506 Cabreuva Mirocarpus frondosus 14 3 1 3 1
507 Chá de bugre Casearia obliqua 10,7 2 1 2 1
508 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,1 2 1 2 1
509 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 28,7 2 1 2 1
510 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 11,5 3 1 3 1
511 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 10,5 3 1 3 1
512 Pata de vaca Bauhinia forficata 16,23 3 2 3 2
513 Cabreuva Mirocarpus frondosus 10,3 3 1 3 1
514 Ni 21,6 2 2 2 2
515 Ni 22 1 1 1 1
516 Ni 20,7 2 1 1 1
517 Pariparoba Piper amalago 10,3 2 1 3 1
518 Pitangueira Eugenia uniflora 12 3 1 2 1
519 Canela Ocotea sp 25,8 2 1 2 1
520 Açoita cavalo Luehea divaricata 31 1 1 1 1
521 Canela amarela Nectandra lanceolata 11 3 1 2 1
522 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 20,6 2 1 2 1
523 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 59,5 1 1 1 1
524 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 16,2 2 1 2 1
525 Angico Parapitadenia rigida 13 2 1 2 1
526 Pariparoba Piper amalago 12,5 3 1 3 1
527 Pariparoba Piper amalago 18 3 1 2 1
CC/064/005/2008 742
528 Canela Ocotea sp 27,8 1 1 1 1
529 Angico Parapitadenia rigida 45,2 1 1 1 1
530 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,3 3 1 3 1
531 Pariparoba Piper amalago 16 2 1 2 1
532 Pariparoba Piper amalago 10,7 3 1 3 1
533 Canela Nectandra megapotamica 55,25 1 1 1 1
534 Angico Parapitadenia rigida 20,3 2 1 2 1
535 Cabreuva Mirocarpus frondosus 13,6 3 1 3 1
536 Chá de bugre Casearia obliqua 30,3 3 1 3 1
537 Angico Parapitadenia rigida 15,75 3 2 3 1
538 Branquilho Sebastiania commersoniana 14,4 2 1 4 1
539 Canela Nectandra megapotamica 36 2 1 2 1
540 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 22,3 2 1 3 1
541 Cabreuva Mirocarpus frondosus 10,7 3 1 3 1
542 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 69 1 1 1 1
543 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 30,7 2 1 2 1
544 Cabreuva Mirocarpus frondosus 17,6 2 1 2 1
545 Canela amarela Nectandra lanceolata 11,8 3 1 4 1
546 Canela fogo Cryptocarya aschersoniana 28,7 2 1 2 1
547 Mamica de cadela Zanthoxylum petiolare 21,75 1 1 3 1
548 Canela amarela Nectandra lanceolata 13 3 1 4 1
549 Canela Aiouea saligna 21,8 2 1 3 1
550 Branquilho Sebastiania commersoniana 24,6 2 1 2 1
551 Canela Aiouea saligna 15,45 2 1 2 1
CC/064/005/2008 743
UNIDADE AMOSTRAL N.: 09 (contígua a UA 08) LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem esquerda do Rio das Antas
UTM 6796704 - Nova Roma do Sul - DATA: 19/06/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 552 Tanheiro Alchornea triplinervia 26 1 1 1 1
553 Branquilho Sebastiania commersoniana 16,6 1 1 1 1 Em flor
554 Tanheiro Alchornea triplinervia 19,4 2 1 3 1
555 Angico Parapitadenia rigida 18 2 1 1 1
556 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,5 3 1 3 1
557 Ni 22,33 2 2 3 1
558 Branquilho Sebastiania commersoniana 15,7 2 2 2 1
