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UM É POUCO DOIS É BOM. CHEGOU O PARTIMPIM DOIS !

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UM É POUCO

DOIS É BOM.

CHEGOU O

PARTIMPIM DOIS !

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“…o amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta…”

João Cabral de Melo Neto

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Por que o nome DOIS? Porque um é pouco e DOIS é bom! Quando as crianças, os adultos, os velhinhos e os adolescentes mandaram à Partimpim suas cartinhas, cartões, desenhos e emails pedindo mais um CD sempre falavam em "dois". "Por favor, Partimpim, grave o "Dois". Obrigado.” “Partimpim, vai ter ‘Dois”? " “Pooor favooor, Partimpim, faça logo o ‘Dois’, não aguento mais o primeiro, a gente aqui em casa ouve o dia inteiro, de novo, de novo, de novo"... A coisa mais natural, portanto, é que se chamasse mesmo DOIS. E DOIS quer dizer dois, ou seja, é um mais um, é mais uma vez, é o outro, o mundo, o encontro, o confronto, o espelhamento, e o amor. É um CD que pretende ser uma sementinha do dois no melhor sentido da palavra. O próprio gesto que as crianças fazem para dizer que idade tem, quando querem dizer ‘dois’, significa também PAZ e AMOR; que é justo o que a Partimpim acha que o mundo está precisando, muito, e que ela adoraria ajudar a conseguir. Quer dizer que a Partimpim virou hippie? (risos) Quando surgiu a ideia de gravar mais um Partimpim? O heterônimo Partimpim nasceu para ser uma discografia e não um álbum único, portanto a ideia de lançar mais de um CD sempre existiu. Como os pedidos das crianças, dos pais delas e de toda a galera da Sony Music para lançar, por favor, o segundo volume já estava virando tipo pressão, ao ver que tinha repertório para mais um álbum Partimpim se mudou para o estúdio, de (muitas) malas e bagagens. Como se deu a escolha do repertório? Levou muito tempo? De onde vieram as canções? As canções foram chegando cada uma a seu tempo e foram sendo armazenadas como possibilidades em uma lista. Partimpim escreveu canções especialmente para o álbum (“Baile Partimcundum”, “Ringtone de amor” e” Menina, menino”) e selecionou canções que tinha vontade de cantar, das mais antigas (“O Trenzinho do caipira”, “Bim Bom” e “Gatinha manhosa”) às mais novas (“Na massa”, “Alexandre”) passando pelas versões (“Alface” de Edward Lear por Augusto de Campos e “O homem deu nome a todos animais” de Bob Dylan por

