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 Obra Molina, Sérgio O pós-turismo/ Sérgio Molina; tradução Roberto Sperling. – São Paulo: Aleph, 2003. – (Série Turismo) Titulo original: El pos turismo: de los centros turísticos industriales a las ludópolis Bibliografia 1. Turismo – Estudo e ensino I. Sperling, Roberto II. Título. III. Série Credenciais da autoria Sérgio Molina nasceu no México e sempre teve destacada atuação na área de turismo. Desempenhou diversos cargos no setor público, entre eles o de Subdiretor de Pesquisa do Centro de Estudos Superiores em Turismo (Cestur), Assessor do Ministro de Turismo e Diretor de Planejamento e Avaliação. Atualmente é Diretor de Análise Prospectiva do Ministério de Turismo do México. No segmento acadêmico, projetou e dirigiu programas de mestrado em turismo em diversas universidades mexicanas. É professor do Mestrado em Gestão Pública de Turismo na Universidad Internacional de Andalucia (Espanha). Foi também consultor da Organização Mundial de Turismo (OMT) e é autor de diversos livros sobre desenvolvimento turístico e empresarial. Digesto O processo de industrialização contribuiu significativamente para classificar o turismo num quadro de destaque internacional.

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Obra

Mol ina , Sérg io

O pós- tu r i smo/ Sérg io Mol ina ; t radução Rober to Sper l i ng . – São

Pau lo : A leph, 2003. – (Sér ie Tur i smo)

T i tu lo o r ig ina l : E l pos tu r i smo: de los cent ros tu r í s t i cos indus t r ia les

a las ludópo l i s

B ib l i ogra f ia

1 . Tur i smo – Estudo e ens ino I . Sper l i ng , Rober to I I . T í tu lo . I I I .

Sér ie

Credencia is da autor ia

Sérg io Mol ina nasceu no Méx ico e sempre teve des tacada a tuação

na área de tu r i smo. Desempenhou d iversos cargos no se tor púb l i co ,

en t re e les o de Subd i re to r de Pesqu isa do Cent ro de Estudos Super io res

em Tur i smo (Cestur ) , Assessor do Min is t ro de Tur i smo e D i re to r dePlane jamento e Ava l iação. A tua lmente é D i re to r de Aná l i se Prospect i va

do Min is té r io de Tur i smo do Méx ico . No segmento acadêmico , p ro je tou e

d i r i g iu p rogramas de mest rado em tur i smo em d iversas un ivers idades

mex icanas. É pro fessor do Mest rado em Gestão Púb l i ca de Tur i smo na

Univers idad In te rnac iona l de Anda luc ia (Espanha) . Fo i também consu l to r

da Organ ização Mund ia l de Tur i smo (OMT) e é au tor de d iversos l i v ros

sobre desenvo lv imento tu r í s t i co e empresar ia l .

Digesto

O processo de indust r ia l i zação cont r ibu iu s ign i f i ca t i vamente para

c lass i f i car o tu r i smo num quadro de des taque in te rnac iona l .

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Cons iderando as e tapas que c lass i f i cam o desenvo lv imento

tur í s t i co pode-se des tacar t rês fases d is t i n tas , a começar pe lo p ré-

tu r i smo ou grand tour , que surg iu no in i c io do sécu lo XVI I e fo i a té o

sécu lo XVI I I e , no en tan to , a inda não v i v ia uma demanda de mercado

cond izente com a conf igurada no per íodo indust r ia l , mas as v iagens

eram rea l i zadas pe los f i l hos mais ve lhos das famí l i as mais r i cas e

t rad ic iona is da época, t i nham a f i na l i dade de Educação onde os f i l hos

poder iam es tabe lecer cont ra tos d ip lomát i cos e t ra ta r de assuntos de

in te resse f inance i ro e a lgumas c idades da Europa. As v iagens duravam

no máx imo do is anos e e les v ia javam na companh ia de servos e de um

tu tor . Os Ba lneár ios eram cons iderados a t rações pr inc ipa is nos qua is

hav ia uma in tensa v ida soc ia l . A lgumas carac ter í s t i cas do pré- tu r i smocomo a não ex igênc ia de uma capac i tação e a não promoção do mesmo,

suas ins ta lações rud imentares , en t re ou t ros , a t raem uma demanda

especí f i ca .

