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Querer mudar não basta. É preciso sermos o que muitos chamam de “teimosos” – teimosos connosco próprios, porque para mudar é preciso mexer, tratar e transformar, às vezes, as nossas mais profundas raízes. Além disso, em alguns casos, pode parecer ser mais fácil lidar com os outros do que lidarmos com o nosso “Eu” e isso cria em nós a tendência para adiar, quase constantemente, uma auto-reflexão. Ou melhor dizendo, um momento em que nos possamos indagar sobre aspectos como: O que queremos verdadeiramente na vida? Será possível vencer o medo de fracassar? Poderemos mudar, sermos maus autoconfiantes? E o que precisamos para mudar? O nosso “Eu” está sempre em constante mudança e essa ideia assusta-nos. Preferimos, por vezes, negar essa evidência e refugiar-nos na ideia de que somos sempre a mesma pessoa, com os mesmos gostos, os mesmos padrões e as mesmas capacidades – tal como ilustra o velho ditado “burro velho, não aprende línguas”. É uma ideia enraizada na nossa cultura, está-nos praticamente no sangue e sabota, muitas vezes, as nossas potencialidades! Mas quer o burro, quer o velho (e para sermos catastróficos ao máximo, quer a combinação do burro com o velho…) podem aprender línguas, mediante algo a que chamamos “resiliência”. A resiliência não é nada mais do que a nossa capacidade para resolver desafios, ir mais além e, sobretudo, persistir numa posição optimista e numa atitude de vencedor, apesar da adversidade que possamos estar a enfrentar no momento. É um facto que a vida (ou os outros) nos vai trazendo (e outras vezes, somos Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança por Vanessa Dias http://desenvolvimento-positivo.blogspot.com O que queremos verdadeiramente? Será possível vencer o medo? Podemos mudar? E o que precisamos para mudar?

Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

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Querer mudar não basta. É preciso sermos o que muitos chamam de “teimosos” – teimosos connosco próprios, porque para mudar é preciso mexer, tratar e transformar, às vezes, as nossas mais profundas raízes. Além disso, em alguns casos, pode parecer ser mais fácil lidar com os outros do que lidarmos com o nosso “Eu” e isso cria em nós a tendência para adiar, quase constantemente, uma auto-reflexão. Ou melhor dizendo, um momento em que nos possamos indagar sobre aspectos como: O que queremos verdadeiramente na vida? Será possível vencer o medo de fracassar? Poderemos mudar, sermos maus autoconfiantes? E o que precisamos para mudar?

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Page 1: Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

Querer mudar não basta.

É preciso sermos o que muitos chamam

de “teimosos” – teimosos connosco

próprios, porque para mudar é preciso

mexer, tratar e transformar, às vezes,

as nossas mais profundas raízes. Além

disso, em alguns casos, pode parecer

ser mais fácil lidar com

os outros do que

lidarmos com o nosso

“Eu” e isso cria em nós a

tendência para adiar,

quase constantemente,

uma auto-reflexão. Ou

melhor dizendo, um

momento em que nos

possamos indagar sobre

aspectos como: O que

queremos

verdadeiramente na

vida? Será possível vencer o medo de

fracassar? Poderemos mudar, sermos

maus autoconfiantes? E o que

precisamos para mudar?

O nosso “Eu” está sempre em

constante mudança e essa ideia

assusta-nos. Preferimos, por vezes,

negar essa evidência e refugiar-nos na

ideia de que somos sempre a mesma

pessoa, com os mesmos gostos, os

mesmos padrões e as mesmas

capacidades – tal como ilustra o velho

ditado “burro velho, não aprende

línguas”. É uma ideia enraizada na

nossa cultura, está-nos praticamente

no sangue e sabota, muitas vezes, as

nossas potencialidades!

Mas quer o burro, quer o velho (e para

sermos catastróficos ao máximo, quer a

combinação do burro

com o velho…) podem

aprender línguas,

mediante algo a que

chamamos “resiliência”.

A resiliência não é nada

mais do que a nossa

capacidade para resolver

desafios, ir mais além e,

sobretudo, persistir

numa posição optimista

e numa atitude de

vencedor, apesar da

adversidade que possamos estar a

enfrentar no momento.

É um facto que a vida (ou os outros)

nos vai trazendo (e outras vezes, somos

Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

por Vanessa Dias

http://desenvolvimento-positivo.blogspot.com

O que queremos

verdadeiramente?

Será possível

vencer o medo?

Podemos mudar?

E o que

precisamos para

mudar?

