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Perfiles en teoría social: Tocqueville y Weber, dos vocaciones Autor: Gabriel Cohn In Teoría e Filosofía Política. La recuperación de los clásicos en el debate latinoamericano. BORON, Atilo; VITA, Alvaro (comp.). Buenos Aires. Clacso, 2002. Abelardo Coelho Mestrando MAPPS/UECE O autor inicia o texto questionando o que há de comum entre Weber e Tocqueville: Tocqueville foi o precursor da utilização dos “tipos ideiais”. O autor parte desse ponto para fazer um exame da afinidade entre ambos nesse marco metodológico, o que se revela entre aproximações e contrastes. Isso será mostrado se referindo que essas aproximações e contrastes que indicam momentos importantes no desenvolvimento da teoria social, tanto na sociologia como na política. Cohn expõe o pensamento dos dois autores, em cima dos seguintes argumentos:

Resenha Tocqueville e Weber

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Page 1: Resenha Tocqueville e Weber

Perfiles en teoría social:

Tocqueville y Weber, dos vocaciones

Autor: Gabriel Cohn

In Teoría e Filosofía Política. La recuperación de los clásicos en el debate

latinoamericano. BORON, Atilo; VITA, Alvaro (comp.). Buenos Aires.

Clacso, 2002.

Abelardo Coelho

Mestrando MAPPS/UECE

O autor inicia o texto questionando o que há de comum entre

Weber e Tocqueville: Tocqueville foi o precursor da utilização dos “tipos

ideiais”.

O autor parte desse ponto para fazer um exame da afinidade entre

ambos nesse marco metodológico, o que se revela entre aproximações e

contrastes. Isso será mostrado se referindo que essas aproximações e

contrastes que indicam momentos importantes no desenvolvimento da

teoria social, tanto na sociologia como na política.

Cohn expõe o pensamento dos dois autores, em cima dos

seguintes argumentos:

1. Enfrentam, de modo significativo, o mesmo desafio: a análise de

processos históricos de longo prazo em escala mundial (democracia –

Tocqueville e racionalidade – Weber).

2. A afinidade metodológica revela, não só semelhanças, mas também

diferenças.

Ele inicia a argumentação pela metodologia:

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1. Tocqueville, na utilização do tipo ideal, se sustentou na metodologia

de duas maneiras: pela reconstrução de seus procedimentos no estudo

da democracia na América e por intermédio de suas formulações

explícitas com respeito a seus propósitos e seus procedimentos de

análise. Esse procedimento não dá conta do estudo. Porque não está

presente em Tocqueville somente o estado empírico, alcança também o

estado conceitual.

Tocqueville guarda pouca relação com a construção analítica do tipo

ideal, por querer retratar traços gerais das sociedades democráticas;

para Weber o “tipo ideal” é rigorosamente individualizador, busca

características únicas.

Segundo Tocqueville: “não há um modelo de democracia acabado” o

que entraria no mais na ordem conceitual e não empírica, o que Weber

diz que uma coisa leva a outra.

2. Em suas formulações explícitas: os autores tendem a exagerar

determinados traços para alcançar a pureza do conceito. Disse Weber:

“exagerar é a minha profissão”. Para Tocqueville, o exagero é a própria

possibilidade de conhecimento do objeto. O exagero é necessário para

se tornar plausível e persuasivo um argumento. Para Weber, o exagero

tem uma eficácia cognitiva; para Tocqueville, o exagero tem uma

eficácia retórica.

O autor questiona: existe, então, um ponto de aproximação entre eles?

A partir da questão metodológica, há afinidades mais profundas? Sim, e

é central. O procedimento tipológico é de índole caracterizadora e é o

caráter de uma configuração social que está no cenário. Além disso, e

de importância crucial, a atenção dos dois se dirige aos traços de

caráter dos homens que compõem esses cenários sociais. A dimensão

de caráter é a íntima infinidade entre eles – tanto na vertente

substantiva, como na incorporação dos procedimentos de análise, e mas

suas consciências de classe: aristocrata x burguês. Os dois têm desgosto

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pelo burguês de sua época: Tocqueville via no burguês a perda dos

ideais para se dedicar a uma política com rigor cívico. E isso leva a uma

sociedade sem caráter. Weber acha que o predomínio burguês não é

classista, é uma adequação a um regime marcado pela burocracia que,

sem a grandeza e potência de um soberano, prejudica a construção de

um Estado Nacional (mais uma vez, uma sociedade sem caráter).

Tocqueville dá ênfase ao caráter; Weber ao nacional.

O caráter define o homem como dono de si e o que é uma virtude

política. É a liberdade cidadã para Tocqueville e a responsabilidade

dirigente para Weber.

Sobre o campo de pesquisa:

1. Tocqueville: Vai além da França para analisar melhor a França. Vê a

experiência norteamericana como forma de olhar com acuidade,

sutileza, as condições políticas e sociais da França.

2. Weber: observa fixamente a Alemanha. E quando desvia o olhar, é

para ver as experiências sociais possíveis.

Ambos têm amplitude de perspectivas. Seus objetos primários são

panos de fundo para grandes processos históricos: A democracia

(Europa) e a racionalidade (mundial).

Prática de análise:

Tocqueville: se mesclam as considerações de cunho descritivo, amplo,

busca as relações causais bem fundamentadas e a mais franca definição

normativa (prescrição). Busca na democracia, a uniformização no

processo mais amplo, e a diferenciação em âmbitos menores. Ele é

moderado, fica no plano da exposição e evita dilemas.

Weber: o que importa é o corte, a ruptura, oposição aberta e o conflito.

o que interessa são os cortes analíticos entre conceitos tipos ideais

individualizadores e as diferenças que comparem ou se traduzam como

incompatibilidades. O pensamento de Weber é marcado por nitidez e

coerência – qualidades cruciais para a ação racional e do processo de

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racionalização. A burocracia para Weber é a expressão social da

racionalidade. Weber não é moderado, tudo leva a conseqüências mais

extremas, do conceito mais abstrato à observação empírica mais

minuciosa.

Segundo o autor, as principais divergências entre eles, são:

Tocqueville Weber

A política como organização da

vida coletiva

A política como tenacidade,

iniciativa, sentido de

oportunidades

Arte da associação Arte de direção

Religião como laço efetivo entre os

homens com sua liberdade

Religião como incentivo e os

obstáculos para a expansão da

racionalidade capitalista

Republicano: preocupado com a

centralização do poder político

Nacionalista: preocupado com a

erosão do poder político pela

burocracia