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1 REPARTIÇÃO INTERMODAL DO TRÁFEGO 1.Introdução A divisão modal pode ser definida como a divisão proporcional de total de viagens realizadas pelas pessoas e cargas, entre diferentes modos de viagem. • Se refere à alocação das viagens pelos diferentes meios de transporte.

REPARTIÇÃO INTERMODAL DO TRÁFEGO · atender a procura futura. ... Etapas de um experimento utilizando ... →os atributos devem ser facilmente entendidos pelo entrevistados

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REPARTIÇÃO INTERMODAL DO TRÁFEGO

1.Introdução

• A divisão modal pode ser definida como a divisão proporcional de total de viagens realizadas pelas pessoas e cargas, entre diferentes modos de viagem.

• Se refere à alocação das viagens pelos diferentes meios de transporte.

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• Caso haja opção de escolha para os usuários, é importante determinar quantas viagens serão realizadas através de cada modo disponível, pois só assim serápossível dimensionar as frotas de modo a atender a procura futura.

• No processo de planejamento dos transportes, foram desenvolvidos vários método, todos com base no fato de que, de uma dada demanda total de viagens, a proporção absorvida por ônibus, carros particulares, trem , ou outra modalidade possível de transporte dependerá do padrão de qualidade do serviço oferecido por cada modalidade, em relação aos oferecidos por seus com correntes.

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A medida da competitividade é obtida usualmente através da análise de três conjuntos defatores:

a) Características de viagem a ser feita : distância a ser percorrida, hora do dia em que a viagem éfeita, propósito da viagem;

b) Características da pessoa efetuando a viagem: nível social, renda, propriedade de veículo;

c) Característica do sistema de transportes: tempo de viagem envolvido, custo, acessibilidade, conforto.

2.Fatores que influenciam na escolha modal

• No Brasil, de modo geral, existem poucas opções ao usuário, embora operem em nosso país praticamente todos os meios de transportes conhecidos.

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• No caso de transporte a longas distâncias, para cargas, o meio mais procurado é o rodoviário, o qual movimenta mais de 70 % da produção nacional.

• A ferrovia representa um importante papel econômico, porém poucos Estados ou regiões possuem densidade de malha ou localização de vias, que permitam o seu uso competitivo com o transporte rodoviário.

• Embora sejamos um país de extenso litoral, a navegação de cabotagem é insipiente. No plano hidroviário a maioria dos rios em condições de navegabilidade em grandes extensões e sem exigência de vultosas obras está situada fora dos principais poloseconômicos.

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• O transporte por dutos é pouco utilizado e o aéreo se restringe, praticamente, a passageiros.

• No caso de áreas urbanas continua o panorama de reduzidas escolhas oferecidas aos usuários, pois predomina a opção rodoviária por ônibus e automóvel.

Em alguns centros maiores é utilizado o trem como transporte suburbano de massa e o metrô.

Metrô são Paulo = 2,5 milhões de passageiros/dia

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Deste modo são ainda bastante limitadas as alternativas de opção intermodal em nosso meio. A determinação do número de usuários que optará por certo meio de transporte deverá indicar:

a) Qualidade e quantidade dos modos alternativos de transporte;

b) Número de viagens realizadas por finalidade;c) Distribuição espacial das viagens;d) Horas de pico;e) Tempos e custos de viagens pelos diferentes modos.

• f) Número de viagens que serão realizadas de automóvel ou por transporte coletivo;

• g)Variáveis explicativas de repartição:renda da população, densidades populacionais, número de carros próprios por famílias, etc...

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Aspectos importantes:

• Se alguns motoristas forem “convencidos”de usarem o transporte público e deixar seus carros em casa→ Os demais motoristas vão ser beneficiados pela melhoria do nível de serviço.

• É importante desenvolver e usar modelos de escolha modal que sejam sensíveis aos atributos que realmente influenciam as escolhas individuais de modo.

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2. Fatores que influenciam a escolha por um modo de viagem:

a)Características do usuário do sistema;-Disponibilidade do automóvel;

-Estrutura familiar;

-Renda

b)Características da viagem;-Motivo da viagem;

-Hora do dia em que a viagem é realizada.

c)Características dos modos de transportes:

c1) Quantitativos

-Tempo de viagem

-Custo Monetário

-Disponibilidade e custo de estacionamento

c2) Quantitativos

-Conforto e conveniência

-Confiabilidade e regularidade

-Segurança

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• Um bom modelo de escolha modal deve incluir os fatores mais relevantes dessas características.

