Relatório final Reforço do Futuro 2018 · 2019-02-26 · Relatório final -Reforço do Futuro 2018 2 C riado em 2009, ao longo deste pe-ríodo, o projeto Reforço do Futuro do Instituto

Relatório final - Reforço do Futuro 2018 1

Relatório final

Reforço do Futuro 2018

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C riado em 2009, ao longo deste pe-ríodo, o projeto Reforço do Futuro do Instituto Meta Educação contri-buiu para que cerca de mil crianças

e adolescentes de 7 a 14 anos, matriculados em escolas públicas da região central do Rio de Janeiro, fossem alfabetizados e não abandonassem os estudos. Com a parceria da Rede D’Or São Luiz, através da Lei Roua-net, o Reforço do Futuro deu um salto de qualidade no seu atendimento em 2018, in-troduzindo as artes-plásticas no cotidiano de suas atividades. A garotada explorou os po-emas de Cecília Mereiles e Pedro Bandeira, a música e os quadros de Heitor dos Praze-res, e a história da Escola de Samba Estácio de Sá. Os conteúdos foram alinhados ao Projeto Político Pedagógico do Instituto Me-ta Educação, cujo tema foi os 70 anos da De-claração Universal dos Direitos Humanos. A comunhão entre arte e cidadania deu ori-gem a exposição “ O Estácio e sua Arte”, re-alizada em 10 escolas públicas nos meses de novembro e dezembro. Esse ciclo colheu frutos muito positivos: das 60 crianças aten-didas, 90% foram aprovadas no ano letivo

escolar. Além disso, elas tiveram a oportuni-dade de conhecer artistas da região onde vivem e, sobretudo, celebrarem suas “obras de arte” expostas nas escolas onde estu-dam. Os eventos atraíram cerca de 900 visi-tantes, superando os 500 previstos no proje-to. O número de 50 oficinas de arte previs-tas também foi superado: oferecemos 63 encontros de artes-plásticas, além das 188 oficinas integradas de reforço escolar, sem alteração no orçamento final do projeto. Isso foi possível graças à dedicação da equi-pe que entendeu a necessidade de ampliar o atendimento ao grupo em função da grande vulnerabilidade social a qual todas as crian-ças estavam inseridas. Neste documento, será possível acompa-nhar cada etapa deste trabalho. Incluindo desafios e resultados alcançados. Disponibi-lizamos também uma planilha financeira cu-jas comprovações estão sendo submetidas ao Ministério da Cultura e encontram-se à disposição da Rede D’Or São Luiz. Agradecemos o apoio e a confiança em nos-so trabalho.

Um ano muito especial!


Sumário

1) As oficinas: Um mergulho na arte do Estácio, rumo ao conhecimento Pág 4

2) A exposição “O Estácio e sua Arte” Pág 11

3) O perfil das crianças e adolescentes Pág 13

4) O que foi oferecido pelo Reforço do Futuro em 2018 Pág 14

5) Materiais de divulgação produzidos Pág 15

6) Equipe Pág 21

7) Conclusão Pág 22


1) Um mergulho na arte do bairro do Estácio, rumo ao conhecimento

O Instituto Meta Educação entende que a arte estimula o poder da cri-ação, interpretação, raciocínio, imaginação e observação, trazendo

reflexos em diferentes áreas da vida do ser hu-mano. No segundo semestre, as oficinas de arte edu-cação do Reforço do Futuro deram ênfase a aspectos relacionados à importância da paz, da harmonia e do respeito, estimulando a sociabi-

lidade dentro e fora da sala de aula. Essas questões foram alinhadas a um estudo sobre a vida e a obra de artistas que nasceram no bair-ro do Estácio e adjacências, região central da cidade do Rio de Janeiro reconhecida como berço do samba. Reservar uma oficina para pesquisa exploratória é uma maneira de diver-sificar as formas de ensino-aprendizagem e dar sentido às atividades, contextualizando-as com o cotidiano dos participantes.

O objetivo do Reforço do Futuro em 2018 foi realizar dez exposi-ções de artes-plásticas em escolas públicas da região central da cidade do Rio de Janeiro, com os trabalhos produzidos por 60

crianças e adolescentes durante oficinas de artes-plásticas ofere-cidas ao longo do ano. Essas oficinas são articuladas a um proje-

to pedagógico que tem como ênfase a alfabetização, uma vez que o público atingido possui sérias dificuldades para acompa-

nhar as aulas regulares na escola.

