52
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL Versão Simplificada DO ESTADO DE 2013 MAPUTO, MARÇO DE 2015

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO

RELATÓRIO E PARECER

SOBRE A CONTA GERAL

Versão Simplificada

DO ESTADO DE 2013

MAPUTO, MARÇO DE 2015

Page 2: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

1

LISTA DE ABREVIATURAS

AFU’s - Adiantamento de Fundos

ANE – Administração Nacional de Estradas

AR – Assembleia da República

BIRD – Banco Mundial

BM - Banco de Moçambique

BT’s – Bilhetes do Tesouro

CBRT - Conta Bancária de Receita de Terceiros

CGE – Conta Geral do Estado

CUT – Conta Única do Tesouro

CUT-ME – Conta Única do Tesouro em Moeda Estrangeira

DAF – Direcção de Área Fiscal

DNPE – Direcção Nacional do Património do Estado

DNT – Direcção Nacional do Tesouro

ECMEP – Empresa de Construção e Manutenção de Estrada e Pontes

EDM - Electricidade de Moçambique

e-SISTAFE – Sistema Informático de Administração Financeira do Estado

FARE – Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia

FEMATRO – Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários

FIPAG – Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água

FMI – Fundo Monetário Internacional

HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

HIV/SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

IDA - Associação Internacional de Desenvolvimento

IGEPE – Instituto de Gestão das Participações do Estado

IRPC - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas

IRPS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado

MAF - Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos

MINT – Ministério do Interior

Page 3: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

2

MISAU – Ministério da Saúde

OE – Orçamento do Estado

PARP - Plano de Acção para a Redução da Pobreza

PES - Plano Económico e Social

PPP’s – Parcerias Público Privadas

RPCGE – Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado

SISTAFE - Sistema de Administração Financeira do Estado

STP-D - Subsistema do Tesouro Público da Despesa

TA – Tribunal Administrativo

UGB – Unidade Gestora Beneficiária

UI - Unidade Intermédia

UI do STP-D – Unidade Intermédia do Subsistema do Tesouro Público da Despesa

UTRE – Unidade Técnica de Reestruturação de Empresas

Page 4: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

3

APRESENTAÇÃO

Todos os anos, o Governo prevê, para o ano seguinte, os impostos e taxas que vai cobrar e

as despesas que irá realizar, em documento que é a proposta de Orçamento do Estado que

este submete à Assembleia da República (AR), para a aprovação.

Assim, o Orçamento do Estado é formado pelas receitas e despesas referentes a um

determinado ano.

O Governo, quando cobra os impostos e taxas a pessoas e empresas e paga as despesas, por

exemplo, de construção de estradas e pontes, escolas, hospitais, etc., os salários dos

professores, enfermeiros, polícias e outros funcionários e agentes do Estado, a energia,

água, combustível, etc., para o funcionamento dos seus serviços, contabiliza esses

recebimentos e pagamentos. Depois, compila todos esses registos e organiza em forma de

um documento chamado Conta Geral do Estado (CGE), que remete à AR e ao Tribunal

Administrativo (TA). O Tribunal analisa esta Conta e emite o respectivo Relatório e

Parecer, para a AR.

O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade,

economia, finanças, direito, etc. Para tornar este documento acessível às pessoas que não

são especialistas naquelas matérias, o TA preparou a presente versão simplificada.

Para mais detalhes e aprofundamento dos assuntos apresentados, o caro leitor poderá

consultar a versão completa do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado

(RPCGE) de 2013, disponível na página do TA, na Internet, no endereço www.ta.gov.mz, e

na sede do TA, em Maputo.

Page 5: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

4

ESTRUTURA DO DOCUMENTO

O documento encontra-se estruturado da seguinte forma:

No Capítulo I – Introdução: são apresentadas as instituições que estão legalmente obrigadas a

prestar contas e os órgãos supremos que fiscalizam as receitas e despesas do Estado, que são a

Assembleia da República (AR) e o Tribunal Administrativo (TA).

Quanto ao Capítulo II – Processo Orçamental: a análise dos valores do Orçamento de 2013,

aprovados pela Assembleia da República, as modificações às dotações orçamentais e as fontes de

financiamento.

No que tange ao Capítulo III – Receita: analisa os recursos do Estado em 2013, o IVA, as receitas cobradas a força e os benefícios fiscais.

É analisada, no Capítulo IV – Despesa: a execução da despesa nas duas componentes do Orçamento (Funcionamento e Investimento), segundo os limites estabelecidos na Lei

Orçamental, bem como a sua evolução nos últimos cinco anos (2009 – 2013).

Capítulo V - Operações relacionadas com o património Financeiro do Estado: trata das

operações financeiras do Estado, nomeadamente as participações em sociedades, saneamento

financeiro de empresas e empréstimos com Acordos de Retrocessão.

No Capítulo VI – Dívida Pública: analisa todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros, dentro

ou fora do país.

No Capítulo VII – Património do Estado: é feita a apreciação da evolução do património do

Estado e o processo de inventariação.

Page 6: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 7: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

5

PORQUÊ SE DEVE PRESTAR CONTAS?

Todo o funcionário ou dirigente que tem à sua responsabilidade a guarda ou administração de

dinheiros ou bens públicos, tem a obrigação de prestar contas pela utilização daqueles recursos.

O mesmo acontece com o Governo, pois este usa meios adquiridos através da cobrança de

impostos e taxas à cidadãos e empresas, tendo, por isso, a obrigação de prestar contas, mostrando

à sociedade, como, onde, quando e quanto dinheiro cobrou e gastou.

Segundo a lei, têm a obrigação de prestar contas as seguintes instituições:

Quem fiscaliza as Contas do Estado?

A fiscalização das contas do Estado é feita pelo cidadão, através dos seus representantes na AR e pelo TA, como órgão supremo de controlo da legalidade e eficiência das receitas e despesas

públicas e pelos tribunais administrativos províncias.

O Governo submete a Conta do ano anterior à AR e ao TA, até ao dia 31 de Maio.

A fiscalização feita por estes órgãos tem em vista apurar se:

- O Orçamento do Estado foi executado dentro do prazo previsto, seguindo as normas -

Regularidade financeira;

- O Governo agiu de acordo com a lei – Legalidade;

- O Governo gastou o menos possível para atingir cada objectivo – Economicidade;

- Executou da melhor forma – Eficiência;

- Atingiu o objectivo – Eficácia.

Quem presta contas ao TA?

Oes Quem fiscaliza as contas do Estado?

Todas as

instituições do

Estado

Entidades que receberem

fundos do Estado

Empresas

do Estado Conselhos administrativos ou comissões

administrativas

Exactores, tesoureiros,

recebedores Serviços e organismos

autónomos Sociedades de capitais exclusiva

ou maioritariamente

públicos

Autarquias

locais

Page 8: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

6

O que é o Tribunal Administrativo?

O Tribunal Administrativo (TA) é o órgão superior da hierarquia dos tribunais administrativos,

fiscais e aduaneiros. Compete-lhe o controlo da legalidade dos actos administrativos e a

aplicação das normas regulamentares emitidas pela

Administração Pública, bem como a fiscalização da

legalidade das despesas públicas e a respectiva

efectivação da responsabilidade por infracção financeira.

Estrutura do TA

Em relação à fiscalização das receitas e despesas públicas,

o TA desempenha, de entre outras, as seguintes tarefas:

- Fiscalização prévia (visto) dos actos e contractos;

- Auditorias a todas entidades públicas;

Controlo externo é aquele que é

realizado por um órgão externo, independente da entidade fiscalizada.

Administração Pública é o conjunto de órgãos e serviços do

Estado.

Fiscalização Prévia é a verificação da legalidade e

existência da dotação orçamental de uma despesa,

antes da sua realização.

Julgamento de contas é a apreciação e decisão sobre a

legalidade e regularidade das contas prestadas pelos

responsáveis dos serviços e órgãos do Estado.

Responsabilização financeira é

a obrigação em que pode incorrer aquele que, em virtude do seu cargo (detenção ou

manejo de dinheiros públicos), violar, por acção ou omissão,

normas disciplinadoras da actividade financeira pública.

Auditorias é uma forma especial

de controlo que consiste no exame das operações e

actividades de uma entidade com vista a verificar se são executadas ou funcionam em

conformidade com os objectivos,

orçamentos, regras e normas.

HORA DE APRENDER

- Julgar as acções que tenham por objecto problemas

emergentes das relações jurídicas administrativas ou seja

entre o Estado e o particular;

- Julgar os recursos contenciosos interpostos das

decisões dos órgãos do Estado, dos respectivos

titulares e agentes;

- Conhecer os recursos interpostos e as decisões proferidas

pelos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros;

- Emitir o Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado; - Fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura orçamental dos actos e contractos sujeitos à sua jurisdição; - Fiscalizar a aplicação dos dinheiros obtidos no estrangeiro, através de empréstimos, subsídios, avales e

donativos.

COMPETÊNCIAS DO TA

Contas

Públicas

Page 9: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

7

- Emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral Estado;

- Julgamento das contas de entidades públicas;

- Responsabilização financeira dos gestores.

Para a emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta, o TA faz o acompanhamento da execução

orçamental, realiza auditorias e analisa a Conta.

Quem aprova as Contas do Estado?

Compete à AR apreciar e aprovar a CGE, tendo como base a legislação sobre a matéria aplicável

e apoiando-se no Relatório e Parecer sobre aquela, emitido pelo TA.

A AR aprecia e aprova a CGE na sessão seguinte à entrega deste pelo TA.

O que é a Assembleia da República?

A AR é o mais alto órgão legislativo do nosso país. Compete a esta legislar sobre as questões

básicas da política interna e externa do país. Estabelece as normas que regem o funcionamento

do Estado e a vida económica e social através das leis. Ela é constituída, actualmente, por

duzentos e cinquenta deputados. A AR delibera sobre as grandes opções do Plano Económico e

Social e do Orçamento do Estado e os respectivos relatórios de execução.

COMPETÊNCIAS DA AR

A AR tem, de entre várias atribuições, as seguintes: - Aprovar a Constituição da República - Aprovar a delimitação das fronteiras do nosso país;

- Deliberar sobre a divisão territorial; - Aprovar a legislação eleitoral e o regime do referendo;

- Deliberar sobre o programa do Governo; - Aprovar o Orçamento do Estado; - Definir as bases da política de impostos e o sistema fiscal;

- Deliberar sobre as bases gerais da organização e funcionamento da Administração

Pública.

