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  Niterói 10/05/2012 Natália Ribeiro Universidade Federal Fluminense Estudos de Mídia   2012/1 Música no Audiovisual Professor: Felipe Trotta Aluna: Natália Ribeiro Resenha do texto: O videoclipe como extensão da canção: apontamentos para análise de Jeder Janotti Júnior e Thiago Soares "O videoclipe se situa como um desdobramento da  performance da canção popular massiva, uma vez que integra a cadeia de produção de sentido que articula o sonoro e o visual (...)” (p. 10) O videoclipe é a junção da música com a imagem, e está sujeito a inflexões tanto dos gênero visuais quanto dos gêneros musicais, pois todos convergem para uma mesma obra. A canção pode existir sem o videoclipe, mas não o “clipe” sem a música, caso contrário seria um curta metragem, ou uma obra experimental, assim sendo nao tem como analisar um vídeo clipe pegando somente os aspectos visuais ou somente os aspectos musicais. O videoclipe faz parte da cadeia produtiva da música e esta ligado aos aparelhos de  produção e repr odução musical, essa historiciz ação é importante para nos sit uarmos em seu contexto de produção e consumo. Primeiramente foi preciso que as tecnologias de captação e reprodução musical fossem criadas e em seguida aprimoradas, depois foi  preciso que os aparelhos de TV, bem como a sua programação, fossem produzidas e consumidas em larga escala. A ideia da imagem seguida pelo som já bem antiga e estava presente nos cinemas do começo do século XX, mas a ideia de um vídeo que servisse como suporte a música somente no início da década de 1980 se popularizou e tomou seu formato característico, com a criação da MTV, Music Television, e ainda está muito ligada a forma de  produção cinematográfica enquanto imagem.

Resenha_videoclipe The Unforgivem II

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“O videoclipe como extensão da canção: apontamentos para análise” de Jeder Janotti Júnior e Thiago Soares

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Niterói 10/05/2012

Natália Ribeiro

Universidade Federal Fluminense

Estudos de Mídia – 2012/1

Música no Audiovisual

Professor: Felipe Trotta

Aluna: Natália Ribeiro

Resenha do texto: “O videoclipe como extensão da canção: apontamentos para

análise” de Jeder Janotti Júnior e Thiago Soares

"O videoclipe se situa como um desdobramento da

performance da canção popular massiva, uma vez que

integra a cadeia de produção de sentido que articula o

sonoro e o visual (...)” (p. 10) 

O videoclipe é a junção da música com a imagem, e está sujeito a inflexões tanto dos

gênero visuais quanto dos gêneros musicais, pois todos convergem para uma mesma

obra. A canção pode existir sem o videoclipe, mas não o “clipe” sem a música, caso

contrário seria um curta metragem, ou uma obra experimental, assim sendo nao tem

como analisar um vídeo clipe pegando somente os aspectos visuais ou somente os

aspectos musicais.

O videoclipe faz parte da cadeia produtiva da música e esta ligado aos aparelhos de

produção e reprodução musical, essa historicização é importante para nos situarmos em

seu contexto de produção e consumo. Primeiramente foi preciso que as tecnologias de

captação e reprodução musical fossem criadas e em seguida aprimoradas, depois foi

preciso que os aparelhos de TV, bem como a sua programação, fossem produzidas e

consumidas em larga escala.

A ideia da imagem seguida pelo som já bem antiga e estava presente nos cinemas do

começo do século XX, mas a ideia de um vídeo que servisse como suporte a música

somente no início da década de 1980 se popularizou e tomou seu formato característico,

com a criação da MTV, Music Television, e ainda está muito ligada a forma de

produção cinematográfica enquanto imagem.

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Niterói 10/05/2012

Natália Ribeiro

Junto à ideia de gênero outro conceito importante para a análise é a performance ligada

a determinado artista ou banda.

“Os conceitos de gêneros musicais ajudam a debater esse audiovisual

para além de uma análise textual, compreendendo suas dinâmicas de

consumo.” (p.01) 

“O videoclipe, portanto, integra-se a essa cadeia na medida em que

tenciona certas convenções sonoras, podendo legitimar ou negar

determinadas performances musicais sobretudo em função da

necessidade de atrelamento à narrativa particular de um artista” (p.10) 

Pegando como exemplo o videoclipe da música “The Unforgiven II” da banda

Metallica, de 1991, “The Unforgiven é temático em torno de um garoto que passa sua

vida em cativeiro dentro de uma sala pequena, sem janelas feito inteiramente de pedra.

Como avança o vídeo que ele envelhece em um adulto e, em seguida, um homem velho.

Ele passa sua vida esculpindo uma janela de pedra, enquanto agarrar sua única posse:

um medalhão. Infere-se que haja outras vidas cativas do outro lado da sala de pedra. O

vídeo termina com o velho, finalmente, a criação de uma janela através da qual ele

deposita sua posse e, posteriormente, deita e morre.”

1

 

O vídeo é pouco colorido, praticamente em preto e branco, o que acompanha a melodia

da música e o tema da letra. Um videoclipe neste estilo provavelmente não se encaixaria

ao de uma banda Pop Rock, que geralmente possui músicas mais leves e “para cima”. A

banda Metallica tem seu público bastante definido e sabe (ou assim se espera) como

correspondê-lo em suas expectativas.

Letras sombrias, guitarras pesadas a música bastante pesada de forma geral se

relacionam com o roteiro e a todos os elementos do vídeo complementando as suas

ideias. “Ou seja, é possível perceber que determinadas canções as quais não trazem uma

dicção evidenciadora, por exemplo, das imagens que podem lhes reverter, têm a sua

dicção sugerida pela imagem.” 

1Fonte: http://musicvideo.wikia.com/wiki/The_Unforgiven (tradução livre)

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Niterói 10/05/2012

Natália Ribeiro

O que os autores querem dizer é que o vídeo pode evidenciar o que é dito na música,

reforçar uma ideia que a música se propõe a transmitir. Por um lado isso pode ser algo

funcional, mas por outro pode acabar engessando uma determinada interpretação para a

música. Não que a partir do momento que assisti a esse vídeo eu só vá pensar nesta

música desta forma, mas dificulta o trabalho de criação de uma interpretação outra,

 justamente por reforçar esses sentidos presentes na canção.

Já o caso do videoclipe de “The Unforgiven II” esse engessamento de interpretação já

fica mais complicado, pois o vídeo em si já é subjetivo, e muitos videoclipes tendem a

isso, dando mais oportunidades para que o espectador/ouvinte aplique a sua

interpretação sobre a obra.

Sendo um produto midiático audiovisual a análise de um videoclipe não pode ser apenas

voltada para a imagem, ou para o produto isoladamente, em especial este tipo de

produto está ligado diretamente a música, servindo a ela, e por isso não poderia escapar

das interpretações sobre o gênero com o qual trabalha e se vincula.