Resenha a Vila

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Resenha do filme "A Vila"

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FUNDAO HELENA ANTIPOFFINSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAO ANSIO TEIXEIRA

FILOSOFIA:RESENHA A VILA

Sabrina Sande Almeida Silvrio

IBIRIT2012SABRINA SANDE ALMEIDA SILVERIO

RESENHA A VILA

A partir do filme A Vila, escrito e dirigido por Shyamalan farei na forma de uma interlocuo entre o Mito e a nossa realidade, uma resenha crtica e filosfica.

Em A Vila, Shyamalan escreveu um roteiro onde um grupo de ancies funda uma pequena Vila longe da sociedade em meio a uma enorme floresta, buscando assim viver com seus filhos e amigos longe da violncia cruel das cidades grandes. Os ancies, que em seu passado sofreram na pele a crueldade do Mundo alm da Floresta, so os lderes dessa comunidade alternativa. Os mesmos visando proteger seus filhos, que nasceram nesse lugar, criam a ideia de que alm de seu espao (na floresta) existem criaturas misteriosas e carnvoras, fazendo assim com que a comunidade tenha medo extremo de ultrapassar a cerca de seu territrio mantendo-os isolados de qualquer civilizao. Quando Shyamalan nos apresenta esse roteiro, repensamos sobre todas as leis as quais temos respeitado e em todas as ideologias que acreditamos e em alguns casos, at por elas morremos.

Mas no s na fico de Shyamalan que criaturas misteriosas que vivem debaixo de panos amedrontam pessoas inocentes que s querem viver em paz, no. Tambm podemos relacionar o roteiro do diretor de A Vila a nossa realidade. Ns temos sim nossos medos, medos de criaturas com aparncia avermelhada, tem gente que tem medo de uma propriamente dita que tem chifre e cheiro de enxofre, como a religio diz. A est, o mito do Diabo, esse ser mau que faz tanto medo nos nossos jovens que por influncia de pastores, mes e pais, no fazem o que gostam, ou no vo alm de cercas porque podem ir pro inferno (ou no caso do filme, podem ser comidos vivos). No caso do longa, o inferno alm da cerca onde aqueles que no mencionamos vivem. Quem o Diabo? Quem so essas criaturas que vestem vermelho? E por que os maus vestem vermelho e o bons amarelo? Quem estipulou que o vermelho uma cor ruim? Por que vivemos lei deles e no as nossas? Por qual motivo e circunstncias devemos seguir o nosso destino respeitando leis dos outros? E por que no arriscar a pensar, como Lucius pensou que se formos bons e com causas boas, ningum vai nos perturbar? Ao contrrio disso somos egostas, colocamos cercas eltricas na nossa casa e se o vizinho no tem o problema dele. Os ancies do filme alienaram mesmo que por amor, pessoas inocentes e as privaram do direito de saber a verdade. Ns podemos sim pensar que existe o lado bom do Mundo e que no nenhum Diabo com chifres que vai me punir pelas atitudes que tenho, ou se beijei antes do casamento. Ns vivemos a merc de ancies o tempo todo. O pastor da sua igreja, aquele deputado em quem voc votou em nem lembra mais, sabe? Ele pode estar agora vetando uma proposta que poder beneficiar a educao do seu filho. Somos cercados por ancies e nem nos damos conta disso.

Outra parte do filme que muito me interessou foi questo da caixa preta que os ancies guardavam a sete chaves, as deixando bem visveis para que eles nunca se esquecessem da vida fora da comunidade, vida essa bem amarga. Em uma dessas caixas havia reportagens sobre assassinatos dos familiares dos mesmos. Quem no tem uma caixa preta guardada no fundinho de sua mente? Aquela caixa onde seus medos, muitas vezes impostos por outros, receios e lembranas pesadas esto guardadas? Magnfica colocao de Shyalaman. Por que a sua caixa preta no branca? Perguntas, perguntas...

No filme fica bvio a fragilidade da humanidade. Quando os lderes juntaram essa comunidade eles acreditaram que supostamente longe do mal das capitais, todos que ali nascessem seriam bons. Mas no isso que acontece, no seio dos ancies existe um suposto deficiente mental que no to bom assim, e pior, filho de uma anci. Estou me referindo ao amigo de Ivy, que pros mais atentos, demonstra desde o incio do filme caractersticas de maldade quando, por exemplo, ao ouvir o uivo do suposto Monstro, bate palmas e fica feliz. Com o desenrolar do longa, Ivy ,a mocinha cega do filme e Lucius o mocinho, engatam um romance, e o deficiente , muito amigo de Ivy sente cimes ao saber que a mesma(por quem ele demonstra grande obedincia e devoo) ir se casar. E a as prximas cenas nos mostram que nem na Vila, que supostamente pura, os moradores esto livres do cncer que a maldade e o egosmo. O deficiente, num ato de cime, esfaqueia Lucius friamente causando assim caos na Vila. O que fica dessa ideia? No adianta, o egosmo est cravado nos seres humanos, enquanto houver esse sentimento correndo em nossos coraes no h isolamento que nos livre.Seria bem proveitoso e revelador se todos parassem pra pensar na ideia desse filme, na verdade na pergunta: Realmente vivemos livres? Realmente no h nada alm? Na verdade somos controlados sim por conceitos de outrns e no questionamos em nenhum momento ou no pensamos nem duas vezes ao apertar o confirma na urna, ou ao aceitar calado que se voc der o dzimo, seu cncer vai ser curado. Se libertem de suas cavernas, no somos livres e se no tivermos a coragem de Ivy Walker que pensou duas vezes, pisou em seu medo e escancarou a porta de sua priso por amor, nunca... Eu disse nunca! Nunca sairemos da nossa ignorante caverna.

Mesmo que Ivy tenha apenas sentido o cheiro, ela pelo menos tentou.