Page 2: Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

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nós que vamos

construindo)

situações difíceis,

escuras, que

parecem não ter fim!

Situações e pessoas

saem e entram na

nossa vida… às vezes

tudo muda, num

segundo ou a longo-

prazo – e nós

mudamos

igualmente,

enquanto pessoas.

Adaptamo-nos e isso é

um sinal irrevogável de que o nosso ser

está em permanente transformação, ao

longo do tempo. Se pensarmos, com

algum esforço, sobre como éramos,

onde estávamos e o que fazíamos há

uma década atrás, possivelmente

verificaremos que muito mudou,

embora possamos não ter uma grande

consciência dessas mudanças.

Nem todas as mudanças requerem uma

grande dose de resiliência, mas esta

torna-se especialmente fundamental

quando queremos fazer “grandes

mudanças”, que envolvem,

nomeadamente, padrões de

comportamento, de pensamento e de

emoções, profundamente

sedimentados dentro de nós. É por isso

que, nestas ocasiões, a resiliência

revela-se um factor-chave importante

para a nossa melhor ou pior adaptação

ao meio e às diversas vivências.

A resiliência é, no fundo, a nossa força-

motriz, é o combustível que nos

permite manter “aquela” chama acesa,

que nos permite manter o foco no

futuro e que nos faz lutar pelos nossos

objectivos, pelas nossas razões de

viver. Mas como cultivar ou

desenvolver a resiliência no momento

presente?

O primeiro passo: acreditar que tem a

capacidade e os recursos necessários

para conseguir superar o desafio que

tem em mãos. Um dia, ouvi alguém

dizer que “todos nós nascemos com as

mesmas ferramentas; o segredo está

em como se lhes dá o uso”. Por isso,

acredite que as ferramentas

necessárias estão consigo desde

sempre – o seu trabalho agora é

descobrir o melhor uso para lhes dar.

Depois de acreditar, é mais fácil colocá-

las ao serviço da sua capacidade

criativa!

O segundo passo é fazer uma lista de

objectivos que pretende realizar. Ao

escrevermos no papel, tomamos mais

consciência daquilo que realmente

pretendemos e conseguimos também

11. Foto por Vanessa Dias

Page 3: Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

distinguir com maior clareza os

objectivos mais importantes dos menos

importantes. Por isso, faça perguntas a

si mesmo: O que quer realizar? Qual o

objectivo mais importante para si? Qual

o sonho cuja realização lhe traria maior

satisfação?

O terceiro passo é procurar fazer

sempre um reenquadramento positivo

das situações. Pensemos

hipoteticamente numa situação

negativa: “partir uma perna” - mesmo

que tal aconteça, é possível descobrir

sempre algo positivo, como “ter mais

tempo para ler aquele livro” ou para

dedicar-se a outras actividades que não

envolvam esforços físicos mas que

possem estimular a mente e a

capacidade intelectual.

Agora, cole-se por completo a uma

atitude vencedora e parta para a acção!

Esforce-se! Dê o

máximo de si!

Persista, insista, seja

teimoso na sua

vontade de mudar e

vencer barreiras!

Na página seguinte

encontrará um

pequeno exercício

para o ajudar nesta

tarefa.

1. Acredite em si! Acredite que é capaz de superar desafios!

2. Liste os seus objectivos e parta para acção!

3. Faça sempre um reenquadramento positivo das situações negativas!

Insiste Em Ti

Mesmo

Insiste em ti mesmo;

nunca imites. A todo o

momento, podes exibir

o teu próprio dom com

a força cumulativa de

toda uma vida de

estudo; mas do talento

imitado de outro tens

apenas posse parcial e

momentânea. Aquilo

que cada um sabe fazer

de melhor só pode ser

ensinado por quem o

faz. Ninguém sabe

ainda o que seja, nem o

pode saber, enquanto

essa pessoa não o

demonstrar. Onde está o

mestre que pudesse ter

ensinado Shakespeare?

Onde está o mestre que

pudesse ter instruído

Franklin, ou

Washington, ou Bacon,

ou Newton? Todo o

grande homem é único.

Ralph Waldo Emerson

Page 4: Resiliência: o lado positivo da teimosia na mudança

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Nome: Data:

Que qualidades me tornam único?

Que tipo de recursos tenho ao meu dispor?

pessoais sociais familiares profissionais económicos

Quais são os meus objectivos na vida?

De que forma posso usar os meus recursos, para atingir os meus objectivos?

Que situações negativas não permitem que eu acredite em mim próprio?

Como posso reenquadrá-las positivamente?