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Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau Por: Aissa Regalla 1 /70 República da Guiné-Bissau SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DURÁVEL Direcção Geral do Ambiente PROJECTO AUTOAVALIAÇÃO NACIONAL DAS CAPACIDADES A REFORCAR (ANCR) INVENTÁRIO DAS NECESSIDADES PRIORITÁRIAS DE REFORÇO DE CAPACIDADES PARA A GESTÃO DE AMBIENTE NACIONAL E MUNDIAL PERFIL TEMÁTICO NA ÁREA DA LUTA CONTRA SECA E DESERTIFICAÇÃO Elaborado por Aissa REGALLA Junho de 2010

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Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

Por: Aissa Regalla

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República da Guiné-Bissau SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DURÁVEL

Direcção Geral do Ambiente

PROJECTO AUTOAVALIAÇÃO NACIONAL DAS CAPACIDADES A REFORCAR

(ANCR)

INVENTÁRIO DAS NECESSIDADES PRIORITÁRIAS DE REFORÇO DE

CAPACIDADES PARA A GESTÃO DE AMBIENTE NACIONAL E MUNDIAL

PERFIL TEMÁTICO NA ÁREA DA LUTA CONTRA SECA E DESERTIFICAÇÃO

Elaborado por Aissa REGALLA

Junho de 2010

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

Por: Aissa Regalla

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RESUMO 4

QUADROS 5

CAIXAS 5

SIGLAS & ABREVIATURAS 6

I. INTRODUÇÃO 8

1. CONTEXTO DO ESTUDO 8

2. OBJECTIVO DE ESTUDO 9

3. METODOLOGIA UTILIZADA 9

II. APRESENTAÇÃO DA CONVENÇÃO DE LUTA CONTRA A

DESERTIFICAÇÃO 10

1. DEFINIÇÕES (ARTIGO 1°) 11

2. OBJECTIVO (ARTIGO 2°) 12

3. PRINCÍPIOS (ARTIGO 3°) 13

4. OBRIGAÇÕES 13

OBRIGAÇÕES GERAIS (ARTIGO 4°) 13

OBRIGAÇÕES DOS PAÍSES PARTES AFECTADOS (ARTIGO 5°) 14

COMPROMISSOS E OBRIGAÇÕES DOS PAÍSES AFRICANOS (ARTIGO 4°) 14

5. INSTITUIÇÕES E MECANISMOS DA CCD 15

III. PERTINENCIA DA CCD PARA A GUINÉ-BISSAU 17

IV. POLITICA, PROGRAMAS E PLANOS NACIONAIS EM MATERIA DE

IMPLEMENTAÇÃO DA CCD 19

A) A EVOLUÇÃO POLÍTICO – INSTITUCIONAL EM MATÉRIA DO AMBIENTE 19

HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL 19

POLÍTICA AMBIENTAL NOS PROGRAMAS DO GOVERNO 21

B) ACTIVIDADES ANTES DA RATIFICAÇÃO DA CONVENÇÃO 23

C) ACTIVIDADES APÓS RATIFICAÇÃO DA CONVENÇÃO 24

1. QUADRO POLITICO E JURÍDICO 24

2. QUADRO INSTITUCIONAL 27

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3. AS ACTIVIDADES DE REFORÇO DAS CAPACIDADES 33

4. PARTICIPAÇÃO NAS CONVENÇÕES REGIONAIS E INTERNACIONAIS 34

5. COLABORAÇÃO ENTRE PAÍSES AFECTADOS PARTES 35

6. RELAÇÃO ENTRE CCD COM OUTROS PLANOS DE ACÇÃO 37

7. RECURSOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS 43

V. ANALISE DA SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A IMPLEMENTAÇÃO DA CCD NA

GUINÉ-BISSAU 45

VI. SINERGIA ENTRE AS TRÊS CONVENÇÕES 55

VII. CONCLUSÕES 57

VIII. RECOMENDAÇÕES 58

ANEXOS 60

ANEXO 1: TERMOS DE REFERÊNCIA 60

ANEXO 2: LISTA DOS DOCUMENTOS LEGAIS (LEIS, DECRETOS E REGULAMENTOS) 64

ANEXO 3: PROJECTOS DE DIPLOMAS 66

ANEXO 4: LISTA DE CONVENÇÕES ASSINADAS PELA GUINÉ-BISSAU 67

BIBLIGRAFIA 68

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RESUMO

A Guiné-Bissau assinou e ratificou a Convenção das Nações Unidas de para a

Luta Contra a Desertificação (CNULCD), respectivamente em 1994 e 1995.

Conforme à Convenção e suas as disposições, a Guiné-Bissau já cumpriu alguns

engajamentos na perspectiva das acções de luta contra a desertificação e da

degradação da Terra, entre os quais, a elaboração da versão preliminar do Plano de

Acção Nacional (PAN/LCD) em Outubro de 2006, e que ainda esta em curso de

validação.

Não obstante a fraqueza do quadro político, jurídico e institucional nacional,

que retardam a boa implementação da CCD, o conceito de Luta Contra a

Desertificação, é definido como uma abordagem global de utilização racional e

durável dos recursos naturais. Os objectivos da CCD estão diluídos no de

desenvolvimento económico e social do país cuja finalidade será de contribuir

significativamente na realização dos objectivos de desenvolvimento durável e de

gestão do ambiente nacional e mundial.

Todavia, mesmo que o problema de desertificação ainda não tenha atingido

proporções alarmantes na Guiné-Bissau, a análise da situação actual, indica que

infelizmente certas zonas já fazem face a um processo de degradação contínuo, que

a longo prazo podem comprometer o desenvolvimento económico e social do país,

sobretudo, nas zonas rurais.

Da ratificação da CCD até a data presente e apesar dos esforços realizados

pela Guiné-Bissau, os resultados projectados na Luta Contra a Desertificação ou

Degradação dos Solos, ainda não foram atingidos. Um dos constrangimentos maiores,

é a capacidade limitada das partes (Instituições Estatais, Pontos Focais, e

populações de base) para implementar a CCD.

Isso evidencia que para uma boa compreensão das políticas estratégicas e planos de

desenvolvimento, o princípio da interdisciplinaridade e da implicação de toda a

população neste processo deverá ser abordado.

Neste contexto e tendo em conta as obrigações da Guiné-Bissau, urge a

necessidade de adoptar uma abordagem integrada em termos de realização conjunta

de certas actividades e da busca de sinergias para a boa coordenação das acções.

Estas devem passar previamente, por uma análise da situação actual das forças e

fraquezas na implementação da CCD, no plano político-jurídico, institucional e

técnico, para seguidamente examinar as dificuldades encontradas e identificar as

capacidades a reforçar.

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QUADROS

Quadro 1: Comparação das prioridades no domínio do Ambiente

Quadro 2: Lista das Instituições – chaves e parceiras Nacionais &

Internacionais no âmbito da CCD e gestão ambiental

Quadro 3: Pontos fortes, pontos fracos e necessidades de

capacitação ao nível individual, institucional e sistémico

Quadro 4: Actores implicados na Degradação das terras e na

Desflorestação

Quadro 5: Domínios prioritários para o reforço das capacidades

(resumo)

CAIXAS

Caixa 1: No domínio dos Projectos e Planos

Caixa 2: No domínio das estruturas de apoio à planificação,

circulação de informação e formação

Caixa 3: No domínio das publicações e comunicação

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SIGLAS & ABREVIATURAS

AD Acção para o Desenvolvimento

AGIR Programa Regional de Apoio a Gestão Integrada dos Recursos

Naturais

ANCR Auto-avaliação Nacional das Capacidades a Reforçar

APs Áreas Protegidas

BAD Banco Africano de Desenvolvimento

CAF Centro de Analise de Formação

CAIA Célula de Avaliação de Impacte Ambiental

CPDA Carta de Politica de Desenvolvimento Agrário

CCC Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climaticas

CCD Convenção das Nações Unidas para Luta Contra a Desertificação

CDB Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica

CEATA Centro de Estudos Ambientais e Tecnologias Apropriadas

CECI Centro Canadiano de Cooperação Internacional

CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CILSS Comité Permanente Inter-Estado de Luta contra Seca no Sahel

CIPA Centro de Investigação Pesqueira Aplicada

CITES Convenção sobre o Comercio Internacional das Espécies de Fauna e

Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção

CNA Conselho Nacional do Ambiente

DENARP Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza

DGA Direcção Geral do Ambiente

DGFF Direcção Geral da Floresta e Fauna

FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

FF Fundo Florestal

FEM Fundo Mundial do Ambiente

GAPLA Gabinete de Planificação Agrária

GPC Gabinete de Planificação Costeira

IBAP Instituto de Biodiversidades e Áreas Protegidas

INA Instituto Nacional para o Ambiente

INDE Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação

INEC Instituto Nacional de Estudos e Censo

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

INITA Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Aplicada

INPA Instituto Nacional de Pesquisa Agrária

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INSAH Instituto do Sahel, estrutura especializada do CILSS

KAFO Confederação Camponesa

MADR Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural

ONG Organização Não Governamental

PACIPE Programa de Assistência Técnica a Comunicação e Informação sobre

a Protecção do Ambiente

PADRL Projecto de Apoio ao Desenvolvimento Regional e Local

PAN/LCD Plano de Acção Nacional de Luta Contra a Desertificação

PNGA Plano Nacional de Gestão Ambiental

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PNUE Programa das Nações Unidas para o Ambiente

PRESAR Projecto de Reabilitação do Sector Agrário Rural

RAMSAR Convenção sobre as Zonas húmidas

SEADD

SIG Sistema de Informação Geográfica

SNV Serviço Holandês da Cooperação

SWISSAID Fundação Suíça para a Cooperação ao Desenvolvimento

UICN União Internacional para a Conservação da Natureza

USAID Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional

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I. INTRODUÇÃO

Reconhecendo que a desertificação é um problema socioeconómico e

ambiental importante para o mundo, realizou-se em 1977 em Nairobi, a Conferência

das Nações Unidas sobre a Desertificação, na qual foi aprovado um Plano de Acção

de Combate à Desertificação. Apesar dos esforços realizados, a Conferência das

Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio em Janeiro de

1992, concluiu que a degradação da terra tinha aumentado.

Como resultado dessa conclusão, a Conferência apoiou uma abordagem nova e

integrada do problema que culminou com a aprovação da Convenção do Combate à

Desertificação, em 17 de Julho de 1994, em Paris.

A Convenção de Luta Contra a Desertificação (CCD), consagrando a relação entre a

desertificação e a pobreza, adopta uma abordagem inovadora centrada na gestão

sustentável dos recursos naturais através da uma posição crescente que reconhece

às populações utilizadoras de recursos a escala local, com um papel crucial a

desempenhar na investigação e na aplicação de soluções.

Cientes de que a agricultura é a base da economia guineense, com uma

superfície cultivada estimada em cerca de 200.000ha, o que representa 45% do PIB,

82% do emprego e 80% das exportações (PNGA, 2004). As más praticas observadas

nesta actividade, entre as quais, desflorestação e queimadas incontroladas para a

pratica da agricultura, degradação das condições para o desenvolvimento da

rizicultura do mangal e consequentemente forte pressão sobre as terras do planalto,

monoculturas extensivas de algumas culturas, são uns dos factores primordiais que

provocam a degradação das terras.

Assim, o objectivo principal deste estudo é de identificar as necessidades e

as prioridades da Guiné-Bissau em matéria de reforço das capacidades para a gestão

do ambiente mundial no domínio da desertificação e a degradação dos solos.

1. Contexto do Estudo

As questões ambientais sempre foram uma prioridade nacional, pois o

desenvolvimento económico e social do país depende essencialmente da gestão

racional e sustentável dos seus recursos naturais renováveis.

Apesar da Guiné-Bissau ser um país Tropical húmido, onde abundam os recursos

naturais, a ameaça da degradação da terra se faz sentir cada vez mais, devido a sua

vizinhança com os pais sahelianos, acções antropicas e variações do clima.

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A desertificação e os efeitos da seca são fenómenos que podem atingir as florestas

e outras zonas arborizadas de todas as regiões do país (áridas, semi-áridas e sub-

húmidas secas), provocando assim a degradação das terras, a seca, e o

empobrecimento das populações. Assim, inspirando-se dos princípios de precaução e

dos princípios de intervenção definidos pela Convenção, a Guiné-Bissau desenvolveu

em sinergia com as outras Convenções da geração do Rio algumas estratégias

implicando vários actores.

O Projecto de Auto-Avaliação Nacional das Capacidades a Reforçar (ANCR), apoiado

pelo PNUD/FEM, tenta implementar a CCD através de uma análise detalhada das

forças e das fraquezas em matéria das capacidades nacionais para responder as

obrigações da Convenção. E para respeitar os compromissos jurídicos internacionais

que o país tomou assinando e ratificando esta Convenção, a Guiné-Bissau enquadra-

se na ANCR.

2. Objectivo de Estudo

Identificar e propor as necessidades em reforço de capacidades com vista a

contribuir na protecção do ambiente mundial e nacional.

Realizar o inventário e o ponto de situação do perfil temático da CCD na Guiné-

Bissau, comentar os pontos fortes e fracos da sua implementação e identificar as

questões prioritárias e as necessidades de reforço de capacidades para a gestão do

ambiente a nível nacional e mundial.

3. Metodologia utilizada

1a etapa : Revisões Bibliográficas: foram realizadas pesquisas e sínteses

bibliográficas a partir de documentos existentes;

2a etapa : Encontros e entrevistas com pessoas recursos e Instituições

Chaves: Após selecção de instituições chaves e pessoas recursos que trabalham

na área da implementação das disposições da convenção e no reforço das

capacidades em geral, foi realizado entrevistas tendo em conta o resultado da

revisão bibliográfica e dos resultados esperados no Termo de Referência.

3a etapa : Workshop de pré-validação com o grupo temático: Depois da

selecção dos pontos focais e pessoas-alvo para a formação do grupo temático, foi

realizado um workshop onde o consultor nacional apresentou o relatório draft.

Os debates e troca de conhecimento foram conduzidos pelo Consultor com a

finalidade de recolher inputs para a melhoria do relatório e a consequente

validação técnica.

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II. APRESENTAÇÃO DA CONVENÇÃO DE LUTA CONTRA A

DESERTIFICAÇÃO

A comunidade internacional reconheceu que a desertificação é um problema

económico, social e ambiental essencial para numerosos países do mundo (CCD,

1994). Os esforços para atacar a desertificação foram uma das grandes

preocupações da Conferência das Nações Unidas sobre o ambiente e o

desenvolvimento, Rio Janeiro de 1992.

A Conferência optou por uma nova abordagem integrada do problema privilegiando

medidas que visam promover um desenvolvimento sustentável a nível local. O Capitulo

12 da Agenda 21 adoptada pela Cimeira de Rio de Janeiro em Junho de 1992

reconhece o carácter global da desertificação, e confere a prioridade aos aspectos

socioeconómicos na luta contra a desertificação.

Os princípios fundamentais desenvolvidos pela CCD em matéria de gestão

sustentável dos recursos naturais, prevê a luta contra a desertificação na

perspectiva de uma integração total dos planos de acção de luta contra a

desertificação nas políticas locais de desenvolvimento. Consagrando o

reconhecimento da relação entre pobreza e degradação ambiental, a Convenção CCD

foi o primeiro instrumento internacional que:

Trata dos problemas da pobreza e da degradação do ambiente nas zonas rurais,

na África em particular;

Reconhece que os utilizadores dos recursos ao nível local, têm um papel

primordial na busca e implementação de soluções; Reconhecendo a necessidade

de uma participação efectiva das populações locais, e de todos os actores, na

definição da estratégia e na identificação do conteúdo do programa;

Adopta uma abordagem numa base que implica a participação activa das mulheres

assim como dos homens das comunidades locais em todas as fases do processo de

desenvolvimento;

Destaca a necessidade de uma abordagem integrada de luta contra a

desertificação, cujo programa de acção se inscreve “numa estratégia mais vasta

de elaboração das políticas nacionais a longo prazo e de desenvolvimento

sustentável nos países afectados”.

Esta Convenção com 40 artigos, esta subdividida em 6 partes, a saber:

Parte introdutiva, os artigos de 1 à 3;

Disposições gerais, os artigos 4 à 8;

Programa de Acção, Cooperação cientifica e técnica e medidas de apoio, os

artigos 9 à 21;

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Instituições e mecanismos da CCD, os artigos 22 à 25;

As questões processuais, os artigos 26 à 32;e

As disposições finais, enumerados nos artigos 32 à 40.