Oficina exploratória sobre vida e obra de Cecília Meireles


As obras de Cecília Meireles – nascida na regi-

ão do Estácio – foram relacionadas à identida-

de do grupo. Após um estudo sobre a vida e

obra da escritora, o poema “Retrato” foi esco-

lhido para inspirar as turmas a produzirem au-

torretratos utilizando atadura com gesso. A

atividade foi desenvolvida por vários dias, esti-

mulando a cooperação e a reflexão sobre a au-

toimagem. Todas as máscaras foram pintadas

respeitando a escolha de cada um, promoven-

do um painel de cores e formas que expressou

a pluralidade do grupo. O interesse pela parte

prática, ao manipular um material com textura

diferente, fez a garotada superar as dificulda-

des na confecção da obra e o ato de construir o

próprio rosto instigou a curiosidade.

Retrato Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração

que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão fácil; Em que espelho ficou perdida

a minha face? Cecília Meireles.

Oficinas dedicadas à confecção de mascaras baseadas na obra de Cecília Meireles.


Outro poema de Cecília Mereiles (“As me-

ninas”) inspirou o grupo a produzir peças

sobre as três personagens da obra, dando a

elas forma e contorno. Cada criança e ado-

lescente pôde soltar a imaginação a partir

de corte e colagem de material reciclado,

atribuindo às personagens características

físicas. A atividade foi executada com es-

mero e dedicação, exigindo de cada partici-

pante coordenação motora e contribuindo

para o desenvolvimento de uma visão críti-

ca sobre preconceitos raciais e de gênero.

O resultado foram obras de arte coloridas e

com a cara dos integrantes.

A poesia “Mais Respeito, Eu Sou Criança”,

de Pedro Bandeira, enriqueceu esta etapa

do trabalho, abordando temas como os di-

reitos das crianças e estimulando o grupo a

refletir sobre como elas deveriam ser trata-

das pelos adultos. “As crianças devem res-

peitar os adultos, mas eles também não de-

vem respeitar as crianças?” e “Porque a

gente tenta dizer algo e nunca é ouvido?”

foram algumas das indagações que surgi-

ram ao longo do processo. Buscando sem-

pre trabalhar noção de identidade, as tur-

mas debateram a riqueza da diversidade

existente em nosso país e a importância da

empatia pelo outro.

Oficinas estimulam pensamento crítico e a imaginação da meninada


As atividades sobre Cecília Meireles foram o

pontapé inicial para estimular crianças e ado-

lescentes ao contato com a arte e a história da

região em que vivem. Esse reconhecimento da

arte com o território se aprofundou ainda mais

com o estudo sobre Heitor dos Prazeres. Uma

pesquisa biográfica do artista e músico que

retratou o bairro do Estácio em algumas de

suas obras foi realizada em conjunto com a

meninada do projeto. A partir da série de qua-

dros “Partituras”, foi possível explorar o que é

uma partitura musical e como é feita sua leitu-

ra por músicos. A música “Pierro Apaixonado”,

composta por Heitor dos Prazeres em parceria

com Noel Rosa, foi apresentada ao grupo, co-

nectando as diferentes manifestações artísti-

cas do autor. Como produto desta serie de en-

contros, as três turmas do projeto foram esti-

muladas a fazer releituras desses quadros utili-

zando sobreposições com texturas e formas.

Com isso, desenvolveram a coordenação mo-

tora, o gosto estético, a sensibilidade artística,

o conhecimento histórico-cultural e a percep-

ção espacial com proporção.

O incêndio no Museu Nacional, em setem-

bro, mobilizou crianças e adolescentes do

Reforço do Futuro. Foi feita uma roda de con-

versa para esclarecer dúvidas. Um debate

com base em dados históricos e peças expos-

tas no museu contribuiu para o enriqueci-

mento do raciocínio crítico do grupo e para

as atividades relacionadas a leitura e escrita.

Imagem do Museu nacional em chamas. Folhapress.

