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RF-SES-TREZE TÍLIAS-002 1/15 RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE TREZE TILIAS (RF-SES-TREZE TÍLIAS-002) FLORIANÓPOLIS, JANEIRO DE 2016.

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DO SISTEMA DE ......3 RF-SES-TREZE TÍLIAS-002 /15 1. INTRODUÇÃO Por meio da Lei Municipal nº 1.753/2013, aprovada em 6 de março de 2013, o município

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  • RF-SES-TREZE TÍLIAS-002 1/15

    RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DO

    SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO

    MUNICÍPIO DE TREZE TILIAS

    (RF-SES-TREZE TÍLIAS-002)

    FLORIANÓPOLIS, JANEIRO DE 2016.

  • RF-SES-TREZE TÍLIAS-002 2/15

    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

    2. ENQUADRAMENTO LEGAL ................................................................................... 4

    3. IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA E DA PRESTADORA DE

    SERVIÇOS ...................................................................................................................................... 5

    3.1. Agência Reguladora ..................................................................................................... 5

    3.2. Prestadora de Serviços .................................................................................................. 5

    4. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................... 6

    4.1. Descrição Geral do Sistema de Esgotamento Sanitário ............................................... 6

    4.2. Constatações in loco do Sistema de Esgotamento Sanitário ........................................ 7

    4.2.1. Estação Elevatória de Esgoto 06 – EE 06 ....................................................... 7

    4.2.2. Estação de Tratamento de Esgoto - ETE ........................................................ 8

    4.3. Constatações quanto aos controles e procedimentos .................................................. 13

    5. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS ...................................... 14

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    1. INTRODUÇÃO

    Por meio da Lei Municipal nº 1.753/2013, aprovada em 6 de março de 2013, o município

    de Treze Tílias se consorciou e delegou os serviços de regulação e fiscalização do saneamento

    básico à Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), entidade que goza de

    independência decisória, administrativa e orçamentária, em consonância com o Art. 21 da Lei

    Federal nº 11.445/2007.

    No dia 14 de dezembro de 2016, a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento

    (ARIS) fiscalizou o Sistema de Esgotamento Sanitário - SEE do município de Treze Tílias. A

    ação conduzida pelo Engenheiro Sanitarista e Ambiental William, teve como objetivo verificar as

    condições técnicas do sistema de esgotamento sanitário e ainda, de acordo com a Resolução

    Normativa/ARIS no 002/2011, art. 3º, incisos I a IV:

    I - verificar as condições, os instrumentos, as instalações e os procedimentos utilizados

    pelo prestador de serviços;

    II - zelar para que a prestação dos serviços se faça de forma adequada;

    III - verificar as condições da prestação dos serviços dos sistemas fiscalizados, no que se

    refere ao atendimento aos usuários e;

    IV - identificar os pontos de não conformidade com as exigências da legislação aplicável.

    A fiscalização teve início por meio de reunião realizada no gabinete do Prefeito de Treze

    Tílias. Além do representante da ARIS, participaram da reunião:

    Engenheiro Civil da Prefeitura Municipal, Gilberto Hoffeldev;

    Chefe de Gabinete da Prefeitura, Rafael Hensel;

    Representante da CASAN, Romaldo Dalmolin.

    Após a reunião de abertura, o Sr. Romaldo Dalmolin permaneceu acompanhando a equipe

    da ARIS durante a fiscalização.

    Imagem 1: Reunião de abertura da Fiscalização.

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    2. ENQUADRAMENTO LEGAL

    Os trabalhos de fiscalização e regulação dos municípios consorciados à ARIS estão

    amparados, principalmente, nas seguintes legislações vigentes:

    Tabela 1: Principais leis, decretos, resoluções e portarias que norteiam as fiscalizações realizadas pela ARIS.

    LEGISLAÇÃO DESCRIÇÃO

    Lei federal no

    11.445/2007

    Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de

    saneamento básico e dá outras providências.

