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Julho | 2018 E17015 RR Planning, Lda. Av. Gomes Freire, n.º 18 2760 – 066 Caxias | PORTUGAL T +351 218 258 892 E [email protected] Relatório de Estado do Ordenamento do Território (REOT) de Arruda dos Vinhos

Relatório de Estado do Ordenamento do Território (REOT) de ......A avaliação dos planos territoriais encontra-se consagrada no Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que aprova

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Julho | 2018

E17015

RR Planning, Lda.

Av. Gomes Freire, n.º 18

2760 – 066 Caxias | PORTUGAL

T +351 218 258 892

E [email protected]

Relatório de Estado do Ordenamento do Território (REOT)

de Arruda dos Vinhos

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 3

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

2. ENQUADRAMENTO ..................................... ............................................................ 10

2.1. ENQUADRAMENTO LEGAL DO REOT ............................................................................................. 10

2.2. HISTÓRICO DO PDM DE ARRUDA EM VIGOR E OUTROS PMOT ....................................................... 10

2.3. REVISÃO DO PDM DE ARRUDA DOS VINHOS ................................................................................. 12

3. NOVO CONTEXTO ESTRATÉGICO E DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ..... 16

4. AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO .. ..................... 21

4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 21

4.2. SISTEMA BIOFÍSICO E AMBIENTAL ................................................................................................ 23

4.3. SISTEMA SOCIOECONÓMICO E CULTURAL ..................................................................................... 31

4.4. SISTEMA URBANO ........................................................................................................................ 42

5. RECOMENDAÇÕES PARA A REVISÃO DO PDM ............... ................................... 55

ANEXOS

Anexo I – Instrumentos de Gestão Territorial (Âmbit o Nacional e Regional)

Anexo I. 1 | Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território .............................. 57

Anexo I. 2 | Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo ..................... 65

Anexo I. 3 | Plano Nacional da Água ............................................................................................... 75

Anexo I. 4 | Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Tejo e Ribeiras do Oeste ....................... 77

Anexo I. 5 | Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste ................................................... 79

Anexo I. 6 | Plano Rodoviário Nacional ............................................................................................ 83

Anexo II.A – Planos e Programas Estratégicos (Âmbit o Supramunicipal)

Anexo II.A. 1 | Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ............................................. 85

Anexo II.A. 2 | Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade ...................... 87

Anexo II.A. 3 | Estratégia Nacional para as Florestas ..................................................................... 89

Anexo II.A. 4 | Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios ........................................ 91

Anexo II.A. 5 | Programa Nacional para as Alterações Climáticas .................................................. 93

Anexo II.A. 7 | Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética 2013-2016 ........................... 95

Anexo II.A. 8 | Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis 2013-2020......................... 97

Anexo II.A. 9 | PENSAAR 2020 - Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais ...................................................................................................... 99

Anexo II.A. 10 | Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água ............................................... 101

Anexo II.A. 11 | Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais ............. 103

Anexo II.A. 12 | Plano Nacional de Gestão de Resíduos .............................................................. 105

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Anexo II.A. 13 | Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020 ................................... 107

Anexo II.A. 14 | Estratégia para o Turismo 2027 ........................................................................... 109

Anexo II. 15 | Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+) ............ 111

Anexo II.A. 16 | Política Nacional de Arquitetura e Paisagem ....................................................... 113

Anexo II.A. 17 | Programa de Desenvolvimento Rural 2020 ......................................................... 115

Anexo II.A. 18 | Programa Operacional Regional do Centro – Centro 2020 ................................. 117

Anexo II.B – Planos e Programas Estratégicos (Âmbit o Municipal)

Anexo II.B. 1 | | Áreas de Reabilitação Urbana e o Plano de Ação de Regeneração Urbana ...... 119

Anexo II.B. 2 | Documento Estratégico Arruda2025 ...................................................................... 123

Anexo II.B. 3| Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ..................................... 125

Anexo II.B. 4 | Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil................................................. 127

QUADROS

Quadro 3.1 |Planos e Programas ..................................................................................................... 16

Quadro 4.1 | Proposta de indicadores ............................................................................................. 21

Quadro 4.2 | Ocupação do solo 2007 e 2010 .................................................................................. 23

Quadro 4.3 | Comparação da RAN em vigor e RAN Bruta .............................................................. 25

Quadro 4.4 | Comparação da REN em vigor com a Proposta de REN Bruta ................................. 26

Quadro 4.5 | Operadores de sucata do município de Arruda dos Vinhos ....................................... 30

Quadro 4.6 | População Residente 1991, 2001, 2011 e 2016 e Variação 1991-2001 e 2001-2011 32

Quadro 4.7 | Densidade Populacional 1991, 2001 e 2011 .............................................................. 32

Quadro 4.8 | Índice de envelhecimento 1991, 2001 e 2011 ............................................................ 33

Quadro 4.9| Distribuição das empresas, pessoal ao serviço e volume de negócios nas empresas sedeadas por CAE, em 2016, e variação dos totais 2004-2016 ..................................................... 36

Quadro 4.10| Representatividade do vinho de qualidade, 1997 e 2017* ........................................ 39

Quadro 4.11| Alojamento local registado no município de Arruda dos Vinhos ................................ 39

Quadro 4.12| Agentes de animação turística registados no município de Arruda dos Vinhos ........ 39

Quadro 4.13| Património classificado e em vias de classificação no município de Arruda dos Vinhos .......................................................................................................................................................... 40

Quadro 4.14| Património imóvel (não classificado ou em vias de classificação) do município de Arruda dos Vinhos ............................................................................................................................ 40

Quadro 4.15 | Edifícios em 1991, 2001 e 2011 e variação .............................................................. 42

Quadro 4.16 | Alojamentos em 1991, 2001 e 2011 e variação........................................................ 42

Quadro 4.17 | Fogos e edifícios licenciados em construções novas e nº de fogos por edifício entre 1997 e 2016 ..................................................................................................................................... 45

Quadro 4.18 | Compromissos assumidos pelo município entre 1997 e 2018 (maio) ...................... 46

Quadro 4.19 | Área ocupada e comprometida dos perímetros urbanos do PDM em vigor (ha e %) .......................................................................................................................................................... 48

Quadro 4.20 | Taxa de ocupação das Áreas Industriais do município de Arruda dos Vinhos ........ 50

Quadro 4.21 | Avaliação do grau de concretização das propostas do PDM em vigor .................... 52

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 5

FIGURAS

Figura 2.1 | Principais momentos e elementos produzidos no âmbito da Revisão do PDM ........... 13

Figura 4.1 | Ocupação do solo em 2010 .......................................................................................... 24

Figura 4.2 | Comparação da RAN em vigor e RAN Bruta ................................................................ 25

Figura 4.3 | Comparação REN em vigor e REN Bruta ..................................................................... 27

Figura 4.4 | Área percorrida por incêndios florestais, 2008-2017 .................................................... 29

GRÁFICOS

Gráfico 4.1 | Variação da População Residente, 2001-2011 ........................................................... 31

Gráfico 4.2 | Alunos matriculados no ensino não superior* 1999/2000-2015/2016......................... 34

Gráfico 4.3 | Composição dos alunos matriculados no município de Arruda dos Vinhos, 2015/2016 .......................................................................................................................................................... 35

Gráfico 4.4 | Índice do poder de compra per capita, 1973-2015 (Portugal=100) ............................ 35

Gráfico 4.5 | Produção vinícola total, 1997-2017 ............................................................................. 38

Gráfico 4.6 | Proporção de alojamentos familiares sem pelo menos uma infraestrutura básica*, 1991, 2001 e 2011 ..................................................................................................................................... 43

Gráfico 4.7 | Edifícios concluídos – construção nova e ampliação – entre 1997 e 2016 ................ 44

Gráfico 4.8 Alvarás de licença de construção e de utilização entre 1997 e 2018 (maio) ................ 47

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INFORMAÇÃO SOBRE O DOCUMENTO E AUTORES

Cliente Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos

Referência do Projeto E17015

Descrição do Documento Relatório de Estado do Ordenamento do Território

Fase -

Versão Para discussão pública

Referência do Ficheiro E17015_REOT_Arruda_V3.docx

N.º de Páginas 127

Autores Equipa do Plano

Outras Contribuições

Diretor de Projeto Romana Rocha

Data 11 de julho de 2018

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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GLOSSÁRIO DE SIGLAS

AEREHS Áreas de Elevado Risco de Erosão Hídrica do Solo

ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

APA Agência Portuguesa do Ambiente

ARU Áreas de Reabilitação Urbana

CCDR LVT Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo

CMAV Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos

COS Carta de Ocupação do Solo

Centro 2020

Programa Operacional Regional do Centro – Centro 2020

DGPC Direção Geral do Património Cultural

DGT Direção-Geral do Território

ECD Estudos de Caracterização e Diagnóstico (elaborados no âmbito da revisão do PDM)

ENCNB Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade

ENDS Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável

ENEAPAI Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais

ENF Estratégia Nacional para as Florestas

ERPVA Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental

ET 2027 Estratégia para o Turismo 2027

ICNF Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas

IGT Instrumentos de Gestão Territorial

INE Instituto Nacional de Estatística

LBGPPSTU Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, Ordenamento do Território e de Urbanismo

NEAV Núcleo Empresarial de Arruda dos Vinhos

PDM Plano Diretor Municipal

PDR 2020 Programa de Desenvolvimento Rural

PENSAAR 2020

Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais

PERSU 2020

Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020

PETI3+) Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020

PGRH Plano de Gestão de Região Hidrográfica

PMDFCI Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

PMEPC Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil

PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território

PNA Plano Nacional da Água

PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas

PNAEE Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética

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8 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

PNAER Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis

PNAP Política Nacional de Arquitetura e Paisagem

PNDFCI Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios

PNGR Plano Nacional de Gestão de Resíduos

PNPOT Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território

PNUEA Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

PP Plano de Pormenor

PRN Plano Rodoviário Nacional

PROF Oeste

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste

PROT OVT Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo

RAN Reserva Agrícola Nacional

RCM Resolução de Conselho de Ministros

REN Reserva Ecológica Nacional

REOT Relatório de Estado do Ordenamento do Território

RERAE Regime Extraordinário de Regularização das Atividades Económicas

RJIGT Regime Jurídico de Instrumentos de Gestão Territorial

RJRU Regime Jurídico da Reabilitação Urbana

SNIT Sistema Nacional de Informação Territorial

TP Turismo de Portugal

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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1. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Relatório do Estado do Ordenamento do Território (REOT) do Município de Arruda dos Vinhos, cujo enquadramento legal se encontra detalhado no capítulo 2, e assume como principal desígnio dar continuidade ao processo de Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Arruda dos Vinhos, iniciado em 2000.

O REOT encontra-se organizado de acordo com os seguintes capítulos:

No Capítulo 2 – Enquadramento : Apresenta-se o enquadramento legal dos REOT, o histórico do PDM em vigor e a Revisão do PDM, incluindo a referência aos elementos que apoiam a Avaliação do Estado do Ordenamento do Território, desenvolvido no Capítulo 4 do REOT.

No Capítulo 3 – Novo Contexto Estratégico e de Ordenam ento do Território: São apresentados os novos planos e programas aprovados desde a publicação do PDM, que enquadram as orientações e linhas de desenvolvimento estratégico para o município e para a Região.

No Capítulo 4 – Avaliação do Estado do Ordenamento do Território: São avaliados os temas considerados relevantes para a Revisão do PDM em elaboração, não se limitando a uma mera avaliação das propostas do PDM em vigor.

No Capítulo 5 – Recomendações para a Revisão do PDM : Procede-se à proposta de recomendações para a Revisão do PDM, atendendo às conclusões do trabalho desenvolvido no âmbito do REOT.

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2. ENQUADRAMENTO

2.1. ENQUADRAMENTO LEGAL DO REOT

A avaliação dos planos territoriais encontra-se consagrada no Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que aprova a revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Com efeito, logo no preâmbulo do RJIGT é dada especial relevância à avaliação das políticas de planeamento, indicando a obrigatoriedade de fixação de indicadores destinados a sustentar a avaliação e a monitorização dos programas e dos planos territoriais no respetivo conteúdo documental, de cujos resultados passam a depender diretamente os processos de alteração e revisão dos planos.

De acordo com o número 1 do Artigo 187.º, Capítulo VIII - Avaliação do RJIGT, “As entidades da administração devem promover de forma permanente a avaliação da adequação e concretização da disciplina consagrada nos programas e planos territoriais por si elaborados, suportada nos indicadores qualitativos e quantitativos neles previstos”.

No Artigo 189.º do mesmo diploma, é ainda previsto que, para além das demais obrigações, a Câmara Municipal deve:

• Elaborar de 4 em 4 anos um Relatório de Estado do Ordenamento do Território (REOT), que traduza o balanço da execução dos planos territoriais objeto da avaliação, bem como os níveis de coordenação interna e externa obtidos, servindo para fundamentar uma eventual necessidade de revisão. A não elaboração deste relatório nos prazos previstos poderá determinar a impossibilidade da revisão dos planos municipais;

• Submeter o REOT a um período de discussão pública, de duração não inferior a 30 dias;

• Submeter o REOT à apreciação da assembleia municipal.

2.2. HISTÓRICO DO PDM DE ARRUDA EM VIGOR E OUTROS PMOT

O Plano Diretor Municipal de Arruda dos Vinhos foi ap rovado por Resolução do Conselho de Ministros n.º 14/97, de 28 de janeiro (publicado no Diário da República n.º 23, 1.ª série B, de 28-01-1997), tendo sido posteriormente objeto de 4 alterações por adaptação:

• 1.ª Alteração por adaptação, através do Edital n.º 558/2008, de junho de 2008 (publicado no Diário da República n.º 106, 2.ª série, de 03-06-2008) – procede à alteração do PDM por adaptação ao plano de pormenor da ZIR, incluindo a republicação do regulamento, das plantas de ordenamento e de condicionantes.

• 2.ª Alteração por adaptação, através do Edital n.º 222/2010, de 17 de março (publicado no Diário da República n.º 53, 2.ª série, de 17-03-2010) - procede à adaptação ao Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo, no que respeita especificamente os artigos 27.º e 31.º relativos à edificação no espaço agrícola e no espaço florestal, estabelecendo como parcela mínima de terreno os 4 ha; e o artigo 43.º relativo às normas gerais para os espaços culturais.

• 1.ª Retificação, através da Declaração de Retificação n.º 648/2012, de 17 de maio (publicada no Diário da República n.º 96, 2.ª série, de 17-05-2012) – procede à correção do quadro do n.º 4 do artigo 66.º do Regulamento, relativo ao estacionamento.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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• 3.ª Alteração por adaptação, através da Declaração n.º 28/2017, de 18 de abril (publicada no Diário da República n.º 76,2.ª série, de 18-04-2017) - procede à adaptação ao Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo, no que respeita a edificação no espaço agrícola, estabelecendo que a área mínima da parcela aplicável à ampliação de edifícios será “de 2 ha, podendo ter uma área igual ou superior a 0,50 ha, quando já estiver constituída à data de publicação do PDM, se destine a habitação do proprietário e este se responsabilize pela execução das infraestruturas, sendo obrigatório possuir acesso a caminho público pavimentado e ligação à rede domiciliária de água e eletricidade.”

• 4.ª Alteração por adaptação, através do Aviso n.º 1585/2018, de 2 de fevereiro (publicado no Diário da República n.º 24, 2.ª série, de 02-02-2018) - procede à alteração do PDM por revogação do plano de pormenor da ZIR e a revogação do plano de pormenor da ZIR.

O Plano de Pormenor da ZIR, que seria revogado em 2018, foi aprovado em 20081, tendo “como objectivo agrupar e organizar, espacial e funcionalmente as diferentes unidades industriais, predominantemente ligadas à reciclagem de sucata que de um modo disperso proliferam na freguesia de Arranhó. “A área total de intervenção rondava os 40 ha, correspondendo a uma área total de implantação de 9,4 ha.

Contudo, esta Zona Industrial de Reciclagem (ZIR) nunca seria implantada, face ao preço de solo praticado pelo proprietário, que inviabilizou a transferência das empresas de gestão de resíduos (sucatas) para aquela localização.

Acresce que foram iniciados, desde 2016,quatros Planos de Pormenor para a regularização de unidades industriais de operador de resíduos:

• Plano de Pormenor para Regularização de Unidade Industrial de Operador de Gestão de Resíduos - Ambigroup Demolições, S.A. (RERAE)2;

• Plano de Pormenor para Regularização da Unidade Industrial de Operador de Gestão de Resíduos - FVSA - Futuro Verde Soluções Ambientais, Lda (RERAE)3;

• Plano de Pormenor para Regularização da Unidade Industrial de Operador de Gestão de Resíduos — Reis e Reis — Comércio de Sucata, Lda (RERAE)4;

• Plano de Pormenor da Incoferro (RERAE).

A CMAV encontra-se a proceder à Alteração ao PDM, ao abrigo do Regime Excecional para a Regularização de Atividades Económicas (RERAE), que abrangerá as empresas que obtiveram na Conferência Decisória do pedido de regularização ao abrigo do RERAE parecer favorável ou favorável condicionado. Neste procedimento será alterado o Regulamento do PDM e incluída uma lista em anexo ao mesmo, onde serão identificadas as empresas abrangidas pela Alteração, bem como a planta de ordenamento e a planta de condicionantes. Foi também alterada a carta da RAN bruta.

1 Edital n.º 77/2008, de 18 de janeiro, publicado no Diário da República n.º 13, 2.ª série, de 18-01-2008. 2 Deliberação da Câmara Municipal de 24-07-2017, publicado pelo Aviso n.º 9514/2017, no Diário da República n.º 159, 2.ª série, de 18-08-2017. 3 Deliberação da Câmara Municipal de 28-12-2016, publicado pelo Aviso n.º 1774/2017, no Diário da República n.º 33, 2.ª série, de 15-02-2017. 4 Deliberação da Câmara Municipal de 02-03-2016, publicado pelo Aviso n.º 2215/2017, no Diário da República n.º 44, 2.ª série, de 02-03-2017.

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Além do Plano de Pormenor da ZIR não foi aprovado outro Plano Municipal de Ordenamento do Território (PMOT) durante o período de vigência do PDM, sendo que o Plano Geral de Urbanização de Arruda dos Vinhos5 foi revogado com a entrada em vigor do PDM.

2.3. REVISÃO DO PDM DE ARRUDA DOS VINHOS

A Deliberação da CM para a Revisão do PDM data de 2 de agosto e 20 de dezembro de 2000, tendo sido publicado pela Anúncio n.º 13/2001, no Diário da República n.º 62, 2.ª Série, de 14-03-2001.

O processo de revisão do Plano Diretor Municipal de Arruda dos Vinhos encontrava-se organizado em 3 Fases:

• Fase 1 - Caracterização e Diagnóstico.

• Fase 2 - Proposta Base.

• Fase 3 - Versão Final.

A futura localização do aeroporto condicionou o avanço dos trabalhos do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT) e, consequentemente, da Revisão do PDM de Arruda dos Vinhos.

A Revisão do PDM foi objeto de sucessivas prorrogações, tendo o procedimento caducado devido a disposição do novo RJIGT, que aponta no n.º 6 e 7.º do artigo 76.º que “O prazo de elaboração dos planos municipais pode ser prorrogado, por uma única vez, por um período máximo igual ao previamente estabelecido.” e “O não cumprimento dos prazos estabelecidos determina a caducidade do procedimento.”

É neste contexto que surge a necessidade de elaboração do presente REOT, no sentido de enquadrar a possibilidade de nova deliberação para a Revisão do PDM, sem prejuízo de poderem ser utilizados os elementos já elaborados ou em elaboração, aprovados ou não, no âmbito dos trabalhos de Revisão do PDM desenvolvidos desde 2000.

A figura seguinte pretende sintetizar os principais momentos da Revisão do PDM e os elementos que foram produzidos nesse âmbito (apresentados de seguida), e que serão também considerados na elaboração do presente REOT.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Figura 2.1 | Principais momentos e elementos produzi dos no âmbito da Revisão do PDM

Base de Fundamentação do Processo de Revisão

A “Base de Fundamentação do Processo de Revisão”, desenvolvida em 20026, procede ao enquadramento geral da Revisão do PDM, à caracterização da realidade atual do concelho e dos planos e programas (à data), apresenta os resultados da auscultação pública, propõe os parâmetros para a avaliação do plano e a criação de um Sistema de Informação Geográfica. Este documento encontra-se ultrapassado devido ao atraso verificado na conclusão da Revisão do PDM, contudo o REOT revisita alguns dos fundamentos aí apresentados.

Estudos de Caracterização e Diagnóstico

Os Estudos de Caracterização e Diagnóstico correspondem à Fase da Revisão do PDM, que foram objeto de duas apresentações (e respetiva revisão) à então designada Comissão Mista de Coordenação (CMC),sendo constituído por um conjunto de estudos sectoriais, organizado em 6 volumes e acompanhado das respetivas peças desenhadas, tal como identificados de seguida:

• Volume I – Enquadramento Regional.

• Volume II – Sistema Biofísico.

• Volume III – Sistema Socioeconómico e Cultural.

• Volume IV – Acessibilidades, Equipamentos e Infraestruturas.

• Volume V – Sistema Urbano.

• Volume VI – Síntese do Diagnóstico/ Propostas Preliminares.

• Desenho N.º 1 – Enquadramento Regional

• Desenho N.º 2 – Uso Atual Do Solo

6 Disponível para consulta em: http://www.cm-arruda.pt/_uploads/pdm_basesfundamentacao.pdf

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14 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

• Desenho N.º 3 – Hipsometria / Festos / Talvegues

• Desenho N.º 4 – Declives

• Desenho N.º 5 – Exposições

• Desenho N.º 6 – Análise da RAN

• Desenho N.º 7 – Análise da REN

• Desenho N.º 8 – Carta de Solos

• Desenho N.º 9 – Valores Naturais e Paisagísticos

• Desenho N.º 10 – Riscos

• Desenho N.º 11 – Atividades

• Desenho N.º 12 – Equipamentos Existentes

• Desenho N.º 13 – Património Cultural

• Desenho N.º 14 – Redes de Infraestruturas

• Desenho N.º 15 – Grau de Preenchimento dos Espaços Urbanos

Avaliação Ambiental Estratégica

O arranque da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) da Revisão do PDM coincide com o desenvolvimento da Proposta Base, depois de já ter sido aprovada a Fase 1 pela Comissão de Acompanhamento, visando responder ao solicitado pelo Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de setembro, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, através da alínea c) do número 2 do artigo 86.º, segundo a qual os Planos Diretores Municipais são acompanhados por um Relatório Ambiental que identifica, descreve e avalia os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos.

O Relatório de Definição de Âmbito, que constitui a Fase 1 da AAE e que visa estabelecer âmbito e o alcance da AAE, foi objeto de consulta às Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas (ERAE), entre 2009 e 2010, servindo de referência ao Relatório Ambiental Preliminar que acompanha a Proposta de Plano.

Proposta de Plano

A Proposta Base, que apenas seria apresentada à Comissão de Acompanhamento (CA) em junho de 2011 (na medida em que os prazos da Fase 2 ficaram dependentes da conclusão do PROT OVT e da decisão do NAL), foi constituída pelos seguintes elementos escritos e peças desenhadas:

• Volume I – Relatório.

• Volume II – Proposta de Regulamento.

• Planta de Ordenamento

• Planta de Ordenamento do Perímetro Urbano de Arruda dos Vinhos

• Planta de Ordenamento do Perímetro Urbano de Arranhó

• Planta de Ordenamento do Perímetro Urbano de Cardosas

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 15

• Planta de Ordenamento do Perímetro Urbano de S. Tiago dos Velhos

• Planta de Condicionantes

• Planta de Condicionantes – Proposta de Reserva Ecológica Nacional

• Planta de Condicionantes – Proposta de Reserva Agrícola Nacional

• Planta da Estrutura Ecológica Municipal

Estes elementos foram revistos de acordo com os pareceres recebidos das entidades representadas na Comissão de Acompanhamento, sendo completados com os seguintes elementos, apresentados com a Proposta de Plano em janeiro de 2015:

• Volume III – Programa de Execução

• Planta de Enquadramento

• Planta da Situação Existente

• Perímetros urbanos: área ocupada / área comprometida

• Mapa de Ruído

No período intercalar foram desenvolvidas as propostas de delimitação da Reserva Agrícola Nacional e da Reserva Ecológica Nacional, tendo esta última determinado um novo impasse no processo de Revisão do PDM, enquanto se aguardava a publicação das orientações estratégicas de âmbito nacional e regional publicadas, e posteriormente a aprovação pelas entidades competentes.

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16 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

3. NOVO CONTEXTO ESTRATÉGICO E DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

A elaboração do REOT de Arruda dos Vinhos deverá ter em consideração o enquadramento legal atual, designadamente:

• Lei n.º 31/2014, de 30 de maio – Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo (adiante designado de LBGPPSOTU);

• Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio – Regime Jurídico de Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT);

• Decreto Regulamentar n.º 15/2015, de 19 de agosto, - que estabelece os critérios de classificação e reclassificação do solo, bem como os critérios de qualificação e as categorias do solo rústico e do solo urbano em função do uso dominante, aplicáveis a todo o território nacional.

Desde a publicação do PDM, e especialmente nos últimos anos, assistiu-se a uma importante alteração no enquadramento legislativo do Ordenamento do Território, e à aprovação de novos instrumentos de gestão territorial. Esta dinâmica é acompanhada por uma revolução no contexto estratégico que serve de enquadramento aos mesmos instrumentos de gestão territorial, e que se traduz na aprovação de um conjunto de planos e programas de natureza diversa.