O tu r i smo indust r ia l é a fase segu in te que, por sua vez , se

subd iv ide em t rês par tes : O tu r i smo indust r ia l p r im i t i vo , o tu r i smo

indust r ia l maduro e o tu r i smo pós- indust r ia l .

É no tu r i smo indust r ia l p r im i t i vo , com in i c io no sécu lo X IX eduração a té o in i c io da 2ª Guer ra Mund ia l , que se dá o surg imento dos

pr ime i ros ho té is u rbanos, o desenvo lv imento de grandes ba lneár ios na

Costa do Med i te r râneo, o surg imento dos pr ime i ros des t inos para a

Amér ica La t ina , e as pr ime i ras Organ izações governamenta is l i gadas ao

tur i smo.

O tu r i smo indust r ia l maduro ganha des taque a par t i r da década de

50, apresentando um surpreendente c resc imento dev ido a d inamic idade

do tu r i smo de so l e p ra ia   que fo i cons iderado a locomot i va da expansão

do tu r i smo que é v i s to como um fenômeno de des locamentos em massa

causando inúmeras conseqüênc ias nos campos soc ia i s , po l í t i cos ,

cu l tu ra i s , f i nance i ros e do meio ambiente , cont r ibu indo para a

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co lon ização de soc iedades e espaços, ampl iando as f ron te i ras do

p laneta .

Os governos assumem pape is que regu lam de acordo com a lóg ica

do mercado, v i sando apenas o cap i ta l f i nance i ro a t ravés da

implementação indust r ia l , de ixando de lado os va lo res humanos e a

v isão de fu tu ro .

O tu r i smo pós- indust r ia l se des taca em meados da década de 80 ,

e surge com novas tendênc ias vo l tadas para a tecno log ia , desprezando,

de cer ta fo rma, os va lo res , as metodo log ias e as técn icas t rad ic iona is . O

pós- indust r ia l i smo apresenta carac ter í s t i cas como a segmentação de

mercado; a descent ra l i zação das dec isões nas empresas; o começo da

persona l i zação dos serv i ços e o eco log ismo que tem como marca odesenvo lv imento sus ten táve l . A hosp i ta l i dade começa a ganha des taque

por mot i vos es t ra tég icos de mercado, bem como mov imentos soc ia i s e

cu l tu ra is que a fe tam a demanda e ou t ros fa to res fundamenta is para

a lavancar o tu r i smo.

E f i na lmente , o pós- tu r i smo que abrange os fenômenos cu l tu ra i s e

soc ia i s da década de 90 , em que a tecno log ia de ponta d i rec iona os

parad igmas desse novo segmento que independe dos fenômenos danatureza para ex is t i r , d i fe ren temente do pré- tu r i smo e do tu r i smo

indust r ia l , ao quebrar esse v incu lo , o pós- tu r i smo deu um enfoque maior

a const rução de parques temát i cos to ta lmente fechados onde o tu r i s ta

par t i c ipa a t i vamente de man i fes tações cu l tu ra i s , ser ias e normat i zadas,

s ign i f i ca t i vas e com sent ido soc ia l tan to f í s i ca quanto in te lec tua lmente .

Para cada uma dessas e tapas ex is tem mercados demandantes e

capac idades empresar ia i s para aprove i tá - los , embora os cus tos e

benef íc ios soc ia i s e p r i vados de cada um possam most rar resu l tados

mui to d i fe ren tes .

