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Resenha Comunicação Empresarial de Roger Cahen 1. Introdução à Segunda Edição Na “Introdução à segunda edição”, o autor Roger Cahen explica os motivos que o levou a escrever um segundo livro para atualizar os conceitos, uma vez que o primeiro obteve bastante sucesso e se tornou um manual para inúmeras faculdades das áreas de Comunicação, Administração e Economia. Roger Cahen (2008) explana sobre as razões de reeditar e diz que “ele foi escrito nu momento histórico que já se passou. Assim, certos conceitos deixaram de fazer sentido, precisando ser revistos e/ou modificados. Na primeira edição foram utilizadas expressões que pertencem ao jargão profissional da Comunicação Empresarial – e para iniciantes isso não apenas pareceu “pedante” como alguns sentidos se perderam. Novas técnicas e tecnologias, algumas das quais incipientes quando este livro foi escrito, surgiram ou se consolidaram. Leitores e amigos generosos deram contribuições e fizeram críticas construtivas. Estas foram incorporadas a esta Edição Revisada”. Por fim, o autor afirma que ele mesmo notou algumas falhas no seu primeiro livro sobre Comunicação Empresarial e tentou consertá-las e ainda fecha esse capítulo com ideia generosa de que continuará aceitando sugestões e criticas que serão incluídas na próxima Edição Revisada. 2. Em Defesa do Óbvio, da Simplicidade e da Alegria 4

Resenha Comunicação Empresarial - Cahen

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Resenha Comunicação Empresarial - Cahen

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Resenha Comunicao Empresarial de Roger Cahen

1. Introduo Segunda Edio

Na Introduo segunda edio, o autor Roger Cahen explica os motivos que o levou a escrever um segundo livro para atualizar os conceitos, uma vez que o primeiro obteve bastante sucesso e se tornou um manual para inmeras faculdades das reas de Comunicao, Administrao e Economia. Roger Cahen (2008) explana sobre as razes de reeditar e diz que ele foi escrito nu momento histrico que j se passou. Assim, certos conceitos deixaram de fazer sentido, precisando ser revistos e/ou modificados. Na primeira edio foram utilizadas expresses que pertencem ao jargo profissional da Comunicao Empresarial e para iniciantes isso no apenas pareceu pedante como alguns sentidos se perderam. Novas tcnicas e tecnologias, algumas das quais incipientes quando este livro foi escrito, surgiram ou se consolidaram. Leitores e amigos generosos deram contribuies e fizeram crticas construtivas. Estas foram incorporadas a esta Edio Revisada. Por fim, o autor afirma que ele mesmo notou algumas falhas no seu primeiro livro sobre Comunicao Empresarial e tentou consert-las e ainda fecha esse captulo com ideia generosa de que continuar aceitando sugestes e criticas que sero includas na prxima Edio Revisada.

2. Em Defesa do bvio, da Simplicidade e da Alegria

Ao comear o captulo dois, intitulado de Em defesa do bvio, da simplicidade e da alegria, Cahen comenta que ns, seres humanos, temos medo de parecer menos inteligentes quando expomos a nossas ideias de forma clara, simples e objetiva e por esse motivo ns fugimos do bvio e expressamos nossos pensamentos de forma empolada. O autor Cahen (2008) acredita que a verdadeira beleza est na simplicidade, pureza, nitidez e transparncia seja de formas, seja de ideias. A fim de explicar como o livro est esquematizado, Cahen afirma que o livro de uma leitura simples e pede para os leitores tomarem cuidado ao analisar os conceitos, pois no se trata de uma leitura encadeada com pensamentos de forma lgica e toda arrumadinha, e ressalta que s vezes no haver concluses, pois ele a deixou para os leitores. O autor enumera trs motivos pelos quais o seu livro no segue as regras severas de outras matrias tais como Medicina ou Engenharia:

Primeiro: minha forma de escrever igual de falar e at de pensar construindo patamares gradativos para, por meio das partes, chegar ao todo. Segundo: nunca escrevi um livro antes. E terceiro: em tudo neste mundo reina um certo caos; nada completamente arrumadinho, bonitinho e certinho. Cahen, 2008.