Oficinas de corte e colagem baseadas na série Partituras

Incêndio mobiliza crianças e adolescentes


O grupo foi estimulado a trabalhar com a téc-

nica de mosaico, utilizando como referências

outras obras do artista Heitor dos Prazeres que

retratam hábitos e costumes da cultura brasi-

leira ou o cotidiano da garotada do Reforço do

Futuro como “Carnaval nos Arcos da Lapa” e

“Favela”. Através dessas imagens, foi possível

traçar um comparativo entre o Rio de Janeiro

antigo e o atual. Este trabalho possibilitou que

as crianças e adolescentes do projeto tivessem

contato prático com signos visuais como li-

nhas, formas, cores, proporção, bidimensão,

estética e composição plástica. As obras de

Heitor dos Prazeres possuem uma conexão

visível com a região do Estácio, pois retratam a

favela, as brincadeiras infantis e o carnaval.

Para a equipe do Reforço do Futuro, foi mais

uma oportunidade de dar cor à história da ci-

dade.

Associando a importância da cidade ao período

eleitoral, em outubro, o grupo se debruçou na

poesia “Se criança governasse o mundo”, de

Marcelo Xavier. O objetivo foi estimular o con-

ceito de cidadania e associá-lo ao bem-estar

comum de uma cidade e um país. Foi destaca-

da a importância de valores como igualdade,

respeito e solidariedade para que todos te-

nham uma vida digna e os direitos e deveres

do cidadão para a construção de uma socieda-

de mais justa. As educadoras esclareceram as

funções do presidente, governador, deputados

e senadores e fortaleceram a importância das

eleições para a democracia.

Foto no topo: participantes

concentrados na montagem do

mosaico.

Foto ao lado: mosaicos inspira-

dos nas obras de Heitor dos

Prazeres finalizados.

Foto abaixo: Produção dos

mosaicos.


Cantar marchinhas de carnaval e ver qua-

dros que retratavam a folia foi a ponte para

abordar a história da Escola de Samba Está-

cio de Sá, a primeira agremiação criada no

Brasil, cuja seda está localizada no bairro do

Estácio, no Rio de Janeiro. Ficou evidente,

ao longo das oficinas, como a Escola de

Samba é algo muito presente no cotidiano

da região, sendo um aparelho cultural fre-

quentado constantemente pelos morado-

res. Além disso, a Estácio de Sá mantém

acesa a ancestralidade artística do bairro,

fortalecendo a cultura do samba e seus

compositores, costureiras, bordadeiras, ar-

tesãos, escultores, entre outros. Para home-

nagear a Escola de Samba Estácio de Sá, o

Reforço do Futuro decidiu dedicar a ela um

ciclo de oficinas de arte. Pesquisas históri-

cas, abordando seus principais composito-

res, símbolos e cores, associando-os à histó-

ria do bairro e do Morro do São Carlos e sua

importância para o samba, foram realizadas

para auxiliar as atividades práticas. O grupo

confeccionou quadros feitos com o símbolo

da Escola: o Leão da Estácio, utilizando di-

versos materiais reciclados, como isopor e

papelão. Carimbos de isopor no formato da

cabeça de um leão foram confeccionados

com muita atenção a detalhes. Após esta

etapa, eles utilizaram os carimbos para criar

um quadro de papelão em aquarela com as

cores da escola e coloriram suas obras, re-

criando de forma estilizada o símbolo da

agremiação.

Fotos em sequência para a confecção dos quadros.


Como complemento ao trabalho desenvolvido nas oficinas de arte, em outubro, o

projeto realizou uma visita à Escola de Artes Visuais do Parque Lage. As crianças e

adolescentes conheceram o espaço e se esbaldaram nos jardins da instituição no

Rio de Janeiro.

Fotos do passeio feito ao Parque Lage.


2) A exposição “O Estácio e sua Arte”

A exposição “O Estácio e Sua Arte”

foi montada em dez escolas públi-

cas parceiras do projeto Reforço

do Futuro nos meses de novembro

e dezembro de 2018. Todas estão localizadas

nos bairros centrais do Rio de Janeiro, sobretu-

do Estácio, Rio Comprido, Catumbi e Cidade

Nova. O critério para a escolha dessas institui-

ções de ensino foi ter o maior número de parti-

cipantes do Reforço do Futuro matriculados.