As demandas, segu idas pe la concor rênc ia , d i rec ionam as

empresas com novas ges tões cu l tu ra i s ao sucesso no mercado pós-

tu r í s t i co por te rem mais fac i l i dade, bem como f lex ib i l i dade para a tender

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às novas ex igênc ias que se conf iguram no decor rer desse sécu lo de

dominação tecno lóg ica . No entan to , as empresas t rad ic iona is a inda

sobrev ivem com seus mode los , porem com poucas perspect i vas para

cont inuar se mantendo no fu tu ro . A lóg ica do tu r i smo pos-moderno, e de

suas empresas, d i z que o êx i to não é garant ido por aqu i lo que se tem,

mas pe lo que se faz com o que se tem, ou se ja , a capac idade para

compet i r num mercado tu rbu len to e che io de concor rênc ia es tá na

ef i c iênc ia da ges tão e não somente nos recursos na tura is e cu l tu ra i s .

No pós- tu r i smo surgem desaf ios a serem sanados, ta i s como: a

concor rênc ia , a un i fo rmização da o fer ta tu r í s t i ca e a conseqüente perda

do d i fe renc ia l , ocas ionando enf raquec imento compet i t i vo , nesse sent ido ,

o pós- tu r i smo emerge da cu l tu ra do f i na l do sécu lo XX em um ambienteque impu ls iona um con jun to de fo rças , a saber : o desenvo lv imento de um

conhec imento c ien t i f i co ; o c resc imento de pobreza e o conseqüente

aumento de v io lênc ia ; a te r ro r i smo organ izado; a v io lênc ia cont ra os

tur i s tas ; o aumento dos r i scos de de ter io ração ambienta l e o temor de

cont ra i r doenças produz idas no contex to da c i v i l i zação indust r ia l no

encont ro de pessoas de d i fe ren tes procedênc ias .

Uma questão bas tan te po lemizada e que tem par t i c ipação in f l uenteno incremento de es t ra tég ias de o fer tas para o pós- tu r i smo aconteceu,

depo is do t rág ico a ten tado de 11 de se tembro que representou no

segmento tu r í s t i co por um lado s ign i f i ca t i vas reduções no numero de

tur i s tas in te rnac iona is , porem, por ou t ro lado, as o fer tas pós- tu r í s t i cas

encont raram uma opor tun idade ex t raord inár ia para evo lu i r e c rescer em

um mercado que se rees t ru tu rou . O a ten tado obr igou par te da o fer ta a

apresentar novas a l te rna t i vas , com o propós i to de adequar -se às

cond ições emergente do negoc io tu r í s t i co . A par t i r de d i f i cu ldades como

a perda de conf iança do consumidor , o a l to desemprego na área do

tur i smo, o advento de novas tecno log ias que possam garant i r ma ior

segurança no t ranspor te de pessoas e mercador ias , a fo r te concor rênc ia

de preços para a t ra i r o tu r i s ta , en t re ou t ros .

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Estratégias das Empresas Pós-TurísticasOs sistemas produtivos mudaram nas formas de organização do

trabalho. A cultura empresarial nas empresas que oferecem e operamprodutos e serviços pós-turísticos diferencia-se signif icativamente dasculturas que caracterizam as empresas turísticas industriais.

As empresas turísticas industriais maduras caracterizam-se pordefinir estratégias de negócios baseadas mais em suas forças edebi l idades do que nas condições do ambiente. Desse modo, reagem àsmudanças do mercado e correm atrás das mudanças.

No caso das empresas pós-industriais nota-se uma mudança navisão que mantém, que se ref lete em at i tudes e apt idões diferentes.Elas manipulam um grande volume de informações que requeremhabil idades e uma tecnologia sofisticada. Essas empresas reúnemcondições para adaptar-se rapidamente às mudanças e, de certamaneira, contribuem para impulsiona-las.

No pós-turismo dominam os sistemas flexíveis de trabalho como

forma para obter aumentos na produtividade. Esses sistemas não seorientam para a produção padronizada, tendo uma grande capacidadepara adaptar-se a condições variantes.