Os Planos e Programas considerados são listados no quadro seguinte, com referência ao ano de publicação, sendo organizado em Instrumentos de Gestão Territorial e Planos e Programas Estratégicos, de âmbito supramunicipal ou municipal.

Quadro 3.1 | Planos e Programas

Instrumentos de Gestão Territorial* Ano** Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território (PNPOT) 2007

(em revisão)

Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT OVT) 2009

Plano Nacional da Água (PNA) 2016

Plano de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) do Tejo e Ribeiras do Oeste (RH5) 2016

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste (PROF Oeste) 2006

Plano Rodoviário Nacional (PRN) 2003

Planos e Programas Estratégicos – Âmbito Supramunic ipal Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030 (ENCNB) 2018

Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) 2007

Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) 2015

Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI) 2007

Estratégia para o Turismo 2027 (ET 27) 2017

PENSAAR 2020 - Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais

2015

Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+) 2011

Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020 (PERSU 2020) 2014

Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) 2013-2016 2013

Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) 2013-2020 2013

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 17

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) 2016

Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR) 2015

Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP) 2015

Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) 2016

Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) 2014

Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) 2012

Programa Operacional Regional do Centro – Centro 2020 2017

Planos e Programas Estratégicos – Âmbito Municipal Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e Plano de Ação de Regeneração Urbana 2015

Documento Estratégico Arruda2025 2016

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) 2015

Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC) 2016 (Consulta Pública)

* O ano corresponde à última versão do Programa, bem como à 1.ª publicação dos Planos.

** São Identificados como Instrumentos de Gestão Territorial os que se encontram listados no Sistema Nacional de Gestão

Territorial (SNIT), consultado em

http://www.dgterritorio.pt/sistemas_de_informacao/snit/igt_em_vigor__snit_/acesso_simples/

Os Instrumentos de Gestão Territorial são identificados de acordo com o constante no Sistema Nacional de Informação Territorial (SNIT) da Direção Geral do Território (DGT) (Quadro 3.1) e analisados no Anexo I.

De acordo com o RJIGT, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, o sistema de gestão territorial organiza-se, num quadro de interação coordenada, em quatro âmbitos, para os quais são aqui identificados os Instrumentos de Gestão Territorial (IGT) que incidem no município de Arruda dos Vinhos7:

• O âmbito nacional e regional – é concretizado através do programa nacional da política de ordenamento do território, os programas setoriais e os programas especiais. A área de intervenção é abrangida, portanto, pelo Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), o Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT OVT), o Plano Nacional da Água (PNA), o Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Tejo e Ribeiras do Oeste (RH5), o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste (PROF Algarve) e o Plano Rodoviário Nacional (PRN).

• O âmbito intermunicipal – é concretizado através de programas intermunicipais, plano diretor intermunicipal, planos de urbanização intermunicipais, e dos planos de pormenor intermunicipais. Contudo, o âmbito intermunicipal não se encontra representado na área de intervenção.

• O âmbito municipal – é concretizado através do plano diretor municipal, planos de urbanização e planos de pormenor. O Plano Diretor Municipal em vigor foi já apresentado no Capítulo 2.2, não existindo outros PMOT em vigor.

7 Levantamento efetuado com base no SNIT – Sistema Nacional de Informação Territorial, que inclui todos os Instrumentos de Gestão Territorial em vigor que se encontram registados ou depositados na DGT - Direção Geral do Território.

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Os Planos e Programas Estratégicos considerados no âmbito do REOT são listados no Quadro 3.1, de acordo com o seu âmbito supramunicipal e municipal e são analisados individualmente nos Anexo II.A e Anexo II.B.

Sintetizam-se de seguida as principais alterações no contexto estratégico e do ordenamento do território tendo por referência os temas principais identificados.

Sustentabilidade e Biodiversidade

A nível nacional, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, que data já de 2007, determina uma estratégia transversal para o desenvolvimento sustentável, atendendo aos domínios económico, social, ambiental e de responsabilidade social.

Ainda anterior à Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, foi aprovada em 2001 e revista em 2018, a Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, que visa a conservação da natureza e da diversidade biológica, promovendo uma utilização sustentável desses recursos. Esta foi revista em 2018

Nesta estratégia destaca-se, entre outras, a opção pela constituição da Rede Fundamental de Conservação da Natureza, que é constituída pelas áreas de Reserva Agrícola Nacional (RAN), Reserva Ecológica Nacional (REN) e Domínio Público Hídrico (DPH), além do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (não presente em Arruda dos Vinhos).

Floresta

As orientações para o setor florestal datam também já de 2006, tendo a Estratégia Nacional para as Florestas sido atualizada em 2015, destacando-se a vertente de prevenção do risco de incêndio. Neste âmbito prevê a implementação do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (2006), que seria em 2017 apoiado pelo primeiro Programa Nacional de Fogo Controlado.

O Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios determina a elaboração dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, tal como se verifica no caso do município de Arruda dos Vinhos, no âmbito dos quais é desenvolvida a cartografia de perigosidade de incêndio florestal.

Destaca-se ainda, entre os IGT, a presença de um plano orientado para a gestão e ordenamento florestal, o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste (2006), que se encontra em revisão através da elaboração do Plano Regional de Ordenamento Florestal de Lisboa e Vale do Tejo.

Riscos e Alterações Climáticas

Os riscos têm vindo a ganhar protagonismo no Ordenamento do Território, assinalando-se a nível municipal (para além do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios), o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, que identifica os riscos naturais e tecnológicos presentes no município e define as responsabilidades e modo de atuação das operações de proteção civil.

A nível nacional, assinalam-se vários Planos e Programas referentes a riscos específicos, tendo sido, no âmbito do presente REOT, o já referido Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Intimamente associado aos riscos, assinala-se a afirmação da importância das Alterações Climáticas, que se traduz a nível nacional, pelo Programa Nacional para as Alterações Climáticas. O concelho de Arruda dos Vinhos não integrou o grupo de municípios beneficiário projeto ClimAdapt.Local, no âmbito do qual foram elaboradas 26 Estratégias Municipais de Adaptação às

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Alterações Climáticas. No entanto, destaca-se o facto de estar a ser elaborado, pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Oeste.

As orientações referentes às Alterações Climáticas encontram-se também associadas às orientações para a energia e para os recursos hídricos.

Energia

No âmbito da Energia, destacam-se os Planos aprovados em 2013, o Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética 2013-2016 e o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis 2013-2020, que promovem a redução do consumo da energia primária e o aumento das fontes de energia renovável., considerando os mecanismos disponíveis nos diferentes eixos de atuação - Eletricidade, Aquecimento e Arrefecimento e Transportes.

Recursos Hídricos

No âmbito dos Recursos Hídricos, assinala-se que a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais data de 2007, visando a definição de soluções ambientalmente sustentáveis para a eliminação das situações de poluição causadas pela descarga de efluentes não tratados nas linhas de água e solo.

As primeiras versões do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água e da estratégia de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais são ainda anteriores a 2007, mas dispõem de atualizações, designadamente: o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água 2014-2020, que tem como principal objetivo a promoção do uso eficiente da água nos setores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos; e o PENSAAR 2020 - Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, que visa a melhoria da qualidade e eficiência dos serviços.

Entre os IGT são identificados dois importantes instrumentos de gestão dos recursos hídricos, a nível nacional o Plano Nacional da Água, e a nível regional o PGRH do Tejo e Ribeiras do Oeste, ambos revistos em 2016.

Resíduos

À semelhança dos temas anteriores, relacionado com a proteção do ambiente, diferencia-se o tema dos Resíduos, representado a nível nacional, por: o Plano Nacional de Gestão de Resíduos, que visa a prevenção e gestão dos resíduos; e o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020 (PERSU 2020), que incide particularmente sobre os resíduos urbanos.

Turismo

O Turismo é orientado pela Estratégia para o Turismo 2027, que identifica linhas de atuação prioritárias que devem nortear as decisões de política pública e as opções de investimento para o Turismo na próxima década. Destacam-se, pela sua relação com o Ordenamento do Território, as linhas de atuação prioritária referentes ao eixo estratégico “Valorizar o Território”, que visam a valorização, preservação e promoção do património histórico-cultural, da orla costeira e economia do mar, das áreas protegidas e das cidades e regiões (através da regeneração urbana).

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Transportes

No âmbito dos transportes é identificado, entre os IGT, o Plano Rodoviário Nacional - PRN2000, que define a rede rodoviária nacional que desempenha funções de interesse nacional ou internacional, sendo constituída pela rede nacional fundamental e pela rede nacional complementar.

O Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+) estabelece os princípios orientadores da atuação setorial e promove a implementação de um vasto programa de reformas estruturais a concretizar no sector das infraestruturas e transportes.

Território

Ao nível do território, assinala-se a existência de dois planos que definem a nível nacional e regional as diretrizes para o Ordenamento do Território – o Programa Nacional para a Política de Ordenamento do Território e o Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo.

Merece destaque a afirmação de uma estratégia para a reabilitação urbana, representada a nível municipal, pela aprovação da delimitação de (duas) Áreas de Reabilitação Urbana (ARU): Área de Reabilitação Urbana do Núcleo Antigo de Arruda dos Vinhos e a Área de Reabilitação Urbana da Zona Ribeirinha do Rio Grande da Pipa, respeitando o Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, segundo o qual a reabilitação urbana em áreas de reabilitação urbana é promovida pelos municípios, através da apresentação de uma estratégia de reabilitação urbana ou de um programa estratégico de reabilitação urbana a aprovar através de instrumento próprio ou de plano de pormenor de reabilitação urbana. Encontra-se em fase de inquérito público o projeto de Operação de Reabilitação Urbana (ORU) da Zona Ribeirinha do Rio Grande da Pipa e envolvente.

Assinala-se ainda a Política Nacional de Arquitetura e Paisagem, aprovada em 2015, visa potenciar a arquitetura e a paisagem como recursos estratégicos das políticas de desenvolvimento do País, também ao nível local, propondo um conjunto de medidas de Medidas de estratégia e coordenação, Medidas legislativas e de regulação e Medidas de informação, sensibilização e educação.

Operacional

Por fim, são apresentados os planos operacionais que enquadram o atual período de programação comunitária, correspondendo, a nível regional, ao Programa Operacional Regional do Centro 2020, e, no âmbito do setor agroflorestal (a nível nacional), ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020).

A nível municipal, foi recentemente aprovado o Documento Estratégico Arruda 2025, que contém a programação de uma série de iniciativas que importa avaliar e integrar no âmbito da Revisão do PDM.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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4. AVALIAÇÃO DO ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

4.1. INTRODUÇÃO

A estrutura e metodologia propostas para o REOT encontram-se intimamente associadas ao facto de se encontrar já em curso a Revisão do PDM de Arruda dos Vinhos, tendo, neste sentido, sido considerados os trabalhos já desenvolvidos no Relatório de Avaliação do PDM em vigor, nos Estudos de Caracterização e Diagnóstico, na delimitação da Reserva Ecológica Nacional e da Reserva Agrícola Nacional, na Avaliação Ambiental Estratégica e na elaboração da Proposta de Plano.

A Avaliação do Estado do Ordenamento do Território será organizada por temas abrangentes visando a avaliação do PDM em vigor:

• Sistema Biofísico e Ambiental;

• Sistema Socioeconómico e Cultural;

• Sistema Urbano.

No quadro seguinte é apresentada a seleção de indicadores organizada por sistema, indicando a fonte de informação e o comportamento estatístico de cada indicador para o ano mais recente.

Quadro 4.1 | Proposta de indicadores

Tema/ Indicador Fontes de informação

Anos NUTS III - Oeste Município de Arruda dos

Vinhos Sistema Biofísico e Ambiental

Uso do solo Carta Ocupação do Solo

2010 - Territórios artificializados –

7,9%

Áreas agrícolas e agroflorestais –

55,6%

Florestas e meios naturais e

seminaturais – 36,5%

Área classificada na Reserva Agrícola Nacional

Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Agrícola Nacional

1997 e 2015 - RAN em vigor – 2.658,65

RAN Bruta –2.636,44

Área classificada na Reserva Ecológica Nacional

Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Ecológica Nacional

1997 e 2015 - REN em vigor - 2.442,206ha

REN Bruta -5.938,14ha

Área ardida ICNF 1997-2017 - 377,5 ha

Número de operadores de gestão de resíduos

CMAV 2018 - 19 empresas, das quais 5 incluem a alteração do PDM

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Tema/ Indicador Fontes de informação

Anos NUTS III - Oeste Município de Arruda dos

Vinhos no âmbito do

RERAE

Sistema Socioeconómico e Cultural

População residente INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2017 357.706 hab

14.925 hab

INE – Censos 2011 362.540hab 13.391 hab

Densidade populacional INE – Censos 2011 163,3hab/Km2 171,8hab/Km2

Índice de envelhecimento INE – Censos 2011 133 idosos por 100 jovens

94 idosos por 100 jovens

População escolar INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2015/2016 56.298 alunos 3.209 alunos

Poder de compra per capita INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2015 88,92 90,41

Empresas sedeadas INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2016 43.106 empresas 1.659 empresas

Volume de negócios nas empresas sedeadas

INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2016 114.358 € 4.203 €

Pessoal ao serviço nas empresas sedeadas

INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2016 114.358 indivíduos 4.203 indivíduos

Produção vinícola declarada total

INE - Dados Estatísticos (Pesquisa online)

2017 1.050.861hl

(78,0% de DOP+IGP*)

23.044hl

(96,8% de DOP+IGP*)

Alojamento local Turismo de Portugal/ 2018 5

Agentes de animação turística

Turismo de Portugal 2018 248 9

Património imóvel DGPC 2018 - 2 classificados+1 em vias de

classificação**

Sistema Urbano

N.º de edifícios INE 2011 160.794edifícios 4.752edifícios

N.º de alojamentos INE 2011 223.950alojamentos 6.716alojamentos

Edifícios concluídos INE 2016 484 edifícios (357 construções novas)

15 edifícios (12 em construções novas)

Edifícios e fogos licenciados INE 2016 497 edifícios e 471 fogos (1 edifício por

fogo)

23 edifícios e 14 fogos (1 edifício por

fogo)

Loteamentos… CMAV 2018 0

Área ocupada/comprometida dos

CMAV 2015 - 495,59 ha (52,5% da área dos

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 23

Tema/ Indicador Fontes de informação

Anos NUTS III - Oeste Município de Arruda dos

Vinhos perímetros urbanos em vigor

perímetros urbanos)

Proporção de alojamentos familiares sem pelo menos uma infraestrutura básica

INE 2011 1,46% 1,69%

Taxa de ocupação das zonas industriais

CMAV 2018 43,2%

Concretização das propostas do PDM em vigor - equipamentos, infraestruturas e acessibilidades

CMAV 2018 19propostas concretizadas;

7 parcialmente concretizadas;

6 não concretizadas

* DOP – Denominação de Origem Protegida e IGP – Indicação Geográfica Protegida.

** Processo conjunto com os municípios de Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

A análise dos indicadores é apresentada de forma integrada por sistema nos pontos seguintes, recorrendo a elaboração de quadros, gráficos e figuras representativos da totalidade da série temporal trabalhada para cada indicador8 e, quando pertinente, de uma maior desagregação espacial (freguesia ou aglomerado populacional).

Esta seleção de indicadores constitui uma base para a revisão do REOT no prazo de 4 anos.

4.2. SISTEMA BIOFÍSICO E AMBIENTAL

A análise da ocupação do solo no território do município de Arruda dos Vinhos é efetuada tendo em conta a informação constante na Carta de Uso e Ocupação do Solo (COS) de 2007 e na COS 2010 (representada na Figura 4.1).

Quadro 4.2 | Ocupação do solo 2007 e 2010

Classificação de acordo com o Nível I da COS

2008 2010

Área (ha) % da Área

do Concelho Área (ha)

% da Área do Concelho

Territórios artificializados 507,99 6,5 616,75 7,9

Áreas agrícolas e agroflorestais 4.209,95 54,0 4.336,64 55,6

Florestas e meios naturais e seminaturais

3.078 39,5 2.842,55 36,5

Fonte: DGT. COS2007 e COS2010.

De acordo com a COS 2010 (a mais recente disponível), os territórios artificializados do município rondam os 616 ha, representando menos de 8% da área do concelho. O concelho apresenta um

8 Procurar-se-á que o período temporal seja o mais alargado possível, compreendido entre 1997 e 2018.

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24 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

predomínio das “Áreas agrícolas e agroflorestais” (55,6%), seguido das “Florestas e meios naturais e seminaturais”.

Figura 4.1 | Ocupação do solo em 2010

Fonte: DGT, COS 2010

A comparação entre 2008 e 2010 não revela alterações muito significativas na classificação do uso do solo, dado o intervalo temporal muito reduzido. Por outro lado, refira-se que a comparação entre a COS 2008 e a COS 2010 não é direta, na medida em que a legenda do Nível 1 da COS 2010 não apresenta exatamente a mesma classificação da COS 90.

Entre a COS 2008 e a COS 2010 verifica-se uma redução das áreas de “Florestas e meios naturais e seminaturais” em 3 pontos percentuais, correspondendo a cerca de 235 ha. As “Áreas agrícolas e agroflorestais”, assim como os “Territórios artificializados” registam um aumento da área ocupada e da sua representatividade na ocupação do solo.

No âmbito da Revisão do PDM, procedeu-se à análise da RAN em vigor, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 14/97, de 28 de janeiro, que foi elaborada à escala 1:25.000 sobre bases cartográficas desatualizadas e produzida por métodos manuais em suporte de papel, apresentando problemas de fiabilidade, leitura e evidentes desajustes relativamente à Carta de Solos.

No âmbito da Revisão do PDM foi também já proposta a delimitação da RAN Bruta, aprovada pela ex-Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO), após identificação das áreas

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Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 25

que não possuem características de RAN, destacando-se as áreas referentes a solos calcários, pedregosos e afloramentos rochosos, solos delgados com afloramentos rochosos e solos calcários e pedregosos.

A RAN Bruta do concelho de Arruda dos Vinhos totaliza os 2.636,4 ha, correspondendo a uma pequena redução face à RAN em vigor, conforme representado no Quadro 4.3 e Figura 4.2.

Quadro 4.3 | Comparação da RAN em vigor e RAN Bruta

RAN em vigor RAN Bruta

Área (ha)

2.658,65 2.636,44

Fonte: Revisão do PDM, Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Agrícola Nacional

Na Figura seguinte apresenta-se a representação da RAN em vigor e da RAN Bruta.

Figura 4.2 | Comparação da RAN em vigor e RAN Bruta

Fonte: Revisão do PDM, Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Agrícola Nacional

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Também no âmbito da Revisão do PDM, foi desenvolvida a delimitação da REN Bruta do município de Arruda dos Vinhos, com base nas orientações estratégicas de âmbito nacional e regional publicadas através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 81/2012, de 3 de outubro (retificadas pela Declaração de Retificação n.º 71/2012, de 30 de novembro). Esta delimitação da REN encontra-se em processo de revisão de acordo com o último parecer da CCDR LVT em 19-04-2018.

No âmbito do REOT é apresentada a comparação da REN em vigor (aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 190/97, de 29 de outubro), e a Proposta de REN Bruta (à data de janeiro de 2018), tal como representado no Quadro 4.3 e na Figura 4.2.

A delimitação da REN em vigor foi elaborada à escala 1:25 000 e apresenta um conjunto de constrangimentos que de seguida se sintetizam:

• A REN foi elaborada sobre bases cartográficas desatualizadas e sem o rigor exigido por um instrumento fundamental para a gestão do território municipal.

• O facto de se tratar de cartografia produzida por métodos manuais em suporte de papel, veio introduzir sucessivos erros, fruto das delimitações manuais, sobreposições e cópias que limitam a sua fiabilidade e dificultam a sua leitura, o que tem importantes implicações no correto ordenamento territorial.

• A planta aprovada não distingue as diferentes áreas que a integram, e que apresentam diferentes sensibilidades ambientais, o que dificulta a ponderação pelo município e administração central das opções que podem configurar ações de relevante interesse público sobre áreas integradas na REN e a aplicação da eventual regulamentação das ações compatíveis, resultante da revisão do atual regime da REN.

A REN em vigor totaliza os 2.442 ha, registando-se na proposta de REN Bruta um aumento de 3.496 ha.

Quadro 4.4 | Comparação da REN em vigor com a Propost a de REN Bruta

Recursos Integrados na REN

DL n.º 93/90, de 19 de Março

Novas áreas a inserir na REN

DL n.º 166/2008, de 22 de Agosto

REN em vigor (ha)

REN Proposta

(ha) Variação

(ha)

Leitos dos cursos de água

Cursos de água e respetivos leitos e margens 167,66

Zonas ameaçadas pelas cheias

Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas adjacentes

157,4 108,70

Áreas de infiltração máxima

Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos

165,81

Áreas com risco de erosão

Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo

1.766,7

5.628,44

Áreas de instabilidade de vertentes 2.820,88

Cabeceiras de linhas de água - 518,1 -

Total .2.442,206 5.938,14 3.496

% do concelho 31% 76%

Nota: A área total não é o somatório das áreas individuais das tipologias REN, devido às sobreposições.

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Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 27

Fonte: Revisão do PDM, Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Ecológica Nacional.

A Figura seguinte permite visualizar o grande aumento da área de REN Bruta, face à área da REN em vigor.

As áreas que contribuem de forma mais significativa para este aumento são as “Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo” e as “Áreas de instabilidade de vertentes”, sendo ainda delimitadas as áreas de “Cursos de água e respetivos leitos e margens”, “Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas adjacentes” e “Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos”.

Figura 4.3 | Comparação REN em vigor e REN Bruta

Fonte: Revisão do PDM, Memória Descritiva da Delimitação da Reserva Ecológica Nacional.

A REN constitui um importante instrumento de prevenção de riscos, que deverá integrar a análise integrada dos Riscos Naturais e Tecnológicos, a desenvolver no âmbito da Revisão do PDM. Atendendo ao enquadramento dado pelo novo RJIGT e tal como recomendado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)9, na análise de riscos serão diferenciados:

92009. Guia Metodológico para a Produção de Cartografia Municipal de Risco e para a Criação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) de Base Municipal, Autoridade Nacional de Proteção Civil.

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28 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

• Riscos Naturais – “Onde se apresentam os riscos que resultam do funcionamento dos sistemas naturais, como são exemplo as condições meteorológicas adversas, cheias e inundações, sismos e movimentos de massa em vertentes.”

• Riscos Tecnológicos – “Onde se apresentam os riscos que resultam de acidentes, frequentemente súbitos e não planeados, decorrentes da atividade humana, nomeadamente acidentes rodoviários, acidentes no transporte de mercadorias perigosas, cheias e inundações por rutura de barragens, acidentes com unidades industriais SEVESO, incêndios urbanos.”

• Riscos Mistos – “Onde se apresentam os riscos que resultam da relação entre atividades humanas continuadas e os sistemas naturais, como são exemplo, os incêndios florestais, a contaminação de cursos de água e aquíferos e a degradação e contaminação dos solos.”

No presente REOT, destaca-se o risco de incêndio florestal , que face a representatividade da área florestal do concelho, constitui um importante fator a atender no ordenamento do território.

O Guia metodológico da ANPC10 apresenta a seguinte definição de incêndio florestal: “corresponde a um fogo incontrolado em florestas, matas e outros espaços com abundante vegetação (matos, áreas de incultos e áreas agrícolas). Os incêndios florestais são habituais nas áreas de clima mediterrânico, particularmente em dias quentes e secos, sobretudo quando se associa também o vento forte. Podem ser o resultado de causas naturais (trovoadas secas), mas, em regra, são devidos a negligência humana e, muitas vezes, a actos de natureza criminosa.”

Nos últimos 10 anos de registos de área ardida , entre 2008 e 201711, tal como consta da Figura 4.4 foram registadas pequenas áreas ardidas todos os anos com exceção de 2009, 2013 e de 2017, totalizando 226,9ha de área ardida. A maior extensão de área ardida dos últimos 10 anos, e mesmo considerando todo o período de vigência do PDM (desde 1997), corresponde ao ano de 2011, em que arderam 173,5 ha.

No período de 1999-2017, registaram-se 377,5 ha de área ardida.

102009. Guia Metodológico para a Produção de Cartografia Municipal de Risco e para a Criação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) de Base Municipal, Autoridade Nacional de Proteção Civil. 11 Fonte: ICNF

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 29

Figura 4.4 | Área percorrida por incêndios floresta is, 2008-2017

Fonte: ICNF, informação extraída do site a 21-05-2018.