Os textos da Convenção ainda contêm 5 anexos regionais de implementação: África,

Ásia, América Latina e Caribe, Norte do Mediterrâneo e Europa Central e de Leste.

1. Definições (Artigo 1°)

Esta primeira parte concede as definições dos principais termos e

expressões utilizados, os objectivos e os princípios da Convenção.

Segundo a Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação (CCD):

O termo ‘desertificação’ designa a degradação da terra nas zonas áridas, semi-

áridas e sub-húmidas secas, resultantes de vários factores, incluindo as

variações climáticas e as actividades antropicas.

A expressão „combate a desertificação’ designa as actividades que fazem parte

do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-

húmidas secas com vista ao seu desenvolvimento sustentável, e que visam:

A prevenção e/ou redução da degradação das terras;

A reabilitação de terras parcialmente degradadas, e

A recuperação de terras degradadas.

A expressão „seca’ designa o fenómeno que ocorre naturalmente quando a

precipitação registada é significativamente inferior aos valores normais,

provocando um serio desequilíbrio hídrico que afecta negativamente os sistemas

de produção dependentes dos recursos da terra.

O termo ‘mitigação dos efeitos da seca’ designa as actividades relacionadas à

previsão da seca e dirigidas a redução da vulnerabilidade da sociedade e dos

sistemas naturais face a seca no quadro da luta contra a desertificação.

O termo ‘terra’ designa o sistema bio-produtivo terrestre que compreende o

solo, a vegetação, os outros seres vivos e os fenómenos ecológicos e hidrológicos

que se produzem dentro deste sistema.

A expressão ‘degradação da terra’ designa a diminuição ou a perda nas zonas

áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas, da produtividade biológica e económica

e da complexidade das terras agrícolas de sequeiro, das terras agrícolas

irrigadas, das pastagens naturais, das pastagens semeadas, das florestas e das

matas nativas devido aos sistemas de utilização da terra ou a um processo ou

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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vários fenómenos, incluindo os que resultam da actividade do homem e das suas

formas de ocupação do território, tais como:

A erosão do solo causada pelo vento e/ou pela água;

A deterioração das propriedades físicas, químicas e biológicas ou económicas

do solo, e

A destruição da vegetação por períodos prolongados.

As ‘zonas árida, semi-áridas e sub-húmidas’ são todas as áreas, com excepção

das polares e das sub-polares, nas quais a razão da precipitação anual e

evapotranspiração abrange 0,05 e 0,65.

A expressão ‘zonas afectadas’ designa as zonas áridas e/ou sub-húmidas secas

afectadas ou ameaçadas pela desertificação.

Os ‘países afectados’ são todos os países cuja totalidade ou partes da terra

estão afectadas.

O termo ‘organização regional de integração económica’ designa uma

organização constituída por estados soberanos de uma determinada região, com

competência nas matérias abrangidas pela presente Convenção, e que seja

autorizada, em conformidade com o seu regimento interno, a assinar, ratificar,

aceitar ou aprovar a Convenção ou a ela aderir.

2. Objectivo (Artigo 2°)

Esta Convenção tem por objectivo:

Combater e mitigar os efeitos da seca nos países afectados por seca e/ou a desertificação, particularmente em África, através da adopção de medidas eficazes em todos os níveis, apoiados em acordos de cooperação internacional e de parceria, no quadro de uma abordagem integrada e que tenha em vista contribuir para se atingir o desenvolvimento sustentável nas zonas afectadas.”

Ainda sublinha que a alcance deste objectivo exigira a aplicação, nas zonas afectadas, de estratégias integradas de longo prazo baseadas simultaneamente no aumento da produtividade da terra e na reabilitação, conservação e maneio sustentado dos recursos em terra e hídricos, tendo em vista melhorar as condições de vida, particularmente ao nível das comunidades locais.

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3. Princípios (Artigo 3°)

Na implementação das suas acções e disposições para alcançar o objectivo da

Convenção as Partes devem:

a) Garantir que as decisões relativas à elaboração e implementação dos programas

de combate à desertificação e/ou mitigação dos efeitos da seca sejam tomadas

com a participação das populações e comunidades locais e que, nas instâncias

superiores de decisão, seja criado um ambiente propicio que facilite a realização

de acções aos níveis nacional e local;

b) Num espírito de solidariedade internacional e de parceria, melhorar a

cooperação e a coordenação aos níveis sub-regional, regional e internacional e

concentrar os recursos financeiros, humanos, organizacionais e técnicos onde

eles forem mais necessários;

c) Estimular, num espírito de parceria, a cooperação a todos os níveis da

administração, das comunidades, das organizações não governamentais e dos

utentes da terra, a fim de que seja melhor compreendida a natureza e o valor do

recurso terra e dos limitados recursos hídricos das áreas afectadas, e

promovido o uso sustentado desses mesmos recursos; e

d) Tomar plenamente em consideração as necessidades e as circunstâncias

particulares dos países Partes em desenvolvimento afectados, em especial os

países menos avançados.

4. Obrigações

Obrigações gerais (Artigo 4°)

Para atingir o objectivo da Convenção, todos os países Partes deverão:

Adoptar uma abordagem integrada que tenha em conta os aspectos físicos,

biológicos e socioeconómicos da desertificação e da seca,

Conferir uma atenção particular, dentro das organizações internacionais e

regionais competentes, à situação dos países Partes em desenvolvimento

afectados, relativamente as trocas internacionais, aos acordos de comercio e

à divida, com a visão de criar um ambiente económico internacional favorável

à promoção de um desenvolvimento sustentável,

Integrar as estratégias de erradicação da pobreza nos esforços de combate

à desertificação e de mitigação dos efeitos da seca,

Estimular a cooperação entre os países Partes afectados, nos domínios de

protecção do ambiente e da conservação dos recursos terrestres e hídricos

relacionados com a desertificação e a seca,

Reforçar a cooperação sub-regional, regional e internacional,

Cooperar com as organizações intergovernamentais competentes,

Sempre que necessário, utilizar os mecanismos institucionais para evitar

duplicações, e

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Promover a utilização dos mecanismos e acordos financeiros bilaterais e

multilaterais já existentes susceptíveis de mobilizar e canalizar recursos

financeiros substanciais para o combate a desertificação e a mitigação dos

efeitos da seca conduzidos pelos países Partes em desenvolvimento

afectados.

Obrigações dos países Partes afectados (Artigo 5°)

Alem das obrigações do artigo 4°, os países Partes afectados têm a

responsabilidade de:

Dar a devida prioridade ao combate à desertificação e a mitigação dos

efeitos da seca, angariando recursos adequados de acordo com as suas

circunstâncias e capacidades,

Estabelecer estratégias e prioridades no quadro dos seus planos e politicas

de desenvolvimento sustentável, tendo em vista o combate à desertificação e

a mitigação dos efeitos da seca,

Atacar as causas profundas da desertificação, especialmente os factores

socioeconómicos que contribuem para os processos de desertificação,

Promover a sensibilização e facilitar a participação das populações locais,

especialmente das mulheres e dos jovens, nos esforços no combate da

desertificação e mitigar os efeitos da seca, recorrendo ao apoio das

organizações não-governamentais, e

Criar um ambiente favorável, e recorrer de maneira coerente, ao reforço da

legislação pertinente em vigor e, no caso desta não existir, à promulgação de

nova legislação e a elaboração de novas politicas e programas de acção a longo

prazo.

Também, de acordo Com o Anexo I de implementação regional para a África, a

Guiné-Bissau compromete-se à:

Compromissos e Obrigações dos países Africanos (Artigo 4°)

De acordo com as suas capacidades, os países Partes africanos comprometem-se à:

Fazer do combate à desertificação e/ou mitigação dos efeitos da seca um

elemento essencial da estratégia dirigida à erradicação da pobreza,

Promover a cooperação e integração regional, num espírito de solidariedade e

parceria baseados no interesse comum, nos programas e actividades que

visem o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca,

Reforçar as instituições preocupadas com a desertificação e a seca e fazer

participar outras instituições existentes, de modo a torna-las mais eficazes e

assegurar uma utilização mais eficiente dos recursos,

Promover, entre os países da região, o intercâmbio de informação, sobre

tecnologias, conhecimento gerais, conhecimentos técnicos e praticas

apropriadas, e

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Elaborar planos de emergência para a mitigação dos efeitos da seca nas áreas

degradadas pela desertificação e/ou seca.

E, os países Partes africanos afectados também, procurarão:

Afectar recursos financeiros adequados provenientes dos seus orçamentos

nacionais, em conformidade com as suas condições e capacidades nacionais,

atribuindo assim a África um grau de prioridade no fenómeno da

desertificação e seca,

Prosseguir e intensificar as reformas actualmente em curso em matéria de

descentralização e usufruto dos recursos, bem como ao reforço da

participação das populações e comunidades locais, e

Identificar e mobilizar recursos financeiros novos e adicionais a nível

nacional e desenvolver, prioritariamente, os meios e os mecanismos nacionais

disponíveis que permitam mobilizar os recursos financeiros internos.

5. Instituições e mecanismos da CCD

Diferentes instituições foram criadas par permitir a implementação da CCD,

a saber: a Conferência das Partes, o Secretariado Permanente, o Comité de Ciências

e Tecnologias, o Comité encarregue da avaliação da implementação da CCD e os

Programas de Acção Nacionais.

a) Conferência das Partes

É o órgão supremo da Convenção e, de acordo com o seu mandato, adoptara as

decisões necessárias a sua efectiva implementação. As suas funções entre outros,

são, de examinar periodicamente os relatórios relativos a implementação da

Convenção pelos países Partes, observando o respeito dos seus engajamentos,

formular recomendações, aprovar emendas à Convenção ou adoptar novos anexos de

implementação regional.

b) Secretariado Permanente

Esta instituição, apoia a Conferência das Partes nas suas sessões de trabalho

(organização das reuniões, preparação, compilação e transmissão de documentos),

também, se necessário e sob requerimento, apoia os países Partes afectados nas

suas tarefas de transmissão de informações, e coordena as actividades com as

diferentes Convenções existentes.

c) Comité de Ciências e Tecnologias

É um órgão adicional da Conferência das Partes que lhe fornece informações e

assistência em relação às questões científicas e tecnológicas relativas a Convenção.

É um órgão pluridisciplinar aberto a participação de todas as Partes, podendo estar

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composto por representantes governamentais competentes nas respectivas áreas de

especialização.

d) Comité encarregue da avaliação da implementação da CCD

Encarregue de apoiar a Conferência das Partes no seguimento periódico da

implementação da Convenção, avalia os relatórios dos países Partes e dos

observadores e também elabora pareceres e recomendações na base do relatório

submetido.

e) Mecanismo Mundial

Apoia a Conferência das Partes na promoção de financiamentos das actividades e

dos programas ligados a Convenção. Tem por função, estimular e assistir os

doadores, os beneficiários, os bancos de desenvolvimento, as ONG e outras

instâncias a mobilizar e bem gerir os fundos. Melhora a coordenação entre as fontes

existentes de financiamento e aumenta a utilização eficaz destes mesmos fundos.

f) Programas de Acção Nacionais

Para Implementar a Convenção, os países Partes afectados têm por obrigação

elaborar um Plano de Acção Nacional (PAN), sub-regional e regional, cujos critérios

de elaboração estão descritos no anexo I sobre a implementação regional para a

África. Baseada numa implementação na base de consultas entre os países

afectados, doadores e organismos intergovernamentais e não-governamentais. Este

processo tem por objecto melhorar a coordenação e canalizar os apoios onde são

realmente necessários. O PAN devera promover o acesso a tecnologia, aos

conhecimentos e ao saber-fazer apropriado.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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III. PERTINENCIA DA CCD PARA A GUINÉ-BISSAU

A Guiné-Bissau, tem uma superfície de 36.125 Km² e está localizada numa

zona de transição, tendo na zona litoral um clima sub-guineense e na zona interior

um clima sudanês-saheliano. Neste país tropical onde abundam recursos naturais, a

manifestação do fenómeno de desertificação é ainda pouco alarmante.

Os valores naturais da Guiné-Bissau estão entre os mais importantes da África

ocidental. Esta região é caracterizada por uma vasta inter-penetração dos meios

terrestres e marinhos e pela presença de numerosos e vastos estuários, um enorme

arquipélago que emerge de águas marinhas pouco profundas, vastas extensões de

mangais que servem de locais de reprodução e crescimento de várias espécies

aquáticas.

O fenómeno da seca e da desertificação, encontra-se inter-relacionado

principalmente, com as condições de pobreza e o nível de vida das populações.

Questões de ordem social, económicas, culturais, segurança alimentar, migrações,

água potável, entre outros, estão estreitamente ligadas à degradação do solo.

Estes fenómenos são mais visíveis e têm mais impacto nas zonas rurais. Onde

a actividade económica da população esta mais direccionada a uma forte

dependência da exploração dos recursos da terra, com destaque para a agricultura,

monocultura do caju, pastorícia, produção da lenha e do carvão e a exploração

florestal, enquanto estratégias de sobrevivência num contexto de pobreza e

contingências sociais.

A agricultura gera mais de metade do PIB e 85% dos empregos. Os chamados

“ponteiros” – proprietários agrícolas modernos – dispõem de concessões fundiárias

atribuídas pelo Estado, as quais cobrem cerca de 300.000 ha (27% da superfície

total arável) das melhores terras agrícolas do país e são consagradas

essencialmente às produções frutíferas. As comunidades rurais realizam 80% do

total da produção agrícola (e 90% da produção para auto-consumo), praticam

agricultura itinerante e utilizam métodos tradicionais nas terras de aluvião

(“bolanhas”), nos mangais e nas florestas (PAN/LCD, 2006).

A pecuária é essencialmente praticada de maneira tradicional e extensiva.

Observa-se uma utilização ineficaz dos pastos, uma taxa de mortalidade elevada do

gado juvenil, e, na estação seca, uma transumância imposta pela falta de água e os

fogos de mata. A pressão da caça é igualmente importante nas zonas leste e sul do

país.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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Vários autores avançam com cifras diversas sobre o ritmo de degradação

florestal na Guiné-Bissau, por exemplo, a FAO aponta que durante o período

compreendido entre 1981 a 1985 houve uma perda de 34 000 ha/ano. Bianchi, em

1986 avançou com 60 000 ha/ano. Sardinha em 1990 aponta 80 000 ha/ano. Por

último, a Carta da Política de Desenvolvimento Agrário de 1997 aponta uma

diminuição de 625 000 m³.

As ameaças da degradação da terra se fazem sentir cada vez mais devido, por um

lado, a sua fronteira comum com países sahelianos e por outro, pelas variações do

clima resultante particularmente das actividades antropicas, à saber:

Desflorestação incontrolada;

Queimadas incontroladas para a produção agrícola;

Degradação das condições indispensáveis para o desenvolvimento da rizicultura

do mangal e consequentemente forte pressão sobre as terras do planalto;

Desbravamento das florestas para fins da pratica da agricultura itinerante;

Exploração madeireira;

Monoculturas extensivas de algumas culturas;

Corte de essências florestais para produção de carvão de lenha;

Corte de “tarrafe” para a fumagem de pescado;

Proliferação dos ponteiros e pressão sobre os recursos florestais;

Imigrações sazonais e permanentes;

Estas actividades acompanhadas por praticas ineficientes e incorrectas, constituem

uma das causas da degradação dos solos e da desflorestação.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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IV. POLITICA, PROGRAMAS e PLANOS NACIONAIS EM

MATERIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA CCD

A) A evolução Político – Institucional em matéria do ambiente

História da evolução político-institucional

O sector do Ambiente, começou a possuir uma estrutura a partir de 1992 com

institucionalização do antigo Conselho Nacional do Ambiente (sob dependência

do Presidente da República, um Comité Coordenador formado por Ministros das

áreas afins, um Secretário Executivo e um Comité Técnico), órgão criado pelo

Decreto nº 24/92 publicado no Boletim Oficial nº 12 de 23 de Março e que

existiu até 1996.

Este Decreto sofreu uma profunda alteração consolidada no Decreto/Lei

n°59/93 que aprova a nova Lei Orgânica do Conselho Nacional do Ambiente.

Em 1994, o Executivo assume, pela primeira vez, a institucionalização de um

departamento governamental encarregue da prossecução da política ambiental na

Guiné-Bissau. Dá-se assim, o surgimento da Secretaria de Estado do Turismo,

Ambiente e Artesanato que englobava uma Direcção Geral do Turismo,

Ambiente e Artesanato (Decreto Presidencial nº 2/94, publicado no Boletim

Oficial nº47 de 24 de Novembro) e posteriormente o Ministério do mesmo nome.

