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NOME: Leticia Gomes Canuto DRE: 113152809 Moderna II (2015.1) - Resenha do livro “A Filosofia do Iluminismo”, de Ernst Cassirer A construção das bases filosóficas que moldaram a sociedade moderna Ernst Cassirer (1874-1945) foi um influente filósofo alemão que, por ser de origem judaica, teve que deixar a Alemanha quando os nazistas subiram ao poder, mas que continuou sua carreira acadêmica lecionando em universidades prestigiadas de outros países como Suécia e Estados Unidos. O seu livro “A Filosofia do Iluminismo” foi publicado em 1932 é uma das suas obras mais conceituadas. Ele oferece uma perspectiva diferente sobre o Iluminismo pois se concentra somente nos aspectos intelectuais e subjetivos do movimento, não se aprofundando na discussão comum na historiografia em que se busca relacionar o Iluminismo com a realidade política, social e econômica do século XVII. Apesar de parecer evitar tratar do contexto histórico que acompanha o Iluminismo, o livro tem a característica notável de abordar o Iluminismo o demonstrando como um processo filosófico, e não como uma doutrina. Para discorrer sobre o pensamento filosófico do Iluminismo, o autor divide o livro em diferentes categorias que marcam a formação do pensamento iluminista, como a ciência, a psicologia, o direito, o Estado e a sociedade, o estudo historiográfico, a religião e a estética. O autor analisa quais mudanças as concepções que envolvem esses campos

Resenha A FILOSOFIA DO ILUMINISMO

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Resenha do livro A filosofia do iluminismo de Enerst Cassirer.

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Page 1: Resenha A FILOSOFIA DO ILUMINISMO

NOME: Leticia Gomes CanutoDRE: 113152809Moderna II (2015.1) - Resenha do livro “A Filosofia do Iluminismo”, de Ernst Cassirer

A construção das bases filosóficas que moldaram a sociedade moderna

Ernst Cassirer (1874-1945) foi um influente filósofo alemão que, por ser de origem

judaica, teve que deixar a Alemanha quando os nazistas subiram ao poder, mas que

continuou sua carreira acadêmica lecionando em universidades prestigiadas de

outros países como Suécia e Estados Unidos. O seu livro “A Filosofia do Iluminismo”

foi publicado em 1932 é uma das suas obras mais conceituadas. Ele oferece uma

perspectiva diferente sobre o Iluminismo pois se concentra somente nos aspectos

intelectuais e subjetivos do movimento, não se aprofundando na discussão comum

na historiografia em que se busca relacionar o Iluminismo com a realidade política,

social e econômica do século XVII. Apesar de parecer evitar tratar do contexto

histórico que acompanha o Iluminismo, o livro tem a característica notável de

abordar o Iluminismo o demonstrando como um processo filosófico, e não como uma

doutrina.

Para discorrer sobre o pensamento filosófico do Iluminismo, o autor divide o livro

em diferentes categorias que marcam a formação do pensamento iluminista, como a

ciência, a psicologia, o direito, o Estado e a sociedade, o estudo historiográfico, a

religião e a estética. O autor analisa quais mudanças as concepções que envolvem

esses campos de estudo sofreram por conta da nova filosofia que estava em

desenvolvimento. Para exprimir suas reflexões e pontos de vista, o autor cita e

explora as formulações filosóficas ou científicas de diversos autores ao longo de

todos os capítulos do livro. A maior parte desses autores são intelectuais que

viveram na época do iluminismo e foram importantes para o progresso do

movimento. Cassirer também faz uso de comparações de caráter filosófico entre os

séculos XVII e XVIII para ressaltar as mudanças de pensamento que o Iluminismo

trouxe à sociedade.

Cassirer começa o seu livro discutindo sobre como os iluministas passaram a

destacar mais as ciências modernas do que a filosóficas, de tal forma que a

observação e a experiência importassem mais do que apenas a dedução. Assim, os

iluministas se interessavam mais em observar os fenômenos e as particularidades

de seus objetos de estudo do que descobrir preliminarmente quais são os princípios

Page 2: Resenha A FILOSOFIA DO ILUMINISMO

que regem este fato, utilizando para isso métodos científicos em detrimentos a

métodos dedutivos.

Também é discutido o conflito entre os iluministas e a Igreja. Esse embate teórico

se dá quando os iluministas passam a considerar a Matemática e a Física como

fonte da noção de verdade, ao invés de se basear nos dogmas das escrituras

sagradas como era feito pela Igreja. Essa nova concepção leva a ruptura da ideia de

que não era possível desvendar os mistérios da natureza, pois isso passa a ser

realizável a partir dos métodos científicos que utilizam a Matemática e Física. O

autor refuta a ideia de que todo o movimento iluminista pode ser caracterizado pelo

ceticismo em relação a religião, pois este busca um novo ideal de fé porque tem

divergências com o padrão de pensamento da Igreja, mas não é por isso que busca

a dissolução da religião.

O autor analisa como a psicologia se envolve com a teoria do conhecimento,

quando a filosofia passa a ser relacionada com o campo das sensações. Isto, pois

fatores psicológicos e biológicos, como a decisão sobre o que é interessante e útil

para o individuo, refletem na lógica que é criada por ele. Assim, as paixões do

homem passam a ter uma importância filosófica, pois nos moldam e ajudam a

determinar como usaremos a lógica e a moral.

O filosofo também se preocupa em apontar as mudanças no estudo da história

durante o século XVIII. A filosofia do iluminismo julgava que as questões da natureza

e da história formam uma unidade que não pode ser separada, e, portanto deve-se

aplicar a história o método de estudo da razão. Ao longo do capítulo que trata desde

aspecto, o autor evidencia o pensamento de diversos autores, como Voltaire,

Descartes, Malebranche e Bayle, sobre o método de estudo e a importância da

História.

No penúltimo capitulo da obra, é abordada a mudança que a filosofia política e

moral sofrem durante o Iluminismo, pois passam a ser estudadas por métodos mais

empíricos. Este capitulo debate, sobretudo, as ideias de Jean Jacques Rousseau

sobre o tema.

Por fim, o autor explora mais profundamente a questão estética e a crítica literária

durante o século do Iluminismo.