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INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL RESISTÊNCIA DE HÍBRIDOS DE MILHO CONVENCIONAIS E ISOGÊNICOS TRANSGÊNICOS A Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) ANDREA ROCHA ALMEIDA DE MORAES Orientador: André Luiz Lourenção Coorientadora: Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani Campinas, SP Julho 2014 Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Agricultura Tropical e Subtropical, Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola.

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INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

RESISTÊNCIA DE HÍBRIDOS DE MILHO CONVENCIONAIS E ISOGÊNICOS TRANSGÊNICOS A Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (LEPIDOPTERA:

NOCTUIDAE)

ANDREA ROCHA ALMEIDA DE MORAES

Orientador: André Luiz Lourenção Coorientadora: Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani

Campinas, SP

Julho 2014

Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Agricultura Tropical e Subtropical, Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola.

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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico M827r Moraes, Andrea Rocha Almeida de Resistência de híbridos de milho convencionais e isogênicos transgênicos a Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) / Andrea Rocha Almeida de Moraes. Campinas, 2014. 108 fls. Orientador: André Luiz Lourenção Coorientadora: Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani Tese (Doutorado) Agricultura Tropical e Subtropical – Instituto Agronômico 1. Milho 2. Lagarta-do-cartucho 3.Resistência de plantas I. Lourenção, André Luiz II. Paterniani, Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto III. Título

CDD. 633.15

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A meu pai Sérgio, meus irmãos Alexandre e Guilherme e,

minha avó Edith, por me apoiarem, auxiliarem e incentivarem

em todos os momentos de minha vida...

DEDICO.

À minha mãe Selma (in memoriam), cujo amor,

fé, alegria, educação e ensinamentos a mim

dedicados, guardo sempre no fundo do coração...

OFEREÇO.

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AGRADECIMENTOS

Ao Dr. André Luiz Lourenção, pela orientação, amizade, incentivo, auxílio e disponibilidade

durante todos esses anos.

À Dra. Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani, pela coorientação, amizade,

contribuição científica, estímulo, auxílio e orientação na condução da pesquisa.

Às companheiras do Centro de Grãos e Fibras do IAC, Paula, Sara, Cristiane e Renata, pelo

auxílio e colaboração na condução e coleta de dados em Campinas. Muito obrigada pela

amizade, pelo companheirismo e pelo apoio.

Ao Dr. Paulo Boller Gallo e Ronaldo Silva, pela colaboração na condução e coleta de dados

em Mococa.

Ao Dr. José Djair Vendramim, pelo apoio, orientação e auxílio na condução da

experimentação no laboratório do Departamento de Entomologia e Acarologia da

ESALQ/USP.

À Dra. Marinéia de Lara Haddad, pelo apoio relativo às análises estatísticas.

Ao Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP, por ter disponibilizado casa

de vegetação e laboratório para a realização desta tese.

Ao Instituto Agronômico (IAC), ao Centro de Grãos e Fibras (CEGRAFI) e ao Programa de

Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Sub-Tropical, pela oportunidade concedida para

que este trabalho fosse realizado.

Às funcionárias da Pós-Graduação do IAC, pelo auxílio e amizade no decorrer do curso.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.................................................................................. v LISTA DE FIGURAS................................................................................... viii RESUMO....................................................................................................... ix ABSTRACT.................................................................................................. xi 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 3 2.1 A Cultura do Milho.................................................................................. 3 2.2 Importância de Spodoptera frugiperda.................................................... 7 2.3 Biologia de Spodoptera frugiperda......................................................... 9 2.4 Danos Ocasionados por Spodoptera frugiperda...................................... 13 2.4.1 Milho convencional.............................................................................. 13 2.4.2 Milho transgênico................................................................................. 16 2.5 Resistência de Plantas a Insetos............................................................... 18 2.5.1 Resistência de milho convencional a Spodoptera frugiperda.............. 21 2.5.2 Resistência de milho transgênico a Spodoptera frugiperda................. 23 2.6 Genética da Resistência de Plantas a Insetos........................................... 31 2.6.1 Resistência de pragas a toxinas Bt........................................................ 32 2.6.2 Manejo da resistência........................................................................... 35 3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 39 3.1 Experimento em Campo.......................................................................... 39 3.1.1 Locais dos experimentos...................................................................... 39 3.1.2 Material vegetal.................................................................................... 39 3.1.3 Delineamento experimental.................................................................. 40 3.1.4 Avaliação dos danos ocasionados por Spodoptera frugiperda............. 43 3.1.5 Avaliações complementares................................................................. 45 3.2 Experimento em Laboratório................................................................... 46 3.2.1 Material vegetal.................................................................................... 46 3.2.2 Experimento de antibiose..................................................................... 46 3.2.2.1 Obtenção das lagartas........................................................................ 46 3.2.2.2 Cultivo das plantas............................................................................. 47 3.2.2.3 Instalação e condução do experimento.............................................. 48 3.3 Análise dos Dados................................................................................... 50 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 51 4.1 Experimentação em Campo..................................................................... 51 4.2 Experimentação em Laboratório............................................................. 79 5 CONCLUSÕES ......................................................................................... 89 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 90

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Híbridos de milho, ciclo, uso, evento, marca e toxina Bt utilizados nos experimentos em campo para avaliação da resistência a Spodoptera frugiperda.......................................................................

41

Tabela 2 - Escala de notas de danos causados por Spodoptera frugiperda em plantas de milho.................................................................................

43

Tabela 3 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para notas de danos de lagarta em quatro avaliações durante o ciclo vegetativo do milho, referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011.........................................................

52

Tabela 4 -

Média de notas de danos de ataque de Spodoptera frugiperda, em quatro épocas de avaliação, em híbridos de milho convencionais e transgênicos, nas safras de verão de 2010/2011, em Campinas e Mococa..............................................................................................

53

Tabela 5 -

Quadrados médios da análise de variância conjunta para altura de planta (AP), altura de espiga (AE), largura de folha (LF) e número de fileira de grãos na espiga (NF), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011...............

57

Tabela 6 -

Quadrados médios da análise de variância conjunta para comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), massa de 100 grãos (M100), comprimento de folha (CF) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011.....................................

58

Tabela 7 -

Média de dez híbridos de milho para altura de planta (AP), altura de espiga (AE), largura de folha (FL) e número de fileiras de grãos na espiga (NF), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2010/2011..........................................................................................

59

Tabela 8 -

Média de dez híbridos de milho para comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE) e massa de 100 grãos (M100), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2010/2011......................

60

Tabela 9 -

Quadrados médios da análise de variância individual para comprimento de folha (CF) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011.........................................................

61

Tabela 10 -

Média de dez híbridos de milho para comprimento de folha (CF) e produtividade de grãos (PG), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2010/2011...........................................................................

62

Tabela 11 -

Valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as médias das variáveis: altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF), largura da folha (LF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de fileira de grãos na espiga (NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100), dos híbridos de milho convencionais e seus isogênicos transgênicos, da safra de 2010/2011..................................................

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Tabela 12 -

Quadrados médios da análise de variância conjunta para notas de danos de lagarta, em quatro avaliações, durante o ciclo vegetativo do milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012...............

66

Tabela 13 -

Média de notas de danos de ataque de Spodoptera frugiperda, em quatro épocas de avaliação, em híbridos de milho convencionais e transgênicos, nas safras de verão de 2011/2012, em Campinas e Mococa..............................................................................................

67

Tabela 14 -

Quadrados médios da análise de variância conjunta para altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento de folha (CF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, das localidades de Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012..........................................................................................

69

Tabela 15 -

Quadrados médios da análise de variância individual para altura de plantas (AP), altura de espiga (AE) e comprimento de folha (CF), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012.........................................................

70

Tabela 16 -

Quadrados médios da análise de variância individual para comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012....................

70

Tabela 17 -

Média de dez híbridos de milho para altura de planta (AP) e altura de espiga (AE), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012..........................................................................................

71

Tabela 18 -

Média de dez híbridos de milho para comprimento de espiga (CE) e diâmetro de espiga (DE), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012...........................................................................

72

Tabela 19 -

Média de dez híbridos de milho para comprimento de folha (CF) e produtividade de grãos (PG), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012...........................................................................

73

Tabela 20 -

Quadrados médios da análise de variância conjunta para largura de folha (LF), número de fileira de grãos na espiga (NF) e massa de 100 grãos (M100), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra 2011/2012..........................................

75

Tabela 21 -

Média de dez híbridos de milho para largura de folha (LF), número de fileiras de grãos na espiga (NF) e massa de 100 grãos (M100), em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012...............................

76

Tabela 22 -

Valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as médias das variáveis: altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF), largura da folha (LF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de fileira de grãos na espiga (NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100), dos híbridos convencionais e seus isogênicos transgênicos, da safra de 2011/2012........................................................................

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Tabela 23 -

Análise de variância da biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas durante quatro dias, com seis híbridos de milho...........

79

Tabela 24 -

Biomassa média de Spodoptera frugiperda alimentadas durante quatro dias com seis híbridos de milho.............................................

80

Tabela 25 -

Análise de variância para biomassa de Spodoptera frugiperda, alimentadas durante nove dias com três híbridos de milho...............

82

Tabela 26 -

Média da biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas durante nove dias com três híbridos de milho................................................

82

Tabela 27 -

Análise de variância para comprimento de Spodoptera frugiperda, alimentadas durante nove dias, com três híbridos de milho..............

84

Tabela 28 -

Comprimento médio de Spodoptera frugiperda, alimentadas durante nove dias com três híbridos de milho...................................

85

Tabela 29 -

Análise de variância para porcentagem de mortalidade de Spodoptera frugiperda, alimentadas durante nove dias com três híbridos de milho...............................................................................

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viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Áreas com plantio e produção de milho no Brasil................................ 6

Figura 2 - Ciclo biológico de Spodoptera frugiperda............................................ 10

Figura 3 - Mecanismo de ação de Bacillus thuringiensis...................................... 25

Figura 4 - Opções de configurações de área de refúgio......................................... 36

Figura 5 - Área experimental para avaliação de danos de Spodoptera frugiperda, em Campinas, SP, na safra de verão de 2010/2011...........

42

Figura 6 - Área experimental para avaliação de danos de Spodoptera frugiperda, em Mococa, SP, na safra de verão de 2010/2011..............

42

Figura 7 - Escala visual de nota de danos ocasionada por Spodoptera frugiperda..............................................................................................

44

Figura 8 - Lagartas recém-eclodidas criadas em dieta artificial do Laboratório de Biologia de Insetos da ESALQ/USP................................................

47

Figura 9 - Híbridos de milho cultivados em vasos em casa de vegetação............ 48

Figura 10 - Tratamentos contendo folha de híbridos de milho e lagartas recém-eclodidas................................................................................................

49

Figura 11 - Disposição das unidades experimentais em laboratório....................... 49

Figura 12 - Notas de danos ocasionados por Spodoptera frugiperda em quatro épocas de avaliação, em Campinas e Mococa, na safra 2010/2011......

54

Figura 13 - Folha de milho Bt (1) e não Bt (2) atacadas por Spodoptera frugiperda.............................................................................................

54

Figura 14 - Notas de danos ocasionados por Spodoptera frugiperda em quatro épocas de avaliação, em Campinas e Mococa, na safra 2011/2012......

68

Figura 15 - Biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas durante quatro dias com diferentes híbridos de milho..........................................................

80

Figura 16 - Biomassa de Spodoptera frugiperda alimentada durante nove dias com diferentes híbridos de milho..........................................................

83

Figura 17 - Diferença de tamanho entre lagartas alimentadas com milho transgênico Bt (esquerda) e milho convencional (direita), aos nove dias de experimentação.........................................................................

84

Figura 18 - Comprimento de Spodoptera frugiperda alimentada durante nove dias, com diferentes híbridos de milho.................................................

85

Figura 19 - Mortalidade (%) de Spodoptera frugiperda durante o tempo, alimentada com folhas de híbridos de milho Bt e não Bt, em laboratório............................................................................................

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ix

Resistência de híbridos de milho convencionais e isogênicos transgênicos a Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)

RESUMO O uso de plantas geneticamente modificadas com gene Bt é uma alternativa para o controle de

lepidópteros-praga, tática que elimina grande parte dos inconvenientes advindos da utilização

de inseticidas. Em condições de campo é possível encontrar respostas diferenciadas em

relação ao controle da Spodoptera frugiperda com a utilização de diferentes eventos Bt, pois

dentro do mesmo grupo de insetos, a atividade de cada toxina Bt é diferenciada. Portanto, a

eficácia e a expressão da resistência na planta são complexas e podem ser influenciadas por

fatores bióticos e abióticos. O objetivo do estudo foi avaliar a infestação de Spodoptera

frugiperda (J. E. Smith) em híbridos de milho convencionais e seus isogênicos transgênicos e

seus efeitos em características agronômicas em campo, bem como comparar a resistência dos

genótipos transgênicos com os convencionais, em teste de antibiose, em laboratório. Os

experimentos em campo foram realizados em Campinas e Mococa, SP, nas safras de

2010/2011 e 2011/2012, em delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro

repetições, avaliando-se cinco híbridos de milho na versão convencional e sete transgênicos.

Para a avaliação dos danos ocasionados por S. frugiperda, foi verificada a intensidade dos

danos foliares através de escala visual de notas, com variação entre 0 e 9. Em campo, também

se verificou a altura da planta e da espiga, comprimento e largura da folha, comprimento e

diâmetro de espigas, número de fileiras de grãos na espiga, produtividade de grãos e massa de

100 grãos. Os ensaios em laboratório para estudo de antibiose em S. frugiperda foram

conduzidos no Laboratório de Biologia de Insetos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” (ESALQ/USP), em Piracicaba, SP, em delineamento inteiramente casualizado, com

60 repetições, onde se avaliaram os parâmetros biomassa das lagartas aos quatro e nove dias,

viabilidade da fase larval e o comprimento das lagartas aos nove dias, em quatro híbridos

transgênicos e dois híbridos convencionais de milho. Em campo, verificaram-se desempenhos

diferentes entre os híbridos em relação ao ataque de S. frugiperda. Híbridos convencionais

DAS2B710, DKB390 e P30F35 foram os mais danificados por S. frugiperda. Híbridos

convencionais Maximus e Impacto sofrem menos danos foliares ocasionados por S.

frugiperda do que demais híbridos convencionais, indicando apresentar presença de

resistência do tipo antixenose alimentar. Híbridos convencionais Maximus e Impacto

apresentam produtividade de grãos semelhante aos híbridos transgênicos sob infestação de S.

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x

frugiperda, em condições de campo. A maioria dos híbridos convencionais não difere em

produtividade de grãos de pelo menos uma de suas versões isogênicas transgênicas. Mesmo

híbridos de milho com eventos Bt diferentes podem apresentar desempenhos produtivos

diferentes em condições de campo. Em condições de laboratório, o híbrido Impacto Viptera

induz alta mortalidade de lagartas de 1º ínstar após 24 horas de alimentação em suas folhas,

em comparação com os híbridos transgênicos P30F35 YG, DAS2B710 HX e DKB390 PRO,

evidenciando alta eficiência dessa tecnologia na redução da sobrevivência da lagarta-do-

cartucho. A biomassa e o comprimento de lagartas de S. frugiperda desenvolvidas em milho

com tecnologia Bt são menores do que aquelas desenvolvidas em milho não Bt.

Palavras chave: Zea mays L., lagarta-do-cartucho, resistência de plantas.

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xi

Resistance of conventional hybrid maize and isogenic transgenic to Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae)

ABSTRACT The use of genetically modified plants with Bt gene is an alternative for the control of

lepidopteran maize pests, tactics that eliminates a great part of the disadvantages arising from

the use of insecticides. In field conditions it is possible to find different responses in relation

to the control of Spodoptera frugiperda using different events Bt, because within the same

group of insects, the activity of each Bt toxin is differentiated. Therefore, the effectiveness

and the expression of resistance in the plant are complex and can be influenced by biotic and

abiotic factors. The objective of the study was to evaluate the infestation of Spodoptera

frugiperda (J. E. Smith) in conventional mayze hybrids and their isogenic transgenic and their

effects on agronomic traits in field and compare the resistance of transgenic genotypes with

conventional test of antibiosis, in laboratory conditions. The field experiments were

conducted in Campinas and Mococa, SP, in 2010/2011 and 2011/2012, in experimental

design of randomized complete blocks, with four replications, being evaluated five hybrids of

maize in conventional version and seven in transgenic version. To assess the damage caused

by S. frugiperda, was verified the intensity of foliar damage caused by the pest through visual

scale of notes, ranging from 0 and 9. In the field, it was also: plant and ear height, length and

width of the sheet, length and diameter of husked ears, number of kernel rows in the ear, grain

yield and weight of 100 grains. The tests in the laboratory to study antibiosis in S. frugiperda

were conducted in the Laboratory of Biology of insects in College of Agriculture "Luiz de

Queiroz" (ESALQ/USP), in Piracicaba, SP, in a completely randomized design, with 60

repetitions, which we assessed the biological parameters biomass of larvae at four and nine

days, viability of the larvae and the length of the caterpillars to nine days in four transgenic

hybrids and two conventional corn hybrids. In the field, there were differences in performance

between hybrids in relation to the attack of S. frugiperda. Conventional hybrid DAS2B710,

DKB390 and P30F35 were the most damaged by S. frugiperda. The conventional hybrid

Maximus and Impact suffer less foliar damage caused by S. frugiperda than other

conventional hybrids, indicating presence of resistance of antixenosis type food. Conventional

hybrid Maximus and Impact feature grain yield similar to transgenic hybrids under infestation

of S. frugiperda, in field conditions. The majority of conventional hybrid does not differ in

grain yield of at least one of its versions isogenic transgenic. Even maize hybrid with different

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xii

Bt events may behave different productive in field conditions. Under laboratory conditions,

the hybrid Impact Viptera induces high larval mortality of larvae of first ínstar after 24 hours

of power in its leaves, in comparison with the hybrid transgenic P30F35 YG, DAS2B710 HX

and DKB390 PRO, showing high efficiency of this technology in reducing the survival of fall

armyworm. The biomass and the length of S. frugiperda fed with Bt maize are smaller than

the larvae developed in non-Bt maize.

Key Words: Zea mays L., fall armyworm; host plant resistance.

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1

1 INTRODUÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de milho, ocupando a terceira posição

com 72 milhões de toneladas na safra de 2013, sendo superado apenas pelos Estados Unidos e

China, com 350 e 211 milhões de toneladas, respectivamente (AGRIANUAL, 2014).

O milho no Brasil é cultivado em todo o território nacional e praticamente o ano todo,

com a divisão da produção em duas épocas de plantio, o plantio de verão, ou primeira safra, e

o plantio na segunda safra, ou safrinha. A maior parte da produção brasileira (91% da

produção) concentra-se nas regiões Centro-Sul, onde o Sul contribui com 34% da produção, o

Sudeste com 17% e o Centro-Oeste com 40% (AGRIANUAL, 2014).

A produção nacional em 2013, somadas as duas safras, foi 13,2% maior que a obtida

em 2012. Em termos absolutos, esse acréscimo foi de 9,4 mil toneladas com incremento na

área colhida de 7,7%. A safra recorde de milho de 2013 foi estimulada por bons preços

praticados desde a tomada de decisão para o plantio da primeira safra do produto, continuando

o incentivo no segundo período de plantio, aliado às boas condições climáticas ocorridas nas

principais regiões produtoras. Em 2013, o Mato Grosso foi o maior produtor nacional de

milho, participando com 25% do total produzido no Brasil (soma das duas safras), superando

o Paraná, que atualmente ocupa a segunda posição (22% da produção) (IBGE, 2013).

Apesar de sua expressiva importância para o uso industrial, um dos fatores que podem

comprometer o rendimento e a qualidade da produção de milho é a incidência de pragas.

Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), pertence à ordem Lepidoptera, família Noctuidae, é uma

das mais importantes pragas da cultura do milho no Brasil. Alimenta-se da planta em todas

suas fases de crescimento, mas tem preferência por cartuchos de plantas jovens, podendo

causar perdas significativas à produção, se não controlada (CRUZ, 1995). Essa praga

oviposita preferencialmente nas folhas, principalmente na face adaxial (BESERRA et al.,

2002), porém, o sucesso das lagartas em completarem seu ciclo está submetido, entre outros

fatores, à restrição de nicho de alimentação e proteção (cartucho) permitindo o

desenvolvimento, normalmente, de apenas uma ou poucas lagartas por cartucho na planta de

milho (BARROS, 2009).

Segundo GALLO et al. (2002), S. frugiperda pode reduzir, através da destruição das

folhas, a produção de milho em até 20%, sendo o período crítico de seu ataque mais próximo

do florescimento.

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O controle de S. frugiperda pode ser considerado um desafio, apesar dos inúmeros

estudos já realizados com os mais diversos métodos de controle. Nas últimas décadas a

engenharia genética possibilitou, com a técnica do DNA recombinante, importantes avanços

no melhoramento genético de várias culturas, devido à combinação de genes entre diferentes

espécies de organismos, obtendo-se assim, plantas geneticamente modificadas com alto

padrão de resistência a algumas espécies de lepidópteros-praga (Bt) (ARMSTRONG et al.,

1995; WALKER et al., 1997), como a S. frugiperda (BUNTIN et al., 2001; HUANG et al.,

2002).

Essas lagartas, ao se alimentarem do tecido foliar do milho geneticamente modificado,

ingerem essa toxina Bt, que atua nas células epiteliais do tubo digestivo dos insetos. A toxina

promove a ruptura osmótica dessas células, determinando a morte dos insetos, antes que os

mesmos consigam causar danos à cultura (GILL, 1995; MEYERS et al., 1997).

A tecnologia do milho transgênico foi lançada comercialmente nos EUA em 1996,

sendo nos anos seguintes, utilizada também no Canadá, Argentina, África do Sul, Espanha e

França (JAMES, 2000). Já no Brasil a liberação do primeiro evento de milho Zea mays L.

resistente a insetos expressando a proteína Cry1Ab de Bt (YieldGard®) ocorreu em 2007.

Segundo o relatório anual da International Service for the Acquisition of Agri-Biothec

Applications (ISAAA), o Brasil é o segundo maior produtor de transgênicos no mundo, com

40,3 milhões de hectares plantados; à frente da Argentina (com 24,4 milhões) e atrás dos EUA

(com 70,2 milhões). O aumento da área plantada com transgênicos no país em relação a 2012

foi de 10%. Com relação a cultura da soja, 92% da área de plantio já apresenta eventos

transgênicos; para a cultura do milho, a área plantada com transgênicos já é de 90% e, para o

algodão, 47% (ISAAA, 2013).

De acordo com MENDES & WAQUIL (2009), é possível que o produtor encontre em

condições de campo respostas diferenciadas em relação ao controle da lagarta-do-cartucho

com a utilização de eventos diferentes. Dentro do mesmo grupo de insetos, a atividade de

cada toxina é diferenciada. As toxinas Cry 1A(b) e Cry 1F têm atividade sobre os

lepidópteros-praga do milho e apresentam alta especificidade a esse grupo, embora estudos

toxicológicos revelem diferenças significativas em nível de toxicidade para cada espécie.

Poucas são as informações relacionadas ao uso da tecnologia Bt e aos eventos

contendo outras toxinas nas condições nacionais, havendo a necessidade de mais estudos em

condições de campo e laboratório para avaliar a eficácia da tecnologia Bt comparada a

híbridos comerciais não Bt (OMOTO et al., 2012).

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Desse modo, considerando-se a importância de S. frugiperda como praga de milho,

bem como a escassez de estudos desse inseto em milho com diferentes toxinas Bt no Brasil, a

presente pesquisa tem por objetivo avaliar a infestação de S. frugiperda em genótipos de

milho convencional e suas versões isogênicas transgênicas com diferentes eventos Bt e seus

efeitos em características agronômicas em campo, bem como comparar a resistência dos

genótipos transgênicos com os convencionais em laboratório, em testes de antibiose.

2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A Cultura do Milho

O milho (Zea mays L.) é uma espécie diplóide e alógama, pertencente à família

Poaceae (Gramineae), originado aproximadamente de sete a dez mil anos atrás no México e

na América Central. É considerado uma das plantas cultivadas mais antigas e um dos vegetais

superiores mais estudados, possuindo caracterização genética mais detalhada

comparativamente a outras espécies cultivadas (CAMPOS & CANÉCHIO FILHO, 1987).

Sua descendência tem sido bastante estudada e várias hipóteses foram propostas,

porém as mais consistentes são aquelas que demonstram que o milho descende do teosinte,

que é uma gramínea com várias espigas sem sabugo, que pode cruzar naturalmente com o

milho e produzir descendentes férteis (GALINAT, 1995).

Segundo PATERNIANI & CAMPOS (1999) e PATERNIANI et al. (2000), o milho é

provavelmente originário das Américas, mormente do México, sendo domesticado pelos

povos da América Central, que por seleção desenvolveram inúmeras raças ao longo dos

últimos 8.000 anos. Provavelmente, por ocasião do descobrimento da América, Cristovão

Colombo tenha conhecido o milho e levado sementes desse cereal para a Espanha. A partir

daí, tornou-se parte integrante da dieta dos mais variados povos, incrementando sua

importância econômica.

Estudos arqueológicos fornecem elementos que permitem afirmar que o milho já

existia como cultura, ou seja, em estado de domesticação, há cerca de 4.000 anos e já

apresentava as principais características morfológicas que o definem botanicamente na

atualidade. Logo após a descoberta da América, o milho foi levado para a Espanha, Portugal,

França, e Itália, onde era, a princípio, cultivado em jardins mais como planta exótica e

ornamental. Uma vez reconhecido seu valor alimentar, passou a ser cultivado como planta

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econômica e difundiu-se para o resto da Europa, Ásia e Norte da África e, hoje em dia é

cultivado praticamente no mundo todo, exceto em regiões que apresentam limitações

climáticas (CAMPOS & CANÉCHIO FILHO, 1987).