Page 10: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 11: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

8

Capítulo II: PROCESSO ORÇAMENTAL

Para o caro leitor entender melhor como decorre o

processo orçamental poderá consultar as versões

simplificadas dos Relatórios e Pareceres sobre a Conta

Geral do Estado de 2009, 2011 e 2012 disponíveis no site

do TA (www.ta.gov.mz).

O Presidente da República eleito formou o Governo que

elaborou o programa de governação para o período de

cinco (5) anos, Programa Quinquenal do Governo

(2010 a 2014). No dia 13 de Abril de 2010, o povo,

através dos deputados, aceitou o Programa do Governo.

Para a sua implementação e controlo, o Programa

Quinquenal do Governo, é dividido por anos. Para cada

ano, há um Plano Económico e Social (PES) em que são

estabelecidos objectivos, no campo da Saúde, Educação,

Agricultura, Obras Públicas, etc.

Uma vez aprovado o PES, o Governo submete à AR, até

ao dia 30 de Setembro de cada ano, a proposta do

Orçamento do Estado (OE), na qual consta a informação

sobre as previsões das receitas, os limites das despesas e

o financiamento do défice.

Este documento, uma vez aprovado pela AR, constitui o

OE do ano. A lei que aprova o Orçamento é a Lei

Orçamental.

A AR fixou o limite máximo de despesas em 174.954.956

mil Meticais a serem financiadas por 113.961.986 mil

Meticais de receita a arrecadar, resultando, daí, um défice

orçamental previsto de 60.992.970 mil Meticais.

Posteriormente, alterou aqueles montantes para

120.492.306 mil Meticais, de receitas a cobrar, e

188.719.844 mil Meticais de despesas a executar,

resultando, daí, um défice orçamental previsto de

68.227.538 mil Meticais.

HORA DE APRENDER

Orçamento do Estado é o documento

no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a

realizar num determinado ano.

Plano Económico e Social é um

documento elaborado pelo Governo em que constam os objectivos e prioridades centrais para um

determinado ano.

A Lei do Orçamento do Estado

autoriza o Governo a cobrar receitas e utilizá-las nos programas. Se num determinado ano, o valor das

despesas for maior que o das receitas, diz-se que se está perante um Défice Orcamental

Recursos Externos Empréstimos que o Estado contrai fora do País

Créditos Internos Empréstimos que o Estado contrai dentro do País.

Alteração orçamental é qualquer modificação produzida numa ou mais dotações orçamentais na tabela de

despesa de qualquer serviço ou unidade orgânica.

Défice Orçamental é uma situação em que as receitas do orçamento de Estado

são inferiores às suas despesas, ou seja, uma situação de saldo negativo entre as receitas e as despesas do Estado.

Dotaçâo Orçamental é o montante

inscrito em cada rúbrica orçamental, acrescido dos reforços e deduzidos das anulações, constituindo o limite máximo

de despesa a realizar no respectivo ano Económico.

Page 12: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

9

No Quadro que se segue, é apresentado o Orçamento do Estado Inicial e o Rectificativo do

ano de 2013.

Quadro n.º 1 – Orçamento do Estado Inicial e Rectificativo

Designação Orçamento Inicial Orçamento Rectificativo Diferença

RECEITA

Receitas Internas 117,535,231 124,065,551 6,530,320

Receita Externa 57,419,725 64,654,293 7,234,568

TOTAL 174,954,956 188,719,844 13,764,888

DÉFICE ORÇAMENTAL

Crédito Interno 3,573,245 3,573,245 0

Receita Externa 57,419,725 64,654,293 7,234,568

TOTAL 60,992,970 68,227,538 7,234,568

DESPESA

Componente Funcionamento 105,529,927 108,736,741 3,206,814

Componente Investimento 69,425,029 79,983,103 10,558,074

TOTAL 174,954,956 188,719,844 13,764,888

O aumento da receita e a fixação do novo limite da despesa implicou uma alteração do Défice

Orçamental em mais 7.234.568 mil Meticais, a cobrir através do incremento previsto nos

Donativos (3.420.930 mil Meticais) e nos Créditos Externos (3.813.638 mil Meticais). Verifica-

se, pois, que as receitas previstas (120.492.306 mil Meticais) cobrem 63,8% das necessidades

Hora de Aprender

Créditos Internos são empréstimos que o Estado contrai dentro do País.

Créditos Externos são empréstimos que o Estado contrai fora do País.

Donativos Externos são ofertas que o Estado recebe de organizações ou países.

Receitas Fiscais são aquelas que provêm de impostos como o IVA, o IRPC, o IRPS, etc.

Receitas de Capital são as provenientes de operações de crédito, alienações de bens, amortizações de empréstimos concedidos.

Receitas não Fiscais são aquelas que provêm de taxas pagas ao Estado por prestação de

vários serviços.

Receitas Consignadas são os recursos públicos que, a título excepcional e por

determinação legal, são afectos à cobertura de determinadas despesas públicas.

Despesas de Funcionamento são os gastos do Estado para que este possa ter a sua máquina a funcionar.

Despesas de Investimento são os gastos feitos pelo Estado que aumentam o seu património.

Page 13: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

10

de financiamento das despesas orçamentadas (188.719.844 mil Meticais), sendo o défice

orçamental (68.227.538 mil Meticais) assegurado através de donativos, crédito interno e crédito

externo.

As Receitas Fiscais (100.829.930 mil Meticais) representam 53,4% da globalidade dos

recursos financeiros previstos, seguidas dos créditos externos com 41.422.701 mil Meticais

(21,9%) e Donativos, com 23.231.592 mil Meticais (12,3%).

De onde veio o dinheiro em 2013?

O Gráfico que se segue espelha os valores de cada uma das fontes de financiamento, no

Orçamento do Estado de 2013

Gráfico n.º1 – Fontes de Financiamento Previstas no OE 2013

2 817 158

3 573 245

7 635 139

9 210 079

23 231 592

41 422 701

100 829 930

0 20 000 000 40 000 000 60 000 000 80 000 000 100 000 000 120 000 000

Receita de Capital

Crédito Interno

Receitas Consigandas

Receitas não Fiscais

Donativos

Créditos Externos

Receitas Fiscais

Em Mil Meticais

Despesas de Funcionamento e de

Investimento

No que concerne à previsão das despesas, às de

Funcionamento foram destinados 108.736.741

mil Meticais. É de realçar que as despesas

correntes têm uma dotação de 99.826.703 mil

meticais (52,9%) e as de Capital, 8.910.038mil

meticais (4,7%). Por seu turno, no

Investimento, foram destinados 79.983.103 mil

Meticais, maior porção do Orçamento

contempla o de financiamento Externo, com

45.372.601 mil meticais (24%) tendo-se

previsto 34.610.502 mil Meticais (18,3%), para

o de Financiamento Interno.

Hora de Aprender

Despesas Correntes são as que o Estado

faz em bens consumíveis ou que se vão

traduzir em bens consumíveis tais como,

vencimentos de funcionários, subsídios,

electricidades, água, etc.

Receitas Correntes são aquelas

destinadas a cobrir as despesas

orçamentárias que visam a manutenção

das actividades governamentais;

proveniente de impostos, taxas e

contribuições de melhoria.

O Plano de Acção para Redução da

Pobreza (PARP) 2011 – 2014 é a

estratégia de médio prazo do Governo de

Moçambique que operacionaliza o

Programa Quinquenal do Governo

(2010-2014), focado no objectivo de

Page 14: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

11

Hora de Aprender Análise Sectorial da Dotação da

Despesa

Em 2013, a dotação alocada aos sectores

prioritários do PARP, tem vindo a crescer

desde o primeiro ano da sua vigência,

partindo de 86.148 milhões de Meticais,

em 2011, para 102.491 milhões de

Meticais no ano seguinte e 120.963

milhões de Meticais, em 2013. No quadro

que se segue é apresentada a dotação da

Despesa por Sectores prioritários.

Quadro n.º 2 Dotação dos Sectores prioritários do PARP

As maiores dotações da despesa dos Sectores Prioritários inscritas no Orçamento couberam à

Educação, com 32.823 milhões de Meticais (16,7%), Infra-estruturas, com 28.557 milhões de

Meticais (14,5%) e Saúde, com 22.731 milhões de Meticais (11,6%), conforme se detalha no

Gráfico IV.5, a seguir.

ValorPeso

(%)Valor

Peso

(%)Valor

Peso

(%)

Var.

(%)

Educação 26,953 18.2 28,606 17.3 32,823 16.7 14.7 21.8

Saúde 11,131 7.5 17,199 10.4 22,731 11.6 32.2 104.2

HIV/SIDA 210 0.1 110 0.1 157 0.1 42.7 -25.2

Infra-estruturas 23,144 15.6 27,987 16.9 28,557 14.5 2.0 23.4

Agricultura e Desenvolvimento Rural 13,378 9.0 13,275 8.0 15,682 8.0 18.1 17.2

Governação, Segurança e Sistema Judicial 9,489 6.4 10,881 6.6 15,656 8.0 43.9 65.0

O utros Sectores Prioritários 1,843 1.2 4,433 2.7 5,514 2.8 24.4 199.2

Acção Social 1,511 1.0 3,919 2.4 4,900 2.5 25.0 224.3

Trabalho e Emprego 332 0.2 514 0.3 613 0.3 19.3 84.8

Total Sectores Prioritários 86,148 58.2 102,491 61.9 120,963 61.6 18.0 40.4

Restantes Sectores (não Prioritários) 51,744 34.9 45,339 27.4 55,290 28.2 21.9 6.9

Despesa Total (sem Encargos e O perações

Financeiras) 137,892 93.1 147,830 89.3 176,253 89.8 19.2 27.8

Total da Despesa 148,088 100 165,512 100 196,372 100 18.6 32.6

Fonte : Quadro 24 e Mapa I-1-2 da CGE-2013.

(Em milhões de Meticais)

2011 2012 2013Sectores / Instituições Prioritárias

Integrantes do PARP

O rçamento do Estado

Var.

13/11

(%)

O Plano de Acção para Redução da Pobreza

(PARP) 2011 – 2014 é a estratégia de médio

prazo do Governo de Moçambique que

operacionaliza o Programa Quinquenal do

Governo (2010-2014), focado no objectivo de

combate à pobreza.

Dotação da Despesa é o limite fixado pela Assembleia da República para o Estado

gastar.