No âmbito do Sistema Biofísico e Ambiental, destaca-se o impacto da presença significativa de operadores de gestão de resíduos no concelho, tendo justificado a elaboração do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Reciclagem, numa tentativa de concentrar esta atividade disseminada pelo concelho, e particularmente pela freguesia de Arranhó. Este Plano seria revogado conforme se encontra justificado no ponto 2.2., mantendo-se em atividade no concelho 19 operadores de gestão de resíduos, conforme a listagem seguinte, onde é também indicada a sua situação no âmbito da RERAE, e identificados os 4 que iniciaram processo de elaboração de Plano de Pormenor:

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30 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Quadro 4.5 | Operadores de gestão de resíduos do mu nicípio de Arruda dos Vinhos

Operadores de resíduos

Freguesia Solicitaram pedido de reconhecimento Municipal em 2017

Conferências Decisórias no

âmbito do RERAE

Alteração do PDM no âmbito

do RERAE (a decorrer)

Elaboração de Planos

de Pormenor

Amaro Coelho dos Santos Arranhó X

Carlos Manuel Rodrigues Ferreira Alves

Arranhó X

Equisucatas – Ind. E Com. de equipamentos, lda

Arranhó X

Ernesto Alves – Ind. De Reciclagem, S.A

Arranhó

Futursucatas – comércio de sucatas, lda

Arranhó X X (a tramitar)

Herculano Manuel da Conceição Cortez Arranhó

Humberto e Ribeiro, comércio de sucatas, lda

Arranhó

J. Rodrigues – ind. Com. Reciclagem e transformação de sucatas, lda. (Gonçalo Nuno)

Arranhó

FVSA Arranhó x x X A iniciar novo procedimento

João Machado Frade – Centro de Reciclagem de Palmela (Nuno Fernandes)

S. Tago dos Velhos

Metalsucata – comércio de sucatas, lda

Arranhó

Raimundo e Filhos – Comércio de sucatas e transporte, lda

Arranhó

Ambigroup Demolições Arranhó X X X A decorrer

Recisucata, lda – Comércio e reciclagem de sucata, lda

Arranhó X X X

Reis & Reis – comércio de sucatas, lda. (Célia Martins)

Arranhó

X X A iniciar novo

procedimento

Transucatas – transformação de

Arranhó X X (a tramitar)

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Operadores de resíduos

Freguesia Solicitaram pedido de reconhecimento Municipal em 2017

Conferências Decisórias no

âmbito do RERAE

Alteração do PDM no âmbito

do RERAE (a decorrer)

Elaboração de Planos

de Pormenor

sucatas, lda (Carlos Teixeira)

José Jorge da Encarnação Ribeiro Arranhó X X

Sucatas Narciso (Miguel) Arranhó

Incoferro, SA Arranhó x X (novo pedido a tramitar) X A decorrer

Fonte: CMAV – levantamento disponibilizado em 30-01-2018

4.3. SISTEMA SOCIOECONÓMICO E CULTURAL

O concelho de Arruda dos Vinhos apresenta uma situação excecional em termos de crescimento demográfico , com uma variação populacional de 29,4% no período 2001 e 2011. Este crescimento destaca-se, tal como representado no Gráfico 4.1, face ao comportamento nacional (com apenas mais 1,99% no mesmo período) e regional, na medida que a variação populacional da Região Oeste corresponde a 7%. Mesmo os concelhos da Região Oeste que exibem um maior crescimento rondam os 10%, no máximo assinala-se Sobral de Monte Agraço que tem um aumento de 13,8%.

Gráfico 4.1 | Variação da População Residente, 2001-2 011

Fonte: INE – Censos 2001 e 2011.

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

%

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32 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

O concelho de Arruda dos Vinhos exibia já no período 1991-2001 uma tendência positiva de crescimento populacional, na ordem dos 10,5%, ligeiramente acima da média regional (7,7%), variando internamente entre os 1,1% na freguesia de Arranhó e os 16,5% na freguesia de Arruda dos Vinhos.

De facto, o último período intercensitário marca a afirmação populacional do concelho de Arruda dos Vinhos, e em particular da sede de concelho, na medida em que a freguesia de Arruda dos Vinhos registou um aumento de quase 50% (Quadro 4.6).

Também as freguesias de Cardosas e S. Tiago dos Velhos exibem um aumento populacional mais acentuado em 2001-2011, enquanto a freguesia de Arranhó (que exibia já a taxa de crescimento mais reduzida) apresenta uma perda de 4,6%.

Quadro 4.6 | População Residente 1991, 2001, 2011 e 2016 e Variação 1991-2001 e 2001-2011

Unidade Territorial

População Residente (hab) Variação da População

(%)

1991 2001 2011 2017* 1991-2001 2001-2011 NUTS III Oeste 314.390 338.711 362.540 357.706 7,7 7,0

Município Arruda dos Vinhos 9.364 10.350 13.391 14.925 10,5 29,4

Freguesias

Arranhó 2.468 2.495 2.381 - 1,1 -4,6

Arruda dos Vinhos 5.009 5.835 8.656 - 16,5 48,3

Cardosas 716 746 836 - 4,2 12,1

S. Tiago dos Velhos 1.171 1.274 1.518 - 8,8 19,2

* Série Estimativas Provisórias Anuais da População Residente

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011. Dados Estatísticos (Pesquisa Online).

As estimativas demográficas do INE, cujo ano mais recente disponibilizado corresponde a 2017 (Quadro 4.1), apontam para uma manutenção da tendência de crescimento demográfico do concelho de Arruda dos Vinhos, apesar na Região Oeste se estimar já uma perda populacional.

A população residente no concelho de Arruda dos Vinhos em 2011 é constituída por 13.391 habitantes, dos quais mais de metade reside na freguesia de Arruda das Vinhos (8.656 habitantes). A freguesia de Arranhó, a única que exibe um decréscimo populacional, é, em 2011, ainda a segunda freguesia mais populosa (2.381 habitantes), seguida de S. Tiago dos Velhos (1.518 habitantes), e por fim a freguesia de Cardosas (836 habitantes).

Esta freguesia, a menos populosa, apresenta face a sua dimensão, uma densidade populacional maior que S. Tiago dos Velhos e Arranhó, A maior densidade populacional pertence à freguesia de Arruda dos Vinhos, na ordem dos 252 habitantes por Km2 em 2011, sendo bastante superior à média municipal – 172 habitantes por km2, que por sua vez é já ligeiramente superior que a exibida a nível regional (Quadro 4.7).

Quadro 4.7 | Densidade Populacional 1991, 2001 e 20 11

Unidade Territorial

Densidade Populacional (hab/Km 2)

1991 2001 2011 NUTS III Oeste 142 153 163

Município Arruda dos Vinhos 120 133 172

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 33

Unidade Territorial

Densidade Populacional (hab/Km 2)

1991 2001 2011

Freguesias

Arranhó 114 116 112

Arruda dos Vinhos 145 169 252

Cardosas 119 124 139

S. Tiago dos Velhos 75 82 93

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011.

A atratividade demográfica do concelho traduz-se num rejuvenescimento demográfico (que, por sua vez, contribui para o reforço da taxa de crescimento natural), que se encontra representado pela significativa redução do índice de envelhecimento entre 2001 e 2011 (Quadro 4.8).

O município de Arruda dos Vinhos, que em 2001 apresentava um agravamento do índice de envelhecimento (comum à Região Oeste), situando-se nos 120 idosos por cada 100 jovens, em 2011 apresenta já um índice de envelhecimento inferior a 100 (94 idosos por cada 100 jovens), o que significa que a população jovem suplanta a população idosa. Este comportamento resulta do reduzido índice de envelhecimento da freguesia de Arruda dos Vinhos, já que nas outras três freguesias, em 2011, o índice de envelhecimento ultrapassa os 100.

Quadro 4.8 | Índice de envelhecimento 1991, 2001 e 2011

Unidade Territorial

Índice de envelhecimento (n.º de idosos por cada 100 jovens)

1991 2001 2011 NUTS III Oeste 79 115 133

Município Arruda dos Vinhos 85 120 94

Freguesias

Arranhó 90 119 125

Arruda dos Vinhos 81 116 79

Cardosas 114 146 129

S. Tiago dos Velhos 71 123 127

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011.

A estrutura etária do município de Arruda dos Vinhos determina que a população escolar apresente uma tendência de crescimento consistente, ao contrário do verificado na NUTS III – Oeste, onde a partir do ano letivo 2010/2011 se verifica uma redução da população escolar (Gráfico 4.2).

Neste contexto, assinala-se que, no ano letivo 2015/2016, encontravam-se matriculados na rede escolar do município de Arruda dos Vinhos um total de 3.209 alunos, situação que deve ser respondida pela atualização da Carta Educativa (em curso) e devidamente integrada na Revisão do PDM.

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34 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Gráfico 4.2 | Alunos matriculados no ensino não sup erior* 1999/2000-2015/2016

* Não existe ensino superior no município de Arruda dos Vinhos.

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa Online).

A distribuição dos alunos por nível de escolaridade revela o domínio do setor privado (que é todavia financiado pelo Estado) no 2 e 3.º ciclos do ensino básico, assim como no ensino secundário, correspondendo à importância da procura escolar (também externa ao município) do Externato João Alberto Faria (Gráfico 4.3).

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Gráfico 4.3 | Composição dos alunos matriculados no município de Arruda dos Vinhos, 2015/2016

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa Online).

Outro importante elemento representativo da evolução do município no período de vigência do PDM é, no Sistema Socioeconómico, um aumento do índice de poder de compra per capita.

O índice do poder de compra per capita do município de Arruda dos Vinhos situava-se em 1997 nos 55,73, apresentando-se bastante inferior ao índice da região Oeste (71,87), tendo por referência que Portugal=100 (Gráfico 4.4).Contudo, em 2005, o município de Arruda dos Vinhos ultrapassa já o índice de poder de comprar per capita da região, atingindo o seu máximo em 2009 (99,03). Desde essa data, tem vindo a exibir um pequeno decréscimo, situando-se em 2015 nos 90,41, valor ainda acima da média regional.

Gráfico 4.4 | Índice do poder de compra per capita, 1973-2015 (Portugal=100)

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa Online).

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36 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

O tecido empresarial do concelho de Arruda dos Vinhos apresenta um importante desenvolvimento no período de vigência do PDM. De acordo com os dados do INE, em 2016, encontravam-se sedeadas no concelho de Arruda dos Vinhos1.659 empresas12, com 4.203 indivíduos ao serviço e com um volume de negócios que se aproxima dos 285 milhões de euros (Quadro 4.8).

O número de empresas com sede no concelho de Arruda dos Vinhos em 2016 corresponde a um aumento de 12,3% face a 2004, variação bastante superior à registada na Região Oeste (4,8%). A variação do volume de negócios e do pessoal ao serviço é também positiva, destacando-se o município também aqui face à Região Oeste, na medida em que a Região revela uma ligeira redução do pessoal ao serviço nas empresas sedeadas na região. Em contrapartida, o crescimento do volume de negócios é mais significativo na região Oeste, comparativamente com o município (Quadro 4.9).

A distribuição das empresas com sede no concelho por atividade económica revela um grande predomínio do “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos” (22%), seguido de “Atividades administrativas e dos serviços de apoio” (11,6%). Todas as outras atividades representam, individualmente, menos de 10% do número de empresas.

Em termos de volume de negócios, é também o “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos” o mais representativo, mas no que respeita o pessoal ao serviço é já o setor dos “Transportes reparação de veículos automóveis e motociclos e armazenagem”.

Destaque ainda para as “Indústrias transformadoras” que sendo apenas 6% do número de empresas sedeadas no concelho, representam mais de 10% do pessoal ao serviço e do volume de negócios concelhio.

Em todo o caso, esta análise pode não ser representativa da verdadeira dimensão da indústria transformadora e de um modo geral do tecido empresarial, uma vez que as empresas de maior dimensão poderão ter sede fora do Concelho.

Quadro 4.9| Distribuição das empresas, pessoal ao s erviço e volume de negócios nas empresas sedeadas p or CAE, em 2016, e variação dos totais 2004-2016

Atividade económi ca (CAE Rev. 3)

NUTS III - Oeste Município de Arruda dos Vinhos Empresas Pessoal

ao serviço Volume

de negócios

Empresas Pessoal ao

serviço

Volume de

negócios

2016 - %

Total 43.106empresas

11.4358ind. 8.925.612.496 €

1.659empresas

4.203ind. 284.688.828 €

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 16,0 10,7 9,2 8,9 5,0 2,6

Indústrias extrativas 0,2 … … 0,0 0,0 0,0

Indústrias transformadoras 5,8 … … 6,3 14,5 12,7

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 0,3 … … 0,5 0,3 0,0

Captação, tratamento e distribuição de água; 0,1 0,9 1,1 0,7 2,5 6,9

12 O levantamento disponibilizado pela CMAV apresenta um número de empresas bastante inferior, sendo-lhe reconhecido algum desfasamento da realidade concelhia, de modo que se optou por considerar os dados oficiais do INE, sem prejuízo de se reportarem apenas às empresas com sede no concelho.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 37

Atividade económi ca (CAE Rev. 3)

NUTS III - Oeste Município de Arruda dos Vinhos Empresas Pessoal

ao serviço Volume

de negócios

Empresas Pessoal ao

serviço

Volume de

negócios

2016 - %

saneamento, gestão de resíduos e despoluição

Construção 7,9 7,9 4,7 5,4 5,3 3,6

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 20,2 22,6 43,3 22,0 19,6 35,0

Transportes reparação de veículos automóveis e motociclos e armazenagem 1,9 4,8 5,3 4,9 23,2 27,6

Alojamento, restauração e similares 8,4 7,2 3,0 5,8 5,5 2,5

Atividades de informação e de comunicação 1,2 1,0 0,7 1,9 1,6 1,2

Atividades imobiliárias 2,5 1,4 1,2 3,7 1,6 1,3

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 7,6 4,6 1,7 8,0 5,3 2,4

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 12,2 8,5 1,6 11,6 5,5 2,3

Educação 4,0 2,2 0,4 5,4 2,2 0,2

Atividades de saúde humana e apoio social 5,2 3,5 1,2 7,1 4,1 1,2

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 2,1 1,1 0,3 2,7 1,1 0,1

Outras atividades de serviços 4,6 2,3 0,4 5,1 2,6 0,4 Variação 2004-2016 - %

Total 4,8 -1,5 398,0 12,3 6,1 275,1

São utilizadas duas séries temporais distintas: 2004-2007; 2008-2016.

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa online).

No Quadro anterior, é também possível identificar a importância das empresas do setor agrícola, merecendo destaque, no município de Arruda dos Vinhos, a referência à produção vinícola, representada no Gráfico 4.5.

A produção vinícola do município de Arruda dos Vinhos apresenta, no período de vigência do PDM, importantes oscilações (sobretudo nos primeiros anos), verificando-se que a produção vinícola de 2017, num total de 23.044 hl é bastante inferior à apresentada em 1997 (Gráfico 4.5).

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Gráfico 4.5 | Produção vinícola total, 1997-2017

Corresponde a duas séries temporais face à alteração de classificação do vinho: 1997-2008; 2009-2017.

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa online).

Contudo, a comparação da composição da produção vinícola nos anos de 1997 e 2017 permite verificar que existe no município de Arruda dos Vinhos um reforço da representatividade do vinho de qualidade, de tal modo que, em 2017, o Vinho com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Vinho com Indicação Geográfica Protegida totalizam 22.312 hl, ou seja 96,8% da produção concelhia, quando na região Oeste se detém nos 78% (Quadro 4.10).

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 39

Quadro 4.10 | Representatividade do vinho de qualid ade, 1997 e 2017*

Unidade Territorial

1997 – VQPRD+Regional 2017 – DOP+IGP

hl % do total hl % do total NUTS III Oeste 297.511 21,9 819.779 78,0

Município Arruda dos Vinhos 47.387 74,7 22.312 96,8

Corresponde a duas séries temporais face à alteração de classificação do vinho:

1997 – inclui Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (VQPRQ) e Vinho regional.

2017 – inclui Vinho com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Vinho com Indicação Geográfica Protegida (IGP)

Fonte: INE – Dados Estatísticos (Pesquisa online).

No que respeita à atividade turística esta apresenta ainda uma dimensão muito modesta no concelho, não obstante as iniciativas de promoção turística e valorização cultural encetadas pelo município. No momento atual não se encontram registados quaisquer empreendimentos turísticos no município, e a oferta existente resume-se ao Alojamento Local, num total de 5 alojamentos registados desde 2014 com um total de 72 camas (Quadro 4.11).

Quadro 4.11 | Alojamento local registado no municíp io de Arruda dos Vinhos

Data do registo Nome do Alojamento Modalidade

Nº Camas

Localização (Localidade)

12-01-2015 Casa do Rio Moradia 5 Louriceira de Baixo

08-05-2018 Casal do Portinho Moradia 11 Cardosas

23-04-2014 Hospedaria Anagri Estabelecimento de hospedagem 22 Arruda dos Vinhos

17-04-2018 QCTR - Turismo Rural, Lda Moradia 14 Carvalha

29-11-2016 QUINTA DE SANTA MARIA Estabelecimento de hospedagem 20 Arruda dos Vinhos

Fonte: Turismo de Portugal – Registo Nacional de Turismo, consultado em

https://rnt.turismodeportugal.pt/rnt/consultaaoregisto.aspx, maio de 2018.

Assinala-se também que encontram registados no município 9 agentes de animação turística, com registo ocorrido desde 2013 (Quadro 4.12), sem que contudo aparentem ter correspondência em termos da oferta de produtos turísticos no concelho.

Quadro 4.12 | Agentes de animação turística regista dos no município de Arruda dos Vinhos

Data do registo

Denominação Tipologia Localização (Localidade)

05-08-2016 Equal for All, Lda Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

03-01-2018 Escolha Viavél Unipessoal Lda Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

29-10-2015 Maria Augusta Narciso Torcato Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

04-04-2013 Maria da Conceição Timóteo Miguel Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

16-11-2017 New Route- Transporte de Passageiros e

Eventos Turísticos LDA Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

31-08-2015 Paulo Rogerio Fernandes Abreu Operador Marítimo Turístico Cardosas

04-12-2013 ROTA SOLIDA UNIPESSOAL LDA Empresa de Animação Turística S. Tiago dos Velhos

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40 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Data do registo

Denominação Tipologia Localização (Localidade)

07-09-2017 Rui Artur Coelho Narciso Operador Marítimo Turístico Arranhó

04-12-2017 SpecialPursuit Unipessoal Lda Empresa de Animação Turística Arruda dos Vinhos

Fonte: Turismo de Portugal – Registo Nacional de Turismo, consultado em

https://rnt.turismodeportugal.pt/rnt/consultaaoregisto.aspx, maio de 2018.

Todavia, como já referido, várias são as iniciativas que o Município de Arruda dos Vinhos promove ao longo do ano, incluindo diversas destacando-se a realização do mercado oitocentista, o festival de gastronomia (tasquinhas) bem como atividades de ar livre – passeios pedestres e passeios BTT, e sendo importante destacar a integração do concelho na Rota das Linhas de Torres.

Efetivamente existe um processo conjunto com Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira para classificação como património imóvel das linhas de Torres como património imóvel, incluindo os fortes presentes no concelho de Arruda dos Vinhos.

Além das Linhas de Torres, em vias de classificação, no período de vigência do PDM apenas foi classificado o Chafariz de Arruda dos Vinhos, uma vez que à data da publicação do PDM em vigor se encontrava já classificada a Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos e o seu conteúdo.

Quadro 4.13 | Património classificado e em vias de c lassificação no município de Arruda dos Vinhos

Designação Situação Atual

Categoria de Proteção

Categoria/Tipologia Legislação

Chafariz de Arruda dos Vinhos Classificado Classificado como IIP - Imóvel

de Interesse Público

Arquitetura Civil / Chafariz

Portaria n.º 1035/2005, DR, II

Série, n.º 206, de 26-10-2005

Igreja matriz de Arruda dos Vinhos e seu conteúdo - escultura, azulejos e pintura

Classificado Classificado como IIP - Imóvel

de Interesse Público

Arquitetura Religiosa / Igreja

Decreto n.º 33 587, DG, I Série, n.º 63,

de 27-03-1944

1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres*

Em vias de classificação

Em vias de classificação

(com Despacho de Abertura)

- -

* Arruda dos Vinhos; Loures; Mafra; Sobral de Monte Agraço; Torres Vedras; Vila Franca de Xira.

Fonte: DGPC - Pesquisa de Património Classificado ou em Vias de Classificação.

Apesar do reduzido número de imóveis classificados, existe no município uma riqueza patrimonial que tem vindo a ser reconhecida e levantada pela Câmara Municipal, tal como se encontra sistematizada no quadro seguinte, com referência ao estado de conservação, e que deverão ser objeto de integração na Revisão do PDM, assim como a Carta Arqueológica do Concelho (2017).

Quadro 4.14 | Património imóvel (não classificado ou em vias de classificação) do município de Arruda d os Vinhos

Designação Freguesia Estado de conservação

Palácio do Morgado Arruda dos Vinhos Muito Bom

Igreja da Misericórdia Arruda dos Vinhos Muito Bom

Capela de São Lázaro Arruda dos Vinhos Bom

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 41

Designação Freguesia Estado de conservação

Moinho A-do-Baço Arranhó Em ruínas

Moinhos de Covas Arranhó Razoável

Moinho dos Chões Arranhó Em ruínas

Moinho do Doutor Arranhó Em ruínas

Antigo Paços do Concelho Arruda dos Vinhos Razoável no exterior e degradado no interior

Moinho Queimado do Castelo Arranhó Em ruínas

Moinho de Nossa Senhora da Ajuda Arranhó Razoável

Igreja de S. Tiago dos Velhos S. Tiago dos Velhos Bom

Moinho do Chão da Cruz Arranhó Em ruínas

Moinhos dos Tojais S. Tiago dos Velhos Bom

Moinho de A-do-Mourão S. Tiago dos Velhos Bom

Moinho do Campo S. Tiago dos Velhos Razoável

Moinhos dos Pedrógãos S. Tiago dos Velhos Razoável

Moinho de Vila Nova S. Tiago dos Velhos Bom

Moinho da Carvalho S. Tiago dos Velhos Bom

Aqueduto Arruda dos Vinhos Alguns vestígios preservados

Moinho da Serra S. Tiago dos Velhos Em ruínas

Moinho de Alcobela Arranhó Bom

Fonte Moura de A-de-Mourão S. Tiago dos Velhos Bom

Igreja de São Lourenço Arranhó Bom

Igreja de São Miguel Cardosas Bom

Moinho do Custódio Arranhó Bom

Moinho Velho S. Tiago dos Velhos

Capela de Santa Ana S. Tiago dos Velhos Bom

Cruzeiro - Arruda dos Vinhos Arruda dos Vinhos Regular

Cruzeiro 1 de S. Tiago dos Velhos

S. Tiago dos Velhos Regular

Cruzeiro da Carvalha S. Tiago dos Velhos Regular

Fonte de A-do-Baço Arranhó Bom

Fonte Velha do Casal de Souvelas (Casal Doutor) Arruda dos Vinhos Bom

Pombal de Arruda dos Vinhos Arruda dos Vinhos Em perigo

Ponte de Cardosas Cardosas Em perigo

Escola Conde Ferreira Arruda dos Vinhos Razoável

Fonte: CMAV - Fichas de património.

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42 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

4.4. SISTEMA URBANO

O sistema urbano do concelho baseia-se nas características físicas do território. Desta forma, o sistema urbano concelhio é fortemente centrado nos lugares de Arruda dos Vinhos e de Arranhó. O padrão de povoamento no concelho de Arruda dos Vinhos tem vindo a evoluir para uma concentração crescente da população residente em torno dos lugares de maior dimensão. Segundo os Censos de 2001, cerca de 46% da população residia em lugares com mais de mil habitantes. Os resultados dos Censos 2011 revelam um forte acréscimo populacional do concelho, próximo dos 30%, concentrando-se quase 55% da população nos aglomerados com mais de mil habitantes (Arruda dos Vinhos e Arranhó).

Iniciando a abordagem pelo número de edifícios , apresentado no Quadro 4.15, constata-se um aumento generalizado desde 1991 o que evidencia a dinâmica urbana do concelho. O número de edifícios passou de 3.435 edifícios em 1991 para 4.752 edifícios em 2011 (um aumento de 38%). Tendo os maiores aumentos sido registados nas freguesias de Arruda dos vinhos e de S. Tiago dos Velhos. Deve ainda ser ressalvado que a freguesia de Arranhó, embora seja a segunda freguesia com maior número de edifícios (1.051 edifícios, a seguir a Arruda dos Vinhos que detém 2.507 edifícios) é aquela que regista menores taxas de variação, o que pode ser indicador de uma menor dinâmica urbanística nesta freguesia.

Quadro 4.15 | Edifícios em 1991, 2001 e 2011 e varia ção

Unidade Territorial

N.º de edifícios Variação (%)

1991 2001 2011 1991-2001 2001-2011 1991-2011

NUTS III Oeste 121.063 135.247 160.794 18,9 18,9 32,8

Município Arruda dos Vinhos 3.435 3.863 4.752 23,0 23,0 38,3

Freguesias

Arranhó 938 1.022 1.051 2,8 2,8 12,0

Arruda dos Vinhos 1.645 1.917 2.507 30,8 30,8 52,4

Cardosas 335 378 445 17,7 17,7 32,8

S. Tiago dos Velhos 517 546 749 37,2 37,2 44,9

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011.

A evolução do número de alojamentos registou idêntico comportamento, ou seja um acréscimo acentuado entre 1991 e 2011, neste caso o número de alojamentos passou de 4.209 em 1991 para 6.716 em 2011 (um aumento de cerca de 60%), também à semelhança do número de alojamentos foram as freguesias de Arruda dos Vinhos e de S. Tiago dos Velhos aquelas que sofreram maiores acréscimos (Quadro 4.16).

Quadro 4.16 | Alojamentos em 1991, 2001 e 2011 e va riação

Unidade Territorial

N.º de alojamentos Variação (%)

1991 2001 2011 1991-2001 2001-2011 1991-2011

NUTS III Oeste 149.730 181.918 223.950 21,5 23,1 49,6

Município Arruda dos Vinhos 4.209 4.954 6.716 17,7 35,6 59,6

Freguesias

Arranhó 1.045 1.130 1.176 8,1 4,1 12,5

Arruda dos Vinhos 2.285 2.850 4.290 24,7 50,5 87,7

Cardosas 350 403 463 15,1 14,9 32,3

S. Tiago dos Velhos 529 571 787 7,9 37,8 48,8

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 43

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011.

Ainda tendo como base a informação relativa ao número de alojamentos, verifica-se, desde a aprovação do PDM, uma melhoria nas condições de habitação, com efeito da análise do Quadro seguinte é visível a diminuição da proporção de edifícios sem pelo menos uma infraestrutura básica.