Em função de sua composição química e valor nutricional, o milho se destaca como

um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos em todo o mundo, tanto para

alimentação humana quanto para alimentação animal. Devido à multiplicidade de seu

emprego nos diversos segmentos da atividade humana, desempenha importante papel

socioeconômico, além de constituir matéria-prima nos diversificados complexos

agroindustriais (NUSSIO, 1999).

A partir do milho, se obtém centenas de derivados, empregados em várias indústrias,

como: alimentícia e química (amido, dextrina, glicose, óleo, margarina, fermento etc); bebidas

(licores, refrigerantes, vinhos etc); fermentação (enzimas, acetonas e outros); química e

mecânica (fundição de metais, plásticos etc); e rações (utilizado na composição de rações

participando na forma de grãos moídos integralmente, farelo, gérmen, protenose e refinasil)

(CARDOSO et al., 2011).

O abastecimento de milho no mundo é realizado basicamente por três países: Estados

Unidos, Argentina e África do Sul. A principal vantagem desses países é a logística favorável,

decorrente principalmente da ótima estrutura de transporte, proximidade dos portos e dos

compradores. O Brasil eventualmente participa desse mercado, porém, a instabilidade cambial

e a deficiência da estrutura de transporte até os portos têm prejudicado o país na busca de uma

presença mais constante no comércio internacional de milho (AGRIANUAL, 2014; DUARTE

et al., 2008).

Os Estados Unidos são os maiores produtores e consumidores de milho, respondendo

por 36,5% da produção e 31,3% do consumo mundial nos últimos anos (AGRIANUAL,

2014). Nesse país, a maior parte do milho é destinada ao uso animal, porém, a cada ano

aumenta a utilização do cereal para produção do biocombustível etanol. A estimativa é que a

demanda norte-americana de milho para o etanol seja de aproximadamente 40% do total de

milho produzido no país. Na segunda posição está a China, responsável em média nos últimos

cinco anos por 22% da produção mundial e em terceiro lugar o Brasil com 7,5%

(AGRIANUAL, 2014).

Segundo o relatório da USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a

produção mundial de milho atingiu 974 milhões de toneladas na safra de 2013/2014. Os

Estados Unidos, como maior produtor mundial, colheram cerca de 354 milhões de toneladas,

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a China, cerca de 218 milhões de toneladas e o Brasil, 78 milhões de toneladas (ABIMILHO,

2014).

Embora o Brasil ocupe a terceira posição em área colhida de milho no mundo, os

níveis de produtividade são baixos quando comparados aos dois maiores produtores mundiais

(EUA e China) (AGRIANUAL, 2014). Na safra de 2013/2014, a produtividade média do

milho foi de 9.970 kg ha-1 nos Estados Unidos, 5.740 kg ha-1 na China e, 5.133 kg ha-1 no

Brasil (ABIMILHO, 2014).

A importância desta cultura ainda está relacionada ao aspecto social, pois, existem

ainda muitos produtores com baixos níveis de tecnologia, não possuindo grandes extensões de

terras, mas dependendo dessa produção para viver (EMBRAPA, 2002). Nesse contexto, pode-

se afirmar que há uma clara dualidade na produção de milho no Brasil. Uma parcela de

produtores não tecnificados que não se preocupam com a produção comercial, e uma parcela

de produtores altamente tecnificados, usando mais terra, mais capital e mais tecnologia na

produção de milho (FERREIRA, 2008; SANTOS, 2009).

No Brasil, o milho é cultivado em praticamente todo o território nacional, onde é

explorado na maioria das propriedades agrícolas, desde a pequena propriedade rural, onde é

produzido com baixa tecnologia e com caráter de subsistência, até em grandes áreas, com

emprego de alta tecnologia e elevada produtividade (Figura 1) (AGRIANUAL, 2014;

EMBRAPA, 2006).

Na safra de 2014 no Brasil, a área plantada com milho, primeira safra e segunda safra,

totalizou 15,3 milhões de hectares, atingindo produção de 78,4 milhões de toneladas. No

período de dez anos a área de plantio com milho aumentou 30% e a produção em mais de

200% (ABIMILHO, 2014).

A cultura tem sido plantada durante o ano todo, com a divisão da produção em duas

épocas de plantio, o plantio de verão, ou primeira safra, realizados na época tradicional,

durante o período chuvoso (final de agosto na região Sul até os meses de outubro/novembro

no Sudeste e Centro Oeste); e o plantio na chamada segunda safra, ou safrinha, referente ao

milho de sequeiro, plantado extemporaneamente, em fevereiro ou março, geralmente em

sucessão à cultura de soja ou do próprio milho (TSUNECHIRO et al., 2006).

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Figura 1 - Áreas com plantio e produção de milho total no Brasil (Fonte: CONAB, 2014).

No ranking nacional, Mato Grosso continua sendo o maior produtor de milho do

Brasil, com 18,7 milhões de toneladas de milho colhido e produtividade de 5.806 kg ha-1,

seguido do Paraná com 16,3 milhões e produtividade de 6.082 kg ha-1 e o Mato Grosso do

Sul, com 7,7 milhões, em terceiro lugar e com produtividade média de 5.154 kg ha-1

(ABIMILHO, 2014). Por safra, se destacam: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa

Catarina, na safra de verão, respondendo juntos por mais de 60% da produção brasileira; e na

segunda safra, o Paraná e o Mato Grosso com 56% da produção (SEAB, 2012).

No Estado de São Paulo em 2013/2014, a produção total de milho foi de 5,0 milhões

de toneladas, em uma área de 891 mil hectares, obtendo produtividade média de 5.606 kg ha-1

(ABIMILHO, 2014).

Na safra 2013/2014, foram disponibilizados 467 genótipos de milho para serem

plantados no Brasil, sendo que 253 cultivares convencionais e 214 cultivares transgênicas.

Considerando todas as cultivares (transgênicas e convencionais), 56% são híbridos simples;

19% híbridos triplos, 14% híbridos duplos e 11% variedades. Predominam as cultivares de

ciclo precoce (67%), seguidas pelas cultivares de ciclo superprecoce ou hiperprecoce (24%);

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com as cultivares de ciclo semiprecoce ou normais representando apenas 9% (EMBRAPA,

2014).

2.2 Importância de Spodoptera frugiperda

A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, foi relatada pela primeira vez em 1797,

na Geórgia, Estados Unidos. Inicialmente foi descrita com o nome de Phalaena frugiperda,

passando por várias denominações até receber o nome atual de S. frugiperda (BERTELS,

1970; CRUZ, 1995; PEDIGO, 1989).

Spodoptera frugiperda é uma praga de hábito noturno e críptico, migratória, endêmica

do Hemisfério Oeste (MARTINELLI et al., 2007), possuindo ampla distribuição nas

Américas e ocorrendo preferencialmente em regiões de clima quente (BERTELS, 1970;

PEDIGO, 1989). Essa espécie é nativa das zonas tropical e subtropical das Américas, sendo

que sua distribuição abrange desde o sul do Canadá até a Argentina (LEIDERMAN &

SAUER, 1953). Ela pode ser encontrada nas Américas e em algumas ilhas a oeste da Índia.

Nos Estados Unidos, S. frugiperda sobrevive, no inverno, nas regiões tropicais do sul

da Flórida e Texas. A partir destes locais, as mariposas migram durante a primavera, verão e

outono, podendo deslocar-se a grandes distâncias, atingindo as regiões ao norte do país até o

Canadá. No Brasil, em função da disponibilidade e diversificação de alimento o ano todo, e

das condições de clima favoráveis, sua distribuição é geral, em todas as regiões do território

nacional (CRUZ, 1995; WAQUIL, 2007).

O primeiro grande surto registrado de S. frugiperda na história ocorreu em 1899,

quando uma grande parte dos Estados Unidos foi invadida por essa lagarta, causando severos

danos em milho, feijão, arroz, sorgo e trigo. Mais tarde, essa praga foi encontrada causando

ataques intensos em aveia, algodão e pastagens. Em 1902, no Texas, aproximadamente 40.000

acres de pastagens foram altamente danificados pela praga. Naquele país, ataques intensos

também foram verificados em aveia e algodão. No Brasil, um surto foi relatado em 1964, com

enormes danos nas culturas de milho, arroz e em pastagens (CRUZ, 1995).

As espécies do gênero Spodoptera são amplamente distribuídas no mundo e das 30

espécies descritas, metade é considerada praga de variadas culturas de importância econômica

(POGUE, 2002). S. frugiperda é considerada também uma das mais importantes pragas do

milho na Colômbia, Venezuela, Guatemala, México, Peru e Chile.

Spodoptera frugiperda é comumente conhecida no Brasil como lagarta-militar,

lagarta-dos-milharais, lagarta-do-cartucho, lagarta-dos-capinzais, lagarta-dos-pastos e lagarta-

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dos-arrozais (CARVALHO, 1970; SILVA et al., 1968); na América do Sul e Central pelos

nomes de gusano cogollero e barredora (ESTRADA, 1960; KERN, 1954; MARQUEZ et al.,

1963/1964; SIFUENTES, 1967) e, na América do Norte, por fall armyworm, grass worm,

overflow worm e grass armyworm (FENTON, 1952).

Além das culturas de importância econômica, mais de 60 variedades de plantas,

distribuídas em mais de 20 famílias botânicas, são relatadas como hospedeiras desse inseto

(CRUZ, 1995). Entre elas podem ser citadas, além das gramíneas, acelga (Beta vulgaris L.),

alcachofra (Cynara scolymus L.), algodão (Gossypium hirsutum L.), alface (Lactuca sativa

L.), almeirão (Cichorium intybus L.), amendoim (Arachis hypogaea L.), batata (Solanum

tuberosum L.), batata-doce (Ipomoea batatas Lam.), beldroega (Portulaca sp.), berinjela

(Solanum melongena L.), café (Coffea arabica L.), cebola (Allium cepa L.), chicória

(Cichorium endiva L.), citrus (Citrus spp.), couve (Brassica oleracea L. var. acephala), feijão

(Phaseolus vulgaris L.), maracujá (Passiflora spp.), melão (Cucumis melo L.), pêssego

(Prunus persica Sieb & Zucc), pimentão (Capsicum annuum L.), quiabo (Hibiscus esculentus

L.), repolho (Brassica oleracea L.), serralha (Sonchus oleraceus Linn.), seringueira (Hevea

brasiliensis Muell) e trevo (Trifolium sp.).

Apesar do grande número de plantas hospedeiras (POGUE, 1995), o milho é a planta

hospedeira preferencial de S. frugiperda, sendo considerada a principal praga dessa cultura no

Brasil (CRUZ et al., 1999; CRUZ & TURPIN, 1982), se alimentando da planta de milho em

todas suas fases de crescimento, mas preferencialmente por cartuchos de plantas jovens

(CRUZ, 1995).

A ampla gama de hospedeiros de S. frugiperda ocasionou mudanças comportamentais

e fisiológicas devido à utilização de um ou outro hospedeiro, permitindo a diferenciação de

raças de S. frugiperda. Raças de S. frugiperda foram identificadas em plantas de milho e

algodão (Raça C) e em plantas de arroz (Raça R) (PASHLEY et al., 1985). Estas duas raças já

foram identificadas e caracterizadas nos EUA (PASHLEY & MARTIN, 1987) e no Brasil

(BUSATO et al., 2005). Entretanto, para as plantas hospedeiras algodão e milho não foram

identificados nenhum agrupamento capaz de separar e associar as populações de S. frugiperda,

sugerindo a existência de um nível significativo de fluxo gênico entre as populações

provenientes dessas plantas hospedeiras (MARTINELLI et al., 2006). O entendimento da

estrutura genética e do nível intra-específico em populações de uma praga é essencial para o

estabelecimento e refinamento das estratégias de manejo de resistência de insetos a plantas Bt

(CAPRIO & TABASHNIK, 1992).

O sucesso de S. frugiperda como praga é consequência da elevada capacidade de

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dispersão dos adultos ao longo da faixa de distribuição de suas plantas hospedeiras (SPARKS,

1979).

O milho apresenta elevada suscetibilidade ao ataque de S. frugiperda, em função

principalmente da anatomia do cartucho da planta, que propicia proteção para a lagarta,

dificultando seu controle, além da boa capacidade migratória do inseto (OVEJERO, 2001).

No Brasil, um dos fatores que contribui para a dificuldade do manejo de S. frugiperda

é a grande oferta de hospedeiros ao longo do ano, seja com sucessão de culturas, como milho

ou soja no verão, ou milho ou sorgo na safrinha. Além disso, nas regiões onde é utilizada alta

tecnologia, como no Centro-Oeste brasileiro, o plantio de milho irrigado com pivô central no

inverno aumenta a disponibilidade de hospedeiros nesse período (BARROS et al., 2010). O

plantio em áreas próximas de diferentes culturas com fenologias distintas, como é o caso da

soja, do milho e do algodão que são cultivados no verão, além de plantas de cobertura na

entressafra, como o milheto, pode favorecer a dispersão de S. frugiperda entre os cultivos

(NAGOSHI, 2009).

2.3 Biologia de Spodoptera frugiperda

O desenvolvimento de S. frugiperda é do tipo holometabólico, compreendendo as

fases de ovo, lagarta, pupa e adulto (Figura 2).

a. Ovo

Logo após a postura, os ovos de S. frugiperda são de coloração verde-clara, passando

a uma coloração alaranjada após 12 ou 15 horas. Eles são cobertos por uma camada fina e

longa de escamas, colocada pela fêmea por ocasião da postura. Os ovos são colocados em

massa, geralmente em duas camadas sobrepostas, na face superior das folhas (CRUZ, 1995).

Próximo à eclosão, o ovo mostra-se escurecido, devido à cabeça negra da lagarta, vista através

da casca. A fêmea pode colocar de 100 a 500 ovos por postura na face adaxial das folhas, num

total de 1.500 a 2.000 ovos durante sua vida (GALLO et al., 2002; VALICENTE &

TUELHER, 2009). O período de incubação dos ovos varia em função principalmente da

temperatura, sendo a média em torno de dois a quatro dias (CRUZ, 1995).

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Figura 2 - Ciclo biológico de Spodoptera frugiperda. (Fotos: F. PEAIRS; J. KALISCH).

b. Fase larval

Conforme descrito por CRUZ (1995), as lagartas recém-eclodidas são esbranquiçadas

antes de se alimentarem e esverdeadas após a alimentação, possuem cabeça mais larga em

proporção ao tamanho do corpo e apresentam mais cerdas que as lagartas completamente

desenvolvidas. A lagarta passa por seis ínstares até chegar ao completo desenvolvimento,

sendo que a duração de cada ínstar depende das condições de temperatura e da

disponibilidade de alimento. Esse desenvolvimento larval é dividido em dois períodos, um

ativo de alimentação e outro de descanso, próximo a cada ecdise. Normalmente a duração do

período larval varia de 12 a 30 dias e ocorre principalmente dentro do cartucho da planta.

No primeiro ínstar, as lagartas medem 1,9 mm de comprimento, com cápsula cefálica

medindo 0,3 mm de largura. Essas lagartas recém-nascidas alimentam-se da própria casca do

ovo e depois raspam as folhas mais novas da planta. Após essa primeira alimentação

permanecem em repouso de duas a dez horas, antes de saírem em busca de outros alimentos.

Antes de se alimentar, as lagartas jovens são fototrópicas positivas, ou seja, são atraídas pela

luz (CRUZ, 1995).

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No segundo ínstar, o corpo da lagarta possui coloração esbranquiçada com

sombreamento marrom no dorso. O comprimento do corpo varia de 3,5 mm a 4,0 mm e a

cápsula cefálica mede aproximadamente 0,4 mm (CRUZ, 1995; GALLO et al., 2002).

O terceiro ínstar larval é caracterizado por uma coloração marrom-clara no dorso e

esverdeada na parte ventral, com linhas dorsais e subdorsais brancas. O corpo atinge 6,3 mm a

6,5 mm e a cápsula cefálica cerca de 0,7 mm (CRUZ, 1995).

No quarto ínstar, a lagarta apresenta a cabeça marrom-avermelhada e o dorso do corpo

de coloração marrom-escura. O comprimento da lagarta chega a 10 mm e a largura da cápsula

cefálica a 1,1 mm. No quinto ínstar, o corpo é semelhante ao do ínstar anterior, porém um

pouco mais escuro. O comprimento do corpo é de aproximadamente 18 mm e a largura da

cápsula cefálica é de aproximadamente 1,8 mm (GALLO et al., 2002).

As lagartas de último ínstar apresentam o corpo cilíndrico, de coloração que varia de

marrom-acinzentada até quase preta no dorso, esverdeada na parte ventral e subventral, com

manchas de coloração marrom-avermelhada. As linhas dorsais e subdorsais são proeminentes.

Longitudinalmente, apresenta três finíssimas linhas de coloração branco-amareladas na parte

dorsal do corpo. Na parte lateral, abaixo da linha branco-amarelada, existe uma linha escura

mais larga e, mais abaixo desta, uma listra amarela irregular marcada com vermelho. A

cabeça possui coloração escura com suturas que se cruzam formando um "y" invertido, bem

característico da espécie (GALLO et al., 2002; NAKANO et al., 1981). Seu corpo mede cerca

de 50 mm de comprimento e, a cápsula cefálica, 2,7 mm a 2,8 mm de largura.

c. Pré-pupa e pupa

Após o término do período larval, as lagartas completamente desenvolvidas saem do

cartucho e penetram no solo, em profundidade de 2 cm a 8 cm, onde se transformam em pré-

pupas e posteriormente, em pupas, e não se alimentam. Nesse momento a lagarta constrói um

casulo oval, formado por partículas do solo e seda, de 20 mm a 30 mm de comprimento

(CRUZ, 1995).

Após a formação, a pupa possui coloração verde-clara, sendo o tegumento

transparente, com as vísceras visíveis. Nessa fase, o corpo é frágil e muito sensível a danos.

Durante o desenvolvimento, a pupa apresenta aproximadamente 13 mm a 16 mm de

comprimento e cerca de 4,5 mm de largura e, passa por várias colorações, de alaranjada e

marrom-avermelhada, até ficar totalmente preta, sendo um indicativo da proximidade da

emergência do adulto. Essa fase pode durar apenas um dia, quando a temperatura é elevada,

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mas em períodos amenos pode se estender por até cinco dias (CAPINERA, 2008; CRUZ,

1995).

d. Adulto

Segundo CRUZ (1995), as mariposas que emergem das pupas geralmente voam para

longe da área de origem, antes de fazer a postura. Quando indivíduos de sexos diferentes se

transformam em pupa em igualdade de condições, as fêmeas emergem cerca de um dia antes

dos machos.

Após a emergência, a mariposa adulta mede cerca de 35 mm a 38 mm de envergadura,

e apresentam dimorfismo sexual nas asas anteriores. As fêmeas têm coloração marrom-

acinzentada uniforme, com as manchas orbiculares e reniformes pouco nítidas. Nos machos, a

coloração é mais escura, com manchas brancas características no ápice e entre as manchas

orbicular e reniforme (ROMANO, 2002; GALLO et al., 2002; NAKANO et al., 1981).

As mariposas apresentam hábito noturno, fazendo suas posturas durante a noite,

ovipositando, normalmente, na parte mediana da planta, na epiderme da folha de milho,

algodoeiro, gramíneas e outros vegetais que sejam alimento adequado às lagartas. A atividade

diária das mariposas começa ao pôr-do-sol e atinge o pico entre duas e quatro horas mais

tarde. O acasalamento ocorre nessa ocasião e a oviposição, durante o terceiro e o quarto dia

após a emergência da fêmea (CRUZ, 1995; GALLO et al., 2002). Após um período de pré-

oviposição de três a quatro dias, a fêmea deposita normalmente a maioria dos seus ovos

durante os primeiros quatro a cinco dias de vida. Após a eclosão, as lagartas dispersam-se

para outras plantas, uniformizando o ataque na lavoura.

De acordo com CRUZ (1995), mariposas sem alimentação vivem aproximadamente

4,4 dias, enquanto que mariposas bem alimentadas vivem em torno de 13,3 dias,

independentemente do sexo.

O adulto apresenta um comportamento migratório com uma capacidade de alta

dispersão que permite a esse inseto se dispersar rapidamente ao longo de sua gama de plantas

hospedeiras (CAPINERA, 2008; MARTINELLI et al., 2006).

Normalmente, o período médio de duração das fases de ovo, lagarta, pupa e adulto, é

em torno de 3, 25, 5 e 12 dias, respectivamente (GASSEN, 1996). O ciclo completo do inseto

é de pouco mais de 30 dias durante o verão, podendo chegar até 50 dias em períodos mais

frios (CRUZ, 1995).

De modo geral, a faixa ótima de temperatura para o desenvolvimento e atividade dos

insetos situa-se entre 15°C e 38°C. Dentro dessa amplitude, a temperatura influencia, entre

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13

outros fatores, a velocidade de desenvolvimento, que é maior em condições mais elevadas

(FERRAZ, 1982).

FERRAZ (1982) verificou que a temperatura influi de forma marcante em todas as

fases do ciclo biológico de S. frugiperda, prolongando-as em condições de baixas

temperaturas. Segundo o mesmo autor, a temperatura de 25ºC é considerada a mais favorável

ao desenvolvimento do inseto, sendo as exigências térmicas das fases de ovo, lagarta, pré-

pupa e pupa de 47,58; 294,41; 44,57 e 131,94 graus-dia (GD), respectivamente, obtidas a

partir de temperaturas bases de 10°C; 10,7°C; 6,4°C e 12,5°C, respectivamente.

É comum encontrar apenas uma lagarta desenvolvida por cartucho devido ao

canibalismo, que se manifesta principalmente a partir do terceiro ínstar. Porém, podem ser

encontradas lagartas em diferentes ínstares dentro de um mesmo cartucho (ÁVILA et al.,

1997; BIANCO, 1991).

BESERRA et al. (2002) mostraram que os primeiros adultos aparecem com frequência

mais alta entre o 10º e o 41º dia após a emergência das plantas, quando as plantas se

encontram em seu estádio mais suscetível; diminuindo consideravelmente o surgimento

desses adultos após o 72º dia após a emergência dessas plantas. Segundo MELO et al. (2006),

após a chegada dos primeiros indivíduos adultos na área, a população permanece pequena por

um curto período, aumentando rapidamente em seguida, até atingir o tamanho máximo, por

volta de 25 a 30 dias após a emergência, provavelmente por questões intrínsecas à biologia da

praga como seu ciclo de vida (SILVA, 1999).

2.4 Danos Ocasionados por Spodoptera frugiperda

2.4.1 Milho convencional

O ataque da lagarta-do-cartucho pode ocorrer desde a fase de plântula até as fases de

pendoamento e espigamento do milho. No início do ataque, as lagartas jovens consomem

parte das folhas e mantêm a epiderme intacta, caracterizando o sintoma de raspagem. Lagartas

maiores perfuram as folhas e se desenvolvem nas folhas centrais da região do cartucho, o qual

pode ser totalmente destruído. Pela destruição do cartucho, principalmente na fase próxima ao

florescimento, podem causar danos expressivos que se acentuam em períodos de seca. Em

ataques tardios, as lagartas podem ser encontradas na espiga destruindo palha e grãos (ÁVILA

et al., 1997; CARVALHO, 1987).

Segundo SOUZA & REIS (2005), os prejuízos causados por S. frugiperda ocorrem

pela redução no porte das plantas e no tamanho das espigas. Isto poderá ocorrer com altas

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14

infestações da praga no início do ciclo da cultura, a partir do estádio de plântula até os 40 dias

da germinação, período mais sensível pela pequena área foliar apresentada, principalmente em

período de estiagem.

É habitual no campo ocorrerem duas gerações de praga durante a safra de verão,

enquanto na safrinha esse número pode ser mais elevado (SÁ & PARRA, 1994). Na espiga, a

lagarta pode atacar os estilo-estigmas (“cabelo-do-milho”), os grãos em formação, na ponta da

espiga ou outras partes como a porção mediana ou basal (COSTA et al., 2005; GASSEN,

1996; PARRA et al., 1995). Orifícios na palha são um bom indicativo da presença da praga;

espigas caídas e/ou danos no ponto de inserção da espiga com o colmo também são sintomas

do ataque da lagarta (CARVALHO, 1970; WAQUIL et al., 1982).

A fenologia da planta influencia o número de posturas, ocorrendo maior concentração

de posturas durante o estádio vegetativo da planta, entre quatro e dez folhas (BESERRA et al.,

2002), sendo observadas maiores reduções na produção quando o ataque da lagarta-do-

cartucho se dá na fase de oito a dez folhas (CRUZ & TURPIN, 1982).

Suscetíveis em praticamente todas as fases de desenvolvimento, as plantas de milho

convencionais ficam prejudicadas pela destruição do cartucho, reduzindo a área fotossintética

e comprometendo a produção. A lagarta-do-cartucho pode ainda atacar a base da espiga,

destruindo grãos ou abrindo caminho para microorganismos, e até mesmo provocando a

queda da espiga (CRUZ, 1999).

No Brasil, reduções no rendimento de milho convencional devido ao ataque da

lagarta-do-cartucho oscilam entre 34% e 40% (FERNANDES, 2003). Esse percentual de dano

varia em função da fase de desenvolvimento da planta, do tipo de cultivar utilizada, do local

de plantio e mesmo entre áreas adjacentes, de acordo com as práticas agronômicas adotadas.

Portanto, a relação entre os danos nas diferentes fases de desenvolvimento e rendimento é

muito complexa (CRUZ, 1993; CRUZ, 1995).

GASSEN (1994) enfatiza que os maiores danos ocorrem na fase em que a planta

apresenta de oito a dez folhas, podendo ocorrer uma redução de 19% no rendimento de grãos.

Na fase de até seis e a partir de 12 folhas, os danos são inferiores a 9% na produção de grãos.

Já GALLO et al. (2002) relatam que S. frugiperda pode reduzir, através da destruição das

folhas, a produção de milho em até 20%, sendo o período crítico de seu ataque mais próximo

do florescimento.