Page 15: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

12

Gráfico n.º2 Repartição Percentual da Dotação da Despesa por Sectores

Análise das Dotações por Âmbito

No gráfico abaixo, no tocante à distribuição das dotações por âmbito, aos órgãos e instituições

de Âmbito Central foram destinados 133.353 milhões de Meticais, o equivalente a 67,9% do

valor total orçamentado (196.372 milhões de Meticais). Deste montante, coube ao Âmbito

Provincial o valor de 36.975 milhões de Meticais (18,8%), ao Distrital, 23.619 milhões de

Meticais (12,0%) e ao Autárquico, 2.425 milhões de Meticais (1,2%).

No âmbito Provincial, as maiores dotações são as das Províncias de Nampula, com 5.609

milhões de Meticais (2,9%), Sofala e Cabo Delgado, com 4.461 milhões de Meticais e 4.421

milhões de Meticais, respectivamente, que correspondem ao peso idêntico de 2,3%.

Gráfico n.º3 - Distribuição das Dotações por Âmbito Territorial

Educação

16,7%

Saúde

11,6%

HIV-Sida

0,1%

Infraestruturas

14,5%

Agricultura e

Desenvolvimento Rural

8,0%

Governação, Segurança

e Sistema Judicial

8,0%

Acção Social

2,5%

Trabalho e Emprego

0,3%

Restantes Sectores

28,1%

Encargos da Dívida

2,9%

Operações Financeiras

7,4%

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

Central Provincial Distrital Autárquico

133.353

36.975

23.619

2.425

Milh

ões d

e

Meti

cais

Page 16: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 17: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

13

Capítulo III: RECEITA

As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo aos quatro (4) passos seguintes:

RECURSOS DO ORÇAMENTO DO ESTADO

Quadro n.º 1 - Recursos do Orçamento do Estado

Em mil Meticais

Categorias Valores Peso (% )

Receitas do Estado 126.318.714 66,8

Empréstimos Internos 3.158.000 1,7

Donativos 30.233.385 16,0

Empréstimos Externos 29.300.008 15,5

TOTAL 189.010.107 100

Em 2013, a Receita do Estado prevista foi de 120.492.306 mil Meticais, tendo o Estado

colectado, 126.318.714 mil Meticais. A maior parte das receitas proveio das Receitas Fiscais

arrecadadas pela Administração Central, representando 98,9% do volume total da receita.

Importa referir que 98,9% do total da Receita do Estado, correspondente a 124.953.118 mil

Meticais, provém da Administração Central e 1,1%, equivalendo a 1.365.596 mil Meticais, da

Administração Provincial, incluindo, nesta última, as receitas de nível distrital.

Indicação de

quanto foi previsto na LOE

para a receita

Reconhecimento

do direito de o Estado receber a

receita

Recebimento de Impostos, taxas e créditos devidos

ao Estado

Depósito do dinheiro nos

cofres do Estado

COFRES

DO

ESTADO

1.º.PASSO

HORA DE APRENDER

Receita do Estado são todos os Recursos Monetários ou espécie, seja qual for a sua fonte ou

natureza, postos à disposição do Estado, com ressalva daqueles em que este seja mero depositario temporario.

Empréstimos Externos são os empréstimos que o Estado contrai fora do País

Donativos são ofertas que o Estado recebe de organizações ou países.

Receitas Fiscais são aquelas que provêm de impostos como o IVA, o IRPC, o IRPS, etc.

IVA é o Imposto sobre o Valor Acrescentado. Este é pago sempre que compramos ou importamos alguns produtos.

2. º.PASSO

5.º.PASSO

4.º.PASSO

3.º.PASSO

Page 18: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

14

Cobrança do IVA no Quinquénio

A cobrança do IVA apresentou, ao longo do quinquénio 2009-2013, em termos nominais, uma

tendência de contínuo crescimento, sendo que, em 2013, o montante arrecadado representa um

incremento de 20,7%, face ao ano de 2012.

Reembolsos do IVA

O Governo recebeu 903 pedidos de reembolsos

de IVA no montante de 7.881.788 mil dos quais

foram pagos 1.110.450 mil meticais o que

equivale a 14,1% do valor arrecadado.

Foram pagos 266 pedidos de anos anteriores, no

montante de 2.351.759 mil Meticais,

correspondentes a 67,9% do valor total

reembolsado (3.462.209 mil Meticais).

Receita Cobrada nos Mega-projectos

Quadro n.°2 – Receita Cobrada nos Mega-projectos Em milhões de Meticais

Mega-

Projecto

Natureza do Imposto

Peso

(% ) IRPC IRPS

Imposto

Sobre

Produção

Taxa

Liberatória

Taxas de

Concessão Dividendos

Total

Geral

Mozal 0 161 0 237 803 149 1,350 17.5

Areias Pesadas

de Moma

(Kenmare) 15 219 126 0 0 0 359 4.6

Mozal 310 196 0 0 0 0 506 6.5

Sasol

Petroleum

Temane 929 31 244 0 0 0 1,204 15.6

ENI - East

África SPA 1,058 91 0 0 0 0 1,150 14.9

Sasol

Petroleum

Moçambique 0 0 15 0 0 0 15 0.2

Vale

Moçambique 412 792 192 0 0 0 1,396 18.1

Rio Tinto 76 465 35 0 0 0 576 7.5

Anadarko

Moçambique 1,064 113 0 0 0 0 1,177 15.2

Total 3,864 2,068 612 237 803 149 7,733 100

Relativamente ao peso da contribuição dos Mega-projectos no total da receita gerada por tais

empresas, na Receita do Estado, em 2013, destacaram-se, no total da receita gerada, a Vale

Moçambique, Sasol Petroleum Temane, Anadarko Moçambique e ENI - East África SPA, com

18,1%, 15,6%, 15,2%, 14,9%, respectivamente.

HORA DE APRENDER

Reembolsos do IVA − Na importação de alguns produtos, o Estado cobra o IVA, porém, no âmbito dos benefícios

fiscais, este deve devolver aos importadores o valor correspondente a

este imposto.

Page 19: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

15

Receita Cobrada através das Execuções Fiscais

O saldo final das dívidas ao Estado dos

documentos debitados aos Recebedores das Áreas

Fiscais e, posteriormente, enviados à cobrança

coerciva, correspondia, em 31/12/2013, a

1.959.116 mil Meticais, menos 159.831 mil

Meticais que no ano anterior. Os Conhecimentos

de Cobrança debitados perfizeram o valor de

431.972 mil Meticais, representando um aumento

de 7,8% comparativamente ao ano anterior.

Na mesma linha, a cobrança teve um aumento,

relativamente ao ano anterior, tendo passado de

55.463 mil Meticais para 71.370 mil Meticais.

Benefícios Fiscais

Os benefícios fiscais concedidos, em 2013, foram

de 18.914 milhões de Meticais, contra 13.174

milhões de Meticais atribuídos no ano de 2012,

isto é, um incremento de 43,6%.

Verifica-se, que os benefícios fiscais incidentes sobre o IVA registaram 9.429 milhões de

Meticais, que correspondem a 49,9% do total dos benefícios concedidos.

Quadro n.º3 – Benefícios Fiscais Concedidos Em milhões de Meticais

Imposto 2012 2013 Peso Variação

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC) 4,665 5,243 27.7 12.4

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS) 1 1 0.01 0.0

Direitos Aduaneiros 2,438 3,962 20.9 62.5

Imposto Sobre Consumos Específicos - Produtos Importados 71 279 1.5 295.9

Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA) na Importação 6,000 9,429 49.9 57.2

TOTAL 13,174 18,914 100 43.6

HORA DE APRENDER

Execuções Fiscais – Quando os

contribuintes não pagam

voluntariamente impostos, o Estado é

obrigado a cobrar coercivamente.

Receitas de Capital são aquelas

provenientes de operações de crédito

(quando o Estado concede crédito) e

alienações de bens (quando o Estado

vende seus bens).

Conhecimento de Cobrança é um

certificado de dívida que é emitido pela

Direcção da Área Fiscal.

Benefícios Fiscais são medidas que

implicam a isenção ou redução do

montante a pagar dos impostos em

vigor, com o fim de favorecer as

actividades de reconhecido interesse

público.

Page 20: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 21: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

16

Capítulo IV: DESPESA

Os passos para a realização das despesas são os seguintes:

Despesa Pública é o dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja

qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daquelas em que o beneficiário se

encontra obrigado à reposição dos mesmos. As regras para a realização dos dispêndios

em 2012 constam da Lei n.º 1/2012, de 13 de Janeiro, que aprova o Orçamento do

Estado daquele ano.

Na execução da Despesa devemos, ainda, ter em conta, os Regulamentos do SISTAFE e da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de

Serviços ao Estado, e o Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF). Fazem ainda parte da legislação atinente à execução da despesa, as Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de Dezembro

de 2008, e, por último, as Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado, emitidas pela Direcção Nacional de Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000.

É o conjunto de dispêndios realizados pelo Estado para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).

Autorização através

da lei para o Estado

gastar (a chamada

dotação orçamental.)

FIXAÇÃO

É a reserva da

dotação orçamental

necessária para a

realização de uma

despesa.

CABIMENTAÇÃO

Verificar se o serviço

foi feito ou se o bem

adquirido está em

boas condições se

estiver.

LIQUIDAÇÃO

Pagamento da

despesa liquidada

PAGAMENTO

HORA DE APRENDER

Page 22: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

17

Evolução da Execução Orçamental da Despesa de 2009 a 2013

Quadro n.° 1 - Evolução da Execução Orçamental da Despesa de 2009 a 2013

Em milhões de Meticais

Execução do

Orçamento da

Despesa

2009 2010 2011 2012 2013

Valor Peso

% Valor

Peso

% Valor

Peso

% Valor

Peso

% Valor

Peso

%

Funcionamento 43,793 51.6 59,356 55.4 70,989 55.5 83,805 57.7 95,655 52.5

Investimento 35,336 41.6 43,681 40.8 51,012 39.9 53,457 36.8 72,301 39.7

Operações

Financeiras

5,747 6.8 4,049 3.8 5,935 4.6 7,983 5.5 14,235 7.8

Despesa Total 84,876 100 107,086 100 127,935 100.0 145,245 100 182,191 100

Como se pode ver no quadro acima, a despesa total executada, de 2009 a 2013, registou

crescimentos anuais de 26,2%, em 2010, 19,5%, em 2011, 13,5%, em 2012, e 25,4%, em

2013. Em 2013, as Despesas de Funcionamento cresceram 14,1% e as de Investimento,

35,2%, relativamente ao ano de 2012.