E o autor ainda brinca com a ideia da severidade no ambiente de trabalho e acredita que uma dose de bom humor essencial a tudo aquilo que se faz na vida, inclusive no trabalho, ele questiona como algumas pessoas so diferentes no ambiente empresarial e na vida real, como se elas vestissem uma mscara para cada tipo de atividade, ou seja, no trabalho so dotadas de uma rigidez ou sisudez que beira o mau humor e fora dele so pessoas mais alegres e divertidas, tirando a mscara. Cahen finaliza o captulo pedindo mais um cuidado aos leitores, pois a primeira edio foi acusado de no ser srio e alguns crticos afirmaram que ele escreveu Comunicao Empresarial sem embasamento, mas para isso, Cahen deixa dois avisos importantssimos todos os leitores para que possam saborear e compreender as suas palavras de uma forma simples: Primeiro: leia esse captulo com ateno, reflita a respeito do que est escrito aqui. Segundo: este livro no para ser livro aos pedaos. Precisa ser lido do comeo para o fim, sem saltos sob o risco de algumas coisas (muitas, na verdade) no fazerem sentido.

3. Besteiras, Conceitos e Jogatina

O incio do captulo trs, Besteiras, conceitos e jogatina, o autor elenca vrias frases distorcidas que usam a comunicao como base, porm, uma comunicao falha e cheia de problemas tais como o conceito que algumas empresas tm de jornalistas, a comunicao empresarial pautada no medo e na falsa propaganda da imagem de uma organizao. Cahen diz o fato que a Comunicao Empresarial de fato, tratada seriamente como uma das mais eficientes e poderosas ferramentas de estratgias, ainda , neste pas, privilgio de uns poucos empresrios clarividentes, que aceitam essa atividade como investimento e no como despesa. E que, como qualquer outro investimento, tem por objetivo o lucro. Antes de explicar o que a Comunicao Empresarial, o autor fala sobre o Marketing e diz que quando perguntaram a um grande empresrio o que ele classificava como Marketing o empresrio respondeu: thats the name of the game. O Marketing um jogo em que todas as partes so importantes e quando uma deixada de lado ou esquecida gera enormes problemas. Sim, Grande Jogo, pois o Marketing o maior jogo da face da terra. Cahen, 2008. Para uma organizao obter sucesso preciso que vrios departamentos de uma organizao tais como finanas, produo, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, organizao e mtodos e tantos outros estejam alinhados com a Comunicao Empresarial. Assim, Cahen define Comunicao Empresarial:

Comunicao empresarial uma atividade sistmica, de carter estratgico, ligada aos mais altos escales da empresa e tem por objetivo: criar onde ainda no existir ou for neutra manter onde j existir ou, ainda, mudar para favorvel onde for negativa a imagem da empresa junto a seus pblicos prioritrios. Cahen, 2008.

Essa comunicao est ligada a palavra Empresarial, sendo assim, o autor explica que ela administrativa e quando acrescenta a palavra sistmica, entende-se que uma ao constante, no serve apenas para solucionar uma determinada situao momentnea, mas sim para ser um processo. Quando o autor cita sistmico, ele nos mostra um pensamento de que a Comunicao Empresarial deve depender menos da ao individual e mais de sistemas implantados. Sistemas so um conjunto de peas que funcionam harmoniosamente visando um nico objetivo, alguns exemplos so o mailing list de uma empresa ou at mesmos os arquivos e apesar de serem sistemas muitas vezes complexos todos eles precisam de gente para manuse-los e faz-los funcionar. A Comunicao Empresarial tem um carter, tem uma funo estratgica que est ligada aos altos escales da organizao e atravs dessa funo que as batalhas sero ganhas nesse jogo. Cahen afirma h portanto que: ganhar no seu pedao e, eventualmente, abocanhar algum outro; leia-se quinho ou share de mercado e sobreviver. apenas isso: crescer, manter ou morrer. Sim, morrer existe. O fato que a funo da Comunicao Empresarial se reside no alto escalo das empresas, pois se fosse delegada aos baixos setores ela seria usada de forma imediatista, logo, a alta administrao quem tem o poder de aprovar e desaprovar, definir recursos tanto materiais como humanos para atingir um objetivo global. Voltando a falar de imagem (seja pessoal ou de uma organizao), como se deu no incio do captulo trs, o autor explica que conquistar uma imagem positiva difcil, porm, mant-la mais difcil ainda e que basta apenas um nico deslize para que anos e anos de construo da mesma seja destrudo. Pblicos prioritrios so um negcio mais complexo do que a mera listagem de nomes e endereos em um mailinig list. Apenas uma pequena parte dos pblicos prioritrios cabe no mailing list. O resto massa as pessoas que vivem, trabalham, agem e influenciam o universo scio-poltico-geogrfico-econmico-cultural-ambiental (ufa!), dentro do qual vive uma empresa. H uma grande maioria (nem sempre silenciosa) para a qual a emisso de mensagens deve ser constante, ininterrupta e consistente. Isso porque a comunicao o faz para algum (obrigado, Aldous Huxley), espera uma resposta costumeiramente chamada de feedback. O autor finaliza brincando dizendo que o comunicador deve se comportar como um eterno apaixonado, sempre mandando bilhetinhos de amor, flores e bombons a fim de conquistar a amada, esse o chamado pblicos prioritrios. E ainda necessrio compreender que as relaes no so eternas, por isso deve continuar mandando bilhetinhos, flores e bombons, mas sem causar enjoo para manter essa preciosa relao.