559 Pata de vaca Bauhinia forficata 15 2 2 2 1
560 Umbu Phitlolacca dioica 22,53 1 1 1 1
561 Canela Nectandra lanceolata 72,5 1 1 1 1
562 Canela amarela Nectandra lanceolata 12 3 1 3 1
563 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 30 1 2 2 1
564 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 32,3 2 2 1 2
565 Vassoura Solanum mauritianum 27,8 2 2 3 1
566 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 16,6 3 1 2 1
567 Canela Nectandra lanceolata 39,45 1 1 1 1
568 Cabreúva Mirocarpus frondosus 10,1 3 1 3 1
569 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 16,61 3 2 3 2
570 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 26,33 2 1 1 1
571 Canela sassafrás Ocotea odorifera 46,3 1 1 1 1
572 Cincho Sorocea bomplandii 12,5 2 1 2 1
CC/064/005/2008 744
573 Cabreúva Mirocarpus frondosus 23,8 2 1 2 1
574 Cincho Sorocea bomplandii 13,1 2 1 3 1
575 Canela Ocootea sp 86 1 1 1 1
576 Guajuvira Cordia americana 15,14 3 2 3 1
577 Canela Ocotea sp 54 1 1 1 1
578 Branquilho Sebastiania commersoniana 19,1 2 2 3 2
579 Canela Ocotea sp 36,4 1 2 2 2
580 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 32,45 2 2 2 2
581 Cabreúva Mirocarpus frondosus 11,5 3 2 3 2
582 Cabreúva Mirocarpus frondosus 14,9 3 2 3 2
583 Cabreúva Mirocarpus frondosus 10,9 3 1 3 1
584 Cabreúva Mirocarpus frondosus 12,3 3 1 3 1
585 Amaioua Amaioua intermedia 21,75 2 2 3 1
586 Cincho Sorocea bomplandii 14,1 3 2 3 1
587 Cabreúva Mirocarpus frondosus 12,9 3 2 3 2
588 Cabreúva Mirocarpus frondosus 15,95 3 2 2 1
589 Pata de vaca Bauhinia forficata 13,8 3 3 2 2
590 Cabreúva Mirocarpus frondosus 10,6 2 1 2 1
591 Cabreúva Mirocarpus frondosus 14 2 1 2 1
592 Sucará Gleditsia amorphoides 38,03 1 1 1 1
593 Cabreúva Mirocarpus frondosus 23 2 1 2 1
594 Cabreúva Mirocarpus frondosus 27,4 2 1 2 1
595 Cabreúva Mirocarpus frondosus 33,65 2 1 2 1
596 Cincho Sorocea bomplandii 11 3 1 4 1
597 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,85 3 1 4 1
CC/064/005/2008 745
598 canela Nectandra megapotamica 43,3 1 2 1 2
599 Cabreúva Mirocarpus frondosus 13,2 3 1 3 1
600 Imbuia Ocotea porosa 15,65 3 1 3 1
601 Canela amarela Nectandra lanceolata 14 3 1 3 1
602 Guamirim Calyptrantes sp 21,4 2 1 1 1
603 Canela Ocotea sp 59,5 1 1 3 1
604 Canela Nectandra megapotamica 40,85 1 1 1 1
605 Casearia Casearia obliqua 22 3 1 3 1
606 Cabreúva Mirocarpus frondosus 20,16 2 1 2 1
607 Mamica de cadela Zanthoxylum fagara 32,7 2 1 2 1
608 Canela amarela Nectandra lanceolata 11,4 3 1 3 1
609 Canela amarela Nectandra lanceolata 10,6 3 1 3 1
610 Canela Ocotea sp 20,6 1 1 2 1
611 Canela Ocotea sp 35 1 1 1 1
612 Pata de vaca Bauhinia forficata 29,92 2 3 2 2
613 Licurana Hieronyma alchorneoides 58,62 1 2 1 1
614 Canela Nectandra megapotamica 43,8 1 1 1 1
CC/064/005/2008 746
UNIDADE AMOSTRAL N.: 10 LOCAL: Área de alague UHE Castro Alves – margem direita do Rio das Antas