Em 1995, a Assembleia Nacional Popular, procedeu a ratificação da CCD, criando

seguidamente uma Comissão Especializada para o Ambiente, Recursos Naturais,

Energia e Agricultura.

Em 1996 e com a finalidade de evitar uma sobreposição ou duplicação das acções,

o Governo optou pela extinção do CNA (Decreto nº 11/96, Boletim Oficial nº

41/96 de 7 de Outubro). Assim, foi instituída uma Direcção Geral do Ambiente,

que, posteriormente, deveria ser objecto de reestruturação. O mesmo Decreto

criava a Conferência Nacional do Ambiente, enquanto fórum de reflexão

nacional, perspectivando uma ampla participação da sociedade civil.

Até à data presente, a Conferência Nacional do Ambiente não dispõe de

nenhum Regulamento que estabeleça a sua forma de funcionamento e este órgão

seria, certamente, um indispensável espaço de diálogo e de concertação entre os

principais intervenientes do sector ambiental: o Estado, as ONG‟s o sector

privado, as comunidades locais, entre outros.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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No ano de 1997, assiste-se a criação do Ministério do Desenvolvimento Rural,

dos Recursos Naturais e do Ambiente que engloba a Secretaria de Estado dos

Recursos Naturais e do Ambiente (que por sua vez conta com uma Direcção Geral

do Ambiente na sua Orgânica).

Ainda salienta-se que, em 1999, na estrutura do Governo de Unidade Nacional o

sector do Ambiente esteve directamente ligado à Secretaria de Estado da

Energia, dos Recursos Naturais e do Ambiente embora esta fosse tutelada por

um Ministério. Resultante de medidas de contenção financeira surge uma

Direcção Geral dos Recursos Naturais e do Ambiente e consequentemente a

Direcção de Serviços do Ambiente.

O IBAP (Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas) foi criado e

colocado sob-tutela do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. A

nível da Direcção Geral do Ambiente, também foi criado um Departamento da

Seca e Desertificação, cujas actividades não continuaram por causa do conflito

armado no país.

Com a formação do novo Governo, das eleições de 1999, é criado o Ministério dos

Recursos Naturais e do Ambiente, departamento governamental que figurou

até Março de 2001 e por conseguinte uma Direcção Geral do Ambiente (embora

se perspective a sua transformação num Instituto do Ambiente).

Pelo exposto, é notório que a partir de 1994, nos sucessivos Governos o

Ambiente passou a ser objecto de atenção, tendo-se o mesmo destacado como

um sector importante nos Programas do Governo.

É de realçar a criação de muitas entidades estatais ligadas ao Ambiente: o

Gabinete da Planificação Costeira, a Célula de Estudos Ambientais e Tecnologia

Apropriada/INEP, o Sistema de Informação Geográfica, Instituto Nacional de

Investigação Tecnológica Aplicada, o Centro de Investigação Pesqueira Aplicada

e o Instituto Nacional de Pesquisa Agrária.

À estas instituições estão associados vários Programas com destaque para o

Programa de Educação e Comunicação Ambiental “Palmerinha” (MECT/UICN),

Planificação Costeira, Projectos como o Centro Legislativo Ambiental

(MRNE/UE/UICN), Utilização Racional do Património Florestal, Conservação e

Utilização Racional dos Ecossistemas Frágeis, Projecto Rio Grande Buba.

Similarmente, a década de noventa é caracterizada por uma tomada de

consciência por parte da sociedade civil sobre a problemática ambiental,

originando o surgimento de muitas Organizações Não Governamentais nacionais

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que se dedicam às tarefas de conservação: AD, Tininguena, Nantynian, RADI,

para além de muitas Associações Juvenis que actuam nesta área.

Política Ambiental nos Programas do Governo

Na Guiné-Bissau, durante os primeiros anos da sua independência, não existia

uma política coerente no domínio ambiental, por varias razões: primeiramente, a

tomada de consciência sobre a gestão dos recursos naturais é muito recente e

data dos anos 80, em segundo, as estruturas com vocação ambiental só

começaram a ser criadas com o Programa da Planificação Costeira nos fins de

anos 80 e em terceiro lugar uma estrutura governamental com vocação

puramente ambiental, isto é, a Secretaria de Estado do Turismo, Ambiente e

Artesanato, só foi criada em 1994.

No Programa do segundo Governo (1997/1999) saído das primeiras eleições, a

dimensão desenvolvimento rural e ambiente foi tomada em conta em um dos

capítulos do mesmo. No entanto, o Ambiente foi abordado como um tema

específico.

No Programa do Governo decorrente das segundas eleições (1999), já o sector

ambiental foi tratado num capítulo específico e as recomendações da Agenda 21

(Cimeira do Rio, 1992) foram tidas em conta. A promoção de um desenvolvimento

auto-sustentado e duradouro que implique o estabelecimento de uma política

ambiental coerente para garantir a conservação e equilíbrio dos ecossistemas

constitui a preocupação do mesmo.

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Quadro 1-Comparação das prioridades no domínio do Ambiente

Prioridades do segundo Governo das primeiras

eleições:

Prioridade do Governo das segundas eleições:

Elaboração do Plano Nacional de Gestão

Ambiental;

Elaboração da Estratégia e Plano de Acção

Nacional para a biodiversidade;

Aprovação e implementação do Projecto de

Conservação e Utilização Racional de

Ecossistemas Frágeis (Projecto das Lagoas de

Cufada);

Campanha de sensibilização nos órgãos de

comunicação social sobre os problemas

ambientais através do PACIPE;

Elaboração e implementação de diversas

legislações no domínio ambiental;

Concepção de uma estratégia contra a

desertificação, em articulação com o CILSS;

Implementação e arranque do Parque Nacional de

Orango e do Parque Natural dos Mangais do Rio

Cacheu;

Participação na institucionalização do

Observatório Comum do Ambiente no âmbito da

CPLP.

Elaboração da Lei-quadro do Ambiente;

Minimização progressiva, através de uma politica coordenada

com os diferentes sectores e parceiros de desenvolvimento os

efeitos da poluição e degradação ambiental especificamente: a

desflorestação, as queimadas, a degradação do solo, a seca e o

avanço dos fenómenos da desertificação, a degradação da zona

costeira, a falta de drenagens de aguas pluviais, contaminação

dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos;

Promover estudos e avaliação de impactes ambientais em todos

os projectos que tenham maior incidência sobre o meio

ambiente;

Garantir a conservação e uma boa gestão das áreas protegidas;

Apoiar as iniciativas que visem o reforço e a consolidação de

acção no domínio da planificação costeira e outros sectores

ambientais;

Promover a campanha de sensibilização e educação ambiental

nos órgãos de comunicação social;

Garantir a formação, capacitação e especialização dos recursos

humanos no domínio ambiental;

Assegurar e acompanhar a ratificação, cumprimentos das

convenções, sub-regionais e internacionais;

Promover uma política de cooperação com as instituições,

ONG‟s e associações vocacionadas no domínio de pesquisa e

utilização durável dos recursos.

Fonte: Estratégia para a zona costeira (Março 2001)

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B) Actividades antes da ratificação da Convenção

Se nos abstrairmos de um outro diploma legal dos anos cinquenta e sessenta,

destacando-se dentre eles um relativo as áreas protegidas, nos anos cinquenta, e

o regulamento de concessão de ocupação do solo, de 1961, o Direito do ambiente

guineense é recente, datando dos anos 80.

A Guiné-Bissau, a partir dos meados de ano 80, tem avançado muito no

desenvolvimento de uma consciência ambiental nacional ligada à conservação da

natureza e utilização durável dos recursos naturais. Nos fins dos anos 80, o

Estado guineense criou, através de Decretos, instituições com vocação

ambiental, caso do antigo Conselho Nacional de Ambiente (CNA) e do CEATA-

INEP. As primeiras leis que regem a protecção e regulam a utilização dos

recursos naturais e da biodiversidade começaram a ser elaboradas, por exemplo,

a Lei Geral das Pescas e o Regulamento de Caça.

A partir de ano 90, período caracterizado pelo dinamismo intenso no sector do

Ambiente na Guiné-Bissau, foram elaborados numerosos regulamentos, decretos

e leis relacionados com o Ambiente:

Lei Florestal, o seu regulamento e taxação florestal, em 1991;

Código das águas, de 1992;

Regime do Turismo, Gestão Hoteleira e Actividades Similares, em 1992;

Código das Minas, em 1994;

Considerando o contexto sub-regional preocupado com o avanço da

desertificação, a Guiné-Bissau aderiu ao Comité Inter-Estado de Luta Contra a

Seca no Sahel no ano de 1985-1986. Esta estrutura implantou acções de luta

contra a desertificação, denominado informação e sensibilização das campanhas

face “fogos incontrolados para fins agrícolas”, reflorestação e análise da

evolução da ocupação dos solos.

Também nos anos 90, a Guiné-Bissau aderiu a Tratados e Convenções

internacionais, assinando e ratificando, nomeadamente as da Diversidade

Biológica, Alterações Climáticas, Combate à Desertificação, Ramsar, CITES

entre outras (ver anexo).

Um esforço considerável foi feito pelo Ministério da Agricultura para a revisão

da Lei Florestal de 1991, através da Direcção Geral das Florestas e Caça. O

processo utilizado neste exercício foi o participativo no qual tomaram parte

todos os sectores da sociedade.

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Em 1992, notou-se um apoio significativo dos parceiros da cooperação bilateral,

entre os quais, a Holanda, no momento da instituição do antigo Conselho Nacional

para o Ambiente (CNA), organismo encarregue da implementação da politica

ambiental do pais.

C) Actividades após ratificação da Convenção

Após a adopção e a ratificação do texto da Convenção das Nações Unidas

sobre a Luta contra a Desertificação (CNULCD), a Guiné-Bissau, procedeu a reforma

do Ministério do Ambiente, criando assim a Direcção Geral do Ambiente que assumiu

a implementação e o seguimento de todas as Convenções, menos a da CCD, que ficou

ao encargo do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.

A Guiné-Bissau tem uma serie de Planos sectoriais e de praticas públicas, entre os

quais existem elementos de estratégia que podem contribuir no combate contra a

desertificação, à saber:

1. Quadro Politico e Jurídico

A Guiné-Bissau assinou e ratificou a Convenção de Luta Contra a Desertificação

em 1994 e 1995 respectivamente. Já tinha aderido ao Comité Inter Estados de

Luta Contra a Seca no Sahel (CILSS) em 1985/86, quer dizer desde a sua

criação. Apesar de não existir uma grande implementação do quadro jurídico

específico à desertificação e a degradação dos solos no país, a problemática é

suficientemente tomada em conta nas leis com incidências ambientais, na medida

em que foram concebidas com outro tipo de preocupações.

As políticas ambientais adoptadas até aqui não são eficazes para fazer face a

utilização desenfreada dos recursos naturais disponíveis devido a falta de

legislação clara neste sector.

Apesar de todos os constrangimentos, o sector do ambiente tem vindo a evoluir

positivamente. O Ambiente dispõe de vários documentos a saber:

Lei da terra

Regulamenta a gestão do espaço no território nacional, disciplina e minimiza os

problemas ligados a concessão das terras.

Na Guiné-Bissau, em 1974, adoptou-se a lei 4/75 que nacionaliza a terra e determina

que: “O solo, na totalidade do território nacional, quer seja urbano, rural ou

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urbanizado e integrado no Domínio público do Estado, sendo insusceptível de redução a propriedade particular”.

Com este diploma da Lei da Terra pretende-se regulamentar esta nova lógica, cujos

grandes objectivos são:

a) Garantir a terra as comunidades locais no limite em que possam dar-lhe utilidade

económica;

b) Incorporar o regime costumeiro da terra no direito positivo, assim como as

instituições que as representam;

c) Estimular o investimento na terra através da criação de um valor de mercado

para a terra

Anteprojecto da Lei-quadro das Áreas Protegidas

Criado para fazer face às diferentes pressões e ameaças à conservação da

diversidade biológica do ecossistema nacional. Tem por objectivo a salvaguarda das

espécies animais, vegetais, habitats ameaçados e formações naturais, conservação e

recuperação de habitats da fauna migratória e dos seus corredores, promoção da

investigação e pesquisa científicas e das acções de educação ambiental, defesa,

conservação e valorização das actividades e formas de vida tradicionais não lesivas

ao património ecológico, protecção e valorização das paisagens únicas, raras ou

típicas, promoção e apoio ao desenvolvimento e utilização durável dos recursos

naturais, visando o desenvolvimento económico e bem-estar das comunidades.

Neste âmbito, foi criado várias zonas de conservação dentro do território nacional,

conhecidas como a rede nacional das áreas protegidas, com a finalidade de

conservar a biodiversidade terrestre ou marinha da Guiné-Bissau, a fim de

salvaguardar os interesses da população local que também são partes da gestão e

conservação dos ecossistemas através do processo participativo.

Lei de minas e minerais

A Lei de Minas, Boletim Oficial nº 30 de 24 de Julho de 2000. Destina-se a

estabelecer as disposições que regulam os direitos relativos aos recursos minerais

do país, os regimes do seu aproveitamento, a competência para a execução e

fiscalização do cumprimento dos seus objectivos que são a prospecção, a mineração,

o tratamento e a comercialização dos recursos minerais no território nacional.

Esta Lei esta actualmente em revisão e fase da validação.

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A Lei que estabelece as bases para a protecção, fomento e exploração da

fauna selvagens

Foi recentemente publicada no boletim oficial. Esta lei prevê as medidas adequadas

no sentido de travar práticas nefastas e as formas de encorajar a participação

activa das populações locais e os diferentes actores na gestão racional dos recursos

faunísticos. Isto tendo em vista a sua perenidade.

Regulamento da pesca artesanal

Tem por objecto regulamentar as actividades da pesca artesanal no país, no quadro

da legislação aplicável, designadamente da Lei Geral das Pescas aprovada pelo

Decreto-lei No 4/94 de 2 de Agosto. O Regulamento de Pesca Artesanal em vigor

data de 1997. A sua aplicação requer a existência do plano de gestão artesanal. Este

documento define também as zonas de ordenamento da pesca artesanal.

Carta de Politica de Desenvolvimento Agrícola (CPDA)

Elaborado em 1997, estabelece a estratégia e prioridades nos domínios da produção

agro silvo pastoril e a pesquisa agrária. Tem por objectivos principais para o sector:

a garantia da segurança alimentar, o aumento e a diversificação das exportações

agrícolas, assegurar a gestão racional dos recursos e melhorar a qualidade de vida

da população.

Este documento apresenta de maneira coerente as diferentes políticas sub-

sectoriais (agricultura, pecuária e florestas) e as suas interacções com os outros

sectores, nomeadamente pescas, obras públicas, recursos naturais, ambiente,

educação, promoção do género e comércio. Analisando este documento de política,

constatamos que a agricultura é o sector que mantém uma relação mais estreita com

a desertificação, tendo em conta as pressões florestais devido à agricultura

itinerante a às desmatações para a plantação de cajueiros.

A nova politica florestal traduzida na CPDA, actualizado em 2002, visa

essencialmente a responsabilização da população e comunidades rurais em particular

na gestão dos recursos e dos espaços.

Projecto-lei de Base do Ambiente

Cientes que todas as pessoas têm direito a um ambiente humano ecologicamente

equilibrado e o dever de o defender, as bases da política do ambiente da Guiné-

Bissau, tem por fim optimizar e garantir a continuidade de utilização dos recursos

naturais, qualitativa e quantitativamente, como pressuposto básico de um

desenvolvimento durável.

Propõe princípios específicos, entres os quais, da prevenção, da precaução, do

equilíbrio ecológico, da participação da cooperação internacional e da

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responsabilização, permitindo assim a existência de um ambiente propício à saúde e

bem-estar das pessoas e ao desenvolvimento social e cultural das comunidades, bem

como à melhoria da qualidade de vida.

No seu Artigo 13°, alínea a), b) e c), propõe:

A defesa e valorização do solo como recurso natural, a adopção de medidas

conducentes à sua racional utilização, evitar a sua degradação e promover a melhoria

da sua fertilidade e regeneração, incluindo o estabelecimento de uma política de

gestão de recursos naturais que salvaguarde a estabilidade ecológica e os

ecossistemas de produção.

