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As novas maneiras de conceber o contexto organizacional gerou a necessidade de considerar novos recursos para desenvolver e gerar satisfação do potencial humano como: gestão de competência, gestão de talentos e empregabilidade. E o profissional, por sua vez, percebe que deve estar antenado as inovações para se manter atualizado e corresponder às expectativas da empresa.
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FACULDADE DE TECNOLOGIA INTERNACIONAL
IZABEL CRISTINA DE MOURA SAMPAIO
ATIVIDADE AVALIATIVA DO CURSO DE MBA EM
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS:
REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA E DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA E
GESTÃO DE TALENTOS E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIA
LORENA
2009
INTRODUÇÃO
O contexto atual é resultado da aceleração das várias mudanças que
vivenciamos em todas as áreas de nossa vida. E acompanhar a evolução dos fatos
se torna uma tarefa difícil, já que o todo continua em mutação e com velocidade
sempre maior. Isso é resultado de uma globalização ainda em processo de
formação.
A história vive um momento de transição que exige quase um despir-se dos
paradigmas assumidos, para adequar-se aos novos que ainda estão em processo
de construção. Essa realidade gera um quadro conflitivo e contraditório causando
resistência, confusão e insegurança, pois rejeita o mecanicismo e nos incita a
reconstruir nossos conceitos com relação à humanização.
A área administrativa também sofre as influências das inovações e já é
possível conceber o trabalho em sua dimensão social e psicológica inversamente ao
que era concebido, ou seja, trocar capacidade por dinheiro. O trabalho na dimensão
social é visto como um instrumento de afirmação e ajustamento, e na dimensão
psicológica é visto como um instrumento que permite desenvolver o potencial e a
realização pessoal1.
Neste novo cenário o foco, com relação ao diferencial competitivo, muda para
a valorização do colaborador visando sua capacidade de transformar
conhecimentos, habilidades e atitudes em resultados, ou seja, o ser humano é o
ativo mais importante da empresa. Apostar nas pessoas é o meio de se manter nos
negócios, por isso é preciso que a empresa permita autonomia de pensamento e de
criatividade provocando o funcionário a desenvolver todo o seu potencial para que
esse se revele em talento. As novas maneiras de conceber o contexto
organizacional gerou a necessidade de considerar novos recursos para desenvolver
e gerar satisfação do potencial humano como: gestão de competência, gestão de
talentos e empregabilidade. E o profissional, por sua vez, percebe que deve estar
1 Livro: Construindo o Futuro: o impacto global do novo paradigma.
antenado as inovações para se manter atualizado e corresponder às expectativas da
empresa.
Remuneração Estratégica e Desenvolvimento de Carreira e Gestão
de Talentos e Mapeamento de Competência
A necessidade de se implantar uma gestão baseada em competências surge
com a competitividade de um mercado globalizado, com a busca de melhores
resultados e de um diferencial para promover e manter o sucesso. Neste novo
cenário o grande desafio é identificar o que poderá ajudar a empresa a atingir os
resultados almejados e a oferecer ao seu cliente um produto que faça a diferença.
Diante deste desafio a empresa percebe que precisa investir em potenciais
humanos, pois só assim terá equipes mais criativas e comprometidas com a
organização.
A implantação da Gestão de Competências é um processo que precisa
envolver todos os setores da empresa partindo da direção e ir perpassando todos os
colaboradores, deve ser um processo participativo onde todos devem colaborar.
Se uma empresa ainda não possui nenhum tipo de preocupação com seus
colaboradores é necessário sensibilizá-la, pois certamente desconhece a
importância da formação de um capital intelectual como fator diferencial. Para essa
conscientização deve se interagir com todos os setores da empresa falando de uma
forma que eles entendam a mensagem. Explicar o que é competência, qual a
vantagem de valorizá-la, o que poderá ser conquistado com sua implantação. É um
trabalho árduo, mas necessário, pois sem essa ferramenta dificilmente a empresa
conseguirá sobreviver no mercado atual.
Para explanação do tema use de vários recursos audiovisuais argumentando
sobre as possibilidades de melhoramento do desempenho dos colaboradores; das
necessidades de identificar quais treinamentos são imprescindíveis para o
desenvolvimento e aprimoramento do colaborador, da equipe e consequentemente
da organização; por em acordo os objetivos e metas da organização e da equipe;
minimizar a subjetividade na seleção e avaliação de pessoas; analisar o perfil e
desenvolvimento do colaborador fornecendo suporte para potencializar seus
resultados procurando manter a motivação e o compromisso melhorando os
relacionamentos no ambiente organizacional.
Maria Rita Gramigna em seu artigo: Gestão por competências – Uma opção
para tornar as empresas mais competitivas, descreve de forma minuciosa as
vantagens do modelo de gestão por competências como:
A possibilidade de definir profissionais que favorecerão a produtividade.
O desenvolvimento das equipes orientado pelas competências necessárias
aos diversos postos de trabalho.
A identificação dos pontos de insuficiência, permitindo intervenções de
retorno garantido para a organização.
O gerenciamento do desempenho com base em critérios mensuráveis e
passiveis de observação direta.
O aumento da produtividade e a maximização de resultados.
A conscientização das equipes para assumirem a co-responsabilidade pelo
seu autodesenvolvimento, tornando o processo ganha-ganha. Tanto a
organização quanto os colaboradores têm suas expectativas atendidas.
Quando a gerência por competências se instala, evita-se que gerentes e
colaboradores percam seu tempo em programas de treinamentos e
desenvolvimento que nada têm a ver com as necessidades da organização.
Outro dado que pode favorecer na hora de conscientizar a empresa dos
benefícios da Gestão de Competência é enfatizar como ela auxilia no processo de
remuneração estratégica. A empresa precisa perceber que, neste novo cenário de
mercado cada vez mais competitivo, é necessário valorizar o conhecimento humano,
ou seja, o colaborador é seu maior bem e sua satisfação é fundamental para que a
organização alcance eficiência e eficácia no novo cenário mundial.
A Remuneração Estratégica é uma forma de motivação, pois foca o indivíduo
e não o cargo provocando no colaborador um sentimento de valorização pelo que
realiza dentro da organização. Quando a empresa olha para seu colaborador como
“ser único” e passa a incentivar sua criatividade e aprendizagem e o faz se sentir
valorizado dentro da organização ganha muito mais, pois este se sentirá motivado a
vencer todos os desafios para cumprir metas e alcançar resultados. E a
Remuneração Estratégica é considerada um forte incentivo para promover maior
competitividade obtendo-se mais qualidade e produtividade nos processos.
Chiavenato (1999 apud CONGRESSO INTERNACIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO, 2008), enfoca que a recompensa é elemento fundamental na
condução das pessoas em termos de retribuição ou reconhecimento do seu
desempenho na organização.
A Remuneração estratégica é entendida como um conjunto de várias formas
distintas de remuneração visando à satisfação e motivação do colaborador é
também um fator decisivo no grau de comprometimento do mesmo com os objetivos
da empresa. Ela faz com que o colaborador busque executar suas atividades com
maior grau de qualidade e por conseqüência buscar um aprendizado contínuo, pois
percebe que além do conhecimento técnico deve desenvolver habilidades e
competências que o torne mais qualificado e generalista.
Sabe-se que com a Remuneração estratégica os resultados são positivos,
pois incentiva o colaborador a se comprometer com os objetivos e metas da
empresa aumentando sua competitividade e alavancando sua lucratividade. Mas
para que se alcance os resultados esperados é necessário fazer uma análise de
alguns pontos antes de fazer a implantação adequada à realidade da organização.
Esses pontos são2:
Cultura da empresa, em relação à aceitação e disposição para correr riscos,
Filosofia de gestão da empresa nas áreas de negócios e de recursos
humanos,
Situação econômico-financeira,
Estágio de desenvolvimento ou idade organizacional da empresa,
Perfil dos principais executivos,
A Remuneração Estratégica visa não só o colaborador, mas também os objetivos
da empresa com relação ao futuro. Um sistema de remuneração estratégica é
composto, segundo WOOD Jr. (2004 apud DANKER 2008, p. 4) por:
Alternativas criativas, incluindo prêmios, gratificações, etc;
2 Artigo: A Remuneração Estratégica como um Diferencial Competitivo nas Organizações.
Participação acionária, atendendo objetivos de lucratividade da empresa;
Remuneração funcional, determinada pela função e ajustada ao mercado;
Remuneração por habilidade, determinada pela formação e capacitação dos
funcionários;
Remuneração variável, atendendo metas de desempenho do indivíduo, da
equipe ou da organização;
Salário indireto, compreendendo benefícios e outras vantagens.
Segundo DANKER (2008, p. 9) implantar um sistema de Remuneração
Estratégica não é tarefa simples e os principais passos que devem ser observados
são:
Primeiro é necessário realizar um diagnóstico da organização, considerando-
se o ambiente interno e o posicionamento estratégico;
Segundo, é preciso conhecer profundamente as várias formas e alternativas
de remuneração e saber quando e como aplicá-las.
Terceiro, é necessário definir o próprio sistema; ou seja, determinar que
componentes devem ser adotados para garantir os melhores resultados, e;
Quarto, deve-se garantir que o sistema a ser implantado seja transparente e
funcional, para assegurar sua ampla aceitação e fácil operacionalização na
empresa. A remuneração estratégica derruba o mito do sistema universal de
gestão de salários.
Segundo GRAMIGNA (2007)3 a gestão por competências é um programa que se
instala através de blocos de intervenção que se sucedem de forma simultânea ou
passo a passo.
O primeiro bloco se refere à sensibilização. A sensibilização das pessoas-
chave da administração e dos postos de trabalho no comprometimento e
envolvimento deve fazer parte da estratégia inicial ao processo.
A sensibilização ocorre de formas variadas:
3 Artigo: Gestão por Competências – Metodologia de implantação.
Promoção de reuniões de apresentação e discussão do modelo, para
prováveis adaptações à cultura da empresa
Realização de fóruns de discussão com o objetivo de detectar as falhas do
modelo vigente.
Oferta de seminários para os gestores e formadores de opinião, cujo
conteúdo esclareça objetivos, etapas, responsabilidades e resultados
esperados.
Convite à participação em palestras e em cursos externo que tratem sobre o
tema.
Uso dos veículos internos de comunicação (jornais, boletins, revistas) para
divulgar de matérias e artigos publicados na mídia.
Estímulo aos gestores para participar de grupos de discussão e de estudo na
Internet.
Envolvimento dos componentes do Mapa de Poder da empresa, como porta-
vozes da área de recursos humanos (gestão de pessoas).
O trabalho de sensibilização, quando bem estruturado facilita a venda da idéia à
direção da empresa. Na prática, quando um tema é amplamente discutido no
ambiente empresarial, passa a merecer a atenção do grupo gestor.
Partindo-se do pressuposto de que o projeto mereceu a aprovação da diretoria e
das pessoas relacionadas com a chefia e liderança, passa-se à fase de preparação
do terreno ou coleta de dados.
Algumas ações são fundamentais neste momento:
Certificar-se das diretrizes e missões setoriais e verificar se estão
compatíveis com a missão da empresa. Caso contrário, promover seminários
ou reuniões de realinhamento.
Verificar se as unidades de negócio (postos de trabalho) têm suas atividades
descritas de forma objetiva.
Avaliar e discutir os riscos do projeto: custos, rentabilidade, possíveis
insucessos, reações, fatores restritivos.
Definir estratégias para lidar com os riscos, de forma a minimizá-los ou
eliminá-los.
Negociar responsabilidades, participação direta e apoio da direção,
clareando o papel da área de recursos humanos (gestão de pessoas), como
facilitador do processo.
O segundo bloco se refere à definição de perfil. Esse passo consiste em definir
as competências essenciais e básicas necessárias a cada grupo de funções e
delinear os perfis.
Definidos os perfis de competências é necessário atribuir pesos, de acordo
com as exigências de cada unidade de negócios. Este momento exige alto
comprometimento e participação de profissionais internos, aqueles que detêm
informações sobre a empresa. No caso do trabalho ser conduzido por consultoria
externa, sua atuação resume-se a facilitar o processo através da disponibilização de
metodologia específica, instrumentalizar a equipe e evitar direcionar ou influenciar
as escolhas. O resultado deve refletir o retrato da empresa e não o da consultoria.
O terceiro bloco se refere à Avaliação de Potencial e Formação do Banco de
Talentos. Neste bloco, a metodologia prevê entrevistas, diagnósticos e seminários
de identificação de potenciais, os quais resultam no BIT – Banco de Identificação de
Talentos.
O Banco de Talentos permite:
Identificar, a partir do perfil estabelecido pela empresa, as pessoas que estão
dentro da média, abaixo e acima das expectativas.
Informar o “gap” (o que a empresa espera e o que a pessoa apresenta
naquele momento).
Desenhar um plano individual de capacitação por competências, acarretando
em considerável redução de custos.
Fornecer feedback sobre o potencial individual em tempo record.
Tomar decisões relativas a rodízios, promoções, formação de grupos de
sucessão, aconselhamento, remanejamentos.
Preparar as pessoas para a avaliação do desempenho.
O quarto bloco se refere à Montagem do Plano Individual de Capacitação por
Competências e Ações de Desenvolvimento. A filosofia do modelo de competências
tem como âncora a crença no potencial ilimitado de desenvolvimento do ser
humano. Os dados obtidos na base de informações permitem a distribuição das
pessoas em quatro grupos distintos: alto potencial e desempenho correspondente
ao esperado, alto potencial e desempenho abaixo do esperado, potencial abaixo do
esperado e bom desempenho, baixo potencial e mau desempenho.
A gestão por competências e a gestão de talentos são atualmente requisitos
importantíssimos para as organizações, são consideradas como fator diferencial na
competitividade. De acordo com Peter Drucker4, considerado o pai da administração
moderna, estamos no início da “Era dos Talentos”. Força física, dinheiro, tecnologia
e informação já ficaram obsoletas como fator decisivo para o sucesso de qualquer
empreendimento. Até mesmo o controle de qualidade e a atenção ao cliente já são
considerados requisitos “normais” para as empresas. O maior diferencial competitivo
atualmente (e nos próximos anos) é o talento humano e sua capacidade de inovar!
A gestão de talentos foca a humanidade do colaborador procurando criar um
ambiente organizacional que lhe permita desenvolver sua inteireza. As empresas
reconhecem que no presente cenário o grande diferencial é possuir conhecimento e
saber trabalhar o humano.
Dentro do assunto em questão percebemos que para melhorar os aspectos
relacionados à nossa empregabilidade temos que estar aprendendo e re-
aprendendo, ou seja, devemos estar buscando um desenvolvimento contínuo do
nosso conhecimento e habilidades. Através das pesquisas para detectar as
novidades do mercado notamos que o novo diferencial competitivo das empresas é
o capital humano e que para manter nossa empregabilidade devemos estar atentas
aos seguintes fatores: adaptação as mudanças, perfil adequado às funções em que
atuamos, rede de relacionamentos, educação continuada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4Artigo: A Era dos Talentos.
Diante do tema discutido percebe-se que o mecanicismo perde campo para a
humanização dentro das organizações e as empresas passam a se preocupar com
ferramentas que possam auxiliar na mensuração de competências e talentos. E o
colaborador passa a ser visto como o diferencial competitivo e por isso não basta
mais possuir somente competências técnicas é necessário ser um multi-especialista.
Hoje no ambiente organizacional não há mais lugar para os “achismos” tudo
tem que ser medido com o máximo de exatidão, pois a competitividade é acirrada e
qualquer deslize pode comprometer o sucesso da organização. A empresa
consciente de que o suporte de sua existência é o colaborador verifica que quando
este está satisfeito cria-se uma relação de doação, prazer e comprometimento
gerando maior eficiência e eficácia na produtividade. Outro dado importante
observado pela organização além da valorização das relações humanas é que o
reconhecimento é um forte fator de motivação para o colaborador.
As empresas que ainda não implantaram a Gestão de Competência, a Gestão
de Talentos, a Remuneração Estratégica não estão dando atenção ao novo cenário
econômico e correm grande risco de não conseguirem vantagem competitiva ou até
mesmo não acompanharem as exigências de mercado.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
MOURA, Paulo C. Construindo o Futuro: o impacto global do novo paradigma.
2ª ed. Rio de Janeiro: Manual de Consultoria, 1994.
SITES CONSULTADOS
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implantação de uma gestão baseada nas competências: um estudo sobre este
novo modelo de gerenciamento de pessoas. Disponível em:
http://www.puccamp.br/centros/cea/sites/revista/conteudo/pdf/vol13_n1_analise_viab
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GRAMIGNA, Maria Rita. Gestão por Competências: Uma Opção para Tornar as Empresas Mais Competitivas. Disponível em:
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VELLOSO, Carine Cimarelli et al. A remuneração estratégica como um
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Disponível em: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/
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