UTM 6798213 - Nova Roma do Sul - DATA: 25/06/2008 N.° Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 615 Branquilho Sebastiania commersoniana 22,02 2 2 2 1
616 Canela Ocotea sp 32,6 1 1 1 1
617 Angico Parapitadenia rigida 25 2 2 1 1
618 Angico Parapitadenia rigida 11,9 3 1 2 1
619 Canela Ocotea sp 30 1 1 1 1
620 Angico Parapitadenia rigida 36,25 1 2 1 2
621 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 21,73 3 2 3 2
622 Camboatá vermelho Cupania vernalis 26,8 1 1 1 1
623 Angico Parapitadenia rigida 17,8 2 1 2 1
624 Camboatá vermelho Cupania vernalis 22 2 1 2 1
625 Capororoca Myrsine sp 12 3 2 3 1
626 Camboatá vermelho Cupania vernalis 19,5 2 1 2 1
627 Angico Parapitadenia rigida 20,6 2 2 3 1
628 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11 2 1 3 1
629 Camboatá vermelho Cupania vernalis 24 1 1 2 1
630 Angico Parapitadenia rigida 10,2 3 1 3 1
631 Branquilho Sebastiania commersoniana 12,5 3 2 3 1
632 Angico Parapitadenia rigida 17,8 2 2 2 1
633 Tanheiro Alchornea triplinervia 25,8 2 2 2 1
634 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 12,5 2 2 2 1
635 Canela Ocotea sp 57,5 1 1 1 1
CC/064/005/2008 747
636 Camboatá vermelho Cupania vernalis 11,4 3 1 3 1
637 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,9 3 1 3 1
638 Camboatá vermelho Cupania vernalis 13,5 2 1 2 1
639 Uva do japão Uvenia dulcis 64 1 1 1 2
640 Branquilho Sebastiania commersoniana 15,3 2 2 2 1
641 Angico Parapitadenia rigida 22,1 2 1 3 1
642 Angico Parapitadenia rigida 22,1 2 1 2 1
643 Canela Nectandra megapotamica 44,8 1 1 1 1
644 Limoeiro Randia ferox 11,77 3 3 3 2
645 Angico Parapitadenia rigida 35 1 2 1 2
646 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 20 1 1 1 1
647 Angico Parapitadenia rigida 15,5 2 1 2 1
648 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 48 2 1 1 1
649 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 28,75 1 3 2 2
650 Branquilho Sebastiania commersoniana 38 2 3 3 1
651 Ni 23 1 1 2 1
652 Tanheiro Alchornea triplinervia 20,1 2 2 2 1
653 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 27,3 2 2 2 1
654 Angico Parapitadenia rigida 10,5 3 3 3 1
655 Canela Ocotea sp 21 2 1 3 1
656 Tanheiro Alchornea triplinervia 21,3 2 3 2 2
657 Canela Nectandra megapotamica 18,1 2 2 2 1
658 Angico Parapitadenia rigida 22,5 2 1 2 1
659 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 20,8 3 3 3 2
660 Angico Parapitadenia rigida 34,4 1 2 1 1
CC/064/005/2008 748
661 Ni 20,53 2 2 3 2
662 Angico Parapitadenia rigida 13 2 2 2 1
663 Casca de anta Drimys angustifolia 16,4 3 1 4 1
664 Angico Parapitadenia rigida 13,2 2 2 4 1
665 Ni 38,15 1 1 1 1
666 Angico Parapitadenia rigida 15,1 2 2 2 1
667 Angico Parapitadenia rigida 23,7 2 2 2 1
668 Angico Parapitadenia rigida 32 2 2 2 1
669 Casearia Casearia silvestris 29,5 2 1 3 1
670 Timbaúva Enterolobium contorstisiliqum 40,06 1 1 1 1
671 Uva do japão Uvenia dulcis 10,5 3 2 3 1
672 Branquilho Sebastiania commersoniana 21,95 1 1 2 1
673 Angico Parapitadenia rigida 20,42 2 1 3 1