Os danos provocados por S. frugiperda podem ocasionar perdas superiores a 400

milhões de dólares anuais à produção de milho (CRUZ, 1998). No Brasil, estima-se que a

lagarta-do-cartucho seja responsável por mais de 25% dos prejuízos causados por pragas do

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milho e pela maior parte dos 38,3 milhões de dólares gastos com pulverizações de inseticidas,

resultando em um custo anual de aproximadamente 250 milhões de dólares (WAQUIL &

VILELLA, 2003).

O ataque dessa praga nos últimos anos vem aumentando gradativamente, destacando-

se como causas principais para esse incremento a ampla área cultivada com milho e o

desequilíbrio ecológico ocasionado por repetitivas aplicações de inseticidas. O controle

químico dessa praga é dificultado quando o ataque ocorre em estágios mais avançados de

desenvolvimento da planta, pois não se consegue entrar com os equipamentos usuais na

lavoura (GALLO et al., 2002).

Devido à sua ampla gama de hospedeiros e sua grande capacidade de dispersão

durante o período de cultivo, o controle de S. frugiperda se torna difícil (KNIPLING, 1980).

Uma das dificuldades para o manejo dessa lagarta se deve aos problemas relativos à

tecnologia de aplicação, pois não é fácil atingir as lagartas no interior do cartucho com

inseticidas (BUSATO et al., 2005).

Normalmente o controle da S. frugiperda é feito através do uso de inseticidas

sintéticos, pela utilização de cultivares resistentes e pelo uso e plantas geneticamente

modificadas resistentes a insetos (CRUZ et al., 2010; GALLO et al., 2002; GASSEN, 1996;

GRÜTZMACHER et al., 2000). Apesar de sua eficiência, os inseticidas sintéticos podem

apresentar diversos problemas, como contaminação ambiental, altos níveis residuais em

alimentos, desequilíbrio biológico e surgimento de populações de insetos resistentes

(RODRÍGUEZ H. & VENDRAMIM, 1996). Nos campos brasileiros, tem-se realizado entre

10 e 14 aplicações de inseticidas químicos na cultura do milho (VALICENTE & TUELHER,

2009).

FERREIRA FILHO et al. (2010), estudando o dimensionamento do custo econômico

representado por S. frugiperda na cultura do milho no Brasil, verificaram que na média, na

safra de verão o valor econômico do controle da lagarta oscilou entre R$ 122,56 ha-1 e

R$ 97,28 ha-1; e que no agregado do Brasil, o custo econômico do controle dessa praga na

produção de milho, na safra de verão, ultrapassou os R$ 758 milhões.

O manejo de S. frugiperda com o uso de inseticidas era, e ainda é, um dos métodos

mais utilizado no Brasil para o controle da praga. Atualmente, ainda é um método utilizado

em altas infestações da praga, mesmo com o uso da tecnologia Bt, em função principalmente

da ocorrência da praga em praticamente todas as fases de desenvolvimento da cultura do

milho.

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A princípio o controle químico visa controlar as lagartas, embora possa também ter

efeitos sobre os ovos e os adultos da praga, especialmente quando essas fases recebem a calda

inseticida por ocasião da pulverização. Os adultos também podem sofrer os efeitos do

inseticida, quando pousados sobre a folha tratada. A eficiência do produto mesmo quando

aplicado no alvo principal (lagartas), pode variar entre os produtos e inclusive para um mesmo

produto, dependendo das condições na época da aplicação. Fatores como tamanho da planta,

tipo de pulverizador, bico e pressão da aplicação e estádio de desenvolvimento da praga

podem ser responsáveis por diferenças na eficiência esperada (CRUZ, 2007).

O ponto de decisão para se entrar com medidas de controle da lagarta-do-cartucho

seria a determinação do índice de infestação da área baseada na amostragem em cinco pontos

ao acaso (100 plantas consecutivas por ponto) por hectare de milho ou, através de

monitoramento de adultos com uso de armadilhas, ou ainda uso de escala de notas de danos

ocasionados pela lagarta-do-cartucho (CRUZ, 1995; CRUZ & BIANCO, 2001).

No manejo integrado é fundamental a determinação precisa e antecipada da praga, ou

seja, antes mesmo que ocorra a oviposição. Para isso, utiliza-se a técnica de monitoramento de

adultos através de feromônio sexual sintético, posicionando no interior de armadilha contendo

uma base colante suficiente para aprisionar os insetos machos atraídos por esse feromônio.

Outras técnicas de manejo se baseiam na presença de lagartas e/ou seus danos, principalmente

considerando o número de amostragem a ser realizado (CRUZ, 2007; GALLO et al., 2002 ).

A coleta de três mariposas por hectare, em média, nas armadilhas, determina o ponto

de entrar com medidas de controle (CRUZ, 2007). Em amostragens por danos ocasionados

por lagartas, o controle com inseticida sistêmico normalmente é feito quando 20% das plantas

da área apresentar notas de danos a partir de 3 em escala variando de 0 e 9 até o 30° dia após

o planto, e 10% de plantas com folhas raspadas de 40° a 60° dias após o plantio (GALLO et

al., 2002).

Para a escolha do inseticida é fundamental a utilização dos princípios de seletividade

quando da escolha do produto químico. Eficiência, toxicidade para inimigos naturais, impacto

ambiental, riscos para a saúde, entre outros fatores, devem nortear a escolha de um produto

(CRUZ, 2007).

2.4.2 Milho transgênico

Segundo JAMES (2005), as plantas de milho geneticamente modificadas (Bt) que

apresentam resistência a insetos, como as que possuem a toxina Cry1Ab, como exemplo o

milho MON810, reduzem as perdas ocasionadas pelo ataque dos insetos e, com isso, diminui

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as aplicações de inseticidas. Os ganhos com o gerenciamento dessas pragas podem levar à

redução no custo de produção, além de elevar os índices de produtividade do milho (ALVES

et al., 2009).

Além de serem cultivares com alto potencial genético, a utilização de milho Bt

resistente a insetos da ordem Lepidoptera tem sido a principal estratégia de controle de

lagartas, sobretudo para aquelas onde outras táticas de controle têm se mostrado ineficientes,

como para a broca-do-colmo. As cultivares transgênicas hoje comercializadas no Brasil não

dispensam o tratamento de sementes, o qual continua sendo necessário para o controle de

insetos sugadores e pragas subterrâneas (CRUZ et al., 2010).

No híbrido transgênico só ocorre a destruição da área foliar a ponto de causar danos

econômico, quando o ataque de lagartas é muito intenso e, portanto, se faz necessária a

aplicação de inseticidas (MANFROI et al., 2010).

Segundo DUARTE et al. (2009), a redução da produção de um híbrido convencional

de milho chega a 6% quando comparada com o uso da tecnologia transgênica. Ainda estima-

se que se perdem, em média, cerca de 2,7 milhões de toneladas de milho em grão nos milhos

convencionais com as infestações da lagarta-do-cartucho, representando aproximadamente

cerca de R$ 900 milhões de receita que deixa de ser recebida pelos produtores.

FRIZZAS (2003), comparando milho Bt com testemunhas tratadas com inseticidas,

confirmou a eficiência de Bt com a tecnologia MON810, no controle de S. frugiperda nas

plantas de milho, apontando um menor nível de dano para o tratamento com o MON810. O

maior dano observado com tecnologia Bt foi da ordem de 17%, enquanto que nos tratamentos

com inseticidas recomendados, o dano atingiu 40%, mostrando controle mais efetivo com as

plantas transgênicas, mesmo comparando-se com testemunhas tratadas com inseticidas.

Experimentos em campo realizados no Brasil sugeriram um ganho médio em

produtividade para o milho Bt em torno de 24% quando comparado ao milho convencional

(JAMES, 2003a; JAMES, 2003b).

Na Argentina, JAMES (2003a) verificou que a produtividade de plantas de milho Bt

foi em média 10% superior que às plantas de milho convencional. Para TRIGO & CAP

(2003), o plantio do milho Bt na Argentina propiciou aumento em 5% da produtividade de

grãos nesse país. Nos Estados Unidos, um dos impactos mais significativos da utilização de

milho Bt foi o aumento na produtividade da cultura quando comparada a plantas

convencionais, onde, por meio de estudos realizados no cinturão do milho nos Estados Unidos,

avaliando o impacto do milho Bt, verificou-se ganho em produtividade das plantas

transgênicas na ordem de 332,1 kg ha-1 a 935,3 kg ha-1 (MARRA et al., 2002).

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GRUÈRE et al. (2007) analisaram diversos trabalhos que mostravam os efeitos na

produtividade do milho quando estes apresentavam genes de resistência a insetos, além dos

efeitos na redução de utilização de insumos e a percentagem de adoção em cada um dos

países. O efeito variou entre 5% e 34% na produtividade das culturas de milho transgênico,

além de uma redução de defensivos de até 31%. Além dos ganhos em produtividade, a

utilização de culturas geneticamente modificadas proporciona menor utilização de defensivos

químicos.

Para o Brasil, PEREIRA et al. (2007) estimaram que se as lavouras brasileiras de

milho tivessem adotado 50% de milho Bt em 2005, os produtores teriam ganhado US$ 161

milhões com o aumento da produtividade e US$ 31 milhões com a redução de inseticidas para

controlar a lagarta-do-cartucho, considerando um aumento de 10% da produtividade e um

preço mínimo por tonelada de US$ 91,62.

Embora a tecnologia Bt resulte em menor custo no controle de pragas, com ausência

ou redução de pulverizações com inseticidas para o controle de S. frugiperda, ela apresenta

um maior custo em termos de sementes. Portanto, é relevante mensurar se é vantajoso

economicamente adotar esta tecnologia quando os benefícios econômicos são maiores que o

custo dessa tecnologia, no caso, o custo mais elevado de sementes transgênicas. Por outro

lado, o dimensionamento dos benefícios líquidos da adoção da tecnologia Bt do milho

depende de uma série de vaiáveis e suas variações ao longo do tempo (MIGUEL et al., 2013).

Na safra de 2012/2013 o preço da semente de milho transgênico variava entre R$ 320,00 até

R$ 460,00 o saco em função do evento Bt da semente, enquanto que uma saca de milho

convencional era vendida desde R$ 120,00 até R$ 250,00 (MIGUEL et al., 2013).

2.5 Resistência de Plantas a Insetos

Segundo ROSSETTO (1973), “planta resistente é aquela que devido à sua constituição

genotípica é menos danificada que outra, em igualdade de condições”.

BOIÇA JUNIOR et al. (2013) definem planta resistente como aquela que, devido à

soma de seus genes constitutivos, expressa características físicas, morfológicas e/ou químicas

que as fazem ser menos infestadas ou injuriadas do que outras (suscetíveis) em igualdade de

condições, proporcionando aos insetos alterações em seu comportamento, fisiologia e biologia,

ou apenas apresentando maior capacidade de suportar seu ataque, sem qualquer efeito sobre o

fitófago.

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VENDRAMIM & NISHIKAWA (2001) relatam que a resistência é relativa, não

existindo uma escala objetiva para medi-la, o que torna necessário, para sua caracterização, a

comparação entre genótipos; a resistência é hereditária, ou seja, as progênies de uma

variedade resistente devem manter o seu comportamento quando testadas nas mesmas

condições em que a resistência foi constatada; a resistência é específica, já que uma variedade

resistente a uma praga normalmente é suscetível a outras pragas; a variedade resistente é

aquela menos danificada e não, necessariamente, menos atacada, pois um genótipo pode ser

mais atacado que outro, e ainda assim ser menos danificado (resistente) por apresentar

tolerância; a resistência ocorre em determinadas condições, podendo ou não ser mantida

quando as condições são alteradas; a resistência pode ocorrer tanto em materiais comerciais

como em selvagens ou não cultivados.

Segundo LARA (1991), as plantas podem apresentar diferentes níveis de resposta

quanto à alimentação de um inseto. O autor denomina esses diferentes níveis como graus de

resistência, cuja classificação se baseia no nível de injúria observados em: a) Imunidade:

conceito meramente teórico, uma vez que a simples atividade do inseto raspar, mastigar, furar

ou ovipositar no tecido da planta já descarta essa característica; b) Alta resistência: genótipo

que apresenta injúria bem menor que a injúria média sofrida pelos demais; c) Resistência

moderada: genótipo que apresenta injúria um pouco menor do que aquela observada nos

outros genótipos testados; d) Suscetibilidade: genótipo igualmente injuriado em relação à

injúria média presente nos demais; e) Alta suscetibilidade: genótipo que apresenta injúria

média bem superior àquelas visualizadas nos demais.

Segundo BUENO (2006), a manifestação da resistência das plantas pode ser

condicionada pela idade e pela parte infestada, em fases diferentes de seu ciclo, podendo

apresentar reações diversas ao ataque, e dependendo da parte atingida os danos podem ser

maiores ou menores.

Os estudos sobre a resistência de plantas a insetos se iniciaram por volta do séc. XIX

quando a França conseguiu controlar o inseto Daktulosphaira vitifoliae (Fitch, 1854)

(=Phylloxera vitifoliae), com o uso de porta-enxertos resistente. Na década de 40 os Estados

Unidos obtiveram três cultivares de trigo resistente à mosca-de-Hesse (Mayetiola destructor)

e cultivares de alfafa resistente ao pulgão Therioaphis maculata (Buckton). No Brasil foram

desenvolvidas cultivares de sorgo resistentes à mosca Stenodiplosis sorghicola (Coquillett)

(=Contarinia sorghicola), praga que causava 80%-100% de perdas na lavoura (BUENO,

2006).

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20

Entre as vantagens do método de resistência de plantas, pode-se citar sua fácil

utilização, sua contribuição com as reduções da densidade populacional do inseto abaixo do

nível de dano econômico, sua harmonia com o ambiente, seu modo de ação, sua não

interferência com outras práticas agrícolas e sua compatibilidade com outras táticas em

estratégias dentro de programas de manejo integrado de pragas (BOIÇA JUNIOR et al., 2013).

Em função dos diferentes mecanismos de que as plantas se utilizam para serem menos

infestadas e injuriadas pelas pragas, pode-se classificar a resistência em três tipos, quais sejam:

não-preferência ou antixenose, antibiose e tolerância. Deve-se ressaltar que uma mesma

planta pode apresentar um ou mais tipos de resistência, governadas por um ou mais genes que

irão expressar na planta as características responsáveis por resistir ao ataque da praga (BOIÇA

JUNIOR et al., 2013).

A resistência do tipo não-preferência ocorre quando a planta é menos utilizada pelo

inseto, para alimentação, oviposição ou abrigo, do que outra planta em igualdade de

condições, podendo ser de natureza física, química e/ou morfológica (BOIÇA JUNIOR et al.,

2013; BUENO, 2006; CHRISPIM & RAMOS, 2006).

A resistência do tipo antibiose ocorre quando o inseto se alimenta normalmente da

planta e esta exerce um efeito adverso sobre a sua biologia, afetando direta ou indiretamente

seu potencial de reprodução. Geralmente, essa influência negativa ocorre devido à presença

de compostos químicos que dificultam o crescimento e o desenvolvimento do inseto,

provocando alterações como prolongamento do ciclo biológico, deformações e mortalidade

em diferentes fases de desenvolvimento, redução de peso e tamanho dos indivíduos, entre

outros (BOIÇA JUNIOR et al., 2013; BUENO, 2006; CHRISPIM & RAMOS, 2006).

A mortalidade das formas jovens criadas sobre plantas com resistência do tipo

antibiose geralmente é observada durante os primeiros dias de vida do inseto. Para LARA

(1991), é uma das variáveis mais características da ocorrência desse tipo de resistência, aliada

à redução do tamanho e peso dos indivíduos.

Já a resistência do tipo tolerância consiste na capacidade própria da planta para

suportar ou recuperar-se dos danos produzidos por uma população de insetos, a qual

normalmente causaria prejuízos à outra variedade da mesma planta. Deve-se ressaltar que esse

tipo de resistência não afeta o comportamento ou a biologia da praga, o que é de grande

interesse para a seleção de genótipos, pela ausência de pressão de seleção sobre o fitófago,

evitando-se, assim, o surgimento de biótipos resistentes (BOIÇA JUNIOR et al., 2013;

BUENO, 2006; CHRISPIM & RAMOS, 2006).

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21

Dos três mecanismos de resistência, tolerância é o mais difícil de quantificar.

Basicamente, envolve uma comparação de certo número de insetos e do dano subsequente na

planta. Consequentemente, o número de insetos a ser colocado na planta tem de ser

inicialmente determinado e relacionado a um dano visível, e eventualmente ao rendimento

(JOHNSON & TEETES, 1979 apud CRUZ & VENDRAMIM, 1998).

2.5.1 Resistência de milho convencional a Spodoptera frugiperda

A resistência genética, através da seleção natural ou dirigida, vem sendo

intensivamente utilizada pelo homem, no controle de pragas e doenças, desde que as plantas

foram domesticadas, há mais de 11 mil anos (HARLAN, 1975).

Durante a década de 1980 foram obtidas, nos EUA, diversas linhagens de milho

resistentes a insetos: MpSWCB-4, resistente a Diatraea grandiosella (Dyar) (SCOTT &

DAVIS, 1981), Mp496, com resistência a S. frugiperda e Ostrinia nubilalis (Hübner)

(SCOTT & DAVIS, 1981) e Mp701 e Mp702 (SCOTT et al., 1982), Mp704 (WILLIAMS &

DAVIS, 1982), Mp705, Mp706 e Mp707 (WILLIAMS & DAVIS, 1984) e Mp 708

(WILLIAMS et al., 1990) resistentes a D. grandiosella e S. frugiperda. Esses genótipos foram

testados em vários ensaios nos EUA, em condições de campo, identificando-se sua

capacidade de diminuir o peso e a viabilidade de lagartas de S. frugiperda, além de serem

menos preferidos para oviposição e sofrerem menor dano foliar (NG et al., 1990; SCOTT et

al., 1977; SCOTT & DAVIS, 1981; VIDELA et al., 1992; WILLIAMS & DAVIS, 1984).

Com relação a S. frugiperda, o uso de variedades resistentes é um método de controle

que pode reduzir as perdas causadas por essa praga, sendo mecanismos de resistência, como a

antibiose e a não-preferência para alimentação, encontrados em diferentes genótipos de milho

(CARVALHO, 1970; WISEMAN et al., 1981).

De acordo com SCRIBER & SLANSKY JUNIOR (1981), a quantidade e a qualidade

de alimento consumido durante a fase larval da S. frugiperda afetam a taxa de crescimento, o

tempo de desenvolvimento, o peso corporal, entre outras. Muitas vezes, a resistência de uma

planta pode ser manifestada na biologia do inseto, prejudicando o crescimento de sua

população (LARA, 1991).

Existe na literatura um considerável volume de informações sobre a resistência de

milho a S. frugiperda. Os países que mais se destacam nessa área são os EUA, sobretudo os

Estados do Mississipi e Geórgia, e o México, onde diversos materiais têm sido identificados

como portadores de genes para resistência à lagarta-do-cartucho (SILVEIRA et al., 1997).

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22

Segundo WISEMAN & DAVIS (1979), o primeiro genótipo com reconhecida

resistência à lagarta-do-cartucho foi o Mp496, disponibilizado por SCOTT et al. (1977), com

origem em Antigua 2D e obtido sob fortíssima pressão de seleção da praga.

WISEMAN et al. (1981) avaliaram o efeito do genótipo resistente Antigua 2D-118

sobre a alimentação e sobrevivência de S. frugiperda e observaram que o mesmo manteve a

resistência durante os três anos em que foram conduzidos os estudos, encontrando como

principal mecanismo de resistência, o de não-preferência.

Nos últimos 15 anos, mais de 30 cultivares de milho resistentes a S. frugiperda e a

outras pragas foram registradas e distribuídas. Destacam-se, como fontes de resistência a S.

frugiperda, genótipos provenientes principalmente do grupo chamado Antigua, tornando

assim a base genética muito estreita (WILLIAMS et al., 1997).

Não têm sido encontradas outras fontes com alto nível de resistência à lagarta-do-

cartucho. Com resistência múltipla a várias espécies de Lepidoptera, vêm sendo citados os

genótipos Antigua 2D-118, MpSWCB-4, Pio. X304C, Zapalote Chico 2451 e Mp 701 a 707,

Zapalote Chico e TL 87-A- 1855-7. Milhos tropicais, como CMS 23, CMS 14C e CMS 24,

foram os menos danificados, em uma coleção de 64 entradas avaliadas em Sete Lagoas- MG

(VIANA & GAMA, 1988). Antibiose e não-preferência são os tipos de resistência a S.

frugiperda observados nessas fontes (DAVIS & WILLIAMS, 1997; VIANA & POTENZA,

1992).

FORNASIERI FILHO et al. (1980), observando danos ocasionados por S. frugiperda

em milho, concluíram que os genótipos 'HMD 7974', 'Flint Composto', 'Centralmex', 'Piranão'

e 'IAC I 02VI' foram mais tolerantes que 'Pionner 309B', 'Pionner X-307', 'Dentado Composto

Branco', 'Pérola Piracicaba' e 'IAC-1-XII'. BOIÇA JR. et al. (1993), também observando

danos ocasionados por S. frugiperda, verificaram que genótipos de milho precoces 'TL 87-A-

1855-7' e 'Zapalote 2508' sofreram menos prejuízos por S. frugiperda que os genótipos 'AG

302-A' e 'Opaco'.

SILVEIRA et al. (1997) verificaram que os genótipos 'Mp 707' e 'Zapalote Chico'

foram os menos adequados para o desenvolvimento de S. frugiperda, enquanto que

'IAC103N', 'IAC701N' e 'Mp496' foram os mais adequados.

VENDRAMIM & FANCELLI (1988) observaram efeitos negativos sobre o

lepidóptero com os genótipos 'Zapalote Chico' e 'Cateto Palha Roxa'. Os autores verificaram,

em condições de laboratório, diminuição do peso na fase larval, aumento da fase larval,

diminuição do peso de lagartas e de pupas e diminuição na viabilidade de ovo, lagarta e pupa,

demonstrando que esses materiais apresentam certo grau de resistência à lagarta-do-cartucho.

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23

Os tipos de resistência têm sido constatados em diferentes genótipos de milho.

WILLIAMS et al. (1983) e WISEMAN et al. (1981) encontraram alto nível de antibiose e

não-preferência para alimentação para o genótipo resistente 'MpSWCB-4' e baixo nível de

antibiose associado a não-preferência para alimentação para o 'Antigua 2D-118'. Foi também

encontrada antibiose em tecidos foliares liofilizados de milho resistente, prejudicando

sensivelmente o desenvolvimento da lagarta, devido à quantidade reduzida de substâncias

essenciais na planta (WILLIAMS et al., 1990; WILLIAMS & BUCKLEY, 1992). A não-

preferência para alimentação de lagartas por folhas de milho resistente foi descrita por YANG

et al. (1993), WISEMAN et al. (1983), WISEMAN & ISENHOUR (1988). A causa da

resistência foi relacionada ao teor de lipídeos na cutícula das folhas.

DAVIS et al. (1995) relataram que a principal diferença encontrada entre genótipos

resistentes e suscetíveis para S. frugiperda foi a espessura da cutícula e da parede celular dos

genótipos.

Apesar de serem encontrados na natureza genótipos de milho resistentes a lagarta-do-

cartucho, seu uso comercial se torna inviável em virtude de sua baixa produtividade em

campo em relação aos híbridos disponibilizados no mercado atual.

2.5.2 Resistência de milho transgênico a Spodoptera frugiperda

Nas últimas décadas a engenharia genética possibilitou, com a técnica do DNA

recombinante, importantes avanços no melhoramento genético de várias culturas, devido à

combinação de genes entre diferentes espécies de organismos, obtendo-se assim, as plantas

geneticamente modificadas também chamadas de plantas transgênicas (NASCIMENTO et al.,

2012). Genes que conferem resistência a insetos podem ser introduzidos em plantas de

interesse para reduzir sua suscetibilidade. Esses genes podem ser obtidos de plantas, bactérias

ou de outra origem (WALKER et al.,1997). Na cultura do milho, o gene de Bacillus

thuringiensis (Bt) foi introduzido em alguns genótipos, dando origem ao milho geneticamente

modificado, conferindo alto padrão de resistência da planta a algumas espécies de

lepidópteros-praga (ARMSTRONG et al., 1995).

Bacillus thuringiensis é uma bactéria de solo que foi descoberta em 1902 no Japão; no

entanto, foi isolada e descrita pela primeira por Berliner, em 1911, quando esse pesquisador

isolou o bacilo em Anagasta kuehniella. Posteriormente, ele a nomeou Bacillus thuringiensis

em homenagem à província de Thuringen (Alemanha), onde o primeiro inseto infectado foi

encontrado. Embora esta seja a primeira descrição utilizando o nome de Bacillus thuringiensis,

não foi o primeiro isolamento desse patógeno. Em 1901, o biólogo S. Ishiwata isolou a

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bactéria que era o agente causal da sotto-disease. Em 1908, Iwabuchi a denominou B. sotto

Ishiwata, que posteriormente foi considerado nome inválido e o nome mais recente (Bacillus

thuringiensis) foi mantido (FEITELSON et al., 1992; GLARE & O’CALLAGHAN, 2000).

O processo de obtenção de uma planta Bt é bastante complexo. Primeiramente, uma

cepa de Bt que é ativa contra os insetos-praga é identificada e os genes que produziram a

proteína são isolados. Esses genes geralmente não expressam a proteína Bt em níveis

suficientemente elevados, então versões truncadas do gene são sintetizadas mediante

alterações no códon e eliminação de certas sequências. Plantas na fase de cultura de tecido são

então transformadas via Agrobacterium tumefaciens ou biobalística, com o gene Bt,

juntamente com um marcador selecionado, o qual é utilizado para identificar as plantas em

que o gene Bt foi inserido de forma estável no genoma. Comumente são utilizados marcadores

que conferem resistência a antibióticos (ex. kanamicina), ao herbicida ou que expressam

determinadas substâncias químicas para identificação das células transformadas (ex. b-

glucoronidase) (FISCHHOFF, 1987).