Gráfico 4.6 | Proporção de alojamentos familiares se m pelo menos uma infraestrutura básica*, 1991, 2001 e 2011

*(Alojamentos familiares de residência habitual sem pelo menos uma das seguintes instalações básicas: eletricidade,

instalações sanitárias, água canalizada, instalações de banho ou duche/ Alojamentos familiares de residência habitual)*100

Fonte: INE – Censos 91, 2001 e 2011.

Por forma a avaliar a dinâmica de construção é de seguida feita a análise da informação relativa aos edifícios concluídos por tipo de obra entre 1997 e 2016. Esta análise revela que até ao ano de 2002 se registou um aumento generalizado do número de edifícios concluídos (construções novas), atingindo nesse ano o maior número (134). A partir desse ano têm-se registado decréscimos sucessivos deste indicador, atingindo em 2016 o número mais baixo (12 edifícios concluídos a partir de construções novas).

No que se refere às obras de ampliação, alteração e reconstrução foi atingido o valor máximo em 1997 (20) registando decréscimos acentuados a partir de 2002, sendo que no ano de 2016 este número baixou para 3.

O comportamento acima verificado é semelhante ao registado para a Região Oeste. Neste contexto, apresenta-se no gráfico abaixo, a evolução do número de edifícios concluídos entre 1995 e 2016, relativos às obras de edificação – nas tipologias construções novas e ampliação, quer para a região oeste quer para o concelho de Arruda dos Vinhos.

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44 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Gráfico 4.7 | Edifícios concluídos – construção nova e ampliação – entre 1997 e 2016

Fonte: INE

Tendo como base as construções novas, designadamente o número de edifícios licenciados e o número de fogos licenciados, foi aferido o número médio de fogos por edifício (Quadro 4.17). Verifica-se assim que, desde a aprovação do PDM, o número de fogos por edifício em construções novas tem vindo a diminuir, tendo passado de 2 em 1997 para 1 em 2016, o que é indicador que as moradias unifamiliares têm prevalecido em detrimento dos edifícios de habitação coletiva.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 45

Quadro 4.17 | Fogos e edifícios licenciados em cons truções novas e nº de fogos por edifício entre 1997 e 2016

Construções novas

Edifícios licenciados Fogos licenciados Fogos/edifício licenciado NUTS III -

Oeste Município de Arruda dos

Vinhos

NUTS III - Oeste

Município de Arruda dos

Vinhos

NUTS III - Oeste

Município de Arruda dos

Vinhos 1997 2209 68 3787 165 2 2

1998 2512 100 3832 180 2 2

1999 2728 111 4713 181 2 2

2000 3010 160 5026 423 2 3

2001 2829 96 4709 183 2 2

2002 2529 72 4265 130 2 2

2003 2174 67 3638 76 2 1

2004 1962 96 2866 93 1 1

2005 1890 86 3076 147 2 2

2006 1918 97 3095 230 2 2

2007 1783 75 2886 110 2 1

2008 1731 105 2529 133 1 1

2009 1142 58 1460 53 1 1

2010 1158 39 1351 28 1 1

2011 817 51 778 39 1 1

2012 617 30 520 19 1 1

2013 595 17 375 10 1 1

2014 509 15 369 12 1 1

2015 451 14 375 8 1 1

2016 497 23 471 14 1 1

Fonte: INE

Por forma a avaliar a dinâmica urbanística foram analisados compromissos urbanísticos assumidos pelo município desde a aprovação do PDM, designadamente:

• Alvarás de licença de construção emitidos

• Alvará de licença de utilização emitidos

• Processos pendentes (caducados a aguardar declaração de caducidade)

• Processos a aguardar emissão de alvará

• Alvarás de loteamento emitidos

No Quadro seguinte apresentam-se os valores e nos gráficos seguinte a sua representação ao longo dos anos

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46 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Quadro 4.18 | Compromissos assumidos pelo município entre 1997 e 2018 (maio)

Anos Alvarás de licença

de construção emitidos

Alvará de licença de utilização emitidos

Processos pendentes

(caducados a

aguardar declaração

de caducidade)

Processos a

aguardar emissão de alvará

Alvarás de loteamento

1997 729 101 - - 4

1998 401 73 - - 5

1999 451 99 - - 8

2000 438 129 - - 7

2001 328 178 - - 6

2002 250 326 - - 4

2003 69 261 - - 5

2004 98 118 - - 4

2005 100 239 - - 2

2006 115 217 2 - 3

2007 100 154 2 - 5

2008 68 271 0 - 1

2009 118 111 8 -

2010 98 104 5 -

2011 70 106 2 - 1

2012 66 74 - - 1

2013 67 59 - -

2014 55 43 1 - 1

2015 61 40 1 -

2016 60 39 3 -

2017 64 23 1 15

2018 Até maio

17 18 - 4

Fonte: CMAV

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 47

Gráfico 4.8 Alvarás de licença de construção e de u tilização entre 1997 e 2018 (maio)

Fonte: CMAV

A análise da informação constante no Quadro 4.18 e no Gráficos 4.8 revela:

• Que se tem verificado uma diminuição generalizada do número de alvarás de licença de construção emitidos. O número máximo (729) foi registado em 1997, tendo decrescido até 2003. Em 2004 voltou a aumentar tendo novamente registado decréscimos a partir de 2009.

• Que o número de alvarás de utilização emitidos variou entre os 326 e os 271 entre 2002 e 2008, sendo que a partir de 2009 registou um decréscimo constante, atingindo o valor mínimo de 23 em 2017. Prevê-se no entanto que em 2018 se verifique uma alteração nesta tendência uma vez que em maio já tinham sido emitidos 18 alvarás de licença de utilização.

• O período entre 2006 e 2011 é aquele em que se regista um maior número de processos pendentes (caducados a aguardar declaração de caducidade), o valor máximo, 8, foi registado em 2009.

• A evolução do número de alvarás de loteamento emitidos revela um acentuado decréscimo a partir de 2007.

O comportamento destes indicadores reflete genericamente a influência da conjuntura económica desfavorável no número de processos instruídos na autarquia de iniciativa privada, e por consequência, nos licenciamentos emitidos e no número de alvarás de loteamentos titulados.

O indicador que se descreve de seguida refere-se ao grau de concretização dos perímetros urbanos constantes do PDM em vigor. Para o seu cálculo foram utilizados os seguintes indicadores apresentados no Quadro 4.19:

• A área prevista em cada perímetro urbano;

• A área ocupada (artificializada) de acordo com a informação de 2015;

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48 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

• A área comprometida por via de operações de loteamento e processos de obra;

• O grau de ocupação de cada perímetro urbano em ha e em percentagem (note-se que o grau de ocupação não corresponde à soma da área ocupada e da área comprometida uma vez muitas vezes existe a sobreposição das duas).

Quadro 4.19 | Área ocupada e comprometida dos perím etros urbanos do PDM em vigor (ha e %)

Perímetros urbanos em vigor

Área do perímetro

urbano Área ocupada Área

comprometida Grau de concretização: Área

ocupada e comprometida

ha ha ha ha % do total do

PU Tesoureira 16,73 5,03 6,10 6,48 38,7

Arranhó 147,63 49,09 102,46 103,75 70,3

Louriceira de Cima 23,35 11,32 10,71 14,14 60,6

A-do-Baço 9,51 3,94 3,99 4,42 46,4

Camondes 11,25 3,79 5,18 5,43 48,3

A-dos-Arcos 9,70 3,88 4,38 5,05 52,0

Louriceira de Baixo 2,11 0,99 0,70 1,20 56,9

A-do-Barriga 28,15 9,24 15,53 17,63 62,6

Linhó 15,57 2,48 9,10 9,25 59,4

Quinta de S. Sebastião 3,52 1,59 3,09 3,27 92,9

Carrasqueiro 24,28 6,56 15,07 15,50 63,8

Mata 12,63 1,68 6,07 6,12 48,4

Arruda dos Vinhos 254,93 104,81 154,92 158,45 62,2

Galinhatos 10,71 2,27 2,86 2,90 27,0

Casal das Antas 7,51 1,68 3,70 3,84 51,1

Giesteira 8,52 1,57 5,16 5,17 60,7

Casal da Carpinteira 1,97 0,42 1,43 1,46 74,3

Quinta da Serra 16,26 3,00 6,17 6,75 41,5

Casais da Granja 6,00 1,84 2,31 2,81 46,8

Lapão 9,01 1,40 3,52 3,52 39,0

Rondulha 11,85 2,29 3,27 3,61 30,5

Fonte Nova 11,61 1,99 4,12 4,29 37,0

Bico de Chão 1,43 1,01 1,29 1,39 97,0

Pucariças 24,60 4,35 9,58 10,24 41,6

Casal de Maio 2,50 0,38 0,45 0,49 19,7

Casal do Não Há 8,96 1,59 2,33 2,34 26,2

Cardosas 21,92 6,75 8,59 9,11 41,6

Rossio das Cardosas 2,01 0,43 0,80 0,83 41,5

A-de-Mourão 47,61 16,94 21,42 25,57 53,7

S. Tiago dos Velhos 50,77 16,76 21,33 24,41 48,1

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 49

Perímetros urbanos em vigor

Área do perímetro

urbano Área ocupada Área

comprometida Grau de concretização: Área

ocupada e comprometida

ha ha ha ha % do total do

PU Adoseiros 21,59 7,76 6,29 9,59 44,4

Carvalha 15,45 4,97 6,01 7,24 46,8

Covão 1,07 0,53 0,65 0,70 64,9

Alcobela de Baixo 25,42 8,86 10,81 11,04 43,4

Capelã* 2,76 0,53 0,14 0,68 24,6

Carvalhal* 4,35 0,63 1,41 1,84 42,3

Casais da Monteira* 4,85 1,15 0,28 1,34 27,6

Casal das Figueiras* 56,84 0,88 1,30 1,52 2,7

Casal do Mato* 3,72 0,70 0,70 18,8

Granja* 2,61 0,52 0,52 0,94 36,0

Vila Vedra* 2,02 0,57 0,03 0,60 29,7

Total 943,31 296,17 463,07 495,59 52,5

Fonte: Fichas dos perímetros urbanos, novembro de 2015. Os perímetros urbanos assinalados com* tem por fonte a

Proposta de Plano de janeiro de 2015.

A análise da concretização dos (41) perímetros urbanos do PDM em vigor revela que cerca de metade (495,59 ha e 52,5%) do solo urbano se encontra ocupado ou comprometido (Quadro 4.18).

O maior contributo de área ocupada e comprometida pertence ao perímetro urbano de Arruda do Vinhos, que é também o maior perímetro urbano do concelho. A área ocupada e comprometida representa 62,2% do perímetro urbano de Arruda dos Vinhos, podendo ser identificados 7 perímetros urbanos com níveis de concretização superiores a este – Arranhó, A-do-Barriga, Carrasqueiro, Quinta de São Sebastião, Casal da Carpinteira, Bico do Chão e Covão, mas que apenas os 3 primeiros correspondem a perímetros urbanos de maior dimensão (maior que 5 ha).

De um modo geral, todos os perímetros urbanos apresentam um nível de concretização significativo, mantendo-se abaixo de 20% apenas os casos de Casal de Maio, Casal do Mato e Casal das Figueiras.

No âmbito da avaliação da concretização do Solo Urbano, destaca-se a taxa de ocupação das zonas industriais (Quadro 4.20), que no conjunto do concelho totalizam os 123 ha, dos quais 70 ha encontram-se ainda disponíveis. Tal corresponde a uma taxa de ocupação de 43,2%, mas as zonas industriais de Santo António e o Núcleo Empresarial de Arruda dos Vinhos (NEAV) apresentam-se totalmente ocupadas, e a zona industrial de A-do-Mourão também apresenta uma taxa de ocupação superior a 50%.

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50 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Quadro 4.20 | Taxa de ocupação das Áreas Industriai s do município de Arruda dos Vinhos

Zona Industrial Área Total

(m2) Área disponível

(m2) % Área

Ocupada Corredouras 584.350 370.268 36,6%

Núcleo Empresarial de Arruda dos Vinhos 81.668 0 100%

Santo António 45.863 0 100%

A-do-Mourão 196.289 80.085 59,2%

Adoseiros 98.445 59.271 39,8%

Arranhó 228.660 192.404 15,9%

Total (m2) 1.235.276 702.027

43,2% Total (ha) 123,528 70,203

Fonte: CMAV – levantamento disponibilizado em 04-06-2018.

Por fim, na avaliação do estado do ordenamento do território, e em particular da implementação do PDM em vigor, importa verificar o grau de concretização das propostas deste último. O PDM em vigor, aprovado em 1997, não tem um Programa de Execução formal, contudo, com base no levantamento efetuado para o Relatório de avaliação do PDM em vigor, procedeu-se à sistematização das principais propostas em 4 áreas, constando do quadro seguinte, o resultado da verificação e avaliação conjunta com a CMAV.

Em síntese, podem destacar-se as seguintes situações nas áreas identificadas:

• “Acessibilidades” – assinala-se uma importante melhoria das acessibilidades, com a concretização de A10, mas verifica-se ainda a carência de ligações locais e de melhoria da rede municipal. Foi construído o Terminal Rodoviário de Arruda dos Vinhos e uma rede de abrigos para os passageiros. Ao nível do estacionamento, foram realizadas várias intervenções no espaço público, mas assinala-se a existência de um parque provisório no centro de Arruda dos Vinhos, cuja supressão originará importantes carências.

• “Acolhimento e Apoio de Atividades Económicas + Emprego” – o problema da dispersão de operadores de resíduos no concelho, já identificado no PDM em vigor, subsiste atualmente, porque apesar de ter sido elaborado o PP da ZIR, este não foi concretizado, e foi entretanto revogado. Por outro lado, existem várias zonas industriais no concelho, algumas com taxas de ocupação de 100%. É evidente o esforço desenvolvido pelo município no desenvolvimento de novos apoios ao investimento, através nomeadamente da criação do Gabinete de Apoio às Empresas, da incubadora de empresas – Invest Arruda e do PIEMA Projetos de Interesse Estratégico, entre outros.

• “Infraestruturas de abastecimento e saneamento” – assiste-se a grandes melhorias nas infraestruturas de abastecimento e saneamento. Foi assegurado o abastecimento de água das poucas povoações que ainda se encontravam em falta e foi executada a ETAR, assim como várias intervenções na rede concelhia de saneamento. A lixeira foi desativada e os resíduos são direcionados para o Aterro Sanitário da Valorsul, localizado fora do concelho.

• e “Equipamentos” – Arruda dos Vinhos e Arranhó encontram-se dotadas de Centro Escolar que assegura o 1.º ciclo do ensino básico, permanecendo o 2.º e 3.º ciclos, assim como o ensino secundário assegurados pelo ensino privado (mas com comparticipação pública). Cardosas é

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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a única freguesia sem Jardim-de-Infância, mas no que respeita as valências (de apoio social a crianças) de creche e Atividades de Tempos Livres, apenas existem em Arruda dos Vinhos. No que respeita ao apoio a Idosos, destaca-se que apenas existe Estrutura Residencial para Pessoas Idosas em Arruda dos vinhos. A dotação de equipamentos de desporto, cultura e lazer continua muito concentrada em Arruda dos Vinhos. Destaca-se aí o papel de promoção e divulgação cultural desempenhado pelo Centro Cultural do Morgado. O Parque Urbano de Arruda dos Vinhos, proposto no PDM em vigor, encontra-se em fase de conclusão (prevendo-se a inauguração para breve.

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Quadro 4.21 | Avaliação do grau de concretização da s propostas do PDM em vigor

Áreas/ Propostas Descrição do Relatório de Avaliação do PDM Concretização Observações Acessibilidades

A.1 Ligação do IC11 e A10, ou prolongamento da CREL

Integração do concelho na rede de acessibilidade nacional, através da ligação da atual rede fundamental de estradas, IC11 e A10, ou prolongamento da CREL, com os nós de ligação em Arruda dos Vinhos Apenas foi feita a A10

A.2 Beneficiação/correção da EN 115-4 entre Arruda e Arranhó

Melhoria das redes de estradas e caminhos municipais e de transportes, e reforço da rede de acessibilidade interna articulada com a projetada renovação da rede de acessibilidade nacional (…) Foi considerada prioritária a beneficiação/correção da EN 115-4 entre Arruda e Arranhó (...)

A.3 Estação Central de Camionagem na área central da Vila de Arruda dos Vinhos

Construção de uma Estação Central de Camionagem na área central da Vila de Arruda dos Vinhos (…)

A.4 Rede de abrigos para os passageiros dos transportes coletivo

Construção de uma rede de abrigos para os passageiros dos transportes coletivos (…)

A.5 Estacionamento urbano Dimensionar e tipificar as exigências de estacionamento urbano Através de algumas intervenções em espaço público

Acolhimento e apoio de Atividades Económicas + empr ego

AE.1

Constituição de reservas de solo - Arruda dos Vinhos, Arranhó, A dos Eiros e A-do-Mourão.

Incentivo à fixação de pequenas e médias indústrias, comércio e serviços, e constituição de reservas de solo para a sua instalação em locais estratégicos para o desenvolvimento municipal - Arruda dos Vinhos, Arranhó, A dos Eiros e A-do-Mourão.

Através das áreas industriais do PDM

AE.2 Concentração da atividade da sucata

(…) à atividade da sucata é propostas a sua concentração em espaço específico, sendo dada a sugestão de um dos loteamentos industriais que o PO do Oeste prevê.

Foi elaborado o PP da ZIR mas foi revogado

AE.3 Relocalizações e reconversões das explorações pecuárias

(…) às atividades pecuárias (…) são propostas ações de ordenamento que poderão passar por estímulos e apoios a algumas relocalizações e reconversões.

Atualmente existem menos explorações pecuárias.

AE.4 Ações de formação profissional Desenvolver ações de formação profissional (…)

AE.5 Estudo das oportunidades de novas atividades no concelho

Estimular os agentes económicos locais ao estudo das oportunidades de novas atividades no concelho, divulgando os apoios disponíveis, designadamente no âmbito do SIPIE

AE.6 Gabinete de Desenvolvimento Criação de um Gabinete de Desenvolvimento no âmbito do município (…)

Infraestruturas de abastecimento e saneamento

I.1 Equipamento das duas estações elevatórias - sistema de Cardosas Equipamento das duas estações elevatórias do sistema de Cardosas

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Áreas/ Propostas Descrição do Relatório de Avaliação do PDM Concretização Observações

I.2 Obras de adução e reserva necessárias - povoações de A-do-Mourão e Tesoureira

Execução das obras de adução e reserva necessárias para a ligação ao sistema com origem no reservatório R5 (água da EPAL) das povoações de A-do-Mourão e Tesoureira

I.3

Abastecimento de água ao domicílio - Espogeiro, Casal do Pardal e Casal de São Sebastião

Abastecimento com água ao domicílio das poucas povoações que ainda não a têm, como Espogeiro, Casal do Pardal e Casal de São Sebastião

I.4 Rede de drenagem separativa e ETAR - Arruda dos Vinhos

Dotar a Vila de Arruda dos Vinhos de rede de drenagem separativa e de uma ETAR

A ETAR foi executada. Na Vila de Arruda dos Vinhos, uma parte da rede é separativa, e outra é unitária

I.5 Serviços de redes e tratamento - Arranhó Dotar Arranhó de serviços de redes e tratamento idênticos à vila de Arruda dos Vinhos

I.6 Redes de drenagem e tratamento - A do Baço, Alcobela de Cima e A do Barriga

Dotar com redes de drenagem e tratamento todas as restantes povoações com mais de 100 habitantes (A do Baço, Alcobela de Cima e A do Barriga)

A-do-Barriga tem tratamento. Prevê-se que até ao início do próximo ano, A-do-Baço e Alcobela também tenham tratamento.

I.7

Tratamento de águas residuais - povoações de Louriceira de Cima, Quinta do Paço e Nossa Senhora da Ajuda

Tratamento de águas residuais das povoações de Louriceira de Cima, Quinta do Paço e Nossa Senhora da Ajuda

I.8 Recolha de resíduos sólidos urbanos 3 vezes por semana

Aumentar a frequência de recolha de resíduos sólidos urbanos (…) 3 vezes por semana

I.9

Desativação da lixeira existente +Execução de Aterro Sanitário (freguesia de S. Tiago dos Velhos)

Desativação da lixeira existente e execução de um Aterro Sanitário (…) freguesia de S.Tiago dos Velhos.

A lixeira está desativada. O aterro sanitário pertence à Valorsul e é fora do Concelho.

Equipamentos

E.1 Escola Secundária em Arruda dos Vinhos Criação de uma Escola Secundária em Arruda dos Vinhos

A existência do Externato João Alberto Faria, cumpre as valências necessárias deste nível de ensino

E.2 Escola do Ensino Básico 2.º e 3.º ciclos em Arranhó Criação de uma Escola do Ensino Básico, 2.º e 3.º ciclos em Arranhó

O 2.ª ciclo já se encontra assegurado, o 3.º ciclo é ministrado em Arruda dos Vinhos

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Áreas/ Propostas Descrição do Relatório de Avaliação do PDM Concretização Observações

E.3 Escola de Ensino Básico do 1.º ciclo em Arruda dos Vinhos e Arranhó

Criação de uma Escola de Ensino Básico do 1.º ciclo em Arruda dos Vinhos e Arranhó

Centro Escolar de Arranhó (2008), Centro Escolar de Arruda dos Vinhos (ampliação em 2006)

E.4

Creches, Jardins de Infância, Centro de Atividades de Tempos Livres em todas as sedes de freguesia

Criação de Creches, Jardins de Infância, Centro de Atividades de Tempos Livres em todas as sedes de freguesia

Cardosas não tem JI, apenas Arruda dos Vinhos tem creche e ATL

E.5 Centro de Dia em Arranhó Criação de um Centro de Dia em Arranhó Centro Social da Freguesia de Arranhó

E.6 Lar de Idosos em Arruda dos Vinhos e Arranhó Criação de um Lar de Idosos em Arruda dos Vinhos e Arranhó Apenas em Arruda dos Vinhos

E.7 Complexo Desportivo em Arruda dos Vinhos Criação de um Complexo Desportivo em Arruda dos Vinhos

Existe Piscina Municipal, Campo de Ténis & Padel e Campo de Futebol

E.8 Núcleo Desportivo em Arranhó Criação de um Núcleo Desportivo em Arranhó União Recreativa e Desportiva de Arranhó

E.9

Espaços de recreio e convívio infantil, juvenil e para idosos, em todas as sedes de freguesia

Criação de espaços de recreio e convívio infantil, juvenil e para idosos, em todas as sedes de freguesia

Existe Jardim Municipal de Arruda dos Vinhos

Existem centros sénior em Arruda dos Vinhos e Cardosas, Arranhó tem centro de dia, Cardosas (em construção)

E.10 Parque Urbano em Arruda dos Vinhos Criação de um Parque Urbano em Arruda dos Vinhos Em construção, praticamente concluído

E.11 Estação dos CTT em Arranhó Criação de uma Estação dos CTT em Arranhó Posto de CTT na Junta de Freguesia de Arranhó

E.12 Mercado em Arruda dos Vinhos Criação de um Mercado em Arruda dos Vinhos

E.13 Centro Cultural em Arruda dos Vinhos Criação de um Centro Cultural em Arruda dos Vinhos Centro Cultural do Morgado

Legenda:

Proposta concretizada.

Proposta parcialmente concretizada.

Proposta não concretizada.

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5. RECOMENDAÇÕES PARA A REVISÃO DO PDM

No âmbito do processo de Revisão do PDM desenvolvido até ao momento, encontravam-se já propostas as Linhas de Orientação Estratégica (LOE) e objetivos específicos, que se propõe manter face ao âmbito do novo contexto estratégico e de ordenamento do território (Capítulo 3 do REOT), e da Avaliação do estado do ordenamento do território (Capítulo 4 do REOT).

As Linhas de Orientação Estratégica e objetivos específicos propostos são os seguintes:

• LOE A – Desenvolvimento harmonioso entre as vertentes económica, sociocultural e ambiental

− A1. Promoção da biodiversidade e reforço da estrutura ecológica municipal.

− A2. Promoção da gestão sustentável dos sistemas agrícolas.

− A3. Melhoria das infraestruturas de abastecimento e saneamento.

− A4. Desenvolvimento de atividades turísticas sustentadas nos valores ambientais.

• LOE B – Aumento da “Competitividade Territorial” de Arruda dos Vinhos em relação aos concelhos adjacentes

− B1. Aumento da capacidade de alojamento turístico de qualidade.

− B2. Promoção das atividades de inovação e desenvolvimento tecnológico, industrial com vista ao pleno emprego.

− B3. Promoção da atividade vinícola e agroindustrial.

− B4. Reforço das áreas de acolhimento empresarial no concelho – Identificação de espaços.

• LOE C – Desenvolvimento de uma alternativa de qualidade para fixação de população

− C1. Estruturação interna e reforço funcional dos principais aglomerados urbanos e criação de espaços de recreio e lazer urbanos.

− C2. Promover a salvaguarda e valorização do património cultural.

− C3. Reforço dos aglomerados populacionais de pequena dimensão

− C4. Reforço do ensino e formação profissional.

− C5. Melhoria e reequilíbrio da rede de equipamentos coletivos e de serviços sociais.

Contudo, aproveitando o exercício de avaliação do estado do ordenamento do território e as conclusões daí retiradas, procede-se de seguida à sistematização de um conjunto de recomendações para a Revisão do PDM:

• Traduzir à escala municipal a Estrutura Regional de Proteção e Valorização da Região Oeste e Vale do Tejo, a integrar na Estrutura Ecológica Municipal (EEM);

• Integrar as orientações e a carta de perigosidade do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI);

• Identificar e avaliar as zonas de risco na proposta de ordenamento e na sua regulamentação;

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• Adaptar a proposta de delimitação da Reserva Ecológica Nacional Bruta às novas orientações estratégicas;

• Proceder à fundamentação da proposta de desafetações da Reserva Agrícola Nacional (RAN) bruta;

• Desenvolver um modelo de ordenamento dos espaços agrícolas e florestais que contribua para a manutenção e dinamização das atividades, incluindo a produção vinícola;

• Proteger, valorizar e dinamizar os recursos naturais e culturais, considerando o seu papel no desenvolvimento e promoção das atividades económicas, em particular do turismo;

• Valorizar o posicionamento estratégico de Arruda de Vinhos, face às boas acessibilidades e proximidade à área metropolitana de Lisboa, reforçando essas acessibilidades nomeadamente através da criação da variante a Arruda dos Vinhos, da ligação ao nó do Cabeço da Rosa (através de uma ligação à CREL e da beneficiação de cerca de 6km de via existente), e de um acesso à a10 junto à Academia de Dressage.

• Reavaliar a delimitação dos perímetros urbanos, enquadrando o crescimento populacional do concelho e atendendo às caraterísticas físicas e urbanas existentes, aos compromissos urbanísticos e infraestruturação do território, tendo em conta as orientações do novo RJIGT.

• Promover a reabilitação do centro histórico de Arruda dos Vinhos, integrando as propostas de delimitação das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e os projetos propostos no âmbito do PARU;

• Identificar áreas de edificação dispersa e programar o seu planeamento e reordenamento, nomeadamente onde a densidade do edificado possua forte expressão;

• Valorizar e qualificar os espaços de atividades económicas existentes e favorecer a criação de novas áreas destinadas à implantação de indústrias, armazéns, serviços, comércio e logística.

• Enquadrar a relocalização e legalização das unidades de operadores de gestão de resíduos.

• Assegurar a integração das propostas de novos equipamentos coletivos ou de requalificação dos existentes, com particular enfoque naqueles que promovam o desporto, a saúde, o apoio à família, à terceira idade e à inclusão social;

• Garantir a articulação da rede rodoviária municipal com as intervenções realizadas e programadas ao nível da requalificação da rede rodoviária nacional e regional e equacionar soluções alternativas para o transporte público para os aglomerados populacionais de pequena dimensão;

• Integrar a Carta Arqueológica do Concelho (2017) e o Inventário do Património Cultural, Civil e Religioso, do Concelho de Arruda dos Vinhos, e promover a proteção e valorização do património concelhio.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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ANEXO I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL (ÂMBIT O NACIONAL E REGIONAL)

Anexo I. 1 | Programa Nacional para a Política de Ord enamento do Território

O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro, constitui o instrumento de desenvolvimento territorial de natureza estratégica que estabelece as grandes opções com relevância para a organização do território nacional, consubstanciando o quadro de referência nacional para a elaboração da Revisão do PDM de Arruda dos Vinhos.

O Programa de Acão do PNPOT apresenta-se estruturado em seis objetivos estratégicos:

• Conservar e valorizar a biodiversidade, os recursos e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos, e prevenir e minimizar os riscos.

• Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibérico, europeu, atlântico e global.

• Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à integração e à coesão territoriais.

• Assegurar a equidade territorial no provimento de infraestruturas e de equipamentos coletivos e a universalidade no acesso aos serviços de interesse geral, promovendo a coesão social.

• Expandir as redes e infraestruturas avançadas de informação e comunicação e incentivar a sua crescente utilização pelos cidadãos, empresas e Administração Pública.

• Reforçar a qualidade e a eficiência da gestão territorial, promovendo a participação informada, ativa e responsável dos cidadãos e das instituições.

Estes correspondem a objetivos específicos e medidas prioritárias, cuja implementação se baseia nos instrumentos de gestão territorial, incluindo planos municipais de ordenamento do território. A Revisão do PDM de Arruda dos Vinhos deve visar um conjunto de medidas específicas do PNPOT (de acordo com o Anexo III – Medidas Prioritárias e Instrumentos de Gestão Territorial), nomeadamente as que se apresentam de seguida sintetizadas:

• Definir as estruturas ecológicas municipais.

• Contribuir para a implementação e avaliação do Programa Nacional de Combate à Desertificação.

• Assegurar a articulação com o Plano Regional de Ordenamento Florestal.

• Assegurar a articulação com os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica (PGBH).

• Contribuir para a implementação, no território continental, do Plano Nacional de Regadios de forma articulada com as estratégias para a gestão da água definidas no Plano Nacional da Água e nos PGRH.

• Integrar as orientações decorrentes do Programa Nacional para as Alterações Climáticas.

• Assegurar a articulação com o Programa Nacional de Recuperação e Valorização das Paisagens.

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58 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

• Assegurar a articulação com a Lei de Bases do Património Cultural.

• Reforçar a vertente da avaliação de riscos naturais, ambientais e tecnológicos, em particular dos riscos de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas.

• Definir para os diferentes tipos de riscos naturais, ambientais e tecnológicos, as áreas de perigosidade, os usos compatíveis nessas áreas, e as medidas de prevenção e mitigação dos riscos identificados.

• Participar no desenvolvimento de uma rede nacional de áreas de localização empresarial, que diversifiquem os espaços de acolhimento de atividades inovadoras.

• Reforçar a componente estratégica, integrando a definição de opções sobre a dimensão e as formas de desenvolvimento urbano mais adequadas aos respetivos territórios.

• Promover a aplicação de mecanismos de execução para um urbanismo programado de parcerias e operações urbanísticas perequativas e autossustentabilidade financeira.

• Assegurar a assunção por parte dos promotores das externalidades (infraestruturas e estrutura ecológica) geradas pelas novas urbanizações.

• Promover a aplicação de Programas de Acão Territorial e Projetos de Intervenção em Espaço Rural e a criação de parcerias de âmbito urbano-rural.

• Promover as soluções inovadoras na organização de sistemas de transporte à escala local.

• Integrar a Carta Educativa, considerando as orientações nacionais para a organização das redes de educação pré-escolar e de ensino básico, e das redes de agrupamentos e de escolas de ensino secundário em articulação com a rede de centros de formação profissional.

• Participar na implementação do Plano Estratégico de Habitação.

• Implementar iniciativas de gestão e dinamização do mercado de arrendamento público e participar na implementação do Programa Especial de Realojamento, visando os objetivos de equidade social e territorial, reforçando a solução do parque devoluto em relação à construção nova.

• Desenvolver um planeamento participado e reforçar a oferta de equipamentos de solidariedade e ação social.

• Assegurar a articulação com o desenvolvimento das Redes Sociais.

• Desenvolver a oferta de equipamentos destinados às atividades de lazer ativo e desporto, no quadro da execução do Plano Nacional de Ordenamento da Rede de Equipamentos Desportivos Estruturantes e da promoção de novas parcerias.

• Integrar as orientações decorrentes da elaboração da Carta Desportiva de âmbito municipal.

• Integrar as orientações dos programas de recuperação e expansão da rede de equipamentos culturais.

• Participar na realização dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Cultural.

• Integrar as orientações da Política Nacional de Resíduos, consubstanciada nos Planos Nacionais de Gestão de Resíduos e nos Planos Estratégicos Sectoriais dos Resíduos Sólidos Urbanos, dos Resíduos Industriais e dos Resíduos Hospitalares.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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• Assegurar o cumprimento dos objetivos de abastecimento de água para consumo humano e de tratamento de águas residuais urbanas, através da realização dos investimentos necessários para servir a generalidade da população portuguesa com elevada qualidade e a preços acessíveis.

• Promover a execução do Plano Estratégico de Água e de Saneamento de Águas Residuais e definir critérios para a elaboração de Planos de Segurança, de Qualidade e Quantidade do recurso Água.

• Assegurar que as redes de transporte e mobilidade respondam à sua procura e aos processos de redefinição dos usos do solo.

• Assegurar a qualidade do Plano, a conformidade com os instrumentos territoriais de ordem superior e a sua execução em tempo útil.

• Integrar os princípios e orientação da Agenda 21 Local.

• Respeitar os modelos de acompanhamento, participação e concertação previstos no regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, em vigor.

O Modelo Territorial do PNPOT estrutura-se em quatro grandes vetores de identificação e organização espacial dos recursos territoriais,

1. Riscos;

2. Recursos Naturais e Ordenamento Agrícola e Florestal;

3. Sistema urbano;

4. Acessibilidade e conectividade internacional.

A inclusão do primeiro vetor (Figura seguinte) no Modelo Territorial visa reforçar a importância concedida pelo PNPOT a uma gestão preventiva de riscos. No município de Arruda dos Vinhos destaca-se o perigo de movimento de terras (também considerado no âmbito da elaboração do PROT-OVT), inserindo-se também numa área de perigo sísmico.

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Riscos em Portugal Continental

Extraído de: DGOTDU - PNPOT in www.dgotdu.pt.

Na Figura seguinte, encontram-se representados os sistemas naturais e agroflorestais em Portugal Continental, verificando-se no município de Arruda dos Vinhos a ausência de áreas de especial potencial agrícola ou de povoamentos florestais.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Sistemas naturais e agroflorestais em Portugal Contin ental

Extraído de: DGOTDU - PNPOT in www.dgotdu.pt.

Por fim, na Figura seguinte encontram-se representados, conjuntamente, o sistema urbano e de acessibilidades, encontrando-se o município de Arruda dos Vinhos abrangido pelo Arco Metropolitano do Lisboa, que encontrando-se centrado na capital e respetiva área metropolitana, dispõe de uma estrutura complementar, onde emerge a consolidação do sistema urbano sub-regional do Oeste (também Médio Tejo, Lezíria e Alentejo Litoral)13.

13DGOTDU (2007); PNOPT – Relatório, pp157.

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62 E17015_REOT_Arruda.docx Julho de 2018

Sistema urbano e acessibilidades em Portugal Continen tal

Extraído de: DGOTDU - PNPOT in www.dgotdu.pt.

O PNPOT estabelece um conjunto de opções para o desenvolvimento do território para o conjunto das sub-regiões do Oeste, Lezíria do Tejo e Médio Tejo, sendo que no caso do Oeste sobressai “a necessidade de preservar os solos agrícolas de pressão de urbanização – residencial, turística e empresarial – e, por outro, importantes problemas de natureza ambiental.” São apresentadas as seguintes opções para o desenvolvimento do território do Oeste e Vale do Tejo14:

• “Promover um sistema de mobilidade e transportes mais eficaz, eficiente e sustentável ao serviço da estruturação do sistema urbano sub-regional;”

• “Desenvolver as aptidões para as atividades logísticas (…), definindo os espaços adequados, apoiando iniciativas e promovendo as infraestruturas;”

14 Exclui-se daqui a referência à opção identificada no PNPOT relativa à localização no novo aeroporto na Ota, assim como outras referências específicas a centros urbanos a montante de Arruda dos Vinhos.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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• “Estruturar o sistema urbano sub-regional (…);”

• “Preservar a competitividade da agricultura e das explorações agrícolas, nomeadamente protegendo os respetivos solos das pressões de urbanização e de valorizações especulativas”;

• “Definir um modelo sustentável de desenvolvimento turístico, tirando partido das singulares condições naturais do Oeste (…) e da rede urbana e criar condições para a sua concretização no quadro dos instrumentos de gestão do território”;

• “Implementar as infraestruturas ambientais que minimizem as agressões das atividades económicas, em particular sobre os recursos hídricos”;

• “Promover a valorização das paisagens e dos enquadramentos cénicos enquanto traço de identidade e de qualificação de cada uma das sub-regiões, em particular protegendo-as das agressões da urbanização e da edificação dispersa;

• Estimular o surgimento de redes de valorização do património histórico, cultural (material e imaterial) e natural.”

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 44/2016, de 23 de agosto determina a alteração do “PNPOT, incidindo em particular na elaboração de um novo Programa de Ação a 10 anos e de um novo regime de gestão, acompanhamento e monitorização.”

O PNPOT encontra-se atualmente em fase de discussão pública, a decorrer de 30 de abril a 15 de junho de 2018, estruturando-se em três documentos: O Diagnóstico, a Estratégia e o Modelo Territorial e a Agenda para o Território (Programa de Ação).

Nessa proposta de PNPOT em discussão pública, em particular no Programa de Ação, são identificadas 49 medidas de política (representadas na figura seguinte), que se organizam por 5 Domínios de Intervenção – Domínio Natural, Domínio Social, Domínio Económico, Domínio da Conetividade e Domínio da Governança Territorial.

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Medidas propostas pelo PNPOT

Extraído de: DGOTDU – Alteração do PNPOT, Programa de Ação, versão para Discussão Pública in www.dgotdu.pt.

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Anexo I. 2 | Plano Regional de Ordenamento do Territ ório do Oeste e Vale do Tejo

O Plano Regional de Ordenamento do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT) foi aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 64-A/2009, de 6 de Agosto.

A Visão para o Oeste e Vale do Tejo para o horizonte 2020 estabelece um modelo de desenvolvimento e de estruturação territorial que visa promover os seguintes princípios – “qualidade de vida, coesão e competitividade regional”, apresentando, em consonância com Opções para o Desenvolvimento do Território do PNPOT para a Região OVT, os seguintes eixos e objetivos estratégicos:

• Eixo Estratégico 1 - Ganhar a aposta da Inovação, competitividade e internacionalização:

1.1. Renovar o modelo de crescimento económico, valorizando os recursos endógenos da região, promovendo polos de competitividade e tecnologia, afirmando lógicas sectoriais ou de atividades relacionadas e organizadas em clusters ou redes e dinamizando a renovação económica urbana e revitalização da atividade económica em centros urbanos.

1.2. Apostar na qualificação territorial através do reforço de infraestruturas de internacionalização, acolhendo atividades produtivas, logísticas e de serviços, e da afirmação de um leque de especializações regionais nas áreas do turismo, cultura, desporto e lazer, acolhimento empresarial, agricultura/agroalimentar, ambiente, recursos energéticos endógenos, e pesca e aquicultura.

1.3. Potenciar a utilização eficiente das infraestruturas de transportes existentes ou a criar, promovendo-se a elaboração e implementação de um Plano Regional de Transportes, impulsionando-se a criação de uma estrutura de coordenação dos transportes regionais e aumentando a acessibilidade aos centros urbanos e outros polos/equipamentos relevantes.

1.4. Fomentar a iniciativa empresarial e o empreendedorismo, garantindo a ligação das redes empresariais aos Centros de Investigação e às Universidades, e promovendo um up-grade dos núcleos empresariais existentes.

1.5. Apostar na qualificação humana, através do reforço da capacidade de qualificação técnica para a agricultura, floresta e pesca, do apoio ao desenvolvimento das atividades económicas associadas à produção cultural, e da orientação da prestação dos serviços públicos com base na utilização das TIC.

• Eixo Estratégico 2 - Potenciar as vocações territoriais num quadro de sustentabilidade ambiental:

2.1. Proteger e valorizar os recursos naturais, patrimoniais e culturais através de medidas que os integrem na gestão do planeamento territorial regional e municipal, numa perspetiva de coesão territorial e reforço da identidade regional.

2.2. Apostar no desenvolvimento sustentável das atividades de turismo e lazer, nomeadamente o touring cultural e paisagístico, através da identificação de temas e recursos a preservar para a constituição de rotas turísticas, considerando a localização de referência das “portas do mar”, e do apoio a estratégias de comunicação e marketing que estruturem a procura dos produtos culturais regionais.

2.3. Potenciar o aproveitamento das atividades agrícolas, florestais, nomeadamente as associadas à exploração de produtos verdes (agroflorestais, biocombustíveis e energias renováveis),

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conciliando-as com as dinâmicas urbanas e as áreas fundamentais para a conservação da natureza e da paisagem e promover o aproveitamento dos recursos geológicos, numa perspetiva de compatibilização dos valores naturais e patrimoniais com as componentes económica e social.

2.4. Dar continuidade à aposta no aproveitamento da energia eólica da Região, e gerir a procura de energia através de políticas de planeamento do licenciamento urbanístico, de sensibilização e educação de populações e agentes económicos

2.5. Identificar a distribuição espacial dos perigos naturais, tecnológicos e ambientais no território regional, e promover a gestão adequada das águas residuais e de resíduos de origem agrícola e não agrícola, tomando em consideração a saúde pública e segurança de pessoas e bens, a ocupação atual do território e as projeções da sua utilização futura.

• Eixo Estratégico 3 - Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana:

3.1. Reforçar e consolidar os subsistemas urbanos regionais, mitigando a dicotomia litoral/interior no sentido da estruturação de uma rede urbana polinucleada, integrando soluções de carácter plurimunicipal no âmbito dos sectores do abastecimento público de água e saneamento de águas residuais e reforçando complementaridades e sinergias em redes de equipamentos para as áreas da saúde, educação, cultura, desporto e lazer.

3.2. Apostar na qualificação dos centros urbanos através da valorização dos recursos patrimoniais e frentes ribeirinhas, da recuperação dos espaços urbanos desqualificados, e do estabelecimento de redes de equipamentos, assegurando condições de acessibilidade e de mobilidade adequadas.

3.3. Apostar em formas de turismo alternativas, materializadas nas áreas urbanas e nos pequenos aglomerados tradicionais, com base na valorização dos recursos do património cultural, requalificando Fátima como centro urbano de Turismo Religioso.

3.4. Apostar na qualificação dos recursos humanos, valorizando a oferta de ensino profissional e politécnico, e alargando a gama de oferta de serviços coletivos e de interesse público suportados na Internet e na utilização das TIC aos centros urbanos de menor dimensão.

• Eixo Estratégico 4 - Descobrir as novas ruralidades:

4.1. Incrementar e consolidar, de forma sustentável, a competitividade das fileiras de produção agrícola, florestal e agropecuária, valorizando os produtos de grau elevado de diferenciação e qualidade, e garantindo uma valorização ambiental, paisagística, da biodiversidade e dos recursos naturais, e da valência turística dos espaços rurais.

4.2. Requalificar e consolidar a agricultura de regadio, associada à promoção de mecanismos sustentáveis de gestão das infraestruturas e dos recursos naturais, e redimensionando as estruturas de transformação e comercialização.

4.3. Inovar ao nível da articulação urbano-rural, diversificando a economia e as funcionalidades agrícola e não agrícola associadas ao espaço rural, dirigida por uma utilização sustentável dos recursos naturais e do património rural e apostando numa ruralidade qualificada, através do desenvolvimento de competências técnicas, da melhoria da organização dos sectores produtivos, e do alargamento da gama de oferta de serviços coletivos e de interesse público suportados na Internet e na utilização das TIC.

O modelo territorial do Oeste e Vale do Tejo organiza-se em três sistemas estruturantes, que são apresentados nos pontos seguintes:

• Sistema Urbano e a Competitividade.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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• Sistema Ambiental.

• Sistema de Mobilidade.

Sistema Urbano e a Competitividade

A definição do modelo territorial do sistema urbano do Oeste e Vale do Tejo estrutura-se em duas componentes essenciais:

• Hierarquização dos centros urbanos, organizados em três níveis:

– “a) Centros Regionais, oferecendo uma rede de equipamentos e serviços diversificada, desempenhando funções essenciais de articulação territorial e evidenciando capacidades para construir e dinamizar redes e especialidades urbanas de âmbito regional;

– b) Centros Estruturantes, prestando um conjunto de funções especializadas de âmbito regional ou um leque de funções razoavelmente diversificado de influência sub--regional;

– c) Centros Complementares, fornecendo um leque de funções urbanas pouco diversificado, mas fundamental na sustentação da coesão territorial e na consolidação de redes de proximidade”, e onde se enquadra a vila de Arruda dos Vinhos.

• Relações/articulações que se desenvolvem entre eles (subsistemas urbanos) e com as regiões envolventes, verificando-se a sua organização:

– Redes de articulação urbana de proximidade que se concretizam através de um conjunto de subsistemas e eixos urbanos que garantem “as bases de articulação para a coesão territorial e o reforço da qualidade de vida dos residentes” e as articulações entre áreas urbanas para o robustecimento de especializações e de relacionamentos que aumentem a competitividade do sistema, desta forma, são identificados:

� Eixo Urbano do Oeste

� Subsistema Urbano do Médio Tejo

� Eixo de Conectividade a Norte.

� Eixo de Conectividade Central.

� Eixo Urbano da Lezíria.

� Eixo de Conectividade com a AML – que abrange o concelho de Arruda dos Vinhos.

� Subsistema Urbano do Sorraia-Tejo

Verifica-se, assim, que no que se refere à dimensão inter-regional, em particular à estruturação da Região de Polarização Metropolitana, Arruda dos Vinhos é abrangida por uma primeira coroa, que é constituída pelos centros urbanos de Torres Vedras, Alenquer, Vila Franca de Xira e Setúbal.

A centralidade de Arruda dos Vinhos confere-lhe também uma posição privilegiada frente à definição de portas logístico-empresariais pelo PROT OVT, particularmente em relação à Porta Norte da Área Metropolitana de Lisboa15. Pretende-se que esta “reordene, valorize e qualifique as atividades logísticas ligadas especificamente à articulação com Área Metropolitana de Lisboa e sirva de elemento estruturador dos movimentos de relocalização empresarial que se manifestam no contexto

15 As outras duas identificadas são: Porta Norte da Região de Polarização Metropolitana de Lisboa; Porta Este da Região de Polarização Metropolitana de Lisboa

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desta área; esta zona deverá articular a plataforma logística da Castanheira do Ribatejo com espaços de acolhimento empresarial a desenvolver na área da Azambuja e Alenquer que reorganizem e requalifiquem as atuais localizações existentes ao longo das EN1 e EN3 na zona do Alenquer-Carregado-Azambuja.”16

O PROT OVT apresenta uma forte aposta no domínio da atividade empresarial da indústria e serviços às empresas, traduzida numa rede de polos de acolhimento empresarial, nomeadamente:

• Parques de Negócios Regionais.

• Parque de Negócios Estruturante.

• Parque de Negócios Local – onde se incluem “as áreas de concentração de atividades em torno de fileiras com, localizações territoriais específicas, como é o caso das atividades de gestão de resíduos (sucatas) no concelho de Arruda dos Vinhos”.17

No que respeita à delimitação das áreas territoriais de ordenamento do turismo e lazer, o concelho de Arruda dos Vinhos é abrangido pela “Margem Direita do Tejo”, constituindo a vila de Arruda uma Centralidade Urbano-Turística de 3ªnível.

Não são identificados, no território municipal de Arruda dos Vinhos, espaços turísticos e de lazer (áreas turísticas emergentes a estruturar, núcleo de turismo e lazer, outras tipologias de espaços turísticos e zona turística de interesse), destacando-se apenas o seu atravessamento pelo Eixo das Linhas de Torres, apontado como uma conexão a desenvolver no âmbito turístico e cultural.

São ainda apresentadas orientações na área das Tecnologias de Informação e Comunicações, Lazer e Cultura, Agricultura e Florestas, e Pesca e Aquicultura.

Sistema Ambiental

O PROT OVT define uma Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental (ERPVA), organizada em três níveis:

• Rede Primária

• Rede Secundária

• Rede Complementar

Que, por sua vez, compreendem:

• Áreas Nucleares – “conjunto de paisagens notáveis com elevado interesse nacional e regional para a conservação da natureza e biodiversidade e com particular sensibilidade às atividades humanas” que são articuladas entre si através dos corredores ecológicos.

• Corredores Ecológicos – “que têm como objetivo assegurar a continuidade dos processos ecológicos e favorecer os fluxos de indivíduos entre os diferentes sistemas”.

No caso de Arruda dos Vinhos, destaca-se a sua ligação pelo Corredor Serrano, integrado na Rede Primária, “correspondente a um eixo que se prolonga desde Sicó-Alvaiázere à Arruda dos Vinhos, atravessando as Serras de Montejunto, Aire e Candeeiros.”18

No Sistema Ambiental são ainda considerados a Água enquanto Valor Estratégico, Litoral, Solo e Paisagem, Energia, e Riscos.

16 RCM n.º 64-A/2009, pp 5118-(30) 17 RCM n.º 64-A/2009, pp 5118-(31) 18 RCM n.º 64-A/2009, pp 5118-(38)

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Sistema de Mobilidade

No âmbito do modelo territorial, são contempladas as seguintes infraestruturas rodoviárias:

• Corredores radiais: IC1, IC2, IP1, IC3 e IC13.

• Corredores circulares: IC11, IP6/IC10 e IC9, para além do troço Norte do IP6 que se articula com o IP1 e estabelece a ligação ao IP2.

No que respeita ao modo ferroviário, considera o PROT OVT “não existir um real funcionamento em rede que permita uma articulação das três sub-regiões”, importando estudar a viabilidade de concretização de dois corredores transversais:

• Central – conectando Caldas da Rainha, Rio Maior e Cartaxo.

• Norte – ligando duas linhas férreas – Oeste e Norte.

Com base nos padrões de ocupação do solo, são definidas as seguintes unidades e subunidades:

1. Oeste Litoral Norte.

2a. Oeste Interior Centro – Caldas.

2b.Oeste Interior Centro.

2c. Oeste Interior Centro – Benedita.

3. Oeste Litoral Sul.

4. Oeste Interior Florestal.

5. Oeste Interior Sul.

6. Serra de Montejunto.

7. Oeste Florestal.

8. Eixo Ribeirinho – Azambuja/Santarém.

9. Colinas de Tejo.

10. Lezíria do Tejo.

11. Maciço Calcário.

12a. Médio Tejo Florestal Norte.

12b. Médio Tejo Florestal Sul.