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Zé Ramalho. Há de tudo um pouco e cada canção tem sua história própria de chegada no repertório. Partimpim foi fazendo uma lista de canções e quando viu que ali estava o DOIS, ligou para o Dé (Palmeira) e o Fabiano (França Estevão), e eles marcaram as gravações. Existe algum conceito amarrando o repertório, houve um critério para a seleção das canções, ou são músicas que foram escolhidas e simplesmente estão juntas no CD? As canções juntas é que foram dando o tom e como é comum acontecer, algumas sobreviveram e outras cairam, até a lista final. Partimpim apenas reuniu alguns amigos com quem gosta de tocar e sua lista de canções bonitas, se enfurnou na Toca do Bandido - com todos aqueles instrumentos, brinquedos e tralhas que ela carrega sempre pra onde quer que vá - e passou o inverno cantando. Mas ela entrou no estúdio sabendo o que queria? Sabendo exatamente o que queria. E sabendo quem queria, portanto. A eleição dos músicos, como foi? Em primeiro a banda do Partimpim, o show: o Príncipe Submarino Marcos Cunha nos teclados, synths e nos barulhinhos malucos; o Intergalático Ricardo Palmeira nas guitarras e cordas em geral; o Universal Guilherme Kastrup na percussão de objetos, latas e brinquedos; o Hiper, o Extra, o Super, o Incrível Dé Palmeira nos baixos, programações, viola caipira e em muitas outras coisas na produção do DOIS - que dividiu com a Partimpim. Depois, os músicos que participaram da gênese do projeto Partimpim, nas gravações de 1999 (Sacha Amback, Marcelo Costa, Dirceu Leite), os que gravaram no Adriana Partimpim, de 2004 (Domenico Lancellotti, Moreno Veloso) e mais os amigos novos da Partimpim (Pedro Baby (violão em “Bim Bom”), Alberto Continentino (guitarras e baixo em “O Trenzinho do Caipira”) e Rafael Rocha (assovio e queixada em “O Homem deu nome a todos animais”). As crianças Alice, Aninha, Ana, Antonia, Antonio, Bebê Luis, Bento, Cecilia, Clara, Dora, a outra Dora, Eric, Francisco, Gabriel, o outro Gabriel, Gabriella, Gustavo, Ingrid, João Pedro, Janjão, João, João Victor, José, Luana, Luisa, Mano Wladimir, Manuel, Maria Luiza, Martim, Mina, Nara, Ninoca, Noah, Pedro, Sofia e Theo, foram para o estúdio cantar com a Partimpim e lá fizeram a maior bagunça que já se viu em gravações. Por que gravar na Toca do Bandido, um estúdio que ficou mais conhecido como território do rock’n’roll?? A sala projetada por Tom Capone onde foi gravado o primeiro CD, e onde Partimpim amaria ter feito o DOIS não existe mais, virou uma pizzaria. Partimpim foi então visitar a Toca do Bandido e viu que lá era a casa do DOIS.

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Que antes de ser território de qualquer gênero musical, é território do querido Tom Capone e de toda a eletricidade criativa e pacífica que ele emanava. A energia dele e da sua música estão lá na Toca, na sala de gravação, na técnica, e nos instrumentos e guitarras pelas paredes e à disposição da música de qualquer um. Em 2004 Partimpim dedicou a ele, in memoriam, um prêmio que recebeu, porque ele sempre dizia que ela devia tocar guitarra. Ele sempre motivava as pessoas a se expressarem pela música. Nas gravações do DOIS, Partimpim tocou com algumas das guitarras incríveis dele, e foi emocionante. Quais as diferenças e semelhanças entre o primeiro CD e o DOIS?

O lance das primeiras ideias, do primeiro contato dos músicos com as canções, da primeira audição, o jeito com que tocam pela primeira vez, antes de começarem a "pensar" em forma, em partes e mesmo em performance, é sempre mais livre. A expressão é sempre mais lúdica e dinâmica e essa foi a escolha da Partimpim para o DOIS. Ela ficou sempre com esse momento, que considera superior, da participação de cada um. É um grande ganho desse projeto, e é uma das principais diferenças em relação ao primeiro, que levou dez anos sendo lapidado até ficar pronto. As semelhanças são mais relativas à alegria reinante no estúdio e ao consumo (toneladas, caminhões, cascatas) de chocolate.

“O amor roeu minha infância de dedos sujos de tinta”, verso de João Cabral de Melo Neto, é a epígrafe do DOIS. Por que? Partimpim vive com os dedos sujos de tinta e acha que ser roído pelo amor é tudo o que se quer, em qualquer idade. Quanto antes se for roído por João Cabral também, melhor. Vai ter show de lançamento? Como vai ser? Qual será a banda? Que cidade foi escolhida para a estréia? O show vai viajar pelo Brasil? Partimpim já está (de novo!) enfurnada no estúdio com todos os seus brinquedos, instrumentos, tralhas e malas de roupas incríveis, armando uma banda inacreditável e preparando o show que deverá estrear no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2010 e que deverá, sim, viajar pelo Brasil, caso arranje um patrocínio, hahaha! Mas é bem difícil arrancar informações de lá, pouquíssima gente tem acesso à PARTIMPíDIA onde o show está sendo armado, e adultos não podem entrar. Por que adultos não podem entrar na PARTIMPíDIA? Porque não. Mas por que não? Porque não, e pronto final.

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Em 2006 Cid Campos musicou “As borboletas,” um dos poucos poemas não musicados da Arca de Noé, de Vinicius de Moraes, por encomenda de Susana Moraes e Dé Palmeira, para incluir no filme de animação da Arca. Quando Partimpim escutou pela primeira vez, soube na hora que gravaria, algum dia, aquela canção, é isso? Exatamente isso. O DOIS foi gravado muito antes do roteiro da Arca ficar pronto, poderíamos dizer que Partimpim furtou “As borboletas” para o seu disco? Tecnicamente, ehhr…sim. E o pessoal da Arca? O pessoal da Arca reclamou um pouco, eles acharam meio absurdo isso. E a Partimpim? Botou o polegar da mão direita na ponta do nariz, agitou os outros quatro dedos para cima e mostrou a língua pra eles que no final feliz gostaram muito da gravação. Essa gravação foi mesmo feita na casa da Partimpim na floresta? Foi. Em uma noite em que os insetos estiveram especialmente inspirados, e por isso participaram da faixa. A gravação foi feita ao vivo, voz, violão, baixo e insetos, gravados juntos, todo mundo valendo. Quais os planos da Partimpim para 2010? Estrear o show que ela já está ensaiando e inventar mais sons e talvez mais canções. E desenhar um pouco. E voar, bastante. Vai ter DVD? Vai! E quando vai sair o Três? Hã? Qual a palavra preferida da Partimpim? Eba. Por que Partimpim não dá entrevistas?

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Porque diz que não tem respostas para dar, só perguntas a fazer. Partimpim é um projeto bem sucedido, amado pelo público, elogiado pela crítica, ganhador de prêmios importantes. Isso pesou de alguma maneira para a realização do DOIS? A expectativa criada para o segundo gerou pressão mais positiva ou mais negativa para a Partimpim e os seus convidados? A Partimpim só faz o que quer fazer, e se as crianças gostarem do que ela faz, estará feliz. Ela e os seus convidados se divertiram no estúdio, isso é muito-muito importante. Quanto aos prêmios e suas looooongas cerimônias de entrega, ela diz que não tem tempo, para receber ou mesmo para merecer os tais prêmios; prefere brincar. Disse apenas que aceitaria o Nobel da Paz se o ganhasse porque afinal, é isso mesmo o que o DOIS mais quer. E é verdade que … ei, volte aqui! Ei!! Ei, ela saiu voando!?!

PARTIMPIM DOIS FAIXA A FAIXA Baile Partimcundum Partimpim ama as canções de carnaval e resolveu fazer também a sua, com Dé Palmeira, que inventou o simpático nome Partimcundum. Brincando com loops e programações no computador, ela descobriu que uma batida de club dance em determinado andamento virava uma marcha-frevo e assim, só com a batida acelerada, sem violão ou piano, compôs a carta de intenções do seu carnaval. Adriana Partimpim: Loops, Kaos pad Dé Palmeira: Baixo, loops, e programação de bateria Ricardo Palmeira: Guitarras Marcos Cunha: Piano, synths, Hammond, loops, programação de bateria e Kaos pad Sacha Amback: Piano Marcelo Costa: Surdo, apito, xequerê Dirceu Leite: piccolo, flauta,clarinete, clarone, sax alto, sax tenor e arranjo de sopros

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Ringtone de amor Primeira composição da Partimpim, escrito em 2007, o Ringtone de amor foi inicialmente composto não para estar em CD ou em qualquer tipo de mídia ou suporte. Foi feito como ringtone mesmo, para ser baixado da web direto para os celulares. Partimpim acha interessante escrever para celulares. Mas como as crianças em suas cartinhas, cartões, desenhos e bilhetes pediram para que o Ringtone, que já andava pela internet, estivesse no DOIS… Adriana Partimpim: violão Moreno Veloso: cello e piano elétrico Domenico Lancellotti: MPC Produzida por Arto Lindsay e Adriana Partimpim gravada no AR Studios RJ em 2007 assistentes de gravação Bruno Stehling, Igor e Pedro Benjamin

O trenzinho do caipira Foi a última a entrar no repertório, por sugestão de Susana, em palpite muito feliz. Não há muito a dizer sobre essa canção, ela fala por si. Mas a história dela também é muito bonita. A música é um dos quatro movimentos da peça Bachianas Brasileiras nº2, composta por Heitor Villa-Lobos em 1930. Neste movimento, para ser tocado un poco moderato, a orquestra reproduz os sons de uma locomotiva. Assim como os outros movimentos, este é desenvolvimento de peças anteriores escritas por Villa-Lobos para piano ou para violoncelo e piano. Com a letra que Ferreira Gullar escreveu tempos depois, a tocata tornou-se canção, e teve inúmeras gravações de artistas brasileiros. Uma das canções que Partimpim mais ama e que canta desde sempre. Dé Palmeira: Programação Alberto Continentino: guitarras e baixo Marcos Cunha: synth Sacha Amback: teclados

Alface Versão de Augusto de Campos para o poema nonsense do inglês Edward Lear, em mais uma pérola da parceria Campos / Lear. Cid mostrou a canção em São Paulo para Partimpim e foi amor à primeira ouvida… Ricardo Palmeira: Violão de cordas de aço, guitarra de 12 cordas e slides Dé Palmeira: Baixo, guitarra e viola caipira Marcos Cunha: Piano Rhodes Sacha Amback: Acordeon Marcelo Costa: Surdo, vassoura, pandeirita, castanhola de plástico, balachão da Toca e berimbau Mariana de Moraes: Regência das crianças

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Menina, menino Essa foi feita para o menino Bebê Luis. Partimpim queria dizer essas coisas para o Bebê Luis, logo. Falar do amor para ele. Mesmo ele sendo um bebê tão pequenininho ainda, ela achou que quanto antes ele soubesse do amor melhor seria. Pensou em dizer essas coisas que diz na letra até mesmo antes de saber se Bebê Luis seria menino ou menina. Pensou também que isso era bom de dizer para todos os meninos e meninas que ela pudesse alcançar, e aí escreveu a canção. Para gravar a sanfona arretada chamou Waldonys, seu parceiro não só de música mas também de radicais aventuras aéreas. Ele voou de Fortaleza até a Toca, aterrisou, trocou o capacete de piloto pelo chapéu herdado de seu Luiz Gonzaga, chamou a Partimpim e eles ficaram lá, fazendo acrobacias, loops, parafusos e manobras estranhas no ar, ninguém acreditou no que estava vendo. Adriana Partimpim: Guitarra Waldonys: acordeon Marcos Cunha: synth Dé Palmeira: baixo Gilson: triângulo e zabumba Moreno Veloso e Marcelo Costa: pandeiros Waldonys, Gilson, Jorgito, Marcelo Costa e Dé Palmeira: palmas Crianças: aplausos

Na massa Letra de Arnaldo Antunes, música de Davi Moraes, “Na massa” é um grande encontro desses dois compositores de quem Partimpim é muito fã. É uma canção obrigatória do Partimcundum, o carnaval Partimpim. Máscaras, fantasias e tambores, crianças, senhoras e senhores, na massa! Adriana Partimpim: violão de cordas de aço e guitarra Dé Palmeira: baixo acústico, programação de bateria, guitarra e pianinho Domenico Lancellotti: MPC e Kaos Pad Guilherme Kastrup: MPC, brinquedos e coisas Sacha Amback: Ferrinho

O homem deu nome a todos animais Canção do período cristão de Bob Dylan em versão de Zé Ramalho. Canção que hipnotizou Partimpim. No momento em que ela tentava fazer uma versão em português pensando em talvez, quem sabe, gravá-la, descobriu esta, que Zé Ramalho já havia feito e aí foi sopa no mel. Adriana Partimpim: Guitarra de 12 cordas Dé Palmeira: baixo e guitarra barítono Marcelo Costa: talk drum, case, repique Guilherme Kastrup: latas e tralhas Rafael Rocha: assovio, pandeirola, placa e queixada Mariana de Moraes: regência das crianças