Em 2013, a realização da despesa atingiu 182,191 milhões de Meticais.

Execução Global do Orçamento segundo a Classificação Funcional

No quadro abaixo, mostra-se a Despesa por funções, com destaque para as áreas

consideradas prioritárias, no âmbito do PARP.

Quadro n.° 2 - Execução Global do Orçamento segundo a classificação Funcional

Sectores Prioritários Dotação

Actualizada

Execução

Valor % Peso

Educação 32,823 31,703 96.6 19.3

Saúde 22,731 20,869 91.8 12.7

Infra-estruturas 28,557 26,220 91.8 16.0

Programa Contas dos Desafios do Milénio 523 523 100.0 0.3

Agricultura e Desenvolvimento Rural 15,159 13,548 89.4 8.3

Boa Governação 15,656 15,174 96.9 9.3

Outros Sectores Prioritários 5,514 5,272 95.6 3.2

Total Sectores Prioritários 120,963 113,309 93.7 69.1

Restantes Sectores 55,291 50,677 91.7 30.9

Despesa Sem Encargos da Dívida e

Operações Financeiras

176,254 163,986 93.0 100

Encargos da Dívida 5,622 3,970 70.6

Operações Financeiras 14,496 14,235 98.2

Despesa Total 196,372 182,191 92.8

Page 23: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

18

A execução das despesas dos sectores

prioritários do PARP, em termos

globais, foi de 93,7% e o dos restantes

sectores, de 91,7%. A execução da

despesa total fixou-se em 92,8%, com

as Operações Financeiras a registarem

uma execução de 98,2% e os Encargos

da Dívida, 70,6%.

Quanto ao peso, na Despesa Total sem

Encargos da Dívida, verifica-se, ainda,

no mesmo quadro, que o sector da

Educação é o que apresenta a maior

expressão, com 19,3%, seguido dos

sectores das Infra-estruturas e da

Saúde, com 16,0%, e 12,7%,

respectivamente.

Seguem-se os sectores da Boa

Governação, com 9,3%, e o sector da

Agricultura e Desenvolvimento Rural,

com 8,3%.

No sector da Educação, o Ensino Geral

assume o maior destaque com 16,5%.

Nas Infra-estruturas, o destaque vai

para as Estradas, com um peso de

10,5%.

Realização Global da Despesa da

Componente Funcionamento do

Orçamento

Nas despesas de funcionamento, foram

gastos 95.654.687 mil Meticais, dos

quais, 47.628.202 mil Meticais (49,8%)

correspondem às despesas de Âmbito

Central, 26.608.394 mil Meticais

(27,8%), do Provincial, 19.897.232 mil

Meticais (20,8%), do Distrital, e 1.520.859 mil Meticais (1,6%), do Autárquico. Constata-se

que, do total executado nesta componente, 99,6% foi em Despesas Correntes, assumindo as

Despesas de Capital a participação de 0,4%.

Encargos da dívida são aquelas obrigações

que abrangem as transacções que conduzem à

variação de activos e passivos mobiliários e

financeiros do Estado.

Operações financeiras são operações

realizadas pelas empresas com objectivo de

gerar recursos financeiros (dinheiro).

As operações Financeiras podem ser Activas

quando compreendem a concessão de

empréstimos e adiantamentos, aquisição de

títulos de crédito, incluindo obrigações,

acções, quotas e outras participações do

Estado.

As operações Passivas compreendem a

amortização de empréstimos contraídos, pelo

Estado, a regularização de adiantamentos

recebidos e a execução de avales ou garantias.

Estas operações compreendem as rubricas

empréstimos Externos, Empréstimos Internos

Bancários e as obrigações Internas.

Componente Funcionamento do Orçamento

analisa os gastos feitos pelo Estado Para pôr a

sua máquina a funcionar. Por exemplo, os

gastos referentes ao pagamento de salários,

pensões, etc.

Despesas Correntes são os gastos do Estado com os seus funcionários, por exemplo,

pagamento de vencimentos, pensões, subsídios de combustível, funeral, telefones, energia, uniformes, compra de papel, etc.

Despesas de Capital são os gastos com as construções, habitações, edifícios, estradas,

etc.

HORA DE APRENDER

Page 24: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

19

No âmbito central, destacam-se, em 2013, no total das

despesas de funcionamento, o Ministério do Interior,

com 11,7%, os Encargos da Dívida - Central, com

8,3%, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique,

com 7,8%, a Direcção Geral dos Impostos, com 7,3%,

o Sector Subsídios - Central, com 7,1%, e a

Autoridade Tributária de Moçambique, com 6,8%.

No âmbito provincial, de uma dotação de 27.312.575

mil Meticais, foram executados 26.608.394 mil

Meticais, o equivalente a 97,4%.

No âmbito Distrital, em 2013, a taxa de execução das

Despesas de Funcionamento de Âmbito Distrital foi de

98,8%, e nelas as Despesas Correntes tiveram, também, 98,8% e as de Capital, 82,0%.

Fundo de Compensação Autárquica

A dotação orçamental do Fundo de Compensação Autárquica, na Componente

Funcionamento, foi de 1.528.142 mil Meticais, tendo sido transferidos 1.520.860,00

Meticais. Relativamente ao peso no montante global transferido, destacam-se as Autarquias

da Cidade de Maputo, da Beira, da Matola e de Nampula, com 19,8%, 9,7%, 9,4% e 7,0%,

respectivamente.

Execução Global da Componente Investimento do orçamento por âmbito e tipo de

financiamento

Na Componente Investimento, foram gastos 72.300.643 mil Meticais, dos quais 59.398.391

mil Meticais (82,2%) correspondem a despesas de Âmbito Central, 8.595.823 mil Meticais

(11,9%), do Provincial, 3.410.205 mil Meticais (4,7%) Distrital e por último, 896.224 mil

Meticais (1,2%), do âmbito Autárquico.

Quanto à execução das despesas, por tipo de financiamento, 34.012.709 mil Meticais,

correspondem ao financiamento interno, dos quais 24.312.529 mil Meticais, no Âmbito

Central (71,5%), sendo o remanescente distribuído pelas províncias, distritos e autarquias.

No que concerne, ao financiamento externo, de um total de 38.287.934 mil Meticais (53%),

foram despendidos 35.085.861 mil Meticais, a nível Central (91,6%), sendo o remanescente

distribuído pelas províncias e distritos.

Fundo de Compensação

Autárquica é destinado a

complementar os recursos orçamentais das autarquias. É

constituído por 1,5% das receitas fiscais previstas no respectivo ano económico.

Componente Investimento do

Orçamento analisa a parte do

Orçamento do Estado ligada aos investimentos.

HORA DE APRENDER

Page 25: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 26: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

20

Capítulo V: Operações relacionadas com o

Património Financeiro do Estado

No ano de 2013, o montante previsto para as

Operações Financeiras foi de 8.266.274 mil

Meticais, sendo de 4.424.519 mil Meticais

para as Operações activas e 3.841.755 mil

meticais para as Operações Passivas.

Em relação ao valor global da Execução das

Operações Activas, há uma diferença entre a

previsão de 4.424.519 mil Meticais, e o

montante de 10.564.543 mil Meticais,

apresentado na CGE como dotação orçamental

corrigida, um incremento nas previsões

orçamentais de 140,8%.

A execução das Operações Activas, de acordo

com a informação da CGE, foi de 10.564.542

mil Meticais (99,2%), tendo os Empréstimos

com Acordos de Retrocessão registado

10.329.473 mil Meticais, o correspondente a

97,8%.

Sociedades com Participações do Estado

No que diz respeito a participações do Estado

nas Sociedades por Quotas, o exercício em

apreço não registou movimentos, mantendo-se a

participação do Estado em 20 sociedades.

Ao longo do quinquénio, a intervenção do

Estado nas sociedades por quotas tem vindo a

diminuir, com 27, em 2009, para as actuais 20

sociedades, havendo um movimento inverso

entre o número de sociedades e o peso da

participação do Estado nas mesmas.

No que se refere as participações do Estado nas

Sociedades Anónimas observa-se que o Estado

detinha, em 2013, participações em 103

As operações patrimoniais dizem

respeito ao património físico e financeiro do Estado. As receitas e despesas patrimoniais provêm da

administração desse património mobiliário e imobiliário.

As operações financeiras abrangem as transacções que conduzem à variação de activos e passivos mobiliários ou

financeiros do Estado. Estes devem constar da Conta Geral do Estado, com

referência às datas do início e fim do exercício económico.

O património financeiro do Estado é,

também, composto pelo capital das

empresas públicas e das sociedades de

capitais públicos, bem como pelas participações do Estado no capital de empresas privadas, quer sejam

sociedades anónimas, quer sejam sociedades por quotas, ou outras.

As Operações Financeiras Activas compreendem a concessão de empréstimos e adiantamentos, aquisição

de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras

formas de participação do Estado.

Sociedades por quotas são aquelas em que o capital está dividido em parcelas

e os sócios são solidariamente responsáveis pela realização do capital

social.

Sociedades Anónimas (SA) são aquelas em que o capital é dividido em acções e

cada sócio limita a sua responsabilidade ao valor das acções

que detém.

HORA DE APRENDER

Page 27: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

21

sociedades, sendo que em 18 delas, através do IGEPE e nas outras 85, por outras instituições

do Estado, com um peso de 82,5%.

Nas 103 sociedades participadas, o Estado detém

45.616.229 mil Meticais de capital social, o que

significou um aumento de 45.574 mil Meticais,

comparativamente ao ano de 2012, em que se

registou, em 102 sociedades, uma participação de

45.570.655 mil Meticais.

No ano em apreço, o peso da participação do

Estado no capital social das sociedades anónimas

representou 61,6%, percentagem praticamente

idêntica à do ano anterior (61,5%).

Saneamento Financeiro Através do IGEPE e

da DNPE

Nas auditorias realizadas ao IGEPE e à Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE),

foi apurado que os gastos do Estado no saneamento financeiro, através destas duas entidades,

foram de 157.175 mil Meticais, dos quais, 149.522 mil Meticais, através do IGEPE, e 7.653

mil Meticais, através da DNPE como se dará conta a seguir.

Através do IGEPE

Em 2013, destaca-se a despesa no saneamento financeiro nas Empresas de Construção e

Manutenção de Estradas e Pontes (ECMEP´s) de pagamento de salários em atraso aos

trabalhadores, indemnização aos ex-trabalhadores e reservas matemáticas, no valor total de

130.045 mil Meticais, o que representou 87% da despesa do ano.