    Decreto federal no

    7.217/2010

    Regulamenta a Lei no 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais

    para o saneamento básico, e dá outras providências.

    Resolução CONAMA

    no 357/2005

    Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

    enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,

    e dá outras providências.

    Resolução CONAMA

    no 396/2008

    Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas

    subterrâneas e dá outras providências.

    Resolução CONAMA

    no 430/2011

    Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a

    Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente -

    CONAMA.

    Portaria MS no

    2914/2011

    Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para

    consumo humano e seu padrão de potabilidade.

    Portaria MS no

    443/BSB/ 1978

    Estabelece os requisitos sanitários mínimos a serem obedecidos no projeto, construção,

    operação e manutenção dos serviços de abastecimento público de água para consumo

    humano, em obediência ao disposto no artigo 9° do Decreto no 79.367 de 09 de março de

    1977.

    Resolução ARIS no

    001/2011

    Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário.

    Resolução ARIS no

    002/2011

    Procedimentos de Fiscalização de Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de

    Esgotamento Sanitário, de Aplicação de Penalidades e Dá Outras Providências.

    Resolução ARIS no

    003/2011

    Penalidades Aplicáveis aos Prestadores de Serviços de Abastecimento de Água e de

    Esgotamento Sanitário.

    Resolução ARIS no

    004/2012

    Procedimentos de Consultas e Reclamações dos Usuários dos Serviços de Abastecimento

    de Água e Esgotamento Sanitário, Coleta, Transporte e Disposição Final de Resíduos,

    Limpeza Urbana e Sistema de Drenagem.

    Além do enquadramento legal citado na tabela acima, a ARIS utiliza como base diversas

    normas técnicas da ABNT.

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    3. IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA E DA PRESTADORA

    DE SERVIÇOS

    3.1. Agência Reguladora

    Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento – ARIS:

    Rua General Liberato Bitencourt, no 1.885, 12º andar, Bairro Estreito. Florianópolis/SC.

    CEP: 88.070-800.

    Fone: (48) 3954-9100.

    3.2. Prestadora de Serviços

    Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN:

    Rua Emílio Blum, nº 83, Centro. Florianópolis/SC.

    CEP: 88.020-010 - Caixa Postal: 83.

    Fone: (049) 3221-5000.

    Superintendência Regional de Negócios Oeste - SRO:

    Avenida Getúlio Vargas, 990 – S, Centro. Chapecó/SC.

    CEP: 89.814-000.

    Fone: (049) 89.814-000.

    Agência de Treze Tílias:

    Rua Tirol, nº 320, Centro. Treze Tílias/SC.

    CEP: 89.650.000.

    Fone: (49) 3537-0419.

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    4. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

    4.1. Descrição Geral do Sistema de Esgotamento Sanitário

    O SEE da área urbana do município é do tipo rede coletora de esgoto e Estação de

    Tratamento de Esgoto.

    O esgoto coletado é direcionado para a ETE. Porém, para conduzir o efluente até a estação

    existem seis elevatórias de esgoto, de forma a suprir áreas com cotas negativas e possibilitar

    chegada do efluente até a Estação de Tratamento de Esgoto. A qual é composta por gradeamento,

    desarenador, calha Parschall, caixa de gordura, lagoa de decantação, lagoa de retenção, leito de

    secagem do lodo, e adensador do lodo excedente. Também existe processo de desinfecção, sendo

    utilizado Hipoclorito de Cálcio, dosado na saída da lagoa de aeração/decantação. Após o

    tratamento o efluente é destinado ao corpo receptor, localizado próximo a ETE, a

    aproximadamente 100 metros, denominado Rio Papuã.

