12
Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS 2013 2014 Área Territorial de Inspeção do Sul

Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

  • Upload
    others

  • View
    19

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

2013 2014

Área Territorial de Inspeção do Sul

Page 2: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

1

1 – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária da Baixa da Banheira – Moita, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e 21 de maio de 2014. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório da Escola apresentado no âmbito da Avaliação Externa das Escolas 2013-2014 está disponível na página da IGEC.

Page 3: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

2

2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Secundária da Baixa da Banheira, situada na União de Freguesias da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira, concelho da Moita, distrito de Setúbal, entrou em funcionamento no ano letivo de 1977-1978. Integra o programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) desde 2009-2010.

A Escola é frequentada por 53 alunos no 3.º ciclo do ensino básico regular (duas turmas), 40 em cursos de educação e formação (três turmas), 135 no ensino secundário regular (seis turmas), 113 em cursos profissionais (seis turmas) e, em regime noturno, por 72 adultos em cursos de educação e formação (duas turmas). A oferta educativa contempla ainda uma turma no âmbito do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF), com 19 formandos, perfazendo, portanto, um total de 432 estudantes.

Relativamente à Ação Social Escolar, constata-se que 66% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos. Possuem computador e ligação à internet 49% dos do ensino básico e 72% dos do secundário. A Escola é frequentada por 43,5% de alunos de outras nacionalidades, predominando os oriundos de países como a Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe.

No que concerne às habilitações académicas dos pais e encarregados de educação dos alunos do ensino básico, verifica-se que 2% têm formação de nível superior e 9% de secundário e superior. Quanto aos dos alunos do ensino secundário, os dados revelam que 7% possui habilitações de nível superior e 21% de secundário e superior. No que respeita à sua ocupação profissional, 1% dos pais e encarregados de educação dos alunos do ensino básico exercem atividades de nível superior e intermédio, percentagem que sobe para 5% relativamente aos dos alunos do ensino secundário.

Desempenham funções na Escola 58 professores dos quais 81% pertencem aos quadros e 78% lecionam há 20 ou mais anos, evidenciando um corpo docente bastante estável e com uma experiência profissional muito relevante. O pessoal não docente totaliza 31 trabalhadores e 97% destes têm 10 ou mais anos de serviço. Exercem ainda funções na Escola uma psicóloga e uma assistente social, colocadas no âmbito do programa TEIP.

Nos anos letivos de 2010-2011 e 2011-2012, para os quais há referentes calculados, os valores globais das variáveis de contexto da Escola, disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, quando comparados com os de outros estabelecimentos de ensino com características semelhantes, situam-se aquém da mediana quanto à percentagem de alunos que não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da Ação Social Escolar, à média do número de anos de habilitação das mães e dos pais e ao número de docentes dos quadros. Estes indicadores apontam, por isso, para a existência de variáveis de contexto bastante desfavoráveis que colocam a Escola entre as mais desfavorecidas do respetivo grupo de referência (cluster).

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

No ano letivo de 2011-2012, quando se têm em conta as escolas com valores análogos nas variáveis de contexto, verifica-se que os resultados dos alunos se encontram acima do valor esperado no que se refere

Page 4: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

3

à taxa de conclusão do 9.º ano de escolaridade e, em linha com aquele valor, na taxa de conclusão do 12.º. Situam-se, contudo, aquém dos valores esperados na percentagem de classificações positivas nas provas finais do 9.º ano, nas disciplinas de língua portuguesa e matemática, assim como nas médias dos exames de português, matemática e história do 12.º. Tendo em conta os resultados obtidos no ano letivo de 2010-2011, constata-se uma melhoria no que respeita às taxas de conclusão dos 9.º e 12.º anos, ao contrário do que acontece com as percentagens de classificações positivas na avaliação externa de matemática e língua portuguesa do 9.º ano e com as médias nos exames nacionais de matemática e história do 12.º.

Os resultados académicos, no ano letivo de 2011-2012, quando comparados com os das escolas pertencentes ao mesmo grupo de referência, estão sempre aquém ou muito aquém da mediana.