Condicionada a utilização de solos agrícolas de elevada fertilidade para fins não

agrícolas, bem como plantações, obras e operações agrícolas que provoquem erosão e

degradação do solo, o desprendimento de terras, encharcamento, inundações,

excesso de salinidade e outros efeitos perniciosos;

E impõe aos proprietários de terrenos ou seus utilizadores medidas de defesa,

valorização e restauração dos mesmos, nomeadamente a obrigatoriedade de

execução de trabalhos técnicos, agrícolas ou silvícolas, em conformidade com as

disposições em vigor.

2. Quadro institucional

Por motivo de instabilidade politica e institucional, das sucessivas remodelações

ministeriais, e da implicação transversal do tema, o Ministério da Agricultura e

Desenvolvimento Rural é o responsável da implementação da CCD, em colaboração

com a Secretaria de Estado do Ambiente e Desenvolvimento Durável.

Na qualidade de órgão de coordenação deste processo, a missão do MADR consiste

essencialmente em:

Facilitar e impulsionar a participação de todos os actores no processo de

elaboração do PAN;

Assegurar a coerência do PAN com outras estratégicas de planificação.

Ao longo dos anos diferentes instituições estatais e parceiras apoiaram a

implementação da CCD. Também, ao longo dos anos algumas actividades, foram

implementadas nesta área, à saber:

o Após a ratificação da Convenção, foi organizado um fórum nacional de reflexão

para colectar as diferentes opiniões a respeito do problema ambiental na sua

totalidade. No qual debateu-se muito a respeito da seca e o perigo dos efeitos

do sahélisation do país. Como base nos problemas citados, o antigo Ministério do

Turismo, Ambiente e Artesanato organizou em Fevereiro de 1996, a Primeira

Conferência Nacional do Ambiente sob lema “Ambiente e Desenvolvimento – um

futuro comum”. No qual foi acrescido a necessidade de reforçar a cooperação

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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bilateral um dos temas que foi abordado com um espírito de boa relação na

definição das acções comuns entre os países, casos da Guiné-Bissau e o Senegal

ameaçado pela seca dos países vizinhos. Por último, foram obtidos importantes

recomendações a respeito dos métodos de exploração dos recursos naturais

sobretudo para a floresta;

o A criação do Programa de Planificação Costeira em 1988, com objectivo principal

de promover o desenvolvimento sustentável na zona costeira em benefício da

população local. Este programa funciona em parceria com as diferentes

instituições estatais, ONG e organismos estrangeiros que se encontram no país.

O Programa de Planificação Costeira chama uma atenção especial à gestão dos

estuários do grande Rio Buba, Rio Cacine, e Rio Cacheu;

o Através deste, foi criado o Parque Natural Mangrove do Rio Cacheu, o Parque

Natural das Ilhas Orango e a Reserva da Biosfera do Arquipélago dos Bijagós, as

Células do Sistema de Informação Geográfica.

Por motivos da transversalidade da CCD, em Janeiro de 2002, o Governo da

Guiné-Bissau decidiu designar o ex-Ministério da Agricultura, Florestas, Caça e

Pecuária (hoje denominado Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento

Durável) como a estrutura profissional e governamental responsável da

formulação do PAN/LCD, o que culminou com a nomeação de um Ponto Focal.

Em Agosto de 2004, através de um Decreto Ministerial, a tutela da CCD foi a

atribuída ao Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, e o PF

reconfirmado. Neste sentido, foi criado um Órgão Nacional de Coordenação

(ONC), estrutura para a elaboração do PAN/LCD, composto por volta de 20

instituições, incluindo as ONGs e associações de base que trabalham directa ou

indirectamente no domínio do ambiente e dos recursos renováveis.

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Quadro 2: Lista das Instituições – chaves e parceiros Nacionais & Internacionais no âmbito da CCD e gestão ambiental

Direcções e Departamentos Ministeriais

Instituição Estrutura e/ou Divisão chave e/ou zonas de

intervenção

Missões e atribuições

Ministério da Agricultura e

do Desenvolvimento Rural

(MADR)

D.G. da Agricultura; D.G. da Floresta e fauna;

D.G. da Pecuária; D.G. de Serviço de Hidráulica

Agrícola; D.G. de Serviço de Protecção

Vegetal; GAPLA;

Gabinete de Planificação Costeira (GPC)

Responsável da implementação da politica do Governo nos

domínios da agricultura e Desenvolvimento Rural. Ocupa-se das

actividades de gestão das terras agrícolas, das florestas, da

caça e da pecuária, dos parques e áreas protegidas, da

biodiversidade e da pesca nas águas interiores.

GPC, é responsável do inventário e seguimento da

Biodiversidade. Também trata de questões ligadas ao

ordenamento do território e implementa os mecanismos de

seguimento e avaliação das acções ao nível do litoral.

Secretaria de Estado do

Ambiente e do

Desenvolvimento Durável

(SEADD)

D.G. do Ambiente; D.G. de Serviço do

Ambiente Urbano; D.G. de Serviço dos

Recursos Naturais; Gabinete de relações

Internacionais.

Responsável da definição da política ambiental do País. Sua

função é de propor ao Governo um programa e uma posição

nacional assim como orientações gerais na área do ambiente.

Ministério da Energia e dos

Recursos Naturais

(MERN)

Através da Direcção Geral de Geologias e

Minas;

Direcção Geral dos Recursos hídricos;

Encarregue da elaboração e implementação de politicas do

governo no domínio da energia, gestão e da exploração dos

recursos naturais não renováveis, nomeadamente petrolíferas,

mineiras e gasosas.

Participação nos estudos de vulnerabilidade dos recursos

hídricos e na sua estratégia de gestão.

Ministério dos Negócios

Estrangeiros e da

Cooperação internacional e

das Comunidades

Direcção da Cooperação internacional Ocupa-se da assinatura e ratificação ou aprovação das

Convenções Internacionais sobre o ambiente.

Ministério da Economia, Plano

e Integração Regional

(MEPIR)

Direcção Geral da Integração Regional;

Direcção Geral do Plano.

Responsável do seguimento de alguns projectos financiados pelos

parceiros bi e multilaterais

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Ministério do Comercio,

Industria, Turismo e

Artesanato

Direcção Geral do turismo; D.G. Comercio, D.G.

industria.

Encarregue da gestão das actividades comerciais, industriais e

turísticos em relação com o ambiente.

Ministério da Educação Direcção geral do ensino Responsável da Politica nacional do ensino. Actualmente (2010)

foi adoptado na ANP a lei de integração da educação ambiental

nos programas de ensino.

Ministério das Infra-

estruturas

Direcção Geral do Cadastro, Direcção Geral de

Ordenamento do território; Direcção Geral da

Meteorologia.

Responsável do ordenamento do território nacional e de

informação sobre o estado do clima.

Assembleia Nacional Popular

(ANP)

Comissão especializada para a agricultura,

ambiente, pesca, turismo e recursos naturais

É um órgão facilitador e de seguimento da implementação das

politicas sectoriais do Governo.

Laboratório e outras Estruturas

Instituição Estrutura e/ou Divisão chave e/ou zonas de

intervenção

Missões e atribuições

Laboratório Nacional de

Saúde Publica

Central e Regional

Pesquisa nos domínios da vigilância epidemiológica, pesquisa

biométrica, supervisão e controle de qualidade.

Laboratório Nacional de

Veterinária

Investigação no domínio da parasitologia, bacteriologia e

virologia

Laboratório de protecção

Vegetal

Diagnostico das pragas (doenças, insectos, ervas e aves).

Laboratório dos solos Analise dos solos

Instituições Publicas de Pesquisa e de Planificação

Instituição Estrutura e/ou Divisão chave e/ou zonas de

intervenção

Missões e atribuições

Instituto Nacional de

pesquisa Agrária

(INPA)

Dispõe de vários centros especializados

espalhados nas diferentes regiões do país: o

Centro de fruticultura de Quebo, o centro de

Coboxanque, o centro de produção animal de

Bissorã, o centro de Contuboel, entre outros.

Pesquisa agrária, dos ecossistemas florestais e frágeis, da

natureza dos solos e das espécies cultiváveis. Promove

programas de pesquisa, do arroz, da socioeconomia rural, das

técnicas agrícolas. Dispõem de uma larga amostra de variedades

cultiváveis e essências florestais, resultantes de programas de

cooperação com outros centros internacionais e sub-regionais.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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Instituto Nacional de

Investigação e Tecnologia

Aplicada

(INITA)

-

Desenvolve trabalhos pioneiros no domínio da vulgarização de

tecnologias alternativas, para o aproveitamento das energias

alternativas assim como no apropriamento de tecnologias de

racionalização de recursos naturais.

Centro de Investigação

Pesqueira Aplicada

(CIPA)

Divisão de avaliação e gestão de recursos

vivos; Divisão de tecnologias de pesca,

acolhimento de navios e técnicas e engenhos

de pesca; Divisão de estatística.

Sob-tutela da Secretaria de Estado das Pescas. É responsável

de investigação e pesquisa no domínio dos recursos halieuticose a

produção de dados científicos necessários a implementação de

um sistema de gestão durável dos recursos marinhos.

Instituto Nacional para o

Desenvolvimento da

Educação

(INDE)

-

Embora não seja a sua vocação, este instituto no quadro de

alguns dos seus programas, manteve uma colaboração com

algumas intervenções efectuadas no sector ambiental.

Nos diferentes níveis de ensino e em colaboração com a Editora

Escolar, produziu livros escolares com conteúdos ambientais.

Tem experiencia no quadro do programa sub-regional, conhecida

por “Programa Ambiental de Formação, informação e Educação”.

Instituto Nacional de

Estatísticas e Censos

(INEC) -

Preparação do recenseamento geral das populações, produção de

estatística nacional de produção, importação e exportação,

recolha e tratamento de dados a nível nacional e difusão dos

mesmos.

Instituto Nacional de

Estados e Pesquisa

(INEP)

Centro de Estudos de historia e antropologia

(CEHA); Centro de Estudos Socioeconómicos

(CESE); Centro de Estudos Ambientais e

Tecnologias Apropriadas (CEATA); Centro de

Documentação e Publicações (CEDOP);

Gabinete de Estudos e Projectos.

O INEP desenvolve pesquisa fundamental aplicada nos vários

domínios das ciências sociais, económicas e naturais aplicadas ao

ambiente.

Instituto da Biodiversidade e

das Áreas Protegidas

(IBAP)

O Parque Nacional Marinho João Vieira Poilão,

O Parque Natural dos Mangais do Rio Cacheu,

O Parque Natural das Lagoas de Cufada, O

Parque Nacional de Orango, A Reserva da

Biosfera do Arquipélago Bolama dos Bijagós

Encarregue da gestão das APs e da Conservação da

Biodiversidade a nível nacional. Coordena, orienta, implementa e

supervisiona a definição da politica nacional assim que a

execução das acções de protecção, conservação e preservação

da biodiversidade, das APs, dos parques e das reservas naturais.

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Entidades Especializadas

Instituição Estrutura e/ou Divisão chave e/ou zonas de

intervenção

Missões e atribuições

Célula (Sistema) de

Informação Geográfica

(SIG)

-

Responsável das análises espaciais e seguimentos do meio.

Intervêm na zonagem das diferentes Áreas Protegidas da Guiné-

Bissau, contendo importantes informações sobre o estado de

diferentes ecossistemas e do meio natural da zona costeira e a

respectiva evolução ao longo dos últimos anos. Esta Célula

concentra os seus trabalhos na metodologia de análise espacial

do ambiente no seio do Sistema de Informação Geográfica e a

cartografia da síntese do meio.

Célula de Avaliação de

Impacte Ambiental

(CAIA) Central e Regional

Sob tutela do Primeiro Ministro, tem por competência o

seguimento dos EIA, assegura a monitorização e aplicação de

medidas minimizadoras de impactos, assegura avaliação e emitir

pareceres sobre EIA.

Organizações Não Governamentais (ONGs) / Parceiros de Desenvolvimento/ organizações internacionais

Instituição Estrutura e/ou Divisão chave e/ou zonas de

intervenção

Missões e atribuições

AD, ALTERNAG, TINIGUENA

“Esta é a Nossa Terra”,

APRODEL, NANTINYAN, LVIA,

TOTOKAN, DIVUTEC, ANAG,

AMAE, ADPP, APALCOV, KAFO

Central e Regional

-Estudos, Inquéritos e Pesquisa no domínio ambiental e

transversais

CONACILSS, FIBA, WWF,

PRCM, UICN, SWISSAID, SNV,

CECI, Wetlands Internacional,

PNUD, FAO, OMS, BM, PNUE,

BAD

Nacional e sub-regional

- Estudos, Inquéritos e Pesquisa no domínio ambiental e

transversais;

-Potenciais Financiadores

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3. As actividades de Reforço das Capacidades

Caixa 1: No domínio dos Projectos e Planos Criação do Projecto Agro-silvo-pastoril (PASP), em 1992: Para a gestão das florestas

comunitárias com a participação da população local, e implementação para o reforço das capacidades

de gestão e seguimento, inventario dos recursos florestais e na técnica de utilização de fornos

melhorados;

Criação do Projecto de Carbonização em 1997;

Criação do Projecto PACIPE (Programa de Assistência Técnica a Comunicação e Informação sobre

a Protecção do Ambiente, em 1997: Sobre a sensibilização das populações rurais sobre o perigo da

pratica das queimadas sobre a vida do Homem;

Projecto AGIR (Programa Regional de Apoio a Gestão Integrada dos Recursos Naturais),

Criação do Projecto de Vulgarização de fogões melhorados;

Criação do PECA em 1992, cuja execução é feita pela UICN e pelo Ministério da Educação

Nacional;

Criação do Projecto de Apoio à Pesca Artesanal Durável no Rio Grande de Buba, tendo como

componentes, o apoio às comunidades através de créditos para a pesca, gestão de recursos

pesqueiros e seguimento científico através do CIPA;

A elaboração de Planos de Desenvolvimento Integrado da Reserva da Biosfera Bolama Bijagós

(RBBB) e do sector de Cubucaré, de maneira a promover a harmonia entre o desenvolvimento e a

conservação;

Elaboração e publicação de mapas de ocupação do solo a escala 1/200.000 assim como mapa do

ambiente físico e socioeconómico da zona costeira à escala 1/500.000, todos em colaboração com o

Géosystèmes;

Elaboração da cobertura (Cartografia) ambiental do Arquipélago dos Bijagós a 1/50. 000.

Projecto sobre a Degradação de Terras, com o objectivo de reforçar as capacidades na matéria

de gestão sustentável de terra. Preconiza contribuir na mitigação da degradação da terra através

de capacidade institucional e individual assim como pela integração de gestão sustentável de terra

nas estratégias de desenvolvimento nacional;

Projecto de Reabilitação do Sector Agrário e Rural (PRESAR), com o objectivo de relançar a

produção agrícola através de reabilitação e ordenamento hidroagrícola e das infra-estruturas

rurais, reforço das capacidades das organizações camponesas e das estruturas de enquadramento

nas zonas de intervenção do projecto. Estima-se em aproximadamente 600.000 habitantes, o

número de beneficiários deste projecto;

Projecto sobre Degradação das Terras, O objectivo deste projecto é de reforçar as capacidades

nacionais na matéria de gestão sustentável de terra. A longo prazo preconiza contribuir na

mitigação da degradação da terra através de reforço de capacidade institucional e individual assim

como pela integração de gestão sustentável de terra nas estratégias de desenvolvimento nacional

com o propósito de melhorar as condições de vida das populações guineenses. Neste projecto

almeja-se que: o Plano de Acção Nacional de Luta Contra Desertificação (PAN/LCD) seja

terminado; as capacidades institucionais, técnicas, organizacionais e legais do país na matéria de

GST/LCD sejam reforçadas; seja harmonizada e integrada a GST/LCD nas

políticas/projectos/programas/planos de desenvolvimento; o plano de investimento a médio prazo

de GST/LCD seja desenvolvida e executada; seja estabelecida a gestão e aprendizagem adaptada.

Projecto de Reabilitação Rural e Desenvolvimento Comunitário (PRRDC), tem por objectivo lutar

contra a pobreza no meio rural, através da melhoria das condições de vida e dos rendimentos da

população alvo (mulheres, jovens) e promover a gestão durável dos Recursos Naturais. O Reforço

das capacidades das populações, é uma das componentes principais do projecto.