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    4.2. Constatações in loco do Sistema de Esgotamento Sanitário

    4.2.1. Estação Elevatória de Esgoto 06 – EE 06

    O Sistema de Esgotamento Sanitário de Treze Tílias é composto por 6 elevatórias, todas

    em alvenaria e com bomba submersa. Porém, não foi realizado verificação in loco de todas as

    elevatórias devido ao tempo disponível para fiscalização, sendo priorizado fiscalização da ETE.

    Logo abaixo da ETE está localizada a elevatória principal, denominada 6, que recalca todo

    efluente da rede coletora para a estação de tratamento de efluentes.

    Foi constatado que:

    - Não tem cercado de proteção;

    - Falta de conjunto motobomba reserva;

    - Não há medidor de vazão do afluente.

    Importante citar que em relação a fiscalização anterior, foi instalado grade na caixa de

    registros de manobra e instalada placa de identificação.

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    Imagem 2: Identificação da EE 06.

    Imagem 3: Câmara de registros de manobras.

    Imagem 4: Estação Elevatória de Esgoto 06.

    Imagem 5: Tubulação de saída da EE.

    Imagem 6: Caixa de Passagem.

    Imagem 7: Travessia e estrutura da tubulação de Esgoto.

    4.2.2. Estação de Tratamento de Esgoto - ETE

    A ETE de Treze Tilias, está localizada na Linha São Paulo, aproximadamente a 3 km do

    Centro. O esgoto coletado passa na Estação de Tratamento de Esgoto por gradeamento,

    desarenador, calha parschall, caixa de gordura, lagoa de decantação, lagoa de retenção, leito de

    secagem do lodo, e adensador do lodo excedente. Também existe processo de desinfecção, sendo

    utilizado Hipoclorito de Cálcio, dosado na saída da lagoa de aeração/decantação. Após o

    tratamento o efluente é destinado ao corpo receptor denominado Rio Papuan.

    Foi constatado que:

    - Não há identificação da ETE;

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    - O portão e o cercado estão danificados;

    - A fiação dos aeradores está instalada de forma improvisada;

    - Não há medidor de vazão adequado (macromedidor), visto que a entrada não é constante;

    - Há câmara de registros sem grade de proteção adequada;

    - Falta de controle operacional constante através de análises e acompanhamento da

    eficiência com maior frequência;

    - Na casa de química não tem água disponível de forma constante, dependendo da coleta

    de água da chuva.

    É preciso citar que foram efetuadas melhorias quanto ao sistema de dosagem de produtos

    químicos, no caso, hipoclorito de cálcio, estando protegido no interior de estrutura de alvenaria.

    Além de que o sistema de dosagem funciona atualmente com bomba dosadora automática. Em

    relação a automatização, também foi instalado novo quadro de comando.

    Imagem 8: Portão de acesso a ETE.

    Imagem 9: Identificação.

    Imagem 10: Cercado da ETE.

    Imagem 11: Gradeamento.

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    Imagem 16: Caixa de registro de manobra.

    Imagem 17: Caixa de registro de manobra.

    Imagem 18: Entrada da lagoa de retenção.

    Imagem 19: Lagoa de retenção.

    Imagem 12: Desarenadores.

    Imagem 13: Caixa de Gordura.

    Imagem 14: Vertedores da caixa de gordura.

    Imagem 15: Lagoa de aeração/decantação.

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    Imagem 20: Lagoa de retenção.

    Imagem 21: Leitos de secagem.

    Imagem 22: Leito de secagem.

    Imagem 23: Passarela sobre leitos de secagem.

    Imagem 24: Adensador de lodo.

    Imagem 25: Recalque de material do adensador.

    Imagem 26: Canal de saída do efluente.

    Imagem 27: Ponto de lançamento do efluente tratado.

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    Imagem 28: Sistema de captação de água da chuva.

    Imagem 29: Quadro de comando.

    Imagem 30: Tinas de preparo de produtos químicos e bomba

    dosadora.

    Imagem 31: Materiais para análises.