No seu conjunto, os dados referidos apontam para resultados, globalmente, aquém dos valores esperados. Mesmo tendo em conta as variáveis de contexto desfavoráveis, seriam expectáveis melhores desempenhos, o que deverá motivar, por parte da Escola, uma reflexão e uma intervenção mais consistente neste campo.

No que diz respeito às taxas de conclusão dos cursos de educação e formação, no último triénio, registam-se, na sua maioria, valores baixos, ainda que, em alguns deles, se alcancem níveis de sucesso pleno. Relativamente aos cursos profissionais, aquelas são pouco positivas, o que demonstra que a Escola deverá também apostar significativamente na melhoria dos resultados dos alunos que frequentam estas ofertas formativas.

Os resultados académicos dos alunos são objeto de análise e reflexão em sede de departamento curricular/área disciplinar e pela equipa afeta ao programa TEIP. Contudo, a informação que sustentava aquela análise, em anos anteriores, não incidia em valores globais que abarcassem a generalidade das disciplinas e que permitissem uma análise ao nível da evolução da Escola. Mesmo assim, têm sido implementadas algumas medidas de promoção do sucesso escolar nas disciplinas onde existe um menor aproveitamento, nomeadamente aulas de apoio, assessorias em sala de aula, criação de grupos de nível e dinamização de uma sala de estudo. Porém, os impactos destas iniciativas têm sido pouco evidentes. Refira-se também que as metas contratualizadas anualmente, no âmbito do programa TEIP, no que respeita aos resultados académicos, nunca foram alcançadas na sua totalidade.

No que diz respeito à taxa de interrupção precoce do percurso escolar, que inclui os alunos retidos por faltas, que anularam a matrícula e em situação de abandono, as discrepâncias existentes entre os dados disponíveis em fontes diversas demonstram que aqueles não são muito fiáveis, evidência de que a monitorização, neste campo, tem algumas fragilidades. Apesar disso, os valores apontam, no geral, para taxas elevadas.

RESULTADOS SOCIAIS

O planeamento estratégico da Escola demonstra que as questões relacionadas com o desenvolvimento cívico assumem um lugar de destaque na sua agenda. Na verdade, o projeto educativo define como objetivos o reforço da educação para a saúde e para a cidadania e a melhoria dos comportamentos dos alunos, em sala de aula. Além disso, o plano anual de atividades tem como tema aglutinador a educação para a cidadania global na Escola.

Este documento estruturante integra um conjunto de iniciativas que confirmam, na prática, aquela ideia. Os Dias para Agir representam a ação mais emblemática concretizada neste âmbito. Desenvolvidos em datas chave, relacionadas com as temáticas que se pretendem abordar (dias internacionais dos Direitos Humanos e da Família e Dia da Árvore, da Água e da Poesia), encerram um conjunto de atividades como exposições de trabalhos, palestras, debates, exibição de filmes, entre outras, que pretendem sensibilizar a comunidade educativa para aquelas e outras questões subjacentes.

Page 5: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

4

Neste contexto, são ainda de mencionar Dávida e Colheita de Sangue, Angariação de Bens Alimentares, em articulação com o Banco Alimentar contra a Fome e Boutique dos Afetos, demonstrando que a educação para a solidariedade representa outra das vertentes exploradas.

O desenvolvimento do projeto ISI – Informação e Sensibilização para a Intervenção contra a Violência de Género, em várias turmas, e a organização de uma ação de sensibilização sobre a temática da Mutilação Genital Feminina – Tolerância Zero, em parceria com a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), com grande impacto na comunidade, demonstram outra das áreas à qual se concede atenção em função do meio onde a Escola se insere. As iniciativas desenvolvidas no âmbito do projeto de Promoção e Educação para a Saúde merecem igualmente destaque. Além das que já foram referidas, são de sublinhar as campanhas de informação/sensibilização sobre diversos assuntos. O envolvimento dos alunos em ações de voluntariado, nomeadamente as que se destinam à melhoria da imagem da Escola, são outro aspeto a salientar não só pela pertinência da temática selecionada como pela motivação evidenciada pelos estudantes envolvidos no projeto.