674 Angico Parapitadenia rigida 12,3 3 1 3 1
675 Canela Nectandra megapotamica 48 1 1 1 1
676 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 10,5 3 2 3 1
677 Angico Parapitadenia rigida 13,2 2 2 2 2
678 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10 3 2 3 1
CC/064/005/2008 749
UNIDADE AMOSTRAL N.: 11 LOCAL: Casa de Força UHE Castro Alves –margem direita do Rio das Antas
Acima do bota fora, a montante do túnel de desemboque Nova Roma do Sul - DATA: 05/08/2008
N.: Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação 679 Mirtácea Eugenia sp 45,5 1 1 1 1
680 Canela Amarela Nectandra lanceolata 12,3 3 1 4 1
681 Canela Amarela Nectandra lanceolata 15,5 3 1 4 1
682 Canela Amarela Nectandra lanceolata 14,63 3 1 4 1
683 Mirtácea Myrcia sp 38 1 1 1 1
684 Embira Daphnopsis racemosa 33,2 1 2 1 2
685 Mirtácea Eugenia sp 24,3 1 2 1 1
686 Canela Amarela Nectandra lanceolata 12,9 3 1 3 1
687 Ni Fabaceae 26,5 1 2 1 2
688 Cabriúva Mirocarpus frondosus 16,4 2 1 3 1
689 Canela Amarela Nectandra lanceolata 13,5 3 1 4 1
690 Canela Ocootea sp 36,8 1 1 1 1
691 Canela Amarela Nectandra lanceolata 11,3 3 1 4 1
692 Canela Amarela Nectandra lanceolata 13 3 1 4 1
693 Canela Amarela Nectandra lanceolata 17 3 1 4 1
694 Canela Amarela Nectandra lanceolata 13,6 3 1 4 1
695 Canela Nectandra megapotamica 21,9 2 2 2 2
696 Canela Ocootea sp 32 2 1 2 1
697 Canela Amarela Nectandra lanceolata 13 3 1 3 1
698 Cincho Sorocea bomplandii 23 2 2 2 2
699 Canela Amarela Nectandra lanceolata 27,7 2 1 3 1
CC/064/005/2008 750
700 Cincho Sorocea bomplandii 19,5 2 1 3 1
701 Catiguá Trichilia clauseni 18,5 2 1 2 1
702 Mirtácea Ni 29,8 2 2 2 1
703 Canela Nectandra megapotamica 62,5 1 1 1 1
704 Canela Amarela Nectandra lanceolata 17 2 1 2 1
705 Canela Amarela Nectandra lanceolata 10 3 1 4 1
706 Canela Amarela Nectandra lanceolata 17,4 3 1 4 1
707 Canela Amarela Nectandra lanceolata 17,5 3 1 4 1
708 Canela Amarela Nectandra lanceolata 12,5 3 1 4 1
709 Canela Amarela Nectandra lanceolata 10 3 1 4 1
710 Mirtácea Myrcia sp 38,4 1 2 1 2
711 Catiguá Trichilia clauseni 19,9 2 2 2 2 Em flor
712 Mirtácea Myrcia sp 32,1 1 1 2 2
713 Cabriúva Mirocarpus frondosus 19,1 2 2 2 2
714 Catiguá Trichilia clauseni 15,5 3 2 2 2
715 Cincho Sorocea bomplandii 16 3 2 4 2
716 Canela Nectandra megapotamica 41,2 1 2 1 2
717 Canela Nectandra megapotamica 39,5 1 2 1 2
718 Ni 10 3 2 4 1
719 Embira Daphnopsis racemosa 15 3 3 4 1
720 Canela Nectandra megapotamica 62 1 2 1 2
721 Canela Nectandra megapotamica 31 1 2 1 2
722 Ni 16,5 3 2 3 1
723 Canela Nectandra megapotamica 27,7 2 2 2 2
724 Açoita cavalo Luehea divaricata 52,6 1 1 1 1
CC/064/005/2008 751
725 Pau ervilha Trichilia elegans 21,1 2 2 2 2
726 Canela Nectandra megapotamica 35,5 2 2 2 2
727 Canela Amarela Nectandra lanceolata 11,6 3 1 3 1
728 Açoita cavalo Luehea divaricata 44,4 1 2 2 2
729 Ni 40,8 1 4 1 3
730 Cabriúva Mirocarpus frondosus 14,5 3 2 3 1
731 Ni 15,2 3 1 3 1