13. Eixo Ribeirinho – Barquinha/Abrantes.

14a. Charneca Ribatejana Norte.

14b. Charneca Ribatejana Sul.

15a. Eixo Ribeirinho – Alpiarça/S. Magos.

15b. Eixo Ribeirinho Benavente.

16. Vale do Sorraia.

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O concelho de Arruda dos Vinhos insere-se na sua totalidade na unidade territorial Oeste Interior Sul, juntamente com o concelho de Sobral de Monte Agraço e parte dos concelhos de Torres Vedras e Alenquer.

Na figura seguinte é apresentada a delimitação das unidades territoriais, sendo de seguida transcrita a definição da unidade territorial Oeste Interior Sul.

PROT-OVT Unidades Territoriais

Fonte: PROT-OVT

De acordo com o PROT-OVT “Esta Unidade Territorial engloba parte dos concelhos de Torres Vedras, Alenquer e a totalidade dos concelhos de Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos. Apresenta características predominantemente agrícolas, com uma presença dominante de vinhas, e parcelas de menores dimensões ocupadas com policultura intercaladas, porém, com pequenas áreas de povoamentos florestais. No interior das áreas agrícolas ou nas imediações dos aglomerados populacionais surgem algumas instalações industriais e agropecuárias.

As áreas edificadas são dispersas à exceção do centro urbano de Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e respetivas áreas fragmentadas adjacentes.

O povoamento é induzido por processos de metropolização, nomeadamente a relação entre Torres Vedras e a AML, e apesar de este fenómeno ter menor expressividade em Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos, as novas acessibilidades (IC11 e outras) tendem a potenciar a sua proliferação.

Em Arruda dos Vinhos e suas freguesias, os parques de sucatas são frequentes conduzindo, em vários casos, à desqualificação do território e contaminação de solos. Importa destacar a emergência de pretensões turísticas nesta unidade, estando já implantados no terreno alguns empreendimentos.

Em termos orográficos a unidade apresenta um relevo modelado com formas arredondadas e encostas com declives acentuados, que potenciam o risco de movimentos de massa. Tais características associadas à proximidade ao oceano, conferem a esta unidade, um clima no qual o vento é forte e dominante, com grande potencial para produção de energia eólica.

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No que respeita à hidrografia, a unidade é atravessada por um conjunto de linhas de água, das quais se destacam as que escoam para a bacia do Rio Tejo: rio Grande da Pipa, rio Ota e rio Alenquer, e as que escoam diretamente para o oceano: rio Sizandro.

Tendo em conta a geologia dos solos nesta unidade, esta área está extensivamente exposta a um elevado risco sísmico e a movimentos de massa.

A natureza geológica desta unidade (bem como de outras áreas da sub-região Oeste) e os sedimentos que a constituem têm conduzido a atividades de prospeção, sondagem e pesquisa de petróleo, desenvolvidas sobretudo em Torres Vedras – Alenquer.

Existem alguns valores naturais e paisagens especiais que importa distinguir:

(I) Serra do Socorro e Cucos, localizadas a sul do centro urbano de Torres Vedras que, apesar de formações geológicas distintas (vulcânica e calcária, respetivamente), funcionam como unidade do ponto de vista paisagístico; (II) Linhas de Torres – miradouro de Alqueidão - extenso conjunto de linhas fortificadas que, à época da Guerra Peninsular, visava a defesa de Lisboa e seu porto diante das tropas invasoras napoleónicas; (III) cabeço de Meca - cratera do antigo vulcão, agora pedreira de basalto abandonada, localizada entre Alenquer e a Serra de Montejunto.”

A concretização dos objetivos específicos e a implementação do Modelo Territorial, descritos atrás, assenta na aplicação de um conjunto de normas orientadoras, concretizadas por domínio de intervenção e por unidade territorial.

A adaptação dos PDM em vigor, e em particular do PDM de Arruda dos Vinhos, incide, principalmente, sobre as seguintes matérias:

• “classificação e qualificação do solo urbano, no sentido de clarificar e unificar classificações;

• formas e modelos de acolhimento de atividades empresariais e turísticas sem delimitação das respetivas áreas de localização e, no caso do turismo sujeita a limiares máximos de capacidade de alojamento, a gerir ao nível da NUT;

• condicionamentos inerentes à ERPVA, e regras de edificação no solo rural. “

Normas Específicas de Carácter Sectorial

As normas específicas de carácter sectorial subdividem-se em orientações para os seguintes sistemas e sectores:

• Sistema Urbano e Competitividade:

� Estrutura Urbana.

� Equipamentos.

� Atividades Comerciais.

� Indústria e Serviços às Empresas.

� Tecnologias de Informação e Comunicações.

� Turismo e Lazer.

� Cultura.

� Agricultura e Florestas.

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� Pesca e Aquicultura.

• Sistema Ambiental:

� Estrutura Regional de Proteção e Valorização Territorial.

� Recursos Hídricos.

� Abastecimento de Água, Saneamento de Águas Residuais e Resíduos Sólidos.

� Energia.

� Riscos.

• Sistema de Mobilidade.

No âmbito da revisão do PDM de Arruda dos Vinhos serão consideradas e adaptadas as diretrizes aí definidas, em particular aquelas que se aplicam ao território de Arruda dos Vinhos.

Normas Específicas de Carácter Territorial

As Normas Específicas de Carácter Territorial dividem-se em:

• Normas Específicas por Unidades Territoriais.

• Normas Específicas de Ordenamento do Território.

Normas Específicas por Unidades Territoriais

No que respeita a definição de Normas Específicas por Unidades Territoriais, apresentam-se, de seguida, aquelas que se aplicam ao Oeste Interior Sul (que integra o concelho de Arruda dos Vinhos), e em particular as que devem ser consideradas no âmbito da revisão do PDM de Arruda dos Vinhos:19

• “Estruturar a unidade em torno do sistema urbano formado por Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos e por uma rede complementar de aglomerados urbanos e rurais a identificar, nos respetivos PDM, que absorvam as procuras de edificação e contrariem as tendências de povoamento linear e disperso.”

• “Elaborar, no âmbito da revisão do PDM, um Esquema de Ordenamento para Arruda dos Vinhos, Cardosas, Cachoeiras e áreas de expansão recente, integrando as áreas de edificação dispersa envolvente, visando a estruturação espacial e a estabilização de áreas alargadas e considerando as dinâmicas e pressões inerentes à abertura de novas acessibilidades (nós dos eixos viários da A8 e da A10) e de aproximação metropolitana.”

• “Concentrar a localização das atividades económicas ligadas à indústria, logística e comércio em parques empresariais a constituir.”

• “Concluir o reordenamento das áreas de acolhimento de atividades de gestão de resíduos (sucatas), nomeadamente na área de Arruda dos Vinhos e promover medidas de eliminação das áreas ilegais ainda existentes.”

• “Promover a gestão sustentável dos sistemas agrícolas de policultura do Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos, fomentando a manutenção e incremento dos usos agrícolas de policultura numa perspetiva de desenvolvimento económico da atividade e garantindo a devida integração territorial e paisagística de edificações.

19 CCDR LVT – PROT-OVT, Relatório versão para Discussão Pública, Junho 2008 pp 250.

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• “Preservar as manchas de produção frutícola com denominação de origem reconhecida (Pera Rocha – DOP) e de produção vitícola DOC Alenquer, DOC Arruda dos Vinhos e DOC Torres Vedras.”

• “Garantir a integridade das áreas abrangidas pelo projeto de aproveitamento hidroagrícola do Rio Grande da Pipa, salvaguardar e proteger a sua função produtiva agrícola de regadio / uso agrícola e preservar as áreas para construção da barragem e albufeira.”

• “Promover e garantir o bom estado ecológico das massas de água e dos ecossistemas ribeirinhos dos Corredores Fluviais essenciais para a ERPVA, designadamente no Rio Sizandro, Ribeira de Pedrulhos, Rio de Alenquer, Ribeira de Espinçandeira, Rio Grande da Pipa, Ribeira dos Matos e Ribeira Boição.”

• “Manter o coberto vegetal natural e a gestão sustentável dos usos agrícolas e das formações florestais, ao longo do Corredor Ecológico do Maciço Calcário - que nesta Unidade se desenvolve entre a Serra de Montejunto e as cabeceiras do Rio Sizandro, passando pelos relevos da Serra Galega, Serra Alta, Serra de S. Julião e Serra do Monte Deixo - e do Corredor Ecológico de Sobral de Monte Agraço, que se desenvolve entre a Ribeira da Espinçadeira e as cabeceiras da Ribeira do Boição.”

• “Estudar e delimitar, ao nível dos PDM, as paisagens especiais da Serra do Socorro, Cucos, Linhas de Torres e Cabeço de Meca, apresentando uma proposta de gestão para essas áreas.”

Normas Específicas de Ordenamento do Território

As Normas Específicas de Ordenamento do Território são enquadradas pelas seguintes orientações para a organização territorial e funcional:

• Polinucleação e integração territorial.

• Concentração do edificado.

• Contenção, proporcionalidade e programação das áreas urbanas.

• Qualidade urbanística.

• Harmonização espacial dos usos e atividades.

• Acessibilidades e mobilidade sustentável.

• Racionalização dos serviços públicos.

• Proteção e valorização dos recursos e valores naturais.

• Prevenção e redução de riscos.

Em termos de ordenamento do território são definidas um conjunto de diretrizes para as quais os PDM no âmbito dos processos de alteração / revisão devem atender, que se subdividem nos seguintes temas:

• Padrões de ocupação, classificação e qualificação do solo;

• Classificação e qualificação do solo urbano;

• Qualificação do solo rural;

• Definição da estrutura ecológica municipal e urbana.

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Tendo em conta a importância destas diretrizes em termos de classificação e qualificação do solo as mesmas são apresentadas no capítulo relativo à descrição do Modelo de Ordenamento proposto para o município de Arruda dos Vinhos.

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Anexo I. 3 | Plano Nacional da Água

A primeira versão do Plano Nacional da Água (PNA) foi aprovada pelo Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de abril, tendo entretanto sido alterado o enquadramento legal, agora definido pela Lei da Água, Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada e republicada pelo Decreto--Lei n.º 130/2012, de 22 de junho, Lei da Água (LA).

O Plano Nacional da Água (PNA) foi aprovado através do Decreto-Lei n.º 76/2016, de 9 de novembro e pretende definir as grandes opções estratégicas da política nacional da água, a aplicar em particular pelos planos de gestão de região hidrográfica (PGRH) para o período 2016 -2021 e os programas de medidas que lhes estão associados.

O PNA é assim um instrumento de política setorial de âmbito nacional e estratégico, constituindo os Planos de Gestão de Recursos Hidrográficos (PGRH), o instrumento privilegiado de implementação do PNA.

A gestão das águas pelo PNA (entendidas como águas superficiais, naturais, fortemente modificadas e artificiais, designadamente as águas interiores, de transição e costeiras, e as águas subterrâneas) prossegue os seguintes objetivos fundamentais:

“a) A proteção e requalificação do estado dos ecossistemas aquáticos e também dos ecossistemas terrestres e das zonas húmidas que deles dependem, no que respeita às suas necessidades de água;

b) A promoção do uso sustentável, equilibrado e equitativo de água de boa qualidade, com a sua afetação aos vários tipos de usos tendo em conta o seu valor económico, baseada numa proteção a longo prazo dos recursos hídricos disponíveis; e

c) A mitigação dos efeitos das inundações e das secas.”

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Anexo I. 4 | Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Tejo e Ribeiras do Oeste

O Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 16-F/2013, de 22 de Março, corresponde ao 1.º ciclo de planeamento que deveria estar em vigor, de acordo com a DQA, entre os anos de 2010 a 2015.

O Plano de Gestão da Região Hidrográfica de 2.º ciclo foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 52/2016, de 20 de setembro, e republicado pela Declaração de Retificação n.º 22-B/2016, no Diário da República n.º 222 Iª Série, de 18-11-2016. O Plano assume a designação de Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo e Ribeiras do Oeste (RH5), já que as Ribeiras do Oeste transitaram para a RH5 — Tejo e Oeste, de acordo com o estabelecido no Decreto -Lei n.º 130/2012, de 22 de junho, que altera e republica a Lei da Água.

Os objetivos estratégicos para a RH5 são:

• OE1 — Adequar a Administração Pública na gestão da água;

• OE2 — Atingir e manter o Bom Estado/Potencial das massas de água;

• OE3 — Assegurar as disponibilidades de água para as utilizações atuais e futuras;

• OE4 — Assegurar o conhecimento atualizado dos recursos hídricos;

• OE5 — Promover uma gestão eficaz e eficiente dos riscos associados à água;

• OE6 — Promover a sustentabilidade económica da gestão da água;

• OE7 — Sensibilizar a sociedade portuguesa para uma participação ativa na política da água;

• OE8 — Assegurar a compatibilização da política da água com as políticas setoriais;

• OE9 — Posicionar Portugal no contexto luso-espanhol.

O programa de medidas é composto por 234 medidas, das quais 75 são medidas de base e 159 são suplementares.

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Anexo I. 5 | Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste

O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste (PROF Oeste), aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 14/2006, de 17 de Outubro, trata-se de um instrumento de gestão de política sectorial, que visa “(...) enquadrar e estabelecer normas específicas de uso, ocupação, utilização e ordenamento florestal, por forma a promover e garantir a produção de bens e serviços e os desenvolvimento sustentado destes espaços.”

A Revisão do PDM de Arruda dos Vinhos deve integrar as orientações estratégicas do PROF Oeste, respeitando, particularmente, as normas referentes à ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais do concelho.

São comuns a todas as sub-regiões abrangidas pelo PROF Oeste20 os seguintes objetivos:

• “Diminuição do número de incêndios;

• Diminuição dos danos e da área ardida;

• Monitorização da vitalidade dos espaços florestais;

• Estabelecimento de medidas preventivas contra agentes bióticos;

• Recuperação de galerias ripícolas;

• Recuperação de áreas ardidas;

• Promover o controlo e gestão de lixos e entulhos na floresta;

• Aumento da profissionalização da gestão florestal;

• Incremento da área de espaços florestais sujeitos a gestão profissional;

• Aumento da diversidade da composição dos povoamentos florestais;

• Promover a implementação de sistemas de gestão florestal sustentável e sua certificação;

• Promover a diferenciação e valorização dos espaços florestais através do reconhecimento prestado pela certificação;

• Potenciar a biodiversidade dos espaços florestais;

• Proteger os valores fundamentais do solo e água;

• Melhoria da qualidade paisagística dos espaços florestais;

• Salvaguarda do património arquitetónico e arqueológico;

• Promoção do uso múltiplo da floresta;

• Promover a compensação financeira pelos serviços ambientais.”

O concelho de Arruda dos Vinhos integra a sub-região homogénea Oeste Sul, que prossegue ainda aos seguintes objetivos específicos:

• “Diminuição do número de incêndios, da área ardida e minimização dos danos;

• Preservar os valores fundamentais do solo e da água;

20 O PROF define um conjunto de sub-regiões homogéneas: Dunas do Litoral; Gândaras Sul; Floresta Oeste Interior; Serra dos Candeeiros; Arribas; Floresta do Oeste Litoral; Serra de Montejunto; Lezíria do Tejo; Região Oeste Sul.

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• Melhorar a gestão dos terrenos de caça, harmonizando-a com os outros usos do solo;

• Melhorar a qualidade genética dos povoamentos existentes;

• Melhoria das condições para a silvo pastorícia.”

tendo em vista a concretização da seguinte hierarquia de funções (e respetivas normas de silvicultura):

• 1ª Proteção;

• 2ª Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores;

• 3ª Produção.

Extrato do Mapa Síntese do PROF Oeste

Extraído de: Autoridade Florestal Nacional, PROF Oeste in www.afn.min-agricultura.pt/portal/politica-e-planeamento-

florestal/ppf/publicados/prof-do-oeste/?searchterm=PROF

São também definidos os modelos de silvicultura a incentivar e privilegiar no Oeste Sul:

• Povoamento puro de carvalho-cerquinho com função de proteção;

• Povoamento puro de pinheiro-manso com função de proteção;

• Povoamento puro de sobreiro com função de proteção;

• Povoamento puro de pinheiro-bravo com função de produção;

• Povoamento puro de eucalipto com função de produção.

Destaca-se em Arruda dos Vinhos, a identificação das freguesias de Arranhó e S. Tiago dos Velhos como detentoras de espaços florestais prioritários para a instalação de Zona de Intervenção Florestal (ZIF)21. Estas são “áreas territoriais contínuas e delimitadas, constituídas maioritariamente

21 A sua delimitação obedece “aos critérios estabelecidos no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de Agosto, e atendem ainda às seguintes normas do PROF OESTE: a) Áreas de pequena propriedade, nomeadamente as inferiores à área mínima obrigatória de PGF; b) Áreas de elevado risco de incêndio; c) Espaços florestais arborizados que constituam maciços contínuos de grandes dimensões; d) Áreas percorridas por incêndios de grandes dimensões.”

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por espaços florestais, submetidos a um plano de gestão e a um plano de defesa da floresta, geridos por uma única entidade.”

No concelho de Arruda dos Vinhos é, ainda, identificado um corredor ecológico, tal como representado na Figura anterior, com a largura máxima de 3 km. “Os corredores ecológicos contribuem para a formação de metapopulações de comunidades da fauna e da flora, tendo como objetivo conectar populações, núcleos ou elementos isolados, e integram os principais eixos de conexão (…)”. O corredor assinalado deve, então, ser ponderado no âmbito da revisão do PDM, em particular na definição da estrutura ecológica municipal.

Encontra-se em curso a revisão do PROF Oeste através da elaboração do Programa Regional de Ordenamento Florestal de Lisboa e Vale do Tejo, cuja consulta pública terminou em 16 de fevereiro de 2018. Esta é enquadrada pela Portaria n.º 364/2013, de 20 de dezembro e pelo Despacho n.º 782/2014, de 17 de janeiro, onde ficaram definidos os conteúdos detalhados dos PROF "de 2.ª geração", bem como a sua nova abrangência geográfica, tendo sido reduzido o seu número (de 21 para 7).

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Anexo I. 6 | Plano Rodoviário Nacional

O Plano Rodoviário Nacional - PRN2000, aprovado pelo Decreto-Lei nº 222/98 com as alterações introduzidas pela Lei nº 98/99 de 26 de julho, pela Declaração de retificação nº 19-D/98 e pelo Decreto-Lei nº 182/2003 de 16 de agosto, define a rede rodoviária nacional do Continente, que desempenha funções de interesse nacional ou internacional, sendo constituída pela rede nacional fundamental e pela rede nacional complementar.

O PRN2000 introduz “significativas inovações, potenciando o correto e articulado funcionamento do sistema de transportes rodoviários, o desenvolvimento de potencialidades regionais, a redução do custo global daqueles transportes, o aumento da segurança da circulação, a satisfação do tráfego internacional e a adequação da gestão da rede”.

O PRN2000 corresponde também a uma importante melhoria da cobertura rodoviária do País, a nível nacional e regional, representado por aumento da ordem dos 65% relativamente àqueles que estavam abrangidos pelo PRN85 (conforme indicado no Preâmbulo do Decreto-Lei que procede à aprovação do PRN2000).

A rede rodoviária nacional é constituída por:

• Rede nacional fundamental integra os itinerários principais, que “são as vias de comunicação de maior interesse nacional, servem de base de apoio a toda a rede rodoviária nacional, e asseguram a ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras.”

• Rede nacional complementar “que assegura a ligação entre a rede nacional fundamental e os centros urbanos de influência concelhia ou supraconcelhia, mas infradistrital”, sendo formada pelos itinerários complementares (IC) e pelas estradas nacionais (EN).

Distingue ainda a rede nacional de autoestradas, “formada pelos elementos da rede rodoviária nacional especificamente projetados e construídos para o tráfego motorizado, que não servem as propriedades limítrofes”.

As estradas regionais asseguram as “comunicações públicas rodoviárias do continente, com interesse supramunicipal e complementar à rede rodoviária nacional”, desempenhando “uma ou várias das seguintes funções: Desenvolvimento e serventia das zonas fronteiriças, costeiras e outras de interesse turístico; Ligação entre agrupamentos de concelhos constituindo unidades territoriais; Continuidade de estradas regionais nas mesmas condições de circulação e segurança.”

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ANEXO II.A - PLANOS E PROGRAMAS ESTRATÉGICOS (ÂMBIT O SUPRAMUNICIPAL)

Anexo II.A. 1 | Estratégia Nacional de Desenvolvimen to Sustentável

A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto, estabelece como desígnio “Retomar a trajetória de crescimento sustentado que torne Portugal, no horizonte 2015, num dos países mais competitivos e atrativos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental e de responsabilidade social”, acompanhado por um conjunto de sete objetivos, e respetivas prioridades estratégicas:

• “Primeiro objetivo - Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento”:

� Consolidação do ensino básico e expansão da educação e formação de nível secundário, garantindo a melhoria da qualificação de base.

� Dinamização da aprendizagem ao longo da vida, aumentando os níveis habilitacionais e de qualificação.

� Melhoria da qualidade e estímulo à mobilidade no ensino superior.

� Aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico.

� Mobilização da sociedade para uma maior criatividade artística e cultural.

• Segundo objetivo - Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética:

� Um novo impulso à inovação empresarial.

� Uma economia, competitiva à escala global, orientada para atividades de futuro e criadora de emprego.

� Uma sociedade e uma economia preparadas para tirar partido das tecnologias da informação e comunicação.

• Terceiro objetivo - Melhor Ambiente e Valorização do Património:

� Combate às alterações climáticas.

� Gestão integrada da água e seu aproveitamento eficiente.

� Aproveitamento dos oceanos como fator de diferenciação e desenvolvimento.

� Atividades agrícolas e florestais desenvolvidas em base sustentável, compatibilizadas com a conservação da natureza e a valorização da paisagem.

� Conservação da natureza e da biodiversidade articulada com as políticas sectoriais e de combate à desertificação.

� Gestão integrada do ar.

� Gestão integrada dos resíduos.

� Gestão dos riscos naturais e tecnológicos mobilizando a participação da população interessada.

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� Educação, informação e justiça ambientais.

• Quarto objetivo - Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social:

� Equidade, melhor prestação e sustentabilidade financeira dos sistemas de proteção social.

� Reforço da prevenção e reabilitação orientadas para ganhos em saúde.

� Dinâmica de emprego que promova a qualidade de vida no trabalho e integração social.

• Quinto objetivo - Melhor Conectividade Internacional do País e Valorização Equilibrada do Território:

� Melhor conectividade internacional do país.

� Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo territorial mais policêntrico.

� Cidades atrativas, acessíveis e sustentáveis.

� Apoios reforçados a regiões com mais graves défices de desenvolvimento.

• Sexto objetivo - Um Papel Ativo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacional:

� Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o desenvolvimento internacional.

� Estruturação de uma rede de relações privilegiadas com a Europa.

� Reforço das relações com outras regiões inovadoras e dinâmicas do mundo.

� Fortalecimento dos laços entre os estados de língua portuguesa e reforço da sua intervenção internacional.

� Valorização das comunidades portuguesas.

• Sétimo objetivo - Uma Administração Pública mais Eficiente e Modernizada:

� Domínio de informação e reflexão estratégica.

� Reestruturação da administração.

� Reforma dos regimes da função pública.

� Modernização dos sistemas e processos, com uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação.

� Qualificação e valorização do serviço público.

� Modernização dos sistemas de educação, saúde e justiça.”

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Anexo II.A. 2 | Estratégia Nacional de Conservação d a Natureza e Biodiversidade

A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de 11 de Outubro, procede à articulação com os compromissos internacionais estabelecidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica e com a estratégia europeia na matéria.

A revisão da ENCBN, a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade2030 (ENCNB 2030), foi aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 55/2018 - Diário da República N.º 87 Série I, de 7 de maio, visando “atualizar e aprofundar o quadro da política nacional de conservação da natureza e da biodiversidade à luz dos desafios da sociedade portuguesa e das exigências da economia nacional, numa ótica sustentável e eficiente da utilização dos recursos, assegurando a resiliência dos ecossistemas naturais e seminaturais e a conservação das componentes da biodiversidade que os suportam.”

A ENCBN 2030 assume uma lógica de continuidade face aos princípios da ENCBN (2001), “pondo agora em evidência três vértices estratégicos:

i) Melhorar o estado de conservação do património natural;

ii) Promover o reconhecimento do valor do património natural; e

iii) Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade pela sociedade.”

A visão para ENCNB 2030 é a seguinte “Alcançar o bom estado de conservação do património natural até 2050, assente na progressiva apropriação do desígnio da biodiversidade pela sociedade, por via do reconhecimento do seu valor, para o desenvolvimento do país e na prossecução de modelos de gestão mais próximos de quem está no território.”

A ENCNB 2030 assenta em três eixos estratégicos:

• “Eixo 1 — Melhorar o estado de conservação do património natural. — Este é o objetivo último a concretizar no quadro desta Estratégia. Estancar a perda de biodiversidade é um compromisso global perante uma realidade que é tangível e consensual. No caso nacional, esta realidade assume uma expressão mais relevante na medida em que a riqueza natural do país é hoje mais do que uma obrigação ética, mas antes um dos pilares que concorre para o seu desenvolvimento, a par da sua riqueza cultural e paz social.

• Eixo 2 — Promover o reconhecimento do valor do património natural. — Tão importante quanto o conhecimento fundamentado das características, interações e interdependências essenciais do património natural, é a compreensão do serviço que assegura o mesmo e a capacidade de saber transmitir essa realidade. É preciso analisar este património na ótica dos múltiplos serviços que presta e que têm de ser valorizados de forma transversal, conseguindo torná-los evidentes perante a sociedade, levando-a ao reconhecimento da sua utilidade e mais-valia. Esta abordagem, para além de permitir consolidar modelos de desenvolvimento orientados, torna ainda possível concretizar instrumentos de natureza económica e financeira que permitam contabilizar a utilização destes recursos e dinamizar medidas que visem a sua promoção, nomeadamente, por via de um enquadramento fiscal adequado.