No que diz respeito ao comportamento dos alunos, a Escola evidencia resultados positivos. O número de medidas disciplinares corretivas e sancionatórias aplicadas diminuiu significativamente nos dois últimos anos letivos, demonstrando que as estratégias desenvolvidas têm sido globalmente eficazes. Neste quadro, é de destacar a ação do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), em especial no acompanhamento psicossocial dos alunos e no desenvolvimento de programas de competências pessoais e sociais e de capacitação parental. Este trabalho, associado à intervenção dos docentes e não docentes, e a uma estratégia de maior proximidade do atual diretor junto dos alunos, nos diversos espaços escolares, bem como a um maior controlo das entradas/saídas, tem contribuído de facto para uma melhoria do ambiente educativo, o que representa uma evolução relativamente à avaliação externa realizada em novembro de 2008.

Todavia, a ausência de uma estratégia que promovesse e incentivasse a participação dos alunos e dos seus representantes na vida da Escola, identificada também como um dos pontos fracos, na anterior avaliação externa, continua a verificar-se atualmente. Com efeito, os delegados de turma não têm assumido um papel relevante no âmbito das suas funções. Não participam nas dinâmicas dos conselhos de turma nem são organizadas assembleias com estes alunos que permitam o seu envolvimento na discussão de problemas e na apresentação de propostas. A própria associação de estudantes, dada a intermitência do seu funcionamento e a fraca visibilidade do trabalho desenvolvido junto dos pares, não tem também contribuído para uma intervenção mais profícua, a este nível.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A análise das respostas aos questionários aplicados a alunos, docentes, assistentes técnicos e operacionais e pais e encarregados de educação, no âmbito do atual processo de avaliação externa, permite constatar que o grau de satisfação da comunidade educativa é, no geral, satisfatório. Apenas cerca de metade dos alunos afirma gostar da Escola. As evidências recolhidas mostram que as razões por detrás destes resultados se relacionam, sobretudo, com as baixas expetativas dos alunos em relação ao seu percurso escolar que, na maioria dos casos, não passa pelo prosseguimento de estudos, com a má imagem que a Escola tem no meio envolvente e com a inexistência de um pavilhão desportivo. Estas razões de insatisfação são igualmente referenciadas por pais e encarregados de educação, bem como pelos trabalhadores.

De facto, constata-se que a Escola detém uma imagem pouco favorável, o que tem repercussões negativas na sua procura, por parte da comunidade educativa. Durante os últimos anos o trabalho realizado para abrir a Escola ao exterior e dar a conhecer as suas atividades não se mostrou suficientemente eficaz. A má imagem foi perdurando e o número de alunos que a frequentam tem vindo a baixar significativamente.

Page 6: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

5

São de realçar, pela positiva, diversas iniciativas já desencadeadas com aquele objetivo, nomeadamente a participação na Feira de Projetos do concelho da Moita, nas Festas Multiculturais do Vale da Amoreira, na Feira Medieval de Alhos Vedros, com um grupo de danças medievais, e a realização de um desfile/concurso de fatos de gala, elaborados a partir de material reciclado e/ou de desperdício (Eco-Dress), que tem tido visibilidade junto da comunidade.

A participação dos alunos em numerosos eventos, promovidos pela câmara municipal e pela junta de freguesia local, com destaque para os dos cursos profissionais de técnicos de Apoio à Infância e de Restauração-Bar, representa outra das estratégias a realçar. Todas estas ações têm tido maior expressão no último ano letivo, sendo de realçar, também, a enorme projeção alcançada com a atividade Dias para Agir. Contudo, apesar de haver um trabalho de divulgação da oferta educativa junto dos agrupamentos mais próximos, nunca foi estabelecida uma verdadeira articulação com os mesmos de forma a potenciar a preferência dos alunos por este estabelecimento de ensino.

A deslocalização da entrada da Escola, situada numa zona pouco atrativa e com pouca visibilidade, para a avenida principal do Vale da Amoreira, em articulação com a Câmara Municipal da Moita, já equacionada nos respetivos órgãos, constitui uma medida que poderá ter impacto na melhoria da imagem da Escola.

É reconhecido o trabalho na resposta à multiculturalidade e à inclusão, bem patente através da diversidade da sua oferta educativa, nomeadamente dos cursos de educação e formação de adultos que exercem uma função social muito relevante, num contexto culturalmente bastante desfavorecido. A Escola assume, ainda, um papel determinante na resolução dos problemas da comunidade envolvente, de que são exemplos a Horta Solidária, através da distribuição de talhões a famílias carenciadas, e o projeto de troca de livros escolares.