A repartição intermodal do tráfego poderá ser feita:

a) Após a geração das viagens e antes da distribuição;b) Após a distribuição do número de viagens entre os pares de zonas de tráfego.

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3. Modelos de Repartição Intermodal

Modelo baseado na atratividade do modo de transporteA probabilidade (Pi) do usuário escolher determinado meio de transporte

para realizar os seus deslocamentos é dada através da expressão:

Pi= Ai

∑ Ax x=1 a n

Onde:

Ai= Atratividade do modo i

Ax=Atratividade do modo x

n=Número de maneiras alternativas de realizar uma viagem

Sendo:

Ai= k.f(u),

Com:

K=coeficiente numérico, ajustado em função dos padrões do modo i: conforto, segurança, qualidade de serviço,etc...

F(u)=função do custo ou tempo de viagem pelo modo i.

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4. Tipos de modelos de divisão modal

Modelos de escolha:

Agregados:Quando baseados em informações de zonas de tráfego.

Desagregados: quando baseados em informações de domicílios ou indivíduos

O modelo LOGIT permite que sejam estimadas as probabilidades de escolha a partir da abordagem comportamental desagregada.A forma funcional do modelo LOGIT é a seguinte:

Pi= eui

∑ euj j=1 a n

Onde:Pi- probabilidade de escolher o modo i;e-base do logaritmo neperiano;uj-utilidade do modo i;uj-utilidade dos modos j.

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Quando são analisadas duas alternativas (ou dois modos de transportes):

• Pi= eui

e ui + e uj

5. Modelos comportamentais desagregados são baseados no conceito de Utilidade

• Modelos comportamentais desagregados são baseados no conceito de Utilidade

• Definição de Utilidade:

-qualidade que torna a mercadoria desejada;

-expressão da satisfação ou proveito que as pessoas têm ao alocar seus recursos de diferentes maneiras

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IMPORTANTE:

• “ O conceito de utilidade e sua maximização são desvinculados de qualquer conotação sensorial”

• A função de Utilidade.

Normalmente assume a forma de modelos aditivos compensatórios, já que se pode melhorar um atributo piorando outro, e assim, manter o mesmo nível de Utilidade.

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• Ui =a0 + a1X1 + a2X2 + ...anXn

Onde:• Ui é a utilidade da opção i;

• X1,X2,...Xn, são atributos que influenciam a função utilidade;

• A1,a2,...an são os parâmetros estimados que determinam quantos atributos influenciam a utilidade;

• Constante a0 pode ser interpretada como a inclinação a favor ou contra o produto ou serviço que esta sendo avaliado.

Exemplo de função utilidade:

Utilidade de um par de óculos de sol

• U óculos de sol= a0 +a1xpreço + a2 x intensidade de proteção + a3 x modelo

• O objetivo é estimar os coeficientes a0, a1, a2, e a3 que representam a importância de cada um dos atributos considerados na Utilidade de um par de óculos.

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O conceito de utilidade em Transportes:

• De uma forma geral, transportes é visto como um “mal”, em contrapartida a idéia do que existe de bens;

• Pode-se dizer então que transporte representa uma “desutilidade”. Sendo assim, espera-se que as funções de Utilidade relativas a transportes apresentem sinal negativo.

Como estimar as Funções de Utilidade:

• Os métodos de Preferência Declarada são amplamente utilizados para estimar as funções de utilidade.

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O que são técnicas de Preferência Declarada

• Definição: Técnicas de marketing que permitem obter dos entrevistados suas preferecias através da utilização de cenários hipotéticos e/ou reais;

Características da técnica;

• -Desenvolvida por pesquisadores de marketing na década de 70;

• -Lida com o comportamento esperado dos entrevistados;

• -Vem ocupando papel expressivo em estudos de transportes.

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Etapas de um experimento utilizando preferência declarada:

1) Detalhamento do problema a ser investigado:

-Entender bem o problema em questão para verificar a adequação da técnica;

-Identificar o objetivo final do experimento

2) Identificação dos atributos a serem considerados:

-Listar todos atributos que possam influenciar o problema em questão;

-Nesta etapa não se deve ser “crítico” em relação às idéias que surgem, o que não for razoável serádescartado depois.