A grande maioria das plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos expressa

genes derivados da bactéria B. thuringiensis. Insetos e Bt têm coexistido por milhões de anos,

já que B. thuringiensis é uma bactéria gram-positiva, esporulante e anaeróbica facultativa, em

forma de bastonete que habita naturalmente o solo. O Bt ocorre naturalmente em diversos

hábitats incluindo solo, filoplano, resíduos de grãos, poeira, água, matéria vegetal e insetos

(BOUCIAS & PENDLAND, 1998; MONNERAT & BRAVO, 2000).

A atividade entomopatogênica desse microrganismo (Bt) deve-se a uma introdução

cristalina produzida durante a esporulação (pró-toxinas). O cristal, composto por proteínas

denominadas δ-endotoxina ou proteínas cristal (Cry), apresenta ação extremamente tóxica a

altamente específica para lagartas de insetos de três ordens: Lepidoptera, Diptera e Coleoptera,

dependendo da proteína. Constam na base de dados, mais de 400 genes cry descritos, os quais

estão distribuídos em 55 classes de proteínas (MONNERAT & BRAVO, 2000; PINTO &

FIUZA, 2008).

Os genes cry estão localizados em plasmídios (moléculas circulares duplas de DNA

capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico) e muitos isolados

possuem diversos genes cry responsáveis pela síntese de diferentes proteínas inseticidas

(LERECLUS et al., 1993), as quais foram classificadas como cry1 a cry55, dependendo da

especificidade do hospedeiro e do grau de homologia de seus aminoácidos (CRICKMORE,

2006; HÖFTE & WHITELEY, 1989).

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25

Já foram isoladas milhares de cepas de B. thuringiensis, as quais, na sua maioria,

produzem uma ou mais δ-endotoxinas com atividade específica às ordens de insetos avaliadas

(GAO et al., 2008; MONNERAT et al., 2007; PINTO & FIUZA, 2002; SCHNEPF et al.,

1998).

Estudos sobre o mecanismo de ação têm identificado as toxinas cristalinas do B.

thuringiensis como agentes tóxicos que agem no sistema digestivo das lagartas. O mecanismo

de ação dessas proteínas denominadas Cry tem sido estudado extensivamente em lepidópteros

(Figura 3), dípteros e coleópteros (SILVA-FILHO & FALCO, 2001).

Figura 3 - Mecanismo de ação de Bacillus thuringiensis. (Fonte: WHO, 1999).

Eles envolvem a solubilização do cristal no intestino médio do inseto, a ação de

proteases sobre a protoxina, a aderência da proteína Cry aos receptores do intestino médio e a

sua inserção dentro da membrana criando canais de íons ou poros (TOJO & AIZAWA, 1983).

As lagartas, ao se alimentarem do tecido foliar do milho geneticamente modificado com Bt,

ingerem os cristais de proteína, que se dissolvem, e as pró-toxinas dissolvidas são então

clivadas pelas proteinases intestinais do tipo tripsina (MILNE & KAPLAN, 1993), ativando

as toxinas. As toxinas ativadas ligam-se às células da superfície do intestino médio, causando

aumento de volume e ruptura das mesmas e, consequentemente, destruindo as células

epiteliais do intestino médio. A destruição do epitélio do intestino médio ocorre devido à

mudança no seu equilíbrio osmótico. O mecanismo exato ainda não está totalmente claro:

duas possibilidades que têm sido propostas são a formação de poros nas membranas celulares

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26

pela própria toxina e a interação com as proteínas responsáveis pelo transporte de sódio e

potássio presentes na membrana (HIMENO, 1987).

A função dos esporos na patogênese é classificada em três tipos de reação. A reação

do tipo I designa aquelas larvas que morrem muito rapidamente, dentro de 1 a 7 horas. Nessas

larvas, o pH do intestino médio seria maior que 9,5. Após a dissolução da parede do intestino

pela toxina, o suco digestivo penetra no hemocele, onde os esporos germinam dentro dos

insetos e o Bt prolifera. No tipo II (pH intestinal entre 8,0 e 9,5) o inseto leva de 2 a 4 dias

para morrer e os esporos germinam antes da morte. Se o pH do intestino da larva for menor

que 8,0 (tipo III), a toxina abre o caminho para a invasão do hemocele pela bactéria, causando

morte por infecção bacteriana generalizada (HAIN & SCHREIER, 1996).

As proteínas Bt são sintetizadas como protoxinas, que não possuem atividade tóxica. A

toxina só se torna ativa quando ingerida pelo inseto porque, devido às condições alcalinas (pH

acima de 8) do tubo digestivo, ocorre a quebra da proteína, liberando o núcleo ativo. Ressalta-

se que essa toxina é inócua a humanos e a vertebrados, que possuem o pH intestinal ácido, em

que a proteína é rapidamente degradada (MENDES et al., 2008).

Em 1987, foi produzida a primeira planta de tomate com genes de Bt (FISCHHOFF,

1987). Em 1995, o milho MaximizerTM da Novartis, o algodão BollgardTM e a batata

NewleafTM da Monsanto foram introduzidas no mercado norte-americano, sendo

genericamente conhecidas como plantas-Bt (JOUANIN et al., 1998).

A tecnologia do milho geneticamente modificado foi lançada comercialmente nos

EUA, em 1996, e vem sendo utilizada também em outros países. Atualmente, o milho-Bt é a

planta transgênica mais cultivada no mundo, ocupando 15% da área global cultivada com

transgênicos em países como EUA, Canadá, Argentina, África do Sul, Espanha e França. Em

2008, as áreas de cultivo ocupadas com organismos geneticamente modificados no mundo

foram de 125 milhões de hectares, sendo 24 milhões de hectares ocupados por milho Bt

(BROOKES, 2009).

No Brasil, o primeiro evento de milho transgênico resistente a insetos foi aprovado em

2007, sendo que esse evento expressava a proteína Cry1Ab de B. thuringiensis (Bt).

Posteriormente, foram aprovados outros eventos que expressam outras proteínas de Bt, tais

como Cry1F e Vip3A, bem como os eventos que expressam mais de uma proteína:

Cry1A.105/Cry2Ab2, Cry1b/Vip3A, Cry1Ab/Cry1F e Cry1A.105Cry2Ab2/Cry1F (OMOTO

et al., 2012).

Estudos divulgados pela consultoria Céleres em 2013 mostraram que a área plantada

com sementes geneticamente modificadas de soja, milho e algodão cresceu 14% no Brasil, no

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27

último ano, chegando a 37,1 milhões de hectares, um aumento de 4,6 milhões em relação ao

ano anterior. O IBGE e a consultoria Céleres estimaram que os cultivos transgênicos

responderam por cerca de 54,8% de toda a área cultivada na safra de 2012/2013 no país (BBC

BRASIL, 2013).

Na safra de 2012/2013, o uso de híbridos de milho transgênicos na safra de verão e

segunda safra atingiram 12,2 milhões de hectares plantados, ocupando cerca de 33% das

terras brasileiras apenas com essa gramínea (ABRASEM, 2013), concretizando seu lugar no

ranking dos países que mais utilizam a tecnologia dos organismos geneticamente modificados,

ficando atrás somente dos Estados Unidos.

No Brasil, na segunda safra de 2011, a adoção de milho geneticamente modificado já

havia atingido 80% da área cultivada com esse cereal (OMOTO et al., 2012). No Estado de

São Paulo, a adoção de milho com algum evento Bt para controle de insetos chegou a atingir

86% das áreas de cultivo (CÉLERES, 2013).

A utilização de plantas geneticamente modificadas com gene Bt é uma alternativa que

elimina grande parte dos inconvenientes advindos da utilização de inseticidas, pois essa

tecnologia tem alta especificidade, e é restrita apenas ao grupo de lepidópteros-praga, sendo,

dessa forma, compatível com o controle biológico entre outros métodos de controle. Os genes

cry1, cry2 e cry9 são específicos em relação aos lepidópteros; cry2 são ativos contra

lepidópteros e dípteros; cry3, cry7 e cry8 contra coleópteros; cry5, cry12, cry13 e cry14

contra nematoides; e cry4A, cry10, cry11, cry17, cry19, cry24, cry25, cry27, cry29, cry30,

cry32 são ativos contra dípteros (CARNEIRO et al., 2009).

Nas plantas geneticamente modificadas as toxinas são expressas constitutivamente,

controlando as pragas-alvo durante todos os estádios de desenvolvimento fenológico da

cultura; com isso, ocorre substancial redução no uso de inseticidas nas lavouras geneticamente

modificadas, bem como favorecimento das populações de inimigos naturais presentes nos

agrossistemas (REED et al., 2001). Além do mais, os insetos-praga são controlados nas fases

mais críticas da cultura, independentemente de condições climáticas, pois a ação inseticida é

confinada à planta e não há o risco de deriva. Assim, apenas os insetos-alvo suscetíveis que se

alimentam diretamente dessas plantas são afetados, e as toxinas expressas nas plantas são

biodegradáveis e não se acumulam no ambiente, ao contrário de muitos inseticidas sintéticos

(ROMEIS et al., 2006).

A atual geração de organismos geneticamente modificados tem incorporado às novas

cultivares dois efeitos causados pelas tecnologias na produção de um determinado bem. O

primeiro efeito está relacionado à redução dos custos de produção e o segundo está

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28

relacionado à redução nas perdas causadas por algum agente. A mudança nas práticas

culturais e a redução do uso de agroquímicos podem reduzir os custos e diminuir os riscos de

perdas na produção da cultura, possibilitando o aumento da renda do agricultor (DUARTE,

2009).

Embora tenha sido anunciada como uma tecnologia capaz de aumentar a

produtividade das lavouras, a transgenia tem como maiores efeitos, em termos econômicos, a

redução dos custos e a diminuição das perdas causadas por fatores bióticos que atuam no meio

ambiente, onde estas são cultivadas. Na realidade, os dados de pesquisa nos Estados Unidos

indicam que, quando se compara a produção de cultivares semelhantes, transgênicos e

convencionais, constata-se que, controlando outros fatores, em condições onde não há pressão

de pragas do meio ambiente no desenvolvimento das lavouras, a produtividade do cultivo

convencional é igual ou ligeiramente superior à produtividade do cultivo com transgênico

(DUARTE, 2001; NILL, 2003; SHOEMAKER et al., 2001).

Os ganhos dos cultivos de organismos geneticamente modificados são derivados da

redução do custo de uso de defensivos e da diminuição da perda de produtividade causada

pela infestação de pragas. No caso de materiais com Bt, o retorno, em termos de

produtividade, é maior nos anos em que as infestações são mais agudas e menores em anos

em que as infestações são mais baixas (FERNANDEZ-CORTEJO & MCBRIDE, 2000;

MARRA et al., 1998).

Estudos apontam que híbridos transgênicos com a tecnologia Bt podem reduzir

significativamente os prejuízos causados por S. frugiperda, proporcionando reduções nas

perdas de 15% a 20% quando comparado com cultivares convencionais (PURCINO et al.,

2009).

Comparando-se as versões transgênicas (que expressam a proteína Cry1Ab) com as

normais, de oito híbridos simples de milho da Northrup King, avaliados para resistência a S.

frugiperda e D. grandiosella, tanto em teste de campo como em bioensaios, WILLIAMS et al.

(1997) verificaram que a área foliar destruída, a sobrevivência e o desenvolvimento dos

insetos foram significativamente menores nos híbridos transgênicos. Os autores concluíram

que a expressão do gene Bt Cry1Ab produziu características de alta resistência a S. frugiperda

e quase imunidade a D. grandiosella.

Além da redução das perdas diretas causadas pelos danos das lagartas, outras

vantagens do uso do milho Bt incluem a redução da aplicação de agrotóxicos, a comodidade

para o produtor, a diminuição da incidência de micotoxinas e, consequentemente, a oferta de

alimentos mais saudáveis para humanos e criações (PURCINO et al., 2009).

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Estudos demonstraram a ação tóxica de Cry1Ab para lepidópteros. Bioensaios foram

realizados por WILLIAMS et al. (1998), com o objetivo de avaliar a resistência de milhos

geneticamente modificados, que expressam a toxina Cry1Ab, a alguns lepidópteros-praga do

milho. Entre as pragas estudadas, lagartas de S. frugiperda apresentaram menor sobrevivência

e alongamento do desenvolvimento larval, em dietas contendo palha e estilo-estigma

liofilizados provenientes de espigas do milho modificado.

LYNCH et al. (1999), em teste de campo, nos Estados Unidos, com o milho doce Bt11

(toxina Cry1Ab), confirmaram os efeitos adversos da toxina, presente nas folhas, no

desenvolvimento biológico de S. frugiperda. Os dados de campo indicaram adequada

proteção de folhas e espigas aos danos dessa praga no milho Bt11.

Em estudos de campo, BUNTIN et al. (2001) avaliaram a eficiência dos milhos

geneticamente modificados MON810 e Bt11 (proteína Cy1Ab) e milho convencional no

controle de S. frugiperda. Os autores verificaram ocorrência de atraso no desenvolvimento

das lagartas infestantes do milho geneticamente modificado e redução nas infestações e nos

danos nos cartuchos das plantas. Além disso, lagartas alimentadas em milho geneticamente

modificado apresentaram tamanho menor (correspondente ao terceiro e quarto ínstares)

quando comparadas com as lagartas alimentadas em milho convencional (tamanho

correspondente ao quinto e sexto ínstares), demonstrando assim o efeito deletério da proteína

Cry1Ab no desenvolvimento desse lepidóptero.

WAQUIL et al. (2002), estudando a eficiência de nove híbridos de milho

geneticamente modificados com expressão das toxinas Cry 1A(b), Cry 1A(c), Cry 9C, Cry 1F,

nos EUA, observaram diferentes níveis de resistência dos híbridos a S. frugiperda, e os que

expressavam as toxinas Cry 1F, Cry 1A(b), Cry 1A(c) e Cry 9C foram considerados altamente

resistente, resistente, moderadamente resistente e suscetível, respectivamente.

De acordo com MENDES & WAQUIL (2009), é possível que o produtor encontre em

condições de campo respostas diferenciadas em relação ao controle da lagarta-do-cartucho

com a utilização de eventos diferentes. Dentro do mesmo grupo de insetos, a atividade de

cada toxina é diferenciada. As toxinas Cry 1A(b) e Cry 1F têm atividade sobre os

lepidópteros-praga do milho e apresentam alta especificidade a esse grupo, embora estudos

toxicológicos revelem diferenças significativas em nível de toxicidade para cada espécie.

FERNANDES et al. (2003) verificaram, para as cultivares comerciais DKB806 YG e

DKB909 YG que expressam a toxina Cry 1A(b), em condições de campo, apresentaram

níveis diferentes de infestação de S. frugiperda, de acordo com o estádio fenológico da cultura,

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a época do ano e a localização geográfica do cultivo. Portanto, a eficácia e a expressão da

resistência na planta são complexas e podem ser influenciadas por fatores bióticos e abióticos.

Na safra de 2013/2014 verificou-se que as cultivares transgênicas atualmente no

mercado são resultantes de seis eventos transgênicos para o controle de lagartas: o evento TC

1507, marca Herculex I®; o evento MON 810, marca registrada YieldGard®; o evento Bt11,

marca Agrisure TL®; o evento MIR162, marca TL VIP® e dois eventos transgênicos que

conferem resistência ao herbicida glifosato aplicado em pós-emergência: o NK603, marca

registrada Roundup Ready®, e o GA 21 –TG (EMBRAPA, 2014).

Existem, no mercado internacional, três marcas de milho Bt para o controle de lagartas

de lepidópteros: YieldGard® da Monsanto; Agrisure® da Syngenta; e Herculex® I

desenvolvido pela Dow AgroSciences em conjunto com a Pioneer®. Os dois primeiros

contêm a proteína Cry1Ab e, o último a proteína Cry1F, tendo os três como alvo as lagartas

da ordem Lepidoptera (SCHIOCHET & MARCHIORO, 2011).

O gene cry1Ab expressa a característica de resistência durante todo o ciclo da cultura

para algumas espécies de insetos-praga da ordem Lepidoptera, promovendo o controle da

Diatraea saccharalis (broca-do-colmo) e a supressão da S. frugiperda (lagarta-do-cartucho) e

da Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga). O produto da expressão do gene cry1Ab é a proteína

Cry1Ab, que exerce efeito inseticida, quando ingerida pelas pragas-alvo, protegendo as

plantas dos danos causados por essas pragas (MONSANTO, 2010a).

O gene cry1F expressa a proteína Cry1F, que é uma delta-endotoxina que deve ser

ingerida para que cause a morte do inseto alvo. A Cry1F é letal, portanto, somente quando

ingerido pelas larvas de certos lepidópteros e sua especificidade de ação é devido à presença

de sítios específicos de ligação no trato digestivo dos insetos-alvo (DOW AGROSCIENCES,

2013).

Existem no mercado brasileiro, 168 cultivares de milho Bt, resistentes a insetos da

ordem Lepidoptera, sendo que 54 são cultivares com a marca YieldGard VT PRO® (evento

MON 89034); 54 são cultivares com a marca Herculex I® (evento TC 1507); 38 são

cultivares com a marca YieldGard® (evento MON 810); 18 são cultivares com a marca

Agrisure TL® (evento BT11), 4 são cultivares com a marca TL VIP® (evento MIR 162)

(EMBRAPA, 2014). O YieldGard® (YG, Y) expressa a toxina Cry 1Ab; YielGard VT PRO®

expressa a Cry 1A105 (1Ab, 1Ac, 1F) + Cry 2Ab2; o evento Herculex I® (HX, H) expressa a

toxina Cry 1F; o evento Agrisure TL® (TL) expressa a Cry 1Ab e o TL VIP® o evento

VIP3Aa20 (EMBRAPA, 2014).

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O evento MON89034 pertence à segunda geração de plantas de milho resistentes a

insetos, em que duas proteínas derivadas do Bacillus thuringiensis (proteínas Cry1A.105 e

Cry2Ab2) foram introduzidas nas linhagens MON89034, proporcionando um controle ainda

mais efetivo em relação às primeiras gerações transgênicas. Sua vantagem é produzir duas

proteínas com efeitos diferentes nos insetos alvo, em que num eventual desenvolvimento de

resistência do inseto a uma das proteínas restará a segunda para controlá-lo (ALVES et al.,

2009).

2.6 Genética da Resistência de Plantas a Insetos

A resistência de muitas variedades é efetiva somente por um período de tempo devido

ao desenvolvimento de novos biótipos da praga, aos quais as variedades resistentes são

suscetíveis (VENDRAMIM & NISHIKAWA, 2001).

A resistência que é controlada efetivamente por um ou poucos genes, resultando em

classes distintas de fenótipos, em termos de presença ou ausência do caráter, sem estágios

intermediários, é denominada resistência vertical (VAN DER PLANK, 1963) ou específica

(FEHR, 1987). Esse tipo de resistência ocorre quando o ataque em uma série de variedades de

uma espécie vegetal, infestada por uma série de biótipos de um inseto, apresenta interação

diferencial. A resistência vertical é controlada por genes maiores ou oligogenes; é mais fácil

de ser incorporada em novas variedades e, geralmente, proporciona um alto nível de

resistência contra insetos herbívoros. A maior desvantagem é que este tipo de resistência pode

ser o ponto de partida para a seleção de novos biótipos, os quais podem ser capazes de atacar

as variedades resistentes. O uso contínuo dessa variedade resistente pode resultar em um

aumento na frequência de biótipos, aos quais, essa variedade é suscetível e a praga pode então,

causar prejuízos maiores (VENDRAMIM & NISHIKAWA, 2001).

Uma característica importante da resistência vertical é que existem genes específicos

de resistência na planta, assim como a praga também tem genes específicos para a capacidade

de ataque. Este fenômeno é conhecido como relação gene-a-gene, onde cada gene de

resistência no hospedeiro coresponderia a um cadeado e, cada gene de agressividade no

parasita, corresponderia a uma chave. De modo que quando um parasita ataca o hospedeiro,

sua chave pode ou não servir no cadeado da planta. Caso sirva, o ataque tem sucesso, pois a

porta da resistência foi aberta, e, portanto, a resistência vertical foi quebrada (VENDRAMIM

& NISHIKAWA, 2001).

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32

Já a resistência denominada horizontal ou geral é controlada por vários genes e

considerada quantitativa, apresentando distribuição contínua e ocorrendo em vários níveis

entre um máximo e um mínimo. Esse tipo de resistência ocorre quando o ataque de uma série

de variedades de uma espécie vegetal, infestada por uma série de biótipos de um inseto, não

apresenta interação diferencial. A resistência horizontal apresenta um controle genético

poligênico, é mais estável, porém de nível inferior em relação à resistência vertical e,

geralmente, com baixa herdabilidade, o que resulta em maior dificuldade da incorporação no

material vegetal (VENDRAMIM & NISHIKAWA, 2001).

A grande vantagem da resistência horizontal consiste na sua habilidade em controlar

um amplo espectro de biótipos do inseto. Novos biótipos tem grande dificuldade em transpor

as barreiras impostas pelos vários alelos de resistência. A grande desvantagem dessa

resistência consiste na dificuldade de transferi-la de um genótipo para outro, pois a

probabilidade de se transferir todos os alelos desejados de um genótipo resistente a um

suscetível é muito baixa quando um grande número de genes está envolvido (VENDRAMIM

& NISHIKAWA, 2001).

Conforme salientado por LOURENÇÃO et al. (2009), como toda a tecnologia, os

benefícios econômicos do uso do milho Bt serão alcançados somente se for aplicada de

maneira adequada, seguindo-se as recomendações de órgãos de pesquisa e empresas.

Especificamente o milho Bt visa ao controle da lagarta-do-cartucho do milho, S. frugiperda,

da lagarta-da-espiga, H. zea (Boddie) e da broca da cana-de-açúcar, D. saccharalis (Fabricius).

Uma das grandes preocupações do uso do milho Bt está na quebra da resistência das

cultivares por biótipos (raças) de insetos resistentes às toxinas do Bt. Esta é uma possibilidade

real, pois, assim como há variabilidade genética no melhoramento das diferentes espécies

cultivadas, como as diferenças entre as cultivares de milho, ela também existe nas populações

selvagens dos insetos-praga. Portanto, com o sucesso da tecnologia Bt no controle das lagartas,

há uma tendência do uso intensivo dessa tecnologia em extensas áreas, o que promoverá um

controle expressivo da população selvagem das espécies-alvo. Entretanto, insetos resistentes

às toxinas do Bt já presentes, mas em frequência muito baixa nas populações selvagens

presentes no agroecossistema, sobreviverão. Se houver cruzamentos entre esses raros

sobreviventes nas lavouras Bt, surgirá uma nova raça (biótipo) de insetos resistentes.

2.6.1 Resistência de pragas a toxinas Bt

A evolução da resistência em populações de insetos-praga a práticas de controle é uma

realidade e vem chamando a atenção em todos os seguimentos de controle de pragas.

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33

Resistência é definida como a capacidade adquirida por meio de um processo

evolutivo, de um organismo sobreviver, em resposta à pressão de seleção imposta pela

exposição a algum agente tóxico (ILSI/HESI, 1998). A evolução da resistência consiste na

seleção dos indivíduos resistentes e no aumento da frequência destes indivíduos ou de seus

genes na população da praga, e, portanto, na limitação da eficiência das tecnologias para o

manejo da praga (ABRASEM, 2014).

Pragas-alvo evoluem em resposta à seleção natural imposta pelos métodos de controle

limitando sua eficiência e viabilidade em longo prazo (HAWTHORNE, 1998). Os casos de

resistência não se limitam a inseticidas sintéticos, mas incluem uma ampla gama de produtos

naturais incluindo reguladores de crescimento e agentes de controle biológico, entre eles a

toxina produzida pelo B. thuringiensis. Estimativas atuais indicam que cerca de 500 espécies

de insetos desenvolveram raças resistentes a um ou mais pesticidas (ROUSH, 2000).

No caso específico do milho Bt, as lagartas naturalmente resistentes podem sobreviver

no campo e transmitir a resistência para gerações futuras. Entretanto, o risco de amento da

resistência pode ser minimizado com a adoção de medidas apropriadas. A melhora maneira de

se preservar os benefícios da tecnologia Bt seria adotar o uso de ferramentas do Manejo de

Resistência de Insetos (MRI) (ABRASEM, 2014).

Para proteínas inseticidas de Bt, o primeiro caso de evolução da resistência de insetos

foi reportado em 1985 para uma população de laboratório de Plodia interpunctella (Hübner),

a qual apresentou uma razão de resistência de 100 vezes após ser criada por 15 gerações em

dieta artificial tratada com inseticida biológico de Bt (MCGAUGHEY, 1985). Estudos

bioquímicos indicaram que a população resistente possuía uma alteração no sítio de ligação da

proteína inseticida no intestino médio (VAN RIE et al., 1990). Posteriormente, houve relatos

de evolução de resistência a inseticidas biológicos de Bt para populações de campo de traça

das crucíferas, Plutella xylostella (Linnaeus), nas Filipinas. Outros relatos apontaram falhas

de controle da traça das crucíferas também em áreas dos EUA, Japão, América Central e

China (TABASHNIK et al., 1997), sendo este considerado o primeiro caso de resistência de

insetos a inseticidas biológicos em campo (FERRÉ & VAN RIE, 2002).

Populações de várias espécies de lepidópteros, coleópteros e dípteros, têm

desenvolvido resistência à toxina Bt em condições de laboratório (NEPPL, 2000; ROUSH,

2000). LIANG et al. (1998) detectaram resistência à toxina Bt em algumas populações de

Helicoverpa armigera na China. SHELTON et al. (2000) observaram em experimentos de

campo, populações da traça das crucíferas sobrevivendo em crucíferas transgênicas

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expressando altos níveis de Cry1Ac. Esses resultados alertam para a possibilidade de insetos

desenvolverem resistência a culturas transgênicas inseticidas contendo toxinas Bt.

Até o momento, todos os casos de evolução da resistência de insetos a proteínas de Bt

restringiam-se a inseticidas biológicos de Bt aplicados em pulverização ou devido à seleção de

linhagens resistentes em condições de laboratório. No entanto, a partir de 2007 foram

reportados vários casos de evolução da resistência a campo de pragas-alvo de plantas Bt,

como no caso de resistência de Busseola fusca (Fuller) à proteína Cry1Ab expressa em milho,

na África do Sul (VAN RENSBURG, 2007), evidência de evolução da resistência de

Helicoverpa zea (Boddie) à proteína Cry1Ac expressa em algodão, nos EUA (TABASHNIK

et al., 2008), resistência de S. frugiperda à proteína Cry1F expressa em milho, em Porto Rico

(STORER et al., 2010), Pectinophora gossypiella (Saunders) à proteína Cry1Ac expressa em

algodão, na Índia (DUHRUA & GUJAR, 2011) e Diabrotica virgifera virgifera Le Conte à

proteína Cry3Bb1 expressa em milho, nos EUA (GASSMANN et al., 2011).

A evolução da resistência em populações de B. fusca em milho que expressa Cy1Ab

na África do Sul ocorreu em menos de 10 anos de uso da tecnologia. A evolução da

resistência foi confirmada após relatos de danos de B. fusca em milho Cry1Ab cultivado em

sistema irrigado. Esse sistema de cultivo pode ter contribuído para aumentar a pressão de

seleção e favorecido a evolução da resistência, uma vez que as mariposas apresentam

preferência por ambientes de alta umidade. A progênie de algumas populações da praga

coletada em sistema de cultivo irrigado sobreviveu em vários híbridos de milho Cry1Ab

durante todo o período larval, enquanto que, a progênie de populações da praga de áreas de

milho em sequeiro morreu antes do 8º dia da infestação das plantas (VAN RENSBURG,

2007).

O desenvolvimento de resistência a plantas transgênicas Bt anularia os benefícios

dessa nova tecnologia que é cultivada em milhões de hectares em todo o mundo. Entre os

benefícios do cultivo de plantas Bt está a redução no uso de inseticidas de alta toxicidade para

o homem (MAIA, 2003).

A evolução da resistência de S. frugiperda a toxina Cry1F ocorreu apenas quatro anos

após a liberação comercial do milho Bt, tornando esse, até o momento, o caso mais rápido de

evolução da resistência a campo para uma cultura Bt. A possível causa da evolução da

resistência em período tão curto se deve ao fato da expressão em baixa dose da proteína

Cry1F, a geografia da ilha (isolamento das populações) e a elevada pressão populacional da

praga (STORER et al., 2010).

A evolução da resistência é o resultado da pressão de seleção que, consequentemente

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pode ocasionar mudanças na composição genética das populações aumentando a frequência

relativa de alguns indivíduos "pré-adaptados" (CROW, 1957). Nesse contexto, resistência é

definida como o desenvolvimento de uma habilidade herdada de um organismo de tolerar

doses de tóxicos que seriam letais para a maioria dos indivíduos da espécie (CROFT & VAN

DE BANN, 1988). No caso de plantas Bt, significa dizer que um indivíduo pode crescer e se

desenvolver se alimentando apenas da planta Bt, e em seguida, acasalar e produzir

descendentes viáveis (ANDOW, 2008).

2.6.2 Manejo da resistência

Manejo da resistência de insetos é o termo usado para descrever um conjunto de

práticas cujo objetivo é reduzir o potencial para o desenvolvimento de resistência das pragas a

inseticidas. Entre as várias estratégias que tem sido propostas para evitar ou retardar a

evolução da resistência, uma estratégia bastante utilizada é a expressão de altas doses da

proteína inseticida nos tecidos da planta e o plantio e manutenção de áreas de refúgio (plantas

não Bt) (ALSTAD & ANDOW, 1995; GOULD, 1994; GOULD, 1998; HUANG et al., 2011).

O tamanho e arranjo do refúgio são fatores chave no manejo da resistência. Estão

intrinsecamente relacionados com a habilidade de dispersão da praga (ILSI/HESI, 1998). O

uso de controle químico ou biológico no refúgio influencia sua eficiência, pois altera o

número de indivíduos susceptíveis disponíveis para acasalamento com os resistentes na área

da cultura transgênica. A rotação de culturas também pode ser empregada com o mesmo

objetivo, podendo ser feita entre diferentes espécies hospedeiras ou não hospedeiras da praga-

alvo ou ainda, entre materiais genéticos transgênicos e não transgênicos da mesma espécie

(MAIA, 2003).

Há basicamente dois tipos de estratégias para manejo da resistência de pragas alvo em

culturas transgênicas inseticidas: prevenção ou remediação. As estratégias preventivas

incluem: (i) expressão de toxinas em alta dose e adoção de refúgios estruturados; (ii)

expressão de múltiplas toxinas Bt na mesma planta; (iii) expressão de toxinas Bt em baixas

doses e controle biológico; (iv) toxinas com expressão seletiva; e (v) rotação de culturas

transgênicas Bt e não-transgênicas (ANDOW & ALSTAD, 1998; GOULD, 1998; SCHÜTTE,

2000).

A área de refúgio consiste no plantio de milho convencional como parte da área a ser

plantada com milho transgênico (Bt), com o intuito de preservar a eficiência da tecnologia do

milho transgênico (MONSANTO, 2010b). Desse modo, indivíduos da praga-alvo, dessa

população sensível, irão se acasalar com qualquer indivíduo resistente que possa ter

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sobrevivido na lavoura de milho Bt, transmitindo a suscetibilidade ao Bt para gerações futuras

desse inseto.

Assim, a área de refúgio seria aquela em que a praga-alvo irá sobreviver e reproduzir-

se sem a exposição à toxina Bt. Os insetos oriundos dessa área poderão se acasalar com os

insetos sobreviventes das áreas plantadas com milho transgênico (Bt), possibilitando a

manutenção da suscetibilidade à toxina Bt e, evitando assim a possibilidade de evolução da

resistência na população de insetos-alvo (MONSANTO, 2010b).

No Brasil, para a cultura do milho, a recomendação técnica da área de refúgio depende

do evento, variando normalmente entre 5% e 20% de milho não Bt plantado na área total.

Essa recomendação é influenciada, especialmente, pela eficácia da proteína utilizada,

sobretudo se o evento possui proteínas piramidadas (LEITE et al., 2011). Além disso, a área

de refúgio deve estar a menos de 800 metros da área a ser plantada com milho Bt (resistente a

insetos) (Figura 4), pois essa seria a distância máxima verificada pela dispersão dos adultos de

S. frugiperda no campo (VILARINHO, 2007). Todas as recomendações são no sentido de

sincronizar os cruzamentos dos possíveis adultos sobreviventes na área de milho Bt com

suscetíveis emergidos na área de refúgio (LEITE et al., 2011).

Figura 4 - Opções de configurações de área de refúgio (Fonte: MONSANTO, 2010a).

Recomenda-se que o refúgio seja plantado com um híbrido convencional de ciclo

vegetativo similar e, ao mesmo tempo, e na mesma propriedade do plantio do milho Bt

(MONSANTO, 2010b). A área de coexistência pode ser contabilizada para área de refúgio,

desde que obedecidos os 800 metros de distância.

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37

Nessa área, é possível plantar outro tipo de milho transgênico, como o tolerante a

herbicida, mas, nesse caso, não poderá contabilizar como área de isolamento segundo a norma

de distâncias mínimas. Portanto, apenas milho convencional poderá ser utilizado na área de

refúgio para cumprir a norma das distâncias mínimas (MONSANTO, 2009).

Segundo o relatório do Science Advisory Panel, refúgios estruturados para uma

determinada praga alvo incluem todas as culturas hospedeiras adequadas para este fim,

plantadas e manejadas pelo homem. Algumas das estratégias descritas acima podem ser

combinadas entre si, como por exemplo, a estratégia alta dose/refúgio estruturado com

híbridos expressando múltiplas toxinas. Agentes de controle biológico como parasitoides do

gênero Trichogramma, baculovírus, fungos entomófagos ou ainda a liberação de indivíduos

estéreis das pragas alvo podem ser utilizados, apenas na área da cultura transgênica, quando o

híbrido expressar baixa dose da toxina (SCHÜTTE, 2000).

É necessário que não haja preferência dos agentes por presas ou hospedeiros

suscetíveis em relação aos resistentes. Dependendo da mobilidade do agente, isso pode não

ser possível, pois se os insetos susceptíveis forem atingidos antes do acasalamento, a

eficiência do refúgio será comprometida (MAIA, 2003).

Variedades expressando toxinas em altas doses e adoção de refúgio como a própria

denominação indicam, referem-se ao uso de um híbrido ou variedade que expresse a toxina Bt

em alta concentração em todos os tecidos da planta combinado com a adoção de refúgios

estruturados (MAIA, 2003). Entende-se por alta dose a expressão da proteína inseticida em

concentração de pelo menos 25 vezes a que seria necessária para matar 99% de uma

população suscetível de referência (CAPRIO et al., 2000; TABASHNIK, 1994). A alta dose

permite maiores opções de manejo de resistência de insetos, como a utilização de áreas de

refúgio de menor tamanho, as quais são mais facilmente implementadas, em comparação a

áreas de refúgio para baixa dose (STORER et al., 2003).

Por sua vez, o refúgio compreende a área onde a praga não é exposta à pressão de

seleção pela mesma proteína inseticida presente no campo Bt, na qual pode sobreviver,

reproduzir e acasalar-se com os indivíduos sobreviventes no campo Bt. Desse modo, a

evolução da resistência pode ser retardada se: (i) os raros insetos homozigotos resistentes (RR)

da cultura Bt acasalarem com os insetos homozigotos suscetíveis (SS) da área de refúgio e, (ii)

se o heterozigoto (RS) resultante do acasalamento for morto pela alta dose da proteína

inseticida expressa na planta Bt (BRAVO & SOBERÓN, 2008). Em outras palavras, a alta

dose torna a resistência funcionalmente recessiva, o resultado final é uma baixa sobrevivência

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de insetos heterozigotos (RS), os quais, no início do processo de evolução da resistência são

os principais carreadores dos alelos da resistência (GOULD, 1998).

A estratégia do uso de materiais genéticos expressando duas ou mais toxinas são

expressas na mesma variedade transgênica e os alelos de resistência são herdados e atuam de

modo independente. A teoria prediz que a evolução da resistência pode ser significativamente

retardada (MAIA, 2003). No algodão Bollgard IITM foi utilizada essa estratégia, com a

inserção das toxinas Cry1Ac e Cry2Ab. No entanto, quando ocorre resistência cruzada, como

tem sido observado em algumas pragas com relação às toxinas Cry1Ab e Cry1Ac, essa

estratégia se torna ineficiente.

Segundo MAIA (2003), genótipos expressando toxinas em baixas doses e controle

biológico seria uma abordagem similar ao uso de resistência parcial no melhoramento

genético clássico. Esse método deve ser combinado com outros métodos de controle, tais

como inimigos naturais. Essa estratégia é necessária quando a toxina não é expressa em dose

suficientemente alta, como é o caso dos híbridos de milho MON810 e Bt11 para o controle de

S. frugiperda. Essa estratégia requer refúgios muito maiores que aqueles recomendados para

híbridos que expressam a toxina em alta dose para a praga de interesse.

Na estratégia de expressão seletiva de toxinas, a produção de toxinas em apenas

alguns tecidos da planta e/ou declínio da concentração ao longo do ciclo da cultura pode

reduzir a pressão de seleção sobre a praga alvo e retardar o surgimento de resistência. Essa

estratégia só funciona quando parte da população da praga não é exposta à toxina, ou seja, os

tecidos que não expressam a toxina funcionam como refúgio. Esse tipo de estratégia não seria

efetivo para insetos que se alimentam de diferentes tecidos da planta, sequencialmente,

durante sua fase imatura. Se a concentração da toxina não for uniformemente alta, haverá

intensa seleção para resistência. Em alguns híbridos de milho, como o proveniente do evento

176, onde o declínio da concentração da toxina ocorre após a liberação do pólen, a segunda

geração de algumas pragas-alvo poderá ser exposta a baixas doses, aumentando assim o risco

de resistência (MAIA, 2003).

Na estratégia preventiva com uso de rotação de culturas transgênicas Bt e não

transgênicas, o efeito da rotação de culturas sobre a evolução da resistência não está muito

claro. A rotação de milho transgênico com outra cultura não hospedeira da praga-alvo

assegura que os indivíduos resistentes necessitam migrar para outra área para reproduzir. Caso

o acasalamento ocorra na área de origem, antes da dispersão, não haverá efeito na evolução da

resistência; já se ocorrer após a dispersão, com indivíduos suscetíveis, o efeito será benéfico

(MAIA, 2003).

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3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Experimento em Campo

3.1.1 Locais dos experimentos

Os experimentos de campo foram conduzidos no Estado de São Paulo na Fazenda

Santa Elisa, pertencente ao Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (latitude 22º 53' 20" S

longitude 47º 5' 34" W e altitude de 600 m; e solo classificado como Latossolo Vermelho

distroférrico A moderado (LVdf), textura argilosa, segundo o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos) (EMBRAPA, 2006), e no Polo Regional Nordeste Paulista – APTA,

em Mococa (latitude 21º 28' S longitude 47º 01' W e altitude de 665 m; e solo classificado

como Argissolo Vermelho eutrófico de textura média (PVe)) (EMBRAPA, 2006), nas safras

de verão de 2010/2011 e 2011/2012.

Segundo a classificação climática de Köppen, o clima da região de Campinas

apresenta transição entre os tipos climáticos Cwa e Cfa, característico de clima tropical de

altitude, ou seja, com temperaturas inferiores a 18ºC e, verão quente, com temperaturas

superiores a 22ºC e com chuvas. Já em Mococa, na região Noroeste do Estado de São Paulo, o

clima é do tipo Aw, ou seja, clima tropical com estação seca de inverno, com temperatura

média do mês mais frio superior a 18ºC; e, apresentando estação chuvosa no verão, de

novembro a abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro, sendo julho o mês mais

seco (CEPAGRI, 2014; CNPF/EMBRAPA, 2014).

3.1.2 Material vegetal

Foram utilizados 12 híbridos simples de milho nos experimentos realizados em campo,

sendo sete na versão transgênica e cinco na versão convencional (Tabela 1). Os híbridos

utilizados no estudo e suas toxinas Bt foram pré-selecionados em função da existência dos

híbridos convencionais e isogênicos transgênicos no mercado.

Todas as sementes utilizadas nos experimentos foram obtidas diretamente junto às

empresas produtoras dos materiais.

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3.1.3 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi de blocos completos casualizados, com

quatro repetições. Cada parcela apresentou área de 63 m2, sendo constituída de oito linhas de

dez metros de comprimento, espaçadas a 0,9 m entre si, totalizando cerca de 62.500 plantas

ha-1. Foram consideradas parcelas úteis apenas quatro linhas centrais dos híbridos avaliados,

excluindo-se 1,5 m de cada extremidade das linhas.

Os experimentos foram semeados em sistema convencional de plantio, nas datas

29/11/2010 e 27/12/2011 em Campinas (Figura 5); e 26/11/2010 e 10/11/2011 em Mococa

(Figura 6). As colheitas dos experimentos foram realizadas ao redor dos 150-160 dias após a

semeadura, quando as cultivares apresentaram 18% de umidade de grãos.

Após a realização da análise de solo foram realizadas calagem e adubação para a

cultura do milho, de acordo com RAIJ et al. (1997). Assim, em Campinas, na safra 2010/2011,

foram utilizados 450 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 (NPK) no plantio, e 200 kg ha-1 de sulfato de

amônia em cobertura; e na safra 2011/2012, 400 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 (NPK) no plantio,

e em cobertura 200 kg ha-1 de sulfato de amônia.

Em Mococa, na safra de 2010/2011, foram utilizados 400 kg ha-1 da fórmula 4-14-8

(NPK) no plantio, e 200 kg ha-1 de sulfato de amônia em cobertura; e na safra de 2011/2012,

500 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 (NPK) no plantio; e em cobertura 350 kg ha-1 de sulfato de

amônia

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Tabela 1 - Híbridos de milho, ciclo, uso, evento, marca e toxina Bt utilizados nos experimentos em campo para avaliação da resistência a

Spodoptera frugiperda.

Híbrido Ciclo Uso Evento Marca (Sigla) Toxina Bt Empresa

P30F35(1) Precoce Grão - - - Du Pont do Brasil S.A

P30F35 YG(2) Precoce Grão MON 810 YieldGard® (YG) Cry 1Ab Du Pont do Brasil S.A

P30F35 HX(2) Precoce Grão TC 1507 Herculex® (HX) Cry 1F Du Pont do Brasil S.A

DKB390(1) Precoce Grão - - - Dekalb

DKB390 YG(2) Precoce Grão MON 810 YieldGard® (YG) Cry 1Ab Dekalb

DKB390 PRO(2) Precoce Grão MON 89034 YieldGard VTPro®

(Pro)

Cry 1A105 (1Ab, 1Ac, 1F) +

Cry2Ab2 Dekalb

DAS2B710(1) Precoce Grão - - - DowAgroscience

DAS2B710 HX(2) Precoce Grão TC 1507 Herculex® (HX) Cry 1F DowAgroscience

Maximus(1) Precoce Grão/Silagem - - - Syngenta Seeds Ltda.

Maximus Viptera(2) Precoce Grão/Silagem MIR 162 Viptera® (VIP) VIP3Aa20 Syngenta Seeds Ltda.

Impacto(1) Precoce Grão/Silagem - - Syngenta Seeds Ltda.

Impacto Viptera(2) Precoce Grão/Silagem MIR 162 Viptera® (VIP) VIP3Aa20 Syngenta Seeds Ltda. (1) Híbrido Simples Convencional; (2) Híbrido Simples Transgênico. (Fonte: EMBRAPA, 2014).

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Figura 5 - Área experimental para avaliação de danos de Spodoptera frugiperda, em

Campinas, SP, na safra de verão de 2010/2011. (Foto: Andrea Moraes).

Figura 6 - Área experimental para avaliação de danos de Spodoptera frugiperda, em

Mococa, SP, na safra de verão de 2010/2011. (Foto: Andrea Moraes).

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O controle de plantas daninhas foi realizado, quando necessário, com capinas manual e

uso do herbicida tembotriona (Soberan® a 240 ml ha-1) juntamente com a mistura do

adjuvante éster metílico de óleo de soja (Áureo® a 1,0 l ha-1) e atrazina (Atrazina Nortox 500

SC a 1.000 g i.a. ha-1).

Não foi utilizado nenhum tipo de inseticida para controle de lagarta-do-cartucho ou de

outros insetos nas áreas experimentais.

3.1.4 Avaliação dos danos ocasionados por Spodoptera frugiperda

As avaliações dos danos ocasionados por S. frugiperda foram realizadas

quinzenalmente, a partir dos quinze dias após a semeadura do milho e estendendo-se até o

início do florescimento das plantas.

Foram tomadas, ao acaso, dez plantas por parcela, atribuindo-se visualmente a cada

uma delas uma nota de uma escala com variação entre 0 e 9 (Tabela 2 e Figura 7), adaptada

de DAVIS & WILLIAMS (1989), para verificar a intensidade dos danos foliares provocados

pela praga.

Foram utilizados três avaliadores independentes para dar as notas de danos em cada

época de avaliação.

Tabela 2 - Escala de notas de danos causados por Spodoptera frugiperda em plantas de milho

(Adaptada de DAVIS & WILLIAMS, 1989).

Nota Descrição do dano

0 Sem danos visíveis.

1 Pequenas perfurações em poucas folhas.

2 Pequenos danos em forma de furos em poucas folhas.

3 Danos em forma de furos em várias folhas.

4 Danos em forma de furos em várias folhas e lesões em poucas folhas.

5 Lesões em várias folhas.

6 Grandes lesões em várias folhas.

7 Grandes lesões em várias folhas e porções comidas (dilaceradas) em poucas folhas.

8 Grandes lesões e grandes porções comidas (dilaceradas) em várias folhas.

9 Grandes lesões e grandes porções comidas (dilaceradas) na maioria das folhas.

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Figura 7 - Escala visual de nota de danos ocasionada por Spodoptera frugiperda.

(Foto: Andrea Moraes)

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3.1.5 Avaliações complementares

Foram avaliados os seguintes caracteres agronômicos, de acordo com as normas de

VCU (Valor de Cultivo e Uso) para a cultura do milho:

a) Altura da planta (AP): medida realizada após o completo florescimento das plantas

competitivas amostradas de cada parcela, por meio de régua desenvolvida para essa finalidade,

medindo-se a distância entre o nível do solo até a inserção da última folha (folha bandeira),

em centímetros (cm), em cinco plantas ao acaso de cada parcela;

b) Altura de inserção da espiga (AE): medida realizada após o completo florescimento das

plantas competitivas, amostradas de cada parcela, por meio de régua desenvolvida para essa

finalidade, medindo-se a distância entre o nível do solo até a inserção da espiga principal, em

centímetros (cm), em cinco plantas ao acaso de cada parcela;

c) Comprimento da folha (CF): medida realizada com auxílio de régua, medindo-se a

distância entre a base e a ponta de folha da planta logo abaixo da primeira espiga;

d) Largura da folha (LF): medida realizada com auxílio de régua, na parte central da planta,

medindo-se a largura na parte do meio da folha, em cinco plantas ao acaso de cada parcela;

e) Comprimento da espiga (CE): comprimento médio, de ponta a ponta da espiga, em

centímetros (cm), de cinco espigas sem palha, obtidas aleatoriamente de cada parcela, com o

uso de régua;

f) Diâmetro da espiga (DE): diâmetro médio das espigas, em milímetro (mm), obtido na parte

do meio da espiga, em cinco espigas ao acaso de cada parcela, com uso de paquímetro digital;

g) Número de fileiras de grãos na espiga (NF): número médio de fileiras de grãos nas espigas,

obidas através de contagem, em cinco espigas ao acaso de cada parcela;

h) Produtividade de grãos (PG): massa em kg ha-1 dos grãos resultantes da debulha de duas

linhas centrais de cada parcela e do total de espigas da parcela, com auxílio de balança

eletrônica. Os dados foram corrigidos para 13% de umidade;

i) Massa de 100 grãos (M100): contagem e posterior pesagem de 100 grãos ao acaso de cada

parcela, em gramas (g), através de balança eletrônica.

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46

3.2 Experimento em Laboratório

O experimento foi conduzido no Laboratório de Biologia de Insetos do Departamento

de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,

Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), em Piracicaba, SP, em condições ambientais

controladas (temperatura: 25ºC ±1ºC; umidade relativa: 60% ±10% e fotofase: 14 h).

3.2.1 Material vegetal

Os híbridos de milho utilizados nos experimentos realizados em laboratório foram:

P30F35 YG, DAS2B710 HX, DKB390 PRO, Impacto Viptera, DAS2B710 e Impacto.

Para este estudo, objetivou-se avaliar um híbrido simples de milho de cada tecnologia

Bt, previamente avaliado em campo, totalizando quatro toxinas distintas de Bt (Cry 1Ab, Cry

1F, Cry1A105 + Cry2Ab2 e VIP3Aa20) e dois híbridos convencionais, sem a toxina Bt, como

testemunhas.

3.2.2 Experimento de antibiose

3.2.2.1 Obtenção das lagartas

As lagartas de S. frugiperda utilizadas na experimentação foram obtidas de criação de

manutenção em dieta artificial (NALIN, 1991), do Laboratório de Biologia de Insetos do

Departamento de Acarologia e Entomologia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de

Queiroz" - ESALQ/USP (Figura 8).

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47

Figura 8 - Lagartas recém-eclodidas criadas em dieta artificial do

Laboratório de Biologia de Insetos da ESALQ/USP. (Foto: Andrea Moraes).

3.2.2.2 Cultivo das plantas

Para experimentação em laboratório, foram realizadas duas semeaduras, espaçadas em

13 dias. Os híbridos de milho foram semeados em vasos plásticos com capacidade de 20 kg

de solo, preenchidos com mistura de terra e composto, e adubados e corrigidos o pH, de

acordo com as recomendações da cultura do milho (RAIJ et al., 1997), conforme os resultados

de análise desse solo.

Foram utilizados dez vasos por tratamento em cada época de semeadura, totalizando

20 vasos para cada tratamento, com duas plantas por vaso, de modo a se ter disponibilidade de

folhas para a realização do experimento. Os híbridos de milho foram mantidos em casa de

vegetação (Figura 9).

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48

Figura 9 - Híbridos de milho cultivados em vasos em casa de vegetação. (Foto: Andrea

Moraes).

3.2.2.3 Instalação e condução do experimento

Em 11/11/2013 realizou-se a instalação do experimento em laboratório, onde lagartas

recém-eclodidas, provenientes de criação mantida em dieta artificial, foram individualizadas em

recipientes de vidro (8,5 cm de altura x 2,5 cm de diâmetro) tampados com algodão hidrófugo e,

alimentadas com folhas dos híbridos de milho selecionados (Figura 10).

Foram fornecidas 12 cm2 de folhas de milho às lagartas, as quais foram primeiramente

lavadas, mantidas em imersão na água por cerca de 10 minutos, retirando-se posteriormente o

excesso de água com o auxílio de toalhas de papel, antes de serem colocadas nos recipientes de

criação. Diariamente substituíram-se as folhas de milho, independentemente do consumo pela

lagarta.

Foram avaliados os seguintes parâmetros: biomassa das lagartas aos quatro e nove dias;

viabilidade da fase larval e comprimento das lagartas aos nove dias.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 60 repetições, sendo

cada lagarta considerada uma repetição (Figura 11).

