4
Resenha do texto de Maurice Godelier No texto o autor se propõe a traçar um inventário do marxismo enquanto fonte de hipóteses, assumindo que reduziu sua analise do marxismo à do pensamento de Marx, deixando de lado as contribuições de Lenin e de Mao Zedong. Ele busca indicar o núcleo duro do marxismo. No primeiro tópico “O núcleo ativo do pensamento de Marx nas ciências humanas” ele afirma que esse núcleo duro é formada por algumas ideias-força, elaboradas por Marx. Em primeiro lugar, os homens não apenas vivem em sociedade como as animais sociais, mas produzem a sociedade para viver, em segundo lugar, os homens tem uma história porque possuem a capacidade de transformar a natureza que os circunda e, desse modo, de transformar sua própria natureza social. Marx compreendeu a função do momento econômico na formação e transformação das relações sociais, no movimento da história, e para ele, a história das relações dos homens com a Natureza e a atores mais numerosos, agrupados em castas, em ordens, em classes. E mais: a história é movimento, mas um movimento contraditório, devido a sua origem nas contradições da realidade social. No Manifesto do Partido Comunista, Marx fez a seguinte afirmação: “A história de toda sociedade que existiu até hoje é a história da luta de classes” e para ele, o capitalismo surgiu como a ultima forma social antitética de desenvolvimento da humanidade. O pensamento de Marx antecipava a moderna teoria dos sistemas e dos processos autorreguladores. No segundo tópico “Alguns conceitos e procedimentos epistemológicos de Marx” demonstra a análise da “estrutura” das relações sociais: por exemplo, as estruturas econômicas ou as estruturas políticas da sociedade, primeiramente buscando explicar o conceito do termo “estrutura” para Marx, o conceito para ele foi criado no sentido de dizer que para um determinado modo de produção, a sociedade se organiza de determinadas formas. A população é uma

Resenha Do Texto de Maurice Godelier

Embed Size (px)

DESCRIPTION

maurice godelier

Citation preview

Resenha do texto de Maurice GodelierNo texto o autor se prope a traar um inventrio do marxismo enquanto fonte de hipteses, assumindo que reduziu sua analise do marxismo do pensamento de Marx, deixando de lado as contribuies de Lenin e de Mao Zedong. Ele busca indicar o ncleo duro do marxismo. No primeiro tpico O ncleo ativo do pensamento de Marx nas cincias humanas ele afirma que esse ncleo duro formada por algumas ideias-fora, elaboradas por Marx. Em primeiro lugar, os homens no apenas vivem em sociedade como as animais sociais, mas produzem a sociedade para viver, em segundo lugar, os homens tem uma histria porque possuem a capacidade de transformar a natureza que os circunda e, desse modo, de transformar sua prpria natureza social. Marx compreendeu a funo do momento econmico na formao e transformao das relaes sociais, no movimento da histria, e para ele, a histria das relaes dos homens com a Natureza e a atores mais numerosos, agrupados em castas, em ordens, em classes. E mais: a histria movimento, mas um movimento contraditrio, devido a sua origem nas contradies da realidade social. No Manifesto do Partido Comunista, Marx fez a seguinte afirmao: A histria de toda sociedade que existiu at hoje a histria da luta de classes e para ele, o capitalismo surgiu como a ultima forma social antittica de desenvolvimento da humanidade. O pensamento de Marx antecipava a moderna teoria dos sistemas e dos processos autorreguladores.No segundo tpico Alguns conceitos e procedimentos epistemolgicos de Marx demonstra a anlise da estrutura das relaes sociais: por exemplo, as estruturas econmicas ou as estruturas polticas da sociedade, primeiramente buscando explicar o conceito do termo estrutura para Marx, o conceito para ele foi criado no sentido de dizer que para um determinado modo de produo, a sociedade se organiza de determinadas formas. A populao uma reproduo das condies sociais, materiais que permitem a produo.No terceiro tpico Funcionalismo, estruturalismo e marxismo: um confronto epistemolgico. Ele diz que essas correntes tem em comum com o marxismo a ideia de que preciso analisar as relaes sociais no isoladamente uma das outras, mas considerando-as em seus vnculos recprocos, ou seja, como totalidades que constituem um sistema. Elas partilham, igualmente, do principio segundo o qual necessrio analisar um sistema em sua estrutura e em sua lgica interna, antes de estudar sua gnese e evoluo. Todavia, estruturalismo e marxismo esto de acordo em se opor ao funcionalismo, na medida em que uma estrutura social no mais do que a ordem das relaes visveis dos homens entre si. Por outro lado, estruturalismo e marxismo se contrape em dois pontos essenciais, Lvi Strauss separa o estudo da forma das relaes sociais da analise de suas funes.No quarto tpico O marxismo e as outras correntes tericas diante do desenvolvimento atual das cincias do homem. afirmado que alguns pontos das hipteses de Marx se chocam com dificuldades surgidas no desenvolvimento atual das cincias do homem, como o termo modo de produo que uma expresso usada por ele em pelo menos trs diferentes obras. O autor procura tentar reconstituir a diversidade dos modos de produo existentes nas sociedades primitivas antes da formao das classes e do aparecimento do Estado, e tenta tambm compreender que desenvolvimentos das forcas produtivas levaram dissoluo daquelas formas comunitrias de produo e de existncia social, sabendo que no certa a possibilidade de reconstruir esse processo e de mostrar o nexo existente entre essas formas e os diferentes sistemas de parentesco que, naquela fase, funcionavam tambm como quadro social da produo.No tpico cinco Uma distino de funes, no de instituies O autor mostra que Marx foi o primeiro a condenar qualquer tentativa de aplicar ao conjunto das sociedades nossa particular viso da economia, pois os economistas e o grande pblico figuram a estrutura econmica de toda a sociedade com base na imagem do que ocorre na nossa, ou seja, como um conjunto de instituies distintas das outras relaes sociais, polticas, familiares, religiosas e etc. No mbito do modo de produo capitalista, o processo produtivo ocorre no interior de empresas, que so unidades sociais distintas da famlia, das igrejas, dos partidos polticos, das comunidades raciais e etc. O autor pe que diverso o caso nas sociedades pr-capitalistas ou no capitalistas, tanto do passado como de hoje. Nesse tpico, ele tambm coloca uma consequncia da analise, que a impossibilidade de uma nica cincia social confirmar hipteses ou levar em conta a complexidade e a variedade do movimento da histria. No sexto e ltimo tpico A parte ideal do real e a distino entre momento ideolgico e no ideolgico do pensamento Sobre a parte ideal do real, o autor explica que basta analisar um processo de trabalho qualquer para notar que ele contem duas realidades mescladas: uma parte material (o prprio corpo do homem, os instrumentos de que se utiliza) e uma parte ideal (as regras de fabricao e de uso de tais instrumentos, as representaes da natureza sobre a qual o trabalho se exerce e etc). Essas representaes so indispensveis para a realizao e o desenvolvimento regulado do processo de trabalho. Portanto, o autor descobre um conjunto complexo de realidades ideais, cuja presena e cuja interveno so necessrias para que essa atividade tenha lugar. A parte ideal do processo de trabalho constitui de certo modo sua armadura interna, o esquema organizador de sua realizao. O ideal o pensamento em todas as suas funes presentes e operantes em todas as atividades do homem, que existe somente em sociedade enquanto sociedade.