As diligências efetuadas para promover o estímulo, o aumento das expetativas e o reconhecimento público do mérito, identificadas como ponto fraco na anterior avaliação externa, incluem, a partir deste ano letivo, a implementação da atividade Modelos da Nossa Escola (Quadro de Aproveitamento Escolar; Quadro de Assiduidade; Quadro de Cidadania), bem como a exposição de trabalhos em eventos programados.

Em síntese, a ação da Escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

Os docentes têm, nos respetivos horários, tempos comuns para a realização de trabalho colaborativo, por área disciplinar, nomeadamente ao nível da planificação de atividades, da elaboração de materiais, da reflexão em torno das práticas implementadas, entre outras tarefas. A utilização das tecnologias de informação e comunicação tem igualmente potenciado este trabalho em equipa, sobretudo ao nível da partilha de materiais.

O plano anual de atividades demonstra, em vários casos, um planeamento que tem em conta a contextualização do currículo e a abertura da Escola ao meio. Os docentes de biologia e geologia, por exemplo, promovem saídas de campo à Serra da Arrábida, no âmbito daquela disciplina, com o objetivo de abordarem aspetos como a fauna e a flora mediterrânicas, as pedreiras, entre outros. Também os docentes de geografia realizam visitas de estudo ao porto de Setúbal. Há ainda o aproveitamento de

Page 7: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

6

recursos da comunidade, como o Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, para idas ao teatro, por exemplo.

O processo de planeamento encontra-se, todavia, condicionado pela inexistência de um documento estruturante (plano de estudos para desenvolvimento do currículo) que defina as opções da Escola em matéria de gestão do currículo nacional. Aliás, este aspeto constava já do relatório da anterior avaliação externa como um dos pontos fracos, dado que não existia, na altura, um projeto curricular de Escola. O próprio trabalho a realizar com as turmas não é objeto de um planeamento estruturado, materializado em planos de turmas, que definam, entre outros aspetos, as medidas de ação em função do diagnóstico realizado, bem como a articulação curricular horizontal entre as diferentes disciplinas.

Apesar disso, os conselhos de turma têm desenvolvido algumas atividades interdisciplinares às quais está subjacente o princípio da articulação curricular. O plano anual de atividades evidencia também exemplos de iniciativas que são dinamizadas por docentes dos vários departamentos, numa perspetiva colaborativa, mas as que resultam de uma interligação efetiva dos saberes disciplinares são mais escassas, área que deverá ser potenciada.

Numa dimensão vertical, ainda que não se reconheçam práticas de articulação com os estabelecimentos de ensino de origem dos alunos, a Escola demonstra atenção para com o seu processo de transição de um nível de ensino para o outro. Nesse sentido, o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família tem promovido a respetiva orientação vocacional. A visita à Futurália constitui outra das ações organizadas que concorre para a concretização daquele objetivo.

PRÁTICAS DE ENSINO

Recolheram-se algumas evidências da adequação do ensino às capacidades e aos ritmos de aprendizagem dos alunos, nomeadamente através do desenvolvimento de práticas pontuais de diferenciação pedagógica. São ainda disponibilizadas aulas de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem referenciados pelo conselho de turma, lecionadas preferencialmente pelos respetivos professores, sendo dada maior atenção às disciplinas de português, matemática, físico-química e inglês. Existe também uma sala de estudo que os alunos podem frequentar por sua própria iniciativa e onde, mediante um horário pré-estabelecido, estão presentes professores para prestar apoio nas diferentes disciplinas.

O número de alunos com necessidades educativas especiais é reduzido (dois no presente ano letivo), não havendo nenhum docente de educação especial colocado na Escola. O trabalho com estes alunos é efetuado articuladamente entre a psicóloga, os professores de apoio, o conselho de turma e, se necessário, os outros técnicos colocados no âmbito do programa TEIP. Não existem dados relativos às taxas de sucesso, ao longo do triénio, dos programas implementados a estes alunos, que permitam avaliar a eficácia das estratégias implementadas, aspeto que deverá merecer a atenção da Escola.

