Resenha Caminhos e Fronteiras

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  • 8/15/2019 Resenha Caminhos e Fronteiras

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    MESTRADO ASSOCIADO UFMG-UNIMONTES EMSOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITÓRIO

    Disciplina: Cultura, População e NaturezaProfessores: Flávia Galizoni, Felisa Anaya e Andréa Narcisoestrando: !a"uel de Fáti#a Alves

    !esen$a: Ca#in$os e Fronteiras % &ér'io (uar"ue de )olanda*

    Sérgio Buarque de Holanda retrata na obra Caminhos e Fronteiras no

    primeiro capítulo "Veredas de pé posto", o movimento que se expressa na

    simultneidade dos caminhos e das !ronteiras, isto é, nas tenses, na

    sedimenta#$o provis%ria& ' autor elege "vereda" como ponto de partida, mas

    n$o como ponto !ixo de chegada& Veredas é a permanente multiplica#$o do

    movimento( é o ir e vir constante, é o pr%prio devir& 's pés postos nas veredas

    indicam um momento do movimento, a antítese, aquele momento onde se d) a

    assimila#$o que signi!ica n$o a incorpora#$o passiva de um legado pré*

    existente, mas tens$o e que pode ser expressa na idéia de !ronteira& +ntítese

    porque, de um lado ou, num caminho, o do branco, h) a nega#$o peta

    insu!icincia do seu legado metropolitano- de outro, embora o branco europeu

    incorpore enquanto necessidade tra#os da cultura indígena, no limite, ocorre .

    nega#$o da civili/a#$o indígena, na medida cm que o branco tem que neg)*la

    para poder conservar o seu sonho( sua coloni/a#$o ideali/ada intrépidos em

    retalhistas e homens de neg%cios"& H) o movimento dialético onde

    meio0sociedade0cultura, índio0portugus0mamaluco, em constante

    antagonismo, produ/em o novo e o mais novo&

    1m "Botica da 2ature/a", Sérgio Buarque de Holanda retrata mais um

    nível da experincia humana, o do imagin)rio ligado a cura, ao misticismo& 3) o

    título, numa primeira apreens$o, encerra a oposi#$o entre o conhecimento

    proveniente da experimenta#$o 4botica5 e as in!initas possibilidades das coisas

    da "ph6sis" 4nature/a5- na segunda intelec#$o h) um am)lgama entre o

    conhecimento indígena da !auna e da !lora, que n$o s$o vistos como coisas

    separadas do homem, e a alquimia * gosto pelo maravilhoso, tra#o do

    conquistador, legado europeu tra/endo consigo a conscincia cindida que ope

    homem e nature/a& ' resultado !inal ser) urna !armacopéia popular, onde cura

    e promessa s$o uma s% e mesma coisa&

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    MESTRADO ASSOCIADO UFMG-UNIMONTES EMSOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITÓRIO

    "H) indícios de que mais de um desses medicamentos 7) seriam utili/ados

    pelo gentio antes de qualquer contato com os adventícios& 8as s$o dignos de

    interesse, por outro lado, os processos de racionali/a#$o e assimila#$o a que

    o europeu su7eitou muitos de tais elementos, dando*lhes novos signi!icados e

    novo encadeamento l%gico, mais em harmonia com seus sentimentos e seus

    padres de conduta tradicionais"&

    1ssa botica ou esta !armacopéia r9stica resulta do procedimento

    anal%gico empreendido pelo portugus, que na verdade signi!ica procurar entre

    os elementos da nova tem propriedades 7) conhecidas na 1uropa& + pedra do

    porco*espinho, be/oar 7) conhecido pelo europeu, recomendada para v:mitos,

    males de est:mago, "a!li#es do cora#$o", "paixes dos rins", é substituída

    pela pedra do porco do mato&

      ";edras be/oares de grande e!ic)cia existiam também nos veados e antas, 2os

    sertes da capitania de S$o ;aulo havia "hus Sapos grandes de cornos que chamo

    2ambicoaras, e os cornos ou orelhas s$o o melhor unic%rnio para se metter na )gua,

    que puri!ica, apesar da pe#onha"& 1xtraordin)rio  era o e!eito de duas pedras

    encontradas na cabe#a do 7acaré quando aplicadas aos !ebricitantes& 1ra o bastante

    se colocaram tais pe.ras nas m$os do en!ermo para que logo se extinguisse a !eb*e&

    ;ara a mentalidade de muitos dos nossos roceiros de ho7e tm aplica#$o teraputicaou servem de amuletos, praticamente, todas as partes do corpo dos animais

    selvagens, que n$o possam servir  para a alimenta#$o ou manu!atura de couros- os

    chi!res, os dentes, as unhas, os ossos, os cascos, as coura#as, as gorduras& "

     + nature/a se revela cheia de surpresas e novidades, quando n$o h)

     +nalogia possível, o 7eito é despe7ar o gosto pelo maravilhoso, pelo !abuloso,

    tanto . maneira indígena quanto . maneira européia& +ssim, as unhas do

    tamandu)*bandeira, unidas aos pares, utili/adas pelos naturais da terra como

    ornamentos, !oram incorporadas pelos colonos a

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