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    4.3. Constatações quanto aos controles e procedimentos

    Foi constatado que:

    - Há registros da qualidade do efluente tratado;

    - Há controle da qualidade da água a montante e jusante do corpo receptor;

    - Há plano de emergência e contingência para o SEE;

    - Há manual e registros de controle de manutenções preventivas e corretivas, e de controle

    e operação;

    - Não possui outorga do recurso hídrico utilizado como receptor do efluente tratado;

    - Não há licenciamento ambiental de operação da ETE;

    - Não há registros comprovando a disposição final do lodo gerado na Estação de

    Tratamento de Esgoto.

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    5. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

    De acordo com a fiscalização in loco e as verificações realizadas, expostas no presente

    relatório, é fundamental salientar que atualmente o SEE está com alguns problemas operacionais

    visíveis, que afetam a condição do efluente final lançado.

    Na ETE constatou-se primeiramente que a caixa de gordura não atende o volume

    necessário, e necessita de constante limpeza para evitar maior arraste de partículas. Na sequência

    ainda foi verificado que um aerador da lagoa de aeração/decantação não está funcionando,

    comprometendo a aeração uniforme de todo o efluente da lagoa, criando áreas de acumulo de

    material.

    Como o efluente já possui a tendência de chegar mais carregado de matéria orgânica na

    lagoa de retenção, devido ao acima descrito, o mesmo também apresenta saturação, verificada

    através da constatação de excesso de material depositado e considerável quantidade de material

    flotado. Fato que se agrava devido aos leitos de secagem estar no seu limite de disposição, e impede

    então retirada mais frequente do lodo. Além dessa questão, pode se identificar que as câmaras de

    secagem não estão tendo a eficiência necessária, pois apresentam considerável quantidade de

    liquido sobrenadante ao material grosseiro em todas os leitos. E pelo relato do operador, o nível

    do material nos leitos necessita de longos períodos para diminuir, e ainda mais tempo para secar,

    situação que evidencia problema no funcionamento dos leitos (saturação).

    A partir das constatações realizadas e descritas, recomenda-se que seja primeiramente

    solucionado o problema do aerador que está inoperante. Também pode ser aumentado o descarte

    de material da caixa de gordura, para melhorar sua eficiência. Porém, é fundamental que os leitos

    de secagem estejam funcionando de forma eficiente, para tal, primeiramente seria adequado retirar

    todo lodo e líquido acumulado, e analisar as condições das camadas drenantes, para se necessário

    substituir o material. Além de realizar cobertura sobre os leitos, com material translucido, para

    aumentar a eficiência, diminuindo consideravelmente o tempo para secagem do material pelo fato

    de não haver contribuição de umidade através da água da chuva. Então tornando possível o maior

    descarte de lodo de todas as etapas, evitando saturação e arraste de material na saída. Além claro,

    de minimizar custos para disposição final do lodo, visto que o valor é por peso.

    Por fim, salienta-se a necessidade de atender todos os apontamentos expostos no Relatório

    de Fiscalização. A fim de obter melhorias principalmente quanto a eficiência da Estação de

    Tratamento de Esgoto. E constatou-se a necessidade de futura ampliação e adequação da ETE, a

    fim de atender aumento da demanda de volume. Pois se sabe que há novas ligações de esgoto em

    condições de serem direcionadas para o SEE, como da Avenida Afonso Dresch que possui

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    aproximadamente 100 economias. Além do aumento gradual de ligações conforme planejamento

    da administração municipal.

    O prestador deve manter cópia do presente Relatório de Fiscalização junto ao escritório

    local, à disposição para consulta pública dos usuários.

    Remete-se cópia do presente relatório ao Prefeito de Treze Tilias e à prestadora, estando

    este disponível para consulta pública no site da ARIS.

    Florianópolis, 11 de janeiro de 2017.

    William Dill Arenhardt

    Engenheiro Sanitarista e Ambiental

    CREA/SC 117981-7