A componente experimental é desenvolvida, ainda que com maior regularidade no ensino secundário, indiciando a necessidade de um trabalho de generalização ao ensino básico de modo a repercutir-se positivamente ao nível das aprendizagens dos alunos, facto que já tinha sido referenciado na anterior avaliação externa e que não foi, portanto, superado. Paralelamente às atividades realizadas em contexto de sala de aula, são dinamizadas outras que fomentam o gosto pela ciência, nomeadamente as ligadas aos projetos Conhecer o Mar na Escola Secundária da Baixa da Banheira – Aquarium Life e A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul, bem como as desenvolvidas, este ano, no âmbito da exposição itinerante e interativa A Física no Dia-a-Dia, à qual a Escola aderiu. É ainda de salientar a participação dos alunos de cursos de educação e formação e profissionais em atividades práticas ligadas às temáticas dos mesmos, como as que se registaram no âmbito do curso de Cuidados e Estética do Cabelo junto de idosos e de outros elementos da comunidade.

Page 8: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

7

A dimensão artística/cultural revela-se em algumas iniciativas levadas a cabo, nomeadamente no âmbito do Eco-Dress e da Dança da Salsa, modalidade do Desporto Escolar, bem como na dinamização de ateliês de expressão plástica e exposições de trabalhos dos alunos.

A biblioteca é um espaço bem apetrechado e organizado, com condições para se constituir como um polo dinamizador das aprendizagens. Revela alguma procura por parte de professores e alunos, estes para ações de pesquisa e de estudo autónomo. Contudo, a sua frequência fica aquém do expetável, tendo em consideração as condições que tem e as atividades que dinamiza, facto que deverá merecer uma reflexão por parte da Escola.

No âmbito das tecnologias de informação e comunicação alguns docentes utilizam recursos variados para o desenvolvimento das aprendizagens, nomeadamente os quadros interativos e a comunicação por e-mail e através do facebook de turma. Todavia, trata-se de uma prática ainda com margem para progressão, de forma a tornar os processos de ensino e de aprendizagem mais ativos e estimulantes, e maximizar os recursos disponíveis.

A supervisão da prática letiva em sala de aula, enquanto estratégia formativa para potenciar a análise sobre metodologias de ensino e didáticas específicas e contribuir para o desenvolvimento profissional dos docentes e, consequentemente, para a melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos, não se encontra ainda instituída.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

Os docentes utilizam uma diversidade de instrumentos e tarefas na avaliação das aprendizagens dos alunos, valorizando, por isso, o princípio da triangulação, fundamental em qualquer processo avaliativo. Além dos testes, os professores recorrem aos trabalhos de pesquisa e/ou de grupo, aos relatórios, aos projetos e às fichas de trabalho, entre outros.

Em reuniões de departamento curricular/área disciplinar são definidos critérios de avaliação que são posteriormente divulgados junto dos alunos e dos respetivos encarregados de educação, respeitando-se a transparência do processo. Apesar disso, verifica-se que não há uma matriz comum subjacente à elaboração dos critérios de cada disciplina, coexistindo nomenclaturas diferentes que dificultam a apropriação da informação pelos destinatários. Este aspeto é ainda revelador de alguma falta de articulação entre os vários departamentos e da ausência de uma estratégia comum em torno da avaliação das aprendizagens.

Recolheram-se evidências que apontam para o desenvolvimento de uma avaliação formativa de forma contínua e sistemática que permite aos docentes monitorizar o ensino, reformulando práticas e estratégias, quando necessário, e fornecer informação de retorno aos alunos que lhes possibilite a regulação das suas aprendizagens. De sublinhar, pela positiva, a realização de formação, nesta área, por alguns docentes, o que poderá contribuir para a generalização da implementação daquela modalidade de avaliação. O envolvimento dos alunos em tarefas de autoavaliação na generalidade das disciplinas e módulos constitui outro dos aspetos a sublinhar por lhes facultar a possibilidade de refletirem em torno do trabalho realizado, o que promove, também, a autorregulação das aprendizagens.

A monitorização do ensino e da aprendizagem é ainda concretizada através da análise da eficácia das medidas de promoção do sucesso escolar, como as assessorias e as aulas de apoio. Não são conhecidos resultados globais acerca do impacto daquelas estratégias, referentes a anos anteriores, corroborando a ideia de que não existiam hábitos de monitorização e de avaliação.