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Figura 10 - Tratamentos contendo folha de híbridos de milho e lagartas recém-

eclodidas. (Foto: Andrea Moraes).

Figura 11 - Disposição das unidades experimentais em laboratório. (Foto: Andrea

Moraes).

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50

Para a obtenção da biomassa das lagartas foi utilizada balança de precisão analítica da

marca Mettler AC100. Cada repetição, quando possível, foi pesada individualmente e, em

repetições onde a biomassa da lagarta não era detectada pela balança, pesou-se mais de uma

lagarta por vez até se obter um valor detectável. Esse valor, posteriormente, foi dividido pelo

número de lagartas pesadas em conjunto.

Para a viabilidade das lagartas, contou-se o número de lagartas mortas diariamente, em

cada tratamento, a partir da instalação do experimento em laboratório, até a mortalidade total

de todos os tratamentos contendo alguma toxina Bt.

Para a medição do comprimento das lagartas utilizou-se régua com graduação em

centímetros (cm).

3.3 Análise dos Dados

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância individuais e conjuntas,

considerando-se o modelo fixo, e os valores médios foram comparados pelo teste de Tukey,

ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo software SAS (SAS, 1999).

As médias de danos ocasionados por S. frugiperda foram transformadas em x e

comparadas pelos testes de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, utilizando o software SAS.

As avaliações realizadas em laboratório foram transformadas em x e comparadas

pelos testes de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, utilizando também o software SAS.

Posteriormente, foram realizados contrastes ortogonais, para comparar os híbridos

convencionais e seus isogênicos transgênicos, pelo teste t de Student.

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51

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Experimentação em Campo

a) Safra 2010/2011

Não foi possível a realização da análise conjunta das duas safras agrícolas (2010/2011

e 2011/2013), em virtude da alteração de um par de híbridos (convencional e seu isogênico

transgênico) na segunda safra, devido à indisponibilidade das sementes convencionais desse

híbrido no mercado. Assim, os híbridos Maximus e Maximus Viptera foram substituídos na

segunda safra pelos híbridos Impacto e Impacto Viptera, com o intuito de se continuar o

estudo com o mesmo evento Bt (Viptera).

Na Tabela 3 está apresentada a análise de variância conjunta para notas de danos,

ocasionados por S. frugiperda, nos experimentos realizados na safra de 2010/2011 em

Campinas e Mococa, em quatro avaliações durante o ciclo vegetativo do milho.

Foram detectadas diferenças significativas entre as datas de avaliações dos danos

ocasionados pela lagarta (p<0,01), tanto em Campinas quanto em Mococa (Tabela 3).

Verificaram-se diferenças significativas entre os tratamentos; entre os tratamentos

dentro de cada época de avaliação; e entre os híbridos transgênicos e os híbridos

convencionais nas duas localidades avaliadas. Desse modo, pode-se concluir que a lagarta-do-

cartucho afeta de maneira distinta os híbridos de milho avaliados e que o nível de infestação

da lagarta em campo também é variável (Tabela 3).

Os danos provocados por S. frugiperda foram mais severos nos híbridos convencionais

de milho do que em suas versões isogênicas transgênicas nas duas localidades (Tabela 4 e

Figura 12). Tais valores foram representados por plantas com poucas folhas raspadas a plantas

com pequenos furos em poucas folhas para os híbridos Bt e, plantas com grandes lesões e

furos em várias folhas para os híbridos convencionais (Figura 13).

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Tabela 3 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para notas de danos de lagarta

em quatro avaliações durante o ciclo vegetativo do milho, referentes a dez híbridos simples de

milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011.

FV GL Quadrados médios

Campinas Mococa

Blocos/Avaliações danos 12 0,11 0,11

Avaliações danos 3 78,75** 50,45**

Tratamentos 9 48,76** 33,13**

Transgênico 5 1,36** 0,50**

Convencional 3 2,12** 3,83**

Transgênico vs Convencional 1 425,73** 284,16**

Tratamentos x Avaliações danos 27 3,06** 1,41**

Tratamentos /Avaliações danos 36 14,48** 9,34**

Tratamento x Avaliação 15 dias 9 1,17** 3,05**

Tratamento x Avaliação 30 dias 9 15,50** 6,06**

Tratamento x Avaliação 45 dias 9 22,56** 9,62**

Tratamento x Avaliação 60 dias 9 18,70** 18,64**

Resíduo 108 0,08 0,09

Total 159

Média 2,62 2,34

CV (%) 11,07 12,59 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

As maiores médias de notas de danos foliares foram verificadas para os híbridos

convencionais, DAS2B710, DKB390, P30F35 e Maximus, tanto em Campinas como em

Mococa (Tabela 4 e Figura 12).

Segundo ÁVILA et al. (1997) e CARVALHO (1987), o ataque da lagarta-do-cartucho

pode ocorrer desde a fase de plântula até as fases de pendoamento e espigamento do milho.

No início do ataque, as lagartas jovens consomem parte das folhas e mantêm a epiderme

intacta, caracterizando o sintoma de raspagem. Lagartas maiores perfuram as folhas e se

desenvolvem nas folhas centrais da região do cartucho, o qual pode ser totalmente destruído.

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Tabela 4 - Média de notas de danos de ataque de Spodoptera frugiperda, em quatro épocas de

avaliação, em híbridos de milho convencionais e transgênicos, nas safras de verão de

2010/2011, em Campinas e Mococa.

Híbrido Campinas 2010/2011(1)

Épocas de Avaliação (dias após a semeadura - DAS) 15 30 45 60

P30F35 1,3 aC 3,9 bB 6,5 aA 6,6 aA P30F35 YG 0,5 bD 1,1 cC 2,0 cB 2,7 cdA P30F35 HX 0,4 bC 0,8 cC 1,3 dB 1,9 eA DKB390 1,4 aC 4,4 bB 6,5 aA 6,6 aA DKB390 YG 0,4 bD 1,2 cC 2,1 cB 3,1 cA DKB390 PRO 0,4 bC 0,6 cC 1,3 dB 2,8 cdA DAS2B710 1,7 aD 5,4 aC 6,2 aB 6,8 aA DAS2B710 HX 0,3 bB 0,7 cB 1,7 cdA 2,1 deA Maximus 1,2 aC 4,5 bB 5,3 bA 5,7 bA Maximus Viptera 0,3 bB 0,6 cB 1,3 dA 1,5 eA Média 0,8 D 2,3 C 3,4 B 4,0 A DMS 5% 0,43 0,82 0,58 0,89

Híbrido Mococa 2010/2011(1) P30F35 2,4 aD 3,3 abC 4,3 aB 6,5 aA P30F35 YG 0,5 bC 0,8 dBC 1,4 cB 2,0 defA P30F35 HX 0,6 bB 1,0 dB 1,0 cB 2,6 cdA DKB390 2,4 aD 3,9 aC 4,6 aB 6,6 aA DKB390 YG 0,9 bB 1,2 dB 1,2 cB 1,9 efA DKB390 PRO 0,4 bC 0,7 dC 1,4 cB 2,9 cA DAS2B710 2,3 aD 3,1 bC 4,2 abB 6,8 aA DAS2B710 HX 0,8 bC 1,2 dBC 1,5 cB 2,4 cdeA Maximus 1,9 aC 2,4 cC 3,6 bB 5,2 bA Maximus Viptera 0,4 bC 0,7 dBC 1,1 cB 1,7 fA Média 1,3 D 1,8 C 2,4 B 3,9 A DMS 5% 0,47 0,82 0,71 0,82

(1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste

de Tukey entre os híbridos e letras maiúsculas distintas nas linhas representam diferenças estatísticas (p<0,05)

entre as épocas de avaliações de danos. Escala de notas de danos de lagarta-do-cartucho variando de 0 e 9

(adaptada de Davis & Williams, 1989).

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0

1

2

3

4

5

6

7

0 15 30 45 60

P30F35 P30F35 YGP30F35 HX DKB 390DKB 390 YG DKB390 PRODAS2B710 DAS2B710 HXMaximus Maximus Viptera

Mococa

0

1

2

3

4

5

6

7

0 15 30 45 60

P30F35 P30F35 YGP30F35 HX DKB 390DKB 390 YG DKB390 PRODAS2B710 DAS2B710 HXMaximus Maximus Viptera

Campinas

Figura 12 - Notas de danos ocasionados por Spodoptera frugiperda em quatro épocas de

avaliação, em Campinas e Mococa, na safra 2010/2011.

Figura 13 - Folha de milho Bt (1) e não Bt (2) atacadas por Spodoptera

frugiperda. (Foto: Andrea Moraes)

Avaliações (DAS) Avaliações (DAS)

Not

as d

e da

nos o

casi

onad

os p

ela

laga

rta

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55

MENDES et al. (2008), avaliando a incidência e os danos da lagarta-do-cartucho em

milho Bt e milho não Bt em parcelas experimentais sob infestação artificial, verificaram

diferença significativa entre as versões Bt e não Bt para as plantas infestadas com a praga. Os

autores observaram que nos híbridos com versões Bt, houve predomínio de plantas com nota

zero; enquanto nas versões não Bt, predominaram notas acima de três e quatro, em uma escala

de danos ocasionados por S. frugiperda variando de 0 e 5.

Na avaliação realizada aos 60 dias após a semeadura (DAS), os híbridos transgênicos

atingiram nota máxima de sintoma de ataque, mas esse dano não ultrapassou a nota 3,1

(híbrido DKB390 YG, em Campinas) (Tabela 4 e Figura 12). É importante lembrar que, para

a toxina do Bt se tornar ativa, ela precisa ser ingerida pelo inseto; assim, alguns sintomas de

danos nas folhas do milho Bt são claramente visíveis. Como esse valor só foi obtido no

híbrido Bt em época próxima a seu florescimento, não haveria a necessidade de se fazer o

controle químico da lagarta-do-cartucho, uma vez que esse nível de dano não acarretaria

prejuízos graves à produtividade da planta de milho e também porque a partir desse estádio de

desenvolvimento do milho, o controle da praga não seria efetivo.

Houve infestação de lagartas durante todo o ciclo da cultura, nos tratamentos

convencionais e transgênicos. O mesmo foi constatado por ARMSTRONG et al. (1995);

BUNTIN et al. (2001); FERNANDES et al. (2003); KOZIEL et al. (1993); WAQUIL et al.

(2002); WILLIAMS et al. (1997).

A menor nota de dano, entre os híbridos transgênicos, na última avaliação, foi

observada nos híbridos contendo a tecnologia Viptera®, mas essa tecnologia não diferiu na

média dos híbridos da tecnologia Herculex®, em Campinas, e da tecnologia YieldGard® em

Mococa (Tabela 4).

MICHELOTTO et al. (2011), avaliaram os danos ocasionados pela lagarta-do-

cartucho em híbridos comerciais de milho nas versões convencional e transgênica, contendo

diferentes tecnologias no controle de lepidópteros-praga, utilizando-se escala de notas visuais

de danos variando de 0 e 9. Os autores observaram que materiais transgênicos foram menos

atacados pela lagarta-do-cartucho e, ainda, que os híbridos transgênicos, diferiram entre si

com relação ao ataque da lagarta. Além disso, os autores verificaram que os híbridos contendo

a tecnologia Herculex® apresentaram as menores notas, portanto, menor ataque em

comparação com as notas apresentadas pelos híbridos contendo a tecnologia YieldGard® e

Agrisure TL®.

Para a maioria dos híbridos transgênicos em Campinas não houve diferença

significativa entre as duas primeiras avaliações de notas de danos, aos 15 DAS e 30 DAS,

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56

com exceção dos híbridos com tecnologia YieldGard® (Tabela 4). Para 'DAS2B710 HX' e

'Maximus Viptera' não foram detectadas diferenças também entre a terceira (45 DAS) e a

quarta avaliações (60 DAS), demonstrando que as lagartas chegam a testar esses híbridos, mas

que esse consumo alimentar não acarreta danos severos para essas plantas (Tabela 4).

Em Mococa não foram detectadas diferenças entre as duas primeiras avaliações, para

todos os híbridos transgênicos, ou seja, a S. frugiperda não apresentou um aumento de

consumo alimentar nesse período, para esses híbridos (Tabela 4).

De acordo com SOBERÓN et al. (2009), a toxina Bt é expressa continuamente nos

tecidos da planta, o que explica a eficácia de controle dessa tecnologia. Os baixos valores de

notas obtidas neste trabalho com o tratamento transgênico concordam com relatos da

literatura (BUNTIN et al., 2001; FERNANDES et al., 2003; WAQUIL et al., 2002;

WILLIAMS et al., 1997).

De modo geral, tanto para Campinas como Mococa, observou-se um aumento

significativo das notas de danos no decorrer do tempo, mas mais pronunciadas nos híbridos

convencionais que em suas versões isogênicas transgênicas (Tabela 4 e Figura 12).

Para a maioria dos híbridos convencionais, em Campinas, exceto para o híbrido

DAS2B710, não houve diferença entre a terceira (45 DAS) e a quarta (60 DAS) avaliação de

danos (Tabela 4).

Em Mococa, verificou-se diferença entre as épocas de avaliações para os híbridos

convencionais, com exceção do híbrido Maximus cujas notas médias de dano não diferiram

entre as avaliações aos 15 DAS e 30 DAS, mostrando que para esse híbrido, a infestação de

lagarta nesse período não foi tão expressiva quanto nos demais híbridos convencionais

(Tabela 4).

Entre os híbridos convencionais, o híbrido Maximus se destacou positivamente

apresentando a menor nota de dano a partir dos 45 DAS, diferindo dos demais híbridos

convencionais, nas duas localidades (Tabela 4). Esse fato pode ser um indicativo de algum

tipo de resistência do tipo não-preferência para alimentação desse híbrido em relação à

lagarta-do-cartucho.

A resistência do tipo não-preferência ocorre quando a planta é menos utilizada pelo

inseto, para alimentação, oviposição ou abrigo, do que outra planta em igualdade de

condições, podendo ser de natureza física, química e/ou morfológica (BOIÇA JUNIOR et al.,

2013; BUENO, 2006; CHRISPIM & RAMOS, 2006).

Na Tabela 5 encontram-se os resultados dos quadrados médios da análise de variância

conjunta para altura de planta, altura de espiga, largura de folha e número de fileira de grãos

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57

na espiga, dos experimentos de Campinas e Mococa na safra de 2010/2011. Na Tabela 6

encontram-se os quadrados médios da análise de variância conjunta do comprimento de

espiga, diâmetro de espiga, massa de 100 grãos, comprimento de folha e produtividade de

grãos.

Os dados indicam que houve diferenças significativas pelo teste F, entre os

tratamentos, para essas variáveis avaliadas na safra de 2010/2011 (Tabelas 5 e 6).

Não ocorreu interação entre tratamento x ambiente para as variáveis avaliadas, com

exceção das variáveis comprimento de folha e produtividade de grãos (Tabelas 5 e 6).

Os coeficientes de variação (CV) das análises conjuntas agrupadas foram, em geral, de

magnitude baixa a mediana, segundo a classificação proposta por SCAPIM et al. (1995). Esse

resultado evidencia boa precisão na tomada dos dados dos experimentos, o que é bastante

desejável, porque permite a obtenção de uma melhor resposta experimental.

Tabela 5 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para altura de planta (AP),

altura de espiga (AE), largura de folha (LF) e número de fileira de grãos na espiga (NF),

referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2010/2011.

Quadrados médios

FV GL AP AE LF NF

cm cm cm -

Blocos/Ambiente 6 343,58 40,09 0,16 0,93

Tratamentos 9 1646,23** 619,09** 1,70** 6,12**

Ambientes 1 509,04 1262,46** 0,01 1,80

Tratamento x Ambiente 9 189,62 129,14 0,90 0,96

Resíduo Médio 54 92,36 148,66 0,59 1,41

Total 79

Média 231,2 128,5 12,1 17,1

CV (%) 4,3 9,3 6,2 7,0 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

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Tabela 6 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para comprimento de espiga

(CE), diâmetro de espiga (DE), massa de 100 grãos (M100), comprimento de folha (CF) e

produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas e

Mococa, na safra de 2010/2011.

Quadrados médios

FV GL CE DE M100 CF PG

cm mm g cm kg ha-1

Blocos/Ambiente 6 1,90 4,26 30,00 41,18 676841,47

Tratamentos 9 7,98** 24,03** 30,42* 136,77** 3805034,30**

Ambientes 1 0,70 0,30 20,00 928,20** 4344984,20*

Tratamento x Ambiente 9 1,04 0,92 5,42 61,20** 961770,70*

Resíduo Médio 54 1,10 2,75 14,03 18,61 374950,86

Total 79

Média 15,67 52,55 38,00 88,90 7.945

CV (%) 6,68 3,15 9,86 4,85 7,71 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Houve diferença entre as médias dos híbridos, pelo teste de Tukey, para as variáveis:

altura de planta, altura de espiga, largura de folha e número de fileiras de grãos na espiga

(Tabela 7).

A maior altura de planta foi verificada no híbrido P30F35 HX, diferindo dos híbridos

P30F35, DKB390, DKB390 YG, DAS2B710, DAS2B710 HX e Maximus (Tabela 7). A

média de altura das plantas na safra de 2010/2011 ficou ao redor de 232,2 cm para os híbridos

avaliados.

Destacou-se com maior altura de inserção da primeira espiga, o híbrido DKB390 PRO,

diferindo, no entanto, apenas do híbrido DAS2B710 com a menor altura (Tabela 7).

A maior largura de folha foi observada no híbrido DKB390 YG, diferindo

estatisticamente apenas do híbrido Maximus (Tabela 7).

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Tabela 7 - Média de dez híbridos de milho para altura de planta (AP), altura de espiga (AE),

largura de folha (FL) e número de fileiras de grãos na espiga (NF), em Campinas e Mococa,

na safra de verão de 2010/2011.

Híbrido AP(1) AE(1) LF(1) NF(1)

cm mm cm -

P30F35 227,7 bcd 120,0 ab 11,6 ab 17,3 abc

P30F35 YG 248,5 ab 132,4 ab 12,0 ab 16,0 c

P30F35 HX 256,6 a 129,1 ab 11,7 ab 16,2 c

DKB390 222,1 cd 134,3 ab 12,5 ab 16,4 bc

DKB390 YG 223,3 cd 123,8 ab 12,7 a 16,0 c

DKB390 PRO 234,3 abcd 143,0 a 12,3 ab 17,1 abc

DAS2B710 215,0 d 114,1 b 11,8 ab 18,5 a

DAS2B710 HX 214,1 d 122,1 ab 12,4 ab 18,2 ab

Maximus 226,6 bcd 128,2 ab 11,5 b 17,4 abc

Maximus Viptera 243,9 abc 138,3 ab 12,5 ab 17,6 abc

Média 232,2 128,5 12,1 17,1

DMS 5% 22,4 28,5 1,2 1,9 (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo

teste de Tukey entre os híbridos.

No número de fileira de grãos na espiga, observou-se que os híbridos apresentam

média de 17,1 fileiras de grãos na espiga, com destaque para o híbrido DAS2B710, diferindo

dos híbridos P30F35 YG, P30F35 HX, DKB390 e DKB390 YG (Tabela 7).

Não houve diferença entre os híbridos convencionais e seus isogênicos transgênicos,

para todos esses caracteres avaliados (Tabela 7), uma vez que os híbridos simples são os

mesmos, apresentando as mesmas características genéticas, apenas acrescidos da tecnologia

Bt nas versões transgênicas.

A Tabela 8 apresenta os resultados do teste de Tukey para as médias da análise

conjunta do comprimento de espiga, diâmetro de espiga e massa de 100 grãos dos dez

híbridos avaliados.

Houve diferença entre as médias dos híbridos, para comprimento de espiga na safra de

2010/2011, com DKB390 apresentando espigas mais compridas, diferindo apenas dos

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60

híbridos DAS2B710, DAS2B710 HX e Maximus (Tabela 8). Não houve diferença estatística

entre os híbridos convencionais e seus isogênicos transgênicos para essa variável.

Verificou-se que o diâmetro de espiga médio foi de 52,6 mm, destacando-se 'P30F35'

com o maior diâmetro e 'DKB390 YG', 'Maximus' e 'Maximus Viptera' com os menores

diâmetros (Tabela 8). Não foram detectadas diferenças entre as médias dos híbridos

convencionais e seus isogênicos transgênicos para o diâmetro de espiga, pelo teste de Tukey a

5%.

Para massa de 100 grãos, foram observadas diferenças entre os híbridos avaliados

(Tabela 8). Verificou-se que o híbrido transgênico Maximus Viptera foi o que obteve a maior

média na massa de 100 grãos, mas diferindo apenas do híbrido convencional P30F35, com a

menor massa (Tabela 8). Na média, a massa de 100 grãos nessa safra ficou ao redor de 38 g,

sendo que apenas os híbridos P30F35, DKB390 PRO e DAS2B710 ficaram abaixo dessa

média.

Tabela 8 - Média de dez híbridos de milho para comprimento de espiga (CE), diâmetro

de espiga (DE) e massa de 100 grãos (M100), em Campinas e Mococa, na safra de verão

de 2010/2011.

Híbrido CE(1) DE(1) M100(1)

cm mm g

P30F35 16,1 ab 55,7 a 34,4 b

P30F35 YG 15,4 ab 53,0 ab 38,1 ab

P30F35 HX 15,3 ab 53,6 ab 38,1 ab

DKB390 17,6 a 53,2 ab 38,1 ab

DKB390 YG 17,0 ab 51,5 b 38,8 ab

DKB390 PRO 15,9 ab 52,1 ab 37,5 ab

DAS2B710 14,6 b 53,1 ab 35,6 ab

DAS2B710 HX 14,8 b 53,3 ab 38,1 ab

Maximus 14,7 b 49,9 b 40,0 ab

Maximus Viptera 15,3 ab 50,2 b 41,3 a

Média 15,7 52,6 38,0

DMS 5% 2,44 3,87 7,1 (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo

teste de Tukey entre os híbridos.

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61

Na Tabela 9 encontram-se os resultados dos quadrados médios da análise de variância

individual para comprimento de folha e produtividade de grãos, dos experimentos de

Campinas e Mococa na safra de 2010/2011, uma vez que houve interação significativa entre

tratamento x ambiente na análise conjunta (Tabela 6).

Os dados indicam que houve diferenças significativas pelo teste F, para o

comprimento de folha entre os tratamentos, apenas para a localidade de Campinas em

2010/2011 (Tabelas 9).

Para a produtividade de grãos nessa safra, nota-se que houve diferença significativa ao

nível de 5% entre os tratamentos avaliados tanto na localidade de Campinas quanto em

Mococa (Tabela 9).

Tabela 9 - Quadrados médios da análise de variância individual para comprimento de folha

(CF) e produtividade de grãos (PG) referentes a dez híbridos simples de milho, em Campinas

e Mococa, na safra de 2010/2011.

Quadrados médios

FV GL CF PG

Campinas Mococa Campinas Mococa

Tratamentos 9 165,97** 32,00 2017406,66** 2749707,27**

Repetição 3 42,75* 39,61 962044,64* 391587,99

Resíduo 27 12,64 24,57 324528,09 425486,48

Total 39

Média 92,3 85,5 7.711 8.177

CV (%) 3,9 5,8 7,4 8,0 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Houve diferença entre as médias dos híbridos, pelo teste de Tukey, para comprimento

de folha apenas em Campinas, onde se destacou o híbrido P30F35 HX que não diferiu apenas

dos híbridos P30F35 YG e DKB390 PRO (Tabela 10). Mococa apresentou na média menor

comprimento de folha do que Campinas (Tabela 10).

Para a produtividade de grãos, observou-se que em Campinas o híbrido Maximus

Viptera apresentou a maior produtividade, mas não diferindo dos híbridos transgênicos

P30F35 HX, DKB390 YG, e DKB390 PRO e, do híbrido convencional Maximus (Tabela 10).

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62

Em Mococa, os destaques com maior produtividade foram os híbridos Maximus

Viptera, DAS2B710 HX, DKB390 PRO e P30F35 HX que diferiram apenas dos híbridos

convencionais P30F35 e DKB390 (Tabela 10).

Verificou-se que o híbrido convencional Maximus, em Campinas, diferiu dos três

híbridos convencionais (P30F35, DKB390 e DAS2B710), e foi superior ao híbrido

transgênico DAS2B710 HX; além disso, Maximus não diferiu dos demais híbridos

transgênicos na produtividade de grãos (Tabela 10). Esses dados indicam certa resistência

desse híbrido à lagarta-do-cartucho, uma vez que mesmo sofrendo danos pela praga, esse

híbrido apresentou produtividade de grãos semelhante ao seu isogênico transgênico e não

diferiu dos demais híbridos transgênicos, ou seja, mesmo não apresentando um evento Bt esse

híbrido não perdeu tanto em produtividade quanto os demais híbridos convencionais (Tabela

10).

Tabela 10 - Média de dez híbridos de milho para comprimento de folha (CF) e

produtividade de grãos (PG), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2010/2011.

Híbrido CF (cm)(1) PG (kg ha-1)(1)

Campinas Mococa Média Campinas Mococa Média

P30F35 90,5 c 86,8 a 88,7 7.167 c 7.043 bc 7.105

P30F35 YG 99,6 ab 91,3 a 95,5 7.503 bc 8.358 ab 7.931

P30F35 HX 103,3 a 85,1 a 94,2 8.147 abc 8.933 a 8.540

DKB390 92,5 bc 84,2 a 88,3 7.052 c 6.568 c 6.810

DKB390 YG 88,1 cd 87,8 a 88,0 7.633 abc 8.368 ab 8.000

DKB390 PRO 94,9 abc 84,8 a 90,0 7.607 abc 8.828 a 8.218

DAS2B710 93,2 bc 83,5 a 88,3 7.114 c 7.559 abc 7.337

DAS2B710 HX 93,6 bc 87,0 a 90,3 7.090 c 8.699 a 7.895

Maximus 80,3 d 81,6 a 80,9 8.854 ab 8.577 ab 8.716

Maximus Viptera 87,3 cd 82,9 a 85,1 8.940 a 8.836 a 8.888

Média 92,3 85,5 88,9 7.711 8.177 7.944

DMS 5% 8,7 12,1 - 1.386 1.587 - (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste

de Tukey entre os híbridos.