732 Canela Amarela Nectandra lanceolata 15,1 3 1 3 1
733 Canela Amarela Nectandra lanceolata 19,3 3 1 4 1
734 Catiguá Trichilia clauseni 33,4 1 1 1 1
735 Canela Nectandra megapotamica 35,9 1 2 1 1
CC/064/005/2008 752
UNIDADE AMOSTRAL N.: 12 LOCAL: Casa de Força UHE Castro Alves –margem direita do Rio das Antas
A montante do túnel de desemboque, acima do bota fora Nova Roma do Sul – DATA: 06/08/2008
N.: Nome Popular Nome Científico CAP PS Sn Lc V Floração Frutificação
736 Camboatá vermelho Cupania vernalis 39,2 2 1 2 1
737 Ingá Ingá sessilis 35 3 3 4 2
738 Chal chal Allophilus edulis 10 3 1 4 1 Em flor
739 Cedro Cedrela fissilis 72,7 1 1 1 1
740 Camboatá branco Matyba elaaegnoides 10,2 3 1 4 1
741 Açoita cavalo Luehea divaricata 24,2 2 2 2 2 Sem folhas
742 Catiguá Trichilia clauseni 18,5 2 1 3 1
743 Triquilha Trichilia elegans 14,8 2 1 3 1
744 Ingá Ingá sessilis 13,3 3 1 4 1
745 Camboatá vermelho Cupania vernalis 21,6 2 1 3 1
746 Canela Nectandra megapotamica 81,2 1 1 1 1
747 Grápia Apuleia leiocarpa 64,8 1 1 1 1
748 Camboatá vermelho Cupania vernalis 14,1 3 2 3 2
749 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,8 3 2 3 1
750 Grápia Apuleia leiocarpa 24,7 2 1 2 1
751 Cincho Sorocea bomplandii 20,2 3 1 3 1
752 Canela Amarela Nectandra lanceolata 41,6 1 1 1 1
753 Cincho Sorocea bomplandii 12 3 1 4 1
754 Cincho Sorocea bomplandii 12,3 3 1 4 1
755 Canela Amarela Nectandra lanceolata 75,5 1 1 1 1
CC/064/005/2008 753
756 Cincho Sorocea bomplandii 16 3 1 4 1
757 Camboatá vermelho Cupania vernalis 78 1 1 1 1
758 Chá de bugre Casearia silvestris 22,8 2 1 2 1
759 Ingá Ingá sessilis 22,3 2 1 3 1
760 Ni Canela 13,7 2 1 3 1
761 Ni 159 1 2 1 1
762 Grápia Apuleia leiocarpa 23 2 1 2 1
763 Ni 32,6 2 2 3 1
764 Cedro Cedrela fissilis 65,7 1 1 1 1
765 Urtigão Urera baciifera 20,3 3 3 2 2
766 Camboatá vermelho Cupania vernalis 86,2 1 1 1 1
767 #
768 Cabriúva Mirocarpus frondosus 12,5 3 1 3 1
769 Camboatá vermelho Cupania vernalis 10,2 3 1 3 1
770 Camboatá vermelho Cupania vernalis 21,2 2 1 2 1
771 Canela Amarela Nectandra lanceolata 13,6 3 1 3 1
772 Carvoeiro Amaioua intermedia 14 3 1 3 1 Em flor
773 Canela Nectandra megapotamica 56,1 1 1 1 1
774 Carvoeiro Amaioua intermedia 17 3 1 3 1
775 Camboatá branco Matayba elaeagnoides 19,3 2 1 2 1
776 Canela Nectandra megapotamica 13,9 2 1 2 1
777 Cincho Sorocea bomplandii 10 3 1 3 1
778 Camboatá vermelho Cupania vernalis 35,7 1 1 1 1
779 Camboatá vermelho Cupania vernalis 23,6 2 1 2 1 767 # = Placa extraviada
CC/064/005/2008 754
5. PROGRAMA DE CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO DE MACRÓFITAS