Porém, os processos de recolha de informação estatística instituídos no presente ano letivo demonstram que aquelas medidas têm tido resultados positivos, mas ainda não alcançaram o nível de eficácia desejável. A própria organização das assessorias, em alguns casos, nomeadamente como reforço da aprendizagem fora do grupo turma, deverá ser objeto de reflexão nas estruturas de coordenação

Page 9: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

8

educativa e supervisão pedagógica. Relativamente à sala de estudo, não se conhecem dados que permitam a avaliação do seu impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos.

No que diz respeito à interrupção precoce do percurso escolar, o trabalho realizado pelo Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, em articulação com os alunos, as famílias, os docentes e outras instituições da comunidade, num contexto particularmente difícil, não se tem revelado muito profícuo na prevenção e resolução daquele problema, que representa uma das áreas onde a Escola mais deverá investir, a par da melhoria dos resultados académicos. A sua dimensão exige de facto um trabalho em rede bastante consistente.

Em conclusão, a ação da Escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas, o que justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

A visão estratégica, que se encontra presente nos documentos estruturantes, sobretudo no projeto educativo, e também no projeto de intervenção do diretor, assenta fundamentalmente na melhoria da imagem da Escola e no combate ao insucesso, ao abandono e absentismo e à indisciplina. Aquele documento define os objetivos estratégicos e respetivas metas, que são claras e avaliáveis. Apesar disso, algumas delas não se encontram em consonância com as estipuladas no plano de melhoria TEIP, aspeto que deverá suscitar particular atenção. O plano anual de atividades encontra-se devidamente enquadrado com as finalidades do projeto educativo.

A ação dos responsáveis, com especial relevo para o presente ano letivo, tem sido orientada de acordo com as prioridades identificadas. Contudo, o impacto das medidas implementadas terá sempre de passar pela melhoria dos resultados escolares e pela redução da interrupção precoce do percurso escolar, pois as evidências revelam que o impacto, a esse nível, ainda não é notório. Por outro lado, os efeitos das atividades desenvolvidas para promover a Escola e melhorar a sua imagem também são pouco visíveis.

A entrada em funções do novo diretor, no início do presente ano letivo, conduziu a uma alteração no estilo de liderança. Enquanto a do seu antecessor era considerada competente mas extremamente centralizada, a atual optou por uma gestão mais partilhada e descentralizada, que é positivamente aceite pela comunidade educativa. O diretor e a sua equipa mostram ser um grupo coeso, empenhado e dedicado. Revelam conhecer e estar atentos aos problemas da Escola e manifestam total abertura e disponibilidade para ouvir opiniões e sugestões. As lideranças intermédias têm autonomia para atuar e fazem-no no âmbito das competências que lhes estão atribuídas.

Constata-se existir um bom ambiente de trabalho, alicerçado em boas relações interpessoais, repercutindo-se na motivação do pessoal docente e não docente. A identificação e o sentido de pertença à Escola são partilhados pela generalidade dos trabalhadores. Relativamente aos alunos e embora tenham sido levadas a cabo diversas atividades para melhorar estes aspetos, especialmente no presente ano letivo, será necessário um reforço do desenvolvimento de estratégias nesta área que possam repercutir-se numa maior motivação dos estudantes.

Tendo em vista uma prestação do serviço educativo de maior qualidade, desenvolvem-se projetos e celebram-se protocolos e parcerias com várias entidades. Para além das já referidas, destacam-se, entre outras, as estabelecidas com a Câmara Municipal da Moita e a União de Freguesias da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira, o Centro de Reformados e Idosos do Vale da Amoreira, a Escola Profissional da Moita, a Rumo – Cooperativa de Solidariedade Social, o Instituto de Apoio à Criança e

Page 10: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

9

uma grande diversidade de empresas e instituições que colaboram na formação em contexto de trabalho/práticas simuladas dos alunos dos cursos de educação e formação e profissionais.