Para que os eventos fossem realizados, o Insti-

tuto Meta Educação contou com a autorização

da Secretaria Municipal de Educação da Cidade

do Rio de Janeiro.

A inauguração oficial do evento aconteceu no

dia 12 de novembro na Escola Municipal Tia

Ciata, localizada na Praça Onze. O evento con-

tou com a presença de convidados da Secreta-

ria Municipal de Educação do Rio de Janeiro,

diretores, professores e alunos da escola, além

de amigos e parceiros do Instituto Meta Edu-

cação.

A escolha da Escola Municipal Tia Ciata para

inaugurar essa série de eventos se deu em fun-

ção do reconhecimento que esta personagem

histórica possui na formação cultural do Rio de

Janeiro. Moradora da Praça Onze, Tia Ciata

promovia rodas de samba no início do século

XX reunindo em sua casa negros baianos e ex-

escravos. Nesta época, o samba era associado

à vadiagem, delito criminal. Graças à coragem

dessa personagem , hoje esse ritmo é reco-

nhecido como Patrimônio imaterial da cidade.

As exposições receberam cerca de 700 visitantes, a maioria alunos das escolas públicas


A realização das exposições foi dividida em du-

as etapas. No período de 12 a 27 de novembro,

cinco escolas receberam a exposição concomi-

tantemente. As outras cinco instituições expu-

seram as obras de arte das crianças do Refor-

ço do Futuro no período de 28 de novembro a

12 de dezembro.

Esses eventos aprofundaram ainda mais a rela-

ção do Meta Educação com essas instituições

de ensino. Foi muito positivo constatar que

todas valorizam o trabalho realizado pelo Re-

forço do Futuro desde 2009 e contam com o

projeto para encaminhar seus alunos que apre-

sentam sérias dificuldades de aprendizado.

Contudo, um dos aspectos mais positivos des-

ses eventos foi colocar em lugar de destaque

trabalhos de alunos que, constantemente, são

classificados no ambiente escolar unicamente

como crianças com dificuldades de aprendiza-

do. A equipe do projeto constatou, durante as

exposições, a alegria de alguns integrantes do

Reforço do Futuro ao verem seus trabalhos

expostos nas escolas onde estudam.

Cerca de 900 pessoas visitaram as exposições

O Estácio e Sua Arte, superando a expectativa

de público prevista no projeto de 500.

Exposições de 12 a 27 de novembro

Escola Municipal Tia Ciata

Escola Municipal Mem de Sá

Escola Municipal Mario Claudio

Escola Municipal Azevedo Sodré

CIEP Pedro Varela

Exposições de 28 de novembro

a 12 de dezembro

Escola Municipal Canadá

Escola Municipal Calouste Gulbenkian

Escola Municipal Estados Unidos

Escola Municipal do Catumbi

Escola Vitória

A exposição levou a arte do Estácio para a garotada


3) O perfil das crianças e adolescentes

21 Meninas e 39 Meninos

80% de 7 a 10 anos 20% de 11 a 14 anos

100% estudam em escolas públicas do Estácio, Cidade Nova, Catumbi e Rio Comprido, no Rio de Janeiro.

20% não sabiam ler e escrever quando chegaram no projeto. Desses, 85% foram alfabetizados.

80% são moradores das favelas do Complexo do São Carlos, no centro do

Rio de Janeiro.

98% das famílias recebem

menos que 3 salários

mínimos por mês.

90% dos participantes foram aprovados no ano letivo de 2018

nas escolas onde estudam.


4) O que foi oferecido pelo Reforço do Futuro

Público atingido

1153 (60 crianças e adolescentes

180 familiares 913 visitantes da exposição

“O Estácio e sua Arte”)

Faixa etária De 7 a 14 anos (80% entre 8 e 10 anos)

Escolas públicas parceiras 13

Oficinas de reforço escolar 188

Oficinas de arte/educação 63

Número de turmas 3 (com 20 participantes em cada)

Lanches oferecidos 10.040

Atendimento do Serviço Social às famílias

94

Material pedagógico e uniformes também são oferecidos gratuitamente.