Compete ao IGEPE gerir as participações que o Estado tem nas empresas, com vista a garantir a efectivação da sua reestruturação patrimonial. Cabe ao IGEPE coordenar e controlar as participações do Estado nos diferentes tipos de sociedade e acompanhar ou

participar na gestão de todas as empresas participadas pelo Estado.

HORA DE APRENDER

Capital Social das Empresas é o valor

dos bens ou o dinheiro com que os sócios contribuem para uma empresa

sem direito de devolução.

Saneamento Financeiro é o processo que visa ajustar a situação financeira

de uma empresa para evitar o seu colapso, permitido um funcionamento

normal da mesma. É a implementação de um conjunto de medidas com objectivo de melhorar o seu

desempenho.

HORA DE APRENDER

Page 28: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

22

Quadro n.º 1 - Despesas do Estado no Saneamento Financeiro de Empresas e Aumento

de Capital, através do IGEPE

Em mil Meticais

Empresas 2009 2010 2011 2012

2013 Total

2009/13

Peso

(%) Valor Peso

(%)

I. Saneamento financeiro 62,337 28,100 148,653 310,559 149,522 100.0 699,171 53.8

1. Texmoque 0 0 0 2,360 0 0.0 2,360 0.2

2. Texlom, SARL 6,500 0 0 0 0 0.0 6,500 0.5

3. Minas do Zambeze 0 0 0 0 8,027 5.4 8,027 0.6

4. Riopele 4,000 0 0 0 0.0 4,000 0.3

5. Mabor 5,500 0 3,151 3,400 0 0.0 12,051 0.9

6. Companhia do Búzi, SA 0 0 0 24,500 300 0.2 24,800 1.9

7. Vidreira e Cristalaria de Moçambique, SA 6,000 0 0 4,145 0 0.0 10,145 0.8

8. SCANMO 3,337 0 0 0 0.0 3,337 0.3

9. Minas de Murrua e Magma 37,000 0 470 10,000 1,488 1.0 48,958 3.8

10. ADENA 0 28,100 69,837 355 0 0.0 98,292 7.6

11. Sociedade Moçambicana de

Medicamentos 0 0 37,562 32,148 7,190 4.8 76,900 5.9

12. Empresas de Construção e

Manutenção de Estradas e Pontes-

ECMEP´s 0 0 24,660 219,716 130,045 87.0 374,421 28.8

13. ALC - African Leasing Company, SA (*) 0 0 12,973 2,472 1.7 15,445 1.2

14. Riopele, Têxteis de Moçambique,

SA 13,935 0.0 13,935 1.1

II. Operações Financeiras Activas 100,000 29,650 0 471,571 0 0.0 601,221 46.2

II.1-Constituição de Capital 1,000 0 0 0.0 1,000 0.1

1. Empresa Moçambicana de

Exploração Mineira, SA 1,000 0 0 0 0.0 1,000 0.1

II.2-Aumento de Capital 35,749 29,650 0 0 0 0.0 65,399 5.0

1. mCel- Moçambique Celular, SA 35,749 0 0 0 0.0 35,749 2.7

2. SEMOC 0 17,850 0 0 0.0 17,850 1.4

3. Auto Gás, SA. 0 11,800 0 0 0.0 11,800 0.9

II.3-Aumento da Participação do

Estado no Capital Social 0 0 0 471,571 0 0.0 471,571 36.3

1. Banco Nacional de Investimentos 471,571 0 0.0 471,571 36.3

II.4-Empréstimos 32,964 0 0 0 0 0.0 32,964 2.5

1. CMG- Companhia Moçambicana

de Gasodutos, SA 32,964 0 0 0 0.0 32,964 2.5

II.5-Suprimentos 30,287 0 0 0 0 0.0 30,287 2.3

1. Sociedade Moçambicana de

Medicamentos 30,287 0 0 0 0.0 30,287 2.3

Total Geral I+II 162,337 57,750 148,653 782,130 149,522 100.0 1,300,39

1 100.0

Disponibilizado Pelo OE (1) 235,069

Saldo de 2012 cuja utilização em 2013 foi autorizada pelo Ministro das Finanças

(2)

14,517

Outros recursos (**) (3) 43,421

Total de Recursos (4) = (1) + (2) + (3) 293,007

Page 29: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

23

Através da DNPE

Quadro n.º 2 – Saneamento Financeiro de Empresas através da DNPE Em mil Meticais

Empresas 2009 2010 2011 2012 2013

Total 2009/13

Peso (%) Valor

Peso (%)

Intermecano 2,488 394 174 0 0 0.0 3,055 3.8

Lomaco - Montepuez 200 0 0 0 0 0.0 200 0.2

Ex-Fábrica de Refrigerantes de Tete 0 3,832 0 0 0 0.0 3,832 4.7

Pescom Internacional - Delegação de Maputo

0 164 0 0 0 0.0 164 0.2

Pescom Internacional - Beira 1,541 0 24 0 0 0.0 1,565 1.9

Mecanagro e Auto Diesel da Maxixe 2,164 0 0 0 0 0.0 2,164 2.7

Ex-Construtora Integral de Sofala 17,687 0 0 0 0 0.0 17,687 21.7

ROMOS Inharrime 0 0 256 0 0 0.0 256 0.3 ROMON, E.E. - Delegação de Lichinga 2,058 0 0 0 0 0.0 2,058 2.5

Serração e Carpintaria Beirense 458 0 0 1,744 0 0.0 2,202 2.7

CETA-Construções e Serviços 70 0 0 0 0 0.0 70 0.1

Porto de Pescas de Quelimane 5,652 0 0 0 0 0.0 5,652 6.9

Romoza, E.E. - Delegação de Quelimane 4,030 0 0 0 0 0.0 4,030 5.0

Cerâmica e Carpintaria Monteiro e Giro - Deleg. da Zambézia

2,173 0 0 0 0 0.0 2,173 2.7

Unidade Técnica de Reestruturação de

Empresas (UTRE) 615 680 883

138 448 5.9 2,765 3.4

Cinemas (Gúruè, Montalto, Preciosa, Nacional, 25 de Setembro e Victórial)

163 207 188 710 76 1.0 1,344 1.7

Pensão Tomás 0 0 95 0 0 0.0 95 0.1

Joaquim Miquicene 42 0 0 0 0 0.0 42 0.1

Vilmar, Manica 849 618 0 0 0 0.0 1,467 1.8

Instituto Nacional de Segurança Social (INSS)

73 186 0 0 0 0.0 259 0.3

Pedreira de Movene 71 0 0 0 0 0.0 71 0.1

Bartolomeu Manuel Banze 29 0 0 0 0 0.0 29 0.0

Vulcanizadora de Moçambique 157 0 0 0 0 0.0 157 0.2 João Chipela 203 0 0 92 0 0.0 295 0.4

Armando Fernando Milú 0 5,800 0 0 0 0.0 5,800 7.1

Costa Alberto Landane- CNAA-MOPH 0 0 0 678 0 0.0 678 0.8

Arvindcumar Jamnadás 0 687 0 0 0 0.0 687 0.8

Romão Domingos Pinto Romão 0 777 0 0 0 0.0 777 1.0

Ex-Romoc, E.E. - Delegação de Tete 0 383 0 0 0 0.0 383 0.5

Ex-Agro Pecuária de Quelimane 133 0 0 0 0 0.0 133 0.2

Fábrica de Descasque de Arroz de Conhane

0 0 0 4,530

0 0.0 4,530 5.6

Fábrica de Refrigerantes de Tete 0 0 0 61 0 0.0 61 0.1

Construtora Integral de Manica 0 0 0 9,553 0 0.0 9,553 11.7

IMAGRAL 0 0 0 4,131 54.0 4,131 5.1

Empresa Joaquim A. S. dos Reis 0 0 0 2,998 39.2 2,998 3.7

TO TAL 40,854 13,728 1,620 17,507 7,653 100 81,362 100.0

No exercício económico de 2013, foram gastos, através da DNPE, 7.653 mil Meticais no

saneamento financeiro de empresas, com recurso a receitas de alienação do património e

A DNPE é a entidade que procede ao saneamento das empresas detidas pelo Estado, com

dificuldades financeiras. As saídas de fundos respeitam, de entre outras, ao pagamento de salários em atraso, indeminizações aos trabalhadores e outras despesas. As entradas de

fundos provêm dos pagamentos efectuados pelos adjudicatários (pessoa escolhida após concurso por ter apresentado a proposta mais favorável para adquirir uma empresa ou bem do Estado.) das empresas privatizadas, sendo, na sua maioria, realizados em

prestações.

HORA DE APRENDER

Page 30: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

24

participações do Estado, as despesas de saneamento financeiro tiveram uma redução, passando

de 17.507 mil Meticais, em 2012, para 7.653 mil Meticais, no exercício em análise.

As empresas que mais recursos absorveram, em 2013, foram a IMAGRAL, no montante de

4.131 mil Meticais, com um peso de 54,0% do valor total despendido no ano, e a Joaquim A.S.

dos Reis, com 2.998 mil Meticais, representando 39,2% do valor total.

Foram, ainda, efectuadas despesas no saneamento financeiro à Unidade Técnica de

Reestruturação de Empresas (UTRE), com 448 mil Meticais (5,9%) e aos Cinemas (Gúruè,

Montalto, Preciosa, Nacional, 25 de Setembro e Victória), com 76 mil Meticais (1%).

Ao longo do quinquénio, do total dos recursos despendidos, as empresas que mais recursos

consumiram no seu saneamento financeiro foram a ex-Construtora Integral de Sofala, com

21,7%, e a Construtora Integral de Manica, com 11,7%.

Empréstimos Concedidos pelo Estado

Em 2004, foi outorgado um crédito, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, à

Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários (FEMATRO), com

receitas consignadas (Taxa sobre o Combustível), no valor de 7.900 mil Meticais, para a

compra de autocarros.

O Acordo de Empréstimo foi assinado entre o Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia

(FARE) e a FEMATRO, em 9 de Junho de 2005.

Da auditoria realizada ao FARE, relativa ao exercício económico de 2008, foi constatado que a

FEMATRO, até àquela data, do valor total que já devia ter sido pago, correspondente a 4

prestações em capital e juros (6.774.250 Meticais), tinha liquidado 500.000 Meticais,

equivalentes a 7,4% da dívida.

Em 2009, o valor reembolsado, em termos de capital, ascendia a 3.350.000 Meticais, ou seja,

42,4% do empréstimo, no valor de 7.900.000 Meticais. Desde esta data, não se registou

qualquer reembolso adicional do empréstimo.