GESTÃO

O diretor conhece, na generalidade, as competências pessoais e profissionais dos trabalhadores e valoriza-as no processo de distribuição de serviço, afetando os recursos a determinadas áreas e projetos em função do perfil, da experiência e da formação. No caso do pessoal docente, em particular, as equipas pedagógicas acompanham as turmas, por norma, ao longo de um ciclo de ensino, o que acontece também com os diretores de turma, sempre que possível, evidências de que aquele processo se pauta pela primazia dos aspetos pedagógicos.

Apesar disso, o horário de funcionamento da sala de estudo não responde às necessidades de algumas turmas, pelo que os recursos docentes envolvidos deveriam ser distribuídos de forma mais equilibrada, ao longo do dia. Também a abertura da biblioteca escolar, no período de almoço, poderia constituir uma prioridade na afetação dos assistentes operacionais aos diferentes serviços. A organização de atividades educativas para as turmas, em situação de ausência imprevista dos docentes, deveria assumir-se também como uma medida de gestão direcionada para a melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos.

A participação dos pais e encarregados de educação tem suscitado uma intervenção atenta por parte da atual direção. Efetivamente, têm sido promovidas algumas ações que visam um maior envolvimento daqueles elementos na vida escolar dos respetivos educandos. De entre elas, são de mencionar o Dia da Família, a agilização dos contactos através da utilização das tecnologias de informação e comunicação e o Contrato dos Trabalhos de Casa, por exemplo. De referir o facto do próprio diretor ter promovido uma reunião com os pais e encarregados de educação, no início do ano letivo, com o propósito de os sensibilizar para a importância de acompanharem o percurso escolar dos seus educandos.

Todavia, os índices de participação nas diferentes iniciativas e nas reuniões realizadas pelos diretores de turma, trimestralmente, são baixos, tal como assinalado já na última avaliação externa, o que demonstra a necessidade de se continuar a investir assertivamente, neste campo. A criação de uma associação de pais e encarregados de educação poderá ser determinante, nesta matéria.

O desenvolvimento profissional dos trabalhadores constitui, no geral, outra das áreas da gestão que tem sido privilegiada, sobretudo junto do pessoal docente. Foi organizado um plano de formação, em função das necessidades diagnosticadas, mas o mesmo destina-se apenas aos professores e aos técnicos. De realçar, pela positiva, a adesão daqueles profissionais a ações enquadradas em temáticas como a gestão de conflitos e a monitorização e avaliação, por exemplo, cruciais para o desenvolvimento organizacional. Os assistentes operacionais, por sua vez, não têm sido envolvidos, no geral, em processos formativos formais, nos últimos anos, o que se constitui como um aspeto a melhorar.

A gestão da informação e da comunicação tem também sido objeto de algum investimento. Os trabalhadores dispõem do correio eletrónico institucional e procedeu-se ao relançamento do facebook da Escola para a divulgação do trabalho realizado. Apesar disso, a página web encontra-se desatualizada, em vários assuntos, e muitos dos trabalhadores consideram que se trata de uma área a aperfeiçoar, pelo que deverá continuar a suscitar uma intervenção.

Os espaços e os equipamentos encontram-se bem preservados. A Escola possui excelentes condições laboratoriais e criou salas adequadas à lecionação da componente técnica de alguns cursos de educação e formação (salão de cabeleireiro e restaurante), aspeto bastante positivo. Os espaços exteriores, amplos e repletos de vegetação, tornam-na num local muito aprazível em contraste com o meio circundante.

Page 11: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

10

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A Escola, até ao final do ano letivo de 2012-2013, não possuía um projeto de autoavaliação de caráter intencional e devidamente formalizado e estruturado, tal como já havia sido assinalado na última avaliação externa. Existiam alguns procedimentos autoavaliativos pouco sistematizados e aprofundados, ligados essencialmente à análise dos resultados escolares realizada nos órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e à elaboração de relatórios respeitantes às atividades desenvolvidas.

Só no presente ano letivo foi criada uma equipa de autoavaliação, composta apenas por docentes, mas que, no futuro, será alargada a pessoal não docente, pais e encarregados de educação e alunos. Aquela, que ampliou os seus conhecimentos sobre procedimentos de autoavaliação através de formação específica, já selecionou um modelo, ligado ao quadro de referência utilizado pela Inspeção-Geral da Educação e Ciência na avaliação externa, e definiu um cronograma da ação a desenvolver, estando no presente ano letivo a trabalhar sobre o domínio dos resultados.