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63

Em Campinas, os híbridos convencionais P30F35, DKB390, DAS2B710 e Maximus

não diferiram de pelo menos uma de suas versões transgênicas em termos de produtividade de

grãos (Tabela 12). Esse fato demonstra que nem sempre um híbrido transgênico é vantajoso

em relação a um híbrido convencional, ou seja, nessa condição de infestação de S. frugiperda

alguns híbridos Bt não permitiram que o fator praga fosse anulado de forma que o híbrido

pudesse expressar todo seu potencial produtivo (Tabela 10).

De acordo com MICHELOTTO et al. (2011 e 2013), é importante ressaltar que essa

tecnologia Bt é protetora da produtividade, ou seja, seu uso não aumenta a produtividade, mas

tem por finalidade proteger a planta das pragas para que elas possam expressar ao máximo seu

potencial produtivo. Dessa forma, quanto maior o ataque das lagartas, maior será sua resposta

em relação aos híbridos convencionais e, em casos em que não ocorrer a praga, os híbridos

transgênicos terão as mesmas produtividades que seus respectivos híbridos convencionais.

Na Tabela 11 encontram-se os valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as

médias das variáveis: altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF),

largura da folha (LF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de

fileira de grãos na espiga (NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100),

entre os híbridos convencionais (P30F35, DKB390, DAS2B710 e Maximus) e seus

isogênicos transgênicos (P30F35 YG, P30F35 HX, DKB390 YG, DKB390 PRO, DAS2B710

HX, Maximus Viptera), da safra de 2010/2011.

Para os híbridos P30F35 e DKB390 o primeiro contraste testado refere-se à

comparação do híbrido convencional com seus dois isogênicos transgênicos. Logo, o

contraste de interesse é Y1= 2m1-m2-m3. O segundo contraste para esses híbridos, refere-se à

comparação apenas entre os dois isogênicos transgênicos, sem levar em conta o híbrido

convencional. Assim, o contraste de interesse é Y2= m2-m3 (Tabela 11).

Para os híbridos DAS2B710 e Maximus o único contraste testado refere-se à

comparação do híbrido convencional com seu isogênico transgênico. Logo, o contraste de

interesse é Y1= m1-m2 (Tabela 11).

O contraste do híbrido P30F35 demonstra que o híbrido convencional não difere de

seus isogênicos transgênicos apenas para as variáveis largura de folha e comprimento de

espiga. Para as demais variáveis observam-se diferenças entre o híbrido convencional e pelo

menos um de seus isogênicos transgênicos apesar de os híbridos serem os mesmos, acrescidos

apenas da tecnologia Bt, nos transgênicos (Tabela 11). Ocorrem diferenças entre os dois

híbridos Bt para a maioria das variáveis analisadas em campo. Só não foram identificadas

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64

diferenças estatísticas pelo teste t entre os dois híbridos transgênicos para as variáveis largura

de folha, comprimento de espiga e massa de 100 grãos.

Para o híbrido DKB390, observa-se que no contraste entre o híbrido convencional e

seus isogênicos transgênicos a maioria das variáveis avaliadas em campo não diferiu entre os

híbridos, com exceção do comprimento de folha, comprimento de espiga e produtividade de

grãos (Tabela 11). Já quando se compararam apenas os dois híbridos isogênicos transgênicos,

verificou-se que houve diferença entre eles apenas para comprimento de folha e produtividade

de grãos (Tabela 11).

Tabela 11 - Valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as médias das variáveis: altura

de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF), largura da folha (LF),

comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de fileira de grãos na espiga

(NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100), dos híbridos de milho

convencionais e seus isogênicos transgênicos, da safra de 2010/2011.

P30F35 DKB390 DAS2B710 Maximus

Y1= 2m1-m2-m3 Y2= m2-m3 Y1= 2m1-m2-m3 Y2= m2-m3 Y1= m1-m2 Y1= m1-m2

AP -5,83** -4,22** -1,26 ns -1,43 ns 0,20 ns -3,63**

AE -2,94* -2,93* 0,64 ns 0,97 ns -1,07 ns -2,84*

CF -2,37* -2,26* -2,24* -2,50* -0,95 ns -2,79*

LF -0,87ns -1,27ns 1,32 ns -0,07 ns -1,46 ns -2,92*

CE 1,77 ns 1,34 ns 3,52** 1,56 ns -0,39 ns -0,99 ns

DE 4,55** 4,42** -0,24 ns 0,07 ns -0,26 ns -0,54 ns

NF 2,40* 2,24* -1,08 ns -0,13 ns 0,74 ns -1,01 ns

PG -7,53** -4,76** -2,10* -2,36* -2,05 ns -0,40 ns

M100 -2,26* -1,96 ns 0,18 ns -0,32 ns -1,31 ns -0,60 ns

(**; *) Significativo a 1% e 5% de probabilidade; ns Não significativo. Para os contrastes: m1 = média do híbrido

convencional; m2 = média do híbrido transgênico; m3 = média do segundo híbrido transgênico (quando houver).

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65

O contraste entre o híbrido convencional DAS2B710 e seu isogênico transgênico

DAS2B710 HX mostrou que para nenhuma das variáveis de campo foram detectadas

diferenças entre o híbrido na versão convencional e na versão transgênica (Tabela 11).

No caso do híbrido convencional Maximus e seu isogênico transgênico Maximus

Viptera as diferenças entre os híbridos só foram detectadas para altura de planta, altura de

espiga, comprimento de folha e largura de folha. Para as demais variáveis não houve

diferença pelo teste t entre milho Bt e não Bt (Tabela 11).

b) Safra 2011/2012

Na Tabela 12 são apresentados os resultados da análise de variância conjunta para

notas de danos ocasionados por S. frugiperda, nos experimentos realizados na safra de

2011/2012 em Campinas e Mococa, em quatro avaliações durante o ciclo vegetativo do milho.

Verificou-se diferença significativa (p<0,01), para as avaliações de notas de danos

ocasionados por S. frugiperda, para os tratamentos avaliados, para a interação transgênico x

convencional e para a interação tratamentos x avaliações de danos, tanto em Campinas quanto

em Mococa (Tabela 12).

Na safra agrícola de 2011/2012 detectou-se, como ocorrido na safra 2010/2011, que as

maiores notas de dano foliar ocasionado por S. frugiperda foram verificadas aos 60 dias após

a semeadura (DAS), nos híbridos convencionais DAS2B710 e DKB390 nas duas localidades,

e ainda, no híbrido P30F35 em Mococa (Tabela 13 e Figura 14).

Os dados obtidos corroboram os verificados por PEREIRA et al. (2012) que

observaram que plantas de milho convencional apresentaram folhas do cartucho com maiores

sinais de dano a partir do estádio fenológico V2. Todavia, a intensidade desse dano no milho

convencional seria significativamente maior nos estádios V4 e V6, denotando o

comportamento inicial de alimentação de S. frugiperda, com prejuízos ao desenvolvimento

das plantas.

Notou-se um aumento progressivo das notas de danos ao longo do tempo, o que pode

ser explicado pela ausência de controle da praga com inseticida na área experimental e pela

disponibilidade de alimento para a lagarta (Figura 14).

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Tabela 12 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para notas de danos de lagarta,

em quatro avaliações, durante o ciclo vegetativo do milho, em Campinas e Mococa, na safra

de 2011/2012.

FV GL Quadrados médios

Campinas Mococa

Blocos/Avaliações danos 12 0,09* 0,12

Avaliações danos 3 52,87** 35,50**

Tratamentos 9 17,63** 13,99**

Transgênico 5 0,90** 1,22**

Convencional 3 2,59** 1,81**

Transgênico vs Convencional 1 146,33** 114,40**

Tratamentos x Avaliações danos 27 0,36** 0,54**

Tratamentos /Avaliação danos 36 4,68** 3,90**

Tratamento x Avaliação 15 dias 9 3,81** 2,01**

Tratamento x Avaliação 30 dias 9 3,17** 2,50**

Tratamento x Avaliação 45 dias 9 4,63** 4,48**

Tratamento x Avaliação 60 dias 9 7,09** 6,61**

Resíduo 108 0,07 0,11

Total 159

Média 2,43 2,71

CV (%) 11,1 12,06 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Os híbridos transgênicos apresentaram menores notas de danos ocasionados pela

lagarta-do-cartucho que os híbridos convencionais (Tabela 13 e Figura 14), fato esse em

virtude de os híbridos transgênicos apresentarem tecnologia Bt para controle de lepidópteros.

Aos 60 dias após a semeadura, as menores notas de danos foram obtidas pelos híbridos

transgênicos P30F35 YG, P30F35 HX, DKB390 YG, DKB390 PRO e Impacto Viptera,

diferindo, pelo teste de Tukey, de todos os híbridos convencionais e do híbrido transgênico

DAS2B710 HX, em Campinas. Em Mococa, nessa mesma época de avaliação de dano, a

menor nota foi obtida pelos híbridos transgênicos DKB390 YG e Impacto Viptera que

diferiram estatisticamente apenas dos híbridos convencionais e do híbrido transgênico

DAS2B710 HX (Tabela 13).

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Tabela 13 - Média de notas de danos de ataque de Spodoptera frugiperda, em quatro épocas

de avaliação, em híbridos de milho convencionais e transgênicos, nas safras de verão de

2011/2012, em Campinas e Mococa.

Híbrido Campinas 2011/2012(1)

Épocas de Avaliação (dias após a semeadura - DAS)

15 30 45 60

P30F35 2,2 aD 3,4 aC 4,1 aB 4,8 bcA

P30F35 YG 0,3 bC 1,4 cdB 2,5 cdA 2,5 eA

P30F35 HX 0,2 bC 1,3 dB 1,6 fB 2,6 eA

DKB390 2,1 aD 3,5 aC 4,6 aB 5,4 abA

DKB390 YG 0,2 bC 1,6 cdB 2,4 cdeA 2,6 eA

DKB390 PRO 0,1 bC 1,7 cdB 2,2 deA 2,4 eA

DAS2B710 2,0 aD 3,4 aC 4,3 aB 5,7 aA

DAS2B710 HX 0,2 bC 2,0 bcB 2,9 bcA 3,3 dA

Impacto 1,8 aD 2,4 bC 3,4 bB 4,5 cA

Impacto Viptera 0,1 bC 1,5 cdB 1,8 efB 2,3 eA

Média 0,9 D 2,2 C 3,0 B 3,6 A

DMS 5% 0,49 0,82 0,99 0,78

Híbrido Mococa 2011/2012(1)

P30F35 2,1 abcD 3,3 abC 4,6 aB 5,4 aA

P30F35 YG 0,8 efC 1,7 deB 2,4 cdA 2,7 cdA

P30F35 HX 1,3 defB 1,7 deB 2,5 cdA 2,8 cdA

DKB390 2,4 abD 3,6 aC 4,5 aB 5,3 aA

DKB390 YG 1,4 cdeB 2,2 cdA 2,3 cdA 2,5 dA

DKB390 PRO 0,6 fB 2,2 cdA 2,5 cdA 2,7 cdA

DAS2B710 2,6 aC 3,3 abB 4,8 aA 5,3 aA

DAS2B710 HX 1,0 efC 2,6 bcB 3,0 cAB 3,3 cA

Impacto 1,9 bcdC 3,1 abB 3,8 bA 4,3 bA

Impacto Viptera 1,0 efB 1,3 eB 2,1 dA 2,2 dA

Média 1,5 D 2,5 C 3,2 B 3,6 A

DMS 5% 1,20 1,23 1,20 0,67 (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste de Tukey entre os híbridos e, letras maiúsculas distintas nas linhas representam diferenças estatísticas (p<0,05) entre as datas de avaliações. Escala de notas de danos de lagarta variando de 0 a 9 (adaptada de Davis & Williams, 1989).

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68

Figura 14 - Notas de danos ocasionados por Spodoptera frugiperda em quatro épocas de

avaliação, em Campinas e Mococa, na safra 2011/2012.

Os dados demonstram uma não-preferência para alimentação nos híbridos Bt, ou ainda,

grande eficiência dessa tecnologia o que acabou por matar as lagartas que se alimentavam

nestes híbridos.

MENDES et al. (2008) observaram que o milho Bt reduz significativamente os danos

causados pela lagarta-do-cartucho, em comparação ao milho não Bt e, ainda, que a toxina Bt

pode oferecer proteção equivalente ou superior à realização de quatro pulverizações com

inseticida em determinados híbridos.

Segundo OTA et al. (2011), menor dano foliar indica menor consumo pela lagarta-do-

cartucho, evidenciando, desse modo, resistência do tipo não-preferência para alimentação, e

assim, o uso de cultivares com esse tipo de resistência, poderia auxiliar na manutenção da

população da praga em níveis moderados, otimizando seu manejo.

Verificou-se infestação de S. frugiperda durante todo o ciclo da cultura, em todos os

tratamentos (Tabelas 13), e, assim, como relatado por WAQUIL et al. (2002), é esperado

Avaliações (DAS) Avaliações (DAS)

Not

as d

e da

nos o

casi

onad

os p

ela

laga

rta

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69

algum tipo de dano nas folhas dos milhos transgênicos, uma vez que, para ser controlado, o

inseto deve ingerir a toxina Bt, por ocasião de sua herbivoria.

Para a maioria dos híbridos transgênicos, nas duas localidades, verificou-se que as

notas de danos entre os 45 DAS e os 60 DAS não diferiram significativamente entre si,

mostrando que o dano provocado pela lagarta-do-cartucho não evoluiu a partir dos 45 DAS

para esses híbridos (Tabela 13 e Figura 14). Esse fato pode ser um indicativo que a partir

desse período a lagarta passa a se alimentar bem mais lentamente desses híbridos transgênicos,

ou ainda, que essas lagartas que se alimentavam desses híbridos já haviam morrido.

MENDES et al. (2008) relatam que, nas plantas de versão Bt, mesmo onde há

sobrevivência inicial de lagarta-do-cartucho, o dano não evolui ao seu nível de prejuízo

significativo, quando ultrapassa nota três, de uma escala de 0 e 5.

Uma vez que houve significância na análise de variância para os fatores tratamento x

local para as variáveis altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento de folha

(CF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE) e produtividade de grãos (PG)

(Tabela 14), as médias dos híbridos para essas variáveis foram comparadas em cada local

individualmente.

Tabela 14 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para altura de planta (AP),

altura de espiga (AE), comprimento de folha (CF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de

espiga (DE) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos simples de milho, das

localidades de Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012.

Quadrados médios

FV GL AP AE CF CE DE PG

cm cm cm cm mm kg ha-1

Blocos/Ambiente 6 68,17 21,57 12,28 0,99 0,94 193175,03

Tratamentos 9 199,56** 126,11 49,30** 2,33** 11,99** 2216977,12**

Ambientes 1 25776,2** 14796,8** 206,72** 40,76** 0,40 931608,61

Tratamento x Ambiente 9 177,53** 277,99* 65,08** 2,97** 15,80** 362409,92*

Resíduo Médio 54 57,20 97,21 16,96 0,85 1,08 153173,34

Total 79

Média 214,5 116,35 95,62 16,21 49,58 9.086

CV (%) 3,53 8,47 4,31 5,70 2,09 4,31 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

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70

São apresentados nas Tabelas 15 e 16 os resultados dos quadrados médios das análises

de variância individuais por locais para essas variáveis avaliadas na safra de 2011/2012.

Tabela 15 - Quadrados médios da análise de variância individual para altura de plantas (AP),

altura de espiga (AE) e comprimento de folha (CF), referentes a dez híbridos simples de

milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012.

Quadrados médios

FV GL AP AE CF

Campinas Mococa Campinas Mococa Campinas Mococa

Tratamentos 9 184,88 192,21** 159,50 244,60** 87,74** 26,64

Repetição 3 76,70 59,63 41,77 1,37 12,73 11,83

Resíduo 27 82,44 31,97 101,06 3,34 9,49 24,44

Total 39

Média 196,55 232,45 102,75 129,95 94,01 97,23

CV (%) 4,62 2,43 9,78 1,41 3,28 5,08 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Tabela 16 - Quadrados médios da análise de variância individual para comprimento de espiga

(CE), diâmetro de espiga (DE) e produtividade de grãos (PG), referentes a dez híbridos

simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra de 2011/2012.

Quadrados médios

FV GL CE DE PG

Campinas Mococa Campinas Mococa Campinas Mococa

Tratamentos 9 1,24 4,05** 20,82** 6,97** 1754149,08** 825237,96**

Repetição 3 0,61 1,37 1,74 0,13 6675,09 379674,97

Resíduo 27 0,91 0,80 1,37 0,79 167176,07 139170,61

Total 39

Média 15,50 16,93 49,65 49,51 8.978 9.194

CV (%) 6,15 5,27 2,35 1,79 4,55 4,06 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo Teste F.

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71

Pela análise de variância foi possível detectar diferenças significativas entre os

tratamentos (p<0,01), em pelo menos um dos locais avaliados, para os caracteres altura de

planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento de folha (CF), comprimento de espiga (CE),

diâmetro de espiga (DE) e produtividade de grãos (PG) na safra de 2011/2012 (Tabelas 14, 15

e 16).

Para a variável altura de planta, não houve diferença entre as médias dos híbridos pelo

teste de Tukey para Campinas (Tabela 17). Em Mococa, maiores alturas de planta foram

observadas nos híbridos P30F35 YG e Impacto Viptera, que foram estatisticamente superiores

apenas dos híbridos DKB390 YG e DAS2B710 HX (Tabela 17).

Tabela 17 - Média de dez híbridos de milho para altura de planta (AP) e altura de espiga

(AE), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012.

Híbrido AP (cm)(1) AE (cm)(1)

Campinas Mococa Média Campinas Mococa Média

P30F35 190,3 a 230,3 abc 210,3 100,8 a 122,0 de 111,4

P30F35 YG 191,8 a 242,8 a 217,3 99,0 a 137,5 b 118,3

P30F35 HX 204,5 a 232,3 abc 218,4 113,3 a 122,0 de 117,6

DKB390 190,8 a 236,0 abc 213,4 94,8 a 135,0 bc 114,9

DKB390 YG 204,0 a 225,0 bc 214,5 108,5 a 124,3 de 116,4

DKB390 PRO 195,0 a 234,0 abc 214,5 96,5 a 142,0 a 119,3

DAS2B710 193,0 a 237,0 ab 215,0 103,5 a 121,0 e 112,3

DAS2B710 HX 196,3 a 224,0 bc 210,1 100,5 a 131,8 b 116,1

Impacto 191,0 a 232,8 abc 206,9 99,3 a 126,0 d 112,6

Impacto Viptera 209,0 a 240,5 a 224,8 111,5 a 138,0 ab 124,8

Média 196,6 233,5 214,5 102,8 130,0 116,4

DMS 5% 22,08 13,75 - 24,45 4,45 - (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste

de Tukey entre os híbridos.

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72

Com relação aos seus pares, não houve diferença em termos de altura dos híbridos

convencionais e seus isogênicos transgênicos. A média de altura dos híbridos avaliados ficou

em 196,6 cm, para Campinas e 233,5 cm, para Mococa (Tabela 17).

Na altura de espiga, também não houve diferença significativa entre os híbridos em

Campinas (Tabela 17). O híbrido transgênico DKB390 PRO se destacou com a maior altura

de inserção da primeira espiga, diferindo de todos os demais híbridos, com exceção do híbrido

Impacto Viptera em Mococa (Tabela 17).

Houve diferença significativa entre as médias dos híbridos para comprimento de

espiga apenas para a localidade de Mococa, com destaque para os híbridos P30F35 YG,

DKB390, DKB390 YG que diferiram dos híbridos DAS2B710 HX e Impacto (Tabela 18). Na

média, as espigas foram menores em Campinas (15,5 cm) do que em Mococa (16,9 cm), nessa

safra (Tabela 18). Esse fato se deve ao plantio tardio do milho na localidade de Campinas,

acarretando períodos de estiagem mais longos nesse experimento.

Tabela 18 - Média de dez híbridos de milho para comprimento de espiga (CE) e diâmetro de

espiga (DE), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012.

Híbridos CE (cm)(1) DE (cm)(1)

Campinas Mococa Média Campinas Mococa Média

P30F35 15,0 a 17,5 ab 16,2 50,6 a 48,4 bc 49,5

P30F35 YG 16,0 a 18,1 a 17,0 50,9 a 48,3 bc 49,6

P30F35 HX 15,8 a 16,0 ab 15,9 50,7 a 46,6 c 48,7

DKB390 15,1 a 18,0 a 16,6 51,5 a 50,9 a 51,2

DKB390 YG 15,7 a 18,1 a 16,9 50,9 a 50,7 a 50,8

DKB390 PRO 15,5 a 17,2 ab 16,3 50,9 a 50,0 ab 50,5

DAS2B710 14,5 a 16,5 ab 15,5 45,8 b 50,1 ab 47,9

DAS2B710 HX 15,2 a 15,9 b 15,5 46,6 b 50,3 ab 48,4

Impacto 16,2 a 15,4 b 15,8 46,8 b 49,7 ab 48,2

Impacto Viptera 16,1 a 16,6 ab 16,4 51,7 a 50,2 ab 51,0

Média 15,5 16,9 16,2 49,7 49,5 49,6

DMS 5% 2,32 2,18 - 2,85 2,16 - (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste

de Tukey entre os híbridos.

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73

Foram detectadas diferenças entre os híbridos para diâmetro de espiga tanto em

Campinas, quanto em Mococa (Tabela 18).

Em Campinas, os menores diâmetros foram verificados nos híbridos DAS2B710,

DAS2B710 HX e Impacto. Em Mococa, se destacaram com os maiores diâmetros de espiga

DKB390 e DKB390 YG que diferiram apenas dos híbridos P30F35, P30F35 YG e P30F35

HX. Praticamente não houve diferença nas médias de diâmetro de espiga entre as duas

localidades, mostrando que essa variável não foi influenciada pelo ambiente de cultivo

(Tabela 18).

Houve diferença entre as médias dos híbridos para o comprimento de folha apenas na

localidade de Campinas (Tabela 19), com destaque para o hibrido P30F35 HX com maior

comprimento, diferindo dos híbridos P30F35 YG, DKB390, Impacto e Impacto Viptera, com

os menores comprimentos.

Tabela 19 - Média de dez híbridos de milho para comprimento de folha (CF) e

produtividade de grãos (PG), em Campinas e Mococa, na safra de verão de 2011/2012.

Híbrido CF (cm)(1) PG (kg ha-1)(1)

Campinas Mococa Média Campinas Mococa Média

P30F35 97,6 ab 99,8 a 98,7 8.136 d 9.037 abcd 8.587

P30F35 YG 85,2 d 102,8 a 94,0 8.690 cd 9.187 abcd 8.939

P30F35 HX 101,1 a 97,8 a 99,4 9.412 abc 9.587 ab 9.499

DKB390 89,3 cd 94,5 a 91,9 8.210 d 8.461 d 8.336

DKB390 YG 97,1 ab 96,8 a 96,9 8.932 bcd 8.931 bcd 8.932

DKB390 PRO 97,8 ab 98,3 a 98,0 9.695 ab 9.394 abc 9.545

DAS2B710 94,3 abc 94,3 a 94,3 8.556 cd 8.556 cd 8.556

DAS2B710 HX 94,4 abc 95,8 a 95,1 8.565 cd 9.466 ab 9.015

Impacto 91,8 bcd 97,0 a 94,4 9.485 abc 9.420 abc 9.453

Impacto Viptera 91,8 bcd 95,5 a 93,7 10.099 a 9.900 a 10.000

Média 94,0 97,2 95,6 8.978 9.194 9.086

DMS 5% 7,49 12,02 - 994,46 907,35 - (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas (p<0,05) pelo teste

de Tukey entre os híbridos.

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74

As maiores produtividades de grãos foram verificadas nos híbridos transgênicos

Impacto Viptera (10.099 kg ha-1), DKB390 PRO (9.695 kg ha-1) e P30F35 HX (9.412 kg ha-1);

e pelo híbrido convencional Impacto (9.485 kg ha-1), em Campinas (Tabela 19).

O híbrido convencional Impacto diferiu pelo teste de Tukey de dois outros híbridos

convencionais (P30F35 e DKB390) e não apresentou diferença em termos de produtividade

de grãos de todos os híbridos transgênicos avaliados em Campinas (Tabela 19), indicando que

mesmo com esse nível de infestação de S. frugiperda e sem a realização de seu controle, esse

híbrido não perde tanto em produtividade quanto os demais híbridos convencionais.

Em Mococa, altas produtividades de grãos foram verificadas no híbrido transgênico

Impacto Viptera (9.900 kg ha-1), que diferiu na média apenas dos híbridos DAS2B710 (8.556

kg ha-1), DKB390 YG (8.931 kg ha-1) e DKB390 (8.461 kg ha-1) (Tabela 19).

Pesquisas realizadas nos EUA indicam que, quando se compara a produção de

cultivares semelhantes, transgênicos e convencionais, constata-se que, em condições onde não

há pressão de pragas do meio ambiente durante o desenvolvimento das lavouras, a

produtividade do cultivo convencional é praticamente igual ou ligeiramente superior à

produtividade do cultivo com transgênico (DUARTE, 2001; NILL, 2003; SHOEMAKER et

al., 2001).

Esse fato pôde ser observado entre os híbridos convencionais e pelo menos uma de

suas versões transgênicas nas duas safras agrícolas avaliadas, onde não foram detectadas

diferenças em termos de produtividade, nessa condição de infestação de S. frugiperda

(Tabelas 10 e 19).

Na análise de variância conjunta na safra 2011/2012 os resultados mostraram

diferenças significativas (p<0,01) pelo teste F, entre os ambientes, para largura de folha e

massa de 100 grãos, indicando que pelo menos um dos locais avaliados apresentou diferença

em relação a essas variáveis avaliadas. O fator tratamento não foi significativo apenas para o

número de fileira de grãos na espiga, mostrando que para essa variável não houve diferença

entre os dez híbridos de milho avaliados (Tabela 20).

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75

Tabela 20 - Quadrados médios da análise de variância conjunta para largura de folha (LF),

número de fileira de grãos na espiga (NF) e massa de 100 grãos (M100), referentes a dez

híbridos simples de milho, em Campinas e Mococa, na safra 2011/2012.

Quadrados médios

FV GL LF NF M100

Blocos/Ambiente 6 0,81 5,65 6,82

Tratamentos 9 1,59** 3,17 22,41*

Ambientes 1 39,2** 25,09 130,05**

Tratamento x Ambiente 9 1,01 2,93 16,47

Resíduo 54 0,56 1,84 9,91

Total 79

Média 11,65 16,63 38,53

CV (%) 6,43 8,16 8,17 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Verificou-se diferença entre as médias dos híbridos para largura de folha, com

destaque para o híbrido DAS2B710 HX com a maior largura e, P30F35 e P30F35 YG com as

menores larguras (Tabela 21).

Para número de fileira de grãos na espiga, não houve diferença entre as médias dos

tratamentos, mas verificou-se que na média, o número de fileiras foi de 16,6 em 2011/2012

(Tabela 21).

Não foram detectadas diferenças entre as médias dos tratamentos para massa de 100

grãos, com os híbridos apresentando na média 38,5 g de massa (Tabela 21).

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76

Tabela 21 - Média de dez híbridos de milho para largura de folha (LF), número de

fileiras de grãos na espiga (NF) e massa de 100 grãos (M100), em Campinas e

Mococa, na safra de 2011/2012.

Híbrido LF NF M100(1)

cm - g

P30F35 11,0 b 17,5 a 37,5 a

P30F35 YG 11,2 b 16,2 a 38,4 a

P30F35 HX 11,5 ab 16,1 a 40,6 a

DKB390 11,6 ab 16,0 a 37,6 a

DKB390 YG 11,6 ab 17,0 a 37,1 a

DKB390 PRO 12,1 ab 16,3 a 39,5 a

DAS2B710 12,1 ab 17,1 a 38,9 a

DAS2B710 HX 12,5 a 17,7 a 35,6 a

Impacto 11,3 ab 16,6 a 38,8 a

Impacto Viptera 11,6 ab 16,0 a 41,3 a

Média 11,7 16,6 38,5

DMS 5% 1,75 3,17 7,35 (1)Médias seguidas de letras minúsculas distintas nas colunas indicam diferenças estatísticas

(p<0,05) pelo teste de Tukey entre os híbridos.

Na Tabela 22 encontram-se os valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as

médias das variáveis: altura de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF),

largura da folha (LF), comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de

fileira de grãos na espiga (NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100),

entre os híbridos convencionais (P30F35, DKB390, DAS2B710 e Impacto) e seus isogênicos

transgênicos (P30F35 YG, P30F35 HX, DKB390 YG, DKB390 PRO, DAS2B710 HX,

Impacto Viptera), da safra de 2011/2012.

Para os híbridos P30F35 e DKB390 o primeiro contraste testado refere-se à

comparação do híbrido convencional com seus dois isogênicos transgênicos. Logo, o

contraste de interesse é Y1= 2m1-m2-m3 (Tabela 22).

O segundo contraste para esses híbridos, refere-se à comparação apenas entre os dos

isogênicos transgênicos, sem levar em conta o híbrido convencional. Assim, o contraste de

interesse é Y2= m2-m3 (Tabela 22).

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77

Para os híbridos DAS2B710 e Impacto o único contraste testado refere-se à

comparação do híbrido convencional com seu isogênico transgênico. Logo, o contraste de

interesse é Y1= m1-m2 (Tabela 22).

Tabela 22 - Valores do teste t dos contrastes ortogonais entre as médias das variáveis: altura

de planta (AP), altura de espiga (AE), comprimento da folha (CF), largura da folha (LF),

comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga (DE), número de fileira de grãos na espiga

(NF), produtividade de grãos (PG) e massa de 100 grãos (M100), dos híbridos convencionais

e seus isogênicos transgênicos, da safra de 2011/2012.

P30F35 DKB390 DAS2B710 Impacto

Y1= 2m1-m2-m3 Y2= m2-m3 Y1= 2m1-m2-m3 Y2= m2-m3 Y1= m1-m2 Y1= m1-m2

AP -2,89* -2,31* -0,40 ns -0,34 ns 1,02 ns -4,45**

AE -1,93 ns -1,75 ns -0,88 ns -0,39 ns -1,12 ns -4,63**

CF 1,09 ns 2,23* -3,34** -2,60* -0,47 ns 0,40 ns

LF -0,95 ns -0,44 ns -0,78 ns 0,15 ns -0,82 ns 0,80 ns

CE -0,56 ns -1,69 ns -0,02 ns -0,70 ns -0,17 ns -1,27 ns

DE 0,65 ns -0,14 ns 1,85 ns 1,19 ns -0,91 ns -6,28**

NF 1,77 ns 1,50 ns -1,11 ns -1,45 ns -1,08 ns 0,86 ns

PG -5,11** -2,47* -4,74** -2,71* -2,47* -3,71**

M100 -1,57 ns -0,66 ns -0,51 ns 0,32 ns 1,53 ns -2,45*

(**; *) Significativo a 1% e 5% de probabilidade; nsNão significativo. Para os contrastes: m1 = média do híbrido

convencional; m2 = média do híbrido transgênico; m3 = média do segundo híbrido transgênico (quando houver).

No híbrido P30F35, nota-se que o híbrido convencional difere de seus isogênicos

transgênicos apenas para as variáveis altura de planta e produtividade de grãos (Tabela 22).

No caso do contraste entre P30F35 YG e P30F35 HX, ocorrem diferenças entre estes

híbridos Bt para as varáveis altura de planta, comprimento de folha e produtividade de grãos

(Tabela 22).

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78

No contraste do híbrido convencional DKB390 com seus dois isogênicos transgênicos,

nota-se que a maioria das variáveis avaliadas em campo não diferiram entre os híbridos

convencionais e transgênicos, com exceção do comprimento de folha e da produtividade de

grãos, como ocorrido na safra anterior (Tabela 11 e Tabela 22). Quando se comparou apenas

os dois híbridos transgênicos, verificou-se também a ocorrência de diferença entre os híbridos

nas variáveis comprimento de folha e produtividade de grãos (Tabela 22).

O contraste entre o híbrido convencional DAS2B710 e seu isogênico transgênico

DAS2B710 HX mostrou que para todas as variáveis de campo não há grandes diferenças

entre o híbrido na versão convencional e na versão transgênica, com exceção da produtividade

de grãos nessa safra (Tabela 22). Esse fato aponta que o híbrido DAS2B710 e seu transgênico

DAS2B710 HX seriam realmente isogênicos verdadeiros, onde não ocorre diferença entre os

caracteres observados em campo, com exceção de produtividade que pode ser influenciada em

função da presença ou não de lepidópteros-praga.

No caso do híbrido convencional Impacto e seu isogênico transgênico Impacto Viptera

as diferenças entre os híbridos foram verificadas para altura de planta, altura de espiga,

diâmetro de espiga, produtividade de grãos e massa de 100 grãos. Para as demais variáveis

não houve diferença pelo teste t entre milho Bt e não Bt (Tabela 11).

Nota-se que para todos os contrastes envolvendo o híbrido convencional e suas

versões transgênicas foram detectadas diferenças significativas na produtividade de grãos

entre o híbrido convencional e pelo menos uma de suas versões transgênicas (Tabela 22). Isso

demonstra o efeito da tecnologia Bt que apresenta caráter protetor na planta contra o ataque de

lepidópteros-praga, permitindo que os híbridos que contém essa tecnologia possam expressar

seu total potencial produtivo.

Nessa safra de 2011/2012 detectou-se também a ocorrência de diferença na

produtividade de grãos quando se realizou o contraste do mesmo híbrido com diferentes

eventos Bt, como no caso dos contrastes entre P30F35 YG x P30F35 HX e; DKB390 YG x

DKB390 PRO (Tabela 22). Esse fato demonstra que diferentes eventos Bt em um mesmo

híbrido podem proporcionar comportamentos diferentes em termos de produtividade quando

colocados em mesmas condições de cultivo, ou seja, os diferentes eventos Bt inseridos em um

mesmo híbrido de origem atuariam de modo distinto em relação à proteção da planta quanto

ao dano ocasionado pela lagarta-do-cartucho.

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79

4.2 Experimentação em Laboratório

Observou-se pela análise de variância (Tabela 23), que os seis híbridos de milho

avaliados em laboratório apresentaram diferença significativa entre si (p<0,01), com relação à

biomassa de lagartas, alimentadas durante quatro dias, com folhas de milho Bt e não Bt, ou

seja, as diferenças entre as médias dos híbridos provavelmente não são casuais, e sim devido

ao efeito dos híbridos sobre a alimentação da S. frugiperda.

Tabela 23 - Análise de variância da biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas

durante quatro dias, com seis híbridos de milho.

Fonte GL SQ QM F

Tratamento 5 0,001591 0,000318 41,71**

Resíduo 138 0,001053 0,000008

Total 143 0,00264

CV (%) = 25,64 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Na Tabela 24 e na Figura 16 estão representadas as médias dos tratamentos em relação

à biomassa de S. frugiperda alimentada durante quatro dias em quatro híbridos de milho

transgênicos e dois híbridos de milho convencionais.

Verificou-se que lagartas alimentadas com híbridos transgênicos apresentaram baixo

ganho de biomassa aos quatro dias de alimentação, em relação aos híbridos sem a tecnologia

Bt (Tabela 24 e Figura 15).

Esses dados são coerentes com os dados verificados por DUTTON et al. (2005), que

relataram que as toxinas Bt são deterrentes para as larvas de lepidópteros, e que essa provável

deterrência do milho Bt pode explicar o baixo ganho de peso das larvas alimentadas com esse

tipo de milho, o que mostra que, além do efeito direto da toxina nas larvas, há o efeito indireto

de redução da alimentação.

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Tabela 24 - Biomassa média de Spodoptera frugiperda alimentadas

durante quatro dias com seis híbridos de milho.

Híbridos Biomassa aos 4 dias (mg) (1)

DAS2B710 0,19 a

DAS2B710 HX 0,06 b

P30F35 YG 0,07 b

DKB390 PRO 0,04 b

Impacto 0,23 a

Impacto Viptera 0,05 b

Média 0,11 (1) Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de

Tukey (p<0,05).

Figura 15 - Biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas durante quatro dias

com diferentes híbridos de milho (valores transformados por x ).

LYNCH et al. (1999) observaram menor consumo de folhas de milho Bt por lagartas

de S. frugiperda, em comparação ao consumo de folhas de milho não Bt, o que indica que,

após a prova (primeira alimentação), a larva reduz a alimentação nas folhas de milho Bt,

consequentemente apresentando menor ganho de peso.

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Essa redução de biomassa no híbrido transgênico DAS2B710 HX foi da ordem de

68,4% em relação ao híbrido DAS2B710 e de 73,9% em relação ao híbrido Impacto; para o

híbrido P30F35 YG foi de 63,2% em relação ao híbrido DAS2B710 e de 69,6% em relação ao

híbrido Impacto; para o híbrido DKB390 PRO foi de 78,9% em relação ao híbrido

DAS2B710 e de 82,6% em relação ao híbrido Impacto; e para o híbrido Impacto Viptera foi

da ordem de 73,7% em relação ao híbrido 2B710 e de 78,3% em relação ao híbrido Impacto

(Tabela 24).

MENDES et al. (2009) observaram que os insetos sobreviventes alimentados com

milho transgênico apresentaram menor acúmulo de biomassa, reduzindo sua competitividade

no ambiente, o que pode comprometer o desempenho dessa população de insetos.

Os híbridos transgênicos apresentaram maior redução de biomassa em relação ao

híbrido convencional Impacto do que em relação ao híbrido DAS2B710 (Tabela 24).

As lagartas alimentadas em milho com a tecnologia Viptera® e PRO®, foram as que

apresentaram os menores ganhos de biomassa entre os híbridos transgênicos, aos quatro dias

de alimentação, apesar de não ocorrer diferença significativa entre os tratamentos

transgênicos (Tabela 24 e Figura 15).

CARVALHO et al. (2010), ao avaliarem a biomassa de S. frugiperda em folhas de

milho Bt Cry 1A(b) e Cry 1F aos 14 dias, observaram diferença entre tecnologias Bt para o

ganho de biomassa. Os autores verificaram que lagartas que ingeriram o milho com a toxina

Cry 1A(b) tiveram biomassa pouco maior do que as lagartas que ingeriram o milho com a

toxina Cry 1F.

WAQUIL et al. (2002) ressaltam que a atividade da toxina Bt também pode ser afetada

pela interação com o genótipo no qual o gene foi incorporado, ou seja, a mesma toxina Cry

1A(b) presente em híbridos diferentes pode apresentar variabilidade frente à infestação com a

lagarta-do-cartucho.

Pode-se dizer que houve efeito de antibiose dos híbridos transgênicos, sobre a

alimentação da lagarta-do-cartucho de modo que, as lagartas ao se alimentarem destes milhos

Bt, apresentaram efeito adverso em sua biologia, nesse caso, a redução de peso.

Com relação aos dois híbridos convencionais, não foram detectadas diferenças

significativas entre suas médias com relação à biomassa aos quatro dias (Tabela 24).

Houve diferença significativa (p<0,01) entre os tratamentos, para biomassa de lagarta-

do-cartucho alimentadas durante nove dias, com dois híbridos de milho com tecnologia não Bt

e um milho com tecnologia Bt (Tabela 25).

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Tabela 25 - Análise de variância para biomassa de Spodoptera frugiperda, alimentadas

durante nove dias com três híbridos de milho.

Fonte GL SQ QM F

Tratamento 2 0,02786 0,01393 7,07**

Resíduo 65 0,12809 0,00197

Total 67 0,15596

CV (%) = 35,54 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Para a biomassa das lagartas aos nove dias, constatou-se que aquelas alimentadas com

o híbrido de milho convencional apresentaram média superior quando comparadas com as

lagartas alimentadas com folhas do milho Bt, que apresentaeam perda significativa de seu

peso (Tabela 26 e Figura 16).

FERNANDES (2003) também observou que a lagarta-do-cartucho ao se alimentar de

milho Bt contendo a toxina Cry 1A(b), pode ter seu ciclo biológico alterado, com maior

mortalidade de larvas, menor biomassa e menor peso de pupas.

Tabela 26 - Média da biomassa de Spodoptera frugiperda alimentadas durante

nove dias com três híbridos de milho.

Híbridos Biomassa aos 9 dias (mg) (1)

DAS2B710 20,31 a

P30F35 YG 5,49 b

Impacto 19,01 a

Média 14,94 (1) Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si elo teste de Tukey (p<0,05).

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Figura 16 - Biomassa de Spodoptera frugiperda alimentada durante nove dias

com diferentes híbridos de milho (valores transformados por x ).

WAQUIL et al. (2004), ao avaliarem a toxicidade das proteínas puras Cry 1A(b) para

lagarta-do-cartucho usando o método de tratamento superficial da dieta, observaram que a

atividade da proteína do Bt sobre a lagarta vai além da toxicidade, apresentando também um

importante componente de inibição alimentar.

Segundo LYNCH et al. (1999), a proteção oferecida pela toxina Cry 1A(b) ao milho

Bt contra a infestação por S. frugiperda ocorre, primariamente, pela redução da taxa de

desenvolvimento e ganho de peso. A redução de peso é consequência da redução do consumo

foliar, fato importante para o manejo de insetos no campo, pois, com menor biomassa e

consumo alimentar, haverá menor dano do inseto à produção.

Essa redução de biomassa no híbrido transgênico P30F35 YG foi da ordem de 73,0%

em relação ao híbrido DAS2B710 e da ordem de 71,1% em relação ao híbrido Impacto

(Tabela 26).

Na Tabela 27 são apresentados os resultados da análise de variância para o

comprimento de lagarta-do-cartucho avaliada após alimentação por nove dias em dois

híbridos de milho convencional (DAS2B710 e Impacto) e um híbrido com tecnologia Bt

(P30F35 YG)

Foram detectadas diferenças significativas entre os híbridos para o comprimento de

lagarta aos nove dias de alimentação em folhas de milho. Conclui-se que pelo menos um dos

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tratamentos apresentou efeito adverso sobre o desenvolvimento dessa praga (Tabela 27). Essa

diferença pode ser visualizada na Figura 17.

Tabela 27 - Análise de variância para comprimento de Spodoptera frugiperda,

alimentadas durante nove dias, com três híbridos de milho.

Fonte GL SQ QM F

Tratamento 2 0,74375 0,37188 14,79**

Resíduo 63 1,58432 0,02515

Total 65 2,32807

CV (%) = 14,56 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

Figura 17 - Diferença de tamanho entre lagartas alimentadas com milho

transgênico Bt (esquerda) e milho convencional (direita), aos nove dias de

experimentação. (Foto: Andrea Moraes).

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Verificou-se que o desenvolvimento da lagarta foi influenciado pelos híbridos

estudados, de modo que o híbrido transgênico P30F35 YG apresentou menor comprimento da

praga em comparação aos demais híbridos avaliados (Tabela 28 e Figura 18). O mesmo

resultado foi observado por BUNTIN et al. (2001) ao avaliaram a eficiência dos milhos

geneticamente modificados MON810 e BT11 (proteína Cry1Ab) no controle de S. frugiperda

e H. zea. Esses autores observaram que lagartas infestantes de milho contendo tecnologia Bt

apresentavam atraso de desenvolvimento, com seu tamanho sendo correspondente ao terceiro

e quarto ínstares, comparativamente lagartas alimentadas com milho não Bt, que

apresentavam tamanho correspondente ao quinto e sexto ínstares, demonstrando assim o

efeito deletério da proteína Cry1Ab no desenvolvimento biológico desses lepidópteros.

Tabela 28 - Comprimento médio de Spodoptera frugiperda, alimentadas durante

nove dias com três híbridos de milho.

Híbridos Comprimento aos 9 dias (cm) (1)

DAS2B710 1,4 a

P30F35 YG 0,7 c

Impacto 1,2 b

Média 1,1 (1) Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si elo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 18 - Comprimento de Spodoptera frugiperda alimentada durante nove dias,

com diferentes híbridos de milho (valores transformados por x ).

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Os híbridos transgênicos apresentaram efeito de antibiose sobre S. frugiperda uma vez

que eles afetaram a biomassa e o comprimento da lagarta após esta se alimentar de suas folhas.

A resistência do tipo antibiose ocorre quando o inseto se alimenta normalmente da

planta e esta exerce um efeito adverso sobre a sua biologia, afetando direta ou indiretamente

seu potencial de reprodução. Geralmente, essa influência negativa ocorre devido à presença

de compostos químicos que dificultam o crescimento e o desenvolvimento do inseto,

provocando alterações como prolongamento do período de desenvolvimento, deformações e

mortalidade em diferentes fases de desenvolvimento, redução de peso e tamanho dos

indivíduos, entre outros (BOIÇA JUNIOR et al., 2013; BUENO, 2006; CHRISPIM &

RAMOS, 2006).

Diversos trabalhos (MELO & SILVA, 1987; SILOTO et al., 2002) mostram que

plantas resistentes interferem na biologia, no desenvolvimento e no comportamento da praga,

de tal forma que as populações remanescentes passam a produzir indivíduos menos vigorosos

e mais suscetíveis aos inseticidas, promovendo a possibilidade do uso mais racional dos

produtos químicos (NISHIKAWA, 1999; VIANA & POTENZA, 2000).

Na Tabela 29 encontram-se os dados da análise de variância de mortalidade de S.

frugiperda durante o período de nove dias de alimentação com híbridos convencionais e

transgênicos de milho.

Verifica-se que houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados,

evidenciando porcentagens diferentes de mortalidade de lagarta entre os híbridos (Tabela 29).

Tabela 29 - Análise de variância para porcentagem de mortalidade de Spodoptera

frugiperda, alimentadas durante nove dias com três híbridos de milho.

Fonte GL SQ QM F

Tratamento 5 2,278 0,4557 5,47**

Resíduo 32 2,667 0,08335

Total 37 4,946

CV (%) = 31,98 (**, *) Significativo a 1% e a 5% de probabilidade pelo teste F.

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A mortalidade de lagartas recém-eclodidas alimentadas de híbridos de milho Bt, foi

sempre maior que a mortalidade de lagartas alimentadas em híbridos não Bt (Figura 17). Fato

semelhante foi observado por MENDES et al. (2011) ao avaliarem parâmetros biológicos da

lagarta-do-cartucho, alimentada com híbridos de milho Bt, que expressam a toxina Cry 1A(b),

e com seus respectivos isogênicos não Bt.

Figura 19 - Mortalidade (%) de Spodoptera frugiperda durante o tempo, alimentada com

folhas de híbridos de milho Bt e não Bt, em laboratório.

LYNCH et al. (1999) verificaram que a sobrevivência de larvas de S. frugiperda,

avaliadas quatro dias após a eclosão, em diferentes híbridos de milho que expressam a toxina

Cry 1A(b), variou de 45% para o material Btk 0906 a 54% para o Btk 0907.

Segundo DUTTON et al. (2005) larvas nos primeiros ínstares são mais sensíveis às

toxinas Bt em razão das alterações na atividade específica de proteases em seu suco intestinal.

Observou-se neste estudo que houve diferença na sobrevivência das lagartas

alimentadas com milho com diferentes eventos Bt (Figura 19).

Segundo DUTTON et al. (2005), esse fato é comum devido aos promotores usados

nos eventos comerciais serem diferentes, além do fato que a expressão das toxinas Bt em nível

celular ser frequentemente desconhecida em variedades comercialmente disponíveis.

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WAQUIL et al. (2002) também encontraram diferenças na sobrevivência de lagarta-

do-cartucho em trabalhos realizados nos EUA, indicando a existência de interação entre

evento Bt e o genótipo no qual esse foi inserido. Nesse caso os autores também não se

referiram aos fatores que levaram a essa interação.

O híbrido Impacto Viptera causou alta mortalidade de lagarta-do-cartucho já 24 horas

após a instalação do experimento, com valor de 48,0%, ante 26,7% no híbrido transgênico

P30F35 YG e, 28,3% nos híbridos transgênicos DAS2B710 HX e DKB390 PRO,

evidenciando a eficiência dessa tecnologia na redução da sobrevivência da praga (Figura 19).

O híbrido Bt Impacto Viptera continuou a causar maior mortalidade em relação aos

demais Bt até os três dias de avaliação, quando se detectou mortalidade de 100% das lagartas

nesse tratamento (Figura 19).

Os híbridos DAS2B710 HX e DKB390 PRO foram semelhantes em termos de

mortalidade até os três dias de avaliação, quando DKB390 PRO proporcionou 100% de

mortalidade das lagartas, enquanto no tratamento DAS2B710 HX, algumas lagartas ainda

conseguiram sobreviver até o sexto dia de avaliação, apesar de apresentarem comprimento e

biomassa inferiores às lagartas alimentadas com folhas de milho não Bt (Figura 19).

No híbrido transgênico P30F35 YG as lagartas foram morrendo no decorrer dos dias

de alimentação, apesar de esse nível de mortalidade ser bem inferior aos demais milhos Bt,

tanto que 100% de mortalidade de S. frugiperda só foi alcançada nove dias após o início da

alimentação das lagartas com as folhas desse híbrido (Figura 19). Observou-se que nesse

tratamento, as lagartas sobreviventes, ao se alimentarem desse híbrido Bt, apresentavam

tamanho e biomassa inferiores às observadas nos híbridos não Bt, ou seja, tiveram o seu

desenvolvimento comprometido (Figura 16 e 18).

Com relação aos híbridos convencionais notou-se um normal desenvolvimento das

lagartas, com mortalidade um pouco maior no híbrido DAS2B710 do que no híbrido Impacto

(Figura 19). As lagartas alimentadas nesses híbridos conseguiriam terminar seu

desenvolvimento, mas neste estudo decidiu-se encerrar as avaliações quando o último evento

Bt apresentasse 100% de mortalidade, uma vez que já é conhecido o ciclo biológico de S.

frugiperda alimentada com folhas de milho convencionais sem uso de pulverização para

controle da praga.

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5 CONCLUSÕES

1. Há desempenhos diferentes entre os híbridos em relação ao ataque de S. frugiperda;

2. Híbridos convencionais DAS2B710, DKB390 e P30F35 foram os mais danificados

por S. frugiperda;

3. Híbridos convencionais Maximus e Impacto sofrem menos danos foliares ocasionados

por S. frugiperda do que demais híbridos convencionais, indicando apresentar

presença do mecanismo de resistência do tipo antixenose alimentar;

4. Híbrido convencional Maximus e Impacto apresentam produtividade de grãos

semelhante aos híbridos transgênicos, sob infestação de S. frugiperda em condições de

campo;

5. A maioria dos híbridos convencionais não difere em produtividade de grãos de pelo

menos uma de suas versões isogênicas transgênicas;

6. Mesmo híbrido de milho com eventos Bt diferentes podem apresentar comportamentos

produtivos diferentes em condições de campo;

7. Em condições de laboratório, o híbrido Impacto Viptera induz alta mortalidade de

lagartas de 1º ínstar após 24 horas de alimentação em suas folhas, em comparação com

os híbridos transgênicos P30F35 YG, DAS2B710 HX e DKB390 PRO, evidenciando

alta eficiência dessa tecnologia na redução da sobrevivência da lagarta-do-cartucho;

8. A biomassa e o comprimento de S. frugiperda desenvolvidas em milho com tecnologia

Bt são menores do que as lagartas desenvolvidas em milho não Bt.

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