5) Materiais de divulgação

Uniforme: 200 camisetas

Folder formato 20cm x 28cm aberto e 20cm x 14 cm fechado, 150 gr couchê brilho, off-set, cor frente e ver-so, uma dobra. Tiragem: 1 mil unidades.


2 Banners 1m x 70cm fixados no local das aulas e em eventos externos.

Capa de site do Instituto Meta Educação — www.meta.org.br


Foram distribuídos 3 mil convites pa-

ra exposição “O Estácio e Sua Arte”,

em formato 1/2 A4, couchê 70.

Programação visual da exposição:

Foram produzidos 50 painéis para serem expostos junto com as obras de arte das crianças e adolescentes, com-pondo a programação visual da exposição.








6) Equipe

Ângela Muniz Coordenação geral e pedagógica

Adriana Gomez Coordenação administrativa /financeira

Laura Dias Arte educadora

Giselle Leal Arte educadora

Joanna Muniz Auxiliar de projetos sociais

Karine Fernandes Assistente social (Não prevista no pro-jeto da lei Rouanet)

Daniele Conceição Copeira

Lívia da Silva Voluntária (apoia a educadora em sala de aula)

Vanessa Gomes Voluntária (apoia a educadora em sala de aula)


7) Acreditando no potencial das crianças

F inalizamos as atividades do Reforço

do Futuro em 2018 realizando todas

as ações previstas no projeto e fomos

além: ampliamos o número de ofici-

nas de artes-plásticas de 50 para 63 aulas e

conseguimos reunir nas exposições de arte um

número maior de visitantes (900 pessoas. O

número previsto no projeto era 500).

A Proposta Pedagógica abarcou o aniversário

da Declaração dos Direitos Humanos e os artis-

tas do bairro do Estácio, região onde o projeto

é realizado. Na avaliação da equipe, os conte-

údos foram capazes de motivar as 60 crianças

e adolescentes que frequentaram o projeto em

2018. Debates e discussões sobre a conjuntura

também permearam as oficinas, contribuindo

para a construção do pensamento critico, res-

peitando as opiniões divergentes e desenvol-

vendo a capacidade de argumentação.

As famílias e as escolas são grandes parcerias

do projeto e reconhecem a importância deste

trabalho. Por isso, o Reforço do Futuro possui

uma demanda por aumento no número de tur-

mas. Em 2019, a expectativa era aumentar o

número de vagas. Contudo, temos um compro-

misso com a qualidade do trabalho e nunca

formamos uma turma com mais de 20 partici-

pantes. Um dos nossos desafios no futuro é

conseguir atender a toda a demanda comuni-

tária, aumentando o número de crianças e

adolescentes atendidos.

Outro desafio enfrentado pela equipe do pro-

jeto em 2018 foi lidar com o aumento crescen-

te dos episódios de violência urbana. Conflitos

armados na região forçaram o cancelamento

de seis oficinas em 2018 e criam traumas na

criançada. Nessas ocasiões, a equipe promove

uma roda de conversa para tentar minimizar

esses efeitos, dando espaço para cada um ex-

ternar seus sentimentos.

A maior conquista deste ano foi a realização de

dez exposições nas escolas públicas da região

central do Rio de Janeiro, de trabalhos realiza-

dos pela garotada. Além de aproximar ainda

mais o Instituto dessas instituições parceiras,

esses eventos mostraram à população que os

visitou a potência e a capacidade criativa das

crianças e adolescentes que, na maioria das

vezes, são classificados como “os alunos que

não aprendem” em suas escolas. Inteligentes,

criativos e muito capazes. É assim o perfil das

crianças que frequentam o Reforço do Futu-

ro. Mas, infelizmente, em função de uma su-

cessão de questões envolvendo o ensino públi-

co de nossa cidade, muitos desse grupo che-

gam à quinta série do ensino fundamental com

sérias dificuldades para acompanhar o curso

regular das aulas. Então, este mesmo sistema

que os coloca nesta situação, começa a classifi-

ca-los como incapazes, minando a autoestima

e o gosto pelo conhecimento. Na contramão

desta visão, o Reforço do Futuro aposta no po-

tencial de cada participante, respeitando suas

diferenças e aguçando sua curiosidade. Curio-

sas, as crianças abraçam o conhecimento.

Um abraço carinhoso.

Equipe Meta Educação

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