Paralelamente, desde o ano letivo de 2009-2010, data da integração no programa TEIP, foi criada uma equipa para a avaliação das ações levadas a cabo no âmbito deste projeto que procedia à recolha de informação para monitorizar as atividades desenvolvidas e assim elaborar os relatórios semestrais e finais e construir o plano de melhoria para cada ano escolar. Contudo, esta equipa funcionava de forma fechada e o seu trabalho nunca foi devidamente divulgado nem envolveu de forma cabal a comunidade escolar, facto necessário para implementar e operacionalizar com êxito os planos de melhoria propostos.

Existem, assim, evidências de que o processo de autoavaliação, apesar de intencional, presentemente, se encontra numa fase embrionária. Para além da análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) feita aquando da construção do projeto educativo, não foi ainda elaborado um diagnóstico organizacional aprofundado da Escola que permita uma visão alargada e objetiva sobre o seu funcionamento para apoiar e fundamentar as decisões estratégicas a tomar. Além disso, aquele não é ainda suficientemente participado, consistente e com práticas devidamente interligadas entre si, de forma a permitir um desenvolvimento sustentado. Todavia, o recente esforço de articulação entre a equipa de autoavaliação e a equipa responsável pela monitorização das ações do projeto TEIP, ainda que a necessitar de consolidação, constitui indícios da evolução do trabalho, nesta área.

Em síntese, a ação da Escola tem um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas, o que justifica a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:

A dinamização dos Dias para Agir, abrangendo diversas áreas da educação para a cidadania e evidenciando também a abertura da Escola à comunidade;

A eficácia das medidas implementadas no âmbito da prevenção e resolução dos casos de indisciplina;

A diversificação da oferta educativa, ajustada às necessidades dos alunos, das famílias e do meio, com um impacto positivo no aumento da qualificação dos jovens e dos adultos;

O desenvolvimento, por alguns professores, de práticas de avaliação formativa, claramente orientada para a melhoria das aprendizagens;

Page 12: Relatório Escola Secundária da Baixa da Banheira MOITA · 2014-10-14 · da Banheira– Moita , realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 19 e

Escola Secundária da Baixa da Banheira – MOITA

11

A alteração do paradigma de uma liderança centralizada para outra descentralizada, com impacto na motivação dos trabalhadores docentes e não docentes;

A consolidação de uma rede de parcerias, envolvendo a comunidade, com efeitos favoráveis na ação educativa da Escola.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes:

Na definição de estratégias a desenvolver nas disciplinas com menores índices de sucesso e com os alunos com mais dificuldades, através da generalização de práticas de diferenciação pedagógica devidamente planeadas, entre outras medidas, de forma a haver reflexos na melhoria das aprendizagens e dos resultados;

Na implementação de ações que se mostrem eficazes na prevenção e na redução da interrupção precoce do percurso escolar dos alunos, nomeadamente através de um trabalho em rede com outras entidades;

Na generalização do desenvolvimento regular da componente experimental, no ensino básico, para que se repercuta positivamente ao nível das aprendizagens dos alunos;

Na conceção de um plano de estudos para desenvolvimento do currículo de forma a operacionalizar-se o currículo nacional em sintonia com as especificidades da Escola;

Na elaboração de planos de turma, enquanto meios de gestão do currículo, contemplando, entre outros, as medidas de ação em função do diagnóstico realizado, bem como a articulação curricular horizontal entre as diferentes disciplinas;

Na instituição de mecanismos sistemáticos de supervisão da prática letiva na sala de aula, enquanto estratégia de formação pedagógica para a melhoria das aprendizagens e dos resultados;

Na consolidação do processo de autoavaliação, tornando-o mais participado, abrangente, consistente e com práticas devidamente articuladas entre si, de forma a permitir o desenvolvimento sustentado da Escola.

15-07-2014 A Equipa de Avaliação Externa: António Frade, João Leal e Rui Castanheira

Concordo. À consideração do Senhor Secretário de Estado do Ensino e da

Administração Escolar, para homologação. A Subinspetora-Geral da Educação e Ciência

Homologo.

O Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar