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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVIL DA COMARCA DE CHAPECÓ – ESTADO DE SANTA CATARINA Autos n.º 018.08.005704-4/004 (Impugnação a Execução de Sentença no incidente de Execução de Sentença). MARIA RITA DE MAIA COELHO, devidamente qualificada nos autos da ação que promove em desfavor de BRASIL TELECOM S.A, vem, perante Vossa Excelência, apresentar sua RÉPLICA/RESPOSTA À NOVA IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE FLS. 46/100 – EM ATENÇÃO AO ATO ORDINATÓRIO DE FLS. 155 , mediante os seguintes substratos fáticos e probatórios: 1. PRELIMINARMENTE – DA RENUMERAÇÃO E PAGINAÇÃO DESTE INCIDENTE Primeiramente, frise-se que o presente incidente de cumprimento de sentença remanesce no sequencial 004 (execução de sentença), nas fls. 46/100. Anteriormente, a executada apresentou sua impugnação, no sequencial 005, a qual foi rejeitada liminarmente, conforme se denota dos autos em apenso, fls. 59/60. Tal decisão está em fase recursal. Ocorre que a impugnação propugnada no presente sequencial, de número 004, decorre após a realização da penhora , consoante apregoa o documento de fl. 42. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Réplica a impugnação_litispendencia_Maria Rita de Maia Coelho

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVIL DA COMARCA DE CHAPECÓ – ESTADO DE SANTA CATARINA

Autos n.º 018.08.005704-4/004 (Impugnação a Execução de Sentença no incidente de Execução de Sentença).

MARIA RITA DE MAIA COELHO, devidamente qualificada nos autos da ação que promove em desfavor de BRASIL TELECOM S.A, vem, perante Vossa Excelência, apresentar sua RÉPLICA/RESPOSTA À NOVA IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE FLS. 46/100 – EM ATENÇÃO AO ATO ORDINATÓRIO DE FLS. 155, mediante os seguintes substratos fáticos e probatórios:

1. PRELIMINARMENTE – DA RENUMERAÇÃO E PAGINAÇÃO DESTE INCIDENTE

Primeiramente, frise-se que o presente incidente de cumprimento de sentença remanesce no sequencial 004 (execução de sentença), nas fls. 46/100.

Anteriormente, a executada apresentou sua impugnação, no sequencial 005, a qual foi rejeitada liminarmente, conforme se denota dos autos em apenso, fls. 59/60. Tal decisão está em fase recursal.

Ocorre que a impugnação propugnada no presente sequencial, de número 004, decorre após a realização da penhora, consoante apregoa o documento de fl. 42.

Então, apenas a título informativo, parece ser necessário se desentranhar a petição e documentos de fls. 45/100, bem como a presente petição, para que sejam colacionados em um novo incidente de impugnação, com o possível sequencial 006, no finalidade de melhor apurar as discussões aqui travadas, vez que o incidente 004 (esse), refere-se somente a execução de sentença em si.

2. PRELIMINARMENTE – Da ocorrência da Litispendência

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Antes de adentrar nas questões meritórias, cabe ventilar que os autos devem ser extintos, ante a ocorrência da litispendência.

Explico melhor.

A impugnação proposta após a realização da penhora, ou seja, esta na qual se está replicando (fls. 46/100), já foi anteriormente proposta no sequencial 005 (autos em apenso – antes da penhora), conforme petição e documentos colacionados nas folhas 03/58.

Analisando aquela impugnação com esta nova, que ora se impugna, perceba-se que estão presentes os seguintes elementos:

a) São as mesmas partes;b) As causas de pedir são as mesmas (fatos e

fundamentos jurídicos);c) Os pedidos específicos são os mesmos (parte destinada

aos pedidos);d) Os documentos juntados com a antiga impugnação em

alusão a esta nova, também são os mesmos (parecer contábil).

A única diferença de ambas impugnações, Excelência, é que uma foi protocolada antes da realização e intimação do termo de penhora (aquela do incidente 005), e outra, remanescente até esta data, no sequencial 004, realizada após a intimação da penhora via Bacen Jud.

É que, segundo a corrente doutrinária e legal que Vossa Excelência compartilha, o prazo para impugnação flui a partir da intimação da respectiva penhora, portanto, essa nova impugnação.

Todavia, a apresentação dessa nova impugnação pela executada gerou de forma clarividente a ocorrência da litispendência.

Isto, pelo simples fato de que a decisão de fls. 59/60 ainda não transitou em julgado, conforme se afere da interposição de agravo de instrumento proposto pela parte adversa, remanescente na fl. 63 e seguintes do incidental 005.

Para melhor averiguar a situação, o causídico acessou o SAJ, módulo consulta, e averiguou que a decisão monocrática de fls. 100/102 também não transitou em julgado, pois houve interposição de agravo inominado (Agravo do § 1º art. 557 do CPC) perante tal decisão, no qual ainda há pendência de julgamento, conforme cópias que seguem em anexo.

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Logo, como as causas de pedir e os pedidos específicos são iguais, poderão haver decisões conflitantes entre este Juízo (se apreciar esta impugnação) e o órgão ad quem, pois ainda é incerto as ulteriores decisões, nas quais provavelmente, segundo a prática demonstra, vem sendo tomadas em todas as instâncias possíveis, inclusive perante ao STJ.

Ora, Excelência, a parte executada deve escolher o lado que se filia, tomar partido e “lutar” por ele.

Se a parte se filia junto a corrente interpretativa que a impugnação à execução deve ter como garantia o depósito ou caução, que assim o fizesse e apresentasse aludida peça de defesa.

De outro lado, se a filiação recai sobre a desnecessidade de garantir o Juízo, que assim não apresentasse nova impugnação e “lutasse” até o final argumentando e defendendo essa tese, que está fazendo, aliás, ante a interposição dos recursos de agravo antes interpostos e relatados. Não obstante tal fato, a executada apresentou recurso de agravo, também, da decisão que deferiu a penhora, conforme fls. 107 e seguintes do incidental 004, motivo precípuo e relevante que leva a crer que a executada se filia essa corrente, qual seja: desnecessidade de garantir o juízo para oferecer impugnação.

Se a ré/executada quisesse que prevalecesse a opinião de Vossa Excelência, ante o entendimento da garantia do juízo, apenas deixaria transitar em julgado a decisão de fls. 59/60 do incidental 005, já que não foi condenada em honorários advocatícios e, após a garantia do juízo, que apresentasse nova impugnação.

Infelizmente, a executada está embaraçando os autos, pois não se pode insistir que perdure primeira impugnação (sequencial 005) e, ato contínuo, que seja paralelamente julgada mais uma impugnação de igual teor e forma, protocolada após a penhora. A obviedade de possíveis decisões conflitantes e danos de difícil e incerta reparação são grandes, pois isso só atrasaria o bom andamento do feito, sacrificando o princípio da economia e celeridade processual.

Em suma: Existem hoje, duas impugnações à execução, idênticas em relação às mesmas partes, mesma causa de pedir e os mesmos pedidos específicos, conforme acima se explicitou. Apenas uma deve subsistir para que não ocorram decisões conflitantes. Como ainda pende de julgamento recursal o entendimento filiado pela ré, no que toca a primeira impugnação, essa deve prevalecer, julgando-se esta extinta, ante a evidente litispendência.

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Nesse sentido, colhe-se o seguinte precedente:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. BRASIL TELECOM. LITISPENDÊNCIA VERIFICADA NA INTERPOSIÇÃO DE DUAS PEÇAS DISTINTAS DE IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO.EMBARGOS ACOLHIDOS. AUTOS Nº. 70025553066. RELATOR DES. GUINTHER SPODE. TJRS.

O CPC é taxativo, a saber:

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Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:

V – litispendência;

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.

E na exata dicção do § 3o do artigo precitado é que reside a irresignação epigrafada, na qual nasce a litispendência ora abordada, pois repetiu-se a mesma ação (no caso, impugnação à execução) de uma que está em curso, no qual ainda não transitou em julgado.

Por tais motivos, deve ser acolhida a preliminar de litispendência, extinguindo-se o presente sem julgamento do mérito, forte no art. 267, inciso V, da lei processual civil.

-- QUESTÕES DE MÉRITO –

3. ADUZ A REQUERIDA EM SUA IMPUGNAÇÃO:

a) A imediata liberação do valor penhorado;b) De que o valor da execução é exorbitante;c) O cálculo está completamente equivocado; “O autor não faz jus a

Dobra Acionária, e parcelas da Telefonia Celular”.d) Que o valor devido a parte autora é zero.e) De que a Sentença transitada em julgado não menciona a parcela

de distribuição de Reserva Especial de Ágio;f) De que a parte Autora aplica em seu cálculo a multa do art.475-J,

sendo esta indevida;g) O VPA, é aquele vigente na data da integralização, nos termos do

REsp n.º975.834 e REsp n.º470.443/RS e Recurso Repetitivo REsp n.º1.033.241 e AgRg no Ag955.157/RS;

h) Que, se trata de uma atitude de notável má-fé do Exequente;i) Da inaplicabilidade da Dobra Acionária. Afirmando. “O protocolo de

Cisão da Telesc, mantiveram sua participação societária, em idêntica proporção e quantidade, isto é, para cada ação da cindida, corresponderá uma ação da mesma espécie da Telesc Celular S.A.”. Que, tais ações foram subscritas pela Telesc Celular, que não se confunde com a Telesc, objeto da presente demanda;

j) Insurge-se, contra o valor das ações utilizado na conversão da pecúnia.

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k) Que, não há condenação para pagamento dos dividendos e juros sobre o capital próprio sobre as ações da Telefonia celular/TIM;

l) De que, a aplicação da multa por litigância de má-fé, não observa o contido na decisão transitada em julgado;

m) De que, o autor pretende induzir o Juiz a apreciar a demanda de forma equivocada, devendo ser condenado. Que, deve o autor, agir dentro da mais perfeita ordem ética, não provocar tumultos processuais e procedimentos que visem a retardar o bom andamento da ordem processual;

n) Atribuição de Efeito suspensivo a impugnação;o) Dispensa de penhora para o oferecimento de impugnação;p) Anexa, “Parecer Pericial Contábil”, relacionando quais os critérios,

deve ser aplicado na elaboração dos cálculos. Resultado. Firmado por Paulo César Acadrolli e Luciano Machado Joaquim.

4. DA POSIÇÃO DA PARTE AUTORA

Primeiramente, ressalte-se que todos os documentos e informações constantes na “radiografia do contrato”, juntados com a ré, foram devidamente impugnados e protestados no momento da impugnação à contestação (quando necessário), inclusive dito que não havia sido carreado nos autos os valores patrimoniais das ações à época (VPA conforme balancete) da celebração do contrato de participação financeira, bem como eventuais apontamentos no tocante aos valores do capital investido. Todos esse fatos foram devidamente protestados em momento processual oportuno, logo, aplicável, quando necessário, o art. 475-B, §2°, do CPC, bem como a juntada do VPA conforme balancete na fase de cumprimento (oportunizando vistas a parte contrária), afim de que seja respeitada as decisões transitadas em julgado, como no presente caso.

Pois bem.

Sem nenhuma razão a impugnante. As alegações da ré são, em grande parte, as mesmos utilizados na fase de conhecimento, nesta, e em milhares de outras demandas idênticas que tramitam no Judiciário.

Não há como acolher a insurgência. Vejamos.

-- Do Levantamento de Valores

Plenamente inviável a alegação da executada em requerer o levantamento de valores.

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Tal questão foi decidida anteriormente conforme fl. 37 do incidental 004, objeto de discussão perante o agravo remanescente à fl. 107 deste incidente.

Portanto, tal matéria esta para ser decidida perante o órgão ad quem, desmerecendo maiores elucubrações.

-- Dobra acionária – ações da Telesc Celular S.A.

A impugnação da ré não procede. O Judiciário já decidiu em milhares de ações semelhantes. A Dobra Acionária é devida. A Brasil Telecom S.A. Sucessora da Telesc S.A. Telefonia Fixa, que recebeu os recursos do autor é quem possui legitimidade passiva para responder pelos prejuízos causados.

Relativamente sobre os proveitos das ações não subscritas e também sobre a dobra acionária, “ostenta-se que a parte autora tem direito à subscrição da diferença acionária perseguida na inicial, obviamente também possui o direito de perceber aquilo que seria o reflexo natural da subscrição, caso corretamente efetuada, com todos os seus desdobramentos, nesse montante incluídos os dividendos e a “dobra acionária”. (Apelação Cível n. 2012.004595-3, de Chapecó) Grifei.

Isto porque, tanto os dividendos, bonificações, juros sobre o capital próprio e a respectiva dobra acionária, constituem decorrência natural da complementação de ações, logo, é inclusive desnecessário seu pedido expresso na exordial, muito embora a parte autora/exequente agir de forma diversa, ou seja, expressamente solicitou que fosse abrangido todos os proveitos, consoante se verifica a letra “c”, item “3” da parte destinadas aos pedidos, em alusão a petição inicial na fase de conhecimento.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. BRASIL TELECOM S.A. SUBSCRIÇÃO E COMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES. DOBRA ACIONÁRIA. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO. COISA JULGADA. NÃO OCORRÊNCIA.1. "A chamada "dobra acionária" é devida, calculada segundo a correspondência do valor patrimonial da ação, estabelecido segundo o mesmo critério constante do REsp 975.834-RS, Rel. Min. HÉLIO QUAGLIA BARBOSA" (REsp n. 1.037.208/RS, Relator Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 25/6/2008, DJe 20/8/2008).2. Não há falar em ofensa à coisa julgada por se tratar de processo de conhecimento em que o valor patrimonial da ação encontra-se em dissonância com a Súmula n. 371/STJ.3. Agravo regimental desprovido. (AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2011/0197056-8).

CARÊNCIA DE AÇÃO AFASTADA. "DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. COMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES PROCEDÊNCIA. DOBRA ACIONÁRIA E DIVIDENDOS. AGRAV

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REGIMENTAL IMPROVIDO.1. O pagamento dos dividendos (e, no contexto, a dobra acionária) constitui decorrência natural da complementação de ações. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido" (AgRg nos Edcl no Resp 794.106/RS Min. Hélio Quaglia Barbosa, Quarta Turma, julgado em 08.05.2007).

Vide decisão do TJ/SC:

Apelação Cível n. 2011.000535-8, de São José Relatora: Desembargadora Rejane Andersen APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ADIMPLEMENTO CONTRATUAL. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO. TIM CELULAR S/A FIGURANDO NO PÓLO PASSIVO DA DEMANDA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE. ACOLHIMENTO. COMPANHIA QUE NÃO ASSUMIU NO PROTOCOLO DE CISÃO PARCIAL DA TELESC S/A, O PASSIVO REFERENTE AOS CONTRATOS DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA, O QUE FICOU A CARGO DA COMPANHIA CINDIDA. DOBRA ACIONÁRIA QUE DEVE SER SATISFEITA PELA SUCESSORA DA TELESC. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2011.000535-8, da Comarca de São José (1ª Vara Cível), em que é apelante Tim Celular S/A, e apelado Alcides Silva: A Segunda Câmara de Direito Comercial decidiu, por unanimidade, dar provimento ao recurso para acolher a preliminar de ilegitimidade passiva da ré julgando-se extinto o feito com base no art. 267, VI, do Código de Processo Civil. Em consequência, invertem-se os ônus sucumbências, condenando-se o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em R$ 500,00 (quinhentos reais) com fulcro no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil. Custas legais. O julgamento, realizado nesta data, foi presidido pela Exma. Sra. Desa. Rejane Andersen, com voto, e dele participaram os Exmos. Srs. Desembargadores João Batista Góes Ulysséa e Robson Luz Varella. Florianópolis, 13 de março de 2012. Rejane Andersen. Relatora.

A Ré adquiriu o “ativo e passivo” daquela empresa que recebeu os recursos do exequente. Portanto, não há como imputar a responsabilidade a terceiros. O exequente não firmou nenhum contrato com a Telesc Celular S.A. Atual, Tim Participações S.A.

As ações recebidas pelo exequente, só foram subscritas/capitalizadas em data posterior, por outra empresa, Tele Centro Sul participações S.A. (atual Brasil Telecom S.A.//Oi Participações S.A.).

Entre a data da integralização dos recursos e a data da subscrição/capitalização das ações, haviam ocorrido, duas cisões e uma privatização.

Explica-se:

Por força da lei geral de telecomunicações n.º9.472/97, em 30.01.1998, parte do patrimônio da companhia que recebeu os recursos do autor a Telecomunicações de Santa Catarina S.A. TELESC, foi vertido para outra companhia, Telesc Celular S.A.

É obvio que, os investidores da empresa cindida, passaram automaticamente a detentores de direitos na nova companhia.

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Em 22.05.1998, ocorre a Segunda Cisão, desta feita do Sistema Telebrás. A Telesc S.A. Telefonia Fixa, foi absorvida pela Tele Centro Sul Participações S.A. a Telesc Celular S.A. foi absorvida pela nova companhia Tele Celular Sul S.A.

Conforme estabelecido no Modelo de Reestruturação e desestatização das empresas Federais de Telecomunicações, aprovado pelo decreto n.º 2.546, de 14 de abril de 1998, as companhias foram constituídas a partir da cisão parcial da Telebrás aprovada na Assembleia Geral Extraordinária de 22 de maio de 1998, sucedendo-a como empresas controladoras das empresas que integram o sistema Telebrás, devidamente alocadas conforme as regiões estabelecidas no Plano Geral de outorgas nos casos da Empresa Brasileira de Telecomunicações e das empresas de Telefonia Fixa, e conforme as respectivas áreas de concessão, nos casos das sociedades exploradoras do serviço móvel celular.

A Telebrás era a controladora (holding) de 54 empresas operadoras de Telecomunicações no país, dentre elas a Telesc. Com a cisão, restaram constituídas 12 novas empresas controladoras. Nessa oportunidade, foram transferidas todas as participações acionárias que a Telebrás possuía nas 54 operadoras de telefonia para as 12 (doze) novas controladoras, agrupadas por região.

A Telebrás continuou existindo, porém como empresa independente.

A partir da aprovação da cisão pela Assembleia Geral Extraordinária, caberão respectivamente a cada uma das companhias, na forma do disposto no artigo 229, § 1.º da Lei n.º6.404/76, todos os direitos e obrigações referentes a cada uma das parcelas de patrimônio da Telebrás vertidas as novas Companhias. (Vide Emenda Constitucional n.º8, de 15.08.1995, publicado no DOU de 16.08.1995, e Edital MC/BNDES n.º 01/98).

Portanto em 29.07.1998, na forma do decreto n.º2.546, de 14 de abril de 1998, ocorreu o leilão de privatização das 12 novas holdings, dentre elas a TELESC S.A. por meio deste leilão a União Federal vendeu, para os vencedores do leilão, todas suas ações (controle acionário) que detinha nas respectivas controladoras.

Com a referida privatização, a Tele Centro Sul Participações S.A., continuou, desta feita, sem o controle da União Federal, a controlar todas as operadoras de sua área. A Tele Centro Sul, passou a ter o controle acionário da:

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- TELEPAR S.A.-TELESC S.A.-TELEBRASILIA S.A.-TELEGOIAS S.A.-CTMR-TELEACRE S.A.-TELERON S.A.-TELEM-TELEMAT S.A.

A Tele Centro Sul Participações S.A., CNPJ N.º02.570.688.0001-70, empresa cindida de Telebrás, transformou-se na denominada Brasil Telecom Participações S.A., com o mesmo CNPJ.

Com a implantação de um novo modelo privatizado para as telecomunicações brasileiras, os ativos e passivos da Telesc S.A. passariam a incorporar o acervo da TELEPAR S.A., Conforme aprovação da Assembleia Geral Extraordinária de 28.02.2000.

Em 16.06.2000, a Telepar, em Assembleia Geral Extraordinária dos acionistas, alterou sua denominação social para BRASIL TELECOM S.A., que era controlada pela Brasil Telecom Participações S.A. (antiga Tele Centro Sul Participações S.A.).

Assim, as empresas de telefonia fixa, Telebrasília, Telesc, Telegoiás, Telemat, Telms, Teleron, Teleacre e CTMR, foram incorporadas pela Brasil Telecom S.A (antiga Telepar) e tiveram suas ações convertidas em ações preferenciais da Brasil Telecom S.A. As ações destas empresas incorporadas não mais são negociadas em bolsas de valores sob seus nomes antes da incorporação. Cada ação destas empresas foi substituída, “com as respectivas bonificações”, por ações preferenciais da Brasil Telecom S.A.

Em 02.10.2009, foi anunciado que a incorporação da Brasil Telecom Participações S.A. pela Brasil Telecom S.A. foi aprovada. Os acionistas da BrT Part e da BrT serão migrados para a Telemar Norte Leste S.A. (Oi Telecomunicações S.A.). Após as reorganizações societárias e desdobramentos do sistema de telefonia, a Brasil Telecom foi incorporada pela empresa de comunicações “Oi”, com sede no Rio de Janeiro.

Antes da análise do valor da VPA no mês da capitalização/subscrição das ações é necessário verificar se ocorreram eventos na companhia com reflexos direitos no valor da

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VPA. As ocorrências, atas das assembleias, DRE – demonstrativo de resultado do exercício, balanços patrimoniais, mutações do patrimônio liquido, proventos bonificações em ações, em dinheiro, desdobramento de ações, reorganizações societárias com reflexos nos direitos dos acionistas, dividendos, juros sobre o capital próprio, incorporações, reduções, distribuição de reserva especial de ágio, alteração de razão social, subscrição de novas ações, alteração no capital social da companhia, troca de tickres “código”, cisão, grupamento, são determinantes para apurar o eventual prejuízo.

Portanto, não se pode fechar os olhos e visualizar tão somente o valor da VPA na data da integralização, e o VPA na data da capitalização. É necessário ver quais os eventos ocorridos na companhia, em especial reorganizações societárias, cisões e privatizações.

AS NOVAS:

1)TELESP PARTICIPAÇÕES S/A (Atual Telecomunicações de São Paulo S.A. - TELESP) 2) TELE CENTRO SUL PARTICIPAÇÕES S/A (TCS) (Atual Brasil Telecom S.A.).3) TELE NORTE LESTE PARTICIPAÇÕES S/A, que cindiu formando a Contax Participações S.A. 4) EMBRATEL PARTICIPAÇÕES S/A5) TELESP CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (Atual VIVO Participações S.A.) 6) TELE SUDESTE CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (incorporada à VIVO Participações S.A.)8) TELEMIG CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (Incorporada à VIVO Participações S.A.)8) TELE CELULAR SUL PARTICIPAÇÕES S/A (Atual TIM Participações S.A.) 9) TELE NORDESTE CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (Incorporada pela Tele Celular Sul Participações S.A.)10) TELE LESTE CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (incorporada à VIVO Participações S.A.)11) TELE CENTRO OESTE CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A (subsidiária integral da VIVO Participações S.A.)12)TELE NORTE CELULAR PARTICIPAÇÕES S/A •além da própria Telebrás – Telecomunicações Brasileiras S.A.

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Nota: Decidido está pelo Judiciário, que o investidor só poderá cobrar todos os prejuízos da empresa que adquiriu a “empresa mãe”, ou seja, a Telesc S.A. (atual Brasil Telecom S.A.).

Logo, aqueles que investiram recursos antes da privatização na companhia Telesc S.A. telefonia fixa e só obteve a subscrição meses após a privatização, experimentou severo prejuízo.

-- Do Grupamento acionário

No que toca a este item, primeiramente, vale realçar que a inclusão do grupamento acionário nos cálculos favorece exclusivamente a empresa executada.

Percebe-se, também, que determinado item fora incluso no cálculo de cumprimento de sentença pela parte autora/exequente.

Isto porque, o grupamento acionário, da mesma forma que a dobra acionária, decorrem de uma sequência lógica e natural das próprias ações, tendo-se em vista as mutações e fusões das empresas sucessoras.

O que não se pode admitir em hipótese alguma, é o “tratamento desigual” para “decorrências lógicas iguais”, ou seja, se o grupamento acionário é devido, a dobra acionária também é devida. De outro lado, se a dobra acionária não é devida, também não pode ser incluso nos cálculos o grupamento acionário, vez que ambos decorreram das transformações da empresa ao longo dos anos, por tal motivo a decorrência lógica e natural.

-- Da Distribuição da Reserva Especial de Ágio:

A Distribuição da Reserva Especial de Ágio ocorreu, em 28.12.2000, quando a ré incorporou a CRT/RS. Todos os acionistas possuem direito a referida distribuição. Não há sentido a alegação da ré de que o autor não possui direito da tal parcela.

O art. 402 do Código Civil prescreve que: “(...) As perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.

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O art. 202 da Lei 6.404, de 15.12.1976, prescreve que “Os dividendos, as bonificações e os juros sobre o capital próprio correspondem “ a uma parcela do lucro da empresa”.

As assertivas encontram agasalho no Judiciário. (STJ, REsp n.º1037208/RS); (TJ/SC, AC n.º2009.070363-9).

Precedentes:

“É cabível a condenação da Brasil Telecom ao pagamento de dividendos, bonificações e juros sobre capital próprio, pois, uma vez reconhecida a obrigação da ré em complementar a subscrição de ações em favor do autor, a condenação ao pagamento das vantagens decorrentes da titularidade das ações surge como decorrência lógica, observadas, necessariamente, a espécie, classe e quantidade das ações”. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça: REsp n. 1004639/RS, rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, DJ de 13-12-2007; REsp 967661/RS, rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, DJ de 18-9-2007. Do Tribunal de Justiça do Paraná: Apelação Cível n. 437.197-3, rel. Guilherme Luiz Gomes, j. em 20-11-2007; Apelação Cível n. 437.759-3, rel. Des. Ruy Francisco Thomaz, j. em 16-10-2007. Do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: Apelação Cível n. 70015416118, rel. Des. Naele Ochoa Piazzeta, j. em 5-7-2007; Apelação Cível n. 70021164082, rel. Des. Pedro Celso Dal Pra, j. em 13-9-2007. Desta Corte: Apelação cível n. 2007.024473-7, de Blumenau, rel. Des. Nelson Schaefer Martins, j. em 28-6-2007; Apelação cível n. 2007.021732-1, de Blumenau, deste relator, j. em 21-6-2007.

Em anexo, Fato Relevante, Incorporação CRT. Distribuição da Reserva aos acionistas.

-- Do VPA utilizado – Balancete mensal do mês da Integralização

Impugnação improcedente. O calculo apresentado utiliza o VPA do mês da integralização com base no balancete mensal aprovado, em perfeita harmonia com a decisão transitado em julgado e em respeito a súmula 371 do C. STJ. Tal dado pode ser averiguado pela tabela carreada nos autos. Com essa análise, bem como averiguando o cálculo colacionado junto com o cumprimento de sentença, chega-se a conclusão una de que o exequente/autor utilizou o VPA conforme dimana do título executivo judicial.

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Outrossim, a ré não informa qual o VPA a ser aplicado no presente caso, apenas alega de forma genérica não estar sendo utilizado o VPA correto, mas em momento algum aponta qual é o certo em sua opinião.

Descabida e despropositada a impugnação.

-- Das Ações da Telesc Celular S.A. e respectivos dividendos.

"A BRASIL TELECOM RESPONDE PELA EMISSÃO DAS AÇÕES GERADAS COM A CISÃO DESTA E, POSTERIORMENTE INCORPORADAS PELA TELESC CELULAR S.A." .(Precedente:AC 2010.087187-1).

A impugnação é improcedente. Conforme exposto acima.

-- Da Telesc S.A. e Telesc Celular S.A.

A alegação de que as empresas não se confundem é inaceitável. O autor aplicou recursos quando existia tão somente uma Telesc. Com o processo da Cisão, surgiu a Telesc Celular S.A. É sabido, que foi com parte do capital da empresa mãe Telesc S.A. É evidente que os direitos do autor alcançam a nova companhia. Descabida e despropositada a impugnação.

"O PAGAMENTO DOS DIVIDENDOS CONSTITUI DECORRÊNCIA NATURAL DA COMPELMENTAÇÃO DE AÇÕES".(TJSC, AC 2009.002551-1, de Videira). + "Bonificações e Juros sobre o capital próprio". (AC2008.044927-5, de Blumenau)

-- Da Cotação das Ações – utilizada nos cálculos de liquidação de Sentença

A alegação da ré é infundada. A parte autora anexou aos cálculos apresentados juntamente com a petição de cumprimento de sentença, as cotações das ações conforme o que fora discriminado no acórdão transitado e julgado, em respeito à coisa julgada. Nada a modificar. Descabida e despropositada a impugnação.

-- Da Multa por litigância de má-fé

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Alegação descabida da ré. A ré fora condenada ao pagamento de multa de 10% sobre o valor corrigido da causa. O valor da causa é o valor da condenação. Portanto, despropositada a impugnação.

-- Induzir o Juiz a apreciar a demanda de forma equivocada

Mais uma vez a ré aduz uma grande inverdade. Diga-se, tal afirmativa aplica-se no efeito inverso. É a ré que vem recebendo, sistematicamente, multas e mais multas, por tumultuar os processos e apresentar recursos meramente protelatórios e infundados. Pretende rediscutir matéria que fora apreciada milhares de vezes. Nos presentes autos não fora diferente. Levou a multa de litigância de má-fé, tem coragem de aduzir, que a parte contraria deve ser condenada. Portanto, descabida e despropositada a impugnação.

-- Atribuição de Efeito suspensivo

Descabido o pedido, inclusive o recebimento da impugnação, ante a preliminar arguida na presente.

-- Parecer Pericial Contábil apresentado pela Ré

O Parecer Pericial Contábil, apresentado pela Impugnante, continua contemplando a errônea metodologia aplicada quando da subscrição das ações, por utilizarem dados incongruentes e equivocados. É como se não tivessem ocorrido discussão e decisão transitada em julgado na ação cognitória. Sem proveito o referido trabalho para o deslinde do feito. Pelo que deve ser desconsiderado.

-- Impugnação – Ausência de documentos essenciais e decisões judiciais similares aos termos apresentados nestes autos

Agravo de Instrumento n. 2011.053795-8, de Blumenau. Relator: Des. João Batista GóesUlysséa

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ADIMPLEMENTO CONTRATUAL. EMPRESA DE TELEFONIA. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.

ILIQUIDEZ DO TÍTULO E NECESSIDADE DE PRÉVIA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. DECISÃO ANTERIOR NÃO ATACADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO NESSE ASPECTO.

Proferida decisão anterior que reconheceu a desnecessidade da prévia liquidação de sentença sem que a parte tenha interposto recurso, operou-se a preclusão, nos termos do art. 473 do Código de Processo Civil.

ALEGAÇÃO DA IMPRESCINDIBILIDADE DA PRÉVIA INTIMAÇÃO PARA O PAGAMENTO ESPONTÂNEO DO DÉBITO. MULTA DO ART. 475-J DO CPC. INTIMAÇÃO PROCEDIDA. ATENDIMENTO. MULTA INDEVIDA.

Observada a intimação da devedora para o pagamento espontâneo do débito e recolhido

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o valor incontroverso, conforme a determinação do juízo, impertinente a aplicação da multa prevista no art. 475-J do CPC.

EXCESSO DE EXECUÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DA JUNTADA DOS DOCUMENTOS (BALANCETES) PELA AGRAVANTE, ESSENCIAIS PARA COMPROVAÇÃO DE SEU DIREITO. CARÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS CÁLCULOS DO CREDOR.

Não se pode acolher o argumento de excesso de execução quando a parte impugnante não acosta aos autos os documentos essenciais para a comprovação de suas afirmações, limitando-se a juntar parecer pericial contábil elaborado por terceiro, que não encontra amparo na decisão proferida no processo de conhecimento, bem como não impugna especificamente os cálculos apresentados pelo credor.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DESCABIMENTO. MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ PELO RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543-C DO CPC). OBSERVÂNCIA DA DECISÃO PROFERIDA NO RESP n. 1.134.186/RS.

Conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp n. 1.134.186/RS, inclusive tendo sido observado o rito dos recursos repetitivos previsto no art. 543-C do CPC, em caso da rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, deve subsistir tão-somente a verba honorária fixada no próprio pleito de cumprimento de sentença, que pode ser fixada pelo Magistrado após o julgamento da impugnação, caso não arbitrada anteriormente.

RECURSO CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE PROVIDO.Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n.

2011.053795-8, da comarca de Blumenau (4ª Vara Cível), em que é agravante Brasil TelecomS/A, e agravado Horst Heinig:

A Segunda Câmara de Direito Comercial decidiu, por votação unânime, conhecer em parte do recurso, e, na parte conhecida, conceder-lhe parcial provimento. Custas legais.

O julgamento, realizado no dia 11 de outubro de 2011, foi presidido pela Exma. Sra. Desa. Rejane Andersen, com voto, e dele participou o Exmo. Sr. Des. Robson Luz Varella. Florianópolis, 19 de outubro de 2011.

João Batista Góes UlysséaRELATOR

Impugnação Rejeitada, Autos n.º008.07.006912-0

Autos n° 008.07.006912-0/004Ação: Impugnação À Execução de Sentença/Impugnante: Oi Telefonia FixaImpugnado: Magrid Lange de CarvalhoVistos etc.1- Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença oposta por Oi Telefonia Fixa em face de Magrid Lange de Carvalho.Alega a parte impugnante, em síntese, que o título executivo é inexigível ante a sua ausência de liquidez; que, por não fixar o valor efetivamente devido, a sentença deve ser liquidada; que há excesso de execução em razão do equivocado critério de cálculo utilizado pela parte impugnada; que existe excesso de execução em razão dos incorretos critérios de cálculo utilizados pela parte impugnada ao converter a obrigação em pecúnia; que há excesso de execução, ademais, porque a parte impugnada computa nos seus cálculos parcelas não devidas e/ou não deferidas pela sentença/acórdão transitado em julgado; que ocorre excesso de execução porque a parte impugnada fez incidir no seu cálculo valores que não são devidos relativos à dobra acionária; que também há excesso de execução porque a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475-J do CPC não pode ser aferida diante da ausência de liquidez da sentença; que, além disso, a referida multa não é devida porque, antes da sua imposição, há necessidade de intimação da parte executada para cumprir o julgado; que deve ser concedido efeito suspensivo à presente impugnação porque é razoável a sua probabilidade de êxito e, acaso levantada a quantia penhorada/depositada, ocorrerá lesão ao patrimônio da empresa em razão da dificuldade de recuperação do valor.Pediu, nesses termos, a concessão do efeito suspensivo e o acolhimento da impugnação.Também em resumo, a parte impugnada sustenta que a alegação de inexigibilidade do título de crédito judicial deve ser afastada porque o cálculo do valor devido foi apresentado; que não

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ocorre excesso de execução porque os parâmetros utilizados pela impugnante em seu cálculo estão equivocados e contrariam o determinado no acórdão transitado em julgado.É o relatório do essencial.2- Decido:Destaca-se, de início, que a impugnante antecipou-se à penhora, realizando depósito em dinheiro da quantia perseguida para garantia do juízo (fls. 10, autos nº 008.07.006912-0/003), viabilizando, assim, a análise do presente expediente.Ressalta-se, ainda de início, que o acórdão transitou em julgado com o balancete mensal aprovado (fls. 356, autos nº 008.07.006912-0).A impugnação não merece ser acolhida conforme já intensamente debatido e por diversas vezes decidido por este juízo nas mais de 2.000 (duas mil) ações desta espécie que tramitam só nesta vara.Novamente, só que agora mais extensa e prolixa, vem a impugnante se posicionar a favor da liquidação quando poderia ela mesma evitar todo esse transtorno processual acostando o cálculo, já que possui todos os documentos necessários para a sua elaboração em face da necessidade da empresa de manter seus registro contábeis, até em razão da sua natureza jurídica.

Além disso, conforme restou consignado na decisão proferida nos autos nº 008.07.006912-0 (fls. 398/401), da qual, diga-se de passagem, as partes não interpuseram qualquer recurso, inexiste necessidade de efetuar-se a liquidação do julgado.Está preclusa a questão, s.m.j. Entretanto, a fim de evitar maiores delongas, analiso o expediente.Ora, tem-se entendido dispensável a realização de prova pericial porque a apuração do valor depende apenas de cálculo aritmético.Assim, não há que se falar em inexigibilidade por falta de liquidez. Por sinal, a impugnante alega que há excesso de execução: (a) em razão do equivocado critério de cálculo utilizado pela parte impugnada; (b) em razão dos incorretos critérios de cálculo utilizados pela parte impugnada ao converter a obrigação em pecúnia; (c) porque a parte impugnada computa nos seus cálculos parcelas não devidas e/ou não deferidas pela sentença/acórdão transitado em julgado; e (d) que ocorre excesso de execução porque a parte impugnada fez incidir no seu cálculo valores que não são devidos relativos à dobra acionária.Outra vez, suas alegações não têm procedência.A fim de comprovar as suas teses a impugnante juntou parecer contábil (fls. 21/34) acompanhado de diversos documentos que teriam servido de base para a sua elaboração.Acontece que, apesar da nova abordagem a respeito do excesso de execução dada pela empresa de telefonia na sua impugnação e dos documentos juntados – o que, num primeiro momento poderia indicar que impugnou especificamente o cálculo apresentado pela parte contrária – constata-se que o referido parecer contábil continua a contemplar os mesmos parâmetros utilizados quando da subscrição errônea das ações.Para tanto, basta constatar que a impugnante novamente utiliza em seu cálculo a data equivocada de emissão/subscrição das ações (fls. 31), sem considerar o contido na sentença/acórdão transitado em julgado, o que leva à errônea conclusão de que nada deve à parte impugnada além dos honorários advocatícios sucumbenciais, isso quando estes são fixados em valor determinado, de acordo com o art. 20, § 4º, do CPC.Interessante notar que, apesar da impugnante sustentar a necessidade de instauração da fase de liquidação para apurar corretamente o montante devido, o próprio parecer que ela apresenta não passa de simples cálculo aritmético.Além disso, não custa mais uma vez ressaltar que, diante do elevadíssimo número de ações em que a mesma matéria é discutida, das plenas condições técnicas que possui para elaborar o cálculo de acordo com os parâmetros fixados e até mesmo da sua obrigação de cumprir a sentença/acórdão transitado em julgado, o mínimo que se poderia esperar da impugnante é que considerasse os parâmetros corretos ao elaborar o seu cálculo.Portanto, conforme destacado em diversas outras oportunidades, configura desrespeito para com a Corte a atitude tomada pela empresa de telefonia no sentido de impugnar o valor exigido pela

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parte contrária com base em cálculo que não respeita os parâmetros fixados no julgado que deve ser cumprido.Diante desse quadro, deve-se reputar correta a apuração do valor devido feita pela parte impugnada.A impugnante alega que há excesso de execução porque a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475-J do CPC não pode ser calculada diante da ausência de liquidez do título executivo. Afirma, ainda a esse respeito, que a mencionada multa somente poderia ser exigida depois que a parte vencida fosse intimada para cumprir o julgado e não o fizesse.conforme anteriormente salientado, não é necessário a instauração da fase de liquidação de sentença no presente caso e a impugnante foi intimada para cumprir o julgado (fls. 07 dos autos nº 008.07.006912-0/003).A empresa de telefonia sustenta ainda que deve ser conferido efeito suspensivo porque é razoável a sua probabilidade de êxito e, acaso levantada a quantia depositada, ocorrerá lesão ao seu patrimônio em razão da dificuldade de eventual recuperação do valor.Indefiro.Acontece que, ao contrário do que sustenta, tem-se percebido no dia a dia forense que é muito baixo o índice de sucesso da impugnante em suas manifestações, tanto no juízo de primeiro grau quanto no Tribunal.As alegações, como visto, não têm procedência.A propósito, tem-se percebido que cada vez mais se utiliza de expedientes processuais com finalidade protelatória, razão pela qual vem sendo sistematicamente condenada por litigância de má-fé pela Corte Catarinense.É de se ressaltar que a impugnante não contempla os desdobramentos acionários havidos posteriormente à contratação no seu cálculo, a exemplo da dobra acionária e dos dividendos , que constituem decorrência natural da complementação das ações (STJ, T4, AgRg nos EDcl no REsp 794.106/RS, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, j. 8.5.2007) e devem ser computados no cálculo. Por fim, o pedido de manifestação expressa acerca de determinados dispositivos legais para fins de prequestionamento também não merece acolhimento porque o magistrado não está subordinado à análise de todos os argumentos sustentados pela parte, bastando que, de acordo com o seu livre convencimento, encontre motivos hábeis suficientes para fundamentar a decisão.3- Pelo exposto, REJEITO a presente impugnação ao cumprimento de sentença. Condeno a impugnante ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes fixados em R$ 1.000,00 (mil reais), os quais, acaso maiores, substituirão os da execução. Intimem-se. Blumenau (SC), 24 de fevereiro de 2012. Emmanuel Schenkel do Amaral e Silva. Juiz de Direito.