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Caixa 2: No domínio das estruturas de apoio à planificação, circulação de

informação e formação

Criação de Rede Nacional da Planificação Costeira;

Criação de Escola de Verificação Ambiental em Suzana, Varela, Orango e Bolama;

Existência de Casas do Ambiente e da Cultura em Bubaque, Suzana e Iemberem;

Formação de quadros nacionais no domínio ambiental tanto no exterior como no país

ligados às áreas protegidas, zonas húmidas, SIG e aos processos participativos;

Formação e Informação sobre o Ambiente/PFIE, em 1993;

Programa Regional Costeira e Marinha (PRCM), levou a cabo algumas actividades de

formulação em princípios de co-gestão dos recursos naturais nas zonas protegidas;

CAF (Centro de Analise e de Formação), financiado pela Fundação para o Reforço das

Capacidades em África (ACBF), leva a cabo formações praticas sobre análise das políticas

económicas e sociais.

Caixa 3: No domínio das publicações e comunicação

No domínio das publicações e comunicação.

Publicação regular de brochuras, boletins sobre temas ambientais, gestão de recursos e

património natural tais como: Palmeirinha, Revista Matu Malgós de Tiniguena, Jornal ECO

de Alternag, Notícias da Planificação Costeira, Calendários e Postais da Tiniguena;

Realização de debates radiofónicos, palestras e emissões em rádios comunitárias;

Elaboração e difusão do relatório técnico da Planificação Costeira com directrizes

específicas para áreas terrestres e aquáticas assim como as directrizes de carácter

regional (TUFES);

Com o apoio da CILSS, uma campanha de informação e sensibilização foi engajada, com

a distribuição de mais de 500 exemplares da CCD em todo o país;

4. Participação nas Convenções regionais e internacionais

A Guiné-Bissau assinou e ratificou muitas Convenções ambientais regionais e

internacionais, a saber:

Convenção e protocolo sobre a protecção da camada de ozono;

Convenção sobre a poluição atmosférica a longa distância;

Convenção de Ramsar sobre as zonas húmidas de importância particular;

Convenção sobre o comércio internacional de espécies da fauna e flora selvagens

ameaçadas de extinção (« CITES »);

Convenção de Estocolmo sobre os poluentes orgânicos persistentes (« POP »);

Convenção de Roterdão sobre o procedimento de anuência prévia no caso de

certos produtos químicos (« PIC »);

Convenção que cria a União Internacional para a Conservação da Natureza

(UICN);

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Convenção relativa à conservação das espécies migratórias selvagens;

Convenção de Basileia sobre o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos;

Convenção de Aarhus sobre a participação no processo de tomada de decisão e o

acesso à justiça no âmbito do ambiente;

Convenção sobre a avaliação de impacto ambiental no contexto transfronteiriço;

Convenção sobre os efeitos transfronteiriços de acidentes industriais;

Convenção UNESCO para a protecção do património mundial, cultural e natural;

Protocolo de Cartagena sobre a segurança biológica;

Protocolo de Quioto sobre as alterações climáticas.

5. Colaboração entre países afectados Partes

Política Comum para a Melhoria do Ambiente (PCMA)

A assinatura do Tratado da União Económica e Monetária da África Ocidental

(UEMOA), a 10 de Janeiro por Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger,

Senegal e Togo marcou a vontade destes países de criar uma base económica sólida

para a moeda comum Francos CFA e estabelecer um mercado regional vasto capaz

de gerar economia de escala em prol do desenvolvimento económico da região. A

Guiné-Bissau aderiu a união no dia 2 de Janeiro de 1997.

O Protocolo Adicional nºII do Tratado, relativamente as políticas sectoriais, define

as orientações de uma Política Comum para a Melhoria do Ambiente (PCMA):

A luta contra desertificação;

A protecção dos recursos naturais e da biodiversidade;

A melhoria do ambiente no meio rural e urbano;

A exploração das energias renováveis e particularmente a energia solar;

A luta contra a erosão costeira.

Esta política integra a preservação dos ecossistemas, da biodiversidade e do clima ;

a gestão dos recursos florestais e da fauna selvagem; a gestão de poluentes e riscos

e a gestão dos recursos hídricos.

No quadro da sua elaboração entraram em linha de conta com as acções já

realizadas e a realizar pelos diferentes actores e instituições nacional e sub-

regional que trabalham directamente ligados ao ambiente e ao desenvolvimento

durável. A PCMA tem por objectivo inverter as tendências de degradação e de

redução dos recursos naturais; inverter a degradação dos meios e de quadro de vida;

manter a biodiversidade.

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Organização para a Valorização do Rio Gâmbia (OMVG)

A Guiné-Bissau aderiu, juntamente com o Senegal, Gâmbia e a Guiné-Conakry, a

organização para a Valorização e Aproveitamento do Rio Gâmbia (OMVG), cujo

objectivo principal é a valorização dos recursos naturais das bacias hidrográficas

dos rios Gâmbia, Geba/ Kayanga e Corubal/ Koliba. Tudo isso, no quadro da

integração nas actividades levadas a cabo na sub-região no sentido de melhorar a

vida das populações dos países membros desta organização no combate a pobreza

Livro Branco de CEDEAO/UEMOA sobre energia

Para os 15 países que compõem a Comunidade Económica dos Estados da África

Ocidental (CEDEAO), o atingir dos objectivos do Milénio para Desenvolvimento até

ao horizonte 2015 é uma prioridade constante nos planos nacional e regional. Neste

âmbito os parceiros do desenvolvimento assumiram os seus compromissos em ajudar

a atingir estes objectivos.

O objectivo da política regional para melhorar o acesso aos serviços energéticos

modernos é permitir a mais de metade da população de ter acesso a estes serviços

até o ano 2015; ou seja permitir mais de 36 milhões de famílias e 49 milhões de

localidades de ter acesso a estes serviços.

Política Comum de Agricultura

A necessidade de conceber um quadro de política agrícola regional para a África

Ocidental, assenta-se no tratado revisto pela CEDEAO adoptado no dia 24 de Julho

de 1993, onde é preconizado os objectivos esperados de uma cooperação entre os

Estados-Membros nos seus domínios e estipula no seu parágrafo (h) que os Estados-

Membros comprometem-se a cooperar na “adopção de uma política agrícola comum, (…) ”. Esta disposição inscreve-se doravante num contexto em profunda evolução, e

constitui o segundo aspecto da diligência em curso.

Por além dos compromissos formais inscritos no Tratado revisto, a concepção de

uma política sectorial agrícola à escala da África Ocidental responde, para as

instâncias de decisão nacionais e regionais os cinco desafios essenciais, que não

podem ser assumidos integralmente pelas políticas agrícolas nacionais:

A Estratégia Regional das Áreas Protegidas Marinhas (APM)

Esta iniciativa é encorajada por seis países da sub-região da África Ocidental

(Cabo-Verde, Gâmbia, Guiné-Conakry, Guiné-Bissau, Mauritânia e Senegal) no âmbito

do programa PRCM (Programa Regional de Conservação Marinha) apoiado por quadro

das organizações que intervêm no domínio ambiental, na África Ocidental,

nomeadamente UICN, WWF, FIBA e Wetlands Internacional. Este documento

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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estratégico, traças as orientações estratégicas destinadas a guiar os intervenientes

da zona costeira, no que respeita às áreas protegidas marinhas dos países da nossa

sub-região, para os próximos 20 anos. A Guiné-Bissau, através dos seus governantes

assinou uma declaração de política geral, que engaja os países a participarem de

forma conjunta, na gestão das áreas protegidas e dos recursos partilhados a nível

da sub-região.

Este programa com a sua estratégia, contribuirão também na implementação da

convenção contra a desertificação, assim como na luta contra a ameaça desse flagelo

e da degradação da terra.

A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD)

A Guiné-Bissau faz parte desta iniciativa continental da nova parceria para o

desenvolvimento. Um plano de acção ambiental está disponível nesse quadro.

Especificamente se pretende com este plano:

Contribuir para a implementação do NEPAD através da execução da sua iniciativa

ambiental;

Promover a utilização durável dos recursos, reforçar o apoio público e político

das iniciativas ambientais regionais e sub-regionais.

Um dos aspectos importante desse plano de acção ambiental do NEPAD, é a luta

contra a desertificação e a seca, que ameaça seriamente a vida das populações do

sul do Sahara. Dois pontos importantes merecem relevo:

Luta contra a degradação de solos, a seca e a desertificação e;

Reforço e apoio a implementação da CCD, através de melhoramento das

condições existentes.

6. Relação entre CCD com outros Planos de Acção

A partir data de assinatura e ratificação pela Guiné-Bissau das Convenções do Rio

(Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, Convenção das

Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica e Convenção das Nações Unidas sobre

a Luta contra a Desertificação), os sucessivos governos vêm preocupando com a

integração da gestão sustentável dos recursos naturais e do ambiente nos seus

programa e políticas, principalmente nos sectores de agricultura, pesca e energia.

Foram elaborados muitos documentos estratégicos de gestão sustentável dos

recursos naturais e do ambiente, entre as quais:

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Plano de Luta contra a Desertificação (PAN/LCD), publicado em Dezembro de

2006

A Guiné-Bissau, é um dos países signatários da Convenção das Nações Unidas de

Combate a Desertificação. Este documento emanado da Conferencia do Rio de 1992,

convida as partes contratantes à elaborarem o Plano de Acção Nacional de Luta

Contra a Desertificação (PAN/LCD). Actualmente a Guiné-Bissau esta na fase de

finalização e validação do seu plano da acção, as razões que originaram este

atraso, vem dos problemas de instabilidade politica e institucional, e a falta de

recursos financeiros.

O processo de elaboração do PAN/LCD, foi participativo, envolvendo toda a camada

da sociedade guineense (instituições estatais, ONG‟s, Associações de base). A

primeira etapa consistiu no diagnóstico em quatro regiões naturais do pais (Norte,

Sul, Leste e o Arquipélago dos Bijagós), que permitiu recolher as principais

preocupações das populações concernente a gestão dos recursos naturais e a ameaça

de degradação da terra. Paralelamente a este diagnóstico, foi realizado estudo

sócio-économicos, jurídico e institucional.

O primeiro fórum de lançamento da elaboração do PAN/LCD foi realizado em Bissau

em Setembro de 2004 com os seguintes objectivos:

Obtenção dum consenso sobre os prenúncios, as razões, causas e consequências

subjacentes à degradação das terras na Guiné-Bissau,

Identificar domínios importantes e prioritários para a elaboração do PAN/LCD e

a interface entre estes domínios e programas estratégicos ou quadros de

concertação e de dialogo pertinentes,

Definição de metodologias apropriadas à elaboração do PAN/LCD duma forma

participativa e implicando todos os actores.

O Órgão de Coordenação nacional (ONC), foi criado segundo o artigo 9º do anexo

para África da Convenção e tem “um papel de incentivador na elaboração,

implementação e avaliação do PAN”.

Antes, da institucionalização do ONC, foi elaborado em Janeiro de 2003 o programa

indicativo 2003-2004, para elaboração do Plano de Acção Nacional da Luta Contra

Desertificação, que foi submetido ao financiamento dos parceiros de

desenvolvimento, que reagiram positivamente nomeadamente o CILSS, PNUD, FAO,

PNUE etc

A nível do país, o ONC foi instituído no dia 15 de Março de 2003, depois de várias

reuniões de concertação entre as instituições vocacionadas. A sua composição é

multidisciplinar e multi-sectorial e é composto por representantes de várias

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instituições que fazem parte do mecanismo colectivo de pilotagem do processo de

elaboração do PAN/LCD.

Plano Nacional de Gestão Ambiental (PNGA)

Estabelece a politica nacional sobre a conservação e o desenvolvimento sustentável,

assentes nos princípios de igualdade e equidade, precaução, ambiente e

desenvolvimento sustentável, preservação, protecção e valorização do património

natural e constituído, responsabilidade de toda a sociedade e que o ambiente não

reconhece fronteiras. Existe uma estratégia para o combate a gestão deficiente dos

recursos naturais que influenciaram a redução da cobertura vegetal no processo de

salinização das águas, na erosão costeira e a degradação dos solos.

Plano Director das Pesca

O sector das pescas, para alem deste Plano, possui todo um quadro legal (leis,

decretos…) que permite uma boa gestão de um dos mais importantes recursos

naturais do país.

Este Plano prevê, no quadro da exploração dos recursos pesqueiros, um melhor

aperfeiçoamento do sistema de controlo e fiscalização da pesca, um sistema de

seguimento científico e de gestão destes recursos e algumas medidas visando a sua

utilização durável.

Plano Director da Planificação Costeira

O Plano Director da Zona Costeira, elaborado no quadro do Programa da Planificação

Costeira (UICN/MDRA-DGFC, 1993), tem como objectivo definir as directrizes que

conduzam a um desenvolvimento durável da zona costeira no seu todo, isto que dizer

garantir uma exploração correcta e durável dos recursos naturais e do ambiente.

Este Plano está orientado não só para o desenvolvimento da zona costeira, mas,

também, para a conservação dos recursos naturais, ecossistemas costeiros e da

diversidade biológica.

O Plano Director da Zona Costeira tem orientado as suas acções na:

Ocupação do solo e do espaço com vista ao seguimento e evolução dos diferentes

ecossistemas;

Proposta de criação e gestão das áreas protegidas com vista à conservação da

biodiversidade e a manutenção dos recursos genéticos;

Comunicação e educação ambiental as populações;

Intercâmbio de informações através de redes de especialistas (Planificação

Costeira, Áreas Protegidas, Pescas).

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O Plano Director da Zona Costeira é implementado no quadro do Programa da

Planificação Costeira em parceria com a UICN, as instituições públicas

nomeadamente: Ministério da Agricultura, Florestas e Pecuária, Ministério dos

Recursos Naturais e da Energia, Ministério das Pescas e do Mar, INEP, INITA e as

ONG‟s nacionais.

Plano Director Florestal (Plano de Acção Florestal Nacional)

Este documento data de 1991 e esta actualmente em revisão. Estabelece uma análise

da situação na base da qual são definidos as politicas, estratégias e objectivos a

atingir para uma utilização durável dos recursos florestais, também estão definidos

os meios necessários para a sua aplicação.

O Plano de Acção Florestal, ainda recomenda os eixos principais para uma politica

durável, propões medidas especificas para reforço da capacidade institucional do

sector assim como a criação no âmbito da organização nacional do território das

unidades de conservação representativas das diferentes zonas biogeográficas da

Guiné-Bissau.

Os eixos prioritários da política florestal recomendada pelo Plano Acção

Florestal são:

Gestão agrária, a definição legal do espaço florestal independentemente do seu

estatuto, sua delimitação, criação de um observatório agrário;

Elaboração e implementação de um plano director de desenvolvimento florestal

comunitário participativo e descentralizado em proveito das colectividades

locais;

Redução da pressão sobre as florestas de acordo com a intensificação da

agricultura e a criação de gado, para estimular a melhoria dos solos;

Melhorar a gestão florestal a través da sua conservação, valorização e a

regeneração;

Atribuição de um valor mais representativo em madeira ainda não cortada,

implementando disposições fiscais e aduaneiras;

Implementação de um programa pragmático de investigação ao longo prazo sobre

os ecossistemas frágeis.

Programa de Acção Nacional de Adaptação aos efeitos Negativos das Mudanças

Climáticas

O Programa de Acção Nacional de Adaptação aos efeitos Negativos das Mudanças

Climáticas (PANA) foi financiado pelo Fundo Mundial do Ambiente e Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (FMA/PNUD) a fim de assistir aos Países

Menos Avançados na identificação das actividades prioritárias para responder as

suas necessidades imediatas e as preocupações mais urgentes no que concerne à

adaptação aos efeitos negativos das mudanças climáticas.

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Plano Director da Água

É manifesto que a preocupação do Governo para a gestão sustentável dos recursos

em água é ampliada pelo Código da água. Preconizados neste Plano Director mais

igualmente conveniente para a conservação do ambiente, são os objectivos

seguintes: Protecção da qualidade da água:

Racionalização do uso da agua em harmonia com os outros recursos naturais, a

organização do território e o equilíbrio ecológico;

Elaboração do plano de organização da agua em sinergia com as bacias

hidrográficas, a nível nacional;

Promoção da cooperação internacional em matéria de gestão dos recursos

hídricos.

Nota-se uma fraca participação da cooperação sub-regional no domínio da água, onde

actualmente a predominância dos aspectos económicos, são tidos mais em conta, em

relação aos aspectos sociais e ambientais.

Plano Director do Turismo

Este documento não prevê um ordenamento deste sector, mas contém um conjunto

de propostas de ampliação de infra-estruturas turísticas, algumas das quais, com

possibilidades de localização em áreas muito sensíveis e susceptíveis de criar

conflitos como florestas sagradas, o que justifica o imperativo da sua actualização.