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3. Seleção dos atributos a serem incluídos no experimento

-Fazer uma análise de cada um dos possíveis atributos listados na etapa posterior

-Selecionar os atributos que mais influenciam as escolhas/decisões envolvidas no experimento (fazer entrevista preliminar;fazer reunião com especialistas)

→não é viável incluir muitos atributos pois o número de cartões se torna muito grande;→os atributos devem ser facilmente entendidos pelo entrevistados→os atributos devem “explicar”bem as escolhas/decisões envolvidas no

experimento

4. Definição da unidade de medida dos atributos a serem incluídos no experimento

• -Determinar qual será a unidade de medida de cada atributo selecionado.

• -Definir como será a apresentação de cada atributo aos entrevistados

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5. Definição dos níveis de cada atributo• -Cada atributo deve ser considerado com pelo

menos dois níveis.

• -Em um primeiro momento pode-se definir os níveis através de escala semântica para depois substituir por valores.

6.Projeto Fatorial

• Para um experimento com dois atributos com três níveis

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BB10

MB8

AB7

BM6

MM5

AM4

BA3

MA2

AA1

Atributo 2Atributo 1Cartão

7.Elaboração de Cartões

• Exemplo de cartão de escolha binária

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2,015 minCarro

0,7025 minÔnibus

EscolhaTarifa

.

Tempo de viagem

Alternativa

Exemplo de cartão de escolha binária com resposta probabilística

indiferente

Provavelmente carro

Certamente carro1,203 minÔnibus

indiferente

Provavelmente carro

Certamente carro0,707 minCarro

EscolhaTarifaTempo de viagem

Alternativa

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8.Balanceamento dos questionários

• Número máximo de cartões recomendável por questionário =9cartões

• Para experimentos que resultam em muitos cartões é necessário montar mais de um questionário

• Cada questionário deve conter cartões com níveis variáveis dos atributos considerados.

9.Definição da amostra a ser pesquisada

• A prática de estudos utilizando técnicas de Preferência declarada sugere que o número de questionários válidos seja da ordem de 0,1 % a 1% da população pesquisada.

• Trabalhos recentes indicam que é mais recomendável utilizar de 75 a 100 entrevistas por segmento

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10. Elaboração do questionário complementar

• Normalmente é necessário aplicar um questionário complementar que tem por principal objetivo permitir a realização de segmentações interessantes à modelagem

• As questões são formuladas em função das características do experimento

11. Aplicação dos questionários

• A aplicação dos questionários de Preferência Declarada requer bastante atenção e dedicação dos entrevistadores

• Os entrevistadores devem ser submetidos a um processo de instrução onde deve ser aplicada àlógica da técnica de Preferência Declarada a fim de que tenham condições de conduzir corretamente as entrevistas

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12. Formatação do banco de dados

91

81

71

61

51

41

31

21

12,0150,72511

EscolhaB=2 Tarifa

B=2 Tempo v

A=1 Tarifa

A=1 Tempo v

CartãoEntrevistado

13. Estimação dos coeficientes funções de utilidade

• Para o caso binomial é possível estimar o módulo de excelpara estimar os coeficientes através de regressão linear

• Quando o experimento envolve mais alternativas énecessário utilizar programa específico para estimar coeficientes.

• Para utilizar o módulo estatistico do excel para estimar coeficientes através da regressão linear é necessário fazer alguns cálculos preliminares na planilha do banco de dados a fim de que seja possível estimar os coeficientes através de regressão.

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13.Estimação dos coeficientes funções de utilidade

• (continuação)

• Para estimar os coeficientes de um experimento binimial através do módulo estatístico de excel é necessário linearizar a função LOGIT “binomial”

14. Interpretação dos resultados da estimação das funções de utilidade

• Para o caso da escolha binomial

• -R2 – coeficiente de determinação

• -estatistica t

• -sinal e magnitude dos coeficientes

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• Para o caso de um maior número de alternativas:

• -p 2 –medida da performance do modelo

• -estatística t

• Sinal e magnitude dos coeficientes

15. Seleção do modelo mais apropriado

• A seleção do modelo mais apropriado se dará em função da avaliação conjunta dos indicadores considerados.

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16. Calculo das probabilidades de escolha (divisão modal)

• O cálculo das probabilidades de escolha énormalmente feita através do modelo LOGIT Multinominal que tem a seguinte forma funcional :