As empresas pós-turísticas contam com sistemas altamentecomplexos de manipulação da informação, necessários para alterar ocomportamento dos mercados, da concorrência e dos consumidores.Essas empresas possuem uma grande capacidade de adiantar-se àsmudanças, prevendo o comportamento do mercado e preparando-separa fortalecer sua própria gestão competit iva. Além disso, são asprimeiras a irem em busca do novo.

As empresas industr iais focam seu esforço no desenvolvimento do

produto; as pós-industriais se concentram na qualidade do serviço.As empresas pós-turísticas orientam-se para a idealização econcretização de experiências, f icando o desenvolvimento do produto edo serviço ultrapassado, mas não descuidado, formando parte de umtodo maior: a experiência do turista.

Em uma empresa tradicional o esquema de ofertas funciona naseguinte seqüência: produto – serviço – experiência do cliente, quemostra uma preocupação em atender às necessidades e objet ivos daempresa. Sob o paradigma pós-turístico, o esquema de ofertas adquirea seguinte seqüência: experiência do cliente – serviço – produto, quecomprova que a existência da empresa está determinada pelahabil idade de compreender o ambiente e os clientes.

A experiência é o valor que o visitante guarda em sua memória eo que o leva a recorrer ao consumo da mesma ou abrir a possibil idadede adquirir novas experiências.

Esse valor econômico é, na atualidade, o que proporcionarentabil idade às empresas. Devido a isso, as experiências tendem aestar na escala mais alta da produção de valor, situando-se como

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eventos que requer um envolvimento pessoal dos indivíduos, umateatralização.

O desenvolvimento de produtos e serviços pós-turíst icos exige adisponibil idade de diferentes recursos. Um deles é a capacidadecriat iva nas organizações, a intel igência das pessoas para transformar

a oferta existente e as regras de mercado.No caso do tur ismo, com grande freqüência, as inovaçõestecnológicas provêm de outros setores produtivos, de companhias queestão em posições de l iderança em mercados diferentes do turístico.

O risco mais evidente consiste em que as empresas quedesenvolvem e apl icam tecnologias de ponta anunciem a vantagemcompetit iva que possuem e, conseqüentemente, depois de avaliar aspossibil idades de êxito no negócio de viagens e férias, dêem margemao surgimento de empresas “aventureiras” no setor.

De acordo com análises anteriores, no quadro do pós-turismoentende-se que o pivô das mudanças e das inovações é a tecnologia.

Qualquer avanço, por mais isolado que possa parecer, pode ter umimpacto considerável no pós-turismo.Nem toda tecnologia é baseada em equipamentos de informática e

em outros artefatos. Também deve-se considerar o desenvolvimento detecnologias relacionadas com o atendimento a grupos humanos, com aprestação de serviços de qualidade excepcional e com a prática deesti los de l iderança que propiciem uma alta produtividade.

Temos exemplos de produtos de tecnologia de ponta em etapa dedesenvolvimento, que se aplicam no âmbito do pós-turismo. Como:lentes (não binoculares) de visão noturna, que geram um impacto ematividades noturnas de ecoturismo e turismo de aventura. Trajes leves e

resistentes a qualquer temperatura, possui desenvolvimento deatividades em climas hostis, oferecendo proteção contra picadas epossíveis queimaduras; estradas inteligentes, que proporcionam oaumento do turismo rodoviário sujeito a uma nova logística e a umaampla gama de teleserviços.

Em qualquer caso, o pós-turismo baseia-se na convergência dediferentes tecnologias que adquirem uma conotação própria e umareconhecida relevância comercial. Essa convergência altera de maneiraradical os produtos e serviços.

Um outro exemplo de convergência tecnológica que termina noprojeto de um produto pós-turístico específico é o projeto da World CityCorporation, que construiu em 2000 o chamado Phoenix World City, umpovoado f lutuante de ambiente europeu, capaz de receber 5.600hóspedes. Conta com hotéis, restaurantes, bares e uma universidadepara seus 1.200 empregados e para os visi tantes que desejam estudarfotografia, publicidade e outros temas.