Importa assinalar que o Plano Director do Turismo evidencia bem os perigos que a

pratica de um turismo de massa pode representar para a biodiversidade em

particular e o ambiente no geral.

Quadro Estratégico da Segurança Alimentar

O objectivo geral do quadro estratégico da segurança alimentar é de assegurar o

acesso dos guineenses, a qualquer momento, aos alimentos necessários para ter uma

vida sã e activa. Ainda pretende criar condições para uma segurança alimentar

duradoura a nível nacional e regional e reduzir estruturalmente a pobreza e as

desigualdades sócias na Guiné-Bissau

Oito linhas de intervenção prioritárias constituem os objectivos específicos do

quadro estratégico da segurança alimentar e de luta contra a pobreza na Guiné-

Bissau, e são apontadas seguidamente:

1. Aumento da produção e da produtividade agrícola e alimentar;

2. Diversificação e o desenvolvimento das culturas agrícola e alimentar;

3. Desenvolvimento da criação de animais de ciclo curto;

4. Modernização e a intensificação da pesca artesanal;

5. Reforço das capacidades das organizações de agricultores e as estruturas de

apoio a produção, bancos de crédito, equipamentos;

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6. Reforço do sistema de alerta precoce e funcionalidade de um dispositivo de

intervenção;

7. Criação de um sistema eficiente de troca de produtos agropecuária e de pesca

entre e intra comunidades;

8. Criação de actividades geradoras de emprego e rendimento.

Plano Geral Urbanístico da Cidade de Bissau

Os espaços verdes são, nas condições climáticas da Guiné-Bissau, um dos factores

na qualidade de vida das populações. O Plano Geral Urbanístico da Cidade de Bissau

(PGUB) é o único plano disponível quando se refere à maior cidade da zona costeira.

Ele propõe a criação e manutenção de zonas verdes, por conseguinte estas areas são

formadas por uma ampla gama de diversidade florestal e de plantas.

O PGUB recomenda que as zonas húmidas e terras baixas (“bolanhas”), dentro e fora

dos limites de Bissau sejam ocupadas com culturas vocacionadas e a zona verde da

cidade, por exemplo, os mangais do litoral de Bissau. Também recomenda a

manutenção, o ordenamento do espaço verde existente (granjas e outros) e a

formação de zonas, devendo insistir-se na rigorosa protecção das já existentes e na

plantação rigorosa de novas árvores ao longo das avenidas e ruas.

Estratégia Nacional e Plano de Acção de Conservação da Biodiversidade

Este instrumento estabelece as directrizes nacionais, temas e áreas de intervenção

nacional relativas à conservação e uso sustentável da diversidade biológica no quadro

da implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica; Também estabelece

como objectivos nacionais à protecção dos ecossistemas, arborização e

repovoamento florestal, optimização dos recursos hídricos, exploração de novas

fontes energéticas, luta contra a erosão dos solos e costeira, reforço de

participação da sociedade civil tendo como base a educação e formação ambiental…

Este Plano contempla 8 temas prioritários relacionados com a Desertificação, à

saber:

Durabilidade económica;

Durabilidade das florestas;

Áreas Protegidas (terrestres, marinhas, costeiras e zonas húmidas);

Durabilidade pecuária;

Diversidade das Pescas;

Educação, formação e sensibilização

Pesquisa, e;

Aspectos legais e institucionais

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Documento da Estratégia Nacional de Redução da Pobreza (DENARP)

A estratégia de luta contra pobreza (DENARP) decorre das decisões procedentes

do estudo prospectivo a longo prazo cujo horizonte é fixado à 2025 como nos outros

países-membros do CILSS. Neste documento, é indicado que o desenvolvimento da

Guiné-Bissau dependerá da erradicação da pobreza, e para tal, seria necessário ter

em conta não somente os aspectos macroeconómicos, mas também os aspectos

sociais, humanos, ambientais e institucionais. Isto significa que as perguntas como a

boa Governação, a luta contra a corrupção, o respeito dos direitos do homem, a

igualdade entre os sexos, o reforço das capacidades institucionais, a melhoria da

oferta dos serviços sociais, o aumento da produção agrícola e das pescarias, a

preservação do ambiente, etc.… devem ser considerados.

Os seus objectivos a longo prazo inscrevem-se nos compromissos internacionais e

nacionais definidos durante vários encontros incluindo a declaração do milénio, a

conferência Países Menos Avançados, a cimeira mundial sobre o desenvolvimento

sustentável, etc.

7. Recursos financeiros disponíveis

A Guiné-Bissau é constantemente confrontada com problemas de financiamentos

duráveis a todos os níveis. Em matéria de luta contra a desertificação, a

aplicação das acções identificadas requer a mobilização de importantes meios

financeiros complementares.

O Governo criou em diversos sectores fundos nacionais para dispor de recursos

financeiros que permitem apoiar as iniciativas comprometidos em certos

domínios (Fundo de Mineração, Fundo de Turismo, Fundo de Fomento Florestal,

etc.). Por outro lado poderão ser mobilizados pequenos fundos provenientes das

pescas e da pecuária.

A nível multilateral, existem outras fontes de financiamentos que poderão ser

explorados para obtenção de fundos para o combate a desertificação e a

degradação da terra. O 10º FED (2008-2013) que já está em curso, dispõe de 22

biliões de FCFA para 77 países e ACP incluindo a Guiné-Bissau. Estes fundos

poderão ser aplicados nos programas nacionais e regionais, sobretudo do

programa a nível da CEDEAO e da UEMOA.

O GEF 5, que ainda em estado de aprovação prevê 1.500.000 USD para a Guiné-

Bissau no que concerne a degradação de terras. Este recurso poderá ser aplicada

na implementação de actividades relativas a CCD.

De salientar que os principais parceiros multi-lateral do país no sector de

desenvolvimento rural e da Agricultura entre os anos 1999-2002 são a União

Europeia (EU), o Banco Africano do Desenvolvimento (BAD), o PNUD, a FAO, a

UEMOA e a BOAD.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

Por: Aissa Regalla

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A nível bi-lateral o país contou com apoios da China, Suécia, a Dinamarca,

Portugal e CDI.

No entanto, como a capacidade do Governo para mobilização de fundos é

extremamente fraca, urge a necessidade de elaborar e levar a efeito uma

estratégia de financiamento duradouro das actividades de gestão dos recursos

naturais e do ambiente, susceptível de captar financiamentos de diferentes

fontes. Entretanto, importa conceber um mecanismo financeiro que facilita a

colaboração entre o Governo, associações de comunidades de base, as ONG, o

sector privado e os doadores. Este instrumento deveria facilitar mobilização dos

recursos financeiros necessários para apoiar a implementação das acções

identificadas na CCD.

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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V. ANALISE DA SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A IMPLEMENTAÇÃO DA CCD NA GUINÉ-

BISSAU

Quadro 3: Pontos fortes, pontos fracos e necessidades de capacitação ao nível individual, institucional e sistémico

POLITICO & LEGISLATIVO

Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Existe uma nova dinâmica na

especialização dos juristas na

área ambiental.

- Existe poucos juristas especializados em legislação

ambiental internacional ao nível nacional;

- Não existe uma estratégia de implementação da

legislação pelo que os esforços são muito limitados.

- Reforço das capacidades individuais em

matéria de legislação ambiental para

melhorar o quadro legislativo e facilitar a

futura implementação das Convenções;

- Reforçar as capacidades institucionais em

matéria de legislação ambiental;

- Promover um núcleo nacional de juristas,

legisladores e negociadores especializados

nas Convenções, acordos internacionais e na

gestão do ambiente global;

- Velar pelo respeito e cumprimento das

diferentes convenções, acordos e tratados

internacionais assinados e ratificados pelo

país no domínio do ambiente;

- Necessidade de actualizar o Plano Acção

Nacional Florestal;

- O quadro legal necessita ser reviso,

ampliado, reforçado para uma melhor

implementação das Convenções;

- Reforço das capacidades e dos

conhecimentos dos decisores, negociadores

e planeadores do desenvolvimento em

função da revisão e controlo da

implementação da CCD e outras Convenções

de Rio;

Institucional

- Existem alguns juristas dentro

das instituições responsáveis do

ambiente;

- Existe no seio da ANP, uma rede

de Parlamentares para o ambiente,

cuja função é apoiar na adopção

das leis ambientais;

- Existência da rede de eco-

jornalistas, rede de escolas

ambientais, rede nacional de

jovens para a protecção do

ambiente, rede das Áreas

Protegidas;

- Existência do Órgão Nacional de

Coordenação (ONC).

- Insuficiência de instituições com intervenção na

fiscalização e controlo para o cumprimento das

obrigações da CCD e outras Convenções de Rio;

- O ONC é actualmente inoperacional;

- Problema de vulgarização dos textos de maneira que

não existe apropriação e também a não aplicação das

mesmas;

- Certas leis e textos regulamentares, jurídicos e

institucionais metem muito tempo a serem

apropriados;

- Instabilidade dos quadros institucionais e as

diferentes mudanças de Ministérios e serviços

encarregues das questões ambientais não facilitam a

capitalização das diferentes acções empreendidas de

maneira que há uma perpétua repetição das mesmas

actividades.

Sistémico - Actualmente existe um quadro

legal favorável à implementação da

CCD e das Convenções de Rio.

- O perfil e capacidades insuficientes dos

responsáveis da elaboração dos quadros legislativos

para o ambiente ao nível estratégico;

Relatório do Perfil Temático na área da Desertificação/ Degradação das Terras na Guiné-Bissau

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- O domínio ambiental não esta fortemente incluído no

DENARP;

- Em termos de legislação existem leis ambientais

incompletas e/ou pouco implementadas, outras muitos

desactualizadas que não são especificas do domínio;

- Uma parte considerável da legislação nacional

precisa de mecanismos de regulamentação e

fiscalização.

- Aprovar urgentemente no conselho dos

ministros e depois na ANP propostas de

Leis, tais como, LBA, LAA, Lei Florestal,

etc.

ORGANIZACIONAL

Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Existência de Pontos Focais para

as três Convenções, cujo perfil

técnico corresponde as

necessidades e exigências da CCD;

- O PF para a CCD esta sedeado no

MADR, havendo ainda um PF

adjunto na DGA;

- A sinergia entre os PFs das três Convenções é muito

fraca;

- O nível de implementação das três Convenções

ocorre separadamente e não esta no mesmo nível;

- Estabelecimento de sinergias entre as

Convenções;

- Reforço das capacidades técnicas, de

enquadramento dos PFs no contexto da CCD

e das outras Convenções;

- Não obstante a existência de

conhecimento gerais de alguns técnicos,

mostra-se uma necessidade urgente de

especializações em vários domínios

ambientais tais como GDS, seguimento e

avaliação dos indicadores de impacte;

- Reforço das capacidades das Entidades

responsáveis da implementação e

seguimento da CCD e dos seus parceiros

técnicos;

- Reforço de Capacidades da DGA, enquanto

Instituição chave e politica para a

coordenação, implementação e criadora de

sinergia entre as três Convenções;

- Melhorar a coordenação e a concertação

entre os diferentes actores;

- Criação de um núcleo de assessoria

Institucional

- Existência de estruturas

responsáveis da convenção e

gestão ambiental:

DGFF/DGAgricultura, DGA, CAIA,

IBAP, CEATA/INEP, INITA,

ONGs nacionais e internacionais;

- Existência de iniciativas de

reforço das capacidades;

- Existência de instrumentos:

Planos Estratégicos, Planos de

Gestão;

-Existe uma complementaridade

entre as estruturas dos

Ministérios e instituições que

exercem neste domínio. Cada um

- A instabilidade Governativa, provoca mutações

estruturais constantes e reorganizações frequentes,

o que não favorece a continuidade e provoca

recomeços constantes;

- Dificuldade de integração de jovens na função

publica a espera de uma reforma global, que tem por

consequência a existência de pessoal já de certa

idade;

- Subaproveitamento das capacidades existentes,

indigitados para outras funções;

- Limitações de funcionamento devido a falta de

pessoal especializado e restrição dos meios

financeiros;

- Existe uma necessidade de actualizar os

documentos estratégicos de forma a melhor organizar

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Por: Aissa Regalla

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contribui ao seu nível na luta

contra a degradação dos solos e

desertificação.

e identificar as linhas prioritárias de implementação e

continuidade da CCD;

- Fraca coordenação entre o Ministério da

Agricultura e Desenvolvimento Rural como

responsável pela implementação da CCD e os serviços

de outros departamentos;

- Fraca de cooperação e coordenação entre os

parceiros de desenvolvimento rural;

- Fraca de motivação dos executivos (salários muito

baixos e condições de trabalho) e baixa capacidade de

cumprir correctamente suas funções;

- Excesso de pessoal não qualificado e executivo (em

particular a nível central);

- Fraqueza da logística e do funcionamento do ONC.

técnica especializada de alto nível, junto a

MADR e da SEADD/DGA para reforço das

capacidades das estruturas e parceiros

estratégicos da CCD e outras convenções. O

núcleo será especializado nas negociações,

gestão, seguimento das Convenções.

- Existe uma necessidade em reforço de

capacidades do ponto de vista institucional

seria formar mais técnicos para preencher

o défice e melhor equipar as diferentes

estruturas em meios materiais.

Sistémico - Existência de estratégias

nacionais de desenvolvimento

sustentável e de redução da

pobreza;

- Existência de mecanismos de

coordenação e instrumentos para

a implementação da Convenção

CBD, ONC

- É necessário melhorar o enquadramento das

Convenções ao nível desses instrumentos através de

actividades transversais que fortaleçam

implementação da política ambiental e das

Convenções;

- Fraca integração entre estratégias nacionais para a

implementação da CCD e as outras Convenções;

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FORMAÇÃO

Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Muitos quadros jovens integram

a esfera económica do país, ao

nível das empresas privadas e

ONGs.

- Consciência crescente sobre a

problemática do ambiente.

- Falta de quadros médios e técnicos em alguns

departamentos da função pública;

- Ausência de uma politica nacional de formação de

quadros especializados, assim sendo os esforços são

individuais e de difícil acesso;

- Falta de uma capitalização das formações e

capacitações realizadas ao nível nacional e local (falta

de base de dados nacionais);

- Limitações para o trabalho em equipa;

-Limitações de conhecimentos teóricos e práticos dos

conceitos e da metodologia participativa como

ferramenta fundamental para a participação das

comunidades locais na implementação das Convenções

de Rio;

- As acções de reforço das capacidades dos projectos

e programas ejectadas na Guiné-Bissau não são

específicos a degradação dos solos.

- Estratégia nacional de formação e

capacitação na implementação e seguimento

das Convenções ambientais, aos vários

níveis: formal e académica (médio e

superior), profissionalizante e de

capacitação especializada;

- Capacitação das associações de base,

agricultores;

- Formação Gestão sustentável das terras,

Protecção dos recursos naturais, Técnicas

de recuperação das terras degradadas

- Reforço das capacidades de planificação e

desenvolvimento estratégico ligadas com as

Convenções ambientais de Rio

- Reforçar as capacidades dos decisores e

planeadores estratégicos em matéria da

implementação da Convenção;

- Capitalização e divulgação ao nível nacional

e local dos conhecimentos e resultados da

implementação das Convenções;

- Aumentar a intervenção do CAF a nível de

formações nos domínios ambientais.

Institucional

- Desenvolvimento de varias

iniciativas de reforço das

capacidades institucionais para a

implementação das Convenções.

- Ausência de promoção do pessoal, nota-se em certas

instituições quadros médios responsáveis de serviços

onde existem quadros superiores;

-Fraco enquadramento da CCD no interior dos

programas e projectos institucionais sectoriais;

- Falta de uma capitalização das formações e

capacitações realizadas ao nível nacional e local;

Sistémico

-Existência do Centro de Analise e

Formação (CAF) na Primatura;

- Capacidades limitadas em matéria de gestão

ambiental. O perfil dos decisores é limitado em

matéria ambiental e no contexto da Convenção;

- O CAF, intervêm na área económica a social tem

pouca participação na área ambiental,

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INVESTIGAÇÃO

Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Mais formações dos quadros nas

áreas especializadas: biologia,

sociologia, geografia;

- Os especialistas integram instituições que não

utilizam a concertação estratégica e abordagem

integrada nem interdisciplinar;

- Falta de associação com capacidades para (pesquisa,

desenvolvimento e capacitação).

- Criar iniciativas de integração de

cientistas numa rede interdisciplinar, de

investigação nacional e internacional para a

abordagem da problemática da gestão

ambiental.