4. A mentira de Duas Mos

Em A mentira de duas mos, captulo quatro, o autor vai falar da mentira sobre a expresso comunicao uma vida de duas mos. Entende-se que nessa frase a comunicao sempre ir levar uma mensagem e trar uma resposta, um feedback. Cahen exemplifica a ideia de uma forma ldica: tambm leva o incauto a pensar que a tal via uma espcie de rua bem asfaltada, bem sinalizada, onde todos respeitam as leis de trnsito, e que o fluxo de trfego constante e bem organizado. Carros-mensagens indo para l e para c em perfeita ordem. Na atualidade, esse conceito de via de duas mos deixa de fazer sentido perante a obsolescncia dos objetos e da competitividade dos mercados. O autor nos pede para esquecer a via de mo dupla e pensar na mensagem e suas possveis respostas como uma teia de aranha bem grande, onde cada fio da teia ligado a tantos outros e cada mexida nela provoca diversos choques na estrutura, assim que o autor define novamente a Comunicao Empresarial. As empresas emitem mensagens o tempo todo por essa teia e nem sempre todas so corretas e existem milhares de coisas que afetam essas mensagens tais como os interesses dentro da empresa, grupais e individuais, os movimentos econmicos nacionais e internacionais, a concorrncia e dentre outros. Cahen afima que em termos de Comunicao Empresarial a verdadeira nunca se emite uma mensagem para um fio s, e muito menos espera-se que a resposta venha de forma esperada e pelo mesmo fio pelo qual a mensagem partiu. Na verdade, o que se faz emitir vrias mensagens, para vrios fios, e ir atrs das respostas por quase toda a teia. O autor conta uma histria de princesa e reino para exemplificar como as coisas mudam no mundo atual, como as empresas esto lidando com esse dinamismo e que se os profissionais (seja de comunicao ou de outra rea) no estiverem bem preparados tero grandes problemas ao lidar com essas constantes atualizaes dentro e fora das organizaes.

5. Pirmide de Cristal

O captulo cinco Pirmide de cristal, Cahen enumera algumas grandes falcias empresariais sobre Comunicao:

1. Depende Totalmente de Algum Talentoso. O autor no nega a necessidade do talento aos profissionais da Comunicao Empresarial porm, diz que dedicar um captulo especial a esse tema.2. Comunicao Empresarial uma Via de Duas Mos. Aqui, o autor j explicou no captulo quatro a sua opinio sobre essa expresso e ns tivemos a oportunidade de acompanh-lo a respeito do exemplo da teia de aranha e seus inmeros fios. 3. Comunicao Empresarial fundamentada em Atividades. Cahen explica que atribuir atividade uma funo meramente operacional extremamente perigoso. 4. Comunicao Empresarial a mais descartvel das Atividades da empresa, podendo e devendo ser suprimida ao primeiro sinal de queda de vendas, necessidade de economizar, cortar despesas e outros fatos semelhantes. Afinal, um luxo s para empresas ricas.

Cahen afirma que quem no se comunica perde, perde mercado, perde visibilidade dentro dele, perde agilidade, criatividades, oportunidades e somente perde. O autor comenta que um dos melhores anncios que ele j teve a oportunidade de ver foi na revista Business Week, onde o texto falava sobre a maneira mais rpida de arquivar todos os problemas de mercado e nele continha uma imagem de uma gaveta com trs pastas, uma delas sem nada dentro com a etiqueta Planos de Comunicao, a outra com a etiqueta Planos de Publicidade. Aqui se inicia a explicao do porqu esse captulo se intitulado de Pirmide de Cristal, primeiro o autor comenta que escolheu o cristal porque ele lmpido e transparente, seja de qualquer ngulo que voc olhar, voc poder enxergar o outro lado, ou seja de cima para baixo e vice-versa. A estrutura em forma de pirmide porque ela estvel, a sua base sempre se mantm firmemente apoiada, logo, quem estiver acima e nos partes mais baixas dela sempre ficar solidamente apoiado. Comecemos pelo topo da pirmide. Coloquemos l a palavra Atividades. Logo abaixo, a palavra Atitudes. Mais em baixo, Polticas. Falta a base: escrevemos Filosofias. O ovo, digo, a pirmide est completa. Cahen, 2008