Em anexo, calculo detalhado dos autos acima referido. Integralização em 31.12.1996 (antes da Cisão da Telesc S.A.), a Subscrição/Capitalização das Ações ocorridas em 27/07/1998 (após a cisão).

5. HONORÁRIOS PERICIAIS CASO SEJA NOMEADO EXPERT

Se, em última análise, Vossa Excelência tiver dúvidas acerca dos valores e nomear perito técnico, embora desnecessário consoante apregoa a jurisprudência, suplica-se desde logo que os honorários periciais sejam arcados exclusivamente pela parte contrária (não incidência do art. 33 do CPC), face ao princípio da causalidade, decisão essa que está

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amparada pela jurisprudência pacífica do TJSC em casos análogos, inclusive contra a mesma ré dos autos em tela.

Explico.

Bem se sabe que, em regra, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários do perito é da parte que requereu a perícia ou pela parte autora, quando pleiteado por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz, nos termos dos artigos 19 e 33, ambos do CPC.

Entretanto, tendo em vista que, na espécie, o feito encontra-se em fase de liquidação de sentença, resta configurada a sucumbência da executada, o que não enseja a aplicabilidade da regra geral, disposta no referido art. 33 do CPC, recaindo sobre a exeqüente o ônus pelo pagamento dos honorários periciais.

No caso sub judice, a solução na qual deve ser adotada é exatamente essa, já que se trata de cumprimento de sentença decorrente de demanda judicial desfavorável a ré em processo de conhecimento, essa deverá ser responsabilizada totalmente pelos honorários do perito.

A executada é sucumbente na ação de conhecimento, logo, a empresa executada é a responsável pelos honorários do perito e demais despesas processuais, inclusive devendo arcar com tais despesas antecipadamente, por força do princípio da causalidade.

Nessa exata dicção, colhe-se os seguintes precedentes do Colendo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE EMPRESARIAL. FASE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. PERÍCIA POR ARBITRAMENTO. CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS. ÔNUS DO PERITO. HONORÁRIOS . RESPONSABILIDADE DO SUCUMBENTE NO PROCESSO DE CONHECIMENTO. VALOR ELEVADO. INOCORRÊNCIA. ADEQUAÇÃO À COMPLEXIDADE DO TRABALHO. RECURSO DESPROVIDO." (Agravo de Instrumento n. 2011.006843-9, de Curitibanos, Relator: Des. Subst. Júlio César Knoll, j. 14.07.2011).

" AÇÃO DE ADIMPLEMENTO DE CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA FIRMADO COM EMPRESA DE TELEFONIA. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL. HONORÁRIOS DO EXPERT QUE DEVEM SER SUPORTADOS PELA PARTE VENCIDA NA FASE DE CONHECIMENTO. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE . "INCUMBE AO SUCUMBENTE NA AÇÃO DE CONHECIMENTO ARCAR COM OS HONORÁRIOS DO PERITO, NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO, PORQUANTO DEU CAUSA AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO" (TJRS, AI n. 70021631205, rel. Des. Umberto Guaspari Sudbrack, j. 3-10-2007). AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO." (Agravo de Instrumento n. 2010.057419-7, de Criciúma, rel. Des. Jorge Luiz de Borba, j. em 19.11.2010).

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À guisa de arremate, do corpo do acórdão colhe-se o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. HONORÁRIOS DO PERITO. CABIMENTO. INCLUSÃO NO CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA. PRECEDENTES. 1.Na jurisprudência do STJ está firmado o entendimento de que a despesa com os honorários do perito, assim como as custas e despesas processuais, deve ser incluída no cálculo de liqüidação da sentença e imposta ao sucumbente [...]" (Grifos meus, Resp. n. 2007/0231583-9, rel. Min. João Otávio de Noronha, Quarta Turma, j. em 28-10-2008).

Conforme se depreende dos autos, Excelência, é de todo correto asseverar que a parte ex adversa foi a única e exclusivamente responsável pelos atos processuais até hoje praticados, pois se cumprisse sua obrigação, não haveria demanda judicial, nem todo esse transtorno e série de recursos ocasionados pela mesma.

Conclui-se, portanto, que tendo a empresa executada dado causa não só à ação, mas também à realização da perícia, é ela considerada vencida e, como tal, deve responder pelas despesas processuais havidas, inclusive os honorários periciais.

6. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, solicita a Vossa Excelência guarida a preliminar ventilada no preâmbulo deste petitório, para que seja extinta esta impugnação sem julgamento do mérito (devendo prevalecer aquela do incidente 005, vez que ainda pende de decisão pelos órgãos judiciais superiores), forte no art. 267, inciso V, da lei processual civil, tendo em vista a ocorrência da litispendência, ou, se ao mérito chegar, que sejam afastadas as teses de defesa preconizadas pela ré/executada, por estarem em total dissonância com os institutos aplicáveis à espécie, conforme acima se delineou.

Solicita que, caso nomeado expert e ao mérito chegar, o que realmente não se acredita, que os valores dos honorários sejam suportados exclusivamente pela ré, conforme dispõe as alegações do tópico precedente, em atenção ao princípio da causalidade.

Que seja negado efeito suspensivo solicitado pela executada, seja pelo indeferimento do presente incidente, ante a preliminar, seja por outra questão de mérito.

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Neste incidente, a condenação da executada em arcar com os honorários advocatícios e custas processuais, a ser fixado por Vossa Excelência.

Que seja dado prosseguimento a execucional em seus ulteriores termos.

Pede deferimento.Chapecó (SC), 24 de janeiro de 2013.

RODOLFO MAURÍCIO HIRSCH NETOAdvogado – OAB/SC 24.666

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