- Elaborar e implementar Programas de

investigação com reforço das componentes

inventários, funções dos ecossistemas,

gestão dos Recursos Naturais, Conservação

Sustentável, em função das orientações e

exigências das Convenções do Rio;

- Capitalizar experiencias existentes;

- Identificar das áreas de convergência

para a investigação integrada

Institucional

- Os investigadores das

Instituições são Freelancers, o

que lhes permite de adquirir mais

experiências;

- o processo e a dinâmica de degradação das terras

são parcialmente estudados mas insuficientes, pois

não existe instituições de pesquisa especializada na

área;

- Os investigadores das Instituições são Freelancer,

deixando assim em segundo plano as suas actividades

ao nível das instituições que representa;

- Inexistência de instituições universitárias de

pesquisa a nível nacional.

Sistémico

- Forte colaboração da Guiné-

Bissau com outros países a nível

regional e internacional, nos

trabalhos de pesquisa.

- Limitações no aproveitamento das oportunidades de

investigação ao nível regional e global;

- Limitações nas sinergias dos programas nacionais e

regionais.

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PARTICIPAÇÃO nas CONVENÇÕES & COOPERAÇÃO Internacional Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Existências de Pontos Focais

para as diferentes Convenções;

-As competências nacionais, não conseguem

desbloquear os fundos que são destinadas e

disponíveis para a Guiné-Bissau, quer porque não estão

bem informados, ou não têm o controlo dos

procedimentos e os mecanismos ou ainda porque não

são capazes de conceber projectos negociáveis para

chegar a estes fundos.

- Desenvolver programas de cooperação

sub-regional e internacional em matéria do

ambiente e capitalizar os já existentes;

- Promover a participação de técnicos

nacionais a nível internacional na definição

das grandes directrizes em matéria da

recuperação, protecção e conservação do

ambiente;

- É necessário reforçar as capacidades dos

técnicos na elaboração de projectos

relevantes para mobilizar os recursos

disponíveis a fim de poder beneficiar das

vantagens ligadas a estes acordos.

Institucional

- Forte representação dos

Ministérios nas reuniões e

encontros sub-regionais e

mundiais.

-Cola-se o problema de ancoragem da CCD em relação

as outras Convenções. Tendo em conta que o PF da

CCD não depende da mesma tutela que as outras

Convenções de Rio;

- Conflito de interesses em relação a tutela das

Convenções;

- Insuficiência técnica na elaboração dos planos

nacionais.

Sistémico

-Forte adesão da Guiné-Bissau a

iniciativas sub-regionais

relacionadas com a CCD (CILSS,

OMVG, NEPAD);

- Várias iniciativas são

implementadas graças ao apoio

técnico e financeiros dos

parceiros ao desenvolvimento BM,

UE, BAD, etc.

-Os Governos não incorporaram suficientemente as

recomendações, princípios e directrizes saídos dos

diálogos após Rio nas planificações nacionais;

- Fraca participação da Guiné-Bissau nas esferas de

tomada de decisão relativas as Convenções;

-Fraca capacidade nacional em angariar fundos

destinados aos sectores prioritários;

- As Organizações intergovernamentais sub-regionais,

como a UEMOA e a CEDEAO não são suficientemente

informados dos diferentes processos para

desempenhar as suas funções de animador e promotor

nos seus países membros.

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RECURSOS FINANCEIROS

Níveis Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades

Individual

- Existência de varias fontes de

financiamento, fundações, ONGs,

sector privado

-Fraca de capacidade técnica na elaboração de

projectos para mobilizar fundos existentes ;

- A inexistência de um quadro de concertação que

permita aos quadros das diferentes instituições

propor planos de trabalho e desenvolver iniciativas de

busca de financiamento;

- Fraca comunicação e divulgação das fontes possíveis

de financiamento entre os actores

- Necessário criar um sistema de apoio

efectivo duradouro por parte dos doadores;

- Estabelecer um dispositivo permanente de

implicação dos doadores na implementação

da CCD;

- Identificar os principais pólos de

mobilização dos recursos financeiros

necessários para a implementação das

acções identificadas no CCD

- Criação do FNLCD para financiamento das

acções

Institucional

- Existência da possibilidade de

elaboração de um plano de

financiamento para a mobilização

de fundos.

- Departamento de orçamento é muito limitado;

- Ineficiência e desvio de fundos autónomos.

Sistémico

- Aspectos sócio-ambientais são

considerados prioritários ao nível

dos doadores.

- Problema relativo ao acompanhamento do Estado, em

matéria de pagamento das contrapartidas financeiras

nacionais; A contrapartida do Estado aos projectos bi

e multilaterais são raramente pagas;

- As contribuições do Estado perante as Convenções

são fracamente cumpridas;

- PFs „as vezes‟ utilizam os próprios fundos.

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Quadro 4: Actores implicados na Degradação das terras e na

Desflorestação Categoria de actores Responsabilidades

Estruturas do Estado (Ministérios)

- Ambiente e Desenvolvimento Durável

- Agricultura e Desenvolvimento Rural

- Pesca

- Energia e Recursos Naturais

- Obras publicas e infra-estruturas

- Plano

- Saúde

- Educação

- Transporte e comunicações

- Fraqueza e não aplicação da

legislação e dos regulamentos

- Fraco conhecimento dos recursos e da

dinâmica dos sistemas ambientais

- Gestão centralizado e não participativa

dos recursos

- Falta de enquadramento da população e

dos pequenos produtores agrícolas

- Fraca e/ou falta de vulgarização

- Insuficiência de pessoal e/ou motivação

do pessoal

- Insuficiência dos meios financeiros,

logísticos e materiais

- Impunidade ou ausência de sanções

- Falta de seguimento e controle

- Má Governação

Produtores rurais

-Agricultores

- Criadores de gados

- Caçadores

- Pescadores

- Exploradores dos recursos não

lenhosos

- Exploração irracional dos recursos

- Falta de criatividade e de inovação

- Procura de benefício fácil

- Actividade informal

ONGs

- Insuficiência de expertise

- Falta de enquadramento da população e

dos produtores agrícolas

- Fraca e/ou falta de vulgarização

- Insuficiência de pessoal

- Insuficiência dos meios financeiros,

logísticos e materiais

- Má gestão

Sector Privado

-Exploração florestal não planificado e

mal executado

- Fraco interesse para a gestão durável

dos recursos naturais

- Procura de beneficio fácil

- Ausência de estudos de impactes

ambientais

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Categoria de actores Responsabilidades

Parceiros ao Desenvolvimento

- Lentidão na mobilização dos fundos

para a implementação dos projectos e

programas

- Fraco interesse para os projectos da

grande envergadura e de longo prazo

- Financiamento condicionado pelos

riscos políticos (instabilidade, guerras…)

-Desconfiança na gestão dos fundos e

dos projectos pelos nacionais

- Complexidade dos Mecanismos de

financiamentos

Quadro 5: Domínios prioritários para o reforço das capacidades (resumo) Gestão das terras Gestão florestal

Acções transversais

Legislação

Textos de aplicação da Lei fundiária e o Código florestal

Vulgarização da Lei fundiária e do Código florestal

Nível institucional

Quadro de concertação dos actores implicados na gestão das terras e das

florestas (Ministérios e actores não governamentais)

Capacidades técnicas, financeiras e institucionais das organizações dos

produtores e das estruturas de apoio (ONG e serviços técnicos) para uma melhor

gestão das terras e florestas e a diversificação das actividades geradoras de

rendimento

Reforço e formação dos efectivos da CCD com o propósito da coordenação das

diferentes acções efectuadas no domínio das terras e das florestas

Apoio financeiro e logístico ao CCD para a recolha, a gestão e o seguimento dos

dados

Formação/Educação/Sensibilização dos actores

Elaboração dos projectos elegíveis junto dos fundos internacionais ou

mecanismos financeiros sobre a luta contra a degradação das terras e a

desflorestação

Gestão participativa e descentralizada dos recursos naturais

Boa governação ambiental

Identificação e diversificação das actividades geradoras de rendimento

Estruturação/Organização das comunidades de base e as iniciativas locais de

desenvolvimento

Utilização das energias alternativas

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Acções especificas

Legislação e regulamento em matéria

de ordenamento das terras

Zonagem das terras

Acompanhamento permanente do

processo degradação das terras

Controlo do processo de degradação

das terras

Melhoria da produtividade dos

ecossistemas degradados e

protecção dos ecossistemas

ameaçados

Restauração e reabilitação das terras

degradadas

Desenvolvimento das acções de

reflorestação

Zonagem das florestas

Facilitar os modos de vida baseados

na exploração dos recursos naturais

(promoção das Florestas das

comunidades locais, etc.)

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VI. SINERGIA ENTRE AS TRÊS CONVENÇÕES

As três Convenções do Rio, Biodiversidade, Mudanças Climáticas e Desertificação

têm como objectivo comum a protecção do ambiente. No âmbito das suas

implementações a nível nacional várias acções foram realizadas pelos diferentes

actores e nos diferentes domínios. As questões inter-sectoriais são importantes

pois são transversais entre as três convenções. É importante os tratar

conjuntamente, em vez de isoladamente no âmbito de cada convenção.

A boa implementação da CCD é dependente da aplicação das outras Convenções, ou

seja:

Cientes que:

O objectivo da CCD é a luta contra a desertificação e a atenuação dos efeitos da seca nos países gravemente afectados pela seca ou desertificação, em particular na África, no quadro de uma abordagem integrada, com vista a contribuir na instauração de um desenvolvimento sustentável nas zonas afectadas.

E sabendo que:

- A Biodiversidade e particularmente a diversidade florestal age sobre o clima e os solos, e desta forma constitui um elemento importante contra a seca. - Os factores que provocam as alterações climáticas são de origem antropicas, e podem ser atenuados responsabilizando os homens sobre as pressões que exercem no ambiente.

Expondo isso, quer se demonstrar que para uma boa compreensão das políticas

estratégicas e planos de desenvolvimento, tem que se abordar o princípio da

interdisciplinaridade.

Neste contexto e tendo em conta as obrigações dos países partes, surge a

necessidades da busca de sinergia para a boa coordenação das acções em virtude

das 3 Convenções, a fim de evitar duplicações. Então existe uma necessidade da

adoptar uma abordagem integrada em termos de realização conjunta de certas

actividades.

Programas de pesquisa científica comuns e troca de informações contínuos,

permitiriam atingir os objectivos atribuídos a cada Convenção. A análise das 3

Convenções mostra que existe vários pontos comuns, nomeadamente:

Elaboração de planos de Acção e de Estratégias Nacionais multissectoriais;

Colecta, análise e troca de informações;

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Transferência de tecnologias e a cooperação cientifica e técnica;

Educação e a sensibilização da população;

Formação e a promoção das competências nacionais; e

Medidas de incitação económica e social.

Apesar da existência destes pontos comuns, não se observa a sinergia esperada na

implementação das Convenções. Para mais eficácia, uma melhor sinergia entre os

instrumentos e mecanismos das diferentes Convenções é necessário, na preocupação

de racionalizar a utilização dos recursos disponíveis, de reduzir os repetidos

empregos.

Tendo em conta as vantagens/constrangimentos acima citados, pode-se constatar

que existe Seis (6) exigências das convenções sobre o ambiente que criam

oportunidades de sinergia:

1. Estabelecimento de uma base de informação;

2. Estabelecimento de uma escala de prioridades;

3. Desenvolvimento de estratégias e planos de acções;

4. Implementação dos Planos de Acção;

5. Seguimento, e;

6. Elaboração e difusão dos relatórios e dos resultados.

Na Guiné-Bissau, todas estas exigências não se encontram na implementação das

diferentes Convenções. Com efeito, existe uma grande disparidade entre as

Convenções.

No intuito de remediar aos problemas identificados a nível do diagnóstico, e com

base nas experiências vividas, um conjunto de soluções e recomendações podem ser

considerados aos níveis institucionais, humanos, financeiros e informativos:

Implementar um quadro de concertação e de coordenação entre os pontos focais

das Convenções;

Avaliar as necessidades no reforço das capacidades a nível nacional e local,

nomeadamente em matéria de negociações e de implementação dos Acordos

Ambientais Multilaterais;

Organizar campanhas de informação visando os decisores políticos para

favorecer a integração dos objectivos das Convenções nos planos de

desenvolvimento do país;

Harmonizar os métodos de divulgação de informações relativas as 3 Convenções;

Favorecer a pesquisa científica, e a troca de experiencia.

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VII. CONCLUSÕES A instabilidade Política e institucional ao longo da última década, causou

mutações estruturais constantes e reorganizações frequentes ao nível dos quadros

regulamentares, jurídicos e institucionais. As diferentes mudanças de Ministérios e

Serviços encarregues pela gestão das questões ambientais não facilitaram a

capitalização das diferentes acções empreendidas, que teve por consequência a

demora na implementação da CCD. Isto tudo ligado a insuficiência das capacidades

nacionais de assumir convenientemente todos os compromissos acordados pela

Guiné-Bissau.

Ainda nota-se um grande desfasamento entre o momento da elaboração da versão

preliminar da PAN/LCD (2006) e que actualmente esta na fase de aprovação.

As necessidades nacionais em matéria reforço de capacidades para a preservação

das terras e florestas são múltiplas e complexas. Tendo em conta a interactividade

que existe entre os diferentes parâmetros ambientais, os melhores resultados

poderão ser atingidos com base na utilização de uma abordagem integrada que

permita um melhor conhecimento da dinâmica ambiental e controlo dos parâmetros,

graças à uma formação apropriada. Para o efeito, um acento específico deveria ser

posto sobre a formação dos formadores para que estes, por sua vez com uma agenda

planificada e concertada que engaja os principais actores, forme e mobilize outros

actores interessados no processo de preservação dos recursos do solo e florestas

e/ou a sua reabilitação e restauração no caso de degradação. Os intercâmbios de

experiências sobre o saber local, deveriam ser incentivados durante este processo

de formação graças às viagens/visitas de estudos.

As capacidades nacionais, ainda não estao preparadas, na medida em que o reforço

das capacidades neste domínio não teve muita atenção por parte de sucessívos

governos. Esta fraqueza das capacidades nacionais traduz-se concretamente na:

Insuficiência dos instrumentos jurídicos e políticos;

Insuficiência qualitativa e quantitativa dos recursos humanos na área do

ambiente;

Falta de mecanismos de coordenação, integração e concertação entre as

estruturas técnicas inter-institucionais;

Falta notória de equipamentos adequados (equipamentos dos laboratórios,

materiais de experimentação, recolha dos dados etc.);

Progressiva diminuição dos recursos financeiros devido aos baixos níveis de

participação nas esferas de tomada de decisões;

A falta de sinergias na implementação entre as diferentes Convenções de

Rio;

O processo de ANCR, na sua fase preliminar, necessita de uma identificação das

necessidades e as prioridades de reforço de capacidades do país nos domínios

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ambientais e gestão dos recursos naturais. Isto constitui uma grande oportunidade,

para corrigir os erros do passado e relançar o processo a fim de garantir o reforço

das capacidades nacionais em prol da continuação da aplicação da CCD.