5.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos No terceiro trimestre de 2008, foram realizadas as atividades de monitoramento da proliferação de macrófitas no reservatório das UHEs Monte Claro e Castro Alves, de acordo com o estabelecido no PBA. No trimestre correspondente a esse relatório, foram realizadas vistorias pela equipe de meio ambiente no reservatório da UHE Monte Claro nos dias 15 e 21 de julho, 14 e 28 de agosto e 10 e 26 de setembro. Não foram identificados focos de macrófitas aquáticas com potencial invasor. Já nos dias 09, 21 e 24 de julho, 08 e 20 de agosto e 05 e 18 de setembro vistoriou-se o reservatório da UHE Castro Alves a fim de verificar a presença de macrófitas com potencial de se tornar planta invasora. Não foram encontrados exemplares com tal característica nesse período. No dia 29 de julho foi realizada a campanha de monitoramento pós-echimento do reservatório da UHE Castro Alves, de acordo com o estabelecido no PBA, sob a coordenação da FAURGS. No dia 29 do mês seguinte foi realizada a limpeza de detritos acumulados junto à contenção instalada próximo da Tomada d’água da UHE Castro Alves. Notou-se a presença de macrófitas aquáticas do tipo alface d’água (Pistia stratiotes), consideradas como espécie com potencial de se tornar invasora e prejudicial aos reservatórios. Este material foi removido imediatamente, evitando assim a proliferação ao longo do reservatório.
5.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre No próximo trimestre será dada continuidade às vistorias de monitoramento da ocorrência de macrófitas aquáticas no reservatório das UHEs Monte Claro e Castro Alves 5.3. Conclusões As atividades do Programa de Controle da Proliferação de Macrófitas Aquáticas estão sendo realizadas de acordo com o previsto no Plano Básico Ambiental.
CC/064/005/2008 755
6. PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO
6.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos 6.1.1. Atividades do Viveiro de Nova Roma do Sul Nos meses de julho e agosto foi realizada semeadura das seguintes espécies:
- angico vermelho (Parapiptadenia rigida); - carne-de-vaca (Styrax leprosum); - caroba (Jacaranda micrantha); - cedro (Cedrela fissilis); - chal-chal (Allophylus edulis).
Durante o terceiro trimestre foi realizada a repicagem de 5.160 mudas das seguintes espécies nativas e o enchimento de 7.876 saquinhos de terra para a repicagem.
- angico-vermelho; - araucária; - batinga-vermelha; - camboatá-vermelho; - canela-guaicá; - canjerana; - capororoca; - cedro; - cerejeira-do-mato; - cocão; - figueira; - ingá; -murta; - pitangueira; - tarumã-de-espinho.
As doações, no período, compreenderam 1.975 mudas das seguintes espécies:
- angico vermelho; - araçá vermelho; - araucária; - açoita-cavalo; - caliandra; - catiguá-vermelho; - cedro; - chal-chal; - ipê; - pitangueira, e - tarumã.
CC/064/005/2008 756
6.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre No próximo trimestre será dada continuidade à produção de mudas no viveiro em Nova Roma do Sul, bem como a continuidade e manutenção dos plantios nas APPs. 6.3. Conclusões O Programa de Reflorestamento é realizado em cumprimento as exigências de reposição florestal e segue o cronograma de obras das usinas do Complexo.