A este respeito, a Direcção Geral do FARE referiu que está a estudar melhores formas de

persuadir o mutuário a pagar a sua dívida, entre as quais uma possível reprogramação e novos

termos de condições daquele empréstimo.

O artigo 37 do Estatuto do FARE, aprovado pelo Decreto n.º 89/2009, de 31 de Dezembro,

dispõe que em caso de incumprimento das obrigações, pelos beneficiários dos créditos desta

instituição, poderá promover a cobrança coerciva até ao reembolso integral, através dos

tribunais judiciais, contudo, assim não procedeu.

Page 31: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

25

Desembolsos e Reembolsos dos Créditos Concedidos com Acordos de Retrocessão

Em 2013 foram desembolsados, 10.329.473 mil

Meticais e reembolsados 335.983 mil Meticais,

de que resultou um saldo de 39.023.823 mil

Meticais, em 31/12/2013.

Beneficiaram dos desembolsos acima

referenciados as empresas Maputo-Sul, EDM,

ANE – Fundo de Estradas, FIPAG e FARE, nos montantes de 7.058.921 mil Meticais,

2.183.079 mil Meticais, 737.496 mil Meticais, 325.682 mil Meticais e 24.295 mil Meticais,

respectivamente. Em relação aos reembolsos, no exercício em apreço, efectuaram pagamentos

as empresas EDM, HCB e FIPAG, nos montantes de 125.000 mil Meticais, 124.544 mil

Meticais e 86.395 mil Meticais, respectivamente, totalizando 335.983 mil Meticais.

Empréstimos com Acordos de

Retrocessão são empréstimos concedidos pelos diferentes parceiros,

para os quais o Estado é co garante da

sua devolução.

HORA DE APRENDER

Page 32: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 33: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

26

Capítulo VI: Dívida Pública

Dívida Externa

No quinquénio 2009-2013, a Dívida Pública Externa, que inclui a dívida Multilateral e a

Bilateral, diminuiu, de 2009 a 2010, tendo, nos anos subsequentes, registado sucessivos

aumentos, ao passar de 3.743,5, em 2010, para 5.798,3 milhões de Dólares Americanos, em

2013.

Em 2013, a Dívida Multilateral foi de 3.383,1 milhões de Dólares Americanos, enquanto a

Bilateral situou-se em 2.415,2 milhões de Dólares Americanos, totalizando 5.798,3 milhões de

Dólares Americanos. A Dívida Multilateral registou um crescimento de 15,6%, em relação ao

exercício de 2012, em que registou 2.926,8 milhões de Dólares Americanos. O aumento

deveu-se, essencialmente, à dívida com o mutuante IDA, no montante de 2.189,5 milhões de

Dólares Americanos, significando um incremento de 21,1%, relativamente a 2012.

A Dívida Bilateral registou um aumento de 27,0%, em relação ao exercício de 2012, cujo

valor se situou em 1.902,4 milhões de Dólares Americanos.

Dívida Interna

De acordo com o Mapa I-3 da CGE, a Dívida Interna é constituída pelas rúbricas Banco

Central, Outros Bancos e Instituições Financeiras, Obrigações do Tesouro e Outros, e regista o

total de 35.312.633 mil Meticais, em desembolsos efectuados no ano.

Sustentabilidade da Dívida

Em 2013, todos os indicadores da sustentabilidade da Dívida Pública Externa situaram-se

dentro dos limites estabelecidos. Embora em 2013, o peso relativo do Valor Actual da Dívida

Dívida Pública é todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros, dentro ou fora do país.

O conceito da Dívida Pública está relacionado com o conceito de défice orçamental.

Aliás, é, em parte, devido aos défices orçamentais que existe dívida pública.

A Dívida Pública pode ser Externa (quando contraída fora do País) ou Interna (quando

contraída dentro do país).

A dívida externa pode ser Multilateral (quando contraída junto de organismos

Internacionais, como o FMI, BIRD, etc) ou Bilateral (quando contraída junto de Estados).

A Sustentabilidade da Dívida ou Nível de Solvência é a capacidade de um país honrar as

suas responsabilidades relativas ao serviço da dívida, sem prejuízo dos seus objectivos de

desenvolvimento económico e social.

HORA DE APRENDER

Page 34: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

27

Externa e do Serviço da Dívida tenham sofrido um agravamento, resultante do aumento da

necessidade de endividamento, todos os indicadores encontram-se abaixo dos limites definidos

pelas organizações internacionais, nomeadamente, a Agência Internacional de

Desenvolvimento (IDA), do Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Page 35: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 36: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

28

Capítulo VII: Património do Estado

Valores gastos na Aquisição de Bens

Patrimoniais em 2013

No presente exercício, a realização das despesas

em bens inventariáveis foi de 44.894.448 mil

Meticais, dos quais 43.086.599 mil Meticais

correspondem à execução da Componente

Investimento e 1.807.849 mil Meticais, ao

Funcionamento.

Contrariamente ao exercício económico anterior,

em que os gastos em bens patrimoniais

diminuiram 2.581.480 mil Meticais (8,1%), em

2013, cresceram em 15.602.434 mil Meticais

(53,3%), ao passar de 29.292.014 mil Meticais,

para 44.894.448 mil Meticais.

Evolução do Património do Estado

O Património do Estado, ao longo do Quadriénio

2010-2013, tem vindo a crescer, tendo atingido no

último ano, 244.499.120,69 mil Meticais de

Património Bruto e 111.832.702,66 mil Meticais

das Amortizações Acumuladas, o que permitiu o

apuramento do Património Líquido de

129.157.903 mil Meticais.

Análise do Processo de Inventariação

Em 2013, os acréscimos patrimoniais totalizaram

14.721.222 mil Meticais. No Património Final

Bruto representaram 6,4%, uma redução de 11

pontos percentuais, relativamente ao ano de 2012

(17,4%).

Despesas em Bens Inventariáveis Versus

Inventariação

Comparativamente ao ano anterior, depreende-se que houve um aumento de 17.546.541 mil

Meticais, correspondente a uma variação de 84,7%, no valor dos gastos em bens

inventariáveis. No entanto, este crescimento teve pouco impacto no Património Líquido que

aumentou apenas 7,4%.

Património do Estado é o “conjunto

de bens de domínio público e privado, e dos direitos e obrigações de que o Estado é titular,

independentemente da sua forma de aquisição”. O inventário do

Património do Estado abrange todos os bens de uso especial ou indisponível, do domínio privado do

Estado, do domínio público e património cultural, de utilização

permanente, com vida útil superior a um ano, cujo valor de aquisição seja igual ou superior a 350 Meticais, e

que não se destinem à venda, nomeadamente, móveis, animais,

veículos e imóveis.

Estes bens são alocados às Instituições do Estado, incluindo os

municípios, empresas do Estado, Institutos, Embaixadas e

representações diplomáticas e consulares de Moçambique no exterior. A gestão destes bens é feita

pela Direccao Nacional do Património.

Património Bruto é o valor total, de aquisição, do conjunto de bens de domínio público e privado, de que o Estado é o titular antes da dedução

das amortizações.

Património Líquido é o que é apresentado após a dedução das

amortizações.

VAMOS APRENDER

Page 37: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,
Page 38: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

29

PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2013

I. ENQUADRAMENTO LEGAL

1.1 – Competência, Objecto e Prazos

De acordo com o disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 230 da Constituição da República,

compete ao Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do

Estado.

Esta deve ser apresentada pelo Governo à Assembleia da República e ao Tribunal

Administrativo, até 31 de Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite, nos termos

do preceituado no n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

Nos termos do n.º 2 do mesmo artigo, o Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo

sobre a Conta Geral do Estado devem ser enviados à Assembleia da República até ao dia

30 de Novembro do ano seguinte àquele a que a Conta Geral do Estado seja concernente.

É na observância dos comandos normativos acima citados que o Tribunal Administrativo,

reunido em Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa ao

exercício económico de 2013.

1.2 - Âmbito do Parecer

Segundo o estabelecido no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro,

atinente à organização, funcionamento e processo da Secção de Fiscalização das Receitas e

Despesas Públicas e do Visto do Tribunal Administrativo, aplicável ao exercício

económico de 2013, este órgão, em sede do Parecer, aprecia, designadamente:

a) A actividade financeira do Estado, no ano a que a Conta se reporta, nos domínios

patrimonial e das receitas e despesas;

b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;

c) O inventário do património do Estado;

d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

concedidos, directa ou indirectamente.

Page 39: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

30

No Parecer, o Tribunal pronuncia-se relativamente ao cumprimento dos princípios e regras

específicas da elaboração da Conta Geral do Estado, estatuídos no artigo 46 da Lei do

SISTAFE, à conformação do seu conteúdo e estrutura ao prescrito nos artigos 47 e 48 da

mesma lei, à observância das normas e procedimentos concernentes à execução do

Orçamento, entre as quais, as relativas à obrigatoriedade de submissão à fiscalização prévia

dos actos, contratos e de mais instrumentos emanados pelo Estado e outras entidades

públicas, nos termos da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, e outra legislação atinente, e

ao registo da realização das despesas.

As regras referentes à execução do Orçamento do Estado de 2013 constam da Lei n.º 1/2013,

de 7 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado daquele ano, das Circulares n.ºs

05/GAB-MF/2012, de 28 de Dezembro, e 03/GAB-MF/2013, de 16 de Outubro, ambas do

Ministro das Finanças, referentes à Administração e Execução do Orçamento e do

Encerramento do Exercício, respectivamente, dos Regulamentos do SISTAFE e da

Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de

Serviços ao Estado, aprovados, na mesma ordem, pelos Decretos n.º 23/2004, de 20 de

Agosto, e n.º 15/2010, de 24 de Maio, do Manual de Administração Financeira e

Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de

31 de Dezembro, actualizado pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro,

ambos do Ministro das Finanças, das Instruções sobre a Execução do Orçamento do Estado,

emitidas pela Direcção Nacional de Contabilidade Pública, em 31 de Outubro de 2000,

publicadas no BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001, e das Instruções de Execução

Obrigatória do Tribunal Administrativo (BR n.º 52, I Série, de 30 de Dezembro de 1999, e

n.º 39, I Série, de 29 de Dezembro de 2008).

Os conceitos e procedimentos relativos à inscrição no Orçamento do Estado, cobrança,

contabilização e recolha de receitas consignadas e próprias, são objecto da Circular n.º

01/GAB-MF/2012, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças.