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Alexandre Partimpim aprendera que Alexandre, O Grande, havia sido um jovem rei macedônio muito inteligente e culto, mas bárbaro, sanguinário e desumano, e assim ela o via; muito mais pelo lado escuro do que pelo lado solar do grande Alexandre, que ele também foi. Quando ouviu “Alexandre”, no Livro, de Caetano Veloso, Partimpim ouviu ecos do mais fino e rarefeito pensamento de Alexandre, de sua paixão pelo mundo helênico, pelos ideais mais altos e profundos, aqui, no Brasil de hoje. Nos tambores do samba-reggae, mais poderosos do que qualquer batalhão. A alegria da Partimpim de re-ver uma imagem com outros olhos e ali descobrir uma coisa linda foi o que a levou a querer re-gravar a canção no DOIS. Ela ficou feliz, sentiu um calorzinho gostoso no coração de poder ver Alexandre com outros olhos. Além disso, para Partimpim essa canção é uma aula de poética, não somente de história. É muito legal a maneira como Caetano re-apresenta o herói, bom e mau, culto e grosso, amante da filosofia e da guerra, que amou suas mulheres e também Hefestião, que matou e perdoou, e que mesmo filho de um deus, foi tão humano e para não perder o trocadilho, tão real. Do ponto de vista da amálgama, ou seja, pelo filtro do qual fala com tanta propriedade Jorge Mautner (como por exemplo o fato de Barack Obama só existir porque existiu Vinicius de Moraes e coisa e tal) foi que Partimpim achou que seria muito legal contar para as crianças a história do príncipe misturador de raças e de como ele foi e ainda é importante para nós. Ocidente e Oriente, bem e mal, preto e branco, tudo isso só existe porque o homem inventou. Essa canção pode ajudar a abrir janelas para pensar diferente. Grande, verdadeiramente grande. Adriana Partimpim: violão Dé Palmeira: baixo Sacha Amback: piano Rhodes, Nord lead Moreno Veloso: guitarra Marcelo Costa: bateria, surdo, vassoura, lixa, caixas marciais Rafael Barata: caixa dread, caixas marciais Philip Doyle e Francisco Soares: trompas Dirceu Leite: arranjo de sopros

Bim Bom Quando ouviu o som do Olodum pela primeira vez Partimpim teve um impacto muito forte, algo parecido talvez com o que toda uma geração de ouvintes teve quando escutou a batida do violão de um cantor chamado João Gilberto. Desde o primeiro contato com aqueles tambores ela sentiu que estava ao mesmo tempo escutando a batida do violão deste mesmo João Gilberto, e ouvia João Gilberto, até ao vivo, baixinho, e escutava lá dentro do violão dele aqueles tambores. Partimpim brincou então de juntar os dois sons em uma canção, já que não conseguia mais separá-los mesmo. Para isso usou uma gravação já existente do Olodum com a qual ela queria muito fazer uma faixa algum dia e escolheu para cantar e tocar violão, piano, prato e um robô de lata,

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Bim Bom, uma canção que o próprio João Gilberto escreveu reproduzindo na batida, na melodia e na letra o que ele capturou “dos requebros das lavadeiras de Juazeiro”, onde nasceu. Pedro Baby gravou seu violão balançado junto com a Partimpim, ao vivo na Toca. Engraçado que a letra diz “é só isso o meu baião”, mas é um samba. A música é samba. A letra é samba. É samba samba. Segundo Zé Miguel Wisnik, Bim Bom seria o samba absoluto… Adriana Partimpim: violão, piano, prato, robozinho de lata Pedro Baby: violão Olodum: percussão Crianças: vocal Mariana de Moraes: Regência das crianças Contém o sample "OLODUM" Autor: Olodum / Editora: Olodum