FILOSOFIASPOLTICASATITUDESATIVIDA-DES

Atividades

So a ponta da pirmide, porm, se desligada das demais partes da pirmide no fazem corretamente a sua funo. Atitudes

Esse segmento est entre Atividades e Polticas, e segundo o autor o segmento mais difcil da pirmide da Comunicao, ele fora os indivduos da organizao a ter atitudes que sejam coerentes com a imagem que a empresa deseja demonstrar no mercado. Para Cahen, uma empresa nada mais do que a expresso do comportamento e do desempenho de seus funcionrios. Assim, Atitudes so o que os pblicos percebem de forma quase subliminar as atividades eles podem ver. Roger Cahen cita um exemplo bastante interessante de um banco que coloca o cliente como o seu bem maior, mas quando o mesmo precisa de um emprstimo se depara com um tratamento diferente e cheio de problemas daquele que a propaganda transmitiu, ento, conclui-se que a atitude real do banco no condiz com a sua atividade se tratando de uma propaganda enganosa.

Polticas

O autor nos conta que existem as polticas escritas e aquelas no escritas, uma delas so as leis que imperam dentro das organizaes. Ao trabalhar em uma companhia telefnica, Cahen constatou que o setor O&M um mal necessrio dentro da empresa e um forte instrumento de administrao positiva, quando utilizado em benefcio das pessoas que realmente fazem a organizao: os clientes.

Filosofias

As filosofias so a base da pirmide, pois sem ela, uma empresa no pode se guiar no mercado e sofreria consequncias como caos, confuso, pssima imagem e diversos problemas. Como vem sendo de praxe, o autor nos d um exemplo de uma histria que envolve a perda de uma carteira de um americano, um brasileiro chamado Pedro a encontra e como honesto procura o dono da carteira e vai entrega-la. Ao entregar, o autor nos d trs finais e pede para escolhermos apenas um. Nesse caso, minha opinio que Pedro est agindo de forma correta ao entregar a certeira sem esperar por uma recompensa, pois o dinheiro que ele achou dentro da carteira de Mr. Smith, por mais que 3.000 dlares pudesse resolver a situao econmica desfavorvel em que Pedro se encontrava, se ele possui uma imagem e atitudes honestas, ele precisa ser condizente com aquilo que ele segue e chama de filosofia.

6. O que os Seus Gurus No lhe Contaram Sobre o Planejamento, ou Porque Tiveram Preguia ou Porque No Sabiam Mesmo

Iniciamos o captulo 6 e ltimo dessa resenha, o que os seus gurus no lhe contaram sobre o planejamento, ou porque tiveram preguia ou porque no sabiam mesmo voltando ideia de imagem para dizer que poucas empresas investem em suas imagens. O autor diz voc pode enganar seus filhos, sua esposa, seus amigos, at a sua me. Seus subordinados, voc no engana. Eles conhecem voc como a palma de suas mos. Mas muito poucos tm coragem de ir at l e falar a verdade. E quando isso acontece, o corajoso ou ingnuo vai ser confrontado com o seguinte:

1. Os diretores despejam sobre o coitado uma torrente de estatsticas para provar que as coisas no so bem assim e que na mdia geral a imagem est tima. 2. Mal o atrevido sai, os diretores comeam a pensar na melhor maneira de se livrar daquele enxerido s vezes o prprio profissional da Comunicao isso porque ou no acreditam em nenhuma palavra do que ele disse ou desconfiam de que ele fala a verdade, e nada mais desagradvel do que a verdade. Cahen diz que muitas empresas se esquecem de que o maior e o nico patrimnio que uma empresa possui sua imagem, e como todo patrimnio ele tambm se desgasta e precisa de uma reforma. Idiossincrasias, cultura e o poder das secretriasCahen explana sobre a cultura interna das empresas e alega que pouqussimas vezes ele viu uma cultura interna em que as decises eram tomadas pela alta direo e que se voc, leitor, encontrar uma empresa em que use as regras dessa cultura e tenha em mente que o seu maior patrimnio a sua imagem, se agarre a essa oportunidade, pois voc est diante de algo raro. O que geralmente v dentro das organizaes uma cultura formada por idiossincrasias de todos aqueles que passaram por elas (alta direo) para manter ou dar-lhes dar mais poder. O autor explica que o subttulo desse capitulo o poder da secretrias, uma vez que so elas quem controlam quem fala ou no com gerentes e diretores. Cahen (2008) diz afinal, a secretria a primeira pessoa que eles veem de manh e a ltima, no fim da tarde. natural que entre o chefe e a secretria acabe ocorrendo uma integrao que chega a transcender palavras, um nvel de empatia altssimo, criado pela convivncia diria e permanente. So as secretrias que detm um grande poder, elas esto a par de todos os acontecimentos e por suas mos tramitam documentos e informaes importantssimos. Informao e poder so um patrimnio individual, Cahen da um conselho: trate as secretrias como gente, primeiro porque esta a forma como voc mesmo quer ser tratado e, segundo, porque extremamente isto que elas so (no sei se tive a sorte, mas a grande maioria das secretrias que conheci e conheo no apenas eram muito gente, mas tambm excelentes profissionais). O autor ainda termina dizendo que no adianta tentar trat-las com falsidade para obter informaes confidenciais sobre outros diretores, sempre bom usar o bom senso. Planejamento ou: comeando do incioA frase muito famosa conhecida no meio administrativo aquela que diz que planejamento consiste em planejar, implantar, controlar e rever e voltar a planejar. Mas como isso funciona aplicada a Comunicao Empresarial? Cahen nos pede para que nos lembramos da pirmide de cristal, dos conceitos de sistemas e da importncia da imagem. A primeira pergunta planear o que? tem por resposta: a criao e a implantao de sistemas e atividades voltados para criar e manter a imagem positiva da empresa junto a seus pblicos prioritrios, passando por filosofias, polticas e atitudes. Esta foi fcil. Mas a segunda pergunta implantar como?. Cahen nos conta uma situao hipottica de um funcionrio recm-contratado para fazer o setor de Comunicao funcionar de uma empresa que foi adquirida por uma multinacional. Por se tratar de uma empresa fundada por brasileiros e h mais de vinte anos, haviam coisas que precisam urgentemente serem mudadas. Esse novo empregado responsvel pela Comunicao tem como seus dois colegas de trabalho uma secretria no melhor estilo mulher fatal um jornalista que Cahen classifica como mais deslumbrado do que propriamente eficiente. Bom, voc rene todas as informaes, apresenta relatrios, mudanas que precisam ser feitas e oramento para que o seu trabalho seja desempenhado visando a excelncia, muda a sua sala, organiza os papeis e arquivos e nas reunies fala o que pensa, mesmo os funcionrios mais velhos ficando um pouco chocados com tamanha sinceridade. Cahen, vai voltar aos pontos apresentados ao presidente para explicar melhor a situao:ARRANCANDO O SANGUE

Necessidades Fsicas

Cahen diz que essa tarefa foi fcil, voc conseguiu os equipamentos necessrios tais como uma caixa de luz para analisar cromos, projetor de slides, mquina de xerox prpria e mquina de fragmentar papeis por razes de confidencialidade. Conseguiu tambm folhas especiais, uma cmera no profissional, porm, teve problemas ao pedir um computador e uma impressora. Voc precisava mesmo de dois computadores online para ter acesso a informaes e documentos da empresa. Voc consegue o primeiro computador usando de todas as informaes possveis para convencer o gerente da O&M e o presidente.

Necessidades Humanas

Havia uma secretria no melhor estilo mulher fatal e o jornalista deslumbrado que precisam ser substitudos, pois eles no se tratavam do tipo de profissional que voc visava para o sucesso do seu setor. Quando voc apresentou um oramento, pediu tambm a contratao de um assistente para ser o seu segundo homem e alm de disso um estagirio. A contratao do assistente tinha sido aprovada. Cahen (2008) afirma que o segundo homem ensina ao gerente (de verdade) as vantagens de dividir poderes, confiar nos outros e, principalmente delegar, coisa que as pessoas tm tanta dificuldade em fazer. Eu no sabia e sofri muito para aprender, fazendo outros sofrerem tambm. Hoje eu sei e dou graas por isto. No algo que se nasce sabendo, com nada, alis. uma coisa para gerentes, em qualquer nvel, aprendem. Em suma, a funo de um segundo homem que ele possa representar o seu superior quando esse precisar se ausentar da empresa. O estagirio tambm foi aprovado entre terceiranistas, logo, seria mais uma fora para a empresa, mas a sua real ideia era de efetivar o estagirio nesses dois anos em que ele faria parte do treinamento e voc apostava que depois desse tempo a empresa teria condies de efetuar essa contratao. O setor de Comunicao ento estava completo possua cinco pessoas, caso fosse necessrio a contratao de recursos humanos para eventuais trabalhos, voc usaria mo de obra especializada temporria sem que houvesse maiores danos a folha de pagamento.

Atividades

No relatrio que voc apresentou ao presidente havia uma proposta para as atividades de comunicao que voc desempenharia nos prximos seis meses e dentre elas estavam: implantar um sistema de mailing list, implantar um sistema de arquivos com histria da empresa, produtos, fornecedores, cartas, comunicados e fotografias para que esse rico material no se perdesse, renovar o house organ, planejamento e execuo de visitas que diversos executivos da matriz fariam s empresas, planejamento e execuo de um evento que homenagearia os veteranos, campanha de lanamento de um novo produto em parceria com o pessoal do marketing, festa de natal para empregados e familiares, lanamento de uma campanha motivacional interna e outras atividades. Cahen (2008) conta que o presidente ficou bem impressionado, pois voc j havia detalhado e orado as atividades. O autor tambm d um conselho no tente ser o dono da bola. Divida sucessos. Se voc tentar sempre ficar com as glrias, todo mundo na empresa vai virar-lhe as costas e voc estar frito. Uma, porque no da pra viver dentro da empresa e mesmo fora sem os outros; outra, porque voc conquistar aliados.

Oramento

Cahen diz que um oramento no um bicho de sete cabeas e nem precisa ser feito por especialistas em finanas. Para se fazer um oramento necessrio elencar as aditividades por ordem de prioridade que sero necessrias e estabelecer valores estimados paras as mesmas. O autor diz que haver algumas atividades que geraro despesas, por outro lado existem as despesas que ocorrem todo ms como a publicidade institucional. O somatrio de todas essas despesas ser o valor oramento. Cahen nos diz que ns complicamos quando tentamos colocar atividades exageradas e/ou mal planejadas; quando extrapolamos os objetivos ou somos ambiciosos demais. Os outros complicam quando no aprovam as atividades (gnios so aqueles que concordam conosco), quando exigem detalhamentos estapafrdios ou dentro de uma preciso impossvel, e da pra frente. Cahen (2008) afirma que naturalmente, planejar atividades e valores exige relativa dose de prtica e coragem. Mas o administrador-gerente que no assume riscos ou no gerente de fato ou nunca vai chegar a s-lo.

PLANEJANDO O IMPLANEJVEL

Cahen nos mostra que todo planejamento est disposto a conviver com imprevistos e ainda diz para planejar o implanejvel, existem algumas ferramentas bastante teis. Vou usar s uma delas, de que todo mundo j ouviu falar, mas geralmente tem preguia de usar (e por causa disso se ferra). Chama-se Anlise de Problemas Potenciais e espero que o pessoal que inventou esse brilhante conceito, ensinando-o em um curso que todo executivo deveria fazer, no me processe e sim se sinta linsojeado. Essa ferramenta nada mais do que uma reunio onde todos analisam as possveis situaes que podem dar errado em uma determinada atividade, faz-se uma lista de coisas que podem no sair como o esperado e possveis solues. Essa uma ferramenta que no se aplica somente a Comunicao Empresarial, mas a qualquer situao, inclusive pessoal.