Phoenix Seagaia, no Japão, é outro projeto, trata-se de umagrande praia artif icial fechada, coberta com uma gigantesca cúpula. Apraia art i f icial conta com ondas e areia natural, cascatas e vegetação

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tropical. A cobertura é corrediça, de tal forma que no tempo seco abre-se para deixar passar a luz do sol, fechando-se quando as condiçõesclimáticas se modificam.

Como podemos ver, a tecnologia está em condições de lançar namoda e no mercado uma nova geração de produtos que podem afetar

sensivelmente os deslocamentos.Somente com base nessas tecnologiasf lexíveis que as empresas poderão navegar com êxito nas agitadasturbulências do mercado.

O pós-turismo também implica um desafio enorme para os paíseslatino-americanos, pois estes serão obrigados a agregar valor ao seucatálogo de produtos e serviços, com a finalidade de incrementar suacompetit ividade de uma forma substancial e sustentável.

O impacto do pós-turismo tenderá a provocar alterações noturismo industrial. Nesse sentido, cada país e região será pressionadoa reestruturar tanto a organização empresarial como a estrutura dosetor público, freqüentemente carente de produtividade e abrigo de

grupos de poder.É previsível que o paradigma do pós-turismo seja implementadoem produtos e serviços na América Lat ina, visto que nega-lo podeconduzir a um atraso no mercado.

As novas tecnologias definit ivamente mudam a estrutura de umaempresa em diferentes níveis. Elas tendem a aumentar a eficiência, aef icácia e a produtividade, sob um esquema que deixa para trás umagrande quantidade de concepções e prát icas nascidas nas empresasindustriais.

Como um exemplo, em uma empresa pós-turística eliminam-semuitos espaços de trabalho, ou seja, diminui o investimento em infra-

estrutura, já que a função de mercadotecnia e de vendas pode real izar-se por meio de pessoas interconectadas em rede, trabalhando em suaresidência ou em outros locais, inclusive em trânsito em uma cidade ouentre cidades. Trata-se de virtualizar muitas das operações e funçõesda empresa.

Atualmente, em diversas companhias aéreas têm-se facil idadestecnológicas para conectar um computador portáti l , entrar em uma redee mandar e receber mensagens via fax durante o vôo. Essas faci l idadespodem estender-se a outras aplicações empresariais. Essa maneira detrabalhar pode ser concebida de uma maneira estrutural e permanente,e não somente de um modo circunstancial ou eventual.

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DISNEY: Um Caso de Empresa Pós-TurísticaA Disney está projetada para oferecer experiências. Não se trata

de um ambiente que busca refletir uma realidade imediata, ou ainda deresgatar a autenticidade de um espaço local.

A origem do grande centro de entretenimento e criatividade

formado por Walter Elias Disney data dos anos 20, quando eleproduziu, com outros sócios, desenhos e anúncios comerciais.Alguns produtos como parques temáticos, hotéis, estúdios de

cinema, restaurantes, causam experiências diversas, como diversão,fantasia, conhecimento, aprendizagem, convivência entre outras.

A análise da evolução da experiência empresarial de Disneypermite notar vários dos componentes que denominamos empresas pós-turísticas. Algumas dessas características são: a criatividade comoativo mais importante da companhia; confiança no talento das pessoas;perseverança para superar os contínuos fracassos experimentados;cr iação e def inição de programas e projetos de trabalho; busca dos

fundos para financia-los; a continuidade, através de várias décadas,dos pr incipais componentes da missão da empresa e de seus valores.Além, dos parques temáticos, a empresa Disney possui hotéis, um

sistema de transporte e múltiplos negócios associados. No início de1996 a empresa lançou no mercado um de seus últ imos produtos, oWalt Disney Institute, que conta com mais de 80 programas diáriosestabelecidos em grandes temas, como: arte e comunicação, desenho,arte culinária, meio ambiente, esporte e etc. O projeto consiste em umpovoado típico norte-americano, rodeado de lagos. O conceitocomercial baseia-se no desenvolvimento de atividades em gruposreduzidos, diversão e aprendizagem.