O Decreto n.º 2/2013, de 8 de Março, atribui aos órgãos e instituições do Estado

competências para procederem a alterações (transferências e redistribuições) de dotações

orçamentais em cada nível, nos termos do artigo 8 da Lei n.º 1/2013, de 7 de Janeiro, que

Page 40: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

31

aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2013, e do artigo 28 e n.ºs 2 e 3 do artigo 34,

ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

II. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para efeitos de emissão do Relatório e do Parecer a que se refere a alínea a) do n.º 2 do

artigo 230 da Constituição da República, o Tribunal Administrativo analisou a Conta Geral

do Estado relativa ao exercício económico de 2013 e realizou auditorias a diversos órgãos

e instituições do Estado, dos níveis central, provincial, distrital e autárquico, para certificar

os dados nela contidos, tendo apurado, entre outras constatações, que não obstante os

progressos registados, persiste a não canalização, às Direcções de Áreas Fiscais (DAF´s),

das Receitas Próprias e Consignadas, por algumas instituições e organismos do Estado que

as arrecadam. Em resultado disso, nem todas as receitas destas duas rubricas ingressaram

na Conta Única do Tesouro (CUT). Pelo princípio de Unidade de Tesouraria, consagrado

na alínea a) do número 1 do artigo 54 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado, “todos os recursos públicos devem ser

centralizados com vista a uma maior capacidade de gestão, dentro dos princípios de

eficácia, eficiência e economicidade”.

Nas entidades auditadas, subsistem deficiências que condicionam a localização dos

documentos comprovativos das receitas colectadas e das despesas realizadas. Pelo disposto

no n.º 1 do artigo 90 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração

Pública, aprovadas pelo Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, o arquivo deverá ser

organizado de forma a permitir a consulta ou obtenção de informação, com eficiência,

simplicidade e rapidez. Ainda a este respeito, de acordo com o estabelecido na alínea d) do

n.º 7.1 das Instruções Sobre a Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional de

Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de 2000, supracitadas, nenhum registo poderá ser

efectuado sem existência de documento comprovativo, que deverá ser arquivado por

verbas e anos, de modo a permitir a sua identificação.

Foram executadas despesas em verbas inapropriadas, nuns casos, e não elegíveis nos

projectos em que foram contabilizadas, noutros, o que constitui desvio de aplicação, nos

termos do estipulado no n.º 1 do artigo 78 do Capítulo VIII, Título I, do Manual de

Page 41: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

32

Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças.

III. CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

3.1 – Execução do Orçamento da Receita

3.1.1 – Constatações

Da análise da informação sobre a arrecadação da receita apresentada na Conta Geral do

Estado de 2013 e dos dados recolhidos nas auditorias efectuadas, verificou-se que:

a) Prevalece a previsão de Receitas Próprias em valores inconsistentes com os níveis

históricos da cobrança efectiva, nuns casos, e a arrecadação, sem previsão

orçamental, noutros;

b) Continua a falta de previsão orçamental dos montantes arrecadados na rubrica

Alienação de Bens;

c) Registaram-se casos de falta de intervenção do Recebedor, no processo de tramitação

das certidões de dívida, com implicações na quantificação da dívida fiscal, sua

contabilização e, principalmente, na responsabilização dos devedores, violando-se o

disposto na Circular n.º 12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro, que visa harmonizar

os procedimentos de tramitação das dívidas fiscais;

d) Na Direcção de Área Fiscal do 1.º Bairro de Maputo, figura, no saldo de Bancos, do

Termo de Balanço (Modelo M/9A), uma receita cuja origem está por identificar, de

modo a ser canalizada à Conta Única do Tesouro (CUT);

Igualmente, no M/9A desta DAF, nas epígrafes “Em Passagens de Fundos

Aguardando Crédito” existem montantes que permanecem nessa situação há mais de

5 anos, sem a devida regularização, e na de “Alcance”, valores cuja origem ainda não

foi identificada, por forma a efectuar-se a correspondente regularização;

e) Em algumas entidades auditadas, subsiste a falta de canalização das Receitas Próprias

e/ou Consignadas às Direcções de Áreas Fiscais ou às Unidades dos Grandes

Contribuintes;

Page 42: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

33

f) No Juízo das Execuções Fiscais de Maputo (rubrica de Cheques Devolvidos, do

Termo de Balanço - Modelo M/9A), está incluido o valor de cheques devolvidos em

2013, sem que, até ao final do exercício, tivesse sido feita a regularização da

correspondente receita;

g) Na Unidade dos Grandes Contribuintes de Nampula, foram receitadas Declarações

Periódicas de IVA sem entrada efectiva de dinheiro nos cofres daquela unidade,

violando-se o regime de caixa preceituado no artigo 41 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro;

3.1.2 – Recomendações

Na sequência das constatações acima referidas, recomenda-se que:

a) Sejam inscritas no Orçamento, por valores consentâneos com os níveis de

arrecadação que se têm verificado, as Receitas Próprias e as de Alienação de Bens,

em cumprimento do consagrado no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual é obrigatória a previsão das receitas

públicas, para a sua arrecadação;

b) As unidades de cobrança de receitas, após a emissão dos conhecimentos de

cobrança, elaborem os modelos 27 e 45 e os remetam às Execuções Fiscais, para

efeitos de débito ao Recebedor, conforme estabelece o ponto (ii) da alínea a) da

Circular n.º 12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro.

Sejam, igualmente, adoptadas medidas que permitam conferir celeridade ao

processo de harmonização da tramitação dos processos executivos, incluindo a

contabilização e registo das correspondentes dívidas fiscais, em cumprimento do

preceituado na mesma circular;

c) A Direcção de Área Fiscal do 1.º Bairro de Maputo e a Direcção Geral de Impostos

desenvolvam esforços com vista à regularização de receitas cuja origem é

desconhecida, até ao momento;

d) As Receitas Próprias e Consignadas sejam canalizadas às Direcções de Áreas

Fiscais, em observância dos procedimentos e regras definidos na Circular n.º

01/GAB-MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro das Finanças (constatação e))

Page 43: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

34

e) Se proceda à regularização da receita registada por conta dos cheques devolvidos e

não regularizados à data do encerramento do exercício económico, de modo a que o

valor da receita contabilizada seja coincidente com o da efectivamente arrecadada;

f) Na contabilização da receita seja aplicado o regime de caixa, previsto no artigo 41

da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

3.2 – Execução do Orçamento da Despesa

3.2.1 - Constatações

Compulsada a informação obtida nas auditorias e a registada na Conta Geral do Estado de

2013, relativa à execução da Despesa, apurou-se que:

a) Os arquivos dos processos de despesa continuam sem estar devidamente

organizados, dificultando a apresentação de justificativos das transacções

realizadas, pelas entidades, durante as auditorias;

b) Foram pagas despesas com recurso a verbas inapropriadas;

c) Foram concedidos empréstimos a funcionários com fundos do Orçamento do

Estado;

d) Nem toda a informação sobre a execução de projectos de investimento com fundos

externos que não transitam pela Conta Única do Tesouro consta da CGE de 2013;

e) Em algumas entidades auditadas, estão em falta os relatórios circunstanciados das

actividades realizadas, nos processos de pagamento de ajudas de custo, por

missões, dentro e fora do País;

f) Apesar de terem sido previstos, no Orçamento, alguns projectos de investimento

interno não foram executados;

g) Foram detectadas divergências entre os valores indicados nas Requisições de

Pagamento de Salários e os registados nos Mapas Demonstrativos Consolidados do

e-SISTAFE;

Page 44: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

35

h) Com as dotações do exercício de 2013, algumas entidades pagaram despesas de

anos anteriores, sem inscrição, nos respectivos orçamentos, da verba apropriada

para suportar este tipo de despesas;

i) Na celebração dos contratos de pessoal, fornecimento de bens, prestação de

serviços, empreitada, consultoria e arrendamento, não foram cumpridas as normas e

os procedimentos instituídos sobre esta matéria, por algumas instituições.

3.2.2 – Recomendações

Face às constatações acima indicadas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) A observância do preceituado na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a

Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional de Contabilidade

Pública, de 31 de Outubro de 2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001),

segundo a qual nenhum registo poderá ser efectuado sem a existência de

documentos comprovativos, que deverão ser arquivados por verbas e anos, de

forma a ser possível a sua identificação;

b) O pagamento das despesas nas verbas apropriadas, de acordo com o Classificador

Económico da Despesa, aprovado pelo Decreto n.º 53/2012, de 28 de Dezembro;

c) A estrita observância das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos,

previstas na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, e no Manual

de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado

pelo Diploma Ministerial n.º 181/2013, de 14 de Outubro, do Ministro das

Finanças;

d) Que a execução orçamental e financeira seja apresentada com exactidão,

garantindo-se a consistência entre a informação registada na entidade e a dos

mapas Demonstrativos Consolidados por UGB do e-SISTAFE, em observância do

estipulado no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro;

e) O cumprimento do preceituado no artigo 129 do Regulamento do Estatuto Geral

dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 62/2009, de 8 de

Setembro, segundo o qual após o termo da deslocação e dentro do prazo de 7 dias,

deve ser apresentado um relatório circunstanciado das actividades desenvolvidas,

Page 45: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

36

no caso de pagamento de ajudas de custo. A falta deste implicará o não abono das

ajudas de custo a que haja lugar e ao reembolso do adiantamento, porventura

efectuado, ou das despesas pagas, segundo dispõe o n.º 3 do artigo 26 do Diploma

Ministerial n.º 58/89, de 19 de Julho, dos Ministros da Administração Estatal e das

Finanças;

f) A observância, na contratação de pessoal, de empreitada de obras públicas,

fornecimento de bens e prestação de serviços, consultoria e arrendamento, das

regras e procedimentos fixados na Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, no Estatuto

Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º 62/2009, de 8

de Setembro, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,

Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto

n.º 15/2010, de 24 de Maio, nas Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal

Administrativo, publicadas no BR n.º 52, I Série, de 30 Dezembro 1999, e demais

legislação sobre a matéria.