• Eixo 3 — Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade. — Com efeito, é a partir do reconhecimento do valor do património natural que é possível sustentar a apropriação pela sociedade em geral do desígnio da promoção da biodiversidade e da conservação da

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natureza. Além de este ser um dos objetivos estratégicos de Aichi no âmbito da Convenção para a Diversidade Biológica (CDB), é também uma marca muito presente na própria ENCNB 2001-2010. Com efeito, já nessa altura se dava grande destaque à necessidade de concretizar as preocupações com esta matéria nas diferentes políticas e práticas sectoriais, algo que permanece como um dos principais desafios da atualidade. Todavia, é preciso ir mais longe na medida em que esta apropriação tem de ser alcançada de forma transversal na sociedade e, em particular, na sua base de sustentação, que são as pessoas que vivem e cuidam dos territórios.”

A concretização destes três eixos estratégicos é operacionalizada por um total de 30 objetivos (11 no Eixo 1, cinco no Eixo 2 e 14 no Eixo 3) e 104 medidas de concretização.

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Anexo II.A. 3 | Estratégia Nacional para as Floresta s

A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015, de 4 de fevereiro, corresponde a uma atualização da anterior ENF (2006), mantendo, face a sua relevância, os mesmos objetivos estratégicos, mas alterando e aprofundando a definição dos objetivos específicos e da restante matriz estratégica.

Constituem objetivos estratégicos:

• A. Minimização dos riscos de incêndios e agentes bióticos

• B. Especialização do território

• C. Melhoria da gestão florestal e da produtividade dos povoamentos

• D. Internacionalização e aumento do valor dos produtos

• E. Melhoria geral da eficiência e competitividade do setor

• F. Racionalização e simplificação dos instrumentos de política

Incorpora os contributos decorrentes da elaboração da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas e do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação, com referência à Floresta. Destaca-se ainda que, entre os seus objetivos operacionais, prevê promover a implementação dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal e do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

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Anexo II.A. 4 | Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios

O Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (PNDFCI), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 26 de Maio, pretende em primeira instância criar “condições propícias para a redução dos incêndios florestais”.

O PNDFCI encontra-se estruturado em cinco eixos estratégicos de atuação:

• “Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais;

• Redução da incidência dos incêndios;

• Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios;

• Recuperar e reabilitar os ecossistemas;

• Adaptação de uma estrutura orgânica e funcional eficaz.”

O PNDFCI determina que a nível municipal seja elaborado um Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios (PMDFCI), que define as ações a realizar, devendo articular-se com os objetivos e as metas definidas pelo PNDFCI e assim assentar nos referidos cinco eixos estratégicos. Simultaneamente, determina que seja também elaborado o Plano Operacional Municipal, plano expedito que servirá o Serviço Municipal de Proteção Civil na mobilização de todos os agentes na área de influência municipal na atividade de vigilância, deteção, fiscalização, 1ª intervenção e combate aos incêndios.

Em 2017, na sequência da atualização da ENF, foi aprovado o primeiro Programa Nacional de Fogo Controlado, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2017, de 8 de maio.

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Anexo II.A. 5 | Programa Nacional para as Alterações Climáticas

O Programa Nacional de Alterações Climáticas (PNAC 2004), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 119/2004, de 31 de Julho, procura quantificar o esforço de mitigação das emissões necessário para o cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto sobre Alterações Climáticas (PQ) e do Acordo de Partilha de Responsabilidades da União Europeia (UE), identificando as responsabilidades sectoriais — numa ótica de equidade intersectorial — e apresentando um conjunto de políticas e medidas e respetivos instrumentos que permitam uma intervenção integrada com o objetivo de mitigação das emissões.

A revisão deste Programa (PNAC 2006) seria aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto, considerando a avaliação do grau de implementação das políticas e medidas em vigor definidas pelo PNAC 2004 face à meta sectorial prevista.

O PNAC 2006 estabelece um conjunto de políticas, medidas e metas para cenário de referência, e em 2007, foram ainda revistas em alta algumas das metas do PNAC 2006, referentes a políticas e medidas dos sectores da oferta de energia e dos transportes, dando lugar às designadas "novas metas 2007", aprovadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008, de 4 de Janeiro.

As "novas metas 2007" reportam-se especificamente ao ”aumento da participação das fontes renováveis e do gás natural, e a instrumentos de política para a promoção da eficiência energética no consumo de eletricidade, bem como a uma aceleração da taxa de penetração dos biocombustíveis no consumo automóvel, e de instrumentos de eficiência energética nos veículos, em particular o imposto automóvel”.

A Resolução de Conselho de Ministros n.º 93/2010, de 26 de novembro estabelece as linhas gerais para os instrumentos da política climática pós-2012, determinando a elaboração do novo PNAC. O Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030 constitui parte da resposta concebida pelo Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC).

Constituem objetivos do PNAC 2020/2030:

• “Promover a transição para uma economia de baixo carbono, gerando mais riqueza e emprego, contribuindo para o crescimento verde;

• Assegurar uma trajetória sustentável de redução das emissões nacionais de gases com efeito de estufa (GEE) de forma a alcançar uma meta de -18% a -23% em 2020 e de -30% a -40% em 2030 em relação a 2005, garantindo o cumprimento dos compromissos nacionais de mitigação e colocando Portugal em linha com os objetivos europeus;

• Promover a integração dos objetivos de mitigação nas políticas setoriais (mainstreaming).”

O PNAC contribui igualmente para os objetivos assumidos pelo QEPiC:

“i. Estimular a investigação, a inovação e a produção de conhecimento;

ii. Envolver a sociedade nos desafios das alterações climáticas, contribuindo para aumentar a ação individual e coletiva.”

A modelação desenvolvida no âmbito do PNAC revela que todos os setores têm um potencial de redução de emissões de GEE significativo.

Na Parte B do PNAC são apresentadas as “propostas de políticas e medidas identificadas como relevantes na prossecução de trajetórias de baixo carbono”, sendo organizadas segundo:

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• eixos setoriais: Transportes e mobilidade; Edifícios de serviços e residenciais; Indústria; Resíduos e águas residuais; Agricultura; Uso do solo, alteração do uso do solo e florestas (LULUCF - land use, land-use changeandforestry).

• eixos transversais: Investigação, Desenvolvimento e Inovação; Conhecimento, informação e sensibilização.

• áreas de intervenção integrada: Administração Pública; Cidades sustentáveis.

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Anexo II.A. 6 | Plano Nacional de Ação para a Eficiên cia Energética 2013-2016

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 20/2013, de 10 de abril aprova o Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) para o período 2013-2016, em conjunto com o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) para o período 2013-2020.

“O principal objetivo do PNAEE 2016 é, assim, o de projetar novas ações e metas para 2016, em articulação com o PNAER 2020, integrando as preocupações relativas à redução de energia primária para o horizonte de 2020 constantes da Nova Diretiva Eficiência Energética, com base em três eixos de atuação:

i) Ação, através da adequação das medidas ao atual contexto económico-financeiro, tendo em vista a redução do custo global do programa nacional de eficiência energética;

ii) Monitorização, através da revisão dos métodos de monitorização de resultados em conformidade com as diretrizes europeias e criação de uma visão macro do impacto do programa nacional de eficiência energética; e

iii) Governação, através da redefinição do modelo de governação do PNAEE.”

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Anexo II.A. 7 | Plano Nacional de Ação para as Energ ias Renováveis 2013-2020

Também o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) para o período 2013-2020 é aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 20/2013, de 10 de abril.

Aponta os objetivos de introdução de fontes de energia renovável (FER), designadamente 31% de incorporação de FER no consumo final bruto de energia e 10% de FER no setor dos Transportes, e estabelecendo trajetórias de evolução adequadas

Entre os mecanismos disponíveis, são considerados como mais relevantes os mecanismos diretos, “sobretudo no equilíbrio entre tarifas (e.g. subsidiação à produção de eletricidade) e incentivos (e.g. subsídios ao investimento, incentivos fiscais e empréstimos a juros bonificados).”, podendo o PNAER 2020 ser igualmente “apoiado através de instrumentos financeiros suportados em fundos que disponibilizam verbas para projetos relacionados FER (…)”.

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Anexo II.A. 8 | PENSAAR 2020 - Uma nova estratégia par a o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais

O “PENSAAR 2020 - Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais” foi aprovado pelo Despacho n.º 4385/2015, 30 de abril, estabelecendo, no seguimento dos anteriores planos estratégicos para o setor, designadamente o PEAASAR I (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais 2000-2006) e o PEAASAR II para o período 2007-2013, uma nova estratégica para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais.

Com base no balanço do PEASAAR II (que revela “o sucesso no aumento da acessibilidade do serviço de abastecimento de água à população” e que “O objetivo de servir 90 % da população com sistemas públicos de saneamento de águas residuais (SAR) não foi atingido e considera-se que ele não deve constituir no futuro um objetivo em si”, podendo ser promovido através de outros objetivos) e diagnóstico da situação atual, foi estabelecida a seguinte estratégia para o setor, representada pela visão seguinte, respetivos eixos (objetivos estratégicos) e objetivos operacionais.

Visão: “Um setor ao serviço da população e da economia do País, que presta serviços de qualidade sustentáveis em termos ambientais, económico-financeiros e sociais (Desenvolvimento do setor com base numa governança em parceria e sustentada pela estratégia)”:

• “Eixo 1 - Proteção do ambiente e melhoria da qualidade das massas de água:

� OP1.1 Cumprimento do normativo

� OP1.2 Redução da poluição urbana nas massas de água

� OP1.3 Aumento de acessibilidade física ao serviço de SAR

• Eixo 2 - Melhoria da qualidade dos serviços prestados:

� OP2.1 Melhoria da qualidade do serviço de abastecimento de água

� OP2.2 Melhoria da qualidade do serviço de saneamento de águas residuais

• Eixo 3 - Otimização e gestão eficiente dos recursos:

� OP3.1 Otimização da utilização da capacidade instalada e aumento da adesão ao serviço

� OP3.2 Redução das perdas de água

� OP3.3 Controlo de afluências indevidas

� OP3.4 Gestão eficiente de ativos e aumento da sua reabilitação

� OP3.5 Valorização de recursos e subprodutos

� OP3.6 Alocação e uso eficiente dos recursos hídricos

• Eixo 4 – Sustentabilidade económico-financeira e social:

� OP4.1 Recuperação sustentável dos gastos

� OP4.2 Otimização e/ou redução dos gastos operacionais

� OP4.3 Redução da água não faturada

• Eixo 5 – Condições básicas e transversais

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� OP5.1 Aumento da disponibilidade de informação

� OP5.2 Inovação

� OP5.3 Melhoria do quadro operacional, de gestão e prestação de serviços

� OP5.4 Alterações climáticas, desastres naturais, riscos – mitigação e adaptação

� OP5.5 Externalidades: emprego, competitividade, internacionalização”

A concretização da estratégia do PENSAAR assenta num Plano de Ação, constituído por um conjunto de 48 medidas suportadas por 135 ações, que integra algumas ações de caráter transversal e projetos âncora, de modo a facilitar a mobilização dos fundos comunitários.

Esta estratégia considera como aspeto mais crítico o fraco desempenho e a deficiente sustentabilidade económico-financeira de várias entidades gestoras e o reflexo que tal poderá ter em termos de sustentabilidade social, justificando assim a importância da implementação desta estratégia no horizonte 2020 e no futuro.

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Anexo II.A. 9 | Programa Nacional para o Uso Eficient e da Água

As Bases e Linhas Orientadoras do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) foram aprovadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005 de 30 de Junho, constituindo um instrumento programático no domínio dos recursos hídricos, que:

“a) Deve orientar a atuação dos agentes públicos na sua atividade de planeamento e gestão, incluindo a atividade de licenciamento;

b) Deve veicular o comprometimento de agentes públicos e privados, nomeadamente através de compromissos específicos no domínio da promoção do uso eficiente da água, especialmente nos sectores urbano, agrícola e industrial.”

Em 2012, a APA, I.P. reativou o PNUEA com um Plano para 2014-2020, tendo “como principal objetivo a promoção do Uso Eficiente da Água em Portugal, especialmente nos setores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos, sem pôr em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento socioeconómico do país.”

São objetivos gerais do PNUEA:

• “Melhorar a eficiência de utilização da água, sem pôr em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento do país, tendo como objetivos complementares a redução da poluição das massas de água e a redução do consumo de energia;

• Promover o Uso Eficiente da Água em Portugal, contribuindo para a minimização dos riscos decorrentes da carência de água em situação hídrica normal, potenciada durante os períodos de seca;

• Contribuir para a consolidação de uma nova cultura da água em Portugal que valorize de forma crescente este recurso, atribuindo-lhe a importância devida no desenvolvimento humano e económico e contribuindo para a preservação do meio natural, numa ótica de desenvolvimento sustentável.”

São ainda definidos objetivos estratégicos e específicos por setor, sendo aqui apresentados apenas os objetivos estratégicos:

• Setor Urbano:

� “Redução das perdas de água nos sistemas de abastecimento.”

• Setor Agrícola:

� “Redução das perdas de água nos sistemas de condução de água para rega e das dotações brutas de rega;

� Articulação gradual das receitas associadas aos tarifários e o custo real da água, com ênfase nos volumes utilizados, sem perda de competitividade do setor.”

• Setor Industrial:

� “Otimização do uso da água na unidade industrial, sem prejuízo na eficiência dos processos e operações em que decorre esta utilização, tal como no âmbito da aplicação das Melhores

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Técnicas Disponíveis (MTD) no contexto do regime de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP);

� Limitação dos impactos no meio ambiente associados às descargas de águas residuais industriais, conseguida através de uma melhor gestão do ciclo da água, no sentido da prevenção ligada a uma maior poupança já prevista em sede da PCIP.”

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Anexo II.A. 10 | Estratégia Nacional para os Efluente s Agropecuários e Agroindustriais

A Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI), aprovada pelo Despacho Conjunto do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, N.º 8277/2007, de 9 de Maio de 2007, visa a definição de soluções ambientalmente sustentáveis para a eliminação das situações de poluição causadas pela descarga de efluentes não tratados nas linhas de água e solo, enquadrando as novas exigências ambientais da legislação nacional e comunitária, e a importância económica e social dos sectores da produção pecuária e agroindustriais.

A ENEAPAI prossegue os seguintes objetivos estratégicos e linhas de orientação:

• “O cumprimento do normativo ambiental e dos objetivos da política de ambiente e do ordenamento do território, através do cumprimento do normativo legal, e de uma abordagem territorial e sectorial integrada;

• A sustentabilidade dos modelos de gestão, associada à implementação de modelos de gestão eficientes e sustentáveis, e da aplicação do princípio do utilizador-pagador e garantia de um quadro tarifário sustentável para os sectores económicos;

• A gestão eficiente dos recursos financeiros, que deve ter em conta a utilização adequada dos instrumentos de co-financiamento, designadamente o Quadro de Referência Estratégico Nacional, e do potenciar das soluções coletivas e a utilização de infraestruturas existentes.”

As medidas que são consideradas prioritárias para a implementação da referida Estratégia, consistem nas seguintes:

• “Criação de uma Estrutura de Coordenação e de Acompanhamento que será responsável pela coordenação e pelo acompanhamento das diversas medidas e ações, pela apresentação de propostas de adaptação de medidas que visem ultrapassar os obstáculos encontrados na sua execução, bem como pela elaboração de relatórios de acompanhamento da execução da estratégia;

• Elaboração de Planos Regionais de Gestão Integrada estabelecendo o conjunto de intervenções necessárias em determinada região e desempenhando um papel indispensável na implementação da estratégia;

• Definição de Modelos Financeiros de Suporte e os critérios a utilizar na apreciação dos diferentes projetos de investimento que vierem a candidatar a financiamento no âmbito desta estratégia, e sobre a qual a Estrutura de Coordenação e Acompanhamento deverá emitir parecer relativo à eventual concessão de apoio a fundo perdido e a elegibilidade das despesas;

• Implementação de Modelos de Gestão das soluções técnicas que vierem a ser implementadas e desenvolvimento dos correspondentes Sistemas de Informação;

• Revisão e Adequação do Normativo Legal considerado como determinante para o sucesso na implementação da estratégia através da definição de um quadro normativo – legal claro e objetivo, que permita a aplicação da legislação existentes e elimine as contradições existentes entre alguns diplomas, contribuindo para uma efetiva monitorização das diversas atividades;

• Elaboração de Manuais de Boas Práticas, contribuindo para a efetiva aplicação e cumprimento da legislação ambiental, incluindo a listagem e atualização das regras, procedimentos e

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orientações claras que deverão ser observadas nas unidades produtivas, com o objetivo de apoiar a transição para uma nova conceção da própria atividade;

Definir o Quadro de Investigação e Desenvolvimento, com vista à criação de valor nas diversas áreas de atuação, no sentido da obtenção de melhores resultados a partir dos investimentos executados ou a executar, definido uma agenda clara de prioridades, incidindo designadamente sobre questões como a biomassa, as emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e a valorização agrícola de efluentes e de subprodutos associada ao controlo da contaminação de solos e meios aquáticos.”

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Anexo II.A. 11 | Plano Nacional de Gestão de Resíduo s

O Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 11-C/2015, publicada no Diário da República n.º 52/2015, 2º Suplemento, Série I de 2015-03-16, define a política de resíduos no período 2014-2020 com base na seguinte:

Visão: “Promover a prevenção e gestão de resíduos integradas no ciclo de vida dos produtos, centradas numa economia tendencialmente circular e que garantam uma maior eficiência na utilização dos recursos naturais.”

e dois objetivos estratégicos:

• 1 - Promover a eficiência da utilização de recursos naturais na economia, através da promoção de padrões de produção e consumo responsáveis, da prevenção da produção de resíduos e da redução da extração dos recursos materiais e energéticos e do reaproveitamento dos materiais utilizados e valorizados no ciclo de vida dos produtos.

• 2 - Prevenir ou reduzir os impactes adversos decorrentes da produção e gestão de resíduos, através do aumento de eficiência dos processos e tecnologias envolvidas na gestão de resíduos, numa lógica de ciclo de vida, evitando-se a transferência de impactes entre fases do ciclo de vida dos produtos/materiais, nomeadamente através da adoção de critérios que conjuguem a exequibilidade técnica e a viabilidade económica com a proteção da saúde e do ambiente.

Para a concretização da visão e dos objetivos estratégicos são definidos os seguintes Objetivos Operacionais (que se traduzem em 26 Ações):

• “OP1 - Prevenir a produção e a perigosidade dos resíduos;

• OP2 - Consolidar e otimizar a rede de gestão de resíduos;

• OP3 - Promover o fecho dos ciclos dos materiais e o aproveitamento da energia em cascata;

• OP4 - Gerir e recuperar os passivos ambientais;

• OP5 - Fomentar a cidadania ambiental e o desempenho dos agentes;

• OP6 - Adequar e potenciar o uso dos instrumentos económicos e financeiros;

• OP7 - Adequar e agilizar os processos administrativos;

• OP8 - Fomentar o conhecimento do sector numa lógica de ciclo de vida.”

O Programa de Prevenção de Resíduos integra o PNGR, que define ainda que “a eficiência na aplicação dos planos, a coerência das medidas preconizadas, bem como a possibilidade de sinergias na gestão de diferentes tipologias de resíduos, apelam a uma estratégia futura para os resíduos concretizada em dois planos de índole nacional:

a) PERSU, por se tratar de um fluxo transversal a todas as atividades e constituir uma tipologia de resíduos com uma gestão própria, com metas específicas, com responsabilidade particular das autarquias e no qual a população tem um papel determinante;

b) Plano estratégico para os resíduos não urbanos, abrangendo as restantes tipologias de resíduos, tendo em conta a disseminação de responsabilidades (produtores/ detentores) e a possibilidade de promover sinergias na sua gestão.”

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Anexo II.A. 12 | Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020

O Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2014-2020 (PERSU 2020) foi aprovado, pela Portaria n.º 187-A/2014, publicada em DR (I Série) n.º 179, de 17 de setembro, constituindo-se “este Plano como o novo instrumento de referência da política de resíduos urbanos em Portugal Continental”. Procede à revisão do Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos para o período de 2007 a 2016 (PERSU II) – “ dá continuidade à política de gestão de resíduos, tendo em atenção as novas exigências entretanto formuladas a nível nacional e comunitário, assegurando, designadamente, o cumprimento dos objetivos comunitários em matéria de desvio de resíduos urbanos biodegradáveis de aterro e de reciclagem e valorização de resíduos de embalagens, e procurando colmatar as limitações apontadas à execução do PERSU I” e do Programa de Prevenção de Resíduos Urbanos, criado pelo Despacho n.º 3227/2010, de 22 de fevereiro, do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.

O PERSU 2020 obedece aos seguintes princípios gerais:

• “Resíduos geridos como recursos endógenos, minimizando os seus impactes ambientais e aproveitando o seu valor socioeconómico.

• Eficiência na utilização e gestão dos recursos primários e secundários, dissociando o crescimento económico do consumo de materiais e da produção de resíduos.

• Eliminação progressiva da deposição de resíduos em aterro, com vista à erradicação da deposição direta de RU em aterro até 2030.

• Aproveitamento do potencial do setor dos RU para estimular economias locais e a economia nacional: uma atividade de valor acrescentado para as pessoas, para as autarquias e para as empresas, com capacidade de internacionalização, no quadro de uma economia verde.

• Envolvimento direto do cidadão na estratégia dos RU, apostando -se na informação e em facilitar a redução da produção e a separação, tendo em vista a reciclagem.”

Estes princípios gerais são concretizados em oito objetivos, que fundamentam o estabelecimento das metas e medidas entre 2014 e 2020:

• “1) Prevenção da produção e perigosidade dos RU;

• 2) Aumento da preparação para reutilização, da reciclagem e da qualidade dos recicláveis;

• 3) Redução da deposição de RU em aterro;

• 4) Valorização económica e escoamento dos recicláveis e outros materiais do tratamento dos RU;

• 5) Reforço dos instrumentos económico-financeiros;

• 6) Incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor;

• 7) Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico, da inovação e da internacionalização do setor;

• 8) Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais.”

Destacam-se, neste contexto, as seguintes metas globais estabelecidas para 2020:

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• “i. Reduzir de 63 % para 35 % a deposição, em aterro, dos resíduos urbanos biodegradáveis, relativamente ao ano de referência 1995;

• ii. Aumentar de 24 % para 50 % a taxa de preparação de resíduos para reutilização e reciclagem;

• iii. Assegurar níveis de recolha seletiva de 47 kg/habitante/ano.”

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Anexo II.A. 13 | Estratégia para o Turismo 2027

A estratégia para o setor do Turismo encontra-se atualmente vertida na “Estratégia para o Turismo 2027” (ET 27), que vem substituir o PENT 2007-2015, e encontra-se publicada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 134/2017, de 27 de setembro. A Estratégia para o Turismo 2027 “pretende ser o referencial estratégico para o Turismo em Portugal na próxima década, tendo por base um processo participativo, alargado e criativo com contributos de diversos ângulos da sociedade nas suas várias valências”, e “consubstancia uma visão de longo prazo, combinada com uma ação no curto prazo, permitindo atuar com maior sentido estratégico no presente e enquadrar o futuro quadro comunitário de apoio 2021-2027.”

A Estratégia para o Turismo 2027 é uma estratégia partilhada, de longo prazo, para o Turismo em Portugal, que visa:

• “Assegurar estabilidade nas grandes prioridades para o Turismo nacional até 2027.

• Promover uma integração das políticas setoriais,

• Gerar uma contínua articulação entre os vários agentes do Turismo.

• Dar sentido estratégico às opções de investimento.”

É dado especial destaque ao processo de auscultação e envolvimento das entidades, recorrendo aos seguintes instrumentos: plataformas tecnológicas, focus group internacionais, reuniões bilaterais, entrevistas e ainda LET (Laboratórios Estratégicos para o Turismo):

• 7 LET territoriais – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira;

• 3 LET temáticos – Tendências e Agenda Internacional; Competitividade e Inovação Territorial; Conhecimento, Emprego e Formação.

A Estratégia para o Turismo 2027, documento para Discussão Pública, versão de Maio de 2016, propõe o seguinte referencial estratégico:

“A Estratégia para o Turismo 2027 consubstancia-se na conjugação de 10 ativos estratégicos e assenta em 5 eixos estratégicos para responder aos desafios e às metas que apresenta. Identifica linhas de atuação prioritárias que devem nortear as decisões de política pública e as opções de investimento para o Turismo na próxima década.”

Os 10 ativos são:

• Ativos Diferenciadores: (1) Clima e luz; (2) Natureza e Biodiversidade; (3) Água; (4) História e Cultura; (5) Mar

• Ativos Qualificadores: (6) Gastronomia e Vinhos; (7) Eventos artístico-culturais, desportivos e de negócios.

• Ativos Emergentes: (8) Bem-estar; (9) Living – Viver em Portugal

• Ativo Único – Transversal: (10) As Pessoas.

Os Eixos Estratégicos para o Turismo em Portugal e Linhas de Atuação Prioritárias são os seguintes:

• Eixo Estratégico “Valorizar o Território”:

� “Valorizar o património histórico-cultural;

� Qualificar e preservar a orla costeira e afirmar o turismo na economia do mar;

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� Potenciar o património natural e rural e dinamizar turisticamente as áreas protegidas;

� Promover a regeneração urbana das cidades & regiões;

� Criar conteúdos que respondam à procura e melhorem a experiência turística.