VIII. RECOMENDAÇÕES

A vontade política e a boa governação supõem que o quadro político, económico,

legislativo, regulamentar, os mecanismos de responsabilização nos quais os indivíduos

e as instituições trabalham, sejam melhorados. Neste contexto propõe-se algumas

recomendações:

Melhorar a comunicação e a colaboração entre os organismos e os indivíduos e

promover a participação dos sectores da sociedade na realização dos objectivos

ambientais, por uma melhor sensibilização, aquisição dos conhecimentos e

participação, e maior transparência;

Formar quadros superiores e médios em domínios ambientais especializados;

Fornecer melhores sistemas de informações, uma melhor infra-estrutura e

melhores equipamentos para apoiar o trabalho dos departamentos ministeriais;

Remediar aos problemas sob representação dos guineenses nas instituições sub-

regionais e internacionais;

Valorizar as experiências da sub-região no domínio da gestão das florestas e dos

recursos naturais, caso particular, da gestão das Áreas Protegidas, das florestas

comunitárias, etc;

Criar estruturas de investigação especializadas em silvicultura, GDS, seguimento

e avaliação dos indicadores de impacte;

Melhorar o desempenho do Ministério do Ambiente como um todo, os seus meios

de funcionamento para torná-lo mais eficaz, mais eficiente e mais apto à

mudança; incluindo a gestão, a planificação estratégica;

Instaurar programas e projectos num espírito de boa governação;

Melhorar a cooperação e a coordenação entre os grupos ou departamentos no

Ministério;

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Reforçar as sinergias entre as Instituições estatais, institutos de pesquisa,

entidades especializadas, ONGs e o movimento associativo, para uma melhor

complementaridade das suas acções no domínio da CCD;

Com o intuito de reforçar os saberes existentes, seria recomendável que seja

organizado jornadas de informação e de sensibilização para vulgarizar a CCD,

como acontece nos outros países do CILSS. O governo deverá por conseguinte

definir uma estratégia nacional de comunicação em direcção a população e o

mundo rural, em particular;

Associar as ONGs em todas as etapas do processo de pilotagem e de

implementação da CCD, para que possam apropriar a CCD;

A Luta Contra a Desertificação tem um custo que ultrapassa a capacidade

financeira do Estado; A Guiné-Bissau deve por conseguinte, desenvolver uma

ofensiva em relação aos seus parceiros bilaterais e multilaterais, lhe permitindo

de constituir um fundo nacional para elaborar e implementar todas as acções

relativas a CCD;

Implementar ou criar um sistema de Informação sobre a Desertificação, que

permitira um seguimento regular das ameaças da seca, em colaboração com todas

as instituições afins e com o intuito de ter dados permanentemente actualizados

sobre a evolução do ambiente;

Necessidade de sensibilizar permanentemente a opinião pública nacional de um

modo geral e em particular as comunidades rurais afectadas, das causas e dos

efeitos da seca e da desertificação, como também envolvê-las no processo da

defesa do meio ambiente;

Manter regular recolha, tratamento e divulgação da informação meteorológica,

hidrológica, previsão de secas, etc;

Melhorar a capacidade de gestão e fiscalização ambiental;

Avaliar de forma integrada os recursos da terra, para assegurar a protecção e a

conservação do solo, nos locais e regiões mais críticos;

Educar as crianças e adolescentes em idade escolar para as consequências do

desequilíbrio ecológico;

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ANEXOS

ANEXO 1: TERMOS DE REFERÊNCIA

INVENTÁRIO DAS NECESSIDADES PRIORITÁRIAS DE REFORÇO DE

CAPACIDADES PARA A GESTAO DE AMBIENTE NACIONAL E MUNDIAL

1. Contexto

Na Guiné-Bissau, no quadro de implementação das diferentes convenções da geração

de Rio nomeadamente às convenções relativas a biodiversidade, a luta contra a

desertificação e as mudanças climáticas, a componente reforço das capacidades

ocupa um lugar prioritário. Esta prioridade está consubstanciada no Plano Nacional

de Gestão Ambiental (PNGA), designadamente no seu 14˚ programa consagrado ao

reforço de capacidades para a gestão do Ambiente.

Não obstante esta vontade política, as capacidades humanas e institucionais

continuam insuficientes. Tem-se verificado também uma má coordenação das

intervenções ligadas aos conflitos de competências e uma insuficiência de meios

permitindo as diferentes instituições ministeriais de executar e/ou de coordenar

eficazmente as acções de desenvolvimento durável. Esta situação se constata

igualmente ao nível das organizações da sociedade civil e do sector privado.

O reforço das capacidades é feito não sobre as necessidades reais e prioritária,

mas em função das oportunidades oferecidas. A problemática de reforço das

capacidades apresenta-se sob duas perspectivas. De uma parte, coloca-se uma série

de obstáculos ao reforço das capacidades e da outra parte, uma ausência de

definição das necessidades reais em reforço das capacidades baseada em programas

elaborados.

No entanto, não existe programa coordenado que leve em conta os aspectos

intersectoriais, com as prioridades claramente definidas para o reforço das

capacidades ambientais em Guiné-Bissau. A esta constatação, junta-se o carácter

não explicito dos programas sectoriais de reforço das capacidades quanto a tomada

em conta do ambiente, particularmente a gestão do ambiente mundial.

É para preencher esta lacuna e apoiar a Guiné-Bissau a reforçar suas capacidades à

todos os níveis para uma melhor implementação das três convenções do Rio, que está

a ser implementado graça ao apoio financeiro e técnico do PNUD/FEM, o projecto

Autoavaliação Nacional das Capacidades a Reforçar (ANCR) cujo objectivo principal

é de avaliar as capacidades nacionais para gerir o ambiente mundial.

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2. OBJECTIVOS DO ESTUDO

O objectivo visado pelo estudo é a realização de um ponto de situação sobre a

implementação da convenção de ........................................e as necessidades de reforço

de capacidades.

3. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se do estudo, os seguintes resultados:

Uma síntese das exigências da convenção sobre.....................e das obrigações do

país no capítulo desta convenção bem como as possibilidades e as vantagens que

ela oferece;

Um inventário das actividades nacionais passadas e em curso ligadas aos

sectores de intervenção da convenção;

Uma análise detalhada das forças e os obstáculos em matérias de capacidades

nacionais para responder as obrigações da convenção e para tirar partido das

possibilidades oferecidas pela convenção;

Uma análise das necessidades prioritárias do país em matéria de capacidades nos

planos individual, institucional e sistémico a respeito da convenção;

Uma síntese das ligações entre as prioridades nacionais ambientais e de

desenvolvimento durável e o sector de intervenção da convenção tudo em

insistindo sobre as questões das capacidades;

Uma lista preliminar das acções possíveis de reforço das capacidades para

responder as necessidades prioritárias;

Uma identificação e exame das questões intersectoriais (forças e obstáculos).

4. TAREFAS DO CONSULTOR

Para a realização do estudo o consultor nacional será recrutado para fazer o ponto

de situação. O consultor produzirá uma síntese dos dados e informações existentes

ao nível local e nacional sobre os obstáculos e as necessidades em reforço das

capacidades individuais, institucionais e sistémicos e efectuará uma priorisação

inicial.

De forma específica, o consultor terá como tarefa:

o Fazer o ponto de situação em matéria de reforço das capacidades em:

Enumerando as disposições da convenção;

Analisando os diferentes tipos de actividades empreendidas em matéria de

reforço das capacidades e de formações;

Examinando todas as avaliações em curso ou já feitas em fazendo as ligações

com os programas e estratégias em curso;

Elaborando um relatório sobre a situação actual em termo de reforço das

capacidades.

o Fazer o ponto de situação sobre a implementação da convenção em :

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Identificando as forças e os obstáculos ligados à execução das

obrigações contidas na convenção;

Identificando as forças e os obstáculos ligados à gestão do ambiente

nacional que afectam a contribuição do país para a gestão do ambiente

mundial;

Elaborando um relatório sobre a situação actual em termo de

implementação da convenção e esboçar a situação desejada;

Identificando as partes interessadas e seus papeis na implementação da

convenção.

o Preparar as consultas regionais com a coordenação do projecto;

o Animar as consultas regionais;

o Realizar as priorisações dos domínios;

o Assistir ao atelier da avaliação aprofundada

5. QUALIFICAÇĂO REQUERIDA

O Consultor deve possuir as seguintes qualificações:

Ser titular de um diploma universitário em ciências do ambiente, em ciências

sociais ou em planificação;

Ter um bom conhecimento do processo de implementação da convenção

de...........em Guiné-Bissau;

Ter uma experiência no domínio de consultoria relativamente a.....................;

Saber ler francês/inglês e conhecer o Sistema das Nações Unidas serão as

vantagens.

O consultor deve estar imediatamente disponível para iniciar o trabalho.

6. DURAÇÃO E CUSTO DA CONSUTORIA

A consultoria durará 30 dias úteis à contar da data de assinatura do contrato. O

custo aplicável será aquele em vigor ao nível do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento.

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GRUPOS TEMÁTICOS

TAREFAS ESPECÍFICAS

No quadro de implementação da actividade n˚3 – Revisão de Dados e Informação

Existentes – grupos temáticos por convenção chave (mudanças climáticas,

biodiversidade e luta contra a seca e desertificação) serão estabelecidos pelo CRP.

Com ajuda dos consultantes nacionais, cada um dos grupos temáticos de trabalho

produzirá o ponto de situação sobre:

a) Tudo o que o país fez para implementar as convenções e a maneira de as

vulgarizar e seus impactos;

b) As políticas e leis incluindo a forma de as controlar;

c) As instituições e organizações implicadas;

d) Os projectos e programas em curso;

e) As formações em gestão ambiental e sua adequação em às necessidades do país

para uma eficiente gestão nacional e mundial.

De seguida os grupos temáticos de trabalho identificarão os obstáculos em

capacidades ao nível sistémico, organizacional e individuais que poderão estar na

base da falha na implementação das convenções e uma boa gestão dos recursos do

ambiente.

Resultado Esperado:

Ponto de situação e uma síntese dos dados e informações existentes sobre os

obstáculos e as necessidades de reforço de capacidades individuais, institucionais e

sistémicos

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ANEXO 2: Lista dos documentos legais (Leis, decretos e regulamentos)

Matéria Titulo do Diploma Data e N° do

Boletim Oficial

Ambiente

Criada a Comissão Nacional de Higiene do Meio Ambiente 02.10.82 - No. 40

Criação do CETA - Centro de Estudo e Tecnologia Apropriada 05.09.88 - No. 30

Cria o Conselho Nacional do Ambiente 23.03.92 - No. 12

Extingue o Conselho Nacional do Ambiente e cria a Conferencia Nacional do Ambiente 07.10.96 - N0. 41

Agua Aprovado o Código de Aguas 17.09.92 - No. 37

Cria o Conselho Nacional de Aguas. Comité internacional das Aguas e Comité Técnico das Aguas. 05.10.92 - No. 40

Áreas

Protegidas

Lei-quadro das áreas protegidas 26.05.1997– Nº21

Decreto de Criação do Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu 04.12.2000– Nº49

Decreto de Criação do Parque Natural das Lagoas de Cufada 04.12.2000– Nº49

Decreto de Criação do Parque Nacional Marinho João Vieira-Poilão 23.08.2000– N°34

Decreto de Criação do Parque Nacional das ilhas de Orango 04.12.2000– Nº49

Caça Insere disposições a observar quanto a caca de toda a fauna selvagem por um período de dois anos 09.08.75 - No. 32

Aprova o regulamento de caça 17.05.80 - No. 20

Energia Determina que, doravante e acessoriamente com o seu objectivo principal, compete a PETROGUIN, EP - Empresa

Nacional de Pesquisa e Exploração petrolíferas, promover o aproveitamento dos mineiros já confirmados no pais

28.08.95 - No. 35

E aprovado o Estudo Regulador das Actividades de Importação e Distribuição por grosso de Produtos Petrolíferos. 04.03.96 - No. 10

Floresta

Indica sanções relativas a devastação das florestas por meio de queimadas e incêndios 20.05.78 - No 20

Indica sanções relativas a devastação das florestas por meio de queimadas e incêndios 09.06.87 - No 23

Aprova a Lei Florestal 29.10.91 - No 43

Aprova o regulamento do fundo florestal 04.11.91 - No 44

Aprova o regulamento de taxação Florestal 04.11.91 - No 44

Autorizado a Direcção Geral de Florestas e Caca a elaborar com a SOCOTRAM um contrato de concessão de gestão e

aproveitamento florestal

06.11.95 - No 45

Elaborado um anteprojecto de Regulamento de Gestão de Floresta Comunitária 31.03.97 - No 13

Pescas

Delimita o mar territorial e a zona económica exclusiva 20.05.78 - No 20

Aprova o estatuto da Junta dos Portos da Guiné-Bissau 04.07.83 - No 27

Aprova-se as alterações introduzidas nas tabelas que indica do livro de Tarifas do Portos da Guiné-Bissau 04.07.83 - No 27

Criado um grupo de trabalho para proceder ao estudo com vista ao saneamento das empresas pesqueiras 14.03.81 - No 11

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Delimita o mar territorial da Republica da Guiné-Bissau e a Republica da Guiné. 17.05.85 - No 19

Fixa fronteiras marítimas entre a Republica da Guiné-Bissau e a Republica da Guiné 17.05.85 - No 19

Aprovado a Lei Geral sobre Pescas 29.03.86 - No 13

Regulamenta a Lei Geral sobre a pesca 26.04.86 - No 17

Ratifica a convenção relativa a criação de uma comissão sub-regional das Pescas assinada aos 29 de Marco de 1995, em

Dakar, Senegal

24.06.92 - No 25

Aprova a Lei Geral das Pescas 02.08.94 - No 31

Aprovar : a) A convenção visando a criação de uma Comissão Sub-regional da Pescas ; b) A convenção relativa a

determinação das condições de acesso e de exploração dos recursos haliêuticos ao largo das costas dos estados

membros da comissão sub-regional das Pescas ; c) A convenção sobre a Cooperação sub-regional na pratica do Direito de

Perseguição Marítima, d) A adenda a convenção de 29 de marco de 1985 visando a criação da comissão sub-regional das

Pescas

04.12.95 - No 31

Aprovado o Plano de Gestão de Recursos Pesqueiros da Guiné-Bissau para 1996 10.06.96 - No 24

Estabelece os princípios gerais da política de aproveitamento dos recursos haliêuticos nacionais 02.09.96 - No 36

A efectivação de um serviço de fiscalização permanente ou ocasional das actividades pesqueiras dentro da Zona

Económica Exclusiva.

30.09.96 - No 40

Regulamento da Pesca Artesanal 26.05.1997–Nº 21

Regulamento da Comissão de fiscalização Marítima - FISCMAR 02.06.1997–Nº 22

Minas Aprova Código de Minas 15.08.94 - No 33

Pedreiras Fixa o regime de explorarão de Pedreiras 29.0386 - No 13

Regulamenta algumas normas contidas no decreto-lei No 86, de 29 de Marco que fixa o regime de exploração das

pedreiras.

30.12.87 - No 52

Solo Determina o regime fiscal e Disciplinar de Ocupação de terras 09.11.92 - No 45

Cysne, M.: Lista de legislação Nacional em vigor com relevância ambiental. Doc.apresentado na Conferência sobre Legislação ambiental (27

de Março de 1998)

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ANEXO 3: Projectos de Diplomas

Projectos de Leis e

Regulamentos

Lei da Terra - Aprovada pela ANP em Marco de 1998,já está ratificada e publicada

Lei sobre o Mangal

Ante Projecto Lei da Fauna

Anterior a independência - Regime jurídico da conservação, gestão e exploração da fauna bravia (caca)

Regulamento da Pesca Desportiva

Regulamento de funcionamento da conferencia Nacional do Conselho de Ministros para Assuntos

Ambientais e Comité Técnico Internacional para o Ambiente.

Proposta de Decreto de Criação do Comité Nacional MAB

Proposta de Decreto de Criação da Reserva de Biosfera do Arquipélago de Bolama-Bijagos.

Proposta de decreto de Criação do Parque Nacional marinho-insular João Vieira-Poilão. Cysne, M.: Lista de legislação Nacional em vigor com relevância ambiental. Doc.apresentado na Conferência sobre Legislação ambiental (27

de Março de 1998)

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ANEXO 4: Lista de Convenções assinadas pela Guiné-Bissau

A) Lista de Convenções assinadas pela Guiné-Bissau

Convenções Data de entrada em

vigor Convenção sobre o Comercio Internacional de Espécies

Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens

14.08.90

Convenção Sobre as Zonas Húmidas de Importância

Especialmente como Habitat de Aves Selvagens

14.05.90

A Lei do Mar 16.11.94

Convenção sobre a Protecção do Património Mundial

Natural e Cultural

em vigor

Convenção sobre o Controle de Movimentos

Transfronteiriços de lixos Perigosos e a sua Eliminação

(Base)

em vigor

Convenção sobre a Conservação de espécies Migradoras

da Fauna Selvagem

01.09.95

Convenção sobre a Diversidade Biológica 27.10.1995

Convenção sobre Mudanças Climáticas 27.10.1995

Convenção de Combate a Desertificação 27.10.1995

B) Principais Convenções Regionais e Sub-Regionais

Convenções Estatuto na Guiné-

Bissau Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e

os Recursos Naturais

Não está em vigor

Convenção sobre a importação de lixos Perigosos em

África e o Controle do seu Movimento Transfronteiriços

Não está em vigor, mais

foi assinada em 03.06.91

Comunidade Económica Africana Não está em vigor, mais

foi assinada em 03.06.91

Convenção para Cooperação na Protecção e

Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro na

África Ocidental e Central

Está em vigor

Convenção sobre operações Cooperativista de Execução

dirigida em Contra ao Comercio Ilegal de Fauna e Flora

Selvagem

Está em vigor

Comunidade Sul-africana do Desenvolvimento Está em vigor

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BIBLIGRAFIA

B

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C

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Livro Branco de CEDEAO/UEMOA sobre Energia - Une politique régionale

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