Gatinha manhosa para Ming Lé A canção apresentou-se à Partimpim numa manhã ensolarada, quando ela estava voando para o estúdio. A música se apresentou para ela e não saía mais de sua cabeça. Não que ela nunca tivesse ouvido antes, mas achou estranho, não tinha nenhuma relação especial com aquela canção até então, mesmo amando os gatos e o Erasmo Carlos como ama. A canção seguiu martelando e Partimpim a cantarolou por mais dois dias inteiros, esperando a canção ir embora - que é o que geralmente acontece com canções que grudam no seu ouvido de repente. Mas “Gatinha manhosa” não parava , ela não aguentava mais, queria poder pensar em outra coisa qualquer, aí, ufa, depois de três dias tomada por uma música que nunca havia cantado antes e mal sabia a letra, aterrisou em sua casa na floresta, vinda do estúdio, ufa, acabou. Então sua gata Ming Lé fez tantos denguinhos e parafusos e caretas e maluquices e macaquices rolando no tapete do corredor pra pedir carinho, que mereceu a gravação, só de voz e violão, no dia seguinte, urgente, urgentíssimo. “Hoje vamos gravar Gatinha Manhosa trezentas e duas vezes, uma há de ficar boa”. Adriana Partimpim: violão e voz

As borboletas para Helena Partimpim quis partilhar com as crianças e adultos e velhinhos e adolescentes os sons de sua janela na floresta, à noite. Então convidou os insetos - e o Dé Palmeira - para gravar com ela “As borboletas”, da grande e novíssima parceria Vinicius de Moraes e Cid Campos. Partimpim gravou a canção para Helena, irmã do Mano, dormir lá na sua casinha.

Adriana Partimpim: violão e voz Dé Palmeira – baixo Roberto Pollo – celesta e litofone Insetos: insetos

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PARTIMPIM DOIS Produzido por: Adriana Partimpim e Dé Palmeira

Direção Artística: Sergio Bittencourt

Direção de produção: Leonardo Netto

Gravado e mixado por Fabiano França Estevão no estúdio Toca do Bandido, Rio de Janeiro, no inverno de 2009

Produção executiva: Suely Aguiar

Assistentes de Produção: Hiromi Konishi e Cintia Carvalho

Masterizado por: Takayoshi Manabe, no Crown Mastering Studio, Tóquio

Assistente de gravação: Renato Godoy e Gabriel Schweidson

Preparação vocal: Felipe Abreu

Assistente Partimpim: Jorgito

Projeto gráfico: Luiz Henrique Sá sobre rabiscos da Partimpim

Assistente de design: Tay Binder

Foto e Make Up: Fernando Torquatto

Supervisão de Arte: Sandro Mesquita

A faixa “Bim Bom” contém sample do fonograma “Olodum” interpretado por Bahia Black. Gentilmente cedido por The Island Def Jam Music Group sob licença da Universal Music Enterprises.

Ficha Técnica SONY MUSIC

Presidente: Alexandre Schiavo

Diretor de Marketing: Marcus Fabricio

Diretor Artístico (A&R): Sergio Bittencourt

Supervisora Depto. Artístico (A&R): Joselha Teles

Supervisor de Arte: Sandro Mesquita

Assistente de Arte: Priscilla Luiz

Agradecimentos:

Susana Moraes, Marisa Monte, Monica Almeida, Roberto Frejat, Constança Scofield, Tarta, staff da Toca, Rythm Foundation, Melanie Moinos, Pedro Bernardes, Roberta Sudbrack, Isabel Diegues, Ricardo Garcia, Claudia Faissol e às mães e pais das crianças vocalistas.

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A Discografia Dois - 2009 - CD Adriana Partimpim, o show - 2005 - DVD/CD Adriana Partimpim - 2004 - CD Os tais prêmios, só pra lembrar Grammy Latino 2005 - Melhor Álbum Infantil - Adriana Partimpim, o show Grammy Latino 2004 - indicação do CD Adriana Partimpim Prêmio TIM 2004 - Melhor Disco Infantil Prêmio Faz a Diferença - O Globo - 2004 Selo “Altamente recomendável para crianças e adolescentes” – 2004 - Ministério da Justiça