3.4 – Operações Relacionadas com o Património Financeiro do Estado

3.4.1 - Constatações

Da aferição feita à informação relativa ao Património Financeiro do Estado, verificou-se

que:

a) Os dados apresentados na CGE, relativamente às participações do Estado em

empresas e ao capital social destas, são inconsistentes com os apurados em

auditorias realizadas pelo Tribunal Administrativo;

b) O IGEPE continua a não deter o controlo da totalidade das parcelas do Estado no

capital social de empresas;

c) O valor das despesas executadas no âmbito do saneamento financeiro de empresas

através do IGEPE, que consta da CGE, diverge do que foi apurado em auditorias;

d) Não se encontra reflectida na CGE de 2013 a receita da venda do património das

Empresas de Construção e Manutenção de Estradas e Pontes (ECMEP´s), no

exercício;

Page 46: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

37

e) De um empréstimo de 7.900.000 Meticais, contraído em 2005, a reembolsar em

três anos, nos termos de um contrato celebrado com o Fundo de Apoio à

Reabilitação da Economia, para o financiamento da compra de autocarros, a

Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários

(FEMATRO) pagou, apenas, 3.350.000 Meticais, o equivalente a 42,4%;

f) Continua a existir um incumprimento generalizado no pagamento das prestações

indicadas nos contratos, pelos adjudicatários das participações do Estado em

empresas.

3.4.2 - Recomendações

Face às constatações acima referidas recomenda-se que:

a) A Conta Geral do Estado seja elaborada com clareza, exactidão e simplicidade,

conforme preceitua o n.° 1 do artigo 46 da Lei n.° 9/2002, de 12 de Fevereiro;

b) O IGEPE envide esforços no sentido de “acompanhar ou participar na gestão de

todas as empresas participadas pelo Estado”, em cumprimento do preceituado na

alínea a) do n.º 2 do artigo 5 do seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Decreto n.º

46/2001, de 21 de Dezembro;

c) A contabilização das receitas seja feita de acordo com o regime de caixa, conforme

estatuído no artigo 41 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, e que a Conta Geral do

Estado contenha informação completa relativa a receitas cobradas e despesas pagas

pelo Estado (alínea a) do artigo 47 da mesma lei);

d) O FARE promova a cobrança coerciva, até ao reembolso integral, através dos

tribunais judiciais, das dívidas dos seus clientes em situação de incumprimento no

pagamento das suas prestações de capital e juros, conforme o estabelecido no artigo

37 dos seus Estatutos, aprovados pelo Decreto n.º 89/2009, de 31 de Dezembro.

e) A DNPE e o IGEPE desenvolvam esforços no sentido de fazer cumprir,

rigorosamente, pelos adjudicatários das empresas alienadas pelo Estado, as

Page 47: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

38

cláusulas contratuais relativas aos pagamentos das prestações de aquisição do

património do Estado.

3.5 – Dívida Pública

3.5.1 - Constatações

Do capítulo da Dívida Pública, são de mencionar as seguintes situações:

a) Na CGE de 2013, não consta informação sobre avales e garantias concedidos pelo

Estado, cujo limite foi estabelecido em 183.500 mil Meticais, pelo artigo 11 da Lei

n.º 1/2013, de 7 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado de 2013, valor que

não sofreu qualquer modificação pela Lei do Orçamento Rectificativo;

b) Não foi registada, na CGE, uma emissão de Bilhetes do Tesouro no valor de

272.160 mil Meticais;

c) Foram detectadas divergências de informação entre a CGE (em que falta a dívida

contraída com a Alemanha) e o Anexo 3 do Relatório da Dívida Pública da DNT

(de que consta a referida dívida); Não foi registado, nas Operações de Tesouraria,

nem apresentado na CGE de 2013, o valor de 2.170 mil Meticais, de movimentos

de BT´s;

d) A CGE continua a não apresentar qualquer informação sobre a execução e

desempenho das Parcerias Público-Privadas.

3.5.2 - Recomendações

Relativamente às constatações acima apresentadas, recomenda-se:

a) Que a elaboração da CGE seja feita com clareza, exactidão e simplicidade

prescritas no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o

Sistema de Administração Financeira do Estado;

b) A observância dos procedimentos aplicáveis ao processo de contratação,

implementação e monitoria dos empreendimentos de PPP´s, Projectos de Grande

Dimensão e Concessões Empresariais, estabelecidos no n.º 2 do artigo 24 do

Decreto n.º 16/2012, de 4 de Julho.

Page 48: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

39

3.6 - Património do Estado

3.6.1 - Constatações

Da verificação da informação relativa ao Património do Estado, apurou-se que:

a) O Classificador Geral de Bens Patrimoniais, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º

78/2008, de 4 de Setembro, não está harmonizado com o Classificador Económico

da Despesa. Por outro lado, o Regulamento do Património do Estado, aprovado

pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, encontra-se desajustado, no concernente

ao valor mínimo a considerar para efeitos de inventariação;

b) Como foi reportado no Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012, o Anexo 7.3

continua a não incluir o inventário do património das Empresas Públicas e das

Autarquias;

c) O processo de regularização dos títulos de propriedade dos imóveis do Estado

ainda não é satisfatório, tendo-se apurado, em 2013, um grau de realização de

49,7%. Igualmente, há fraca regularização dos títulos de propriedade dos veículos a

favor do Estado;

d) A aplicação informática “e-Património”, integrada no ambiente e-SISTAFE,

desenvolvida para a digitalização de dados referentes aos bens patrimoniais, ainda

não funciona plenamente, nos organismos do Estado, conforme se observou durante

as acções de auditoria realizadas por este Tribunal;

e) O nível de inventariação de bens patrimoniais continua manifestamente baixo, ao

situar-se em 24,7%, no exercício económico de 2013, conforme resulta da

comparação da coluna de “Aquisições” do Anexo Informativo 7, com os Mapas VI

a XII da CGE;

f) Existem situações em que os bens à responsabilidade das entidades auditadas não se

encontram evidenciados no Inventário Consolidado da CGE. Outros, embora já

pagos aos fornecedores, não foram ainda entregues às entidades que os adquiriram;

g) Em 43 entidades auditadas, não foi feita a conformidade processual e a

digitalização, no e-Inventário, de bens adquiridos, que totalizam 93.303.808,53

Meticais;

Page 49: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

40

h) Em algumas entidades, na inventariação de bens não foi considerado o IVA,

resultando na subvalorização do património dessas entidades;

i) Persiste, ainda, em diversas entidades, o preenchimento incorrecto e incompleto das

Fichas de Inventário e classificação inapropriada de bens, assim como, a falta de

etiquetas nos bens, de contratos de seguro e de regularização dos títulos de

propriedade dos imóveis e veículos;

j) Continuam a existir divergências entre os dados respeitantes ao inventário, nas

entidades auditadas, e os constantes do Mapa Consolidado do Património do Estado

(Anexo 7.4 da CGE de 2013);

3.6.2 - Recomendações

Na sequência das constatações acima referidas, recomenda-se que:

a) Sejam revistos os dispositivos legais desajustados que regulam a gestão do

património do Estado;

b) A informação dos bens patrimoniais registada na CGE seja apresentada de forma

consistente e fiável, em observância do estatuído no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º

9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do

Estado, segundo o qual a Conta Geral do Estado deve ser elaborada com clareza,

exactidão e simplicidade;

c) Se envidem esforços no sentido de regularização dos títulos de propriedade dos

veículos e imóveis do Estado, cumprindo-se o preceituado no n.º 1 do artigo 11 do

Regulamento do Património do Estado, segundo o qual “Todo o Património do

Estado sujeito ao registo deve ser inscrito nas respectivas Conservatórias, em nome

deste, pelo Ministério que superintende a área das Finanças”;

d) Se acelere a implementação da aplicação informática “e-Património”, nas

instituições do Estado e se melhore a sua utilização, onde ela já foi introduzida;

e) As entidades inventariem os bens a seu cargo, obedecendo o prescrito no n.º 2 do

artigo 58 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual “A inventariação e

Page 50: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

41

gestão do Património de Estado compete à entidade onde se localizam os bens e

direitos patrimoniais...”;

f) Se cumpram os prazos de entrega dos bens adquiridos, previstos nos respectivos

contratos;

g) As entidades procedam à digitalização dos dados no e-Património, de modo a que

os mesmos sejam evidenciados no e-SISTAFE da respectiva Unidade Gestora

Executora, em consonância com o disposto no n.º 2 do artigo 13 do Regulamento

do Património do Estado;

h) Se exerça maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de Inventário, em

cumprimento dos procedimentos plasmados no Diploma Ministerial n.º 78/2008, de

4 de Setembro, que aprova os Suportes Documentais (Classificador Geral de Bens

Patrimoniais e as Fichas de Inventário) e Regulamento do Património do Estado,

aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto;

i) Sejam adoptados procedimentos que permitam o registo de bens adquiridos na

entidade e consequente digitalização, no e-Património, de modo a garantir a

consistência entre a informação da entidade e a do Mapa Consolidado do Inventário

do Património do Estado;

Page 51: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

42

Sala de Sessões do Plenário do Tribunal Administrativo, em Maputo, aos 26 de Novembro

de 2014.

Machatine Paulo Marrengane Munguambe, Juiz Conselheiro Presidente

Amílcar Mujovo Ubisse, Juiz Conselheiro (Relator)

Januário Fernando Guibunda, Juiz Conselheiro

José Estêvão Muchine, Juiz Conselheiro

Filomena Cacilda Maximiano Chitsonzo, Juíza Conselheira

José Luís Maria Pereira Cardoso, Juiz Conselheiro

David Zefanias Sibambo, Juiz Conselheiro

Aboobacar Zainadine Dauto Changa, Juiz Conselheiro

João Varimelo, Juiz Conselheiro

Paulo Daniel Comoane, Juiz Conselheiro

José Maurício Manteiga, Juiz Conselheiro

Isabel Cristina Pedro Filipe, Juíza Conselheira

Rufino Nombora, Juiz Conselheiro

Pelo Ministério Público

FUI PRESENTE

Edmundo Carlos Alberto

Vice-Procurador Geral da República

Page 52: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE - sislog.comsislog.com/ta/IMG/pdf/VSRPCGE_2013.pdf · O Relatório e Parecer sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade, economia, finanças,

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2013

43

FICHA TÉCNICA

Propriedade e Edição

Tribunal Administrativo

Coordenação Editorial

Elzira Tundumula (Direcção de Sistemas de Informação e Comunicação)

Moisés Amaral (Contadoria da Conta Geral do Estado)

Equipa Técnica

Nalagi Faquir-Bay

Ancha Herculano

Elídia Jacques Taquidir

Domingos Miambo

Miguel Chamba

Arranjo Gráfico

Nalagi Faquir-Bay

Ancha Herculano

Elídia Jacques Taquidir

Revisão Linguística

DCI

Periodicidade

Anual

Distribuição

Gratuita