Disaster Sheets

O ator nos informa que existe um outro tipo de imprevisto que se no for detectado em um planejamento do implanejvel capaz de produzir dandos que so irreparveis as atividades. Alm de tudo, essas empresas no fazem seguros para os seus bens, sejam eles materiais ou humanos porque acreditam que esse tipo de desastre s acontece com outras pessoas e/ou empresas. Sendo assim, muitas empresas se esquecem de investir em um planejamento para situaes de desastre, o chamado Disaster Sheets. Cahen (2008) diz para efeito de definio, chamemos de desastre qualquer coisa que possa, sem aviso prvio, afetar profundamente a vida de uma empresa de forma momentnea ou permanente e que, por consequncia, possa abalar por um certo de espao de tempo, ou para sempre sua imagem. Para exemplificar, o autor cita o exemplo de uma instalao industrial que sofre um incndio e alguns dos funcionrios perdem a vida ou so feridos. Tudo o que possvel est sendo feito pela brigada de incndio, porm, a mdia j est pronta para noticiar o ocorrido, alm de jornalistas se encontram no porto da fbrica tambm os familiares que esto nervosos e deixando os seguranas mais nervosos ainda com a agitao l fora. A agitao de familiares e jornalistas continuam e a histria termina com oito pessoas mortas e vrios feridos do lado de fora da fbrica. Todos esses acontecimentos abalam a imagem da organizao que sofre com a perda de clientes, queda nas vendas, quedas em suas aes e a desmotivao dos funcionrios aps essa tragdia. A funo do Disaster Sheet imaginar essas situaes, sempre de forma muito negativa e pessimista a fim de prever possveis situaes descritas acima e como agir rpido e minimizar os desastres, uma ou mais pessoas ficam com a funo para por em prtica esse plano caso for preciso. Alm de tudo ser preciso lidar com a impressa com entrevistas, coletivas, documentos, relatrios e decises precisaram ser tomadas em relao famlia das vtimas. Cahen (2008) nos conta que tudo isso d um trabalho danado e custa caro, mas como aplices de seguros, que so pagas rezando para no se precisar usar. No entanto, quando surge a necessidade, um alvio t-las. Aqui foi respondida a segunda pergunta que o autor nos props implantar como?, e a terceira pergunta controlar o que e como?, ele nos diz que a resposta muito simples: devemos controlar tudo e sempre.

CONTROLANDO O SUBJETIVO

Cahen (2008) inicia o texto da seguinte forma: quem no controla perde o controle, nos diz que a frase parece idiota, mas ao fundo ela tem um grande sentido dentro da Comunicao Empresarial, que uma atividade com vrios pontos subjetivos. O autor diz que o Feeling apensar de algo vago, extremamente importante, que existe e no pode ser desprezado. Cahen (2008) pergunta o que fazer para tornar a atividade menos subjetiva, ou mais objetiva? O gerente que fica responsvel pela Comunicao Empresarial tem como funo a permanente e eficaz administrao da rea que est sob o seu comando, se ele o responsvel, ento cabe a ele controlar os sistemas e atividades tambm. Assim, a atividade do gerente no difere muito daquela do equilibrista de circo chins, que coloca pratos para girar em cima de varetas de bambu e fica pulando para c e para l a fim de impedir que os pratos caiam. Cada sistema implantado pode ser comparado a um dos tais pratos: tem de estar girando o tempo todo para no cair, e o conjunto todo se movendo harmoniosamente. Cahen, 2008. A comparao com os pratos vale tanto para um equipamento, ou seja, para um bem material quanto para um recurso humano. Um gerente de Comunicao Empresarial tambm responsvel pelos custos gerados e jamais deve ser descuidar deles, sempre tendo em mente que oramentos podem estourar e por isso, o controle aqui se faz necessrio. Cahen (2008) nos d a dica e diz que no fim, o registro contbil tem de ser sempre compatvel com o registro analtico, um dando consistncia ao outro. Apesar de ser chatice, isto tem a vantagem de saber-se exatamente a quantas anda cada pedao do oramento geral do setor, ms a ms em relao ao ano, e mais a viso imediata de quanto custou cada atividade.