Em junho de 1998, a Disney pôs em operação, na Disneyworld, oprimeiro DisneyQuest, um parque temático repleto de jogos derealidade virtual, orientado às famílias.

Em agosto de 1998 começou a operar o pr imeiro navio de cruzeiroda empresa, com um roteiro que compreende a visita a uma ilhaprivat iva da empresa (Castaway Cay), nas Bahamas, fazendo umaponte entre os parques temáticos de Orlando e a i lha.

Como parte da estratégia de Disney para obter uma maiorcobertura geográfica de mercado, e para capitalizar os benefícios deuma região com mais crescimento econômico, das viagens e do tur ismo,a empresa planeja construir um novo parque temático em Hong Kong,próximo a seu novo aeroporto.

Novos Produtos Turísticos: mais exemplosUma das características que melhor define o turismo na

atual idade é a conduta dos compradores, os tur istas. O consumoturístico tende a torna-se cada vez menos centralizado, diferente deoutrora, quando os gostos, preferências e o gasto eram previsíveis,prováveis.

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A cultura pós-moderna l ibera o consumidor de aceitar uma ofertalimitada e lhe oferece a possibil idade de buscar o novo, o diferente,como uma forma de reestruturação de sua identidade e reafirmação desua própria personal idade.

Essas considerações marcam um est i lo de vida que tende a

predominar em diversas sociedades, inclusive a nossa, e têm umprofundo impacto na evolução do turismo. Pressionam para adiversi f icação das ofertas turíst icas, nas quais certos produtostradicionais, mesmo sendo de consumo massivo (sol e praia), vãoperdendo importância frente a outros produtos. Conseqüentemente,muitos dest inos turíst icos apresentaram a necessidade de desenvolvernovos produtos para responder às tendências dos consumidores.

Dessa maneira foram colocados no mercado dois t ipos de produtoque mostraram bastante êxito. Um deles refere-se a produtos de altatecnologia que exigem altíssimos custos de investimento (parquestemáticos); o outro refere-se a produtos que exploram recursos ou

situações culturais e sociais, que requerem menos investimentos e,além disso, baseiam-se na capacidade cr iat iva de seus promotores.Em outro extremo, foram elaborados produtos que consistem em

visitas a observatórios astronômicos , com a possibil idade dosvisitantes explorarem também a profundidade do cosmos diretamentedos telescópios de longo alcance.

Os produtos que oferecem “experiências místicas” multipl icaram-se com notável êxito ao redor do mundo. Também está começando a sepromover com bastante aceitação em um segmento reduzido,conferências e congressos sobre anjos, espír i tos da natureza e todo ot ipo de ent idades invisíveis.

Uma parte signif icativa dos novos produtos turísticos baseia-se nateatralização, na dramatização ou na espetacularização: o caso maisevidente é o dos parques temáticos, mas também o de cidades-espetáculo como Las Vegas.

O êx i to c rescente de todos esses produtos não resu l ta de

uma moda, mas s im de uma f i rme tendênc ia soc ia l que se encont ra no

âmago da cu l tu ra da pr ime i ra metade do séc u lo XXI .

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Univers idade Federa l do Rio Grande do Nor te

Cent ro de Ciências Socia is e Apl icadas

Depar tamento de Administ ração e Contabi l idade

Curso de Tur ismo – Bachare lado – Gestão Hote le i ra

Disc ip l ina: Organização e Dinâmica

Professora: Ju l iana Vie i ra

O PÓS-TURISMO

Ana Carol ina Teixe i ra P . e Souza

Dar lyne Fontes Vi rg ín io

Mar ia A. de Fát ima Rodr igues

Tayza de Albuquerque Barreto

Li l iam

Nata l

2004