• Eixo Estratégico “Impulsionar a Economia”:

� “Capitalizar as empresas;

� Reduzir os custos de contexto;

� Simplificar e desburocratizar;

� Atrair e apoiar o investimento gerador de riqueza e emprego qualificado;

� Estimular a economia circular no turismo;

� Promover a igualdade de oportunidades e a coesão social;

� Afirmar Portugal como um polo de referência internacional no empreendedorismo e na tecnologia web.”

• Eixo Estratégico “Potenciar o Conhecimento”:

� “Valorizar os profissionais da atividade turística;

� Promover a formação profissional em turismo;

� Aprofundar a I&D e assegurar a transferência de conhecimento do ensino superior para as empresas;

� Difundir o conhecimento para os agentes do turismo;

� Capacitar empresários e gestores.”

• Eixo Estratégico “Gerar Conetividade”:

� “Captar e reforçar rotas aéreas;

� Melhorar os sistemas de mobilidade rodo-ferroviária e de navegabilidade;

� Afirmar Portugal como um smart destination;

� Posicionar Portugal como o hub europeu para os países da América – Norte e Sul e homeport de cruzeiros;

� Promover o trabalho em rede entre os vários agentes da cadeia de valor do turismo”.

• Eixo Estratégico “Projetar Portugal”:

� “Reforçar a internacionalização de Portugal enquanto destino turístico;

� Dinamizar o turismo interno;

� Posicionar Portugal como um destino de grandes congressos e eventos corporativos internacionais;

� Dinamizar ofertas turísticas que respondam à procura e incorporem inovação e autenticidade;

� Afirmar Portugal nas organizações mundiais e na cooperação internacional”.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

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Anexo II. 14 | Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+)

O Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+), publicado em anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 61-A/2015, de 20 de agosto, surge como uma atualização do PET 2011-2015, projetando uma segunda fase de reformas estruturais a empreender neste sector, bem como o conjunto de investimentos em infraestruturas de transportes a concretizar até ao fim da presente década.”

Os três vetores de atuação prioritária são:

“1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o sector financeiramente equilibrado e comportável para os contribuintes portugueses;

2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional;

3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens, de forma eficiente e adequada às necessidades, promovendo a coesão social.”

Estes mantêm a sua pertinência e atualidade, sendo contudo propostos novos Objetivos Estratégicos para o período 2014-2020, visando “um equilíbrio entre um esforço de promoção do crescimento, um esforço reformista e de promoção da sustentabilidade do sistema de transportes e um esforço de coesão social e territorial”:

A. CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO ECONÓMICO, APOIANDO AS EMPRESAS PORTUGUESAS E A CRIAÇÃO DE EMPREGO:

1. Reduzir os custos de contexto que incidem sobre as exportações Portuguesas por via do aumento da competitividade e eficiência do sector dos transportes;

2. Promover a maior integração de Portugal no espaço económico europeu, designadamente através do gradual desenvolvimento da RTE-T;

3. Potenciar o papel das infraestruturas e serviços de transportes no desenvolvimento do sector do turismo nacional e promover a melhoria das condições de acolhimento e da qualidade do serviço e informação ao público nos transportes, contribuindo para o grau de satisfação dos passageiros, em particular dos turistas;

4. Alavancar as vantagens competitivas de Portugal decorrentes do seu posicionamento geoestratégico, na intercepção de grandes corredores internacionais marítimos e aéreos;

5. Promover o aumento da concorrência entre os operadores nos segmentos de mercadorias e passageiros.

B. ASSEGURAR A COMPETITIVIDADE DO SECTOR DOS TRANSPORTES E A SUA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA PARA OS CONTRIBUINTES PORTUGUESES:

1. Prosseguir o esforço de reformas estruturais;

2. Consolidar a sustentabilidade financeira presente e futura do sector, aliviando o peso das responsabilidades transferidas para as futuras gerações;

3. Focar a intervenção direta do Estado nas áreas que constituem o seu verdadeiro papel, promovendo a participação da iniciativa privada nas áreas em que oferece maior eficiência e valor acrescentado na prossecução dos objetivos da política de transportes.

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C. PROMOVER A COESÃO SOCIAL E TERRITORIAL, ASSEGURANDO A MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE DE PESSOAS E BENS, EM TODO O PAÍS:

1. Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o território nacional, de forma eficiente e adequada às necessidades;

2. Implementar o princípio da equidade de oportunidades no acesso ao sistema de transportes, promovendo a coesão social e territorial;

3. Reorganizar e fortalecer o papel da regulação no sector dos transportes;

4. Assegurar uma clara, racional e equilibrada alocação de competências na planificação, organização e financiamento do sistema de transportes.

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Anexo II.A. 15 | Política Nacional de Arquitetura e Paisagem

A Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2015, e publicada no Diário da República, 1.ª série, N.º 130, de 7 de julho de 2015, apresenta uma Visão que ambiciona “potenciar a arquitetura e a paisagem como recursos estratégicos das políticas de desenvolvimento do País, aos níveis central, regional e local (…).”

Na implementação da Visão são assumidos os seguintes princípios orientadores:

• “Interesse público da arquitetura e da paisagem;

• Direito a uma arquitetura e a uma paisagem de qualidade;

• Democracia cultural e capacitação coletiva;

• Transversalidade e integração de políticas;

• Responsabilidade do Estado;

• Participação pública;

• Sustentabilidade e eficiência.”

São objetivos principais:

• “1. A melhoria da qualidade de vida e o bem-estar dos portugueses;

• 2. A prossecução do desenvolvimento sustentável e do desenvolvimento urbano sustentável;

• 3. A proteção e valorização do património cultural e natural português;

• 4. O incremento e disseminação de uma cultura cívica territorial;

• 5. A competitividade da economia nacional e a afirmação do país e da cultura portuguesa na Europa e no mundo.”

São ainda definidas as Bases para o Plano de Ação, designadamente Medidas de estratégia e coordenação, Medidas legislativas e de regulação e Medidas de informação, sensibilização e educação.

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Anexo II.A. 16 | Programa de Desenvolvimento Rural 2 020

O Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020)22 define a estratégia no período de programação 2014-2020, visando o “Crescimento sustentável do sector agro-florestal em todo o território nacional” e os seguintes objetivos estratégicos, apresentados em associação às necessidades que pretendem responder:

• “Objetivo Estratégico 1 – Crescimento do valor acrescentado do sector agroflorestal e rentabilidade económica da agricultura”:

• 1.1 Melhoria da eficiência na utilização dos consumos intermédios na produção agrícola e florestal;

• 1.2 Aumentar o investimento no sector agroflorestal;

• 1.3 Renovação e reestruturação das explorações agrícolas;

• 1.4 Melhorar a distribuição de valor ao longo da cadeia alimentar;

• 1.5 Dinamização de novos mercados de destino para os produtos agroalimentares e florestais;

• 1.6 Aumentar a produção de matérias-primas florestais de forma sustentável;

• 1.7 Reforço dos mecanismos de gestão do risco.

• “Objetivo Estratégico 2 - Promoção de uma gestão eficiente e proteção dos recursos”:

• 2.1 Ultrapassar as limitações na disponibilidade de água e melhoria da eficiência na sua utilização;

• 2.2 Aumento da eficiência energética;

• 2.3 Aumentar a produtividade da terra;

• 2.4 Proteção dos recursos naturais: água e solo;

• 2.5 Proteção e promoção da biodiversidade;

• 2.6 Combate à desertificação.

• “Objetivo Estratégico 3 - Criação de condições para a dinamização económica e social do espaço rural”:

• 3.1 Diversificação da atividade económica;

• 3.2 Criação de condições de viabilidade da pequena agricultura;”

São ainda propostos dois objetivos transversais:

• “Objetivo Transversal 1: Aumentar a capacidade de inovação, de geração e transferência de conhecimento para o sector agroflorestal”;

• “Objetivo Transversal 2: Melhoria do nível de capacitação e de aconselhamento dos produtores agrícolas e florestais, nomeadamente na gestão e utilização eficiente dos recursos”.

22Documento Integral após reprogramação - Decisão de Execução da Comissão (2016) 7016, de 26 de outubro.

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Anexo II.A. 17 | Programa Operacional Regional do Ce ntro – Centro 2020

O Programa Operacional Regional do Centro – Centro 2020 é um instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento regional do Centro, enquadrado no Acordo de Parceria 2014-2020, onde são apresentadas as “propostas de ação preconizadas para o programa (eixos prioritários de intervenção), sua articulação com os objetivos temáticos e prioridades de investimento selecionados, à luz da Estratégia de Desenvolvimento Regional delineada no Plano de Ação Regional (PAR), bem como das opções assumidas em termos de Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3).”

O POR estrutura-se em 9 Eixos Prioritários, mobilizando 9 Objetivos Temáticos e 27Prioridades de Investimento.

Os Eixos Prioritários do POR são os seguintes:

• “Eixo 1: Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDEIAS)

• Eixo 2: Competitividade e Internacionalização da Economia Regional (COMPETIR)

• Eixo 3: Desenvolver o Potencial Humano (APRENDER)

• Eixo 4: Promover e Dinamizar a Empregabilidade (EMPREGAR e CONVERGIR)

• Eixo 5: Fortalecer a Coesão Social e Territorial (APROXIMAR e CONVERGIR)

• Eixo 6: Afirmar a Sustentabilidade dos Recursos (SUSTENTAR)

• Eixo 7: Afirmar a Sustentabilidade dos Territórios (CONSERVAR)

• Eixo 8: Reforçar a capacitação institucional das entidades regionais (CAPACITAR)

• Eixo 9: Reforçar a rede urbana (CIDADES)”

E os Objetivos Temáticos:

• “OT 1: Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação

• OT 2: Melhorar o acesso às TIC, bem como a sua utilização e qualidade

• OT 3: Reforçar a competitividade das PME

• OT 4: Apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos

• os setores

• OT 6: Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos

• OT 8: Promover o emprego e apoiar a mobilidade laboral

• OT 9: Promover a inclusão social e combater a pobreza

• OT 10: Investir no ensino, nas competências e na aprendizagem ao longo da vida

• OT 11: Reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente”

Além dos referidos 9 Eixos Prioritários e 11 Objetivos Temáticos, o Programa Operacional identifica ainda 27 Prioridades de Investimento.

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ANEXO II.B – PLANOS E PROGRAMAS ESTRATÉGICOS (ÂMBIT O MUNICIPAL)

Anexo II.B. 1 | | Áreas de Reabilitação Urbana e o Plano de Ação de Regeneração Urbana

O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) definido pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, republicado pela Lei n.º 32/2012 de 14 de agosto e com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro e pelo Decreto-Lei n.º 88/2017, de 27 de julho, define que a reabilitação urbana em áreas de reabilitação urbana é promovida pelos municípios, resultando da aprovação da delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) a concretizar através da apresentação de uma estratégia de reabilitação urbana ou de um programa estratégico de reabilitação urbana a aprovar através de instrumento próprio ou de plano de pormenor de reabilitação urbana.

De acordo com o RJRU, cada ARU corresponde a uma ORU que pode assumir uma das seguintes tipologias:

• A ORU simples, que consiste numa intervenção integrada de reabilitação urbana de uma área, dirigindo-se primacialmente à reabilitação do edificado, num quadro articulado de coordenação e apoio da respetiva execução;

• A ORU sistemática, que consiste numa intervenção integrada de reabilitação urbana de uma área, dirigida à reabilitação do edificado e à qualificação das infraestruturas, dos equipamentos e dos espaços verdes e urbanos de utilização coletiva, visando a requalificação e revitalização do tecido urbano, associada a um programa de investimento público.

As ORU são aprovadas através de instrumento próprio ou de plano de pormenor de reabilitação urbana e deverão conter a definição do tipo de operação de reabilitação urbana e a estratégia de reabilitação urbana ou o programa estratégico de reabilitação urbana, consoante a operação de reabilitação urbana seja simples ou sistemática.

Neste contexto, encontram-se delimitadas duas ARU no município de Arruda dos Vinhos:

• Área de Reabilitação Urbana do Núcleo antigo de Arruda dos Vinhos – de acordo com o Edital n.º 370/2015, publicado no DR n.º 84/2015, Série II de 2015-04-30, que entretanto foi redelimitada, aguardando publicação em Diário da República.

• Área de Reabilitação Urbana da Zona Ribeirinha do Rio Grande da Pipa – de acordo com o Edital n.º 492/2015, publicado no DR n.º 105/2015, Série II de 2015-06-01, encontrando-se em fase de inquérito público o projeto de ORU da zona ribeirinha do Rio Grande da Pipa, tal como definido no Aviso n.º 7894/2018, publicado no DR n.º 112/2018, Série II de 2018-06-12.

São de seguida apresentadas sucintamente as referidas ARU e os objetivos estratégicos que enquadram a sua delimitação.

Área de Reabilitação Urbana do Núcleo antigo de Arr uda dos Vinhos

A Área de Reabilitação Urbana do Núcleo antigo de Arruda dos Vinhos (2015) tem 21,81 ha, coincidindo com o espaço urbano de nível I, zona a preservar, delimitado no plano diretor municipal em vigor.

A delimitação da ARU pretende dar continuidade aos trabalhos já desenvolvidos em 2012, visando uma “intervenção integrada no núcleo urbano central e nas áreas consolidadas adjacentes da Vila”,

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por forma a responder a situações de “degradação do edificado, mau estado das infraestruturas urbanísticas e nas condições deficientes de mobilidade urbana.”

Respeita os seguintes objetivos estratégicos:

• “Fomentar a revitalização urbana;

• Promover a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;

• Melhorar as condições de habitabilidade e de funcionalidade do parque imobiliário urbano e dos espaços não edificados;

• Promover a reabilitação, preservação e valorização do património cultural;

• Modernizar as infraestruturas urbanas;

• Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos;

• Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização coletiva;

• Qualificar e integrar as áreas urbanas especialmente vulneráveis, promovendo a inclusão social;

• Assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos no acesso às infraestruturas, aos equipamentos, serviços e funções urbanas;

• Captar nova população residente;

• Promover a melhoria geral da mobilidade;

• Fomentar a adoção de critérios de eficiência energética dos edifícios.”

Área de Reabilitação Urbana da Zona Ribeirinha do R io Grande da Pipa

A Área de Reabilitação Urbana da Zona Ribeirinha do Rio Grande da Pipa (2015) tem 21,81 ha, coincidindo com o espaço urbano de nível I, zona a preservar, espaço urbano de nível I, zona a preservar, espaço urbanizável – área urbanizável mista, zona não programada, área verde e espaço agrícola – área agrícola da RAN e área agrícola não incluída na RAN e ainda zona de proteção a variante, delimitado no plano diretor municipal em vigor.

A delimitação desta ARU“ vai assim ao encontro da necessidade de melhoramento do edificado, das infraestruturas urbanas e alargamento de espaços verdes e de recreio e lazer da Vila, e ainda da necessidade de arranjo paisagístico de um espaço com valor ambiental e paisagístico. (…) A requalificação das margens do Rio Grande da Pipa integradas na ARU constitui uma oportunidade de se expandir a intervenção nos espaços verdes existentes e ao mesmo tempo contribuir para a qualificação do meio urbano garantindo a manutenção de um continuum natural e, que permita o funcionamento e desenvolvimento dos ecossistemas, promovendo assim a biodiversidade local.”

São propostos os seguintes objetivos estratégicos:

• “Fomentar a revitalização urbana;

• Promover a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;

• Promover a reabilitação de espaços que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;

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• Melhorar e requalificar os espaços não edificados;

• Promover a preservação e valorização do património cultural e ambiental;

• Modernizar as infraestruturas urbanas;

• Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos;

• Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização colectiva;

• Assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos no acesso às infraestruturas, aos equipamentos, serviços e funções urbanas;

• Captar nova população residente;

• Promover a melhoria geral da mobilidade;

• Promover e melhorar no acesso a equipamento público social (centro de convívio sénior de Arruda);

• Fomentar a adopção de critérios de eficiência energética;

• Promover também a melhoria da mobilidade para acesso a serviços comerciais, industriais e escolares (EPGE/EJAF Profissional).”

Estas duas ARU são abrangidas pelo Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU), desenvolvido para o centro urbano da Vila de Arruda dos Vinhos, e que “compreende várias vertentes, que se ajustam e complementam, no propósito comum, de incrementar substancialmente o nível da centralidade e revitalização da vila, no intuito de promover melhorias substanciais sobre o nível de qualidade de vida dos seus residentes e sobre o dinamismo empresarial, através da adoção de medidas.”

O PARU responde aos seguintes objetivos estratégicos:

• “Fomentar a revitalização urbana;

• Promover a reabilitação dos edifícios de natureza pública que se encontram degradados;

• Modernizar as infraestruturas públicas e torná-las mais eficientes;

• Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos e a remoção de barreiras de acesso;

• Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização coletiva;

• Promover a melhoria geral da mobilidade;

• Qualificar e integrar as áreas urbanas especialmente vulneráveis, promovendo a inclusão social;

• Fomentar a adaptação de critérios de eficiência energética nos edifícios e espaços públicos designadamente iluminação;

• Promover a preservação e valorização do património cultural e ambiental.”

No âmbito do PARU são definidas 6 operações de reabilitação e recuperação da vila:

• 1 – Parque das rotas de Arruda dos Vinhos, com uma área de 3,49 ha.

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• 2 – Reabilitação dos Antigos Paços do Concelho para centro de negócios / academia de empreendedorismo, com a área de 0,02 ha.

• 3 – Requalificação do Bairro João de Deus, com a área de 0,51 ha.

• 4 – Requalificação do jardim municipal e rua Luís de Camões em Arruda dos Vinhos, com a área de 1,95 ha.

• 5 – Reabilitação do centro histórico de Arruda dos Vinhos, com a área de 3,86 ha.

• 6 – Requalificação das margens do Rio Grande da Pipa, com uma área de 1,5 ha.

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Anexo II.B. 2 | Documento Estratégico Arruda2025

A Estratégia de Desenvolvimento para Arruda dos Vinhos 2025 foi desenvolvida em articulação com a realização da Convenção Arruda 2025, sendo estruturada em torno de três Linhas Estratégicas, e respetivos objetivos específicos:

• Eixo 1 - Estruturar a atratividade residencial de A rruda dos Vinhos , na projeção de um estilo de vida urbano de grande qualidade, inserido num ambiente rural, através da articulação entre o reforço da dimensão urbana da Vila e a densificação de funções urbanas qualificadas nos polos rurais.

� Definir o equilíbrio do estilo de vida associado a Arruda dos Vinhos, na complementaridade entre o conceito de vivência mais urbana oferecido pela Vila e o conceito de vivência mais rural oferecido pelo concelho.

� Reforçar a centralidade da Vila enquanto espaço de aglomeração de habitação, comércios, serviços e equipamentos de apoio às famílias.

� Incentivar a revitalização do tecido comercial de Arruda dos Vinhos.

� Estruturar o reforço das condições de urbanidade da Vila e dos polos rurais de Arruda dos Vinhos associadas à fruição de um espaço público de qualidade.

� Incentivar a diversificação da oferta de padrões e modelos habitacionais e o equilíbrio com a manutenção de um ambiente urbano-rural

� Garantir a oferta de um patamar elevado de funções e serviços educativos e de apoio à formação e ocupação de crianças e jovens.

� Investir no desporto, cultura e lazer como vetores garantidos de um estilo de vida que equilibra a “disponibilidade urbana” com a “tranquilidade rural”.

• Eixo 2 - Fortalecer a atratividade empresarial em A rruda dos Vinhos , através do reforço da fixação de novas iniciativas empresariais, e novos talentos, decorrentes das condições preferenciais de posicionamento face aos eixos e corredores de mobilidade (e outros novos a criar), com o acolhimento de novas atividades económicas.

� Organizar a capacidade de acolher micro/pequenas e médias/grandes empresas, numa base de flexibilidade ao acolhimento das atividades de valorização dos recursos endógenos e englobadas num “perfil económico verde” e na viabilização económica das preocupações com a sustentabilidade ambiental.

� Facilitar a emergência de um turismo de qualidade, complementando iniciativas ligadas ao “desenvolvimento da singularidade dos recursos” (conceção) com iniciativas ligadas à “venda do produto turístico” (distribuição).

� Preparar uma resposta rápida para facilitar a localização de grandes projetos no Concelho de Arruda dos Vinhos.

• Eixo 3 - Equilibrar os impactos sobre os recursos t erritoriais de Arruda dos Vinhos , decorrentes das novas pressões da expansão residencial e empresarial, sobre uma base de boas práticas desordenamento territorial e de salvaguarda e valorização da sustentabilidade ambiental.

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� Garantir a aplicação de princípios de sustentabilidade ambiental na promoção da expansão da habitação urbana-turística de qualidade para segmentos mais altos e de segunda habitação de “gama alta”.

� Garantir as condições de circulação ao nível da malha de acessibilidades internas – variante às zonas industriais de Arruda dos Vinhos.

� Implementar um sistema de mobilidade urbana sustentável, que para além das questões infra referidas no âmbito do PAMUS, se concentre também na criação de condições para o fomento de veículos eficientes, como por exemplo a adesão à rede MobiE.

� Aumentar os níveis de infraestruturação do território e a dotação de equipamentos prioritários à escala do Concelho, equilibrando apostas estratégicas e preocupações de coesão social.

� Assumir o padrão residencial dos pequenos aglomerados urbanos como elemento diferenciador de um segmento residencial alto e estruturar soluções que garantam a oferta de serviços profissionalizados regidos pelo princípio do utilizador-pagador (saneamento e redes) definidos pela manutenção do primado dos valores ambientais e da sustentabilidade.

� Internalizar na estratégia de marketing territorial do Concelho, vetores de divulgação de um perfil residencial inserido num espaço rural com um elevado nível de salvaguarda e preservação dos valores naturais e da sustentabilidade, fortemente vigiados nos seus impactos sobre o ambiente e sobre os recursos naturais.

São ainda identificados no Documento os projetos/iniciativas âncora para a concretização destes objetivos, incluindo por exemplo as operações constantes do PARU, a melhoria do Parque Escolar concelhio, a melhoria da rede viária concelhia, etc.

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Anexo II.B. 3 | Plano Municipal de Defesa da Florest a Contra Incêndios

O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) do município de Arruda dos Vinhos (2014) foi aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em 27 de março de 2015.

A elaboração do PMDFCI é enquadrada pelo Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (PNDFCI), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006, de 26 de Maio.

Neste sentido, os objetivos estratégicos e operacionais do PMDFCI do município de Arruda dos Vinhos enquadram-se nos cinco eixos do PNDFCI, e que são:

“1.º Eixo Estratégico: Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais;

2.º Eixo Estratégico: Redução da incidência dos incêndios;

3.º Eixo Estratégico: Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios;

4.º Eixo Estratégico: Recuperar e reabilitar os ecossistemas;

5.º Eixo Estratégico: Adoção de uma estrutura orgânica funcional e eficaz.”

No âmbito do PMDFCI, foi elaborada a carta de perigosidade de incêndio florestal, verificando-se que as áreas de perigosidade alta e muito alta representam cerca de 33% da área do concelho. Nestas classes, a aplicação da regulamentação do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios define que é interdita a edificação.

A Carta de perigosidade deverá ser integrada no âmbito das condicionantes identificadas na Revisão do PDM, assim como as principais componentes da Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios, por exemplo a Rede de faixas de gestão de combustível.

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Relatório de Estado do Ordenamento do Território de Arruda dos Vinhos

Julho de 2018 E17015_REOT_Arruda.docx 127

Anexo II.B. 4 | Plano Municipal de Emergência de Prot eção Civil

O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Arruda dos Vinhos “é um plano geral de emergência de proteção civil, destinando-se, nos termos da lei, a fazer face à generalidade das situações de acidente grave ou catástrofe que se possam desenvolver no âmbito territorial e administrativo do concelho de Arruda dos Vinhos.” Este foi objeto de Consulta Pública de 2 de agosto a 13 de setembro de 2016, aguardando parecer da ANPC.

O presente plano tem os seguintes objetivos gerais:

• Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe;

• Definir as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil;

• Definir a unidade de direção, coordenação, comando e controlo das ações desenvolver;

• Coordenar e sistematizar as ações de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez dação das entidades intervenientes;

• Inventariar os meios e recursos disponíveis para ocorrer a um acidente grave ou catástrofe, criando condições para o seu rápido e eficiente empenhamento;

• Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes grave sou catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade;

• Habilitar as entidades envolvidas no Plano a manterem o grau de preparação e de prontidão necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes;

• Promover o aviso e informação permanente da população, de modo a que esta possa seguir as instruções das autoridades e adotar as medidas de autoproteção mais convenientes;

• Promover uma política de proteção civil em articulação com a comunidade e demais entidades, viabilizando os objetivos de desenvolvimento plasmados no documento Estratégico Arruda 2025.

São identificados os principais riscos que poderão afetar o concelho:

• Riscos Naturais: Cheias; Fenómenos extremos de vento; Inundações; Movimentos de massa em vertentes; Ondas de calor; Secas; Sismos.

• Riscos Tecnológicos: Acidentes rodoviários; Acidentes aéreos; Colapso de edifícios de utilização coletiva; Colapso de pontes e infraestruturas; Incêndios na zona antiga (vila de Arruda dos Vinhos); Incêndios urbanos; Infraestruturas fixas de transporte de produtos perigosos; Substâncias perigosas (acidentes industriais); Transporte terrestre de mercadorias perigosas.

• Riscos Mistos: Incêndios florestais.

Estes devem ser analisados e integrados na elaboração da Carta de Riscos do PDM.