REVENDO O PLANEJAMENTO

Aqui, ser respondido a quarta e ltima pergunta: revisar e planejar por qu? Cahen inicia dizendo que esta parte um pouco complicada pela impossibilidade de separar a Comunicao Empresarial de suas partes e volta ao exemplo da casa que precisa de reformas constantes para exemplificar que a reviso do planejamento como se fosse uma dona de casa que est sempre redecorando a sua casa, ajustando detalhes, limpando e fazendo suas tarefas rotineiras para manter tudo em ordem. Se as empresas usassem esse mtodo, teriam mais lucros e os funcionrios trabalhariam mais motivados. Cahen (2008) comenta que mudar de fato exige coragem e viso estratgica. Coragem para assumir riscos e viso estratgica para saber aonde se quer chegar. No entanto, no possvel mudar sem modificar a cabea das pessoas. Para isto necessrio equalizar a linguagem, pois, se as pessoas tm vises e entendimentos diferentes, no possvel conseguir harmonizao de linguagem. Sem isto no se chega ao estabelecimento de objetivos realmente comuns e muito menos indispensvel sinergia necessria para fazer mudanas de verdade. Portanto, necessrio estar em constante mudana para no perder o que o autor chama de embalo e assim no perder para a concorrncia ou mercado. preciso mudar para acompanhar as tendncias, para se tornar competitivo e no se tornar obsoleto no mercado, e a melhor forma para fazer com que todos falem uma mesma lngua dentro das organizaes e atinjam os objetivos propostos pela organizao a Comunicao. Cahen diz que o contrrio de uma boa comunicao o apego a velhas frmulas, o enraizamento de ideias ultrapassadas e o estancamento. No fundo, o que quer dizer mudar? Quer dizer trocar o velho pelo novo, o ultrapassado pelo atual, o ineficiente pelo eficaz. Quer dizer buscar novas frmulas, agitar as velhas, espanar a poeira, colocar novos componentes. Mudana evoluo (Cahen, 2008). Segundo o livro, existem dois tipos de mudana, aquela em que drstica que a presidncia de uma organizao chega a concluso de tudo est obsoleto e que a empresa est perdendo mercado; esse tipo de mudana ou planejamento da mesma precisa ser feito com muito cuidado pois so investidos geralmente muito dinheiro e o risco grande. J a segunda maneira aquela que aplicada de forma devagar e quase imperceptvel, fruto de uma filosofia administrativa e de uma presidncia com boa viso sobre o funcionamento e atualizaes do mercado. Cahen (2008) afirma que grande parte das atividades de um setor de Comunicao Empresarial baseada em sistemas implantados, alguns dos quais eu j descrevi. Ora, um sistema tambm pode ser comparado a uma casa anteriormente mencionada: precisa de constante reviso e aperfeioamento. No estou falando aqui de trocar o livro preto pelo microcomputador intrinsecamente o sistema continua o mesmo. Estou falando de espanar a poeira dos sistemas e permanentemente para aperfeio-los de maneira que eles se tornem cada vez mais eficazes. preciso de os gerentes ou responsveis pelo processo estejam sempre atentos s mudanas que possam acompanh-las. Cahen explica que toda mudana existe uma certa resistncia pois as pessoas tendem a se acostumar com o conhecido, confortvel e seguro e tem medo do desconhecido e diz planejar mudanas envolve riscos que ele no tem disposio de assumir e, afinal, apenas planejar no o far brilhar tanto quando encontrar solues imediatas para problemas que pipocam a toda hora especialmente dentro do tipo de poltica e economia que o Brasil vive. Com essa atitude, os gerentes e responsveis se esquecem da criatividade e eficincia do planejamento, das vrias habilidades e resolues que uma mente criativa pode ter em relao aos problemas que podero surgir ao invs de usar recursos imediatistas para apagar incndios como o autor nos contou nos primeiros captulos. Logo, a chave para que a mudana tenha sucesso ou pelo menos tenha um bom desempenho o planejamento e a Comunicao Empresarial a base de tudo. Cahen (2008), afirma se a Comunicao Empresarial pode e deve ajudar a empresa a planejar as trs primeiras camadas da Pirmide que so da empresa e toda e no visam apenas suas comunicaes , por que to comum vermos a funo exclusivamente relegada ltima fatia atividades? A culpa da falta de viso estratgica dos empresrios que como so despreparados fazem da funo uma mera executora de tarefas.

CONCLUSO

Conclui-se que essa resenha foi de extrema importncia para o aprendizado da Comunicao Empresarial porque nela pode se ver um pouco de como ela se d e funciona atravs do planejamento, implantao, controle e replanejamento. Esses primeiro seis captulos nos mostrou uma escrita simples e de fcil entendimento, o autor obteve sucesso na sua principal ideia de que era passar a sua mensagem de forma transparente e simples. A Comunicao Empresarial, pautada nos conceitos de Roger Cahen, uma atividade sistmica extremamente essencial de cunho estratgico dentro das organizaes que visam a excelncia e que querem manter os seus bens mais preciosos: o sua imagem e os seus clientes, sempre visando a satisfao dos mesmos e os lucros. Uma imagem positiva entendida por todos os pblicos da corporao e clientes, que os estimula a manter uma relao amistosa com a empresa ou com os produtos e servios oferecidos pela organizao, senso assim, neste sentido que a comunicao tem a sua maior responsabilidade, funo dela o contato com esses pblicos e que se efetuado com cuidado e assim o planejamento estratgico obter sucesso e ainda ser fundamental para conquistar e manter a organizao no grande jogo que o Marketing.

REFERNCIA BIBLIOGRFICA

CAHEN, Roger. Comunicao empresarial: a imagem como patrimnio da empresa e ferramenta de marketing: tudo que seus gurus no lhe contaram sobre / Roger Cahen; prefcio de Vera Giangrande. 12 Ed, - Rio de Janeiro: BestSeller, 2008. 16